Diogo morgado

História de um soldado europeu sobrevivente da 1ª Guerra Mundial (um exercício de empatia histórica)

Diogo Morgado, nº 8 do 9º Ano Turma B

O meu nome é William Turner, tenho 32 anos, nasci na Inglaterra e entrei na guerra pelo meu país. O meu país tinha uma grande rivalidade com a Alemanha não só a nível económico, como também a nível político, isto porque nós estávamos em constante choque em relação a quem ficava com as colónias ou quem detinha a maior fatia de territórios e a nível económico, porque cada uma queria ser o número um do comércio mundial, o que levava, por sua vez, a choques entre os comerciantes ingleses e os alemães.

No meu país, nas vésperas da 1ª Guerra Mundial, só se via cartazes pendurados nas ruas, canções populares, opiniões públicas, que visavam a soberania da nossa nação e todos que fossem contra esta política seriam destruídos pela enorme Inglaterra, pois esta era a nação mais poderosa no mundo.

Para travar, os alemães, decidi dar o meu contributo à minha pátria para que esta se tornasse vitoriosa nestas categorias. Eu pertencia à aliança das Potências Aliadas, que foi criada em 1907, juntamente com o meu país fazia também parte, a França, o Império Russo, a Sérvia, a Itália que entra em 1915, Portugal e Roménia que entram em 1916, Estados Unidos da América e Grécia que entram em 1917, o Japão e, por fim, a Bélgica.

Os inimigos da nossa aliança eram as Potências Centrais que eram o Império Austro-Húngaro, o Império Alemão, a Bulgária que entra em 1915, o Império Turco Otomano e a Itália que sai em 1914 (a aliança das Potências Centrais foi criada em 1882).

Com o desenrolar da guerra, fui-me apercebendo que esta guerra iria ser longa, na qual teria que estar a lutar contra os inimigos dia após dia sem parar e as condições de higiene que tínhamos, nomeadamente, na Guerra das Trincheiras, estas eram insuportáveis. Muitos dos meus companheiros de guerra ficaram com doenças de pele devido às deficientes condições de higiene e eu, como muitos outros, apanhei pulgas e piolhos durante este período da guerra, isto porque, as trincheiras eram propensas para que houvesse multiplicação de parasitas.

As galerias eram enlameadas e ficávamos desta forma atolados. O pior de tudo, era quando vínhamos à superfície, e ao olhar à nossa volta só víamos miséria cadáveres semeados e a terra cheia de crateras (terra de ninguém). Quando a guerra acabou, nós, as Potência Aliadas vencemos, mas eu considerei-me derrotado, visto que morreu imensa gente e eu tive a sorte de ter saído da guerra com vida, só me sinto aliviado de este “pesadelo” ter terminado.

Tanto eu como o meu país e seus representantes achámos justo as condições impostas à Alemanha, no Tratado de Versalhes, que teve como principais condições, a restituição dos territórios à França (Alsácia e Lorena), um limite de 100000 homens no seu exército, não poderia possuir artilharia pesada, aviões de combate e marinha de guerra, teria que pagar elevadas indemnizações aos países por ela ocupados na guerra e renunciaria às suas colónias que passariam a ser controladas pelos países aliados.

Embora, houvesse algumas contradições de opinião, até houve quem achasse que aquelas obrigações impostas à Alemanha eram demasiadas humilhantes e que estariam a assinar um tratado em cima dum barril de pólvora.

Ao longo destes quatro dolorosos anos, o que achei positivo foram as pequenas idas a casa, para visitar os meus familiares e para tomar banho, isto para impedir a propagação dos parasitas. O que menos gostei foi ver a morte todos os dias à minha frente, e a escorrer pelas mãos o sangue dos meus parceiros de luta, sem muitas vezes os poder valer.

Se tivesse que voltar ao início, provavelmente, não iria para a guerra, porque a realidade da guerra comparando com os meus ideais é totalmente diferente, e só percebe quem realmente viveu uma experiência sufocante e carregada de uma áurea negativa como esta.