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Escola Andr茅 Soares

Amores na Hist贸ria

6潞 ano, turma A

Semana dos Afetos Disciplina de Hist贸ria e Geografia de Portugal

1


Índice

Disciplina de História e Geografia de PortugalÍndice ................................................ 1 Abelardo e Heloísa ................................................................................................................. 3 D. Pedro I e Inês de Castro ................................................................................................ 9 Cleópatra e Marco António ................................................................................................ 16 Romance de D. Pedro e D. Inês de Castro ................................................................. 19 Napoleão e Josefina ............................................................................................................. 29 Romance entre D. Pedro e Inês de Castro ................................................................. 34 Napoleão Bonaparte e Josefina ....................................................................................... 41 Shah Jahan e Aryumand .................................................................................................... 45 Tristão e Isolda ...................................................................................................................... 51 Shah Jahan e Aryumand Banu Begam ......................................................................... 62 Heloísa e Abelardo ............................................................................................................... 66 Shah Jahan e Mumtaz Mahal ........................................................................................... 79

2


Abelardo e Heloísa

A história de amor entre Abelardo e Heloísa

foi

uma

história

dramática.

O

romance iniciou-se em Paris, tendo Abelardo 37 anos e Heloísa 17.

Abelardo, ao ver a jovem Heloísa, ficou encantado

com

a

sua

beleza.

Tentou 3


aproximar-se dela pedindo ao tio de Heloísa, Fulberto, que o alojasse em sua casa, pois ficaria mais perto da sua escola e não teria as preocupações de cuidar de uma casa, ficando com mais tempo para se dedicar aos seus estudos. O tio de Heloísa viu nesta oferta uma oportunidade para a sua sobrinha evoluir nos seus estudos. Assim, Abelardo tornou-se professor de Heloísa. Como

Abelardo

ensinava

na

escola durante o dia, dava aulas a Heloísa durante a noite, enquanto o seu tio Fulberto e todos dormiam. Apaixonaram-se e passaram a viver essa paixão, deixando de se preocupar com os livros e o estudo. Numa noite, o tio Fulberto descobriu o amor escondido entre Abelardo e Heloísa. Furioso, expulsou Abelardo de sua casa.

4


O amor entre Abelardo e Heloísa não acabou e começaram a encontrar-se em sacristias,

confessionários,

catedrais,

os

únicos locais que Heloísa podia frequentar sozinha.

Heloísa engravidou, e para evitar um escândalo, Abelardo levou-a, às escondidas, para a sua aldeia em Palais, onde ficou aos cuidados da sua irmã, até dar à luz um menino, a quem deram o nome de Astrolábio. 5


Abelardo

voltou

para

Paris,

para

continuar a ensinar, mas não conseguia estar longe de Heloísa, como tal, foi pedir ao tio Fulberto

permissão

Fulberto,

embora

para

casar

magoado,

com

ela.

consentiu

o

casamento. Heloísa deixou o filho com a irmã de Abelardo e dirigiu-se a Paris. O casamento realizou-se durante a noite, às escondidas, numa pequena ala da Catedral de NotreDame, de modo a que ninguém desconfiasse. Só

estavam

presentes

os

familiares

de

Heloísa e alguns amigos de Abelardo. Pouco tempo depois, o casamento foi descoberto

e

Fulberto

envergonhado,

resolveu vingar-se de Abelardo. Contratou uns homens para invadirem os aposentos de Abelardo

durante

a

noite

e

castraram-

no. Envergonhado, Abelardo obrigou Heloísa a ingressar no mosteiro de Santa Maria de 6


Argenteuil. Heloísa tinha vinte anos. Ela fez os votos monásticos e ingressou na vida religiosa, por amor a Abelardo. Este retirou-se para o mosteiro de SaintDenis. Abelardo e Heloísa passaram apenas a trocar cartas, deixando de se ver. Nestas cartas Heloísa expressava toda a sua dor, pela triste sorte do seu amor, e toda a sua rebeldia, por ter ingressado na vida religiosa e ter vestido o hábito. O amor entre os dois nunca deixou de existir. Anos mais tarde Abelardo construiu uma escola-mosteiro perto de Heloísa. Viam-se diariamente, mas não se falavam, apenas trocavam cartas. Abelardo morreu em 1142, com 63 anos de idade. Heloísa mandou construir uma sepultura em sua homenagem. Em 7


1162 Heloísa morre, e tal como tinha pedido, foi sepultada ao lado de Abelardo.

Trabalho realizado por André Sobral, nº3, 6ºA

8


D. Pedro I e Inês de Castro

A combinação de história e lenda deste trágico amor nunca deixou de apaixonar o imaginário popular dos portugueses e dos europeus ao longo dos anos.

D. Pedro I de Portugal, sucessor ao trono

português,

casou-se

com

D.

Constança, mas foi D. Inês de Castro (uma das aias de D Constança), quem conquistou 9


o coração de D. Pedro. Tiveram um grande romance que não foi aceite pelo povo, muito menos pelo pai de D. Pedro, D. Afonso

IV

que

mandou

exilar D.

no castelo de Albuquerque,

na

Inês

fronteira

castelhana, onde tinha sido criada por sua tia D. Teresa. Porém, nem essa separação apagou o amor que D. Pedro e D:Inês sentiam um pelo outro, escrevendo-se com frequência. Ao dar à luz o futuro rei D. Fernando I de

Portugal,

D.

Constança

morreu.

D.

Pedro, contra a vontade do pai, mandou D. Inês regressar do exílio e os dois passaram a viver juntos, o que despertou grande alvoroço na Corte. Começou então uma desavença entre o Rei e o Infante. O rei impedia de toda a forma que acontecesse

10


um casamento entre os dois, mas D. Inês teve três filhos, dos quais um morreu. Depois de alguns acontecimentos na Corte,

cedendo

às

pressões dos

seus

conselheiros e beneficiando da ausência de D. Pedro numa excursão de caça, o rei mandou executar D. Inês em Santa Clara, conforme fora determinado em conselho.

D. Inês de Castro a ser executada

No

jardim

(Coimbra),

da

Quinta

encontram-se

das as

Lágrimas chamadas 11


"Fonte

dos

Amores"

e

"Fonte

das

Lágrimas" (nascida das lágrimas que Inês chorou ao ser assassinada). O sangue de Inês terá ficado preso às rochas do leito, ainda

encarnadas

após

seis

séculos

e

meio... A morte de D. Inês provocou a revolta de D. Pedro contra o seu pai, D. Afonso IV. Após meses de conflito, D. Pedro tornou-se no oitavo rei de Portugal como D. Pedro I em 1357.

Em

Junho

de 1360 fez

a declaração de Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se tinha casado secretamente com D. Inês, em 1354, em Bragança. A palavra do rei, do seu capelão e de um seu criado foram as provas necessárias para legalizar esse casamento. De seguida, perseguiu os assassinos de D. Inês que 12


tinham fugido. (segundo a lenda o Rei mandou arrancar o coração de um pelo peito e o do outro pelas costas, assistindo à execução enquanto se banqueteava).Depois disto, seguiu-se a tétrica cerimónia da coroação e do beija mão à rainha D. Inês morta, que D. Pedro pretensamente teria imposto à sua Corte e que tornar-se-ia numa

das

imaginário

imagens popular.

mais Mandou

vividas

no

exumar

o

cadáver da amada, vesti-lo com vestes reais e ser coroada como rainha, recebendo a homenagem dos nobres dispostos em fila.

13


D. Inês de Castro (morta) a ser coroada como rainha

D. Pedro mandou construir os dois esplêndidos Túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro no Mosteiro de Alcobaça, para onde trasladou o corpo da sua amada Inês, em 1361 ou 1362.Juntou-se a ela em 1367.

14


Túmulo de D. Inês de Castro

Quando os túmulos, no século XVIII, foram colocados frente a frente apareceu a lenda que dizia que assim estavam para que D. Pedro e D. Inês «possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final».

Bernardo Martins, nº 6, turma A, 6º Ano 15


Cleópatra e Marco António

Uma das mais famosas mulheres da História, Cleópatra VII, que viveu de 68 a.C. a 30 a.C., foi o último "faraó" do Egipto. Apesar de a descreverem como uma sedutora, Cleópatra era muito religiosa, tendo mesmo iniciado os estudos para ser sacerdotisa.

16


Sabia muita Matemática e falava muito bem nove línguas, para além de ser boa governante e muito popular entre o seu povo. Casou com o seu irmão mais novo, Ptolomeu, e tornou-se a amante do general romano Júlio César. Depois da morte deste, outro general romano partiu para o Egipto para alargar o poder de Roma, Marco António.

Os dois apaixonaram-se e o seu romance escandalizou toda a sociedade romana e preocupou os seus políticos que 17


temiam perder o poder que tinham no Egipto. No entanto, apesar de tudo, Marco António e Cleópatra casaram-se e planearam a conquista de Roma. No ano 31

a.C.,

o

general

romano

Octávio

destruiu as forças militares do casal na batalha do Actium. Terminavam assim quatro mil anos do império dos faraós e o Egipto passou a ser uma província romana.

André Carvalho Caldas 18


Romance de D. Pedro e D. Inês de Castro

D. Pedro I, infante de Portugal, era filho do rei D. Afonso IV e de D. Beatriz de Castela.

D. Afonso IV escolheu D. Constança Manuel, filha do grande fidalgo D. Joao Manoel, cronista e poeta, senhor de várias vilas e castelos para casar com o Infante. A vida de D. Pedro, mesmo depois de casado, continuava afogada em excessos 19


até que um dia seus olhos pousaram na dama de companhia de D. Constança que o entonteceram de tal maneira que pensou em nunca mais a abandonar. Este romance começou a ser comentado e mal aceite na corte e pelo próprio povo. Sob o pretexto da moralidade, D. Afonso IV não aprovava esta relação, não só por motivos de diplomacia com João Manuel de Castela, mas também devido à amizade íntima de D. Pedro com os irmãos de D. Inês - Fernando de Castro e Álvaro Pirez de Castro. O escândalo tomou tais proporções que a esposa, D. Constança, resolveu convidar D. Inês para madrinha do filho que tinha no ventre

pois

considerava

que

este

parentesco espiritual os afastaria.

20


Porém, tal decisão não teve a eficácia necessária, pois D. Pedro, de carácter extremamente apaixonado e arrebatado, não vergava a nada que impedisse a concretização dessa paixão. O seu amor excedeu de tal modo que o escândalo estalou-se na corte e o rei D. Afonso IV forçou a amante do filho a sair do país.

Inês

Albuquerque, portuguesa,

escondeu-se próximo situado

no

no da alto

castelo

de

fronteira de

uma

escarpa, a poucos quilómetros do Alentejo. Entretanto, nem a distância foi obstáculo aos dois amantes, visto que continuaram a corresponder-se por intermédio de várias pessoas. Em 1354, D. Constança morre (deixando apenas um filho, o futuro Rei D. Fernando) e o herdeiro do trono e a dama galega 21


iniciaram uma vida em comum “fazendo maridança”,

segundo

a

expressão

de

Fernão Lopes, na Crónica de D. Pedro. O casal

assume assim a

sua relação e vai

viver para o Palácio anexo ao Convento de Santa Clara, situado junto ao Rio Mondego e à Quinta das Lágrimas, que fora construído pela Rainha D. Isabel, avó de D. Pedro, que viria a ser canonizada com o nome de Rainha Santa. Foram

tempos

felizes,

apesar

dos

murmúrios do povo, que não via com bons olhos a espanhola. Consideravam que a formosa dama era uma filha bastarda do poderoso fidalgo galego Pedro Fernandez de Castro e os seus irmãos, Álvaro Pires de Castro e Fernando de Castro não escondiam as suas ambições em relação ao poder. Seguindo em Castela o partido do senhor de 22


Albuquerque,

que

se

colocara

contra

o

soberano castelhano, contribuíram para a má

relação

entre

Portugal

e

Castela.

Ambicionando submeter à sua influência os dois reinos peninsulares, conseguiram que D.

Pedro

se

declarasse

pretendente

às

coroas de Leão e Castela, o que deixou D. Afonso IV desgostoso, pois queria Portugal independente

e

neutral

das

lutas

castelhanas. Por

outro

lado,

Afonso

IV

via

com

apreensão a existência dos filhos bastardos de D. Pedro, que considerava de mau prenúncio para a paz interna do país. Esta agudizou-se com o aparecimento da "peste" que apavorava toda a gente. Então, os mais medrosos diziam ser um "mau-olhado" e culpavam D. Inês de todo o mal. 23


O reino até então próspero começa a empobrecer e o medo invade as populações. D. Afonso IV, para minimizar a crise, publica e faz cumprir as "Leis do Trabalho', mas a situação continuava difícil e sem solução à vista. Os campos que tinham sido férteis, encontravam-se

abandonados

e

as

populações apavoradas com a peste fogem sem destino. Os notáveis do reino temiam cada vez mais a poderosa influência dos Castros e insistem com o rei que a única solução é acabar com a vida de Inês. Os

conselheiros

intriguistas

e

temiam

ambiciosos

que

os

irmãos

da

espanhola levassem D. Pedro a ser um mau rei e receavam pela vida do pequeno Infante D. Fernando, o filho legítimo de D. Pedro e D. Constança e futuro rei de Portugal. Nos 24


primeiros dias de Janeiro de 1355 planeiam a morte de Inês no Castelo de Montemor-oVelho e pedem ao rei a sua anuência. O rei ficou dividido entre as razões do Estado e o sentimento familiar. A 7 de Janeiro de 1355, o rei cedeu às pressões dos seus conselheiros e do povo e, aproveitando a ausência de D. Pedro I numa excursão de caça, enviou Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco matarem Inês de Castro em Santa Clara.

A histórica

base dos

“amores

de

Inês

que

ali 25


passaram” (como escreveu Luís de Camões n’ Os Lusíadas) e a presença de raras algas vermelhas na hoje denominada Fonte das Lágrimas, cedo levou as populações a localizar nesse sítio a morte da “linda Inês”.

D.

Pedro

reagiu

com

violência

à

execução da sua amada e mãe de três dos seus filhos e iniciou um período de guerra civil contra o Rei. Após meses de conflito, a rainha D. Beatriz conseguiu intervir para selar

uma

paz

em

Agosto

de

1355. 26


Em 1357 morreu D. Afonso IV e D. Pedro finalmente subiu ao trono. Em Junho de 1360 fez a declaração de Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se tinha casado secretamente com Inês, em 1354. As palavras do rei foram as únicas provas

desse

casamento.

De

seguida

perseguiu os assassinos de Inês, que tinham fugido para o reino de Castela. Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves foram apanhados e executados. Diogo Lopes Pacheco conseguiu escapar para França e posteriormente seria perdoado pelo rei no seu leito de morte. A grande cerimónia da coroação e do beijo à mão de D. Inês, que D. Pedro teria imposto à

sua

corte

e

tornar-se-ia

numa

das

imagens mais vívidas no imaginário popular

27


terá

provavelmente

sido

inserida

nas

narrativas do final do século XVI, depois da D.

Pedro

mandou

construir

os

dois esplêndidos túmulos no mosteiro de Alcobaça, para onde transladou o corpo da sua amada Inês. Juntar-se-ia a ela em 1367 e os restos de ambos jazem juntos até hoje, frente a frente, para que, segundo a lenda «possam olhar-se nos olhos quando despertarem

no

dia

do

juízo

final».

Rodrigo José Capa Pereira

6ºA 28


Napoleão e Josefina

Muitas pessoas adoram Maria Antonieta, mas poucos conhecem Josefina, Imperatriz da França e esposa de Napoleão Bonaparte. Josefina nasceu na Martinica, filha de grandes plantadores de cana de açucar. De longe, ela sonhava com liberdade, Paris e Versailles. Um dia, uma velha empregada da fazenda leu sua mão e previu um futuro dourado, muita glória e fama. Aos 16 anos ela casou-se com Alexandre de Beauharnais, um amigo da familia, com quem terá dois filhos: Eles mudaram-se para 29


Paris e imediatamente ela foi aceite pelas famílias nobres. Alguns anos mais tarde, seu marido morre, vítima da guilhotina durante a revolução. Viúva, pobre e com dois filhos, Josefina foi obrigada a fazer uso dos

seus

charmes para sobreviver. Josefina vestia-se muito bem, mas vivia coberta de dívidas, situação que ela resolvia usando relações e favores.

O

oráculo

da

velha

empregada

concretizou-se nos seus 32 anos quando ela encontrou pela primeira vez Napoleão. Neste 30


encontro, seu filho Eugène, de 14 anos, pede ao

futuro

imperador

guilhotinado.

a

espada

Napoleão,

do

pai

sensibilizado,

entregou o objeto ao menino e apaixonou-se pela mãe. Josefina viu nesta paixão a solução dos seus problemas financeiros. Eles casaram-se no civil e ela continuou sua vida adúltera, mal vista

pela

opinião

pública

e

pela

família

Bonaparte. Enquanto seu marido se ocupava das suas guerras, ela vivia em Paris cercada por amantes. Ainda apaixonado por Josefina, Bonaparte tornou-se Napoleão I, Imperador da França. Ele adotou seus filhos, proclamou-a Imperatriz na catedral Notre Dame de Paris e cobriu-a de presentes, entre eles o castelo Malmaison. Josefina tornou-se embaixatriz da elegância e da distinção francesa e realizou, assim, o 31


sonho de Napoleão de fazer da sua corte a mais grandiosa da Europa. Ela encarnou com grande naturalidade o papel de soberana e deu ao império militar de Napoleão uma face feminina. Josefina, já com idade avançada, não conseguiu dar um herdeiro ao trono. Ela tentou

uma

solução

casando

sua

filha

Hortense com Louis, irmão de Napoleão. O filho deste casal, neto de Josefina e sobrinho de Napoleão será, mais tarde, o Imperador Napoleão III. A situação do casal alterou-se e Josefina passou a suportar as amantes de Napoleão até ao divórcio público. Como um grande senhor, Napoleão

deixa-a

ficar

com

o

título

de

imperatriz e o castelo em Malmaison, onde ela se recolhe para cuidar dos netos e do jardim.

32


Josefina

deixou

a

sua

marca:

artes

decorativas com luxuosos móveis e objetos, moda com seus ricos vestidos e jóias,arte com suas coleções de pinturas e esculturas antigas e modernas Uma mulher livre e dotada de uma grande força vital. Uma trajetória que começa na

infância

na

Martinica,

passando

pelos

horrores da revolução francesa, pela viuvez pobre e mãe de duas crianças, pelo privilégio de

ocupar

a

posição

mais

elevada

da

sociedade europeia e termina com exílio em Malmaison como esposa rejeitada.

Eduardo Marques, nº 9, 6º A 33


Romance entre D. Pedro e Inês de Castro

D. Pedro nasceu a 8 de Abril de 1320 filho de El Rei D. Afonso IV e D. Beatriz. Desde muito cedo estes tentaram arranjarlhe uma esposa. Uma das suas primeiras tentativas foi D. Branca de Castela que, com 14 anos se revelou muito doente e por isso, D. Pedro não quis casar-se com ela. Quando o príncipe tinha entre os 19 e 20 anos, o seu pai enviou mensageiros ao reino vizinho de Castela, pedindo a mão de Constança Manuel. O pedido foi aceite por

esta,

em

1340,

organizaram-se

grandes cortejos para a sua chegada a 34


cavalo,

rodeada

de

aias,

parentes

e

criados. Nessa comitiva de boas-vindas, D. Pedro viu pela primeira vez D. Inês de Castro, uma das aias de Constança, por quem

se

Apesar

disso,

apaixonou D.

Pedro

loucamente. casou-se

em

Agosto, na Sé de Lisboa, com Constança Manuel, de quem teve mais tarde três filhos: Luís Maria e Fernando, Rei de Portugal.

35


Mesmo assim, D. Pedro continuava a encontrar-se às escondidas com Inês de Castro, começando assim um grande

amor.

Estas

coscuvilhices

chegaram aos ouvidos do rei e da rainha que, furiosos, fecharam Inês no Convento de Santa Clara, em Coimbra. D. Pedro não a podia visitar, mas continuava a falar com a sua amada rondando os muros do Convento e enviando cartas. Estas

eram

levadas

e

trazidas

secretamente em barquinhos de madeira através de um riacho. Depois de sair do exílio, Inês foi circulando de castelo em castelo mas acabou por ficar num pavilhão de caça, mandado construir pela avó de D. Pedro, a Rainha Santa Isabel. Lá tiveram quatro

36


filhos: Afonso de Portugal (assassinado em criança): Beatriz, João; Dinis. Em 1345, D. Constança morreu ao dar à luz o 3º filho. D. Pedro passou a ver e a conviver mais com a sua amada. Esta situação não agradou nada ao rei, pois os membros da corte inventavam calúnias, mentiras e acusações a respeito de Inês e da sua família. D. Afonso IV via-se no meio de dois problemas: D. Pedro tinha um herdeiro ao trono, D. Fernando, filho de Constança e três filhos bastardos de Inês. Isto fazia o rei pensar que os filhos bastardos quisessem subir ao trono e que para isso assassinariam Fernando. O rei decidiu, então, reunir-se com os nobres senhores Diogo Lopes Pacheco, Pêro

Coelho

e

Álvaro

Gonçalves,

no

Castelo Montemor-o-Velho. Resolveram 37


que a única solução para acabar com o Romance de D. Pedro e D. Inês de Castro, era matar a nobre galega. Em Janeiro de 1355, D. Afonso IV e os três fidalgos, aproveitaram a ausência de D. Pedro, que havia partido para uma caçada e foram até ao pavilhão de caça, onde encontraram Inês sozinha junto a uma fonte. Esta ao perceber o que sucedia

implorou

para

que

não

a

matassem, que se lembrassem dos seus filhos, da tristeza de D. Pedro. As suas lágrimas e súplicas, apenas comoveram o Rei que se retirou, deixando Pêro, Diogo e Álvaro sozinhos com Inês. Os três fidalgos não tiveram dó nem piedade, apunhalando Inês de Castro a sangue frio.

38


Quando D. Pedro soube da terrível noticia, cheio de dor e angústia, declarou guerra ao pai. Ao fim de alguns meses, o país não aguentava mais e, após algumas negociações, assinou-se a paz. Porém, depois da morte de D. Afonso IV, em 1357, D. Pedro subiu ao trono e mandou procurar os assassinos de Inês. Diogo Lopes França,

Pacheco mas

conseguiu Pêro

e

fugir

Álvaro

para foram

executados. Retiraram-lhes os corações (um pelo peito e outro pelas costas) e 39


queimaram os seus corpos, enquanto D. Pedro I se banqueteava. Dois anos mais tarde, D. Pedro I mandou desenterrar Inês de Castro, sentou-a no trono e, perante todo o povo português, corou-a Rainha de Portugal e obrigou todos os nobres presentes na coroação, a beijar a mão

da

sua

amada.

Mais

tarde,

mandou construir um túmulo para Inês e outro para si, encontrando-se os dois no Mosteiro de Alcobaça.

Ana Sousa, Bárbara Silva Soraia Barbosa 40


Napoleão Bonaparte e Josefina

Josefina era viúva, com dois filhos, quando

conheceu

Napoleão,

que

era

general e depois veio a ser 1° Imperador dos Franceses. Foi a primeira mulher de Napoleão, mais

sendo,

influente

portanto,

da

a

mulher

França durante

o

Primeiro Império. O amor de Napoleão foi tão intenso que adotou os filhos dela, oficialmente como seus, sem permitir que alguém dissesse que eram adotivos. Ela tornou-se

Imperatriz

da

França

e

o

amado marido foi quem a coroou.

41


Viveram felizes até que ele desconfiou que ela o traía. Napoleão era muito ciumento e não ficava tranquilo quando a tinha

de

deixar

sozinha

para

ir

às

batalhas, assim, ele lhe escrevia longas cartas, onde afirmava seu amor à esposa com frases inflamadas: "Não sabes que sem ti, sem o teu coração, sem o teu amor, não existe para o teu marido nem felicidade, nem vida?", "Longe de ti as noites são longas, tristes e melancólicas. Junto de ti, desejo que seja sempre noite."

42


Os

rumores

secretos

de

acerca

Josefina

dos

encontros

chegaram

aos

ouvidos de Napoleão. O relacionamento entre marido e mulher foi muito abalado, apesar

do

amor

que

ambos

demonstravam um pelo outro. Ela então isolou-se

num

assim,

ele

castelo

mas,

enviava-lhe

mesmo cartas

desesperadas, perdoando-a, até descobrir que ela havia ficado estéril. Napoleão pediu o divórcio, já que ela não poderia dar à França um herdeiro. Ambos concordaram com o divórcio de modo que Napoleão pudesse casar com outra mulher, na expectativa de ter um herdeiro. Após o divórcio, Josefina passou a residir em Malmaison, de Paris.

Apesar

da

nas redondezas distância,

a

ex43


imperatriz manteve um relacionamento amigável com Napoleão.

Josefina

morreu

de

pneumonia

e Napoleão, o amor de sua vida, morreria 7 anos depois na ilha de Santa Helena, aprisionado pelas tropas britânicas.

Gonçalo Coutinho, nº 14, 6º A 44


Shah Jahan e Aryumand

Shah

Jahan conheceu

a

sua

amada Aryumand num bazar onde ela vendia cristais. Admirado com sua beleza não foi capaz de lhe dirigir a palavra num primeiro momento. Seu pai, o Imperador, não aceitou esta relação. Depois de duas esposas

e

primeiro casamento.

cinco

anos

encontro, Aryumand

desde

aquele

uniram-se passou

em a

ser

conhecida como Mumtaz- Mahal, "a eleita do palácio". Durante anos foram um casal apaixonado, vivendo um para o outro. Ela era sua acompanhante fiel em todas suas 45


campanhas; ele cobria-a de presentes, de detalhes, de flores, de diamantes, de carinho e de amor.

Depois

da

morte

do

imperador

Jehangir, Shah Jahan ocupou o trono. Dois anos mais tarde, em 1630, veio a tragĂŠdia.Em plena campanha militar em Burhanpur, avisaram o novo imperador de que o 14Âş parto de sua esposa estava complicado.

Shah

Jahan

correu 46


desesperado ao seu encontro, justamente a tempo de segurar-lhe a mão, e dar-lhe seu último adeus. Quando o 14º filho de ambos estava a nascer, ela não suportou as dores do parto e morreu, aos 39 anos de idade. O imperador nunca mais voltou a ser o mesmo. Desolação e lágrimas amargas encheram então a sua vida. Em três meses, conta a história, a barba negra de

Shah

Jahan

embranqueceu.

Enclausurou-se no Forte Vermelho, na orla

esquerda

do

rio

Yamuna,

e

ali

passou, encerrado nos últimos anos de sua vida, abandonando o Império nas mãos de seus sucessores. Em frente ao Forte, visível desde todas suas janelas, e no outro lado do rio, mandou construir o mais

impressionante

Mausoléu

que 47


jamais

uma

mente

humana

pudesse

conceber. Os melhores construtores, os melhores operários, as melhores joias e as

melhores

pedras

foram

usadas: o mármore fino e branco das pedreiras locais, Jade e cristal da China, Turquesa

do

Tibet,

Lapis

Lazulis

do

Afeganistão, Ágatas do Yemen, Safiras do Ceilão, Ametistas da Pérsia, Corais da Arábia Saudita, Quartzo dos Himalaias, Ambar do Oceano Índico. , e

tudo era

pouco para o local de repouso de sua amada; inclusive, o Yamuna foi desviado para que o Taj Mahal pudesse se refletir em suas águas. E ali, depois de duas décadas de construção, foi enterrada sua amada Mumtaz- Mahal. A pouco tempo do término da obra em 1657, Shah Jahan adoeceu

gravemente,

rendeu-se

aos 48


ataques de seus filhos, e continuou a viver

isolado

no

forte

de

Agra.

Shah Jahan passou o resto dos seus dias observando pela janela o Taj Mahal, e depois da sua morte sepultaram-no no mausoléu lado a lado com a esposa, para que

repousassem

sempre

juntos,

eternamente, gerando a única rutura da perfeita simetria do conjunto. Um templo de amor!

Essa é uma história linda de amor, porque o amor do Imperador Shah Jahan por sua esposa Arjumand foi tão grande, 49


que

após

a

morte

da

amada,

ele

enclausurou-se e mandou construir o mais belo mausoléu que o mundo já viu: o esplendoroso Taj Mahal.

Pormenor com versos do Corão inscritos no mármore do edifício.

As duas tumbas onde os amados repousam juntos

Daniela Barroso, 6ºA nº 8 50


Tristão e Isolda

Tristão era um rapaz filho de Rivalen, rei de Loonois, e de Blanchefleur, irmã de Marc, rei das Cornualhas. Tristão recebeu este nome porque a sua mãe encontravase em profunda tristeza pela morte de seu marido. Foi educado por Rohalt e acreditava que ele era o seu pai.

51


Gorvenal ensinou-lhe todas as coisas necessárias a um cavaleiro. Em jovem foi raptado por mercadores irlandeses, que o deixaram na Cornualha, onde conheceu seu tio e rei Marc, sem saber que este era seu tio e vice-versa. Depois de uma busca intensa a Tristão, Rohalt encontrao, e conta-lhe que o seu verdadeiro pai era Rivalen e sua mãe irmã de Marc, e, por isso, este era seu tio. Tristão volta para junto do rei Marc, levando consigo Gorvenal. Tristão, decidido a salvar Marc de uma dívida, lutou com o gigante Morholt da Irlanda. Nessa feroz luta ficou ferido mortalmente

e

pediu

ao

rei

que

o

colocasse sozinho num barco com a sua harpa e que o deixasse morrer em mar aberto.

E

assim

foi.

Mais

tarde,

foi 52


encontrado no porto de Weisefort. Sem saber de quem se tratava Isolda, a Loura, curou os ferimentos de Tristão. Ninguém em Weisefort o reconheceu porque os ferimentos

haviam

deformado

o

seu

rosto. Tristão não hesitou em voltar para o rei Marc. Este não pretendia casar-se, pois queria deixar tudo para Tristão, mas quatro

maldosos

barões

que

não

gostavam de Tristão exigiam que ele se casasse. O Rei Marc foi buscar um fio de cabelo dourado e mandou que fossem buscar a dona dele. Ao encontrá-la esta seria a sua esposa. Tristão, lembrando-se de Isolda, foi buscá-la. Foi a Weisefort com cem homens e quando lá chegaram souberam da existência de um dragão. Tiveram

conhecimento

que

quem 53


matasse o dragão casaria com a filha do Rei, Isolda, a Loura. Tristão matou a dragão, mas ficou ferido pelo seu veneno e, novamente, Isolda o curou. Só que desta vez ela soube quem ele era. Mesmo assim, o rei da Irlanda, com a palavra empenhada, entregou sua filha a Tristão. Isolda fica perturbada e surpresa ao saber que seu futuro marido seria o rei Marc, e não Tristão. a mão da sua filha a Tristão. Isolda fica perturbada e surpresa ao saber que seu futuro marido seria o rei Marc e não Tristão.

54


No caminho às Cornualhas, Tristão e Isolda tomam uma poção que os faz ficar apaixonados, originalmente feita para ser tomada por Marc e Isolda. Mas, os quatro barões invejosos desconfiam dos amantes Tristão e Isolda e contam ao rei, e este manda Tristão embora. Este não se sente capaz

de

ir

e

hospeda-se

perto

do

castelo, encontrando-se às escondidas com a rainha. Os barões apercebem destes encontros e contam ao rei o lugar e a hora do encontro. Marc vai até lá, mas Tristão e Isolda apercebem-se dele e conseguem convence-lo do contrário. O rei faz as pazes com Tristão e deixa que ele volte ao castelo. Mesmo assim, os barões

insistem

no

acontecimento,

e

dizem ao rei que este não vê porque não 55


quer. Com a ajuda de Frocin, o anão vidente, Tristão Tristão,

enganam com

a

ainda

o

rei

rainha

e

em

assim, jura

apanham seu

leito.

nunca

ter

amado a rainha com amor culpável, mas o rei não acredita e manda matá-los, sem julgamento.

Tristão

consegue

fugir

e

Isolda é entregue aos leprosos. Mas Tristão consegue salvá-la e juntos vão para a floresta. Tornam-se fugitivos.

56


Depois

de

acabam

muito

por

ser

tempo

escondidos

descobertos.

Marc

encontra os dois deitados juntos, com uma espada nua separando seus corpos (isso

significa

garantia

e

guarda

de

castidade).O rei tem compaixão e não os mata.

Ao

acordarem,

percebem

que

tinham sido descobertos, fogem, mas ficam intrigados com a atitude do rei e chegam a conclusão que haviam sido perdoados.

Resolvem

então

voltar

e

Tristão entrega Isolda ao rei e este aceita-a, mas manda Tristão embora. Tristão vai para Gales com Gorvenal, mas em vão. Ele tentava fugir de sua dor correndo

o

mundo.

E

sem

receber

notícias de Isolda achou que ela o tinha esquecido. Chegou à Bretanha, recuperou as terras do duque Höel, cuja filha, Isolda 57


das Brancas Mãos, lhe foi dada como recompensa. Tristão aceita, mas na noite de núpcias, ao ver o anel de jaspe verde, lembra-se da outra Isolda e não consuma o

casamento.

sabendo

do

Isolda, casamento

a

Loura, e

fica

chora

de

tristeza. Tristão regressa à Cornualha e tenta marcar encontro com Isolda. Depois de algumas

peripécias

e

de

negações,

Tristão, disfarçado de mendigo, pede a sua clemência. Isolda reconhece-o, mas manda afastá-lo. Ele insiste em vê-la. Veste-se miseravelmente e navega até Tintagel. Chegando lá, corta o seu cabelo rente ao couro cabeludo, desenha nele uma cruz, lambuza seu rosto com uma erva mágica e esta muda seu rosto. Dirige-se

para

o

castelo

de

Marc, 58


ninguém

o

reconhece,

nem

mesmo

Isolda. Ele dizia ser Tristão, mas a rainha não

acreditava,

até

que

trouxeram

Husdent (o vidente) que foi o único a reconhecê-lo. Tristão via a rainha todos os dias e ficava no seu quarto, até que começaram a desconfiar e ele teve de ir embora. Voltou para a Bretanha, onde teve

que

guerrear,

e

caindo

numa

emboscada, viu-se ferido por uma lança envenenada. Ninguém conseguiu curá-lo. E sentindo que iria morrer, quis ver Isolda mais uma vez. Pediu a Kaherdin que fosse buscá-la e que levasse duas bandeiras:

uma

branca,

caso

Isolda

viesse e uma preta caso contrário. Isolda, das Brancas Mãos escutou, enfureceu-se e pensou em vingança.

59


Tristão definhava. Isolda demorou-se por causa de várias tempestades, mas finalmente estava a chegar com a vela branca

içada.

Mas

quando

Tristão

perguntou de que cor era a bandeira içada,

Isolda,

maldosamente,

manda

dizer que era a preta. Depois de ouvir isto Tristão morre.

Ao

chegar,

Isolda

fica

a

saber

do

ocorrido. Dirige-se para ele, deita-se ao seu lado, beija-o na boca e no rosto, 60


abraça-o fortemente e morre. Quando o rei Marc sabe da morte dos dois, vai até a Bretanha buscar os seus corpos. Sepultaos,

separados

por

uma

capela.

Mas

durante a noite, da tumba de Tristão, brota um espinheiro verde, com flores perfumadas que se elevava por cima da capela até ao túmulo de Isolda. Três vezes o cortaram, três vezes ele voltou. E, sendo assim, resolveram deixá-los em paz.

Francisca Leite Rodrigues,6º A, nº28

61


Shah Jahan e Aryumand Banu Begam

Shah Jahan, com catorze anos de idade, visitou um bazar onde encontrou Aryumand Banu Begam, com quinze anos de idade, filha do Primeiro-ministro. Ficou encantado com a menina. No mesmo momento, comprou um diamante de dez mil rupes, moeda da Índia, e então anunciou ao seu pai que queria casar com ela. O casamento apenas ocorreu cinco anos mais tarde, e a partir daí eles tornaram-se inseparáveis.

62


A princesa Aryumand Banu Begam a quem o príncipe Shah Jahan chamava carinhosamente de Mumtaz Mahal, que significava

a

joia

do

palácio”,

acompanhava-o em todas as campanhas militares e era ela que o aconselhava nos negócios do estado e nas obras de beneficência.

Em1631,

quando

a

sua

amada

morreu, dando à luz o seu décimo quarto filho, o príncipe ficou com o seu coração partido e durante duas décadas da sua 63


vida

cumpriu

construiu

Taj

com

a

Mahal,

sua um

promessa: monumento

como símbolo do seu amor imortal para a sua esposa e eterna companheira, sendo considerado uma das sete maravilhas do Mundo. Em 1657,Shah Jahan, ficou doente e passou os seus últimos dias de vida a olhar

fixamente

para

um

pequeno

espelho o reflexo de Taj Mahal, e morreu com o espelho na mão.O príncipe foi então

enterrado

no

Taj

Mahal,

juntamente com a sua esposa que ele nunca esqueceu, a sua Mumtaz Mahal, a joia do palácio. Durante muitos séculos o Taj Mahal inspirou

muitos

poetas,

pintores

e

músicos, tentando capturar a sua magia em palavras, cores e música. 64


Esta foi a maior prova de amor.

Carolina Alves, nยบ 7, 6ยบ A

65


Heloísa e Abelardo

No século XX, Abelardo e Heloísa protagonizaram o mais conhecido caso de amor da história da filosofia.

Conhecidos

como

os

amantes

imortais, ambos viveram em Paris no 66


século XII. O romance entre Heloísa e o filósofo

Pedro

Abelardo

iniciou-se

em

Paris, no período entre o final da Idade Média e o início da Renascença. Pedro Abelardo (Pierre Abélard) viveu entre 1079 e 1142. Foi um filósofo francês, teólogo e grande lógico. De vida atormentada

e

irrequieta,

depois

de

algumas tentativas de ter sua própria escola a partir dos 22 anos, foi professor na Escola de Notre-Dame (1114-1118), a primeira universidade livre da França, onde combateu as ideias de Guilherme de Champeaux, o seu mentor, obrigando-o a modificá-las.

No

Concílio

de

Soisons

(1121), algumas das suas teses foram condenadas e , mais tarde(1140), outras foram rejeitadas e foi acusado de heresia. Foi nessa época que começou sua ligação 67


amorosa com uma sua aluna. Embora seja considerado um dos maiores pensadores do século XII, a sua fama entre o grande público deve-se, principalmente, ao seu envolvimento com Heloísa

(Heloísa

de

Argenteuil

ou

Heloísa de Paráclito). Pouco mais de vinte anos mais nova que Abelardo, Heloísa de Paráclito viveu entre 1101 e 1164. Acabou os seus dias como freira, escritora, erudita e abadessa francesa. Antes dos seus 22 anos já Abelardo tinha

sido

transferido

e

nomeado

professor pela Escola Catedral de Notre Dame, tornando-se muito conhecido por admirar os filósofos não-cristãos, numa época de forte poder da Igreja Católica. Heloísa, que já muito tinha ouvido falar sobre Abelardo e se interessava 68


pelas

suas

teorias

aproximar-se

dele

polémicas, através

tentou

dos

seus

saiu

para

professores, sem sucesso. Numa passear

tarde,

com

sua

Heloísa criada

Sibyle,

e

aproximou-se de um grupo de estudantes reunidos em volta de alguém. O seu chapéu foi levado pelo vento, indo parar aos pés do jovem que era o centro das atenções, o mestre Abelardo. Ao ouvir seu nome, o coração de Heloísa disparou. Ele apanhou-lhe o chapéu, e quando Heloísa se aproximou para pegar nele, ele reconheceu-a

convidando-a

para

se

juntar ao grupo. Desde esse encontro Heloísa não conseguiu

esquecer

Abelardo.

Fingiu

estar doente, dispensou os seus antigos professores

e

passou

a

interessar-se 69


pelas obras de Platão e Ovídio, pelo Cântico dos Cânticos, pela Alquimia. Ela sabia que Abelardo seria atraído pelas suas atividades e viria até elas. Quando ficou a saber dos estudos de Heloísa, conforme

previsto

por

ela,

Abelardo

imediatamente a procurou. Abelardo tornou-se amigo de Fulbert de Notre Dame, tio e tutor de Heloísa, que logo o aceitou como o mais novo professor de sua sobrinha, hospedando-o em

sua

casa,

em

troca

das

aulas

noturnas que ele lhe daria. Em pouco tempo

essas

ansiosamente

aulas

passaram

aguardadas

e,

a

ser sem

demora, contando com a confiança de Fulbert, passaram a ficar a sós. Em poucos meses já se conheciam muito bem e só tinham paz quando 70


estavam juntos. Apaixonaram-se e, a partir desse momento, Abelardo passou a desinteressar-se por tudo só pensando em Heloísa.

Os problemas começaram a surgir quando o tio Fulbert descobriu o amor entre eles, não concordando pois este esbarrava

nos

conceitos

da

época,

expulsando Abelardo de sua casa. 71


No entanto isso não foi suficiente para os separar. Heloísa preparou poções para o seu tio dormir e, com a ajuda da criada Sibyle, Abelardo foi conduzido ao portão, local que passou a ser o ponto de encontro dos dois. Uma

noite,

porém,

alertado

por

outra criada, Fulbert acabou por descobrilos. Heloísa foi espancada, e a casa passou a ser cuidadosamente vigiada. Mesmo assim o amor de Abelardo e Heloísa não diminuiu, e eles passaram a encontrar-se

em

sacristias,

confessionários e catedrais, os únicos lugares que Heloísa podia frequentar sem acompanhantes ao seu lado. Heloísa acabou por engravidar e, para evitar aquele escândalo, Abelardo levou-a à aldeia de Pallet, situada no 72


interior da França. Ali, Abelardo deixou Heloísa aos cuidados de sua irmã e voltou a Paris, mas não aguentou a solidão que sentia, longe da sua amada. Resolve falar com Fulbert para pedir o seu perdão e a mão

de

Heloísa

em

casamento.

Surpreendentemente, Fulbert perdoou-os e concordou com o casamento. Ao receber as boas notícias, Heloísa deixou a criança com a irmã de Abelardo e voltou a Paris, sentindo, no entanto, um prenúncio de tragédia. Casaram-se no meio da noite, às pressas, numa pequena ala da Catedral de Notre Dame, sem terem

trocado

alianças

ou

um

beijo

diante do sacerdote. O segredo em volta do casamento não durou muito e a sociedade começou a fazer troça da situação e do próprio tio 73


Fulbert. Ofendido, Fulbert resolveu por fim a esta situação, contratando dois carrascos a quem pagou para castrarem Abelardo. Após essa tragédia, Abelardo e Heloísa jamais voltaram a falar. Ela ingressou no convento de Santa Maria de Argenteuil, em profundo estado de depressão, só retornando à vida aos poucos, conforme as notícias de melhora do seu amado iam surgindo. Para tentar amenizar a dor que sentiam pela falta um do outro, ambos passaram a dedicar-se exclusivamente ao trabalho. Abelardo

construiu

uma

escola-

mosteiro ao lado da escola-convento de Heloísa. Viam-se diariamente, mas não se falavam nunca. Apenas trocavam cartas apaixonadas. Abelardo morreu em 142, com 63 74


anos. Heloísa ergueu um grande sepulcro em sua homenagem e faleceu algum tempo depois, tendo sido, por iniciativa das suas alunas, sepultada ao lado de Abelardo. Conta-se que ao abrirem a sepultura de Abelardo para sepultarem Heloísa, o corpo deste ainda estava intacto e de braços

abertos

como

se

estivesse

à

espera dela.

Hoje, passados quase 700 anos, estão juntos num túmulo de estilo neogótico no 75


cemitério Pére Lachaise em Paris, um cemitério onde estão sepultadas muitas figuras públicas. Abelardo

escreveu

a

sua

Historia

Calamitatum, onde explica a sua vida, tanto

na

juventude

como

filósofo

e

monge. Heloísa, no convento dedicou-se também à escrita que se iniciou com cartas para Abelardo. Assim começou uma

correspondência

apaixonada

e

erudita. Heloísa incentivava Abelardo na continuação da sua obra filosófica que ele lhe dedicava. O Problemata Heloissae (Problemas de Heloisa) é uma coleção de 42

perguntas

teológicas

escritas

por

Heloísa a Abelardo, no tempo em que ela era

abadessa

em

Paraclito,

e

as

respostas.

76


“Fujo para longe de ti, evitando-te como a um inimigo, mas incessantemente procuro-te no meu pensamento. Trago a tua imagem na minha memória e assim me traio e contradigo, eu te odeio, eu te amo.”

Carta de Abelardo a Heloísa

77


“É certo que quanto maior é a causa da dor, maior se faz a necessidade de para ela encontrar consolo, e este ninguém me pode dar, além de ti. Tu és a causa de minha pena, e só tu me podes proporcionar conforto. Só tu tens o poder de me entristecer, de me fazer feliz ou trazer consolo.” Carta de Heloísa a Abelardo Guilherme Duarte, 6ºano A, nº 15 78


Shah Jahan e Mumtaz Mahal

Shah Jahan, príncipe mogol, conheceu Mumtaz Mahal quando ela vendia cristais num bazar. O seu pai, o Imperador, não consentiu o relacionamento e cinco anos depois, Shah casou com Mumtaz.

Shah e Mumtaz (Mumtaz significa joia do palácio) viveram apaixonados, Mumtaz 79


era o alvo de todas as atenções a quem Shah cobria de presentes e carinho. Dois anos depois o Imperador morreu e Shah herdou o trono. Mumtaz passou a acompanhá-lo

em

todas

as

suas

expedições pelo Império. Ela deu-lhe a alegria de catorze filhos. Durante uma expedição de Shah a sua mulher, grávida do seu 14º filho, entrou em trabalho de parto, com muitos problemas. Shah foi avisado e imediatamente correu ao seu encontro.Chegou instantes antes do seu último suspiro. Shah ficou destroçado com a morte da sua amada e enclausurou-se num dos seus fortes e ali viveu os seus últimos anos de vida. Para honrar a memória de Mumtaz,

Shah

mandou

construir

um

edifício magnífico, que ficasse para a 80


eternidade. Para o conseguir contratou vinte mil homens e usou as mais ricas joias do mundo. No final da construção, mandou sepultar ali a sua esposa para que

fosse

eternidade.

relembrada Quando

por

Shah

toda

morreu

a foi

sepultado ao lado de Mumtaz. O Taj Mahal é um monumento que simboliza

o

amor

de

Shah

Jahan

e

Mumtaz Mahal, cuja beleza é reconhecida mundialmente e considerado Património Mundial da UNESCO.

José Miguel Rodrigues nº 19 - 6ºA 81


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