Estafeta de Leitura 1ยบ ciclo 2016
O livro da paz (Todd Parr)
Paz é fazer novos amigos
Paz é plantar um jardim
Paz é manter a água azul para todos os peixes
Paz é fazer uma sesta
Paz é ouvir diferentes tipos de música
Paz é aprender outras línguas Paz é ter piza suficiente para toda a
Paz é pedir desculpa quando magoas alguém
gente no mundo
Paz é ajudar o teu vizinho
Paz é manter alguém quentinho
Paz é ler diferentes tipos de livros
Paz é haver mais bebés
Paz é pensar em alguém que se ama
Paz é ser livre
Paz é dar sapatos a alguém que precisa
Paz é viajar para sítios diferentes
Paz é plantar uma árvore
Paz é pedir um desejo a uma estrela
Paz é partilhar uma refeição
Paz é seres tu próprio.
Paz é usar roupas diferentes Paz é ver a neve cair Paz é manter as ruas limpas Paz é oferecer um abraço a um amigo Paz é ter um lar
Paz é seres diferente, sentires-te bem contigo e ajudares os outros. O mundo é um sítio melhor por tua causa!
Os de cima e os de baixo (Paloma Maldivia)
Há dois tipos de habitantes. Os de cima e os de baixo. Os de cima vivem da mesma forma que os de baixo. E os de baixo da mesma forma que os de cima, mas ao contrário. Os de cima pensam que os de baixo são diferentes. Os de baixo pensam que os de cima são diferentes. Mas são todos iguais, ainda que com ínfimas diferenças. Quando os de cima vestem o fato-de-banho., os de baixo andam de guarda-chuva. A primavera entra por um lado e empurra o outono para o outro. Se em cima é tempo de sementeira, em baixo é de colheita. Os de cima descem, Os de baixo sobem. Todos, já alguma vez sonharam que voavam. Mas, quem são os de cima e quem são os de baixo? De vez em quando, podes olhar ao contrário.
O livro da paz (Todd Parr)
Não faz mal ter um dente a menos (ou dois ou três) Não faz mal pedir ajuda. Não faz mal ter um nariz diferente. Não faz mal ser de cor diferente. Não faz mal não ter cabelo. Não faz mal ter orelhas grandes. Não faz mal ter rodas. Não faz mal ser pequeno, médio, grande ou muito grande. Não faz mal usar óculos. Não faz mal falar de sentimentos. Não faz mal querer comer na banheira. Não faz mal dizer não ás coisas más. Não faz mal vir de um local diferente. Não faz mal ficar corado. Não faz mal chegar em último lugar. Não faz mal dançar sozinho. Não faz mal ter uma minhoca de estimação. Não faz mal ter orgulho em si mesmo. Não faz mal ter mães diferentes. Não faz mal ter pais diferentes. Não faz mal ser adotado. Não faz mal ter um amigo imaginário. Não faz mal ser simpático para alguém. Não faz mal perder as luvas. Não faz mal ficar zangado. Não faz mal ser lambareiro. Não faz mal ajudar um esquilo a apanhar nozes. Não faz mal ter diferentes tipos de amigos. Não faz mal pedir um desejo. Não faz mal ser diferente. Tu és especial e importante por seres quem és.
O vizinho de cima (António Torrado)
Neste prédio, vive um senhor com umas grandes barbas.
Então o vizinho de baixo fica com a casa às escuras.
Pois é. Num dos andares deste prédio, vive um senhor com umas enormes barbas.
Muito irritado, o vizinho de baixo vai a uma cómoda, abre uma gaveta, tira uma tesoura e corre para a janela, de tesoura na mão.
Pois é assim. No terceiro andar deste prédio de três andares, vive um senhor com umas enormíssimas barbas. Quando este senhor desce à rua, para ir à sua vida, claro que também leva as barbas. Não são barbas de pôr e tirar, como as do Carnaval. São barbas verdadeiras. Se está frio, deita as barbas para trás das costas e enrola-as à volta do pescoço. Se está calor, leva as barbas à sua frente, num carrinho de mão. Como sai pouco, o senhor das grandes barbas gosta de vir à janela para ver quem passa. Quando vem à janela, as barbas sobram da janela e tapam a janela do vizinho de baixo.
Quando chega à janela para. Depois de ter chegado à janela e de ter parado, o vizinho de baixo volta à cómoda, abre a gaveta, mete a tesoura lá dentro e fecha a gaveta. Em boa verdade e lá no fundo, ele é amigo do vizinho de cima.
Um dia, os dois amigos combinaram uma coisa, que experimentaram logo em seguida. E nunca mais houve arrelias. São dois grandes inventores estes dois amigos vizinhos. E são amigos, o que também conta muito. Se não fossem amigos esta história acabava mal. Assim acaba bem.
O livro da família (Todd Parr)
Algumas famílias são grandes. Algumas famílias são pequenas. Algumas famílias são da mesma cor. Algumas famílias são de cores diferentes. Todas as famílias gostam de se abraçar! Algumas famílias vivem perto umas das outras. Algumas famílias vivem longe umas das outras. Algumas famílias são muito semelhantes. Algumas famílias assemelham-se aos seus animais de estimação. Todas as famílias ficam tristes, quando perdem alguém que amam. Algumas famílias têm uma madrasta ou um padrasto e uma meia-irmã ou um meioirmão. Algumas famílias adotam crianças. Algumas famílias têm duas mães ou dois pais. Algumas famílias têm apenas um pai ou uma mãe. Todas as famílias gostam de festejar juntas os dias especiais! Algumas famílias comem as mesmas coisas. Algumas famílias comem coisas diferentes. Algumas famílias gostam de sossego. Algumas famílias gostam de barulho. Algumas famílias gostam de ser limpas. Algumas famílias gostam de ser menos limpas. Algumas famílias vivem sozinhas. Algumas famílias partilham o lar. Todas as famílias, unidas, podem ser mais fortes! Há muitas maneiras diferentes de ser uma família. A tua família é especial, independentemente do tipo de família que ela é.
Meninos de todas as cores, Luísa Ducla Soares Era uma vez um menino branco chamado Miguel, que vivia numa terra de meninos brancos e dizia: É bom ser branco porque é branco o açúcar, tão doce, porque é branco o leite, tão saboroso, porque é branca a neve, tão linda. Mas certo dia o menino partiu numa grande viagem e chegou a uma terra onde todos os meninos eram amarelos. Arranjou uma amiga chamada Flor de Lótus, que, como todos os meninos amarelos, dizia: É bom ser amarelo porque é amarelo o Sol e amarelo o girassol mais a areia da praia. O menino branco meteu-se num barco para continuar a sua viagem e parou numa terra onde todos os meninos são pretos. Fez-se amigo de um pequeno caçador chamado Lumumba que, como os outros meninos pretos, dizia: É bom ser preto como a noite preto como as azeitonas preto como as estradas que nos levam para toda a parte. O menino branco entrou depois num avião, que só parou numa terra onde todos os meninos são vermelhos. Escolheu para brincar aos índios um menino chamado Pena de Águia. E o menino vermelho dizia: É bom ser vermelho da cor das fogueiras da cor das cerejas e da cor do sangue bem encarnado. O menino branco foi correndo mundo até uma terra onde todos os meninos são castanhos. Aí fazia corridas de camelo com um menino chamado Ali-Babá, que dizia: É bom ser castanho como a terra do chão os troncos das árvores é tão bom ser castanho como um chocolate. Quando o menino voltou à sua terra de meninos brancos, dizia: É bom ser branco como o açúcar amarelo como o Sol preto como as estradas vermelho como as fogueiras castanho da cor do chocolate. Enquanto, na escola, os meninos brancos pintavam em folhas brancas desenhos de meninos brancos, ele fazia grandes rodas com meninos sorridentes de todas as cores
Um mundinho para todos, Ingrid Biesemeyer Bellinghausen
Era uma vez um mundinho… …muito colorido. Suas cores eram tantas que os homenzinhos que lá viviam nunca conseguiram contá-las. As mais variadas cores encontravam-se por toda a parte: Na natureza, nas árvores, nas frutas e flores, nos animais da água, da terra e do ar. Em tudo, até mesmo nos habitantes do mundinho. Lá, existiam homenzinhos vermelhos, brancos, azuis, marrons, verdes e de outras cores mais. Os homenzinhos, desde o nascimento, conviviam com as diferenças, que não se resumiam somente à diversidade de cores… Cada habitante do mundinho tinha um jeito de ser diferente do outro. Eles aprendiam coisas novas ao aceitar, entender e valorizar o outro. Os homenzinhos que viviam no norte gostavam de andar descalços e tomar sorvete, pois lá fazia muito calor. No sul era diferente: fazia frio e os homenzinhos de lá usavam gorro, cachecol e bebiam chocolate quente todas as noites. No mundinho existiam homenzinhos que não enxergavam muito bem e precisavam de ajuda para caminhar pela cidade. Todos os homenzinhos amavam a natureza do mundinho e sabiam de sua importância. Então eles faziam de tudo para preservá-la. No mundinho viviam alguns homenzinhos que não podiam andar e, por isso, usavam cadeiras de rodas para se locomover. Nas escolas, algumas crianças aprendiam rápido, outras levavam mais tempo e precisavam de mais ajuda. Quando um dos homenzinhos sentia-se triste por alguma razão, outro logo levava uma palavra amiga, de força e coragem. Todos os habitantes do mundinho reconheciam o valor de cada um e respeitavam suas diferenças: