O Design Gráfico no universo erótico - Identidade Visual para uma sexshop

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Žs ž Identidade visual para uma sexshop

PROFESSORES TCC Beatriz Trindade Iaropoli SĂŁo Paulo | Maio de 2014

Professor Paulo Sampaio Professor Carlos Eduardo Perrone

ORIENTADOR Professor JĂşlio Freitas



Žs ž Identidade visual para uma sexshop

Trabalho de ConclusĂŁo de Curso apresentado ao curso de graduação em Desenho industrial - Habilitação em design grĂĄfico, da Fundação Armando Alvares Penteado, como requisito parcial Ă obtenção do grau em bacharel em Design GrĂĄfico. FACULDADE DE ARTES PLĂ STICAS CURSO DE DESENHO INDUSTRIAL HABILITAĂ‡ĂƒO EM DESIGN GRĂ FICO

Orientador: Prof. Julio Freitas

SĂŁo Paulo - Maio 2014



Meus agradecimentos ao meu orientador Julio pela disponibilidade e, principalmente, parceria e a minha mĂŁe por todo apoio e carinho.

SĂŁo Paulo - Maio 2014



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Este trabalho de conclusĂŁo de curso teve o objetivo de criar uma nova identidade visual e um manual para a marca de sexshop AlizĂŠe, desenvolvendo, a partir do estudo do cenĂĄrio, pĂşblico alvo e concorrentes diretos e indiretos, um novo conceito que busca afastar as ideias de “vulgarâ€? e “proibidoâ€? e trazer o erotismo e a sensualidade de uma forma leve.

This course conclusion’a paper work aimed to create a new visual identity and a manual for the sexshop brand AlizĂŠe, developing, from the study of the scenario, target audience and direct and indirect competitors, a new concept that seeks to dispel the ideas of “vulgarâ€? and “forbiddenâ€? and bring eroticism and sensuality in a smooth manner.

PALAVRAS-CHAVE

KEYWORDS

Desgin GrĂĄfico | Identidade visual

Graphic Design | Visual identity

Marca | Manual | Sexshop

Brand | Guide book | Sexshop

Branding | Logotipo |Erotismo

Branding | Logo | Eroticism



® 1 | Introdução Objetivo Justificativa

11 12 13

2 | Contexto do projeto Mercado erótico Erotismo O vibrador A sexualidade Surgimento das sexshops Pesquisa de campo Questionário Análise

15 17 19 22 24 25 27 28 34

3 | Identidade visual Introdução

37 39

Concorrentes diretos Concorrentes indiretos Análise

40 42 45

4 | Alizée Apresentação Análise Motivos e objetivos do redesign

47 49 59 59

5 | Redesign Alizée Painel semântico Desenhos iniciais Estudos das formas Estudo de relação dos elementos da identidade visual

61 63 65 67 69

Estudos tipográficos Estudos cromáticos Identidade visual final Aplicações

71 73 75 77

6 | Conclusão

47

7 | Anexo

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8 | Notas de rodapé

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9 | Lista de imagens

60

10 | Referências

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!"#$%&'()% O ambiente de uma sexshop1 ainda se situa muito no imaginário das pessoas que não sabem como esse tipo de mercado funciona ou como se parece e/ou o que tem nas lojas. A partir desta falta de conhecimento e soma de um valor antigo que carrega ao longo de gerações, cria-se um preconceito e acaba surgindo como um tema não discutido, “proibido”2. Neste trabalho o universo erótico será mostrado como é, para que se perca o mistério a cerca deste, já que as sexshops são como lojas comuns, que vendem produtos. Outro objetivo é fazer com que o assunto seja tratado com maior naturalidade, pois muitas pessoas consomem artigos eróticos e isto faz parte do cotidiano de todos de alguma maneira, em alguma quantidade, mesmo que de uma forma íntima e pessoal.

eróticos de norte a sul. São sexshops, boutiques sensuais, lojas de lingerie, lounges sexys, grêmios, universidades e até igrejas fazem parte desta estatística”.3 O produto final será o desenvolvimento de uma nova identidade visual para uma sexshop já existente em São Paulo, resultado de uma análise gráfica do mercado erótico, discussão, estudo e esclarecimento de alguns “tabus” que rodeiam o tema.

“Já são contabilizados mais de 10 mil pontos de venda de artigos

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%*+,#!-% Esta máscara de aparência em torno desse mercado gera consequências no entendimento do público que o consome, e isto, acarreta no desenvolvimento de uma identidade gráfica das lojas que não consegue dialogar com o verdadeiro público. Como há o consumo, principalmente de mulheres, de classes A e B4, o principal objetivo deste trabalho é redesenhar a marca da sexshop Alizée, criando uma identidade visual que passe seus valores de forma clara e que concorde visualmente com a linguagem das consumidoras, sem o apelo vulgar, mas mantendo a relação com o tema: o mundo erótico. O desafio não é só a criação de uma identidade visual que transmita os tipos de produtos que vendem na loja, seus valores e que tenha uma identificação com as consumidoras, mas que, como marca, não exponha seus clientes, por exemplo, ao saírem com uma sacola na rua.

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s O mercado erótico vem passando por diversas mudanças e obtendo seu espaço na área financeira, principalmente o setor das sexshops, que têm suas taxas de crescimento anuais cada vez maiores: segundo a Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (ABEME), no primeiro semestre de 2010 apresentou crescimento médio de 16% em relação a 2009 e no final do ano de 17%. Não há como não reconhecer o tamanho da indústria de sexytoys (do inglês, brinquedos sexuais), já que seu desenvolvimento não para, como por exemplo:

“são comercializados no Brasil ao mês aproximadamente 7 milhões de artigos eróticos, sendo 5 milhões somente de cosmética 100% nacional”.5

Além disso, este setor tem empregado aproximadamente 100 mil pessoas6, principalmente mulheres, que aparecem até como grandes empreendedoras. O problema é que mesmo com este crescimento e aceitação do mercado, em geral, as lojas de sexshop (suas marcas e ambientação da loja) não conseguem se comunicar graficamente e atingir positivamente as mulheres que procuram estes produtos, pois estas, não se sentem confortáveis dentro das lojas e consideram suas linguagens gráficas vulgares. Como mulher, consumidora desses produtos e estudante de design gráfico, a autora deste trabalho, acredita na carência de uma identidade visual que não necessite do apelo vulgar para transmitir erotismo e atingir seu público. Além disso, há, ainda, uma questão cultural sobre a compra e uso destes produtos. No Brasil, muitas mulheres têm a imagem de que sexshops

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são lugares proibidos e “sujos” e não os frequentam. Se frequentam, sentem vergonha de irem e não conseguem compartilhar isto com seus parceiros(as) e amigas(os). Por isso, essas lojas necessitam de uma atenção especial quanto ao projeto gráfico em questão, pois ao mesmo tempo em que esta marca necessita de erotismo, por ser de uma loja erótica, ela necessita também de discrição, porque é o que o seu público procura.





. ¾

cosméticos. Pesquisas apontam que são comercializados, por mês, 7 milhões de artigos eróticos no Brasil. Destes, 5 milhões são cosméticos 100% nacionais (os produtos mais vendidos nas sexshops são os cosméticos: cremes e géis). A partir de dados mostrados anteriormente, fica claro que este mercado está crescendo e de que seu público está se transformando, tendo cada vez mais interesse no assunto, como, por exemplo, lojas físicas tradicionais especializadas em sensualidade que ministram cursos chegam a atender quase 75% do público feminino. Também há uma valorização do setor:

“Investidores de todo o mundo O mercado erótico brasileiro tem mais de 30 anos. Assim como no mundo inteiro, no Brasil o setor também está separando cada vez mais a pornografia do erotismo como estratégia de crescimento da indústria de sextoys7. O primeiro semestre de 2010 apresentou crescimento de 16% em relação ao ano anterior e ao fechamento anual, 17% e no ano de 2011 de 18,5%. Os grupos que estão dentro da categoria mercado erótico são os mais variados como: motéis, casas de swing, comércio de artigos eróticos, indústria de filmes pornográficos, entre outros. O tipo de venda de artigos eróticos pode ser de diferentes maneiras: por consultoras domiciliares (ultrapassam 40 mil no país hoje), lojas virtuais (5oo lojas) e as sexshops físicas. São mais de 50 empresas nacionais (algumas serão citadas adiante) que fabricam próteses com e sem vibradores, acessórios, fantasias e

olham o Brasil como uma futura potência, mas quem está no mercado há algum tempo, principalmente as sexshops tradicionais, percebem as oportunidades de expansão e a necessidade de mudanças para atender uma onda de consumidores mais críticos, responsáveis e com poder de decisão sobre marcas, produtos e preocupados com a procedência destes itens.8

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Figura 1 | Gáfico do volume de consumo de artigos eróticos por estados do Brasil, (feito pela ABEME em 2011)



“...o erotismo diz respeito ao belo, à estética sexual, à arte de transformar corpos em obras de arte. Não

se deve reduzir o erotismo a um conjunto de regras a serem aplicadas em toda parte, como também é complicado definir qualidades absolutas em estética erótica fora do contexto do seu tempo.”10

A palavra erotismo tem origem na mitologia grega, Eros, que significa paixão ardente, pulsão e libido. DEUS EROS Filho de Afrodite, deusa do amor e da beleza, Eros despertava desejo sexual onde passava. Após a tomada da Grécia pelos romanos, Eros virou deus da paixão e foi transformado em imagem de um cupido, trazendo uma expressão púbere e de inocência. Mesmo assim, o erotismo não perdeu seu conceito original: manifesto de vontade pela excitação sexual, orgasmo ou vivência sexual prazerosa. Ele pode estar vinculado à paixão e ao amor, mas não necessariamente.9

Por estar conectado à sexualidade, característica natural do homem, o erotismo sempre esteve presente em nossas vidas. A questão é que ele apareceu em diferentes contextos, passando diferentes valores e com diferentes objetivos. Podemos dividir o erotismo em 3 fases: Antiguidade Clássica, Idade Média e Modernidade.11 Na Antiguidade Clássica o homem era politeísta, ou seja, acreditava em vários deuses. Estes como os seres humanos, tinham sentimentos, sua única diferença era a imortalidade. Por isto, o homem da Antiguidade Clássica não temia seus deuses, mas os respeitava. Entre todos, existia Eros, deus do amor. Ele era o amor e o erotismo, unificados em uma só pessoa, coisa que apareceria, mais tarde, separada pela igreja católica (alma VS corpo). Como os homens não temiam os deuses e esta foi uma fase de antropocentrismo, na arte, o homem era retratado sempre nu, mostrando o erotismo como algo natural do homem12.

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Figura 2 | Aphrodite Braschi, de Praxiteles, de 345 a.C..


Como naquela época o veículo de informação das grandes massas foi a arte podemos ver isto nas obras, como, por exemplo, nas esculturas gregas e romanas e em outras peças.

Não existem informações precisas sobre a origem e história dos cálices, apenas que foram encontrados no séc. XIX, perto de Jerusalém e que deveriam pertencer a uma família ou alguém da elite. A única certeza é de que foi comprada no início do séc. XX pelo colecionador americano Edward Perry Warren, origem do nome atual das peças. Depois de sua morte, não se sabe qual foi o roteiro das taças até chegarem ao seu destino final e atual: o British Museum, em Londes, na Inglaterra13.

Durante a Idade Média, com o aparecimento da Igreja Católica, a religião se tornou monoteísta e o homem passou a acreditar em apenas uma divindade, Cristo. O “Deus Eros” foi dividido em duas partes: o erotismo e o amor, na igreja, o corpo e a alma, o amor e o pecado. A nudez que antes era tratada como natural, passou a ser algo imprensável, ou seja, o erotismo se tornou proibido. Por isso, na época, as esculturas gregas e romanas de corpos nus tiveram seus pênis decapitados ou partes íntimas escondidas por folhas de parreira, pois a igreja não podia esconder as obras já existentes, mas sim adaptá-las. Iniciando o pensamento moderno, na pintura, isto foi exposto de forma que o único corpo que passou a estar nu era o de Cristo, mas este havia sido sacrificado, o que fazia os homens conectarem diretamente a nudez com o castigo. Ou seja,

essa conexão direta da nudez a algo negativo fez o erotismo tornar-se pejorativo. Em contraponto, na história da arte, tivemos também outras manifestações eróticas em obras de arte, como, por exemplo, em pinturas do movimento surrealista. Os surrealistas tinham como temas principais o inconsciente, os sonhos e a teoria freudiana, retratando imagens que pairavam entre o real e o imaginário, quase sempre erotizadas.

Figura 3 | Warren’s cup - As taças eram de prata, com duas alças e as cenas decorativas que aparecem na parte externa das taças foram entalhadas. Os desenhos consistem em atos sexuais homossexuais14.

Figura 4 | Cristo na coluna, obra de Caravaggio, 1603

Figura 5 | Gala Contemplando o Mar Mediterrâneo, de Salvador Dali, 1976

TAÇA DE VINHO WARREN (Warren’s cup)

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“A maior parte da obra surrealista (o assim denominado surrealismo ‘orgânico’ de Miró, Masson, Matta e Arp o surrealismo ‘onírico’ de Dalí, Magritte, Tanguy e Roy) aborda sentimentos inquietantes, tais como o medo, o desejo e a erotização.”. (DEMPSEY, 2003, p153) Passamos então a era contemporânea, onde as relações são intermediadas por produtos, uma vez que nos reconhecemos como consumidores, e o erotismo é utilizado para sedução do consumidor, para vender. Hoje, Eros se distanciou da divindade de onde se originou e passou a ser unicamente mercadológico, ou seja, o erotismo não é mais visto nem como natural, nem como ruim, mas como estratégia de venda.

Figura 6 | Campanha “Pão é vida” da marca Bice, por Lorenzo Marini & Associati, 1998

Figura 7 | Anúncio do cigarro Chanceller 100, “O único fino que satisfaz” de 1975

Figura 9 | Anúncio impresso da cerveja Skol “se o criador do bebedor bebesse skol como ele seria, de 2005, por F/ Nazca Saatchi & Saatchi

EROTISMO NO UNIVERSO MUSICAL O professor americano Dawn R. Hobbs fez um estudo com as Top 10 músicas da Billboard (Revista sobre música), se elas tratavam sobre sexo e como eram as mensagens sexuais que passavam. O resultado foi que das 174 músicas, 92% abordam o tema sexo. Os ritmos em que mais apareceram conotações sexuais foram os R&B, seguido por country e pop. A partir disto, ele fez um gráfico categorizando as mensagens sexuais em grupos como: “genitália”, “estímulo sexual”, “habilidades no sexo” e etc15. Gráfico disponível no anexo. Figura 8 | Campanha do Perfume Tom Ford for Men, por Terry Richardson, 2000

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%.-!*$/&%$ O primeiro vibrador era bem diferente do que se conhece hoje, era uma mesa vibratória que foi nomeada de “The manipulator”. A invenção surgiu da necessidade de mecanização para um tratamento médico da doença “histeria” que acreditava-se existir. Era uma fase de muita contradição, pois havia a repressão e a cura, que faziam com que o orgasmo carregasse o valor de “Veneno e remédio” e mesmo que a masturbação fosse considerada um ato proibido, os vibradores foram sendo

Figura 10 | “The Manipulator”

Figura 11 | Anúncio que saiu no New York Times em 1913

Figura 12 | Anúncio Beauty Pop, o primeiro vibrador sem fio

desenvolvidos até o mais próximo que conhecemos hoje, os movidos à bateria. Além disso, durante a época que se acreditava na histeria, eles eram livremente anunciados em revistas femininas e jornais até que a Associação Americana de Psiquiatria a descaracterizou como doença, ao mesmo tempo em que os filmes pornográficos começaram a usá-los nas cenas para estimular prazer, e eles perderam a imagem de remédio para a sociedade, desaparecendo dos impressos (até retornarem como “artigos sexuais” na revolução sexual dos anos 60). Mais tarde, ele não só perdeu a imagem de cura, como também ficou conhecido por fazer mal a saúde, pois poderia causar “vaginismo” ou “lesbianismo” nas mulheres. Este fato pode explicar, por exemplo, o porquê de algumas pessoas se sentirem em um local “proibido” ao entrar numa sexshop, pois o conceito de prazer é conectado diretamente a algo negativo e ilegal16.

Também tiveram algumas sexshops entre as décadas de 60 e 70 como a “Good Vibrations” que estavam ligadas ao movimento feminista e acreditavam que o dildo17 era a “prótese complexa da mão lésbica”, ou seja, eram mal vistos perante a sociedade, já que o homossexualismo era interpretado como doença e o sexo se tornava uma prática com o objetivo “de prazer” e não da “procriação da espécie”. A mudança deste pensamento sobre os vibradores começou a partir da década de 70. Além de aparecer na televisão, eles apareceram no cinema (fortes meios de comunicação em massa), na literatura e mais tarde em museus. Uma das responsáveis por esta mudança foi a artista Betty Dodson que durante a Conferência em Nova York da Organização Nacional de sexualidade feminina (National Organization for Women sexuality conference in NYC), promoveu o vibrador elétrico como artigo de prazer superior

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com a ergonomia e produção do mesmo, o que faz com que hoje os designers não pensem só nas formas e texturas que sejam agradáveis para as consumidoras, mas vibradores que sejam atrativos e que se adaptem ao seu uso. Nota-se uma tendência de desenhos de vibradores que pareçam outros produtos, como por exemplo, o vibrador batom. Ele se parece com um cosmético comum, mas é um vibrador. Isto mostra como o comportamento das mulheres modificou-se, pois elas não só consomem o produto, como o tem em seu cotidiano, por exemplo, podem carregar o batom vibrador em sua bolsa. Figura 13 e 14 | Capa e Ilustração do Liberating Masturbation Este folheto tinha como objetivo ensinar as mulheres a atingirem seus orgasmos sozinhas, sem ajuda ou necessidade de alguém.

e indutor de orgasmo e em 74, publicou o folheto Liberating Masturbation: A meditation on Selflove18 (“Liberando a masturbação”) que ensinava a mulher a partir de textos e ilustrações, modos de atingir o orgasmo sozinha. Atualmente, com o crescimento do mercado e o avanço da liberdade sexual feminina, o vibrador ganhou atenção tanto das consumidoras quanto dos designers como produto. Agora, ele não possui mais o conceito nem de remédio e nem veneno (mesmo que existam estudos sobre os benefícios do orgasmo, que serão apresentados mais adiante, no capítulo sexualidade). Como qualquer produto industrial, existe uma preocupação não só com o desenho, mas

Figura 15 | Batom vibrador

Figura 16 | Rímel vibrador

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Mesmo com o crescimento do Mercado e desenvolvimento dos produtos, ainda existe uma carência da parte de regulamentação nacional. Por exemplo, o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), órgão que avalia qualidade de produtos e serviços não faz a análise de produtos eróticos e nem possui uma categoria nomeada como “produtos eróticos” o que prejudica o setor, já que não há uma certificação de qualidade e segurança19: “O Inmetro não nos recebe porque não reconhece a existência dos produtos. Existe um preconceito com as pessoas que fazem uso dos itens e com o próprio mercado”, diz Paula Aguiar (presidente da ABEME) em entrevista para o site JusBrasil.”. Já a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), faz a avaliação e classificação apenas dos cosméticos, mas não os categoriza como cosméticos eróticos, apenas generaliza como “cosméticos”. O que acontece é que muitos produtos importados chegam ao Brasil sem a tradução ou esclarecimentos na etiqueta, e os produtos nacionais são lançados sem avaliação de efeitos colaterais e informações adicionais, o que pode causar, além de problemas para a sexshop que o vendeu, consequências graves para os clientes, que perderão a confiança nessas lojas. Além disso, há também outra opção adotada por algumas sexshops, que contratam “testadores” informais, ou seja, pessoas que testam os produtos e passam para as lojas uma análise detalhada do produto segundo a experiência que tiveram20.


o psicólogo comenta sobre conseguir fundos para pesquisas sobre sexualidade: “É muito difícil. As entidades que financiam são reticentes em dar dinheiro para estudos sobre o prazer e o sexo. Em parte porque enfrentam a pressão social. O governo não quer se envolver com pesquisas sobre a sexualidade por temor de ser criticado com o argumento de que há problemas mais sérios.” A sexualidade pode ser definida de diversas formas, de acordo com texto disponível no site do Museu do Sexo:

Como uma experiência pessoal e intransferível, pois a forma como cada indivíduo se percebe como ser sexual é individual. De acordo com a Organização Mundial da Saúde:

“Pode ser definida como uma

pressão emocional, prazer, carinho

forma de expressão dos afetos, Mesmo hoje, após saber que a doença histeria não existe, estudiosos ainda fazem pesquisas que provem que o prazer sexual pode ser tratamento para algumas doenças. Existem até estudos concluídos sobre os benefícios do orgasmo masculino para evitar o câncer de próstata, por exemplo. O Psicólogo americano Barry Komisaruk, professor da Universidade de Rutgers (Nova Jersey), está investigando, há 30 anos, as consequências do prazer sexual no cérebro21. A partir do monitoramento cerebral, Komisaruk chegou a algumas conclusões, como quando uma mulher atinge o orgasmo há um aumento da atividade cerebral, pois aumenta o fluxo de sangue e de oxigênio na cabeça. Com isso, ele busca se o prazer pode ajudar em tratamentos de doenças como depressão, ansiedade ou dependências. Os estudos ainda estão no início, mesmo assim,

uma maneira de cada indivíduo se descobrir e descobrir os outros. A sexualidade engloba a identidade sexual (masculina e feminina); os afetos e a autoestima; as alterações físicas e psicológicas ao longo da vida; o conhecimento anatômico e fisiológico do homem e da mulher; a higiene sexual; a gravidez, a maternidade e a paternidade; métodos anticoncepcionais; doenças sexualmente transmissíveis; os transtornos sexuais, entre outros.”

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“A sexualidade é uma parte integral da personalidade de todo ser humano. O desenvolvimento total depende da satisfação de necessidades humanas básicas como desejo de contato, intimidade, exe amor. Sexualidade é construída através da interação entre as estruturas individuais e sociais. O total desenvolvimento da sexualidade é essencial para o individual, interpessoal e social bem-estar.” Além disso, a sexualidade também é vista como saúde, e como tal é um direito humano fundamental, deve-se tratar a saúde sexual de forma igual. A importância da criação dos direitos se mostra na existência de congressos mundiais anuais sobre sexualidade. Por exemplo, no 14º Congresso Mundial de Sexologia que aconteceu em 26 de agosto de 1999, em Hong Kong, onde as seguintes emendas, entre várias, foram aprovadas pelo World Association for Sexology (WAS)22:


O DIREITO A IGUALDADE SEXUAL.

Isso se refere à liberdade de todas as formas de discriminação, independentemente do sexo, gênero, orientação sexual, idade, raça, classe social, religião ou deficiência física e emocional.

O DIREITO AO PRAZER SEXUAL.

O prazer sexual , incluindo autoerotismo, ĂŠ uma fonte de bem-estar fĂ­sico, psicolĂłgico, intelectual e espiritual.

O DIREITO Ă€ EXPRESSĂƒO SEXUAL EMOCIONAL.

A expressão sexual Ê mais que um prazer erótico ou atos sexuais. As pessoas têm o direito de expressar a sexualidade atravÊs da comunicação, toques, expressão emocional e amor.

A sexshop Ê uma loja de artigos eróticos, onde são vendidos uma grande variedade de produtos que estão conectados no universo da sexualidade e do erotismo como: lingeries, fantasias, masturbadores, vibradores, penetradores (próteses genitais, strap on) anÊis, capas e desenvolvedores penianos, bonecas inflåveis, artigos para pompoarismo, acessórios sadomasoquistas, cosmÊticos como cremes e gÊis eróticos, brincadeira eróticas (baralhos, dadinhos, raspadinhas e artigos para decoração de festas sensuais), camisinhas e entre outros. Na dÊcada de 1980 a maioria das sexshops americanas eram orientadas para o público masculino, possuindo cabines em que se podiam assistir filmes pornogråficos. Embora esse tipo de loja ainda exista (algumas no centro de São Paulo, por exemplo), houve uma evolução no

O DIREITO Ă€ EDUCAĂ‡ĂƒO INTEGRAL SEXUALIDADE.

Este Ê um processo ao longo da vida , desde o nascimento em todo o ciclo de vida e deve envolver todas as instituiçþes sociais .

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comércio em que novos tipos de lojas surgiram, abertas para a rua e mais acolhedoras para mulheres, separando radicalmente a venda dos produtos eróticos e a pornografia. Ao mesmo tempo em que algumas sexshops apareceram na história como “Superstores” no estilo americano, outras surgiram de forma lúdica, embora consciente do seu papel social. Patrocinavam séries de palestras e se envolviam em assuntos como saúde sexual, desvio de comportamentos e utilidade pública voltada à sexualidade humana. Este é o caso do Good vibrations, Xandria e My Spicy23.

Figura 17 | Identidade visual Xandria

Figura 18 | Identidade visual My Spicy

O Good vibrations, surgiu na década de 70, em São Francisco, ambiente que era vivenciado por jovens que discutiam a liberdade sexual, igualdade entre as diferenças, direitos da mulher e outros assuntos tratados como “tabus” da época. Foi criado por um grupo de mulheres feministas, com o objetivo de aumentar a quantidade de in-

formações e alternativas sexuais. Elas queriam tornar as experiências sexuais mais acessíveis e disponíveis e melhorar a qualidade e quantidade de informações. Esta sexshop queria, e quer até hoje, fugir de estereótipos e deixar claro que existem diferentes comportamentos sexuais. Do lado de fora da loja não se vê o que vende ali dentro, as paredes tem a mesma coloração de outros comércios vizinhos, são claras. Ali, há uma grande valorização do feminino, onde se encontram, por exemplo, cartazes com fotos de mulheres, naturais, trazendo o conceito de que a sensualidade é algo comum, para todos e de todos. O sexo nesse ambiente é um assunto tratado como fonte de prazer, divertimento e principalmente, saúde (mental e física). Conceito que ia totalmente contra ao que se sabia e se acreditava naquela época24. Em cada país ou cidade o aparecimento da sexshops aconteceu em uma data e circunstância diferente. Na Alemanha a primeira sexshop que foi aberta se chamava Beate Uhse25. Inaugurada em 1962, em Flensburg. Esta mesma sexshop em 2003 patrocinou uma equipe de handball da própria cidade. A pioneira do Canadá foi a Stag Shop, aberta em Waterloo, Ontário em 1972. Na Austrália, no mesmo ano, é aberta em Melbourne a Love Art Boutique. Em Milão, a primeira sexshop foi inaugurada em 1972, pela italiana Maria Angela e seu marido Ercole Sabbatini. Esta primeira loja enfrentou a população conservadora que pediu para que a polícia a fechasse diversas vezes. Depois que conquistou seu espaço, se tornou um marco nos

26

costumes da sociedade italiana, que foi tomada de sexshops por Roma e por todo o país26. Cada país também possui suas legislações sobre o mercado. Na Inglaterra, as sexshops são divididos em dois tipos: as hardcores e as lights. Cada um deste é responsável por um tipo de venda de acordo com a legislação inglesa, por exemplo, as hardcores vendem vibradores, acessórios sadomasoquistas e filmes pornográficos e as lights, lingeries, perfumes e pênis coloridos. Com atuais mudanças nas legislações foram permitidas as vendas de pornografia e sexytoys no mesmo ambiente27. A primeira sexshop do Brasil apareceu na década de 70 e se chamava Complement. Era uma loja de fachada e interior escuros, que em seu auge, chegou a mais de 20 lojas. Com o surgimento desse novo mercado aqui no Brasil, apareceu também outra novidade, o Disk Erótico do Brasil (0900). Com este modelo de negócios fazendo sucesso, um grupo americano de investidores criou a rede de lojas Ponto G, que fez muito sucesso, mas depois acabou ficando por conta dos próprios gerentes e perdendo a força inicial da marca. Essas duas marcas, mesmo que não tenham perpetuado até os dias de hoje, tiveram grande significado para o mercado erótico no Brasil, pois depois do surgimento delas, a necessidade de produzir nacionalmente produtos eróticos se tornou uma questão de grande importância, o que resultou no crescimento de uma nova área industrial no país28.


“... a mulher ĂŠ quem se preocupa e cuida mais do relacionamento, alĂŠm de ser mais sensĂ­vel, aberta a expor aquilo que sente.â€?29

De acordo com a pesquisa de perfil de consumo de produtos erĂłticos no Brasil feita pela ABEME em 2011 por todo o Brasil, as mulheres representam 70% dos frequentadores de sexshop. Na pesquisa justifica-se este dado com os seguintes motivos:

“... e que a busca por este tipo de produto ĂŠ a forma que o sexo feminino encontrou de expressar sua “demanda sexual e suas carĂŞncias.â€?.30 Em conversa com a Dra. Virginia Trindade, especialista em Ginecologia e ObstetrĂ­cia, ela afirma que a mulher encontra nos produtos erĂłticos uma nova forma de descobrir o prĂłprio corpo, uma vez que foi reprimida por questĂľes culturais e preconceito existente. Ou seja, a mulher procura os produtos para um autoconhecimento.

Figura 19 | Pesquisa de Frequencia de sexshops por gĂŞnero feita pela ABEME em 2011

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“O autoconhecimento trĂĄs consequĂŞncias positivas para os relacionamentos sexuais e afetivos, afinal esta nova mulher ĂŠ conhecedora de suas preferĂŞncias.â€?. Disse Virginia. EntĂŁo para entender melhor o pĂşblico e seu comportamento em relação Ă s sexshops foi desenvolvida, com a ajuda da Professora Maria Beatriz Ribolla, uma pesquisa qualitativa, explicativa, na forma de um questionĂĄrio que, depois, foi aplicada em mulheres acima de 18 anos.Esse questionĂĄrio foi elaborado, com perguntas de respostas dissertativas e tambĂŠm optativas. Foi aplicado pela internet e tambĂŠm ficou, impresso, na sala de espera de um consultĂłrio ginecolĂłgico, dando liberdade para as pessoas que quisesse respondĂŞ-lo. Lembrando que em nenhum momento foi perguntado nome, mantendo o anonimato e a privacidade de cada um. Como eram perguntas Ă­ntimas, foi interessante estas duas formas de abordagem, pois algumas mulheres ficariam envergonhadas, por exemplo, de escrever no papel e acharem que o mĂŠdico ou a secretĂĄria fossem ler e se sentiriam mais a vontade em casa, em seu computador, sozinhas, por acharem que assim teriam o anonimato. O fato da “entrevistadaâ€? se sentir sozinha, tanto na internet quanto no impresso, proporcionou facilidade de abertura nas respostas, jĂĄ que nĂŁo teve a presença de um entrevistador que pudesse gerar algum constrangimento ou limitação de informação. Foram coletadas 100 respostas, apresentadas em forma de infogrĂĄfico e analisadas a seguir31.


=

100 MULHERES

=

100%

Você já foi a uma sexshop?

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28


Você se considera frequentadora de sexshop? Qual sua frequência de compra?

As vezes ou a vez que você foi a um sexshop, de quem você estava acompanhada? 27%

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Definição para uma sexshop?

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Você costuma acessar os sites das lojas para se informar?

77%

NÃO costumam acessar

1% ($.$/$" 012345467" 819 $,): " ;

Você teria vergonha de compartilhar que foi a uma sexshop com as amigas?

Você já fez a compra de algum produto pela internet?

96%

94%

NUNCA fizeram compra online

#3 ?9541 9

2%

NÃO teriam vergonha

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1%

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100 MULHERES

Você teria vergonha de compartilhar que foi a uma sexshop com o (a) parceiro (a)?

=

100%

Você teria vergonha de sair com a sacola da loja e caminhar publicamente?

89% NÃO teriam vergonha

8%

-) ;#$%"

= Você teria vergonha de entrar numa sexhsop dentro de um shopping ou rua movimentada?

26%

NÃO teriam vergonha

23%

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NÃO teriam problema

14%

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5

1

G&3$%' 362%-$")$+

7%&8%' 362%-$")$+

Numere de 1 a 5, em ordem de importância de cada item para você na hora decisiva de entrar em uma sexshop

vitrine

nome da loja 37% 21%

localização 14%

37%

11%

12%

34% 30%

10%

22% 22%

26% 32

16% 6% 6%


fachada da loja

decoração da loja 30%

37%

35%

34%

20% 7% 7%

atendente da loja 48% 13%

19%

18%

6%

13%

4%

9% 33


pendente de gĂŞnero e orientação sexualâ€?. 22, jornalista, solteira “Loja para homens e mulheres

ÂŽ

que tem como propĂłsito melhorar a vida sexualâ€?. 22, estudante, solteira. Dos relatos das mulheres que jĂĄ foram a uma sexshop poucas descrevem boas experiĂŞncias, algumas descrevem como “engraçadasâ€? e “interessantesâ€?, mas a maioria relata experiĂŞncias negativas em relação aos ambientes que presenciaram:

“NĂŁo gostei muito do espaço,

De acordo com as respostas, comprova-se o que foi dito anteriormente, que o ambiente da sexshop ainda permanece muito no imaginĂĄrio das mulheres. Mesmo sendo maioria as entrevistadas que jĂĄ tiveram experiĂŞncia em uma loja, essa porcentagem nĂŁo ĂŠ tĂŁo expressiva. Da parcela das que jĂĄ foram, a maioria relata que foi uma vez apenas. A imagem que elas possuem sobre a sexshop, em sua maioria, nĂŁo se mostra preconceituosa e negativa, pois “loja como qualquer outraâ€? aparece em 50% das respostas. A segunda mais votada (27%) foi a opção “outrosâ€?. Entre as respostas, apareceram algumas curiosas, como:

achei tudo vulgar ao extremo, ape-

“Loja para homens e mulheres

que vocĂŞ entra jĂĄ da vontade de

que procuram algo a mais para sua

sair... Alguns sĂŁo melhorzinhos,

vida sexual�. 38, dentista, casada.

mas nunca fui em um realmente

“Uma loja para adultos, inde-

34

sar de querer ver ou comprar produtos. O ambiente gritando sexo (de formas nĂŁo tĂŁo agradĂĄveis) me fez sair da loja muito antes do que eu teria saĂ­do, se fosse pelo simples interesse.â€? 23, estudante, solteira. “Ah muitos sĂŁo meio caĂ­dos, esquisitos e quase vulgares, da vergonha de entrar e assim

legal.� 21, estudante, solteira.


“Esse apelo vulgar e perverso não me atrai. Talvez já existam, mas eu não conheço uma loja sem esse apelo, se soubesse de uma provavelmente iria!”. 54, psicóloga, casada. Essas experiências negativas fazem com que as mulheres não tenham vontade de retornar às lojas, o que faz com que não se tornem frequentadoras. Isto pode ser comprovado na resposta em que só 16% se consideram frequentadoras de sexshop. Além disso, os depoimentos mostraram como é importante a presença de um bom vendedor/ atendente tanto para informar como para que as clientes se sintam a vontade na loja:

“A princípio estranhei alguns dos objetos devido a suas cores e formas e tamanhos, mas apesar disso é notável como é uma loja/estabelecimento como qualquer outro, quando se tem dúvidas e pergunta aos vendedores, que respondem com seriedade e profissionalismo. A partir disso perdi o ‘taboo’ pelo sexshop e passou ser algo bem mais tranquilo.” 19, estudante, solteira.

legais que você vai se soltando.” 26, assistente de direção, solteira. Fato que também ficou comprovado com o gráfico de um dos tópicos da questão 16 (Atendente que informe sobre os produtos), em que o “muito importante” apareceu como escolha de 48% das mulheres. Mesmo com todos os meios de comunicação atuais, a forma de descoberta da loja que foi mais votada foi passando pela frente (21%) e pelas amigas ou amigos (18%), ou seja, o “boca a boca”. Isto também foi reforçado pelos gráficos “vitrine, localização e fachada da loja” da questão 16. Também nota-se que a grande maioria não costuma acessar os sites das lojas e que nunca efetuaram uma compra na internet. A relação da vergonha das pessoas com o assunto é mostrada nos gráficos das perguntas “vergonha de compartilhar com as amigas”, “vergonha de compartilhar com o (a) parceiro (a)”, “vergonha de entrar numa sexshop em um shopping ou rua movimentada” e “vergonha de sair com a sacola da loja”. Nas duas primeiras perguntas, podemos ver que no âmbito privado, as mulheres não têm vergonha de tratar o assunto com suas amigas e seus parceiros, mas quando tratamos do espaço público, a timidez e a dúvida começam a surgir. Nota-se que entre os dois primeiros gráficos e os dois últimos, há um aumento significativo do “Sim, teria vergonha” e do “Talvez”.

“Sim, no inicio fiquei meio tímida, mas depois os atendentes são tão

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com eles. Tornam-se sinalizadores de confiança que depositamos nas marcas.”. (STRUNCK, 2003, p28)

!"#$%&'()% A ideia de expressar e comunicar fatos e valores faz parte da vida do homem desde os tempos das cavernas em que desenhavam nas paredes suas experiências, como na idade média, em que as famílias eram simbolizadas por brasões que transmitiam seus valores e até hoje em que as marcas são representadas por suas identidades visuais.

“Os projetos de identidade visual têm como principal objetivo diferenciar para os consumidores quais suas marcas de valor entre milhares de outras. Os ícones criados, logotipo e símbolo, sintetizam e transferem para produtos e serviços toda a informação ou experiência que tenhamos tido

Quando uma marca (nome ou ideia) é representada de uma forma específica diz-se que esta possui uma identidade visual. Ou seja, um padrão que apresenta os mesmos componentes visuais em diferentes materiais aplicados, fazendo com que o consumidor os identifique como da mesma marca e diferencie de outras concorrentes. O termo Brand-equity significa o poder que uma marca tem de convencer o consumidor a escolher por ela entre a concorrência, para isto, necessita de reconhecimento e da imagem (associações feitas na mente). Por isto o desenho do símbolo e logotipo são importantes no desenvolvimento de uma identidade visual, pois além de diferenciar a marca, transmitem por meio da sua aparência sua credibilidade em relação aos valores e promessas.

“O ser humano pensa visualmente. As imagens agem diretamente sobre a percepção do cérebro, impressionando primeiro para serem depois analisadas, ao contrário do que acontece com as palavras.”. (STRUNCK, 2003, p. 52) Além disso, Strunck diz que o símbolo é “uma representação acrescida de emoção”, ou

39

seja, por ser dotada de emoção, a faz ficar mais presente na memória do consumidor.

“A marca é um nome, normalmente representado por um desenho (logotipo e/ou símbolo), que com o tempo, devido às experiências reais ou virtuais, objetivas ou subjetivas que vamos relacionando a ela, passa a ter um valor específico.”. (STRUNCK, 2003, p18) Toda marca possui um nome que é o que a torna única e diferenciável, pois traz consigo seus valores e deveres . Muitas vezes, depois de tempo de existência e boa administração , alguma marcas ganham força e passam a substituir o nome da categoria inteira dos produtos que vendiam e não apenas daquele produto específico, como: as laminas de barbear que se popularizam como “Gillete” o que torna a escolha do nome importante para a marca.

“O INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) considera como marca um nome, símbolo ou figura utilizados para identificar empresas, entidades, produtos ou serviços.”. (STRUNCK, 2003, p23) Os elementos institucionais que compõem uma identidade visual, a partir de um conjunto de


normas e especificaçþes são: Logotipo, símbolo, cor/cores e alfabeto padrão. O logotipo Ê formado por letras, por certo tipo de tipografia que formam a escrita do nome da marca. O símbolo Ê um desenho, que nos desperta uma sÊrie de informaçþes e experiências e que passa a significar um nome sem a necessidade da escrita. Os símbolos podem ser abstratos (não representam nada à primeira vista e necessitam ser aprendidos) ou os figurativos. Entre estes estão os baseados em ícones (fiÊis ao que pretendem representar), os fonogramas (formados por letras) e os ideogramas (que representam ideias e conceitos). A união do símbolo com o logotipo Ê conhecido por identidade visual. Esse arranjo pode ter variaçþes entre as aplicaçþes horizontais e verticais. Outros elementos que caracterizam a identidade visual são suas cores padrão, que ajudam no reconhecimento à distância da marca, e o alfabeto padrão, que se aplica a todo o material escrito complementar (folhetos, impressos e etc). As identidades visuais podem entrar na categoria das normativas (marca constituída apenas de combinação de letras, de um nome) como Ê o caso da identidade visual da sexshop AlizÊe antes do redesign, Figurativas (predominantemente escrita por letras, mas com a presença de sinais gråficos) ou Mista (constituída de símbolo e logotipo).

&!$,#%0 Figura 20 e 21 | Identidade visual e fachada da Constantine

CONSTANTINE

A Constantine tem apenas uma loja fĂ­sica que fica no bairro de Moema em SĂŁo Paulo, ela nĂŁo se denomina uma sexshop, mas sim uma “boutique sensualâ€?. O que a diferencia das outras citadas anteriormente ĂŠ que seu produto principal sĂŁo lingeries, mas ela tambĂŠm vende alguns (poucos) artigos erĂłticos (sexytoys e cosmĂŠticos) e tambĂŠm oferece cursos de sensualidade (massagens, strip tease e etc), eventos (despedida de solteira, chĂĄ de lingeries e etc) e outros serviços como o book sensual. NĂŁo possui compra online como as outras, mas mantĂŠm um blog com as mais variadas publicaçþes, desde a programação dos cursos, produtos novos, atĂŠ curiosidades erĂłticas como, por exemplo, o que ĂŠ o sexo tântrico.

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ADĂƒO E EVA

Criada em 2007, sua venda se realiza apenas por compras online, possui produtos de fabricação própria e linhas de marcas próprias como: Sexy Hot, Playgirl, Tenga, Eva Collection, Eva CosmÊticos e Evolved Novelties.

Figura 22 | Identidade visual atual AdĂŁo e Eva


EROTIKA FAIR

A Erótika Fair é a quarta maior feira do mundo e o encontro mais importante do mercado erótico latino americano. Acontece anualmente em São Paulo, em 2014 será sua 21ª edição em que são esperados 50.000 visitantes (em 2013 recebeu 32.000 visitantes). O evento é aberto para todo o público (sendo apenas maiores de 18 anos). Na feira são mostradas novidades do mercado, além de shows sensuais, concurso de pole dance, brincadeiras sensoriais, entre outras atrações. Os expositores do evento são marcas tanto nacionais quanto internacionais além de

Figura 23 | Identidade visual Erotika fair

empresas apoiadoras e órgãos públicos. A participação nesse evento para essas marcas é muito importante para apresentar lançamentos e inovações, além de ter uma grande exposição e fixação da marca.

LOJA DO PRAZER

É considerada uma empresa de produtos sensuais, pois além de vender é a maior fabricante da América Latina (exportando produtos também para a Europa). Foi fundada em 2003 e hoje possui mais de 500 lojas pelo Brasil inteiro. Em seis anos de existência conquistou 20% do mercado brasileiro.

A loja do prazer não possui lojas físicas, as compras podem ser efetuadas apenas pelo telefone ou site. Foi aberta em 1995 e hoje se tornou a maior sexshop da América Latina. De acordo com a descrição do próprio site da loja: “Nossa missão é ajudar os clientes a entrarem em um universo repleto de sensualidade e novas percepções. Os cinco sentidos nos auxiliam nessa busca por produtos que transportam a imaginação e levam a lugares especiais, e propiciam estados únicos em momentos de prazer.”

Figura 24 | Identidade visual Hot Flowers

Figura 25 | Identidade visual Loja do prazer

HOT FLOWERS

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BEATE UHSE

!"&!$,#%0 HONEY BIRDETTE

Sexshop australiana em que os produtos vĂŞm de vĂĄrias partes do mundo (Londres, RĂşssia, AustrĂĄlia), mas que eles fazem questĂŁo de dizer em seu site que sĂŁo selecionados pessoalmente e cuidadosamente pela equipe. Possui loja online e venda por consultoria.

Figura 26 | Identidade visual Honey Birdette

O nome Ê inspirado na sua criadora, Beate Uhse, a alemã que foi responsåvel pela democratização sexual na Alemanha. A cadeia tem mais de cem lojas na Europa, alÊm de canais de programação sexual na televisão e na internet. Recentemente a marca foi redesenhada. O novo logotipo quebrou com o anterior, agora Ê formado por um delicado coração que envolve as letras iniciais da marca B e U. Não só a forma, mas a cor tambÊm foi totalmente modificada. O responsåvel pelo novo desenho da marca foi o Oeding Studio, em Hamburgo, na Alemanha. A nova marca ainda não foi aplicada nas lojas e no site da loja.

Figura 30 | Fachada Beate Uhse

ANN SUMMERS

Figura 27 | Identidade visual antiga Beate Uhse

Figura 28 e 29 | Identidade visual atual Beate Uhse

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O nome Ann Summers originou-se do nome da secretåria do seu fundador, Kim Caborn Waterfield, começou com a abertura de sua primeira loja em 1970, em Londres. Hoje são mais de 140 lojas de rua, não só no Reino Unido como tambÊm Espanha e Irlanda. Seu diferencial Ê que hoje possui alÊm de produtos eróticos, um serviço de planejamento de festas que foi incorporado em 1981. Ann Summers nova loja no Westfield Stratford City (maior shopping da Europa que fica em Londres)apresenta um novo conceito da loja desenvolvido pela Fitch, junto à equipe Ann Summers. Para a criação do novo conceito os designers e a equipe visitaram vårias sexshops da concorrência, chegando ao que diferencia a Ann Summers dos outros: a confiança que seus consumidores têm na marca, afinal que outra


marca é convidada por seus clientes a entrar em suas casas e nela podem confiar seus desejos mais íntimos? “Queríamos criar um ‘Playground para os curiosos’ onde os clientes serão incentivados na loja e terão a oportunidade de explorar produtos e, por sua vez, a sua própria sexualidade. Anteriormente, havia uma tendência a esconder certos produtos, mas agora queremos ressaltá-los orgulhosamente por toda a loja”, contou Tracy Tran em entrevista para o site Shop spec.

Figura 36 | Fachada Coco de Mer Figura 34 | Sacola Ann Summers

COCO DE MER

Aberta por duas irmãs, primeiramente, em Londres, na Inglaterra e posteriormente em outros lugares como Los Angeles e Nova York, seu valor sempre foi transmitir a sexualidade com classe, inteligência, irreverência e humor, além disso, fazer com que os clientes se sintam confortáveis para explorar, tanto a loja quanto sua sexualidade. Entre os produtos encontram-se desde lingeries desenhadas por Stella McCartney32 até quadrinhos pornôs vintage33. Um diferencial é que as atendentes são orientadas para experimentar os produtos, já que as criadoras da marca acreditam que não se pode vender com confiança um produto a menos que você o tenha experimentado.

Figura 31, 32 e 33 | De cima para baixo: identidade visual, fachada e interior da loja Ann Summers

Figura 35 | Identidade visual Coco de Mer

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STAG SHOP

A primeira loja, como já foi dito antes, foi aberta em Waterloo, Ontário, em 1972. Foi uma família que iniciou o negócio, com o nome de “Stag Novelties Books” (livros inovadores Stag), pois os produtos que eram vendidos eram livros eróticos e impressos informativos sobre sexualidade, mas, na época, ficou famosa pelas fantasias de Halloween. O número de lojas cresceu, e sua gama de produtos se tornou mais ampla; as lojas continuam situadas em Ontário e também há a opção de venda online pelo site. “Hoje, a família Hoera construiu um império de lojas de diversão adulta e continua oferecendo conforto e conveniência na experiência de compras para homens e mulheres” assim se descrevem no próprio site da loja.

Figura 37 | Identidade visual Stag shop


KIKI DE MONTEPASSE

Sexshop americana de luxo que se define como “a celebração da intimidade e do romantismo”. Diferentes das outras sexshops apresentadas anteriormente, a Kiki de Montepasse não possui uma grande variedade de vibradores ou estimuladores. Seu foco não é a diversidade, mas sim a qualidade e sofisticação, os produtos que encontramos ali são: lingeries, cosméticos eróticos e alguns objetos de fetiche como chicotes, algemas e palmatórias. Algumas de suas peças de vestuário até apareceram em fotos de capa de revistas como Vanity Fair e Vogue.

PASSAGE DU DESIR

Sexshop francesa que foi aberta em 2006, mas seu nome atual apareceu só em 2007. A marca associa diretamente a relação sexual com o afeto e o amor, por isso ela se considera uma “Love store”, ou seja, uma loja que vende amor. Em seu site ela defende em sete pontos porque não é considerada uma sexshop e sim uma “Love store”, entre eles, afirma que os produtos não são consequência de uma frustração sexual e sim um complemento.

GOOD VIBRATIONS

Como já foi dito antes, a loja foi criada em 1970 em São Francisco por um grupo de mulheres feministas. O objetivo era aumentar a quantidade de informações e alternativas sexuais e torná-las acessíveis. O conceito tradicional da loja é o de valorização do feminino e naturalidade da sexualidade. O sexo é visto como saúde mental e física. A loja abriu também um museu sobre a história do vibrador, o Antique Vibrator Museum.

Figura 42 | Identidade visual Good Vibrations

Figura 38 e 39 | Identidade visual e interior da Kiki de Montparnasse

Figura 40 e 41 | Identidade visual e fachada da Passage du Desir

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Figura 43 | Identidade visual museu Antigue Vibrator


ÂŽ Observa-se que entre as tipografias mais utilizadas encontram-se as nĂŁo serifadas e com espessura uniforme, com exceção da Good Vibrations e AdĂŁo e Eva. A tipografia fantasia tambĂŠm aparece em algumas, como a Beate Uhse, Honey birdette e Constantine. É interessante observar o redesenho da Beate Uhse que antes fazia uma referĂŞncia com as letras E e A Ă uma posição sexual (69), e agora, com as letras B e U um coração. Isto indica que antes ela usava de um sĂ­mbolo sexual e agora de um afetivo, o que mostra sua nova conceituação que ĂŠ transmitida tambĂŠm pela tipografia utilizada, gestual, que atribui Ă loja romantismo.

Entre os sĂ­mbolos que acompanham os logotipos nota-se muito o uso de desenhos de maçãs e coraçþes, mas tambĂŠm de fechaduras e flores. A maioria desses sĂ­mbolos aparece com uma conotação de “proibiçãoâ€?, “algo escondidoâ€? e “pecadoâ€?, por exemplo, a maçã: ĂŠ o sĂ­mbolo cristĂŁo do pecado. Na identidade visual da marca Ann Summers a maçã aparece mordida, como se instigasse a mordida de Eva no paraĂ­so, o que no caso, agrega Ă marca o valor de “pecadoâ€?. A fechadura permite a mesma interpretação, de algo trancado, Ă s escondidas, proibido. TambĂŠm muitas utilizam o sĂ­mbolo do coração, como jĂĄ foi dito antes, que agrega o conceito de afetividade e traz um toque de romantismo. Entre as identidades que nĂŁo fazem o uso dos sĂ­mbolos descritos anteriormente, encontramos as Good Vibration, Coco de Mer, Kiki de Montparnasse, a Honey Birdette e a Constantine. A Good Vibration, por exemplo, tem como sĂ­mbolo o desenho de uma mulher que possui sensualidade (forma como mostra os ombros), de modo sutil, que traz para a marca feminilidade, naturalidade e sensualidade, conceitos que a marca quer transmitir. Entre as cores que aparecem, ĂŠ muito comum o uso do preto, do rosa e do vermelho. A Ăşnica que foge disto ĂŠ a Coco de Mer, que usa marrom e bege. Um diferencial notado nos concorrentes indiretos ĂŠ que as sexshops tĂŞm um lado cultural, alĂŠm da venda. A maioria tem a preocupação em informar sobre sexualidade, seja abrindo

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um museu como o Vibrator Museum ou como a Good Vibrations que gerencia cursos e aulas para tornar acessível e natural a sexualidade para a mulher. Jå nos concorrentes diretos, nota-se que alÊm da venda, muitos tambÊm são os próprios fabricantes de alguns produtos, o que torna a aplicação de sua identidade visual ampla, porque pode ser aplicada a materiais de apoio, frotas e produtos com variaçþes de linhas.



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³° A AlizĂŠe se situa no Jardins, bairro nobre de SĂŁo Paulo em uma rua bastante movimentada, a Alameda Lorena. A loja foi aberta pela empresĂĄria Fabiana Pragier, que sempre teve interesse no assunto, mas virou realidade depois de sua viagem pela Europa. Nesta viagem, ela conheceu as melhores e mais conhecidas sexshops do mundo e quando voltou, Fabiana criou um blog que originou o nome da loja “AlizĂŠeâ€?, em que ela dava informaçþes sobre produtos erĂłticos e outros temas envolvendo o assunto, depois, em março de 2011, ela abriu a loja. O nome AlizĂŠe foi escolhido por Fabiana, por gostar da lĂ­ngua francesa. AlizĂŠe significa “ventos alĂ­siosâ€?, que sĂŁo os ventos que preveem uma tempestade. O objetivo e o diferencial da loja ĂŠ o de trazer produtos elegantes, luxuosos e diferenciados em qualidade e inovação, que vĂŞm do mundo inteiro, nĂŁo sĂł isso, Fabiana gostaria de trazer

a sexualidade para o bem estar das pessoas, como saúde mental e física. Seu público Ê de classe A e B e Ê, em sua maioria, feminino. Mas, durante conversa, Fabiana afirmou que os homens têm se mostrado curiosos e interessados em relação aos produtos eróticos e que o número de clientes masculinos têm aumentado cada vez mais, por isso não gostaria de afastå-los. A faixa etåria dos consumidores Ê de 18 atÊ 40 anos, mas Fabiana afirma que seus clientes mais fiÊis estão entre 30 e 40 anos e que se pudesse, gostaria de atingir o público mais velho de 40 a 60 anos. Como qualquer sexshop, ela desperta vårias sensaçþes e sentidos jå que seus produtos podem atrair o cliente não só pela visão, mas pelo olfato ou tato. Por isso, alÊm da apresentação das aplicaçþes da identidade visual, serå apresentado um estudo de como Ê a disposição da loja e quais sentidos cada årea desperta.

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Figura 44 | Identidade visual AlizĂŠe


estante

estante

balcão

estante vidro estante

mesa

estante

estante

caixa arara

lelo mesa estante vitrine

FACHADA O movimento da rua é praticamente de carros, quase não passam pedestres por ali o que Fabiana julga positivo por as pessoas se sentirem menos tímidas. Dependendo da luz do sol o vidro da vitrine reflete, então o primeiro local que se vê quando se aproxima da loja é o escrito em adesivo na parede ao lado da porta.

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estante

estante

balcão

estante vidro estante

mesa

estante

estante

caixa

VESTUÁRIO As meias (penduradas na estante) não podem ser abertas, por isso, o estímulo é apenas visual. Já as lingeries, primeiro, chamam atenção visualmente, depois surge a necessidade de tocar e sentir a textura do tecido na pele e também provar para ver o caimento.

arara

lelo mesa estante vitrine

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estante

estante

balcão

estante vidro estante

mesa

estante

estante

caixa arara

lelo mesa estante vitrine

CENTRO DA LOJA No centro da loja encontra-se o caixa e duas estantes que possuem diversos produtos, entre eles, livros e DVDs eróticos. Fabiana optou por não colocar DVDs pornográficos, pois a pornografia agrega um valor negativo, aos olhos dos clientes, a loja. Estas estantes possuem alguns produtos dentro das caixas tornam o estímulo apenas visual porque não se pode abri-las e também outros que podem ser manuseados como os DVDs, os livros e alguns objetos de fetiche como penas, chicotes, tapa-olhos e etc.

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estante

estante

balcão

estante vidro estante

mesa

estante

estante

caixa

BAR Dentro da Alizée há esse espaço mais descontraído, como se fosse um bar. Aos sábados é servido para os clientes um energético afrodisíaco (Yxaiio) e também é usado para alguns eventos como lançamentos.

arara

lelo mesa estante vitrine

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estante

estante

balcão

estante vidro estante

mesa

estante

estante

caixa arara

lelo mesa estante vitrine

FUNDO DA LOJA (esquerda) No fundo da loja à esquerda ficam algumas próteses e os cosméticos. As próteses ficam dentro de suas embalagens, que são transparentes, por isso, o estímulo é apenas visual. Já os cosméticos, além da visão, provocam também o tato e o olfato, já que algumas amostras ficam expostas na prateleira.

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FUNDO DA LOJA (direita) Do outro lado, ou seja, a direita, estão os objetos mais cômicos, como o guardanapo com desenho de pênis (imagem à esquerda) e também um aquário que divide este espaço e o do bar. No aquário encontram-se alguns objetos mais diferenciados, por exemplo a prótese de vidro maçiço. Este é o único objeto que se pode manusear, os outros ficam fechados. Por isso, nesta área o estímulo principal é a visual.

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PAPELARIA

Flyer Cart達o de visita (frente a cima everso abaixo) Ficha de cadastro

Tag (frente a cima everso abaixo)

Flyer

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Sacola e fita


DIGITAL

Homepage do site

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UNIFORMES

Fanpage

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ÂŽ A tipografia utilizada no logotipo da AlizĂŠe ĂŠ sem serifa e com a letra “Aâ€? em um maior tamanho de corpo de texto e ĂŠ manuscrita, a assinatura “erotic storeâ€? tambĂŠm ĂŠ em uma tipografia nĂŁo serifada. A identidade visual nĂŁo transmite qualquer tipo de erotismo ou sensualidade, por isso, nĂŁo define sobre o que ĂŠ a loja ou o que vende ali dentro. NĂŁo hĂĄ uma padronização da identidade visual que aparece em diferentes materiais e em diversas cores e formatos. Por exemplo, no cartĂŁo de visita a identidade visual aparece aplicada na cor vinho, com a assinatura alinhada Ă direita com o logotipo; jĂĄ no flyer, ela aparece em preto e a assinatura centralizada com o logotipo. Na fachada da loja temos o mesmo problema de falta de padronização jĂĄ que na porta de entrada, onde estĂĄ aplicada a identidade visual, a

assinatura aparece como “erotic storeâ€? e depois, na vitrine aparece como “objetos de prazerâ€?. As sacolas e o papel seda nĂŁo possuem nada que indique que sĂŁo da AlizĂŠe, alĂŠm disso, nĂŁo possui uma caixa para pacotes para presente. Fabiana justifica que os clientes se preocupam com as sacolas e embrulhos, pois querem discreção. AlĂŠm disso, mesmo possuindo uma ĂĄrea para tomar um cafĂŠ ou uma ĂĄgua dentro da loja, onde elas servem aos finais de semana um energĂŠtico afrodisĂ­aco ela nĂŁo possui material de apoio como copos, taças e xĂ­caras padronizados e com a identidade visual aplicada.

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Entre os motivos e objetivos do redesign estå trazer uma padronização da identidade visual, jå que se observou que alÊm de possuir dois tipos de assinatura existem duas cores diferentes de logotipos aplicadas em diferentes materiais de papelaria. AlÊm disso, trazer sensualidade e erotismo para a identidade visual de forma elegante e neutra, porque deve dialogar com o público feminino e masculino de classes A e B que buscam discrição.



µ



ÂŻ 44

Como foi dito antes, o objetivo era trazer para a identidade visual o erotismos e a sensualidade de forma elegante e um objeto da sexshop que consegue transmitir sensualidade, erotismo e elegância Ê a pena. Por isso, a pena foi o símbolo de inspiração para o desenho da identidade visual, que teve como conceito principal a leveza. A fim de reunir referências visuais, foi feito um panel semântico que reunia os seguintes conceitos: sensualidade, erotismo e leveza. A partir deste painel semântico os primeiros desenhos foram feitos com referência na leveza da pena e na sensualidade das curvas femininas.

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48 49

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,0#'&%0 Os primeiros estudos feitos a caneta foram digitalizados (a esquerda) para que se pudesse ajustar detalhadamente a forma do símbolo para que ele tivesse uma relação com a genitália e curva feminina sem ser muito evidente, para que fosse erótico, mas não vulgar. Depois disso, foi feito um estudo de rotação do símbolo e como referência foi usado o ângulo de ereção do homem34 junto ao encaixe com o retângulo de proporção áurea (a direita).

Figura 51

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alizée


,0#'&%0 ³° Foi feito um estudo de relação entre o símbolo e o logotipo. Para manter a leveza, foi colocado o logotipo embaixo do símbolo, alinhando a parte mais baixa do símbolo com a altura x do logotipo para que ficasse a impressão de que a ascendente do logotipo que “empurra” a linha, formando a curva do desenho do símbolo.

alizée 69

altura x


alizée

alizée

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alizée

Alizée

alizée

70


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ÂŽs

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Entre as tipografias escolhidas para o logotipo estavam as serifadas, para que agregasse elegância e formalidade à identidade visual. Entre estas, foi escolhida a família Bookman Old Style em versão itålica, porque seguia a diagonalidade do desenho. AlÊm disso, sua expessura variada e seu peso gråfico dialogam com o símbolo. A escolha de uso só de caixa baixa se deu pelo desenho orgânico que elas possuem.

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,0#'&%0 ® As cores presentes nos estudos cromáticos foram referências de cores de lingeries que foram lançadas pela loja Loungerie e também das cores utilizadas na capa da revista Marie Claire de abril. A loungerie, como a Marie Claire, foi escolhida por ser uma loja que possui o mesmo público da Alizée. Além disso, produz lingeries confortáveis para o dia a dia e sensuais ao mesmo tempo.

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Figura 52 | Capas (de assinante e banca) da Marie Claire que foram referência em cor

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!&,"#!&/&,. s A cor escolhida no final foi o rosa em um tom mais escuro, por ser uma cor que transmite feminiliade e afetividade e por dialogar com mulheres mais velhas e, por consequência, mais maduras, o que faz com que sua sexualidade seja mais madura. Jå o cinza traz uma neutralidade para a identidade visual, jå que entre os objetivos existe a preocupação de dialogar tambÊm com o público masculino e, alÊm disso, a leveza desejada.

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Material de apoio

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Placa de entrada

Simulação de fachada

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° A partir da pesquisa que foi feita, percebe-se que hå uma mudança tanto da ideia das pessoas em relação as sexshops, quanto do próprio mercado, que cria as mais diversas soluçþes para lutar contra o preconceito e ser aceita pela sociedade. Acredita-se que o resultado do desenho da identidade visual antinge os objetivos propostos inicialmente: desenvolver uma identidade visual que contenha erostimo, jå que trata de produtos eróticos, de uma forma leve e com a discrição que o público procura. Como um dos próximos passos do projeto estå o de desenvolver um novo desenho para o site, em questão de diagramação e tambÊm produção fotogråfica dos produtos. AlÊm disso, a questão de ambientação da loja, repensando não só a aplicação da identidade visual, mas deixar o ambiente mais íntimo e confortåvel, por exemplo trocando o piso frio por algo mais caloroso.

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HISTĂ“RIA DO VIBRADOR A criação dos vibradores surgiu da necessidade do tratamento mĂŠdico da doença “histeriaâ€?, que acreditavam existir no sĂŠculo XIX. Esta doença era diagnosticada apenas em mulheres, a partir de sintomas como irritabilidade, insĂ´nia, ansiedade, entre outros. As “doentesâ€? iam aos consultĂłrios para que “fossem curadasâ€? atravĂŠs da masturbação. Ou seja, o mĂŠdico massageava o clitĂłris atĂŠ que a paciente atingisse o orgasmo, conhecido na ĂŠpoca como “paroxismo histĂŠricoâ€? e entĂŁo os sintomas desapareciam. Como resultado apareceram consultĂłrios cheios de mulheres buscando a “curaâ€? de seus problemas. Isto fazia com que os mĂŠdicos passassem horas fazendo as “massagens clitorianasâ€?. Este movimento maçante e repetitivo fez com que os mĂŠdicos desenvolvessem problemas nas mĂŁos e entĂŁo surgiu a necessidade de

algo que “agilizasseâ€? e mecanizasse o tratamento, nascendo o primeiro “vibradorâ€?: “The manipulatorâ€?35. Este surgiu em 1869, patenteado e nomeado por um medico americano, George Taylor. Era uma mesa que funcionava a vapor e tinha uma superfĂ­cie protuberante, que ficava na regiĂŁo pĂŠlvica da mulher e vibrava. A partir daĂ­, a busca de produtos para evitar a masturbação com as mĂŁos e manipulĂĄveis, ainda que este fosse um “ato proibidoâ€? seguiu, aparecendo, mais tarde, o primeiro vibrador manuseĂĄvel movido a manivela e depois, em 1902, o primeiro vibrador elĂŠtrico36. Os estudos seguiram, aparecendo os movidos a bateria, que sĂł tiveram sucesso na dĂŠcada de 80, como o Beauty Pop. Em 1900 tiveram alguns expostos na exposição de Paris. A contradição estava muito presente, pois havia repressĂŁo e a cura ao mesmo tempo, o que fez o orgasmo carregar o valor de “Veneno e remĂŠdioâ€?. AtĂŠ que em 1952, a Associação Americana de Psiquiatria descaracterizou aqueles sintomas como uma doença e somado aos fato dos filmes pornogrĂĄficos da ĂŠpoca utilizarem vibradores para estimular apenas o prazer nas mulheres, os mesmos perderam sua imagem de “remĂŠdioâ€? perante a sociedade. Mais tarde, surgiu a ideia de que o “uso descontroladoâ€? do produto pudesse gerar um vagininismo ou lesbianismo, ou seja, que nĂŁo sĂł nĂŁo era um remĂŠdio, mas que faria mal a saĂşde. Este fato pode explicar, por exemplo, o porquĂŞ de algumas pessoas se sentirem em um lugar proibido ao entrar nas sexshops, pois

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estas tem como conceito o prazer e isto jĂĄ foi visto como “proibidoâ€? e negativo. Na ĂŠpoca em que ainda acreditavam no tratamento da “histeriaâ€?, os vibradores apareciam livremente anunciados em revistas femininas, depois desta ĂŠpoca, os mesmos desapareceram dos impressos, atĂŠ retornarem nos anos 60, com a revolução sexual, nomeados de “artigo sexualâ€?36. Os desenhos de vibradores como conhecemos hoje, apareceram em sexshops como a “good vibrationsâ€?38 da ĂŠpoca de 60/70, conhecidos como dildos. O movimento feminista afirmava que o dildo ia alĂŠm da imitação de um pĂŞnis, era uma “prĂłtese complexa da mĂŁo lĂŠsbicaâ€?. Ou seja, era visto como algo proibido, jĂĄ que enxergavam o homossexualismo como doença, e este, justamente era dito como “mĂŁo lĂŠsbicaâ€?. AlĂŠm disso, o sexo se tornava uma prĂĄtica com um objetivo: o prazer e nĂŁo a “procriação da espĂŠcie. A mudança deste pensamento sobre os vibradores começou a partir da dĂŠcada de 70, depois que muitos sexshops jĂĄ existiam pelo mundo. Uma das responsĂĄveis por esta mudança foi a artista Betty Dodson que na ConferĂŞncia em Nova York da Organização Nacional de sexualidade feminina (National Organization for Women sexuality conference in NYC) promoveu o vibrador eletrĂŠtrico como artigo de prazer superior e indutor de orgasmo e em 74, publicou o folheto Liberating Masturbation: A meditation on Selflove39 (“Liberando a masturbação). AlĂŠm disso, o vibrador apareceu na televisĂŁo e no cinema, fortes meios de comunicação de massa, em 1998 e uma sĂŠrie de grande sucesso Sex and the City, e em 2007 no documentĂĄrio


Passion and Power: The technology of Orgasm e em 2011 no filme Hysteria, que concorreu prêmios no Festival de Toronto. Na literatura, apareceram livros que contam sobre a história destes artigos, como o de Rachel P. Maines: The Technology of Orgasm: Hysteria, the vibrator, and Women’s Sexual Satisfaction. E também surgiram museus, como o Antique Vibrator Museum, aberto pela sexshop Good Vibrations. EMENDAS WAS AGOSTO/1999 As seguintes emendas foram aprovadas pelo World Association for Sexology (WAS)40: 1. O DIREITO À LIBERDADE SEXUAL . A liberdade sexual diz respeito à possibilidade dos indivíduos em expressar seu potencial sexual. No entanto , isso exclui um ll formas de coerção, exploração e abuso em qualquer época ou situações de vida. 2. O DIREITO À AUTONOMIA SEXUAL, INTEGRIDADE SEXUAL EA SEGURANÇA DO CORPO SEXUAL. Este direito envolve a habilidade de tomar decisões autônomas sobre a própria vida sexual num contexto de sua própria ética pessoal e social. Também inclui o controle e o prazer de nossos corpos livres de tortura , mutilação e violência de qualquer espécie. 3. O DIREITO À PRIVACIDADE SEXUAL. Isso envolve o direito às decisões individuais e

aos comportamentos sobre intimidade desde que não interfiram nos direitos sexuais dos outros. 4 . O DIREITO A IGUALDADE SEXUAL. Isso se refere à liberdade de todas as formas de discriminação, independentemente do sexo, gênero, orientação sexual, idade, raça, classe social, religião ou deficiência física e emocional. 5. O DIREITO AO PRAZER SEXUAL. O prazer sexual , incluindo auto-erotismo, é uma fonte de bem-estar físico, psicológico, intelectual e espiritual. 6. O DIREITO À EXPRESSÃO SEXUAL EMOCIONAL. A expressão sexual é mais que um prazer erótico ou atos sexuais. As pessoas têm o direito de expressar a sexualidade através da comunicação, toques, expressão emocional e amor. 7. O DIREITO DE SEXUALMENTE ASSOCIAR-SE LIVREMENTE . Isso significa a possibilidade de casamento ou não, ao divórcio, e ao estabelecimento de outros tipos de associações sexuais responsáveis. 8. O DIREITO DE FAZER LIVRE E RESPONSÁVEL ESCOLHAS REPRODUTIVAS. Isso engloba o direito de decidir se quer ou não ter filhos , o número e o espaçamento dos filhos e o direito de pleno acesso aos métodos de regulação da fertilidade. 9. O DIREITO À INFORMAÇÃO SEXUAL BA-

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SEADA NO CONHECIMENTO CIENTÍFICO . Este direito implica que a informação sexual deve ser gerada através do processo de inquérito desembaraçado e ainda cientificamente ético e disseminado em formas apropriadas de todos os níveis sociais. 10. O DIREITO À EDUCAÇÃO INTEGRAL DA SEXUALIDADE. Este é um processo ao longo da vida, desde o nascimento em todo o ciclo de vida e deve envolver todas as instituições sociais . 11. O DIREITO À SAÚDE SEXUAL . Cuidados de saúde sexual deveria estar disponível para a prevenção e tratamento de todos os problemas sexuais, preocupações e desordens. QUESTIONÁRIO

LEGENDA Múltipla escolha Escolha única entre uma lista


1. Idade, profissão e estado cívil. 2. Você já foi a uma sexshop?Se sim, conte como foi a experiência e suas impressões. 3. Se a resposta para a pergunta anterior foi sim, como descobriu a existência da loja? Indicação de um amigo (a) Indicação do parceiro (a) Pela internet Por algum impresso (folder, revista e etc) Outros 4. Se a resposta foi não, quais os motivos que te levaram a nunca ter ido. 5. As vezes ou a vez em que você foi a uma sexshop, de quem você estava acompanhada? Estava sozinha Com as amigas Com uma amiga

7. Você teria vergonha de compartilhar que foi a sexshop com as amigas? 8. E com o parceiro (a)? 9. Você teria problema em entrar numa sexshop dentro de um shopping ou rua movimentada? Por quê?

Vitrine

Não. Sim. Sim, até recebo novidades por email.

13. Se você tivesse que definir uma sexshop, qual de-

Localização

finição você acharia a mais adequada: Loja como qualquer outra

Loja vulgar

5 muito importante

Nome da loja 1 pouco importante

Outros

Para comprar um presente

1 pouco importante

12. Você já fez a compra de algum artigo sexual pela internet? Se sim,o que?

Loja para mulheres

Buscando um produto específico

Sim, até recebo novidades por email.

11. Você costuma acessar os sites das lojas para saber as novidades?

Loja para homens

Costume

Sim.

16. Numere de 1 a 5, a ordem de imporância de cada item para você na hora de decidir entrar em uma sexshop e comprar algo.

Com o parceiro(a)

Curiosidade

Não.

10. Você teria problema em sair da loja com a sacola e caminhar publicamente? Por quê?

Com uma amigo

6. Você iria a uma sexshop por quais motivos?

15. Você costuma acessar os sites das lojas para saber as novidades?

1 pouco importante

5 muito importante

5 muito importante

Fachada da loja 1 pouco importante

Outros 14. Você se considera frequentador de sexshop? Qual sua frequência de compra? Não. Sim, 1 vez a cada ano. Sim, 1 vez a cada 6 meses.

Por causa de alguma data comemorativa

Sim, 1 vez a cada 3 meses.

A vitrine da loja chamou atenção na rua

Sim, 1 vez por mês.

Outros

Sim, mais de 1 vez por mês

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5 muito importante

Decoração 1 pouco importante

5 muito importante

Atendente que informe sobre os produtos 1 pouco importante

5 muito importante


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Figura 53 | Gráfico D ar

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Proporção

GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO DE TEMAS REPRODUZIDOS DAS MÚSICAS DE 2009 POR TIPO DE MÚSICA.


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Âľ 1 | A palavra sexshop serĂĄ escrita assim como a autora Paula Aguiar escreve em seu livro Sexshop – Guia de NegĂłcios, Volume I: sem hĂ­fen, como substantivo feminino, apoiando o dicionĂĄrio AurĂŠlio Brasileiro, adquirindo um sentido mais amplo, incluindo cursos sensuais, pompoarismo, fantasias, lingeries sexys e arte sensual erĂłtica. AlĂŠm da colocação de sinĂ´nimos como boutique erĂłtica, loja sensual, loja erĂłtica e loja de produtos erĂłticos. 2 | SerĂĄ explicado adiante, ao longo do texto, no capĂ­tulo “Surgimento dos vibradoresâ€?. 3 | Trecho retirado da cartilha da consultora da Associação Brasileira das Empresas do Mercado ErĂłtico e Sensual ABEME. 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | Fonte: ABEME. 9 | 10 | De acordo com Museu do sexo. 11 | De acordo com Clemara Bidarra, autora do livro Erotismo: MĂşltiplas faces. 12 | Ainda de acordo com Clemara Bidarra, autora do livro Erotismo: MĂşltiplas faces.

13 | De acordo com a Revista MĂŠtis. 14 | Descrição retirada do site do British Museum. 15 | De acordo com a matĂŠria 92% of Top Ten Billboard Songs Are About Sex de Dino Grandoni que saiu no site The atlantic Wire. 16 | Pesquisa completa disponĂ­vel no anexo. 17 | Dildo ĂŠ a palavra da LĂ­ngua Portuguesa ou da Americana que ĂŠ usada para descrever um objeto fĂĄlico com o intuito de ser usado para provocar estĂ­mulos sexuais atravĂŠs do contato, fantasia ou penetração oral, anal ou vaginal. Ou seja, uma prĂłtese ou um pĂŞnis de mentira. 18 | Segundo o site do museu Antique Vibrator Museum. 19 | De acordo com matĂŠria publicada no site JusBrasil. 20 | De acordo com a matĂŠria “Prazer, testadora de produtos erĂłticos ao seu disporâ€? da revista Glamour. 21 | De acordo com matĂŠria “Orgasmo feminino tem efeito terapĂŞutico, sugere pesquisadorâ€?. 22 | Todas as emendas que foram aprovadas encontram-se no anexo. 23 | 24 | De acordo com AGUIAR. Paula. Sexshop – Guia de NegĂłcios Volume I. 25 | SerĂĄ apresentada com mais detalhes adiante. 26 | De acordo com matĂŠria “DossiĂŞ do vibradorâ€? publicada no site delas.ig.com.br.

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27| 28 | Fonte: AGUIAR, Paula. Sexshop – guia de negĂłcios Volume I. 29 | 30 | Fonte: ABEME. 31 | Perguntas do questionĂĄrio na Ă­ntegra disponĂ­veis no anexo. 32 | Estilista britânica de sucesso que jĂĄ trabalhou em grandes marcas como Gucci e Tom Ford e tambĂŠm desenhou os uniformes da equipe da Inglaterra para os jogos olĂ­mpicos de 2012, o que mostra sua versatilidade como profissional. 33 | Informaçþes retiradas da entrevista para a Vanity Fair. 34 | De acordo com matĂŠria sobre andropausa publicada na pĂĄgina do sexĂłlogo e psicĂłlogo Augusto Mendes. 35 | Inventado em 1880 pelo inglĂŞs Joseph Mortimer Granville 36 | Lançado pela empresa americana Hamilton Beach 37 | Fonte de pesquisa: matĂŠria publicada no site da ABEME 38 |SerĂĄ citada durante o texto que informarĂĄ sobre o surgimento das sexshops 39 |Segundo o site do museu Antique Vibrator Museum 40 | Fonte worldsexology.org



Figura 1 | GĂĄfico ABEME disponĂ­vel em abeme.com.br | Acesso em 26/09/2013 Figura 2 | VĂŞnus de Milo disponĂ­vel em studyblue.com | Acesso em 10/11/2013 Figura 3 | Warren’s cups do acervo do British Museum disponĂ­vel em britishmuseum.org | Acesso em 10/11/2013 Figura 4 | Cristo na coluna disponĂ­vel em Web art of gallery | Acesso em 16/11/2013 Figura 5 | Gala Contemplando o Mar Mediterrâneo disponĂ­vel em picassomio.es | Acesso em 16/11/2013 Figura 6 | AnĂşncio “PĂŁo ĂŠ vidaâ€? da marca Bice disponĂ­vel em coloribus.com | Acesso em 16/11/2013 Figura 7 | AnĂşncio do cigarro Chanceller 100 disponĂ­vel em blogs.estadao.com.br | Acesso em 16/11/2013 Figura 8 | Campanha do Perfume Tom Ford for Men disponĂ­vel em designyoutrust.com | Acesso em 16/11/2013 Figura 9 | Campanha da cerveja Skol disponĂ­vel em AgĂŞncia F/ Nazca Saatchi & Saatchi | Acesso em 16/11/2013 Figura 10 | “Manipulatorâ€? - Retirada do Livro: MAINES, Rachel. The Technology of Orgasm, p. 15 Figura 11 | Propaganda Beauty Pop do acervo do Museu Antique Vibrator Museum | Acesso em 9/11/2013 Figura 12 | Propaganda “Power for youâ€? disponĂ­vel em wikipedia.com | Acesso em 9/11/2013 Figura 13 | Capa Liberating Masturbation disponĂ­vel em openlibrary.org | Acesso em 9/11/2013 Figura 14 | Ilustração Liberating Masturbation disponĂ­vel em theeroticmuseum.com | Acesso em 9/11/2013 Figura 15 | Batom vibrador disponĂ­vel em hotsexshop.net.br | Acesso em 19/11/2013 Figura 16 | RĂ­mel vibrador disponĂ­vel em feest.com.br | Acesso em 19/11/2013 Figura 17 | Identidade visual Xandria disponĂ­vel em xandria.com | Acesso em 9/11/2013 Figura 18 | Identidade visual My Spicy Treasures disponĂ­vel em spicytreasuresonline.com | Acesso em 9/11/2013 Figura 19 | GrĂĄfico disponĂ­vel em abeme.com.br | Acesso em 29/09/2013 Figura 20 | Identidade Constatine disponĂ­vel em constantine.com.br | acesso em 3/4/2014 Figura 21 | Fachada Constatine disponĂ­vel em constantine.com.br | acesso em 3/4/2014 Figura 22 | Identidade visual AdĂŁo e Eva disponĂ­vel em adaoeevatoys.com.br | acesso em 3/4/2014 Figura 23 | Identidade visual ErĂłtika Fair disponĂ­vel em erotikafair.com.br | Acesso em 17/11/2013 Figura 24 | Identidade visual Hot Flowers disponĂ­vel em inasboutique.blogspot.com.br | Acesso em 17/11/2013 Figura 25 | Identidade visual Loja do prazer disponĂ­vel em trash80s.com.br | Acesso em 17/11/2013 Figura 26 | Identidade visual Honey Birdette disponĂ­vel em ipaustralia.com.au | Acesso em 5/3/2014 Figura 27 | Identidade visual antiga da Beate uhse disponĂ­vel em designtagebuch.de | Acesso em 17/11/2013 Figura 28 | Identidade visual nova da Beate uhse disponĂ­vel em beate-uhse.ag | Acesso em 17/11/2013

89


Figura 29 | Identidade visual antiga da Beate uhse disponível em designtagebuch.de | Acesso em 17/11/2013 Figura 30 | Fachada de uma das lojas Beate uhse disponível em designtagebuch.de | Acesso em 17/11/2013 Figura 31 | Identidade visual Ann Summers disponível em lovedbyparents.com | Acesso em 17/11/2013 Figura 32 | Fachada loja Ann Summers disponível em enjoytruro.co.uk | Acesso em 17/11/2013 Figura 33 | Sacola Ann Summers disponível em charrison-design.com | Acesso em 17/11/2013 Figura 34 | Interior loja Ann Summers disponível em charrison-design.com | Acesso em 17/11/2013 Figura 35 | Identidade visual Coco de Mer disponível em frillfinder.wordpress.com | Acesso em 1/5/2014 Figura 36 | Fachada da loja Coco de Mer disponível em unlike.net | Acesso em 1/5/2014 Figura 37 | Identidade visual Stag shop disponível em cruizerscarclub.files.wordpress.com | Acesso em 9/11/2013 Figura 38 | Identidade visual Kiki de Montparnasse disponível em natalydesign.ru | Acesso em 5/4/2014 Figura 39 | Interior loja Kiki de Montparnasse disponível em kikidm.com | Acesso em 5/4/2014 Figura 40 | Identidade visual Passage du Desir disponível em passagedudesir.fr | Acesso em 20/04/2014 Figura 41 | Fachada Passage du Desir disponível em passagedudesir.fr | Acesso em 20/04/2014 Figura 42 | Identidade visual Good Vibrations disponível em sf.funcheap.com | Acesso em 17/11/2013 Figura 43 | Identidade visual Museu Antique Vibrator Museum disponível em | Acesso em 9/11/2013 Figura 44 | Imagem painel semântico disponível em skulavik.eu/english | Acesso em 15/3/2014 Figura 45 | Capa de livro painel semântico disponível em histoire-erotique.blogspot.com | Acesso em 15/3/2014 Figura 46 | Ilustração painel semântico disponível em pinterest.com/feather-tattoos | Acesso em 15/3/2014 Figura 47 | Ilustração painel semântico disponível em pinterest.com/cmwallace7777/feather | Acesso em 15/3/2014 Figura 48 | Ilustração painel semântico disponível em osborneandlittle.com | Acesso em 15/3/2014 Figura 49 | Ilustração painel semântico disponível em francoisdubeau.com | Acesso em 15/3/2014 Figura 50 | Ilustração painel semântico disponível em pinterest.com/barbielurv/art | Acesso em 15/3/2014 Figura 51 | Imagem disponível em augustomendes.com.br | Acesso em 20/3/2013 Figura 52 | Capas da edição de abril da Marie Claire em revistamarieclaire.globo.com | Acesso em 17/11/2013 Figura 53 | Gráfico disponível em theatlanticwire.com | Acesso em 17/11/2013

90


STRUNCK, Gilberto. Como criar identidades visuais para marcas de sucesso. Rio Books, 2012

Âś

Fontes eletrĂ´nicas 92% of Top Ten Billboard Songs Are About Sex. DisponĂ­vel em: < http://www.theatlanticwire.com/entertainment/2011/09/92-top-tenbillboard-songs-are-about-sex/43182/>. Acesso em: 17 nov. 2013.

Coco De Mer: A Sex Shop With a Touch of Class. Disponível em: < http://www.vanityfair. com/online/daily/2009/12/coco-de-mer-a-sex -shop-with-a-touch-of-class >. Acesso em: 4 maio 2014. BIBLIOGRà FICAS Livros AGUIAR, Paula. SexShop - Guia de Negócios, Volume 1. São Paulo: Ferreira, 2009. BIDARRA, Clemara. Erotismo: múltiplas faces. São Paulo: LCTE Editora, 2006. DEMPSEY, Amy. Estilos, escolas e movimentos. São Paulo: Cosac Naify, 2003 GOMBRICH, E. H. A História da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2011 MAINES, Rachel. The Technology of Orgasm: Hysteria, the Vibrator, and Women’s Sexual Satisfaction. Johns Hopkins Univer, 1998.

DossiĂŞ do vibrador. DisponĂ­vel em: < http:// delas.ig.com.br/amoresexo/2013-10-25/dossiedo-vibrador.html >. Acesso em: 15 out. 2013. Orgasmo feminino tem efeito terapĂŞutico, sugere pesquisador. DisponĂ­vel em: < http://www1.folha.uol.com.br/bbc/2013/10/ 1359503-orgasmo-feminino-tem-efeito-terapeutico-sugere-pesquisador.html >. Acesso em: 18 nov. 2013. Produtos brasileiros dominam mercado erĂłtico nacional. DisponĂ­vel em: < http://brasil-economico.jusbrasil.com.br/politica/6862982/ produtos-brasileiros-dominam-mercado-erotico-nacional.html >. Acesso em: 27 abril, 2014. Prazer, testadora de produtos erĂłticos ao seu dispor. DisponĂ­vel em: < http://revistagla-

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mour.globo.com/Amor-Sexo/noticia/2013/08/ prazer-testadora-de-produtos-eroticos-seu-dispor.html >. Acesso em: 27 abril, 2014. Sexualidade ao longo da vida. DisponĂ­vel em: < http://www.augustomendes.com.br/?page=pagina&id=7&subid=18 >. Acesso em: 20 março, 2014. Teses, dissertaçþes ou TCCs PINTO, Renato. Representaçþes homoerĂłticas masculinas na cultura material romana e as exposiçþes dos museus: o caso da Warren Cup . MÉTIS: histĂłria & cultura, Caxias do Sul, v. 10, n. 20, jul./dez. 2011. NĂƒO BIBLIOGRĂ FICAS abeme.com.br | Acesso em 20/10/2013 antiquevibratormuseum.com | Acesso em 6/10/2013 blogs.estadao.com.br | Acesso em 16/11/2013 britishmuseum.org | Acesso em 27/10/2013 designemartigos.com.br | Acesso em 6/10/2013 designyoutrust.com | Acesso em 16/11/2013 erotikafair.com.br | Acesso em 17/11/2013 jusbrasil.com.br | Acesso em 27/04/2014 museudosexo.com.br | Acesso em 16/11/2013 portal.anvisa.gov.br | Acesso em 30/04/2014 theeroticmuseum.com | Acesso em 6/10/2013



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