encontros no Art Noveau

Page 1









Aos meus pais – pela amizade e apoio em todos os sentidos Ao meu orientador, Jethero Miranda – por acreditar e auxiliar o meu trabalho Ao meu coordenador, Ivan Bismara – pelo carinho e pelos conselhos Aos professores, Camila Rossi e Lorenzo Merlino – pelas orientações A Deus – pelo fôlego e ânimo de vida, que me capacitam realizar meus sonhos



“Nós esperamos da arte que ela fixe tudo aquilo que é fugaz, que ilumine aquilo que é incompreensível, que dê corpo àquilo que não se pode medir, que imortalize as coisas que não permanecem. Tudo o que é infinito e o maravilhoso, aquilo que o homem pode constatar sem compreender, amar sem saber definir, é este o verdadeiro objeto da arte.” (John Ruskin, Becker, 2000, p.25)


Este projeto consiste no desenvolvimento de estampas para moda casa voltadas para um público apreciador de arte ou que valorize produtos de caráter exclusivo. Através da pesquisa do estilo Art Nouveau, dois artistas selecionados serviram de inspiração: o artista plástico Gustav Klimt, de Viena, e o arquiteto Antoni Gaudí, de Barcelona. Os pontos comuns entre eles investigados permitiram a criação de uma linguagem nova. Foram desenvolvidas 15 estampas, para aplicação em tecido para forração de móveis e objetos de decoração. A interpretação das formas orgânicas e o detalhamento característico do estilo Art Nouveau aparecem no desenho das estampas, todas desenvolvidas à mão.


This project consists on developing patterns for interior design fabrics aimed at appreciators of art or who value products with an unique character. Through the research of Art Nouveau style, two artists selected served as inspiration: the painter Gustav Klimt, from Viena, and the architect Antoni GaudĂ­, from Barcelona. The semblance between their works was investigated so that a new language could be created. Fifteen patterns were developed, to be used as fabrics to cover furniture and other decorative objects. The organic forms and the main characteristic full of details from the Art Nouveau style appear on the pattern designs, which has been developed by hand.


Introduc達o 17

21 26 29 30

35

53

Interpretac達o 67


II Introducão 71

75

Conceito 87 de criacão Processo 87 de criaçcão

Colecão 95

157 159

167

171




Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)


O movimento Art Nouveau foi uma mudança no estilo estético que teve grande destaque na Europa no período entre os séculos XIX e XX. Ele ocorreu inicialmente na Inglaterra com o surgimento de um novo estilo na arquitetura e no design, como uma arte decorativa e ornamental, e veio a aparecer no resto do continente atingindo as demais áreas de artes e ofícios, no design de interiores, na moda, na ilustração, nas artes plásticas. Sendo assim, através da interação que existe hoje com as demais áreas do design e com a versatilidade do trabalho do estilista, a decoração tem sido uma área bastante explorada na moda. O desenvolvimento da coleção de estampas deste projeto foi inspirado na união de dois grandes representantes dessa época, o artista plástico Gustav Klimt e o arquiteto Antoni Gaudí. O design dos dois criadores, ambos extremamente minuciosos e criativos, serviu para a criação de uma linguagem nova, traduzida para estamparia em tecido. Estampas para linha moda casa, que consiste na forração de móveis e produtos de decoração como como poltronas e sofás, estofado para pufes, mantas, almofadas, baú, cúpula de luminária, molduras de espelho e telas em tecido. O tema retrata uma revolução nos padrões estéticos

da sociedade na época, devido ao desenvolvimento dos centros urbanos e das indústrias. Essa mudança se refletiu em diversos âmbitos, nos quais os artistas promoviam um desejo pela originalidade e autenticidade, e o expressavam em suas criações dominantemente decorativas. Independente de qual fosse a linguagem de cada artista, ou sua área de atuação, muitos deles tinham em comum o pensamento de busca pelo novo: em suas formas, conteúdo, utilizações de materiais diferentes, buscavam inspiração na natureza, em contraposição ao crescimento que estava acontecendo com as cidades. Naquele período, as indústrias aceleraram o processo de produção, mas fizeram com que a qualidade dos produtos se tornasse muito baixa. Atualmente, esse mesmo problema ainda existe devido à valorização da produção em massa, da demanda e da praticidade. A proposta da coleção de estamparia para decoração teve o mesmo ponto de vista dos artistas do Art Nouveau: trazer qualidade e inovação aos produtos através do design. Tendo isso em vista, todas as estampas foram desenvolvidas a mão para depois serem tratadas e adequadas para o formato ideal de sua aplicação. Dentro da área de moda, a casa é o lugar que a pessoa deseja vestir com a sua personalidade própria. Os produtos da coleção foram feitos com extremo cuidado, para suprir as necessidades de decoração da casa. Sabe-se que o mercado possui diversas ofertas de produtos. O mesmo acontece com os seus valores, colocando em questão o seu custo benefício. Pensando nisso, a coleção foi feita com a intenção de encontrar espaço para um público reduzido, que busca em seu consumo a garantia de um bom acabamento e de uma produção limitada. Através da inspiração desses dois artistas do Art Nouveau, que produziram cada um em sua especialidade composições muito particulares, a coleção de estampas foi desenvolvida buscando relacionar as criações de ambos de maneira harmoniosa a partir de referências de cores, formas e materiais.

19





Na Idade Média, toda obra artística era produzida por artesãos. Eles eram contratados para colocar todo seu empenho e técnica nas encomendas que recebiam. Esse trabalho passou a ser realmente valorizado na sociedade na época do Renascimento. Entretanto, com a chegada da Revolução Industrial, as máquinas passaram a substituir o trabalho artesanal, permitindo que artigos similares fossem fabricados em uma escala muito maior, às vezes pelo mesmo valor ou por menos. [...] o progresso mecânico permitia aos fabricantes produzir milhares de artigos baratos no mesmo período de tempo e ao mesmo preço anteriormente necessários para um único objeto bem trabalhado. (PEVSNER, 2002, p.3). Nesse momento, os artistas/artesãos se revoltaram com a banalização do que antes era arte, e passaram a desprezar a utilidade de seus trabalhos e o seu público, pois a mesma classe social emergente consumidora dos produtos, a burguesia, não sabia de fato o valor que eles tinham.

Os artistas que “não se corromperam” com o trabalho das máquinas se mantiveram fora desse espaço de trabalho, pois dentro desse sistema eles não tinham liberdade de criar. A produção era cada vez mais rápida, sem dar importância à qualidade dos produtos. William Morris (1834-1896), pintor e escritor nascido em Londres, foi um dos principais fundadores do Movimento das Artes e Ofícios. O movimento defendia a renovação do artesanato artístico, em oposição à mecanização e a produção em massa. Morris foi o primeiro artista a compreender que, desde o avanço industrial, os fundamentos sociais William Morris, Londres da arte tinham se torna(Fonte: BONIFACIO, 2013) do frágeis e decadentes. Foi ele quem atribuiu valor a toda criação, à imaginação do artista, ao pensamento de um arquiteto, ao trabalho manual e ao design. Com seus ideais, foi direto à raiz do problema. Ele foi um dos representantes mais importantes para a história do movimento moderno, o qual trouxe um regresso à honestidade da decoração. Suas criações, como artista e artesão, eram inicialmente ondeantes, leves e harmoniosas, sempre com intenso sentido de natureza.

William Morris, Londres (Fonte: BONIFACIO, 2013)

23


O que eleva Morris, como renovador do desenho, muito acima do círculo de Cole e de Pugin não é apenas o fato de ter um verdadeiro gênio de desenhista, mas também o de reconhecer a unidade indissolúvel de uma época e do seu sistema social, coisas que eles não tinham feito. [...] Morris foi o único a sentir que o que era preciso era o exemplo pessoal, era o artista se transformar em artista-artesão. Quando seguia a sua paixão interior de fazer coisas com as próprias mãos sentia também que fazer isso em vez de pintar quadros era o seu dever social. (PEVSNER, 2002, p.36).

24

Um dos acontecimentos determinantes na história para a chegada do Art Nouveau foi a Grande Exposição de 1851 no Palácio de Cristal, na Inglaterra, onde foram exibidos inúmeros produtos desenvolvidos com o uso de máquinas, e não mais por meio de criações de artesãos ou artistas. A exposição teve uma enorme repercussão entre os críticos.

Pode se dizer que os artistas ingleses foram os principais responsáveis pelo desbravamento de um caminho para um estilo inovador de arquitetura e desenho. Mas esse fenômeno ocorreu no continente europeu devido a um desejo de mudança nas questões ideais de uma sociedade que buscava liberdade criativa em contraposição aos padrões estabelecidos pelo capitalismo. O Art Nouveau viria como um presságio ao movimento moderno que surgiu nesse período. Foi um estilo de renovação e extremamente característico de grande importância, apesar de sua curta duração. [...] por puro acaso, a liberdade, a juventude e a novidade aparecem juntas nos nomes dados a este movimento de transição, notável embora breve. Não há duvida de que tem características de novidade, e de liberdade também, pelo menos entendida esta como licenciosidade. (PEVSNER, 2002, p.102).

Palácio de Cristal, Londres, 1851 (EMPREGO..., [2003?]

Apesar da grande variedade de produtos, todos deixavam a desejar em questão de qualidade e formas originais. A valorização da produção deixou de considerar a importância estética dos produtos. Em oposição a esse evento, começaram a surgir os primeiros artistas reformadores. Nesse sentido, foi


William Morris quem trouxe o pensamento de renovação da sociedade e do artesanato. Sua linguagem artística tinha características específicas como as linhas longilíneas e ondeantes, a inspiração baseada na natureza, o detalhe e o acabamento de seus trabalhos. Através de sua influência, foi fundado por Arthur H. Mackmurdo o primeiro grupo de artistas seguidores de suas doutrinas, chamado Century Guild. Ele é conhecido como o primeiro exemplo de Art Nouveau pela capa do livro Wrens City Churches (1883). Além disso, outras duas fontes do nascimento do Art Nouveau foram a Renovação Gótica da arquitetura e do desenho na Inglaterra. Após a ousadia de Mackmurdo, alguns ilustradores de livros e revistas começaram a imitar seu estilo, e em seguida os ilustradores decoradores. Não há dúvida de que era muito fácil orientar o estilo morrissista do Movimento Artes e Ofícios no sentido da Art Nouveau. Com efeito as diversas orientações, embora hoje possam ser apresentadas em separado, não eram vistas assim nessa época [...] (PEVSNER,

de maneira geral à pintura. Significa vulgarmente um estilo de decoração pouco duradouro mas muito significativo, e a razão de termos aqui dado precedência às obras dos pintores e desenhistas, e não às dos arquitetos e decoradores, é a nova moda ornamental ter aparecido nas primeiras obras dos seus dois criadores mais tarde do que em quadros, ilustrações e coisas deste gênero. (PEVSNER, 2002, p.86)

25

2002, p. 81-82)

As ilustrações apareciam nas revistas, de maneira que, cada vez, mais o estilo era disseminado, repercutindo no restante do continente europeu. Um dos temas mais tratados nessas revistas era a diversidade de interesses desse período fascinante da história, desde poesias e ilustrações à porcelanas, mobílias e também na arquitetura. Mas a Art Nouveau como movimento não pertence originalmente à pintura, nem evidentemente o termo se aplica

Arthur Mackmurdo, Bexley, 1880 (TEXTILE, 2011)


Museu Nacional d’Art de Catalunya, Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)

26

Museu Nacional d’Art de Catalunya, Barcelona, 2011 (Fotos: Lorena Prado)


Museu Nacional d’Art de Catalunya, Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)

27

Louis Tiffany (Fonte: ART..., 2011)

René Lalique (Fonte: ART..., 2011)


Museu Nacional d’Art de Catalunya, Barcelona , 2011 (Fotos: Lorena Prado)

28 Expansão do Art Nouveau Conforme mencionado anteriormente, o Art Nouveau teve início na Inglaterra no final do século XIX. O estilo foi criado por volta dos anos 1880, mas logo desapareceu do país quando se tornou moda no resto da Europa. O movimento refletiu um período de transição na arte, no pensamento e na sociedade, e o desejo pelo sentido reformador foi despertado para atribuir a devida importância às obras artísticas que estavam sendo desvalorizadas com a evolução da indústria. Após a Exposição de 1851, surgiram os artistas que tiveram iniciativa de revitalizar o artesanato na Inglaterra. Apesar de ter começado lá, sua repercussão teve maior ênfase na França e na Bélgica entre 1895 e os primeiros anos do século XX e, aos poucos, a mesma linguagem artística foi se propagando em outros países


da Europa, nas mais diferentes áreas, como nas artes, na arquitetura, na ilustração, na decoração, na poesia, na música, no teatro, na dança, no cinema, na moda; cada área com suas particularidades. Todos os artistas tinham em comum o desejo de inovar, e tinham uma característica muito particular e original. As formas eram ondulantes, orgânicas, extremamente detalhadas. O estilo teve diferentes denominações de acordo com os seus países. Na França e na Bélgica, foi conhecido como o Art Nouveau, na Alemanha o Jugendstil, na Inglaterra e na Irlanda era o Liberty Style, na Itália Stile Floreale, na Espanha Modernismo, e na Áustria Sezessionstil.

Metropolitan Museum, Nova York, 2012 (Foto: Lorena Prado)

29

Museu Nacional d’Art de Catalunya, Barcelona , 2011 (Foto: Lorena Prado)


30

Victor Horta, Bruxelas, 1893 (Fonte: PASSOLD, 2010)

Antoni GaudĂ­, Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)


Os principais representantes do Art Nouveau na arquitetura foram Gaudí em Barcelona, Mackintosh na Escócia, Victor Horta e Henry Van de Velde na Bélgica. Eles representaram o início da revolução da forma de arte moderna ao introduzirem diferentes usos de materiais em seus trabalhos e, sobretudo, por terem realizado obras de originalidade tanto no desenho quanto nas técnicas que aplicavam. Seus trabalhos eram totalmente diferentes e ousados; em suas criações as formas eram mais orgânicas e sinuosas do que lineares. Tanto no design de interiores quanto nas fachadas dos prédios e outras construções, coincidiam a característica decorativa e o trabalho minucioso dos artistas. É possível

ver a influência de cada região em relação aos seus trabalhos. Como os exemplos de Victor Horta e Henry Van de Velde, ambos da Bélgica, tinham uma característica mais decorativa nos interiores e fachadas de prédios, sem valorizar tanto a utilização de materiais muito diferentes. Já nas obras do espanhol Gaudí, suas inspirações na natureza permitiam criar formas com muita liberdade, criando curvas ousadas. Ele utilizava diferentes materiais como ferro, vidro e cimento. Um conhecido monumento do Art Nouveau são os entourages (entradas) do metrô de Paris feitos pelo arquiteto Hector Guimard, em uma cidade onde o estilo teve bastante repercussão e a cidade permitia pelo seu dinamismo. Já na Escócia, Mackintosh tinha uma linguagem de ornamentação bastante simbólica.

31

Henry Van de Velde, (Fonte: ART..., 2011)

Hector Guimard, Paris, 1867 (SCALA, 2011, p.37)


Alphonse Mucha, Praga, 1860 (SCALA, 2011, p.92)

Na pintura, o Art Nouveau aparece sob a influência de algumas correntes artísticas como o pré-rafaelismo e o simbolismo, que ocorreram entre o final do século XIX e início do século XX. O movimento de William Morris e o movimento de Artes e Ofícios, surgidos por volta de 1890, tinham objetivos semelhantes. Apesar de a arquitetura e a decoração terem como objetivo uma renovação, a pintura estabeleceu essa ruptura. Muitos artistas participaram deste movimento, porém sabe-se que entre estes existiam diferentes linhas de trabalho.

32

Gustav Klimt, Viena, 1901, (TASCHEN, 2012, p.215)

Galileo Chini, Firenze, 1873 (SCALA, 2011, p.136)


33

Jan Toorop, Purworejo, 1858 (SCALA, 2011, p.101)

Aubrey Beardsley, 1872, Brighton (SCALA, 2011, p.110)

A maneira de analisar a ligação entre esses artistas com a arquitetura e a decoração é pelos efeitos de superfície existentes em seus trabalhos.

fraqueza – tanto pode ser um impulso no sentido da santidade como um preciosismo. (PEVSNER, 2002, p.77)

Mas neste movimento literário podemos considerar, tal como na pintura, dois aspectos distintos. O simbolismo tanto pode ser uma força como uma

Entre os principais artistas/desenhistas do Art Nouveau estão: Gustav Klimt, Jan Toorop, Galileo Chini, Aubrey Beardsley. Seus registros contêm uma preciosidade em detalhes, ornamentos, com a sutileza de traços dinâmicos.





p.31). Gaudí era muito fiel aos métodos artesanais na utilização de materiais e tinha a habilidade de traduzir seus sonhos em construções arquitetônicas. Além de buscar uma satisfação pessoal com seu trabalho, o arquiteto teve a oportunidade de encontrar

Antoni Gaudí, nascido perto de Tarragona em 1852, trabalhou em Barcelona toda sua vida e faleceu aos 74 anos em um acidente. Começou sua carreira de arquiteto trabalhando em restauração de monumentos antigos e, devido a sua notória criatividade e inovação, teve seu nome marcado como um grande revolucionário na Antoni Gaudí, Barcelona (ARTIGAS, 2011, p.30) construção. Desde jovem tinha um estilo muito original e peculiar que, apesar de ter fortes influências catalãs e mouras, devido a sua nacionalidade, começou a revelar sua personalidade. Teve grande destaque por ter sido um arquiteto liberto do ângulo reto, sempre se inspirava na natureza, e dessa maneira não se retinha somente à superfície de seus trabalhos. (LOFT, 2011,

37

Parque Güell, Barcelona, 1900-1914 (ARTIGAS, 2011, p.51)


38 Parque Güell, Barcelona (ARTIGAS, 2011, p.59)

Parque Güell, Barcelona (ARTIGAS, 2011, p.71)

clientes ricos que admiravam sua audácia, como seu principal mecenas, o conde Güell, para quem fez diversos trabalhos entre 1884 e 1914. O mais conhecido entre eles foi o Parque Güell, na encosta da Montanha Escalvada. O parque, que inicialmente seria uma cidade-jardim de alto padrão, em uma área nobre de maior altitude da cidade, acabou se tornando um jardim municipal. As duas únicas casas construídas na entrada - por outro arquiteto - não tiveram nenhum comprador na época. Então, Gaudí se mudou com sua família para uma delas, onde viveu por 20 anos, e que hoje é o Museu da Casa de Gaudí. O ponto principal do parque é o terraço que o cerca, formando uma imensa bancada ondulante


39

Parque Güell, Barcelona (ARTIGAS, 2011, p.55)

inspirada em uma serpente marinha, projetada de maneira a criar um ambiente mais social, toda revestida de azulejos, e tem uma vista incrível de toda a cidade de Barcelona. Outro marco dentro do parque é a salamandra multicolorida de mosaicos que se encontra na entrada. Muitas das formas projetadas como as curvas em abóbadas e o alinhamento de colunas inclinadas são semelhantes às da Igreja da Colônia Güell, outra grande obra executada com apoio de Eusebio Güell.

Parque Güell, Barcelona, 2011 (Foto: Beatriz Iaropoli)


40

Parque G端ell, Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)

Parque G端ell, Barcelona, 2011 (Foto: Beatriz Iaropoli)


Parque G端ell, Barcelona (ARTIGAS, 2011, p.69)

41

Parque G端ell, Barcelona, 2012 (Foto: Jethero Miranda)

Parque G端ell, Barcelona (ARTIGAS, 2011, p.69)


Parque Güell, Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)

42

Parque Güell, Barcelona, 2013 (Fonte: DOMENÈCH, 2013)


Parque Güell, Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)

43

Casa Batlló, Barcelona, 2011 (Foto: Beatriz Iaropoli)

Na construção de seus projetos, Gaudí se preocupava com a iluminação e ventilação dos ambientes, como na Casa Batlló, onde fez as janelas sobre o pátio cada vez mais estreitas conforme subiam para a luz. As varandas também são em formas ondulantes, trazendo um aspecto diferente, tanto para quem está dentro da sala, quanto para quem as vê de fora.

Casa Batlló, Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)


44

Casa Batll贸, Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)


45

Casa Batll贸, Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)

Casa Batll贸, Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)


46

Sagrada Família, Barcelona (PASSOLD, 2010)

Sagrada Família, Barcelona (ARTIGAS, 2011, p.350)


Sagrada Família, Barcelona (ARTIGAS, 2011, p.348)

47 Sagrada Família, Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)

Tudo o que Gaudí realizava buscava um resultado extremamente único e diferente. Mas, dentre todas as suas criações, a Igreja Sagrada Família é sua obra mais expressiva. Ele recebeu a encomenda de dar a continuidade à obra de um arquiteto diocesano que tinha começado a cripta, destinada a suster um edifício neogótico na época. É possível ver a transição de épocas e traduções dos simbolismos cristãos. A partir 1910, Gaudí dedicou-se totalmente à sua construção até o fim de sua vida. Mesmo sabendo que não seria possível completá-la, sua construção continua em andamento, e segundo ele, foi um ato de fé.


48

Sagrada FamĂ­lia, Barcelona, 2011 (Foto: Beatriz Iaropoli)


49

Sagrada FamĂ­lia, Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)

Sagrada FamĂ­lia, Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)


50

Sagrada FamĂ­lia, Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)


51

Sagrada FamĂ­lia, Barcelona, 2011 (Foto: Lorena Prado)




Jurisprudência, 1903 (NATTER, 2012, p.82)

Serpentes AquáticasII, 1904-1907 (NÉRET, 2011. p.47)

Danaë, 1907-1908 (NATTER, 2012, p.88)

Retrato de Elisabeth Lederer, 1914-1916 (NATTER, 2012, p.247)


Gustav Klimt nasceu em 1862, em Baumgarten, cidade perto de Viena. Com apenas catorze anos já frequentava a Escola de Artes Decorativas de Viena, onde estudou por sete anos, desde técnicas de mosaico à pintura. Em 1880, ele, seu irmão Ernst e um colega chamado Franz Matsch são indicados por seu professor para realizar seus primeiros trabalhos oficiais. Na famosa Ringstrasse, o trio é chamado para pintar cenas da história do teatro em 1886. É neste momento que Klimt começa a se destacar dos outros dois. Suas pinturas levavam mais do que os motivos clássicos, ele acrescentava retratos com precisão fotográfica. Klimt era fascinado por Hans Makart (1840-1884), artista que morre prematuramente e deixa inacabado seu trabalho de decoração da escadaria do Kunsthistorisches Museum. (NERET, 2011, p.11). O trio fica responsável então por terminá-lo. Na vivência que teve do atelier de Makart, tendo contato com suas obras, Klimt assimila sua linguagem e principalmente os temas simbolistas, decorativos e florais. Estas influências e o gosto pelo barroco o fascinam, e por isso ele faz tentativas similares.

Gustav Klimt (NÉRET, 2011, p.92)

Ringstrasse (NATTER, 2012, p.14)

55


56

Serpentes Aquáticas I, 1903-1907 (NÉRET, 2011. p. 46)

Retrato de Emilie Flöge, 1902 (NÉRET, 2011, p. 32)


O artista passa a utilizar a ornamentação carregada para valorizar o rosto ou o personagem em questão. De certa maneira, ele o fazia para se opor à linha vienense imposta pela sociedade. Klimt se tornou líder e foi presidente da Secessão, movimento que promovia o combate à arte comercial e o direito de fazê-la. Não era só uma mudança estética, mas o direito a criação. Seguindo um de seus grandes temas de fim de século, o domínio da mulher sobre o homem, Klimt dá início a uma grande polêmica com várias criações eróticas. Como resposta às criticas, ele recebe encomendas e retoma seus trabalhos, e passa a ser muito requisitado pelas mulheres da alta sociedade para que realizasse seus retratos.

Gustav Klimt e Emilie Flöge (NATTER, 2012, p.272)

Edifício da Seccessão (SCALA, 2011, p.18)

57


Detalhe do retrato de Emilie Flöge, 1902 (NATTER, 2012, p.518)

58

Retrato de Emilie Flöge, 1902 (NÉRET, 2011, p. 32)

A Virgem, 1913 (NÉRET, 2011. p. 71)


A Vida e a Morte, 1916 (Nร RET, 2011. p. 70)

59

Esperanรงa II, 1907-1908 (NATTER, 2012, p.96)

Detalhe de Esperanรงa II (NATTER, 2012, p.517)


Parede de mosaico (NATTER, 2012, p.152)

60

Detalhes da parede de mosaico (NATTER, 2012, p.154)

O Abraรงo, 1909-1911 (NATTER, 2012, p.157)


Detalhes da parede de mosaico (NATTER, 2012, p.163)

Detalhes da parede de mosaico (NATTER, 2012, p.143)

Detalhes da parede de mosaico (NATTER, 2012, p.140)

Detalhes da parede de mosaico (NATTER, 2012, p.144)

61


Cartão postal para Emilie Flogë com vista do Palácio de Stoclet, Bruxelas, 1914 (NATTER, 2012, p.174)

62 Detalhe da parede de mosaico (NATTER, 2012, p.137)

Detalhe da parede de mosaico (NATTER, 2012, p.182)


Em suas passagens por diversas fases, Klimt costumava fazer questionamentos sobre a existência humana, o bem e o mal, e a mulher, e traduzi-los em suas obras. O artista realiza diversas pinturas ornamentadas com incríveis combinações de cores, porém procura sempre exprimir sua opinião e transgredir. Uma de suas maiores obras foi a pintura do mural do Palácio de Stoclet em Bruxelas, de 1905 a 1909. Vive sua época dourada em alguns quadros como “O beijo” e “O retrato de Adele Bloch Bauer I”. Fez também diversas paisagens e misturava o realismo com ornamentos em motivos florais, deixando inacabadas algumas obras ao falecer em 1918.

63

O beijo, 1907-1908 (NÉRET, 2011, p.63)

Retrato de Adèle Bloch-Bauer I, 1907 (NÉRET, 2011. p. 62)


Gustav Klimt, Emilie e Helene FlogĂŤ, 1906 (NATTER, 2012, p.296)

64 Casa de Forester, 1914 (NATTER, 2012, p.275)

Jardim da casa de campo,1907 (NATTER, 2012, p.280)

O parque, 1909 (NATTER, 2012, p.314)


65

Ilha no lago Attersee, 1902 (NATTER, 2012, p.295)





Dois grandes ícones de destaque no período do Art Nouveau foram Antonio Gaudí, na arquitetura, e Gustav Klimt, nas artes plásticas. Para relacionar e mostrar a proximidade dos trabalhos de dois criadores tão interessantes e inovadores foi ressaltado o uso de linguagem e materiais similares em determinados casos. Sabe-se que Gaudí era um arquiteto católico, mas quando se tratava de suas obras, ele ia além da normativa de suas crenças. Talvez sua própria fé o fizesse chegar tão longe. Buscava inspiração no fundo do mar e na natureza, e se apropriava de curvas e ornamentos com materiais diferentes para representar o que desejava transmitir aos observadores. Os mosaicos de cerâmica pintada vistos tanto na Casa Batlló quanto no Parque Güell, e o uso das cores, são características muito marcantes e sempre presentes em todos os seus projetos. Ele teve a capacidade de inovar em todos os sentidos e, ainda nos dias atuais, continua sendo fonte de inspiração para arquitetos, artistas, e amantes do seu trabalho. Por outro lado, Gustav Klimt, talvez não seja tão popular como Gaudí, mas é um pintor extremamente conhecido. De origem austríaca, o artista participou do movimento da Secessão na mesma época. Segundo os

secessionistas, devia existir interação entre as diferentes artes - arquitetura, pintura e escultura. Em um determinado período, Klimt trabalhou em diversas parcerias com a arquitetura - desde o início de seu trabalho na famosa Ringstrasse, Klimt desenvolveu fachadas de construções e escadarias, e colaborou para a notável construção do interior no Palácio Stoclet, em Bruxelas. Inclusive, não só concebeu sua arte conhecida como “A árvore da vida”, como utilizou sua forte influência na técnica de mosaicos. Apesar de supostamente estabelecer certa relação com a natureza, Klimt buscava inspiração no sentido da vida. Em seus trabalhos, também é possível ver como a ornamentação é fundamental, além de uma harmoniosa e vasta seleção de cores. A relação entre os dois, apesar de inicialmente ser até um pouco intuitiva, pode ser destacada no apego pelos detalhes. Ambos eram perfeccionistas no uso e na seleção das cores, criando uma harmonia particular em suas combinações e nas técnicas utilizadas para a ornamentação com mosaicos. Eles tinham o dom de fazer a união do abstrato com o real, seja Klimt nas suas pinturas, ou Gaudí em suas construções. Cada um à sua maneira buscava inspiração na vida - Klimt se inspirava no sentido da vida, na mulher, nas relações humanas e na natureza, enquanto Gaudí se aprofundava nas criações de Deus na natureza, em suas variadas formas. Sobretudo, os dois artistas revolucionários partilhavam da liberdade, criavam o que tinham desejo, o que lhes confere reconhecimento até os dias de hoje.

69





A estamparia tem seu início desde as pinturas que os homens faziam em seus corpos para adorno pessoal. Em seguida, essa pintura passou para o couro e depois para os tecidos. A necessidade que o homem tinha de colorir e decorar seu ambiente fez com que ele criasse as estampas, as quais tiveram início na Tailândia e na índia, chegando dessa maneira nos países europeus através do Mar Mediterrâneo. (PEZZOLO, 2012, p.45)

São diversos os métodos de estamparia surgidos ao longo dos séculos, desde formas artesanais a técnicas mais avançadas. Todas elas são utilizadas até hoje, dependendo da necessidade do trabalho. Entre os principais meio para estampas de tecidos estão: batik, bloco de madeira, rolos de madeira ou de ferro recobertos com cobre, quadro, cilindro rotativo (ou quadro rotativo), transfer, e mais recentemente a estamparia digital. Devido às necessidades deste projeto, a maneira mais adequada de estampar o tecido é a estamparia

digital, pois as estampas contam com um vasto número de cores e sua produção é realizada em uma escala pequena. A estamparia digital funciona como se fosse uma impressora. A impressão é feita em papel através de uma máquina de medidas 1,60 metros de largura. Depois, do papel, a estampa é transferida para o tecido - no caso deste trabalho, ela é feita pela termotransferência, pois ele deve ser de uma composição de pelo menos 80% de poliéster para a estampa ficar plenamente visível. Caso seja menos, a estampa dá a impressão de ter recebido uma lavagem, e fica em um tom mais claro. A maioria das empresas em São Paulo atua com a estamparia digital em poliéster, mas também existe a impressão em tecidos de algodão, sendo esta feita com pigmento, uma tinta à base de água. Apesar da praticidade do processo, é necessário fazer provas no transfer, para estabelecer a definição das cores. O transfer, que também funciona como a impressão no papel, é uma pequena prensa que, através do calor, imprime a estampa no tecido.

73





Como é possível verificar, entre os primeiros aspectos que o consumidor considera na hora da compra de móveis ou objetos decorativos, estão a estética, a utilidade e o conforto. Os artigos para casa se encontram entre os itens pesquisados como referência. O mercado oferece diversos valores e qualidades, os quais são procurados de acordo com a necessidade de cada tipo de público consumidor. Baseada na referencia da Revista HG, a diretora da instituição Future Concept Lab, Sabina Deweik, dá seu parecer sobre o mercado, em suas diversas áreas estéticas, e comenta sobre o segmento da decoração. Já não basta oferecer uma mercadoria e receber o dinheiro em troca. O consumidor espera mais da loja, muito mais... E não se trata apenas de seguir tendências, muitas vezes passageiras. É preciso estar atento a sinais mais profundos e duradouros, e planejar o futuro com base nessas diretrizes. (NOVOS..., 2013, p.14)

(FURNITURE…, 2011)

A diretora fala sobre os paradigmas que funcionam como direcionamento de mercado e da sociedade. São maneiras mais duradouras de entender o consumidor e o seu desejo na hora da realização de uma compra. É necessário levar em consideração a importância de fatores como a rapidez, mas ao mesmo tempo garantir a qualidade do produto final. Ela também comenta sobre o segmento da decoração, uma busca do consumidor em traduzir a sua personalidade para a sua casa: No caso especifico do segmento da decoração, existem alguns comportamentos ligados à dimensão da casa que as pessoas estão buscando, segundo a diretora. “Está em evidência a questão da narração, dos consumidores com desejo de contar uma história, com objetos que fazem parte do passado, da memória, coisas que vieram de uma viagem.”(NOVOS..., 2013, p.14)

77


78 (FURNITURE…, 2011)

(FURNITURE…, 2011)


79

(MISSONI…, 2012)


80

(FARM…, [2010?])


81 (UM ANO..., 2010)

É visto que até mesmo as grandes maisons de moda também desenvolveram sua linha para casa, de maneira a abranger o seu conceito de marca em todas as vertentes da rotina do seu consumidor, prolongando, assim, o estilo de se vestir ao estilo de vida dessa pessoa. Devido a esses fatos, algumas marcas de design e decoração investem em peças únicas, com coleções limitadas. Dessa forma, a coleção de estampas desenvolvidas neste projeto tem em vista a qualidade de uma seleção de produtos, com opções para apreciadores de estampas diferentes.

(ALEXANDRE..., 2011)


82

(COISAS DA DORIS, [2013])


II (GEETHA, 2011)

83

(GEETHA, 2011)


84

(GEETHA, 2011)


85

Uma pesquisa foi realizada para verificar quais são os produtos já existentes no mercado, de lojas multimarcas e também de boutiques com seu design próprio. Entre eles, estão alguns produtos importados. Segundo citado anteriormente, alguns exemplos de maisons internacionais que investiram neste mercado são as marcas Versace, Missoni, Armani, Valentino e Kenzo. Há também uma famosa marca de produtos de design libanesa, chamada Bokja, que desenvolve móveis com estofados de patchwork. No mercado nacional, uma das grandes marcas emergentes dos últimos anos, a FARM, do Rio, fez uma parceria com a JRJ, uma empresa de tecidos para

(UM ANO..., 2010)

decoração que desenvolveu uma linha própria. Nomes como Ronaldo Fraga e Alexandre Herchcovitch, desenvolveram coleções para a loja TOK&STOK. As estilistas Adriana Barra e Isabela Capeto também desenvolveram seus produtos de linha casa. A marca Duas, de tecidos estampados para decoração, também está há pouco tempo no mercado e tem se destacado. E há também lojas que reúnem design, moda, produtos diferentes e interessantes para a casa como: Hits, Coisas da Doris, Mixtape, Gift Express, Collector, entre muitas outras. Dessa forma, é possível reconhecer que existe uma estreita ligação entre a moda e a decoração.





que valorizava a criação do artista e do artesanato, diferenciando o design dos produtos. A coleção conta com estampas para produtos como um sofá, um baú, cúpulas de luminárias, almofadas, gravura, tecido para parede, e manta. O kit imprensa, desenvolvido para divulgar a criação do trabalho, consiste em uma canga, com uma estampa selecionada e assinada pela designer, trazendo a importância da preocupação individual de cada produto, como se fosse uma obra de arte.

Este projeto de estampas foi desenvolvido a partir de dois artistas muito marcantes. Ambos com cores e traços riquíssimos em suas obras, fizeram com que houvesse uma reprodução da delicadeza de sua sensibilidade e da força de suas personalidades. Tanto Gaudí como Klimt utilizavam paletas bastante coloridas, com variados tons de azul. Optamos pela combinação de tons fortes complementares, e suas variações com tons pastéis no azul, lilás, verde claro, verde-água, rosa, bege. O branco e o preto também aparecem constantemente de fundo e contorno, estabelecendo uma contraposição clássica e essencial. De maneira gráfica, o pintor serviu como inspiração em suas influências simbolistas com a repetição de formas geométricas, linhas com temas ondulados e florais. As obras de Gaudí serviram para promover uma riqueza na produção da estampa, com suas inspirações de mosaicos e formas arquitetônicas de relevo ornamental e orgânico. Todo o desenvolvimento da estampa foi feito à mão, remetendo ao pensamento da época,

89


90


91


92


93





97


98


II

introduc達o

99



II

introduc達o

101


102


103



II

introduc達o

105


106


107



109


110


111



II

introduc達o

113


114


II

introduc達o

115



117


118


119



121


122


123



II

introduc達o

125


126


II

introduc達o

127



II

introduc達o

129


130


131



133


134


135



137


138


139



141


142


II

introduc達o

143



145


146


147



II

introduc達o

149


150


II

introduc達o

151



153


154


155





159


160


161


162


163


164


165





Este trabalho partiu de um vínculo já existente com a arte. Ao longo do curso e através de vivências, a identificação com o movimento e estilo artístico da Art Nouveau foi se estreitando. O movimento tinha um sentido reformador, com valores diferentes da maioria da sociedade de sua época - apreciava a produção manual, o trabalho minucioso, exclusivo e perfeccionista, em busca de formas leves e belas - com o qual se assemelha a coleção de estampas, desde a sua criação ao seu produto final. Os dois artistas selecionados foram muito marcantes e significativos, e o aprofundamento no estudo de seus trabalhos determinou a riqueza em detalhes, formas e cores, possibilitando desenvolver uma nova linguagem artística. Todas as estampas foram feitas à mão, como se representassem, individualmente, uma obra de arte. Dessa maneira, não se perdia o traço do artista, o que torna cada estampa muito particular. Somente a arte final foi feita através de processos tecnológicos, para possibilitar a sua produção, adequando-a à sua aplicação. A área de decoração, escolhida pontualmente como uma área ainda em expansão na moda, permite atribuir uma personalidade para a casa e para os objetos.

O trabalho do artista/designer não se limita a uma finalidade específica, sendo assim, as mesmas estampas poderiam ser utilizadas tanto para a decoração, quanto para vestimenta. No caso, a escolha desta área de estamparia para decoração foi feita para trazer novas possibilidades ao mercado, tornando versátil a criatividade do designer. Através deste trabalho, novos horizontes foram descobertos; e com ele, a necessidade de organização, estudo, pesquisa e dedicação foram extremamente essenciais para a sua realização. Todos os produtos desenvolvidos foram pesquisados com referências, preocupando-se com a seleção de materiais, cores, texturas e acabamento. Naturalmente, algumas adaptações ocorreram ao longo de sua execução. Apesar da facilidade da tecnologia da produção da estamparia digital, foi necessário considerar a resolução da imagem quando transferida para o computador, e adequar as proporções de cada estampa, dependendo do objeto que seria produzido. A união das qualidades dos artistas e suas inspirações, somados aos cuidados de todo decorrer do processo, com auxílio e opiniões de profissionais, resultou na concretização de uma coleção de produtos de decoração, que traduzem o sentido desejado para este trabalho: inovação na criação artística e uma produção limitada com delicadeza e capricho.

169





ALEXANDRE Herchcovitch+Tok Stok. I love prints. 07 nov. 2011. Disponível em: <http://iloveprints.com.br/moda -mais/alexandre-herchcovitchtok-stok/>. Acesso em 20 mai. 2013.

ART Nouveau. Mes trucs. 23 jul. 2011. Disponível em: <http://mestrucs13.blogspot.com.br/2011/07/art-nouveau. html>. Acesso em: 20 mai. 2013.

ARTIGAS, Isabel. Modernisme: Modernismo em Barcelona. Barcelona: LOFT Publications, 2011. BONIFACIO, Bruna. Estampado por natureza. Revista Clichê. 18 fev. 2013. Disponível em: <http://www.revistacliche.com.br/2013/02/estampado-por-natureza/>. Acesso em: 19 mai. 2013.

COISAS DA DORIS. [2013] Disponível em: <http://www.coisasdadoris.com.br>. Acesso em: 20 mai. 2013. DOMENÈCH, Ana Gomila. Mercè Rodoreda i el mòdul de convivência. 25 mar. 2013. Disponível em: <http://anagomila.blogspot.com.br/2013/03/merce-rodoreda-i-el-modul-de-convivencia.html>. Acesso em: 19 mai. 2013. EMPREGO na evolução da arquitetura. [2003?] Disponível em: <http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2003-1/vidros/paginas/emprego_na_evolucao_da_arquitetura.htm>. Acesso em: 19 mai. 2013.

EVERDELL, William R. Os primeiros modernos: as origens do pensamento do século XX. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000.

FARM + JRJ ganhou um cantinho especial no Espaço JRJ Tecidos. BLOG JRJ.10 nov.[2010?] Disponível em: <http:// www.jrj.com.br/blog/?p=548>. Acesso em: 20 mai. 2013.

FURNITURE design the Versace bubble sofá. 05 Oct. 2011. Disponível em: <http://www.minimalisti.com/furniture/furniture-design/10/furniture-design-the-versace-bubble-sofa.html>. Acesso em 20 mai. 2013. GAY, Peter. Modernismo: o fascínio da heresia. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

173


GEETHA. Bokja Designs. 13 May 2011. Disponível em: <http://questfordesigns.blogspot.com.br/2011/05/bokjadesigns.html>. Acesso em 20 mai. 2013.

MISSONI home. Visão da moda. 29 mai. 2012. Disponível em: <http://visaodamoda.com.br/2012/vestindo-sua-casa/montagem-missoni/>. Acesso em: 20 mai. 2013.

NATTER, Tobias. Gustav Klimt, The complete paintings. [S.l.]: Taschen, 2012. NÉRET, Gilles. Gustav Klimt. [S.l.]: Editora Taschen, 2011. NOVOS paradigmas do mercado. HG Casa. São Paulo. nº 58, p.12-14, fev, 2013. PASSOLD, Lucas. Art Nouveau. Arquitetônico. 21 nov. 2010. Disponível em: <http://www.arquitetonico.ufsc.br/ art-nouveau>. Acesso em: 20 mai. 2013.

174

PEVSNER, Nikolaus. Os pioneiros do desenho moderno: de William Morris a Walter Gropius. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

PEZZOLO, Dinah B. Tecidos: histórias, tramas, tipos e usos. São Paulo: Editora Senac, 2012. POCKET, Visual Encyclopedia. Arte Nova. Florence: Scala, 2011. TEXTILE history. So dandy so handy. 18 Jun. 2011. Disponível em: <http://sohandysodandy.blogspot.com. br/2010/06/textile-history.html>. Acesso em: 19 mai. 2013.

UM ANO de tea, see... do! 10 nov. 2012. Disponível em: <http://www.adrianabarra.com.br/nalinha/?cat=518>. Acesso em: 20 mai. 2013.




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.