issn 1982-5994
12 – BEIRA DO RIO – Universidade Federal do Pará – Agosto, 2009
Entrevista
“A América Latina tem uma tradição paternalista"
JORNAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ • ANO VII • N. 74 • Agosto, 2009
Mácio Ferreira
Fotos Alexandre Moraes
UFPA tem novos gestores
O professor Wolfgang Heuer discute direito, democracia e sociedade em tempos de terrorismo e globalização Rosyane Rodrigues
Carlos Maneschy e sua equipe de pró-reitores irão colocar suas experiências e competências em prol do fortalecimento da UFPA
A
pós ser eleito pela comunidade acadêmica e nomeado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o professor Carlos Edilson Maneschy assume o comando da Universidade Federal do Pará. O reitor e sua equipe chegam com
o compromisso de fortalecer as ações institucionais, propondo um modelo de gestão em que todos participem da construção da Universidade. De acordo com o reitor, neste primeiro ano de trabalho, a prioridade será a excelência no ensino da graduação. Págs. 6 e 7
Identidade
Antioxidante
Fruto que cura e alimenta a população paraense
Tomar açaí faz bem para o coração
Pág. 4
Entrevista O professor Wolfgang Heuer fala sobre direito, democracia e globalização. Pág. 12
Há 36 anos, o professor Romero Ximenes faz pesquisas sobre o açaí. Segundo o antropólogo, mais do que
um hábito alimentar, o fruto é artesanato, música, remédio, poesia e 'cor de gente'. Pág. 5
Auditório
Novo espaço para grandes eventos
Com 2.162,82 m², Centro de Convenções da UFPA tem capacidade para receber público de até mil pessoas. Pág. 3
Química
Laboratório analisa frutas regionais
Pág. 8
Mácio Ferreira
tuição, fazendo um julgamento sem a países latino-americanos, a tradição é interferência de políticos ou de partipaternalista. Na Bolívia, há uma união dos. O respeito pelos juízes também entre o líder e o povo, o que também foi verificado em uma pesquisa que acontece na Venezuela. Hugo Chávez realizei com jovens alemães. Mesmo uniu a população contra a corrupção, aqueles com menor educação formal mas, agora, faz uma tentativa de acreditam que os conflitos podem ser transformar-se num coronel e governar resolvidos por meio do Direito. para sempre. O importante é manter BR – A crise que vivemos atualmena divisão de poderes para impedir te (política e econômica) também aspirações ditatoriais e abrir espaço pode ser considerada uma crise de político para apagar as ilusões, pensar, valores? Estamos vivendo uma crise discutir e deliberar soluções que atenética? dam ao consenso. No Brasil, a atitude W.H. – Sim, depois da globalização, é muito pragmática, sem tantas ações da abertura dos campos políticos, radicais ou populistas e esse é um bom desaparece, também, esse sistema de caminho. partidos políticos de valores ideolóBR – A cada semana, nós temos gicos, não temos mais a separação novos escândalos políticos no Brasil. entre classe trabalhadora e burguesia. Como podemos julgar os sujeitos, O que temos é uma classe média de neste caso, os políticos, sem julgar o informática, de serviços, a automasistema democrático? tização da indústria... não há mais W.H. – Os corruptos arruínam o sistediferença entre os grandes partidos. ma democrático e a apreciação das insHoje, o mais importante na política tituições. Ao mesmo tempo, encontro, são as personalidades que representam aqui, movimentos interessantes contra o bem-estar comum e não a ideologia a corrupção. O Instituto Ethos, em São que propõe a mudança Paulo, propõe que as de toda a sociedade em empresas não comprem uma única direção. Os de fornecedores que valores mudam nesse utilizem trabalho escrasentido político, não vo, que os bancos não como ideologia, mas liberem crédito para os como prática. que estão na “lista suja”. BR – Na sua opinião, Essa é uma iniciativa o que significa para o corajosa e um sistema processo democrático muito bem pensado, em a eleição do Barack que a economia faz uma Obama como prereforma por si mesma. sidente dos Estados BR – Esse exercício “Entre os Unidos? da responsabilidade W.H. – O sistema norsocial seria o caminho países latinote-americano tem funpara garantirmos os cionado. Agora, com direitos e propagaramericanos, Obama, é uma repetição mos o comportamento a tradição é dessa rápida mudança ético? e perspectiva de temW.H. – Sim, ético no paternalista” pos tranquilos, como sentido de bem comum, foi pensado na época quando não se pensa sode Clinton. Mas não mente nos lucros, mas sabemos o que pode acontecer, pois também nos stakeholders (qualquer os americanos têm essa atitude radipessoa ou entidade que afeta ou é afecal de querer controlar tudo, querer tada pela atividade de uma empresa): soluções. consumidores, trabalhadores, todos BR – A América Latina viveu um os envolvidos na cadeia produtiva. período de muitas ditaduras. Nos úlNessa perspectiva, empregadores timos anos, governos populares têm são cidadãos com responsabilidade sido eleitos, mas muitos deles vêm social e política. É importante que a flertando com o totalitarismo... atividade econômica respeite o bem W.H. – Cada país tem uma tradição comum e não se limite ao interesse cultural, uma mentalidade. Entre os individual.
Mácio Ferreira
Beira do Rio – Como é possível o parlamento precisou fazer alguma conciliar as chamadas ‘medidas coisa para que os juízes pudessem protetivas’ – utilizadas para proteagir e proteger a população contra o ger o cidadão e muito comum após uso abusivo das informações. Outro o atentado de 11 de setembro – com caso é a bioética, que deveria regular os direitos constitucionais? o uso das informações pelas Agências Wolfgang Heuer – O cidadão tem dois de Vigilância. O que deve fazer o interesses: a liberdade e a segurança. cidadão ao saber que é um candidato Mesmo na Alemanha, onde a violência potencial a uma enfermidade que não não é como no Brasil, as pessoas estão tem cura? Ele tem o direito de não cada vez mais inseguras e o Estado saber. Até agora, não há nada que reprecisa atender a população naquilo gule o comportamento das Agências que é possível. Por exemplo, depois quanto a isso. de 2001, a Alemanha tentou criar uma BR – Como é possível fazer esses lei antiterrorista que previa, em caso ajustes ao texto constitucional sem de atentado, atirar contra um avião, atender aos interesses particulamesmo correndo o risco de atingir res? civis. Quando essa lei chegou à SupreW.H. – Depende da relação entre os ma Corte, verificou-se que não seria legisladores e a Suprema Corte, que possível aplicá-la, pois pessoas seriam deverá respeitar o que está na Constimortas em favor de outro objetivo, tuição, verificando até que ponto as noou seja, seriam utilizadas como meio vas leis não estão em desacordo com os para combater o terrorismo e isso não direitos fundamentais. Na Alemanha, é possível. até agora, as decisões foram favoráveis BR – Passados 60 anos da Constituipara as mudanças sugeridas. ção alemã e 20 anos da Constituição BR – O senhor diz que os grubrasileira, na sua avapos políticos alemães liação, é preciso fazer estão em descrédito, uma revisão para que enquanto a Supreesses textos atendam às ma Corte tem grande mudanças sociais? credibilidade com a W.H. – A Constituição população. No Brasil, alemã já fez grandes muos grupos políticos danças para atender aos estão desacreditados direitos fundamentais e e o Supremo Tribunal aos direitos humanos, Federal tem tomado como a igualdade endecisões discutíveis... tre mulheres e homens. W.H. – A diferença é Outras mudanças ocorque, no Brasil, o Supre“Hoje, não reram após a unificação mo não é um sistema da Alemanha, visando independente. Na Aletemos mais a atender às demandas manha, os juízes são separação entre eleitos pelo parlamento que surgiram a partir de então. As leis sobre inconselho federal. trabalhadores e eEpelo formação, por exemplo, trabalhando de forma não existiam, mas, com independente, eles poburguesia” o avanço da informática, dem zelar pela Consti-
Heuer: "Os corruptos arruínam o sistema democrático"
Alexandre Moraes
O professor da Universidade Livre de Berlim, Wolfgang Heuer, esteve no Brasil participando de eventos que homenagearam a teórica política alemã Hannah Arendt. Sua passagem pela Universidade Federal do Pará marcou a instalação da Cátedra Germano-Amazônica Curt Nimuendaju, promovida pela Casa de Estudos Germânicos e pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Política. Em entrevista ao JORNAL BEIRA DO RIO, o professor falou sobre mudanças constitucionais, sociedade e democracia após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, quando os países passaram a adotar medidas protetivas que, algumas vezes, violam os direitos individuais. Ao analisar a crise política e econômica mundial, Wolfgang Heuer afirma que, com a globalização e a abertura dos campos políticos, desapareceram as divisões de classe, diminuíram os espaços para os apelos ideológicos e ganharam força as personalidades que representam o bem comum.
Coluna do Reitor Carlos Edilson Maneschy KKKKKKKKKKKKKKKKKK. Pág. 2
Opinião A professora Luzia Miranda Álvares escreve sobre o percurso do Gepem nos seus 15 anos de existência. Pág. 2
Alimento de origem vegetal é prato principal na culinária da região
Bactérias
Serviço
Cuidados ao escolher os alimentos
Restaurante atende Campus Profissional
Pág. 9
Pág. 11
Substâncias podem contaminar
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BEIRA DO RIO – Universidade Federal do Pará – Agosto, 2009 –
Restaurante Universitário
Coluna do REITOR Carlos Maneschy
Acervo Pessoal
ir mais além de cumprir as exigências mínimas como oferta de professores qualificados e laboratórios, por exemplo. É preciso investir na formação que seja capaz de entregar à sociedade um cidadão em condições de analisar criticamente a realidade e nela intervir para superar o atraso e melhorar a vida das pessoas. Alterar a realidade é uma das funções sociais da universidade. Por isso, também, ela precisa ser o lugar da discussão pautada pelo interesse público, mostrando capacidade de dialogar de forma politicamente autônoma e honestamente interessada com a sociedade. É indispensável para esse diálogo que a Universidade melhore sua capacidade de comunicação, reconhecendo a informação como um bem social a ser amplamente compartilhado. O diálogo precisa, obviamente, começar no interior da instituição, por sua natureza um espaço de circulação de ideias, onde não se pode admitir restrição a nenhuma manifestação de pensamento. A tolerância com o que é diverso e o respeito às diferenças são da essência do espírito universitário. Com
esses princípios, acreditamos na convivência respeitosa e cooperativa com as entidades representativas de docentes, técnicos e estudantes, acreditando que, na defesa de interesses legítimos, será sempre possível encontrar convergências entre posições em confronto. Fundamentalmente, a universidade é, também, o espaço da esperança, entendida aqui não como um conceito vazio, mas como expectativa que se materializa nos atos e consequências provindas da razão e do conhecimento. Nossa Universidade jamais será depositária dessa esperança se não garantir que sua atuação institucional seja percebida como instrumento de intervenção na vida das pessoas, de todas as formas e em todas as áreas possíveis. Não será espaço para alimentar utopias se não acelerar o movimento para ganhar maior legitimidade social, garantindo que seus programas e projetos possam propor e, no limite, pôr em prática soluções para problemas reais. Para tanto, precisamos da com-
petência e do compromisso de professores e técnico-administrativos, mas também do entusiasmo típico da juventude que, ao agir, muitas vezes, com irreverência e rebeldia, ajuda a desmontar o conservadorismo dos que se acomodam com o passar dos tempos. Essa primeira manifestação neste jornal pode parecer reflexo do otimismo natural de quem chega. Na verdade, sabe o reitor e sabe toda sua equipe dos desafios e dificuldades. O que pode parecer apenas otimismo é, tão somente, confiança num projeto pensado coletivamente com a contribuição dos diversos setores da UFPA. Um projeto que não está fechado, no sentido de que admite correção de rumos e rotas, ditada pela experiência do dia a dia. Este artigo é uma forma de conversar com a comunidade da UFPA. Estes canais de comunicação serão ampliados em breve para permitir um diálogo o mais fluente possível entre a administração superior e os professores, técnico-administrativos e estudantes que fazem esta Universidade.
Maria Luzia Miranda Álvares
luziamiranda@gmail.com
Um percurso entre chegadas e (novas) caminhadas
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ Rua Augusto Corrêa n.1 - Belém/PA beiradorio@ufpa.br - www.ufpa.br Tel. (91) 3201-7577
mática da questão da mulher numa perspectiva de gênero estava se tornando um ponto de convergência, um centro de debates, na rede teórica das Ciências Sociais. Na manhã do dia 28 de agosto de 1994, numa reunião histórica, primeiramente, no auditório do então Centro de Filosofia e Ciências Humanas/UFPA, e para registrar formalmente a relação com a patrona, na Praça “Eneida de Moraes” (ainda em projeto), oficializou-se a criação do Grupo de Estudos e Pesquisas “Eneida de Moraes” sobre Mulher e Relações de Gênero - Gepem. No I Encontro Amazônico sobre Mulher e Relações de Gênero, em novembro/1994, o Gepem reuniu estudiosos/as da Região Norte. Destarte, as atividades sobre a temática foram estimuladas nos cursos de graduação, pós-graduação, projetos de pesquisas e trabalhos de classe, presença das associadas nos eventos dos movimentos de mulheres paraenses, apresentação de trabalhos nos encontros locais,
Após as obras de ampliação, três mil pessoas poderão ser atendidas Glauce Monteiro
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omer fora de casa, geralmente, acaba nos custando muito caro. A pressa nos torna pouco seletivos quanto ao tipo de comida que ingerimos. Não observamos nem mesmo se o alimento foi preparado adequadamente e, quase sempre, se o mesmo prato fosse consumido em casa, ele sairia bem mais em conta. O resultado são problemas de saúde e um orçamento cada vez mais apertado. Há 15 anos, o Restaurante Universitário da UFPA busca oferecer opções balanceadas, saborosas e baratas para quem precisa almoçar na Instituição. Os RUs, como são conhecidos, ofertam um cardápio variado e primam pela segurança alimentar dos seus usuários. "Fazemos parte do seleto grupo de restaurantes que combinam mais de vinte opções de um cardápio saboroso, com uma alta qualidade", assegura a nutricionista Mary Barros, que esteve à frente da direção dos RUs nos últimos quatro anos.
RU do Profissional, inaugrado em junho, serve 500 a 700 refeições diariamente
n Compromisso com a segurança alimentar
OPINIÃO
s primeiros diálogos a respeito da criação de um grupo de estudos sobre a questão da mulher ocorreram no início dos anos oitenta entre as professoras Edna Maria Ramos de Castro, Rosa Acevedo Marin (Naea/UFPA) e sua então orientanda Maria Luzia Álvares. Com o I Encontro de Pesquisadoras/es sobre a Mulher e Relações de Gênero do Norte e Nordeste, promovido pelo NEIM/ UFBA, em 1992 – e a criação da Rede Feminista Norte e Nordeste de Estudos e Pesquisas sobre Mulher e Gênero (Redor N/NE), houve uma nova articulação, com uma ampla chamada a outros/as docentes da Universidade. O processo constitutivo do grupo fortaleceu-se num marco de efeitos colaterais sobre o enfoque da história das mulheres, ao congregar tanto pesquisadoras da UFPA quanto de universidades particulares e estaduais do Pará. Entre os anos 1992 e 1994, vislumbram-se indícios de que, no ambiente amazônico, a te-
Refeições nutritivas a baixo custo
reitor@ufpa.br
Nosso compromisso com o Pará e a Amazônia
momento de mudança de gestão é sempre associado ao desejo de alterações qualitativas nos rumos institucionais. É um clima naturalmente propício à recepção de novas ideias, tanto quanto à consciência dos desafios colocados pelas demandas sociais e das dificuldades a enfrentar na busca de atendê-las. Esses desafios se agigantam numa instituição que ocupa posição de liderança como a Universidade Federal do Pará, a maior instituição de ensino superior na Amazônia, responsável por grande parte da produção científica e tecnológica da região e também por um ousado programa de interiorização que, implantado há mais de 20 anos, tornou-se referência nacional. É, entretanto, na tarefa da formação inovadora de jovens quadros que identificamos nosso compromisso prioritário com o Pará e a Amazônia. Isso significa que, sem diminuir a importância das atividades de pesquisa e extensão, consideramos a busca da excelência no ensino de graduação como missão central da UFPA nos próximos quatro anos. Para tal, é preciso
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Alexandre Moraes
Mácio Ferreira
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regionais e nacionais. De 1998 a 2008, o momento das associadas foi de pensar na sua qualificação acadêmica, uma necessidade que se impôs pela nova dinâmica do avanço da pós-graduação nas universidades. A maioria das “meninas do Gepem” se doutorou em diversos centros nacionais e locais. O processo de construção de saberes num espaço onde o conhecimento científico tem um padrão tradicional apresenta dificuldades para a inserção de novos enredos. Para as rupturas ao status quo, nesses 15 anos, houve a presença constante das pesquisadoras da área de gênero em atividades múltiplas e a evidência do formato da transversalidade entre as grandes teorias e os enfoques contemporâneos que expunham diferenciais nos marcadores sociais quando se processavam com a perspectiva de gênero. Os estudos de gênero nos ajudaram a problematizar a noção de sujeito universal e a mostrar o caráter hierárquico e assimétrico subjacen-
te à construção de feminilidades e masculinidades. As marcas sociais introduzidas nos estudos evidenciaram a multiplicidade de práticas e representações, de mulheres e homens, pautados em diferenças: étnicas, raciais, status, geração, sexualidade e orientação religiosa, alguns dos principais marcadores. Nesses quinze anos de presença no âmbito acadêmico e na sociedade civil, o Gepem construiu uma rede de estudos de gênero na Amazônia, contribuindo para o crescimento da produção de saberes, práticas e linguagens. Nesse período, manteve um fluxo permanente de ações que tendem a cooperar com a agenda política dos movimentos sociais. Desse compromisso acadêmico, mantemos a luta pelos direitos humanos. Maria Luzia Miranda Álvares é doutora em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro e coordenadora do Gepem.
Reitor: Carlos Edilson Maneschy; Vice-Reitor: Horácio Schneider; Pró-Reitor de Administração: Edson Ortiz de Matos; Pró-Reitor de Planejamento: Erick Nelo Pedreira; Pró-Reitora de Ensino de Graduação: Marlene Rodrigues Medeiros Freitas; Pró-Reitor de Extensão: Fernando Arthur de Freitas Neves; Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Emmanuel Zagury Tourinho; Pró-Reitor de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal: João Cauby de Almeida Júnior; Pró-Reitor de Relações Internacionais: Flávio Augusto Sidrim Nassar; Prefeito do Campus: Alemar Dias Rodrigues Júnior. Assessoria de Comunicação Institucional JORNAL BEIRA DO RIO Coordenação: Ana Carolina Pimenta Edição: Rosyane Rodrigues; Reportagem: Glauce Monteiro (1.869-DRT/PA)/ Jéssica Souza (1.807-DRT/PA)/ Rosyane Rodrigues (2.386-DRT/PE)/Raphael Freire/ Suzana Lopes/ Tatiara Ferranti/ Walter Pinto (561-DRT/PA); Fotografia: Alexandre Moraes/Mácio Ferreira; Secretaria: Isalu Mauler/Elvislley Chaves/Gustavo Vieira; Beira on-line: Leandro Machado/Leandro Gomes; Revisão: Júlia Lopes; Arte e Diagramação: Rafaela André/Omar Fonseca; Impressão: Gráfica UFPA.
Mary Barros conta que todo estabelecimento que comercializa alimentos precisa cumprir, rigorosamente, a legislação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que inclui a necessidade de uma equipe de nutricionista que supervisiona os produtos desde o momento em que eles chegam até a entrega da refeição para o cliente. As normas variam também quanto ao tipo de estabelecimento. Os Restaurantes Universitários do Campus Básico e do Campus
Profissional da UFPA, por exemplo, são diferentes entre si. O primeiro é um restaurante completo, com uma cozinha e uma área em que as refeições são servidas e consumidas. Já o RU do Profissional, que começou a funcionar no início de junho, é uma copa de distribuição, que serve cerca de 700 refeições diariamente. "Todo alimento servido nas duas unidades é preparado na cozinha do RU do Básico. Criamos uma estrutura de transporte para poder
transferir parte das refeições para o Campus Profissional. O principal objetivo do novo RU é atender melhor os alunos que estudam do outro lado da Cidade Universitária José da Silveira Netto e diminuir as filas na unidade principal”, revela a nutricionista. Além disso, produzir refeições em grande escala não é fácil e requer habilidade para conciliar eficiência no preparo com a qualidade que se reflete no sabor do alimento. "Temos
n RUs também cumprem importante papel social Arroz, feijão, farofa, salada, carne e sobremesa. 1.500 refeições completas e nutritivas como essa são servidas diariamente nos Restaurantes Universitários da UFPA, pelo preço de R$1,00. Um valor acessível para um almoço completo se considerarmos a pesquisa da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert), divulgada em 2008, a qual calcula que o almoço em bufês, bares e restaurantes custa, em média, R$
16,48 na Região Norte. Assim, os "bandejões" da UFPA custam 93,94% mais barato. A oferta de refeições nos restaurantes faz parte da política de assistência estudantil da UFPA. "Sabemos que muitas pessoas têm dificuldade de se alimentar e os RUs cumprem o importante papel de ajudar a garantir a permanência e o bom desempenho dos alunos mais carentes na Universidade", lembra Mary Barros. A UFPA, por meio da Diretoria de Assistência
Estudantil da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), implantou o Programa "Taxa Zero", uma política elaborada a partir do levantamento socioeconômico dos discentes da Instituição. "Por meio do "Taxa Zero", cerca de 80 alunos cadastrados podem comer, gratuitamente, nos restaurantes. Ao menos, 20 deles já almoçam aqui, diariamente, e esse número ainda deve aumentar pelo projeto de Bolsas de Permanência Estudantil", conta a nutricionista.
n Comunidade aprova a variedade do cardápio O RU oferece, diariamente, 1.200 refeições a estudantes e servidores da UFPA. O cardápio une variedade, sabor e valor nutricional dos alimentos. O "Bandejão" é sempre composto por carnes (de boi , de porco, de frango ou de peixe), arroz, feijão, farofa, legumes e sobremesa. Cada refeição oferece, em média, 40% do Valor Energético Total (VET) que um adulto precisa ingerir diariamente, o que corresponde a
cerca de 900 a 1.100 calorias. As mais de vinte opções de cardápio agradam ao público. "Periodicamente, fazemos uma avaliação para checar a aceitabilidade dos nossos pratos. Consideramos "aceitável" o cardápio avaliado como bom ou ótimo e "inaceitável" o cardápio avaliado como regular ou ruim. Todos os menus receberam mais de 70% de aprovação e alguns quase chegam a 100%", explica a nutricionista.
No endereço www.ufpa.br/ru estão disponíveis, além do cardápio mensal, receitas regionais e informações sobre o funcionamento das unidades. “Ele também é um canal de interação entre os frequentadores do restaurante e os funcionários”, conta a diretora. A seção 'fale conosco’ é uma das mais importantes, “desejamos receber sugestões e opiniões e responderemos a todas as mensagens".
integrantes da equipe que estão conosco há 15 anos. São profissionais experientes e que se doam para cumprir as suas tarefas da melhor forma possível", garante Mary Barros. Todos os servidores participam, regularmente, de cursos de capacitação e atualização, ofertados pela Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal (Progep), por meio do Centro de Capacitação da UFPA (Capacit) para garantir a melhoria contínua do serviço.
n Obras de ampliação O projeto para ampliar o número de refeições servidas pelos RUs teve início com a inauguração do RU do Profissional. Também já estão iniciadas as obras da construção do anexo, ao lado do Restaurante Principal. O espaço será destinado ao armazenamento dos produtos e a um complexo de câmeras frigoríficas com capacidade para cinco toneladas de alimento. Logo depois, serão iniciadas as obras de ampliação da cozinha para aumentar a capacidade de produção de alimento e, por fim, a área de atendimento externo do Restaurante Universitário do Campus Básico, que deverá ser reformada e climatizada. "Somente após essas ampliações, teremos a possibilidade de aumentar, também, o número de refeições servidas", explica Mary Barros, que espera, ao final das obras, pensar em um terceiro RU, “com mais espaço para atender a comunidade universitária com a qualidade e a segurança alimentar que esta já conhece e merece”.
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BEIRA DO RIO – Universidade Federal do Pará – Agosto, 2009 –
Auditório
Paixão de LER
Um novo espaço para grandes eventos
Obra analisa mitos da formação docente
Centro de Convenção será locus privilegiado para o debate intelectual Fotos Mácio Ferreira
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os últimos anos, cresceram as pesquisas que analisam os processos de ensino em diversos espaços sociais, principalmente, na perspectiva de estudos que aprimorem a compreensão didática, em qualquer área do conhecimento escolar, em termos considerados efetivos como resultados da ação educativa. É neste contexto que a Editora da UFPA lança o livro “Formação de Professores: mitos do processo”, do professor Francisco Hermes Santos da Silva. Esse trabalho é uma investigação criativa do autor, cujo intuito é valorizar os conhecimentos e saberes que, usados restritamente, se apresentam, por vezes, na feição de mitos da formação. A obra traz a experiência social e cultural, gerada em espaços educativos diferenciados, que não deixa, contudo, de incidir sobre o espaço da escola, principalmente, da sala de aula.
O estudo organizado pelo professor Hermes, em parceria com pesquisadores e educadores matemáticos do Programa de Pós Graduação em Educação Matemática da UFPA, tem o propósito de influenciar a produção do discurso matemático expositivo e acrítico que, frequentemente, afeta a compreensão lógico-matemática em suas relações pedagógicas, nos espaços educativos formais. “Não se pode acreditar que a aprendizagem escolar seja natural, espontânea e prazerosa, se a escola não pode atender às peculiaridades de cada indivíduo em termos de conhecimentos prévios, campo conceitual, motivação para aprender, nível cognitivo adequado, só para citar algumas das variáveis que permeiam o processo de ensinar/aprender”, avalia o professor Hermes e acrescenta, “se não tomarmos consciência disso, continuaremos a crer em algo que, não sendo verdade, pode contribuir para a discriminação em quaisquer matizes.”
Reprodução
Artigos problematizam o discurso matemático e a relação pedagógica Laïs Zumero e Giselda Fagundes
Sistema de divisórias móveis permite que o Auditório Benedito Nunes receba eventos de médio e grande porte Walter Pinto
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n Novas tecnologias e inclusão Seguindo esse princípio, são apontados temas e questões presentes nos discursos pedagógicos usuais, que precisam ser considerados a partir de práticas sociais e analisados de diferentes maneiras ao relacionarem-se ao ensino de matemática, buscando corrigir distorções dadas por definições e imposições de sentidos únicos. De acordo com o autor, os mitos de formação atuais são quatro: o professor deve saber ensinar os conteúdos de forma contextualizada; o professor deve ser interdisciplinar; o professor deve estar na vanguarda das novas tecnologias da informação e o professor deve estar preparado para o processo de inclusão escolar. A obra aborda esses mitos em sete
artigos intitulados: Os mitos da formação; Interdisciplinaridade: uma concepção epistemiológica?; A contextualização: uma questão de contexto; Contextualização do ensino da matemática; Afetividade, cognição e formação de professores que ensinam matemática; A avaliação como processo de comunicação na escola inclusiva e Os desafios da educação matemática no terceiro milênio. O livro do professor Francisco Hermes pode ser encontrado à venda na Livraria do Campus, ao lado da Edufpa, próximo ao Restaurante Universitário do Básico, e na Livraria da Praça, no prédio do Instituto de Ciências das Artes, ao lado do Teatro Waldemar Henrique.
Livro está à venda nas livrarias da Praça e do Campus
CICLO DO EXTREMO NORTE DA LITERATURA Em junho, a Edufpa realizou o I Ciclo do Extremo Norte da Literatura: a Prosa de Dalcídio Jurandir – a Poesia de Paulo Plínio Abreu. Na programação, a conferência proferida pelo professor Benedito Nunes e o lançamento dos livros Marajó, de Dalcídio Jurandir – em coedição com a Fundação Casa de Rui Barbosa; Poesia, de Paulo Plínio Abreu, obras que, há muito, estavam inacessíveis, fora de catálogo; e Três Sentidos Fundamentais na Obra de Paulo Plínio Abreu, trabalho crítico de Célia Bassalo, sobre a obra do poeta. Além de palestras, mesas-redondas, comunicações e minicursos com professores de várias áreas, os participantes puderam assistir às performances da Escola de Teatro e Dança da UFPA. O Ciclo teve entrada franca e planeja a segunda edição para 2010.
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Mas será que esses estabelecimentos estão preparando os alimentos adequadamente? Será que o ambiente e os funcionários mantêm a higiene exigida por lei? A resolução n. 216/04, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estabelece regras de boas práticas para serviços de alimentação. Leia,a seguir, alguns cuidados necessários: Local de pr epar ação – Deve ser sempre limpo, organizado e abastecido com água corrente
tratada, para que não haja a multiplicação de micro-organismos. A limpeza deve ser feita sempre ao término das atividades para prevenir a presença de ratos e baratas. Além disso, o ambiente deve ser bem iluminado e ventilado, pois os micróbios patogênicos, principais causadores das Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA), multiplicam-se rapidamente em locais quentes e abafados. As janelas devem ser protegidas por telas, para impedir a entrada de insetos, entre outros animais. Bancadas, mesas e tábuas de corte – Devem ser mantidas limpas e em bom estado de conservação, sem rachaduras ou trincas, pois esses defeitos favorecem o acúmulo de líquidos e sujeiras, possibilitando a multiplicação de bactérias. Na hora de servir – A Anvisa recomenda que equipamentos, como estufa, balcões, bufê, geladeiras e freezers estejam limpos e em perfeito
m prédio moderno, em forma de cunha, projetado e construído fora do padrão das linhas tradicionais da arquitetura do Campus da Cidade Universitária professor José da Silveira Netto. Arrojo nas formas para atender a novas funcionalidades que o crescimento institucional impôs ao longo de mais de meio século de vida. O Centro de Convenções da UFPA inaugurado em junho passado, terá múltiplas destinações, mas a mais importante será atrair grandes eventos acadêmicos, nacionais e internacionais, dando ao Pará um locus privilegiado de debate intelectual sobre a Amazônia e o mundo, e aos estudantes, oportunidade de maior participação nesses eventos. Há muito que a comunidade
universitária aguardava pela construção de um local apropriado para a realização de grandes eventos dentro do campus universitário. O crescimento da Instituição, a sua importância no cenário nacional e internacional e seu papel na produção do saber tornaram a UFPA a principal promotora de eventos, debates e discussões acadêmicas na Amazônia. Os antigos auditórios setoriais, nos campi Básico e Profissional, desde cedo se revelaram inadequados para eventos de grande porte. Diante da imperiosa necessidade de promovê-los, os gestores e as unidades promotoras tinham que os realizar fora do campus, sobretudo em hotéis da cidade, separando-os, assim, de seu público preferencial, o universitário. Além disso, há que se considerar o custo financeiro empregado na utilização
desses espaços externos. Por outro lado, a atividade artística também se ressentia de um espaço adequado, no meio universitário, para apresentação de grandes espetáculos. Por alguns anos, o antigo Núcleo de Arte, na Praça da República, serviu de palco para alguns espetáculos, mas como um teatro de bolso improvisado. Quando se tratava de um espetáculo de maior dimensão, porém, havia necessidade de agendar casas ,como o Theatro da Paz, o Margarida Schiwazzappa ou o Maria Sílvia Nunes, também com o pesado ônus que o aluguel dessas salas acarreta. Em tempos mais remotos, a ausência de um teatro no Campus fez com que artistas do quilate de Chico Buarque de Holanda, Egberto Gismonti, Gilberto Gil, Edu Lobo, entre outros, vindos pela primeira vez
n UFPA agora possui o maior teatro de Belém
Alimentação saudável e saborosa fora de casa rande parte da comunidade universitária, por passar o dia no campus, precisa alimentar-se fora de casa. Restaurantes, lanchonetes, cantinas, padarias, carrinhos de lanche e outros estabelecimentos são os endereços certeiros de alunos, professores, servidores e pessoas que circulam em qualquer um dos campi da Universidade Federal do Pará.
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funcionamento. A temperatura deve estar regulada de forma que os alimentos quentes permaneçam acima de 60ºC e os alimentos frios abaixo de 5ºC. Os balcões e bufês devem ser protegidos para que os consumidores não contaminem os alimentos enquanto se servem. Quem serve e manipula os alimentos deve manter as mãos limpas, utilizar acessórios de higiene, como luvas e toucas, e não pode pegar em dinheiro. Banheiros e vestiários – Devem ficar afastados da área de preparo e armazenamento dos alimentos. É fundamental que os banheiros estejam sempre limpos e que haja sabonete, antisséptico, papel toalha e lixeiras com tampas e pedais, pois esses locais apresentam microorganismos espalhados por todo o ambiente. Lixo – A atenção precisa ser redobrada. As lixeiras devem ser de fácil limpeza, com tampa e
pedal. O lixo deve ser retirado com frequência da área de preparo de alimentos e mantido em sacos plásticos bem fechados. Lembre: pedir para visitar a cozinha ou a área dos estabelecimentos onde os alimentos são preparados é um direito do consumidor. Alimentos recomendados – Para quem opta por trazer sua comida de casa, o aconselhado são frutas ou vegetais. O alimento preparado no dia anterior ou no início do mesmo dia não é uma boa escolha, pois existe risco de contaminação microbiológica. Sanduíches e salgados fritos contêm gorduras de diversos tipos, por isso são prejudiciais à saúde e devem ser evitados. Mesmo respeitando as características individuais, os nutricionistas recomendam que sejam ingeridos carboidratos (leguminosas, frutas e alimentos que contêm açúcar comum), seguidos de proteínas e vegetais. A alimentação saudável requer consciência e paciência.
Inicialmente, a administração superior da UFPA pensou num grande auditório com capacidade para mil lugares. No desenvolvimento do projeto, os arquitetos da DPJ Arquitetos Associados sugeriram a ideia de construir um grande auditório, que também servisse, de forma adequada, para as artes cênicas. Não foi possível inaugurá-lo para o Fórum Social Mundial. O Centro de Convenções da UFPA, construído ao lado da Reitoria, possui um auditório para grandes eventos, reversível em dois auditórios com capacidade para 500 lugares cada, salas adequadas para realização de reuniões de grupos, um teatro que já é o maior, em capacidade de público, entre todos os teatros de Belém e um espaço multiuso, no hall de entrada, para realização de diferentes tipos de eventos. Conforme explica o arquiteto Jorge Derenji, a forma em cunha do auditório foi definida pela função que se pretende dar a ele: o de abrigar, de maneira adequada, mil espectadores, organizados de uma maneira que fiquem o mais próximo possível do palco, evitando-se grandes distâncias
impróprias à boa visualização. O piso, em forma de rampa, possui uma inclinação que facilita a visibilidade. As linhas do Centro podem ser definidas pela arquitetura funcionalista, aquela que parte do princípio de que a forma deve resultar da perfeita adequação à função. Segundo José Freire, que foi prefeito do Campus e pró-reitor de Planejamento da UFPA, “as formas do Centro de Convenções são ousadas, diferentes de tudo que há no Campus, o que é compreensível se levarmos em conta que os auditórios existentes no Básico e no Profissional são espaços reduzidos, com capacidade para apenas 100 lugares”. Benedito Nunes – Uma das exigências da administração da UFPA foi a de que esse grande auditório para mil lugares, que leva o nome do professor Benedito Nunes, em homenagem ao grande intelectual da Amazônia, fosse transformado em dois auditórios para atividades de menor porte. Assim, os arquitetos projetaram um sistema de divisórias móveis que dividem a grande sala ao meio. Mais que um auditório, o Cen-
tro de Convenções também possui um teatro moderno, dotado de um grande palco, detentor de uma caixa de grandes dimensões (espaço onde se localiza o sistema de travejamento do teto e dos sótãos e se sustentam os equipamentos de efeitos cênicos). Para realizar os projetos de acústica, iluminação e urdimento do palco, a DPJ contratou os arquitetos cariocas Lígia Niemayer e Jerônimo Moraes, ambos especializados em projetos para teatros. Dentro do palco, há uma tela de grande proporção onde podem ser projetados filmes e audiovisuais como suporte a conferências. Do lado de fora do auditório/teatro, o hall de entrada pode também ser utilizado como espaço multiuso para realização de exposições, reuniões, lançamentos de livros, entre outros eventos. O hall é dotado de um sistema que aproveita a luz solar para iluminar o ambiente interno, sem que haja necessidade de luz elétrica. Uma parte do hall é coberta por um vidro especial reflexivo, capaz de absorver pouca radiação. Sobre essa faixa, há um espaço de 70x2m para colocação de painéis artísticos.
a Belém, trazidos pelo projeto Pixinguinha, promovido pela Fundação Nacional de Arte, se apresentassem no Ginásio de Esportes do Campus do Guamá, local absolutamente inadequado para apresentações artísticas. Nas últimas duas décadas, a introdução do sistema eleitoral no processo de nomeação do reitor tem levado à realização de debates entre candidatos no Ginásio de Esportes. No entanto, o calor interno e a acústica sofrível tornam o local um tormento, tanto para o público como para os próprios candidatos. Assim, a inauguração do Centro de Convenções da UFPA é uma notícia alvissareira para a comunidade universitária, tão importante quanto foi a inauguração da Biblioteca Central, em 1969, ou do Restaurante Universitário, em 1993.
n Próximo projeto é a Praça Magna Durante a execução do projeto, os arquitetos da DPJ, todos professores da UFPA, estudaram duas locações para o Centro de Convenção. Uma das hipóteses foi ao lado da Biblioteca Central, de frente para o rio Guamá, onde possibilitaria maior visibilidade à obra. A outra foi ao lado da Reitoria, onde foi construído. Em favor dessa localização, pesou a disponibilidade de um estacionamento de veículos na área entre o Centro de Convenção e o Ginásio de Esportes. O projeto também promoveu a revisão na organização espacial da área compreendida entre o Auditório, a Reitoria e a Biblioteca Central. Os arquitetos projetaram a Praça Magna do Campus, um espaço de grandes dimensões, que funcionaria para promoção de atividades de lazer e reuniões. “Fizemos um projeto e o submetemos à Reitoria. A ideia é criar esse espaço aberto, sem passagem de veículos. Pensamos numa Praça Magna semelhante às que existem em universidades da Europa e dos Estados Unidos”, planeja José Freire.
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BEIRA DO RIO – Universidade Federal do Pará – Agosto, 2009 –
Antioxidante
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Tomar açaí faz bem para o coração
Mácio Ferreira
Bactérias
Suzana Lopes
A
limento abundante na natureza e nas mesas paraenses. O açaí é o prato principal de muitas famílias em alguns municípios do Pará, como em IgarapéMiri. Tomando açaí diariamente, essa população não sabia que estava se prevenindo contra aterosclerose (entupimento de veias e artérias), principal causa de morte no mundo (46%). É o que pesquisa, há dez anos, o cardiologista Eduardo Augusto Costa, professor da Faculdade de Medicina da UFPA. Em 1999, uma pesquisa de doutorado da área de Engenharia Química, realizada pelo professor Hervé Rogez, mostrou que o açaí possuía, em maior quantidade, o mesmo corante presente nas uvas, a antocianina. “Para se ter uma ideia, um litro de açaí médio (entre a consistência fina e grossa) contém 33 vezes mais antocianina que um litro de vinho tinto francês”, compara o professor. A antocianina é uma substância antioxidante que impede a oxidação do colesterol na parede das artérias e, consequentemente, a não formação da placa responsável pelo entupimento dos vasos. Quer dizer, então, que quem toma açaí corre menos risco de infarto e derrame? Exatamente. É o caso da população de Igarapé-Miri, que está sendo estudada pelo professor
Mácio Ferreira
Substância impede acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos
Frutas, verduras e legumes devem ser muito bem lavados, pois são os que mais sofrem com a exposição e a manipulação excessiva
Cuidados começam na hora da compra É preciso saber escolher, preparar e conservar os alimentos
Consumidores de açaí mantêm elevado o nível do HDL (bom colesterol) graças à antocianina Eduardo Augusto Costa, desde 1999. Ele realiza vários exames clínicos, gratuitamente, no município, como exame de sangue, medição da pressão, verificação de peso e altura, histórico clínico, eletrocardiograma, entre outros. A partir dos resultados,
ele pode perceber, por exemplo, o nível de frações de colesterol (ver box). Até agora, avaliando mais de 800 pessoas que tomam açaí e mais de 200 que não tomam, o cardiologista observa que o HDL (bom colesterol)
é elevado e o LDL (mau colesterol) está em níveis normais nas pessoas que tomam açaí. Esse dado mostra que esse grupo possui menos riscos de sofrer com doenças ateroscleróticas do que a amostra da população que não consome o alimento.
Raphael Freire
M
ilhares de bactérias podem estar em um alimento que não esteja bem lavado, bem cozido ou bem armazenado. Muitas pessoas não sabem, mas essas bactérias são as maiores responsáveis por diarreias, infecções estomacais, vômitos e outras doenças que podem levar à morte. A me-
lhor forma de combater essas doenças, transmitidas por meio da contaminação dos alimentos, é a higiene. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a higiene dos alimentos abrange todas as medidas necessárias para garantir a qualidade e o valor nutricional dos alimentos. De acordo com a professora Luiza Helena Meller da Silva, “a higiene e o cuidado com os alimentos são
fundamentais para que se mantenham a saúde física e o consumo de alimentos com qualidade”. Luiza Meller da Silva é a coordenadora do Programa de PósGraduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA), o primeiro programa da Região Norte na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos. Para ter uma alimentação saudável, não basta apenas conhecer os nu-
n Exames e tratamento gratuitos
n Atenção para os cheiros, as cores e as texturas
São vários os fatores que colaboram para que um indivíduo tenha problemas de entupimento de vasos sanguíneos: cigarro, estresse, diabetes, hipertensão arterial, obesidade, sedentarismo e colesterol alto, sem contar com fatores não alteráveis, como a idade e a herança genética. Todos eles são responsáveis pela lesão da parede de veias e artérias. E quando o sangue passa por essas vias feridas levando muito LDL (colesterol maléfico), a gordura entra
Esta não é a primeira análise clínica que o cardiologista realiza tomando como parâmetro a base alimentar da população. Desde 1989, Eduardo Augusto Costa se propõe a estudar em que medida alimentos tipicamente amazônicos contribuem ou não para a saúde. Um dos estudos comparou as populações que se alimentavam de peixe (rico em Ômega 3) com aquelas que consumiam outros tipos de carnes. O professor realizou exames em Abaetetuba, Cotijuba, Inhangapi, Castanhal,
O cheiro, a cor e a textura dos alimentos devem ser observados na hora da escolha e da compra. Nas feiras e varejões, frutas, legumes e verduras ficam expostos ao ar livre durante várias horas e sofrem com a ação do tempo e do clima, com a manipulação do feirante e dos fregueses, além de ficarem expostos à saliva, a insetos, ao toque das mãos que, ao mesmo tempo, contam o dinheiro. Ao chegarem em casa, esses alimentos precisam ser muito bem lavados com sabão, gotas de água sanitária ou de vinagre e água corrente, se possível, filtrada ou fervida.
Ray Nonato
n Tabagismo, estresse e obesidade
Costa: cuidado com a generalização
na parede dos vasos, e, em contato com o oxigênio, oxida iniciando a formação das placas chamadas ateromas, que entopem as vias sanguíneas. O acúmulo dessas placas impede, progressivamente, a circulação do sangue. Se esse entupimento for em vias cardíacas, o indivíduo sofre um infarto, se for em vias cerebrais, um acidente vascular cerebral (AVC ou derrame). O açaí, como é rico em uma substância antioxidante, a antocianina, age abastecendo o organismo contra a formação de placas de gordura. Mas vale ressaltar que o açaí sozinho não impede que uma pessoa tenha doenças ateroscleróticas. O alimento combate apenas um dos fatores que contribuem para a lesão dos vasos sanguíneos. Entre outras ações, não fumar, não se estressar, não engordar devem ser levadas em consideração para a prevenção desse tipo de doença. Essas variáveis, inclusive, são analisadas pelo professor Eduardo Costa, para impedir os erros de uma generalização. E o cardiologista ainda destaca o fato de o açaí ser altamente calórico. "Açaí engorda, possui 30% de gordura. Um prato de açaí tem a mesma quantidade de calorias que um prato de arroz, feijão, farinha e carne. Então, quando a gente almoça tomando açaí, almoçamos duas vezes. Essa é a contrapartida”.
Soure, Vigia, entre outros municípios paraenses. Foram feitos mais de 50 mil exames com a ajuda de estudantes e o apoio do Laboratório Paulo Azevedo, que promoveu as análises laboratoriais gratuitamente. Entre a população de Cotijuba, por exemplo, que tem o peixe como principal alimento, o risco de infartar ou sofrer derrame não é alto (68% possui baixo risco e 32%, risco médio). Ao participar da pesquisa, a população recebe exames, consultas e tratamentos gratuitos.
Nem todo colesterol é mau De acordo com o professor Eduardo Augusto Costa, existem três tipos de colesterol, nem todos fazem mal à saúde, como é comum se pensar. * HDL (Lipoproteína de Alta Densidade): é o chamado bom colesterol e precisa estar em altas taxas no sangue. * VLDL (Lipoproteína de Muito Baixa Densidade): é o mau colesterol e tem relação com a alimentação. Acima de 500 miligramas de triglicerídeos (gordura) por decilitro de sangue, o risco de doença cardiovascular
é muito elevado. Um prato de feijoada, por exemplo, sobe a taxa de gordura para 1000 e uma dose de maniçoba, para 1500. * LDL (Lipoproteína de Baixa Densidade): também é conhecido como mau colesterol, mas a presença dele no sangue tem relação com fatores genéticos. Pessoas que possuem parentes com alto LDL e, consequentemente, problemas de aterosclerose, têm mais risco de sofrer com os mesmos problemas. Por isso, precisam utilizar medicamentos desde cedo.
Carnes de frango e de peixe devem receber atenção redobrada, pois se deterioram com maior facilidade. O primeiro cuidado deve se concentrar no estado geral do alimento e, ao menor sinal de deterioração, não deve ser consumido. Se forem cozidos em temperatura superior a 70oC, carnes, aves e peixes eliminam a maior parte das contaminações. Quando frescas, a carne bovina e a de porco são compactas, apresentam gordura branca e firme, cor vermelhobrilhante e cheiro agradável. Não devemos comprar carne que esteja escura ou
esverdeada, com cheiro desagradável e que não tenha origem determinada e carimbo de inspeção do Ministério da Agricultura, denominado Serviço de Inspeção Federal (SIF). As aves estão boas quando a cor da pele variar do branco ao amarelo, a superfície for brilhante e firme ao tato. Os peixes estão frescos quando os olhos são arredondados, a guelra é vermelha, o cheiro é suave, a pele está brilhante e as escamas firmes. O camarão precisa estar com a cabeça presa ao corpo, a carapaça firme, o olho brilhante e o cheiro agradável.
n Geladeira é local propício para contaminação Os alimentos não perecíveis não precisam de refrigeração e podem ser armazenados à temperatura ambiente. O local de armazenagem deve ser arejado, limpo e livre de umidade. Os produtos que precisam de refrigeração são aqueles que podem ficar armazenados por mais tempo. É importante não sobrecarregar a geladeira com produtos, pois isso pode afetar sua capacidade de resfriamento, prejudicando a conservação dos alimentos e causando perdas. Todo alimento na geladeira deve estar embalado ou acondicionado em potes fechados. As sobras devem ser guardadas em temperatura igual ou inferior a 10 graus. Sobras de refeições de criança não devem ser guardadas,
assim como não é aconselhável misturar alimentos crus com cozidos. Quando se corta um frango cru, por exemplo, devese lavar muito bem a faca e a tábua antes de cortar a ave cozida ou assada. As prateleiras mais altas da geladeira são as mais frias. Nelas devem ser guardados alimentos, como carnes, leite e derivados. Não é aconselhável misturar alimentos crus e cozidos na mesma prateleira, pois os crus podem contaminar os já preparados. As prateleiras da geladeira não devem ser forradas com plásticos ou toalhas, pois isso dificulta a circulação do ar frio, prejudicando o bom funcionamento do aparelho. Os produtos congelados precisam ser conservados em temperatura de 18ºC para
evitar o desenvolvimento de micro-organismos e o processo de deterioração. Carnes, aves, pescados e hortaliças não devem ser congelados novamente se já tiverem sido descongelados. Os alimentos contaminados são muito mais perigosos que os estragados, já que não é possível perceber, pela aparência, que eles estão ruins. Um alimento contaminado é aquele que contém bactérias prejudiciais à saúde, mas continua com cheiro, gosto e aparência normais. Um alimento estragado é aquele que já tem cheiro, sabor e aparência modificados. Isso acontece porque esse alimento já estava contaminado e, com o passar do tempo, as bactérias se multiplicaram.
trientes e o valor nutritivo dos alimentos. É importante, também, saber a melhor maneira de escolher, preparar, conservar e rotular todos os alimentos que serão consumidos. Os cuidados com a higiene pessoal, com o ambiente e com os próprios alimentos também são essenciais. Todas essas informações são importantes para a saúde e precisam ser usadas no nosso dia a dia.
Engenharia de Alimentos Desde 2004, o Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA) contribui para a formação de profissionais que atuam na área de alimentos, em indústrias e em órgãos governamentais de fiscalização de alimentos. Esses profissionais contam com uma infraestrutura de laboratórios consolidada, entre os quais, destacam-se os de Tecnologia de Carnes e Pescados; de Tecnologia de Fermentação e Produtos Lácteos; de Processamento de Frutas e Hortaliças, de Processamento de Massas e Panificação e os de Processos e Operações de Separação. O Programa ainda possui um curso lato sensu de Qualidade e Segurança de A l i m e n t o s q u e v i s a fo r m a r profissionais que colaborem para a melhoria da qualidade de vida da sociedade. Desde 1988, a Faculdade de Engenharia de Alimentos disponibiliza cursos lato sensu, inicialmente, na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos, e, recentemente, na área de Qualidade e Segurança. Atualmente, o curso é coordenado pela professora Lúcia de Fátima Henriques Lourenço.
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BEIRA DO RIO – Universidade Federal do Pará – Agosto, 2009 –
Identidade
Fotos Mácio Ferreira
Química
O fruto que alimenta, cura e inspira Antropólogo analisa papel do açaí na culinária e na cultura paraense
Especialistas alertam: pupunha, açaí e castanha do pará, utilizados para prevenir e combater doenças, devem ser consumidos com moderação
Laboratório analisa frutas regionais Faculdade de Química quer orientar consumo e evitar intoxicação
Jéssica Souza
A
çaí, castanha do pará, pupunha, tucumã... Mais do que exóticas e saborosas, as frutas da Amazônia também possuem propriedades químicas e nutritivas diferenciadas, que impressionam até mesmo pesquisadores e os próprios paraenses. Segundo o conhecimento popular, algumas frutas e outros alimentos regionais servem, inclusive, para combater e prevenir doenças. A ciência já comprovou alguns desses casos, a exemplo da castanha do pará, que, por ser rica em selênio, ajuda na prevenção do câncer. No entanto, o conhecimento científico alerta: o consumo exagerado de
determinados alimentos também pode ser prejudicial. Dependendo de como se dá a concentração de certos minerais ou outros elementos contidos nos alimentos, a ingestão deles, em excesso, traz riscos de contaminação para o organismo, principalmente, se não forem seguidas as recomendações previstas em lei, sobre a quantidade de ingestão diária de algumas substâncias. E, monitorar a contaminação de alimentos por materiais inorgânicos e caracterizar os elementos essenciais presentes nos alimentos regionais é, justamente, o objetivo do projeto da professora Kelly das Graças Fernandes, pesquisadora da Faculdade de Química do Instituto de Ciências Exatas e Naturais, da
Universidade Federal do Pará. Existem elementos, como arsênio, mercúrio, chumbo e cádmio, que são considerados contaminantes inorgânicos, tóxicos em determinadas concentrações e que podem ser encontrados circunstancialmente nos alimentos. Há outros que podem trazer benefícios, mas somente se ingeridos em quantidades adequadas, como no caso do selênio, contido na castanha, cuja recomendação de consumo é de uma amêndoa por dia. “Ou seja, as frutas da Amazônia têm, sim, potenciais nutritivos incríveis e podem, até mesmo, ser usadas como suplemento na alimentação humana, mas devem ser consumidas com cuidado”, explica a professora Kelly Fernandes.
n Dieta ajuda a equilibrar minerais no organismo Além das frutas, o Grupo de Espectrometria Analítica Aplicada, coordenado pela professora Kelly Fernandes, pesquisa, também, o leite de búfala, as ervas medicinais e os peixes dos rios da região. O objetivo é demonstrar à comunidade que, em vez de recorrer às farmácias quando há carência de minerais no organismo, basta modificar os hábitos alimentares. “A maior parte das reações de nosso organismo, para o malefício ou para o benefício, advém do que ingerimos na alimentação”, sintetiza
a pesquisadora. Assim, o projeto de “Monitoramento de contaminantes inorgânicos e elementos essenciais em alimentos regionais” especifica a determinação desses elementos nos alimentos a partir da técnica de absorção atômica e cromatografia líquida, que consiste na separação de substâncias orgânicas, tais como proteínas, peptídeos, entre outros que, nos alimentos, podem estar associados aos elementos químicos. “Pela determinação da técnica de absorção atômica, por exemplo,
descobrimos que o leite de búfala, da Ilha do Marajó, é rico em cálcio, magnésio, manganês e zinco", diz Kelly Fernandes. O projeto é desenvolvido com as professoras Regina Müller (Faculdade de Química/UFPA) e Dulcidéia Palheta (Instituto de Saúde Animal/ UFRA). O plano é elaborar uma cartilha de orientação sobre os alimentos, com suas qualidades nutricionais, contaminantes inorgânicos e elementos essenciais, o que poderá evitar a contaminação por excesso de ingestão.
n Elementos podem causar benefícios e danos Segundo o conhecimento popular, o açaí contém ferro. A questão é: esse ferro está disponível para ser absorvido pelo organismo de forma imediata, tão logo o alimento seja consumido ou ele está associado a alguma substância orgânica? “A própria coloração do açaí revela que ele contém substâncias orgânicas, como antocianinas e taninos, que se ligam ao ferro. Então, não adianta tomar um litro de açaí por dia achando que, com isso, se estará combatendo a anemia, pois é um dado que ainda está sob investigação científica", responde a pesquisadora. Isso também acontece com a castanha do pará. A recomendação para ingestão da fruta é de uma por dia, mas é comum o paraense comprar nas esquinas da capital aqueles saquinhos com uma quantidade con-
siderável da fruta, que acaba sendo consumida em poucos minutos. Se por um lado a castanha é rica em selênio, mineral que ajuda a prevenir o câncer, ela também contém bário (1800 mg/fruto), mineral de alta densidade, que, em quantidades elevadas, é considerado contaminante ao organismo humano. "Daí a importância de haver a preocupação em apontar os elementos presentes nos alimentos que trazem benefícios e os que podem causar danos", continua Kelly Fernandes. No caso da castanha, conforme apontou a pesquisa realizada pelo Grupo de Análise Instrumental Aplicada (Gaia), coordenado pelo professor Joaquim de Araújo Nóbrega, da Universidade Federal de São Carlos, em colaboração com a professora, a contaminação por bário já está descartada, pois este
se encontra na fruta em formato insolúvel (sulfato de bário), ou seja, na forma não absorvida pelo organismo. Mas ainda é preciso investigar, na castanha, a presença de elementos, como o cálcio, o magnésio, o manganês, o zinco e o ferro. Outro alimento que tem sido investigado é a pupunha, rica em manganês e zinco. Muitas pessoas tomam, diariamente, medicamentos efervescentes à base de vitamina C e zinco. Essas substâncias podem ser absorvidas com o consumo diário de uma única pupunha. Tucumã, umari, carambola e abil também estão sob análise no laboratório. Por isso, frequentar a feira do Ver-o-Peso é um requisito essencial para os pesquisadores do projeto. "Muitas dessas frutas são desconhecidas pelos próprios paraenses”, observa a pesquisadora.
n Potencialidades regionais Ao comparar os valores de ferro, manganês e zinco, obtidos na castanha do pará e na pupunha analisadas no Laboratório da Faculdade de Química da UFPA, com os valores apresentados na Tabela Brasileira de Composição de Alimentos da Universidade de Campinas em 2004, a pesquisadora Kelly Fernandes constatou que a concentração dos referidos elementos químicos nos alimentos da Amazônia é muito mais elevada do que nas frutas mais comuns e nacionalmente mais consumidas, como carambola, goiaba vermelha, jaca, acerola, tangerina, laranja e jambo. "Constatações como essa revelam, portanto, que as potencialidades das frutas e dos alimentos típicos da região precisam ser divulgadas para que haja o maior aproveitamento possível do elemento essencial que contêm e a forma adequada de ingestão, sem que ocorram contaminações por outros elementos", afirma a professora. A alta concentração de minerais e/ou metais contaminantes no organismo pode ocasionar doenças, como problemas na pele e queda de cabelo. Nesse momento, até mesmo a idade e o gênero influenciam na quantidade de determinada substância que pode ser absorvida pelo organismo, porque crianças e idosos, homens e mulheres, por exemplo, têm metabolismos diferentes. Outro fator que precisa ser investigado é em que parte do alimento a substância está concentrada. No caso da castanha, ainda é preciso determinar se o selênio está contido na polpa ou na película que a envolve. Assim, não adiantaria comer a polpa em excesso e descartar a película. Projetos futuros do Grupo de Espectrometria Analítica Aplicada buscarão investigar a presença de cádmio, chumbo, mercúrio, arsênio e cromo em peixes regionais. A meta é observar, além do filé do peixe, o fígado e as brânquias (guelras), pois se as substâncias contaminantes estiverem concentradas nas partes não comestíveis, não haverá risco de contaminação. A presença desses elementos nos peixes da Amazônia ocorre devido à prática do garimpo na região.
R
enan Rodrigues da Silva é um jovem abaetetubense de 18 anos que não vive sem o açaí. Todos os dias, no almoço e no jantar, o fruto é o alimento indispensável em sua mesa. "Eu não consigo comer sem o açaí", diz ele. Mas, como explicar hábitos alimentares como esse, tão presentes na cultura de grande parte do povo paraense? O antropólogo e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Romero Ximenes, que estuda o assunto há mais de 36 anos, tem a resposta. Segundo o antropólogo, o açaí é mais do que um hábito alimentar, ele é identidade, comida, música clássica e popular, romance, aterro de rua, remédio, quadrinha popular, mito, cor de gente, cobertura na agricultura, vassoura, corante, pintura de quadro e outras novas significações que vêm surgindo. Daí a importância atribuída ao fruto sagrado do Pará. "Trato o açaí como um rizoma, metáfora filosófica de origem botânica que Deleuze e Guattari usaram para definir uma raiz que cresce em todas as direções. É com essa lógica que procuro explicar as realidades que cercam o açaí". A pesquisa mostra, ainda, que o açaí é o único alimento de origem vegetal que é prato principal na comida tradicional do Pará. “Esse fruto tem, no imaginário, uma posição de alimento especial e sagrado. Em decorrência disso, não apodrece, apenas “azeda” e nós comemos e apreciamos o açaí azedo. É uma comida imperecível porque é revestida de uma aura sagrada”, defende o antropólogo. Mas, como o açaí se tornou
EM DIA
Mácio Ferreira
Tatiara Ferranti
Paleontologia
Açaí é fonte de renda e prato principal de muitas famílias tão importante para a construção da identidade paraense? De acordo com o pesquisador, quem domesticou o açaí foram os índios amazônicos, “eu diria que, na Amazônia, os índios são os mestres do saber, porque domesticaram o açaí, a seringueira, o tabaco, a mandioca, a batata, a baunilha e outros vegetais de importância mundial”. A pesquisa revela que há uma grande incidência botânica nativa dos açaizais nas regiões dos estuários dos Rios Amazonas e Tocantins. São nessas áreas que o fruto cria novos significados culturais, sociais, alimentares, artísticos e econômicos. Porém, essas significações não se estendem a todo o Pará. O açaí não é sagrado desde sempre. Romero Ximenes mostra que, no século XIX, ele era considerado uma praga, as pessoas atribuíam à bebida o surgimento de doenças, como a febre amarela, a tuberculose e a lepra. “Hoje, o
açaí é a ‘solução’ para todas as doenças. Isso é uma construção do imaginário, pois, dos pontos de vista físico, químico e sanitário, a cura não ocorre”, afirma o antropólogo. O estudo também aponta a pluralidade do uso do açaí. As pessoas utilizam-no, da raiz ao fruto, para fazer contraste radiológico, curar doenças circulatórias e tirar placas bacterianas da gengiva. “Tanto a medicina acadêmica como a popular estão criando uma série de medicamentos a partir do açaí. É a farmacologização do fruto”, informa Romero Ximenes. “Há cerca de um ano, detectei o uso do açaí como cor de gente ao ouvir as pessoas dizerem: ‘você é uma morena açaí’. Então, as pessoas não seriam mais brancas, negras, mulatas, amarelas. Teríamos um tipo paraense definido como “morena açaí”, diz o professor. Para ele, isso é um desdobramento do rizoma.
n “Chegou ao Pará, parou; tomou açaí, ficou" Romero Ximenes afirma que a identidade paraense é construída a partir do padrão alimentar regional, simbolizado, principalmente, pelo açaí. Porém, durante muito tempo, os pesquisadores pensavam que não havia uma identidade paraense, porque procuravam identidade na etnia e na raça, “a identidade é,
portanto, construída pela comida e não pela etnia”. De acordo com o antropólogo, a comida do Pará seria nacional por excelência, porque é “autêntica” e de origem indígena, segundo o imaginário regional. “Há uma reivindicação de autenticidade e do caráter único da cozinha paraense, que
seria a única brasileira”, explica. E o provérbio paraense “Chegou ao Pará, parou; tomou açaí ficou”, quer dizer o quê? Segundo o pesquisador, significa afirmar que o Pará tem uma comida tão fascinante que, ao prová-la, o visitante fica fascinado e assume a identidade paraense.
n Alimento é cercado de regras, perigos e rituais Dependendo de cada região, os habitantes atribuem novos significados ao açaí. Segundo o estudo do professor Romero Ximenes, o açaí tem um sentido de comida sagrada na cultura paraense. Não o sagrado que se relaciona simplesmente a Deus, mas àquilo que é cercado de regras, de interditos, de perigos. “Nas comunidades tradicionais, ninguém toma açaí com cupuaçu, com laranja, com limão ou com qualquer fruta azeda. Ele é um alimento cercado de rituais e de cerimoniais. É um
alimento que se toma para, posteriormente, “jibuiar’, ou seja, descansar e dormir”, esclarece. De acordo com ele, esse termo é fundamentado no comportamento da jiboia, que, após se alimentar, fica quieta e acomodada para digerir o alimento. Porém, quando a comida migra para outras regiões, acaba assumindo novos significados. Romero Ximenes diz que, em Ipanema, no Rio de Janeiro; no Guarujá, em São Paulo ou em San Diego, na Califórnia, as pessoas tomam o açaí como
um energético. Nesses locais, o açaí é misturado com frutas vermelhas, com chocolate ou com iogurte. Segundo o pesquisador, o açaí assume posição central na cultura do povo paraense já que nos identifica, “o açaí é o produto de maior valor na região amazônica. Ele é a via de acesso mais ampla para o imaginário e a cultura paraenses, para os processos de classificação e de visão do mundo e, certamente, de identidade. Portanto o açaí é o rizoma da cultura local”.
Acontece, de 13 a 18 de setembro, no Hangar, o XXI Congresso Brasileiro de Paleontologia. O congresso é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP) e objetiva congregar profissionais e estudantes brasileiros. Durante uma semana, serão promovidos debates, apresentadas novas metodologias para coleta e interpretação de dados e discutida a viabilidade de colaboração em projetos de pesquisa. Mais informações no site do evento http://www.xxicbp. com/index.htm
Honoris Causa A Universidade Federal do Pará concedeu o título de Doutor Honoris Causa a Miguel Clüsener-Godt, pesquisador da Unesco, por sua contribuição ao desenvolvimento institucional da Universidade e do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, por mais de 16 anos.
Direitos Humanos Associação Nacional de Direitos Humanos – Pesquisa e Pós-Graduação (Andhep) promove, em Belém, no período de 17 a 19 de setembro, o seu 5º Encontro Anual. Esta edição traz a temática “Direitos Humanos – democracia e diversidade”. Mais informações no site do evento http:// www.andhep2009.sinteseeventos. com.br
Reconhecimento A UFPA receberá, em novembro, o Prêmio Sapientiae, concedido pela Organização das Américas para a Excelência Educativa (ODAEE). A premiação é concedida anualmente aos 100 profissionais e instituições educativas de maior destaque na América e na União Europeia, com o objetivo de difundir e promover princípios e valores em busca de um mundo justo, culto, equitativo e pacífico.
Jovem Cientista Foram prorrogadas, até 30 de junho de 2010, as inscrições para a 24ª edição do Prêmio Jovem Cientista. Tendo como tema “A Energia e o Meio Ambiente: Soluções para o Futuro”, esta edição discute as energias alternativas. O Prêmio Jovem Cientista foi criado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e tem como objetivos promover a reflexão e a pesquisa, revelar talentos e investir em estudantes e pesquisadores. O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis no site http://www. jovemcientista.cnpq.br
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6 – BEIRA DO RIO – Universidade Federal do Pará – Agosto, 2009
BEIRA DO RIO – Universidade Federal do Pará – Agosto, 2009 –
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Reitoria
Formar profissionais não apenas com alta qualidade técnica, mas também capazes de compreender a realidade social de forma crítica e transformadora. Com essa prioridade de ação, começou um novo capítulo da história da Universidade Federal do Pará. A excelência no ensino de graduação é a principal proposta da gestão de Carlos Edílson Maneschy, o novo reitor empossado. Maneschy iniciou o desafio no dia 2 de julho, quando assinou o termo de posse em Brasília. Após a transmissão do cargo, em Belém, pelo então reitor da Instituição, Alex Fiúza de Mello, no dia 3 de julho, a nova equipe entrou em ação. “Tomo posse, na Reitoria dessa Instituição, certo de não saber de honra maior! O reitor é a voz oficial da Universidade, o guardião dos processos de construção acadêmica, o coordenador de todas as atividades e iniciativas institucionais”, observou Maneschy durante a solenidade de transmissão de cargo. De acordo com o novo reitor, são muitas as conquistas alcançadas pela UFPA nos últimos anos. A Universidade é responsável pela maior parte da produção científica e tecnológica do Norte do país, além de ter os melhores índices de qualificação docente da Amazônia, o maior número de alunos matriculados em cursos de graduação e de pós-graduação em todas as áreas do conhecimento, mas ainda há necessidades de melhorias. “Nas funções sociais que incorporam produção de conhecimento e arte, a Universidade precisa ter, como pano de fundo de suas realizações, a alteração da realidade presente. Precisa apresentar-se como palco privilegiado das discussões que envolvam o interesse público, apontando, por meio de sua vanguarda intelectual, as diferentes possibilidades para se alcançar um mundo melhor”, disse o reitor. É nesse sentido que surge o empenho na tarefa de buscar
Prioridades: graduação, capacitação de pessoal e diálogo com sociedade a formação inovadora de jovens universitários, direcionando ao ensino de graduação o compromisso prioritário com a qualidade do conhecimento produzido na Universidade. Conforme dados apresentados pelo próprio reitor, estatísticas mostram que, de cada 100 dos jovens brasileiros, apenas 30 têm ensino médio completo e oito concluíram um curso universitário, contra 60 na Europa e mais de 20 na Argentina. A meta, portanto, é fazer com que a UFPA responda ao desafio pedagógico de preparar cidadãos aptos a analisar e a transformar a realidade onde vivem. Assim, o objetivo da Universidade, agora, é promover o aumento do número de vagas; ampliar os programas de formação e qualificação de professores para o ensino básico; ofertar cursos gratuitos que preparem estudantes de baixa renda ao vestibular; estender os programas de apoio pedagógico e financeiro a discentes com maiores fragilidades acadêmicas e socioeconômicas. A nova Reitoria tem, ainda, como prioridade dar prosseguimento ao Projeto Multicampi e à interiori-
zação da UFPA, de modo a projetar a Amazônia para muito além de seus próprios limites. “Precisamos garantir que a UFPA funcione, verdadeiramente, como uma universidade multicampi, de maneira que as ações desenvolvidas pelo interior não sejam consideradas de classe menor em relação às atividades da capital”, afirma Carlos Maneschy. Segundo as necessidades apontadas, é preciso criar condições de pesquisa para os docentes em atuação no interior e verticalizar a oferta de cursos de pósgraduação nos diversos campi, tarefa que será acompanhada de perto pela Coordenação Multicampi, assumida pelo vice-reitor, Horácio Schneider. Outra proposta diz respeito à valorização do servidor como elemento humano essencial para a efetivação das relações de trabalho. “O patrimônio maior da Universidade são as pessoas que aqui trabalham. Laboratórios e prédios dão condições melhores para que as atividades sejam desenvolvidas, mas o patrimônio que mais deve ser valorizado são as pessoas. A relação interpessoal precisa ser qualificada internamente
Prioridades de Ação Confira, abaixo, a essência das propostas e a centralidade da missão institucional que Carlos Maneschy traz para a gestão 2009-2012 na Reitoria da Universidade Federal do Pará: - Buscar padrões de excelência no ensino de graduação e garantir que todos os cursos tenham professores suficientes e capacitados para desempenhar suas atividades; - Buscar implementar um padrão de qualidade na infraestrutura de prédios e laboratórios de pesquisa dos diversos campi; - Investir na capacitação de técnicos e docentes, fazendo uso de práticas de gestão de pessoas que valorizem o elemento humano nas relações de trabalho;
- Descentralizar as ações administrativas e ampliar as dotações orçamentárias a partir do aprimoramento no gerenciamento de recursos; - Expandir e verticalizar as atividades de pesquisa e pós-graduação por todos os lugares da Amazônia; - Desenvolver a capacidade de dialogar de forma politicamente autônoma e honestamente interessada com a sociedade, sendo indispensável para esse diálogo melhorar sua capacidade de comunicação, reconhecendo que a informação é um bem social a ser amplamente compartilhado.
e esse é um ponto para o qual nós vamos olhar com atenção neste primeiro ano de gestão”. Assim, haverá uma política de incentivo à capacitação de técnicos e docentes, além de investimentos em ações voltadas para a saúde, a segurança, o lazer e o fortalecimento da autoestima dos funcionários. A ideia é impor um novo ritmo institucional, que dê sequenciamento aos resultados positivos alcançados em gestões anteriores e busque diferencial no respeito à participação de toda a comunidade acadêmica a partir da concepção de construção coletiva. “A nossa gestão vai valorizar o que foi feito ao longo do tempo e vai tentar corrigir o que for necessário”, afirmou o reitor Maneschy. A nova equipe chega, portanto, com o compromisso de fortalecer as ações institucionais, de colocar suas experiências, competências e habilidades em prol do fortalecimento da Universidade. “São pessoas com experiências consolidadas e que trazem um legado importante, que poderá contribuir para a melhoria das atividades e das iniciativas que estão sendo desenvolvidas na Instituição”, complementou. Na sequência, a comunidade acadêmica conhece os demais membros da nova equipe. São eles: o vice-reitor, Horácio Schneider; a pró-reitora de Ensino e de Graduação, Marlene Freitas (Proeg), o próreitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Emmanuel Tourinho (Propesp); o pró-reitor de Extensão, Fernando Neves (Proex); o pró-reitor de Planejamento, Erick Pedreira (Proplan); o pró-reitor de Administração, Edson Ortiz (Proad); o pró-reitor de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal, João Cauby Júnior (Progep); e o próreitor de Relações Internacionais, Flávio Nassar (Prointer), além do diretor da Fundação de Amparo e Desenvolvimento de Pesquisa (Fadesp), João Guerreiro, e do prefeito da Cidade Universitária, Alemar Rodrigues Júnior.
Horacio Schneider – vice-reitor. Professor do Instituto de Estudos Costeiros do Campus de Bragança, onde atuou como diretor. Doutor em Genética e Biologia Molecular pela UFRS, com pósdoutorado na Universidade de Stanford. Vice-Reitoria Responsável pelo programa de interiorização da UFPA e pela coordenação das ações e projetos da Reitoria nos campi e núcleos universitários dos diversos municípios do Pará. Principais propostas - Implementar programas de pós-graduação que contemplem os campi do interior; - Verticalizar os programas de pós-graduação que já atuam com mestrado, criando cursos de doutorado e pós-doutorado. Diferencial do plano de trabalho Prover os campi do interior com a infraestrutura, acompanhar a aplicação dos recursos do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), bem como investir na criação de novos cursos e contratação de docentes, criando polos de ensino e pesquisa de qualidade mesmo nos lugares mais distantes da Amazônia.
Marlene Rodrigues Medeiros Freitas - pró-reitora de Ensino de Graduação (Proeg). Professora da Faculdade de Direito. Mestre em Direito Processual, foi coordenadora do Curso de Direito da UFPA, diretora do Centro de Ciências Jurídicas, pró-reitora da Proeg e vice-reitora. Proeg Coordena, supervisiona e elabora planos e projetos de graduação, abriga ações voltadas para a educação básica e profissionalizante. Cuida dos cursos ofertados pelas escolas básica e profissionalizantes. Principais Propostas - Atualizar e capacitar os sujeitos envolvidos em atividades de graduação, docentes, dirigentes de institutos e técnico-administrativos; - Criar e adequar os programas de graduação em consonância com o regulamento da graduação e com o estatuto da Universidade. Diferencial do plano de trabalho Investir na qualificação dos projetos pedagógicos e preparar profissionais que atuem como sujeitos de transformação da realidade social.
Emmanuel Zagury Tourinho pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp). Professor do Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento. Doutor em Psicologia pela USP. Coordenador da Área de Psicologia na CAPES. Foi coordenador do Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento. Propesp Coordena a formulação e execução de políticas institucionais voltadas para o desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica e para a oferta de programas de pós-graduação. Principais propostas - Fortalecer os grupos de pesquisa emergentes. - Expandir o acesso de alunos de graduação à Iniciação Científica. - Expandir a pós-graduação stricto sensu, principalmente com a criação de cursos de doutorado. - Articular a oferta de cursos de pósgraduação stricto sensu para o corpo técnico-administrativo; Diferencial do plano de trabalho Apoiar ações dos grupos de pesquisa e dos programas de pós-graduação que visem à maior inserção no sistema nacional de financiamento da pesquisa científica. Coordenar a formaulação e execução de uma política institucional de capaciatção de servidores docentes e técnico-administrativos na pós-graduação stricto sensu.
Fernando Arthur de Freitas Neves – pró-reitor de Extensão (Proex). Professor Adjunto da Faculdade de História. Doutorando em História pela PUC-SP. Foi coordenador dos cursos de Graduação em História e de Especialização em História da Amazônia. Proex Busca gerar pontos de impacto capazes de alterar trajetórias e/ ou realidades sociais, por meio do saber transformador e de ações ligadas à extensão, com atividades que visem à integração da Instituição com a comunidade externa. Principais propostas - Regularizar 10% de atividades de extensão como obrigação curricular de todos os cursos de graduação; - Criar uma Incubadora de Tecnologias Sociais para transformar as tecnologias desenvolvidas na UFPA em geração de emprego e renda para as comunidades atendidas pelos projetos de extensão; Diferencial do Plano de Trabalho Buscar a cooperação entre a UFPA e os representantes do setor produtivo, dos movimentos sociais e dos organismos de governo, elegendo, conjuntamente, para onde a Universidade deverá dirigir seu esforço institucional.
Edson Ortiz de Matos - próreitor de Administração (Proad). Professor da Faculdade de Engenharia Elétrica. Mestre em Engenharia Elétrica pela UFRJ. Foi prefeito do Campus, coordenador do curso de Engenharia Elétrica e diretor da Faculdade de Engenharia Elétrica da UFPA. Proad Executa obras e serviços da Instituição, gerencia os seus recursos financeiros e os relacionados a materiais necessários para o desenvolvimento das atividades da Universidade. Principais Propostas - Divulgar os serviços realizados pela Proad para que a comunidade universitária saiba onde buscar as informações necessárias sobre o trabalho desta pró-reitoria; - Buscar a transparência mostrando em que têm sido investidos os recursos disponíveis e como são realizados os serviços; Diferencial do Plano de Trabalho Ampliar os projetos que têm demonstrado resultado, mas precisam ser melhorados, como o sistema da Agenda de Compras, que precisa ser assimilado como rotina administrativa, dando ao atendimento maior agilidade e credibilidade.
João Cauby de Almeida Junior - pró-reitor de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal (Progep). Técnico-administrativo. Formado em Direito e Administração, mestrando em Ciência Política pela UFPA. Foi diretor administrativo do Centro de Ciências da Saúde e Assessor Jurídico da Proad. Progep É responsável por selecionar, admitir, desenvolver e capacitar servidores da Instituição. Principais Propostas - Aprimorar a competência técnica e o desenvolvimento funcional dos servidores, levando em conta a necessidade de humanização nas relações de trabalho e de atingir as metas Institucionais, além da satisfação das expectativas dos usuários dos serviços da Progep. - Promover a participação dos servidores em atividades de educação formal, objetivando a qualificação do pessoal e o desenvolvimento institucional. Diferencial do Plano de Trabalho Acreditar nos projetos coletivamente construidos, nos quais todos, independentemente de seus interesses, preferências ou ideologia, devem ser chamados a participar, pois cada pessoa é única e fundamental nesse processo de construção.
Flávio Sidrin Nassar - pró-reitor de Relações Internacionais (Prointer). Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Especialista em Engenharia de Sistemas Urbanos pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal. Atualmente, é coordenador do projeto Fórum Landi. Prointer Tem como missão promover as relações da UFPA com suas congêneres internacionais, compartilhando conhecimentos, técnicas de pesquisa e integração sociocultural. Principais Propostas - Conciliar o interesse de investimento das universidades parceiras com as necessidades da UFPA, visando ao crescimento institucional; - Possibilitar aos discentes e docentes da UFPA acesso aos programas de intercâmbio em instituições parceiras. Diferencial do Plano de Trabalho Transformar a cooperação internacional em uma atividade acadêmica, buscando parceria nos institutos que tenham interesse em elaborar, conjuntamente, um plano para alavancar as práticas de desenvolvimento de conhecimento com base na experiência de outros países.
Alemar Dias Rodrigues Junior – prefeito da Cidade Universitária. Engenheiro Civil. Foi o coordenador de obras por administração direta. Presidiu, por duas vezes, a Comissão de Licitação da UFPA. Atuou na Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA) e no Hospital Universitário João de Barros Barreto. Prefeitura Administra o espaço físico da Cidade Universitária e coordena as ações de manutenção da infraestrutura e do patrimônio. É responsável por supervisionar e acompanhar obras, serviços urbanos e de limpeza. Principais propostas - Melhorar o sistema de iluminação e a regulamentação do abastecimento de energia elétrica na Cidade Universitária; - Gerenciar a implantação de um novo sistema de abastecimento de água que atenda às dimensões do território da Cidade Universitária; Diferencial do plano de trabalho A palavra de ordem que norteará as ações da Prefeitura é agilidade, principalmente no que se refere aos processos de licitação e execução de obras.
Erick Nelo Pedreira - pró-reitor de Planejamento (Proplan). Professor da Faculdade de Odontologia. Doutor em Patologia Bucal pela USP. Atua no Programa de Pós-Graduação em Odontologia. É membro do Conselho da Faculdade de Odontologia. Proplan Define a matriz orçamentária para a aplicação de recursos no âmbito da UFPA e aloca docentes e técnico-administrativos quando da concepção de novos campi no interior do Estado. Juntamente com as demais pró-reitorias e com o reitor, delibera sobre o planejamento acadêmico e orçamentário institucional. Principais Propostas - Gerir corretamente as informações para que possam se transformar em recursos orçamentários; - Redesenhar os indicadores acadêmicos e financeiros para que haja cumprimento de limites orçamentários por parte das unidades acadêmicas, tornando a matriz orçamentária mais justa e exequível; Diferencial do Plano de Trabalho Criar uma política de descentralização do planejamento e ações de transparência sobre a aplicação de recursos, tendo como referência o espírito de construção coletiva.
Acervo Pessoal
Jéssica Souza
Manoel Neto
Nova gestão quer projetar Amazônia para além dos seus próprios limites
Fotos Mácio Ferreira
UFPA inicia novo capítulo de sua história
João Guerreiro - diretor da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp). Professor do Instituto de Ciências Biológicas. Pós-doutorado em Genética Humana pela Universidade de Oxford. Foi coordenador do Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular da UFPA e pró-reitor da Propesp. Fadesp Apoia, promove e incentiva o desenvolvimento científico, artístico e cultural no Pará, a partir de iniciativas implementadas por meio de projetos e programas de pesquisa, ensino, extensão, infraestrutura e desenvolvimento institucional. Principais Propostas - Regulamentar as relações entre a Fadesp e a UFPA de acordo com as recomendações do Tribunal de Contas da União e as exigências do Ministério da Educação, sem que haja prejuízo à dinâmica de investimentos em pesquisas e à produção científica; - Readequar os investimentos conforme ocorrer a ampliação dos recursos disponibilizados para a Universidade; Diferencial do Plano de Trabalho Dinamizar a atuação da Fadesp enquanto apoiadora da UFPA, viabilizando a execução dos projetos de extensão, ensino e pesquisa.