Beira112

Page 1

issn 1982-5994

12 – BEIRA DO RIO – Universidade Federal do Pará – Maio, 2013

Fotos Solange Campos

Entrevista JORNAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ • ANO XXVII • N. 112 • Maio, 2013

D

Solange Campos

O

Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá) é um dos três polos tecnológicos estratégicos que buscam contribuir para um novo modelo de desenvolvimento para o Estado do Pará, pautado por uma economia verde, de forte base tecnológica e inovadora. Com investimentos em torno de R$ 80 milhões e mais de 90% das obras de infraestrutura física concluídas, foi inaugurado em 2010, sendo o primeiro em operação dos três parques tecnológicos previstos para implantação no Estado. Sediado em Belém (PA), atua nas áreas de Biotecnologia, Tecnologia da Informação e Comunicação, Energia, Tecnologia Ambiental e Tecnologia Mineral, as quais são prioritárias para negócios e pesquisas de base tecnológica. O Centro de Excelência em Eficiência Energética (Ceamazon), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Laboratório de Alta Tensão, o Instituto Tecnológico Vale (ITV), oito laboratórios vinculados à Universidade Federal do Pará (UFPA), à Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Amazônia Oriental já estão com bases implantadas ou em fase de instalação no Parque, com investimentos em torno de R$364 milhões. Em entrevista ao Jornal Beira do Rio, Antônio Jorge Gomes Abelém, diretor-presidente da Fundação Guamá, gestora do PCT Guamá, comenta a importância do Parque para o Estado. O que é um Parque de Ciência e Tecnologia? A quem está vinculado e como é financiado? Parque de Ciência e Tecnologia é um ambiente de inovação que oferece oportunidades para empreendimentos de pequeno, médio e grande porte transformarem pesquisa em produto ou aprimorarem processos produtivos com o apoio de pesquisas científicas, aproximando espaços de conhecimento (universidades, centros de pesquisas e ensino) do setor produtivo (empresas), estimulando a sinergia entre as empresas, tornando-as mais competitivas. Neste caminho, esse ambiente contribui para o desenvolvimento de empresas de base tecnológica, para a difusão da ciência, tecnologia e inovação e para a fixação de capital intelectual, colaborando para o desenvolvimento sustentável da região onde está implantado.

A proposta de instalar parques no Brasil para a promoção do desenvolvimento tecnológico, econômico e social ganhou fôlego na última década. Hoje, há cerca de 90 projetos de parques tecnológicos no País, entre iniciativas em fase de operação, implantação ou planejamento, concentrados, principalmente, nas Regiões Sul e Sudeste, com diversos modelos de gestão. O PCT Guamá é o primeiro parque tecnológico da Amazônia em operação. No Pará, também estão previstos mais dois parques tecnológicos: um, em Santarém, o PCT Tapajós; e outro, em Marabá, o PCT Tocantins. O PCT Guamá nasceu na UFPA e formalizou-se por meio de um convênio entre a Secretaria de Estado, Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), a UFPA e a UFRA. Tem gestão da Fundação de Ciência e Tecnologia Guamá, entidade de direito privado sem fins lucrativos, e conta com aporte financeiro da Secti, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Também tem o apoio da Embrapa Amazônia Oriental, da Eletrobras/Eletronorte, do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Pará (Sebrae-PA), do Museu Paraense Emílio Goeldi e da Universidade do Estado do Pará (Uepa). Quantas empresas de base tecnológica o Parque de Ciência e Tecnologia Guamá recebeu este ano e quantas receberá ano que vem? O Ceamazon e o Inpe foram implantados em 2010. O Instituto Tecnológico Vale (ITV) começou a ser construído em 2011. Também estão em fase de implantação o Laboratório de Qualidade do Leite da Região Norte do Brasil; o Laboratório de Alta Tensão; o Centro Agroalimentar de Compostos Bioativos da Amazônia (CVACBA); o Laboratório de Engenharia Biológica; o Laboratório de Instrumentação para Produtos Agroindustriais; o Laboratório de Óleos Vegetais e Derivados; o Laboratório de Referência em Fitossanidade e Manejo; o Laboratório de Sensores e Sistemas Embarcados e uma escola técnica profissionalizante vinculada à Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Em fase de projeto, estão o Parafarma, laboratório destinado à pesquisa e ao desenvolvimento de biofármacos no Pará; o Instituto de Inovação em Tecnologia Mineral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); o Laboratório de Geomecânica, Instrumentação e Computação Aplicada

à Engenharia, de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias nas áreas de pontes, ferrovias, rodovias e barragens; e o Centro de Acreditação de Laboratórios do InmetroPará (Metrologia). Em novembro do ano passado, lançamos o segundo edital de lotes, destinado a receber propostas de empresas de base tecnológica no dia 6 de junho deste ano. Quais as ações que o Parque tecnológico desenvolve e de que forma podem contribuir com o desenvolvimento da sociedade? O PCT Guamá está trabalhando ações que buscam o estabelecimento de uma cultura de empreendedorismo inovador, que ainda está incipiente na região. Neste sentido, em 2010, iniciamos um workshop de aproximação e apresentação do PCT Guamá com empresários e potenciais empreendedores. Na ocasião, ouvimos as demandas de treinamentos do setor e buscamos estabelecer uma agenda de capacitações destinada a atendê-las. Neste caminho, o Parque Paraense também viabiliza o processo de incubação de empresas, capacitação em gestão empresarial e apoia o processo de certificação para laboratórios de pesquisa e desenvolvimento (P&D) nas instituições referências nestas áreas, como a Agência de Inovação Tecnológica da Universidade Federal do Pará (UFPA), a Endeavor, a Organização Anjos do Brasil e a Rede Metrológica do Rio Grande do Sul. Entre as ações de incentivo ao empreendedorismo inovador no Pará, o PCT Guamá apoia 9 empresas presentes na Incubadora de Empresas da UFPA e é parceiro da Fundação Amazônia Paraense e da Secti, na primeira edição regional do Edital TECNOVA, iniciativa da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), que vai disponibilizar recursos federais e estaduais, na ordem de R$ 12 milhões, para apoiar o investimento em inovação tecnológica nas micro e pequenas empresas do Pará. No meio das ferramentas de apoio à integração entre o setor produtivo e as empresas, laboratórios e pesquisadores das áreas de C,T&I, está a rede social I Conect (http://iconect.pctguama.org.br), que entrou no ar em março deste ano para alinhar as demandas tecnológicas das empresas às soluções dos profissionais do setor. No segundo semestre deste ano, o PCT Guamá vai inaugurar a PCT Business, agência voltada para atender as demandas externas de gestão de inovação tecnológica.

Caiena, capital da Guiana Francesa, chama a atenção dos migrantes brasileiros por proporcionar melhor qualidade de vida

Arquitetura

Memória

Vicente Salles deixa legado para o mundo Professora Magda Ricci lembra as contribuições do folclorista para a cultura, política, literatura e antropologia da região. Página 11.

Masculinidade

Pesquisas a serviço da restauração do patrimônio Laboratório de Conservação, Restauração e Reabilitação (Lacore/UFPA) desenvolve pesquisa e extensão que

tangem à conservação e à restauração de patrimônio arquitetônico e urbanístico na Amazônia. Página 8.

Alexandre Moraes

Parque de Ciência e Tecnologia estimula a competitividade entre empresas

Laís Teixeira

Incentivo ao desenvolvimento do Estado

issertação desenvolvida no âmbito da Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Pará (PPGSS/UFPA) analisa os efeitos do Benefício de Proteção Continuada (BPC) para idosos e pessoas com deficiência em condição de vulnerabilidade social, em Belém. O recurso, no valor de um salário mínimo (atualmente, orçado em R$ 678,00), garante autonomia para o atendimento de demandas urgentes, segundo conclusão da autora do estudo, Lívia Araújo de Oliveira. Já a tese defendida no Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD/ UFPA), por Elody Boulhosa Nassar, destaca que a longevidade tornou-se um problema para a Previdência Social Pública, pois os recursos arrecadados para a aposentadoria são destinados a outras finalidades. O estudioso frisa que o envelhecimento da população deve ser encarado pelo ponto de vista social, e não econômico. As duas perspectivas suscitam diferentes olhares sobre a melhor idade. Páginas 6 e 7.

Fabio Rodrigues Pozzebom

Melhor idade em pauta na UFPA

Eles também preocupam-se com o exterior Estudo da Pós-Graduação em Antropologia revela que os homens da região cuidam da aparência. São os metrossexuais. Página 3.

Povos Indígenas

Índios Suruí usam a tecnologia para se articular Por meio da azulejaria, revelam-se origens e influências da cultura amazônica

Polissêmico: eis Vicente Salles

Entrevista

Opinião

Diretor-presidente da Fundação Guamá, Antônio Abelém destaca a importância do PCT Guamá. Página 12.

Professor João Farias Guerreiro evidencia os desafios enfrentados pela saúde indígena no Brasil. Página 2.

Indíos de Rondônia apropriam-se das ferramentas tecnológicas para compreender as transformações pelas quais passam. Página 4.

História na Charge Walter Pinto colabora com nova interpretação bem-humorada sobre fatos históricos do Pará. Página 2.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.