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12 – BEIRA DO RIO – Universidade Federal do Pará – Abril, 2012
Fotos Karol Khaled
Entrevista JORNAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ • ANO XXVI • N. 103 • Abril, 2012
Pesquisa do ICB recebe patente
P
esquisadores do Laboratório de Biologia Molecular, do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA, identificam sequência de DNA da mandioca. A descoberta irá promover o melhoramento genético da espécie e, consequentemente, haverá plantas mais resis-
Direito
Extensão
Estudo analisa políticas para grupos LGBT
Agência Cidadã atende Terceiro Setor Projeto da Faculdade de Comunicação da UFPA desenvolve projetos de comunicação institucional para empreendimentos da economia solidária. Entre os clientes, estão os produtores rurais de Campo Limpo Págs. 6 e 7
O
ano começou com boas notícias vindas do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA). A turma de técnico-administrativos da Universidade Federal do Pará que iniciou o curso de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (PPGDSTU) realizou jornada de defesas com 19 dissertações. Os trabalhos, em sua maioria, têm a própria UFPA como objeto de estudo. Os hospitais universitários, os campi do interior, o sistema de informação, o programa de qualificação de servidores foram alguns dos temas escolhidos por esses alunos dispostos a problematizar suas tarefas cotidianas. Em entrevista ao Jornal Beira do Rio, o professor Saint-Clair Cordeiro da Trindade Júnior, vice-coordenador do PPGDSTU, fala sobre os resultados alcançados pela primeira turma e faz planos para publicar coletânea com os resultados das pesquisas. “Isso poderá estimular outros servidores a também dar continuidade a sua formação”, avalia o professor. Beira do Rio – As defesas que ocorreram no início do ano são resultados da primeira "safra" da turma de servidores? Saint-Clair Cordeiro da Trindade Júnior – Essa turma foi selecionada em 2009 com esta intenção: a Universidade poder capacitar os seus técnicos com o nosso Programa. Foram 21 trabalhos, cujas temáticas estavam – direta ou indiretamente – voltadas para a Universidade. Dezenove já defenderam e dois alunos, amparados pelo regimento, pediram prorrogação do prazo. Beira do Rio – No Programa, há uma reserva de vagas ou se trata de uma turma especial para servidores? Saint-Clair Cordeiro da Trindade Júnior – Existem programas que reservam vagas para funcionários (professores e técnicos). No NAEA, a turma era específica para os técnicos, com uma reserva de vagas para atender a demanda social, ou seja, pessoas que não tinham vínculo com a Universidade. É um pouco diferente, pois é uma ação voltada diretamente para atender uma demanda específica da UFPA.
Beira do Rio – A seleção é anual e tem um processo seletivo diferenciado? Saint-Clair Cordeiro da Trindade Júnior – Essas turmas não são regulares. A primeira seleção foi em 2009, com um resultado positivo e interessante. Em 2011, tivemos mais uma turma com 11 servidores, que devem concluir o curso em julho de 2013. As etapas do processo seletivo são as mesmas aplicadas às turmas regulares e envolvem apresentação do projeto, prova escrita, prova de língua estrangeira e entrevista. A diferença está no tratamento das temáticas das pesquisas que serão desenvolvidas. Em turmas abertas, as temáticas dizem respeito a qualquer assunto da região que toque o desenvolvimento sustentável. No caso dos servidores, é exigido que eles proponham uma temática relacionada à Universidade. Nós também temos o cuidado de ofertar disciplinas optativas que venham atender demandas específicas desses alunos. Mas o processo seletivo e o programa são os mesmos: o aluno sairá daqui mestre em Planejamento e Desenvolvimento, porém a sua pesquisa vai discutir uma questão institucional. Beira do Rio – Nos últimos anos, a criação de vagas para servidores nos programas de pósgraduação da Instituição tem sido incentivada. O senhor acha que essa qualificação terá um impacto positivo para a Universidade? Saint-Clair Cordeiro da Trindade Júnior – Sem dúvida. Já tive essa experiência no Programa de Pós-Graduação de Geografia, quando alguns servidores foram aprovados no mestrado e voltaram mais capacitados e qualificados. No caso do PPGDSTU, o aluno discute questões que são mais gerais – como a Amazônia, por exemplo – e isso é interessante, porque o papel da Universidade tem tudo a ver com a região. De certa maneira, o aluno amplia a sua visão sobre aquela tarefa mais cotidiana e começa a pensá-la mais associada ao papel da Universidade com a pesquisa, o ensino e a extensão. É interessante perceber que muitos alunos estavam, há algum tempo, sem atividades de formação continuada e tiveram dificuldades no início. Mas os trabalhos finais apresentaram resultados muito interessantes, não apenas do ponto de vista quantitativo, mas também do qualitativo. Esse foi um aspecto muito comentado tanto pelos examinadores quanto pelos professores-orientadores. Nossa ideia é publicar esses trabalhos na forma de coletânea para que esses resultados possam voltar para a sociedade.
Beira do Rio – Nesses primeiros trabalhos, é possível perceber que a própria UFPA tem sido objeto de estudo. Essas pesquisas terão algum encaminhamento além das prateleiras das bibliotecas? Saint-Clair Cordeiro da Trindade Júnior – As dissertações têm muito a ver com aquelas atividades que o servidor está desenvolvendo na Universidade, então, quando estava pesquisando, ele já estava contribuindo com o setor ou com a unidade onde ele trabalha. Acho que todos tiveram essa preocupação. Nós tivemos trabalhos sobre o Hospital Barros Barreto, sobre a UFOPA, sobre outros campi. Então, o primeiro encaminhamento é este: ele irá voltar ao seu local de trabalho pronto para conceber e analisar o que estava fazendo com maior propriedade. Nossa intenção é socializar esses resultados, porque, muitas vezes, são experiências de um setor que podem ajudar outra unidade. O segundo momento é este: tornar público para proporcionar o debate. Beira do Rio – Esses resultados podem ser o ponto de partida para ações estratégicas na UFPA? Saint-Clair Cordeiro da Trindade Júnior – Sim, pois os trabalhos trazem proposições, sugestões e analisam problemas que fazem parte do dia a dia da Universidade. É importante sistematizar esses dados, porque, a partir daí, teremos um perfil de vários setores da UFPA e das suas frentes de ação. Será possível pensar políticas e diretrizes que ajudem a melhorar o desempenho institucional. Beira do Rio – De maneira prática, como sentiremos os resultados em curto, médio e longo prazos? Saint-Clair Cordeiro da Trindade Júnior – Em curto prazo, o servidor volta para a sua Unidade, começa a pensar e a sugerir ações a partir da sua pesquisa. Em médio prazo, teremos a repercussão dos bons trabalhos que foram realizados. Uma das intenções da coletânea, inclusive, é esta: estimular que outros servidores também queiram continuar a formação deles. Em longo prazo, será possível melhorar a performance da Universidade em função de trabalhos realizados sobre ela. É um processo de autoavaliação. A comunidade acadêmica vai poder refletir sobre os resultados dessas pesquisas, repensar práticas e propor ou desenvolver estudos comparativos. É uma perspectiva promissora.
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