Beirinha 2016

Page 1

ISSN 1982-5994

ENCARTE ESPECIAL UFPa • aNo XXXi • N. 133 • oUTUBro e NoVeMBro, 2016

Conheça a BOM: biblioteca de objetos matemáticos

Página 2


2-

Beira

do

Rio

-

Outubro e Novembro, 2016

Matemática

Conheça esta biblioteca diferente Daniel Sasaki

A

Serviço Ficou curioso para ver os objetos de perto e poder brincar com eles? Então peça para o seu professor agendar uma visita à Biblioteca de Objetos Matemáticos da UFPA. Ligue para (91) 32017613 Assessoria de Educação a Distância (AEDI/UFPA).

Matemática brasileira vive um dilema. De um lado, temos brasileiros recebendo prêmios internacionais: em junho de 2016, Marcelo Viana ganhou a principal premiação científica da França, o Grande Prêmio Científico Louis D. Em agosto de 2014, Artur Ávila, aos 35 anos, ganhou a Medalha Fields, considerada o Prêmio Nobel de Matemática. Por outro lado, a Matemática elementar e básica continua sendo motivo de dor de cabeça para os estudantes. Vista como a grande inimiga dos boletins e a culpada de várias “recuperações” nas escolas, a Matemática sempre foi motivo de discussão nas escolas brasileiras. Mas por que odiar uma disciplina que só traz benefícios? Estudar Matemática não serve apenas para tirar uma boa nota e ganhar aquele vídeogame como recompensa. Você sabia que a Matemática desenvolve o raciocínio, ajuda a concentração, ensina a enfrentar desafios e facilita ações do nosso dia a dia? Foi com a intenção de mostrar a beleza da Matemática para alunos do ensino fundamental e médio que o professor Márcio Lima do Nascimento, do Instituto de Ciências Naturais (ICEN) da UFPA, desenvolveu o Projeto “Biblioteca de Objetos Matemáticos”. A biblioteca foi desenvolvida desde 2012, com o objetivo de constituir um repositório de objetos concretos, vídeos, animações e jogos, sempre visando à aproximação entre a Matemática e os estudantes. Os objetos são feitos com a ajuda de artesãos, e eles precisam gostar de Matemática. “Por mais que eles não entendam o formalismo, é necessário que eles entendam o motivo e a inspiração da peça. Trabalhamos com o conceito de Matemática divertida”, explica o professor Márcio do Nascimento. Diversão – O diferencial desses objetos são a sua ludicidade, ou seja,

o divertimento e as dúvidas que eles podem trazer. Você pode ficar impressionado com a Sela de Cavalo, que é uma superfície regrada (composta por retas e planos) ou querer ganhar todas as partidas no Jogo da Velha 3D. Agora, pasmo você vai ficar com a Rampa Braquistócrona e Tautócrona, que faz com que duas bolinhas soltas, em posições diferentes, cheguem, ao mesmo tempo, ao ponto mais baixo da rampa. A Biblioteca de Objetos Matemáticos da UFPA já realizou diversas visitas a escolas de todo o Pará. “Já fomos a Cotijuba mostrar os objetos para os alunos e até vol-

tamos para fazer uma oficina, pois um dos objetivos do projeto é fazer com que os alunos também construam suas próprias peças”, afirma o professor. Para Márcio do Nascimento, o que mais impressiona é o interesse dos alunos assim que eles veem os objetos. “Nós vemos muito interesse e muita empolgação. Às vezes, ficamos surpresos quando eles descobrem coisas que, teoricamente, somente um estudante mais velho enxergaria. Eu acho que precisamos combater essa ideia de que a Matemática é difícil. Ela é difícil se você fechar os olhos para ela”, conclui. Alexandre Moraes


OutubrO e NOvembrO, 2016

-

Beira

Escola

do

rio

-3

Violência e preconceito? Caiam fora! Maria Luísa Moraes

I

r à escola é muito legal. Aprendemos coisas novas e conhecemos os nossos melhores amigos lá! É um lugar onde a gente se sente muito bem. E você? Não se sente assim na sua escola? Professores e colegas implicam com você? Fique sabendo que isso não é legal e não devia estar acontecendo. Para entender melhor esse problema, o professor do curso de Psicologia da UFPA, Maurício rodrigues de souza, fez parte da pesquisa “Violência e Preconceito na Escola”, um projeto nacional para pesquisar os problemas escolares e procurar maneiras de resolvê-los. O projeto do professor Maurício, um dos responsáveis pela região Norte do Brasil, investigou três escolas públicas no Pará, Tocantins e Amapá e, lá, foram pesquisados os casos de violência e preconceito mais comuns. Entre as crianças do ensino fundamental, apareceu uma coisinha que todos devem conhecer: o famoso bullying. Para

quem não sabe, bullying é uma palavra da língua inglesa e não tem tradução literal, ou seja, não há uma palavra exata em português que corresponda a essa expressão. Bullying é quando alguém nos chama por um apelido que não gostamos, quando alguém nos maltrata, nos persegue ou até mesmo nos machuca por motivos como a nossa aparência física ou o nosso jeito de ser. O professor conta que entrevistou várias crianças em três escolas públicas e todas elas responderam que percebem a violência e o preconceito onde estudam. Como muitas dessas crianças são vítimas desse preconceito, elas puderam responder às perguntas com palavras ou com desenhos, para se sentirem mais confortáveis. Além de entrevistas, o professor fez outra atividade, chamada “Jogue fora seu preconceito”. Ela funcionava assim: eram deixadas urnas pela escola, com papeizinhos e canetas ao lado e, na hora do recreio, os alunos escreviam nos papéis os preconceitos que tinham ou que sofriam e depositavam na urna, sem que ninguém soubesse quem escreveu.

Nessas pesquisas, o professor Maurício contou que as maiores vítimas da violência são as crianças gordas ou muito magras, crianças negras, crianças ribeirinhas que vêm estudar na capital e são chamadas de “caboquinhas”. Entre os xingamentos, a expressão “viadinho” apareceu entre as respostas. Quando alguém faz essas piadas perto da gente, até parece engraçado, mas precisamos saber que não é. Pensando nisso, o projeto tem umas propostas bem “maneiras”. Por exemplo, imagina que interessante seria se a gente aprendesse, na escola mesmo, as diferenças de cada um e como devemos respeitá-las? Ou se chamássemos nossos pais e professores para conversar sobre esse assunto tão importante? Todas essas poderiam ser formas de combater a violência e o preconceito. Os alunos também reclamam das escolas. realmente, é chato estudar onde a iluminação é ruim, onde faz calor ou não tem uma quadra boa para jogar bola. Mas precisamos ficar atentos e também cuidar da escola! Nada de riscar as carteiras ou paredes, jogar lixo no chão, nem quebrar nada. A escola é responsabilidade nossa e devemos cuidar para que ela seja um ambiente bacana e saudável para todo mundo.


OutubrO e NOvembrO, 2016

-

Beira

Música

do

rio

-4

Uma escola para todos Hojo Rodrigues

M

esmo que você não tenha um colega autista ou portador da síndrome de Down, você já ouviu falar nesses transtornos neurológicos. Diferentemente do que muitos pensam, essas pessoas estudam, brincam, têm amigos e trabalham. E mais, elas podem ter algo em comum com você: a música! Na UFPA, crianças com autismo e síndrome de Down estão aprendendo a tocar violino por meio do Programa de Extensão “Violino em Grupo: Interdisciplinaridade e Inovação de Linguagem em Crianças com Autismo e síndrome de Down”, coordenado pelos professores Antônio de Pádua Araújo Batista, da Escola de Música, e Áureo de Freitas Júnior, do Programa de Pós-Graduação em Artes (ICA/UFPA). De acordo com o professor Antônio de Pádua, as crianças aprendem a tocar violino de forma divertida, sem cobranças e imposições de conteúdo. “Com isso, pretendemos que a música ajude a melhorar as ações dessas crianças nos aspectos social, afetivo, físico e intelectual”, diz o professor. As oficinas e atividades também são ofertadas para crianças que não têm transtornos. O programa atende meninos e meninas entre 6 e 9 anos. Os professores utilizam a “técnica do espelho”: o professor regente realiza atividades de gestos e de sonoridade e o aluno reproduz. Durante a aula, há momentos de descanso e relaxamento. Jônatas Araújo de Abreu, bol-

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ Assessoria de Comunicação Institucional - AsCoM/UFPA JORNAL BEIRA DO RIO - cientificoascom@ufpa.br Cidade Universitária Prof. José da silveira Netto rua Augusto Corrêa n.1 - Prédio da reitoria - Térreo CEP: 66075-110 - Guamá - Belém - Pará Tel. (91) 3201-8036 www.ufpa.br

sista do programa, explica que o atendimento às crianças acontece de maneira igualitária. “O professor regente jamais deve parar a aula para dar atenção exclusiva a uma criança. Isso poderia dispersar os outros alunos”, explica. Quando uma criança tem dificuldade para realizar alguma atividade, um monitor entra em ação e ajuda essa criança para que o comando do professor regente não pare. segundo o monitor Ian Felipe de souza, o programa possibilita o ensino da Música ao mesmo tempo em que trabalha a interação social. “A música tem o poder de acalmar e de nos levar a outro nível de contato. Nós percebemos o quanto as crianças aproveitam esses momentos e isso é muito gratificante”, conta. De acordo com o professor Antônio de Pádua, a música contribui para o desenvolvimento psicomotor das crianças. “O desenvolvimento infantil é dividido em fases. Nessas fases, as atitudes das crianças, às vezes, são norteadas pelo desejo de produzir algo de bom. Então qualquer ação que as crianças fazem, seja bater num instrumento de percussão, seja produzir uma simples nota musical em um tempo certo, significa que elas estão entrando em equilíbrio com o ambiente e com o seu grupo social e, ao compartilhar isso com seus familiares e amiguinhos, elas saberão que estão fazendo algo bom”, explica o professor. No final de cada semestre, na “Amostra de resultados”, as crianças apresentam aos familiares e amigos o que aprenderam nas oficinas.

Serviço A Escola de Música da UFPA fica na Av. Cons. Furtado, 2007, Cremação. (91) 32426233

reitor: Emmanuel Zagury Tourinho; Vice-reitor: Gilmar Pereira da silva; Pró-reitor de Administração: João Cauby de Almeida Jr.; Pró-reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal: Karla Andreza Duarte Pinheiro de Miranda; Pró-reitor de Ensino de Graduação: Edmar Tavares da Costa; Pró-reitor de Extensão: Nelson José de souza Jr.; Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: rômulo simões Angélica; Pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional: raquel Trindade Borges; Pró-reitor de relações Internacionais: Horácio schneider; Prefeito: Adriano sales dos santos silva. Assessoria de Comunicação Institucional. Direção: Luiz Cezar s. dos santos; BEIRA DO RIO. Edição: rosyane rodrigues (2.386-DrT/PE); reportagem: Daniel sasaki, Hojo rodrigues e Maria Luisa Moraes; Fotografia: Alexandre Moraes; Fotografia da capa: Alexandre Moraes; Ilustrações: Walter Pinto e Priscila santos; Projeto Beira on-Line: Danilo santos; Atualização Beira on-Line: rafaela André; revisão: Elielson de souza Nuayed e Júlia Lopes; Projeto gráfico e diagramação: rafaela André; Marca gráfica: Coordenadoria de Marketing e Propaganda CMP/Ascom; secretaria: silvana Vilhena; Impressão: Gráfica UFPA; Tiragem: Mil exemplares.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.