Beirinha 2015

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ENCARTE ESPECIAL

UFPA • ANO XXX • N. 127 • OUTUBRO E NOVEMBRO, 2015

Projeto ensina que cada tipo de lixo tem o seu lugar Página 4 Você sabe como gastar e poupar o seu dinheiro? Página 2

Professores levam Geofísica para escolas de Belém. Página 3

ISSN 1982-5994

Beira do Rio


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finanças

ILUSTRAÇÃO PRISCILA SANTOS

Quanto vale o seu dinheiro?

 Alice Martins Morais

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ocê já conversou com seus pais sobre economia e dinheiro? Se ainda não, está na hora de começar a fazer isso. É essa a temática do livro Educação financeira para crianças, escrito pelos professores de Matemática Alexandre Damasceno (UFPA) e Cleonilda Damasceno. Vamos começar pelo dinheiro em si. Há centenas de anos, usamos o dinheiro como moeda de troca para obtermos produtos ou serviços. Uma vez por mês, seus pais ganham uma quantia em dinheiro chamada “salário”. É a “recompensa” pelo trabalho deles e é assim que eles pagam as despesas da casa. Deu para perceber que o dinheiro que você recebe está totalmente ligado ao que eles ganham? Não esqueça que seus pais têm muitas contas para pagar, desde a conta de luz até a ração do cachorrinho. Então a melhor maneira de administrar o seu dinheiro é pedir uma mesada, uma quantia fixa todo mês. É importante perguntar quantas vezes por mês você vai receber esse valor, assim, você poderá ir

gastando até a próxima mesada. Com o dinheiro em mãos, não pode mais bobear, tem que cuidar das notas. Nada de colocar dinheiro na boca, amassar, dobrar ou rasgar! Você precisa aprender o valor das moedas e de cada cédula (o dinheiro em papel). Por exemplo, com uma moeda de 10 centavos, dá para comprar uma balinha; e com uma cédula de 2 reais, dá para comprar um biscoito. Também é importante aprender a transformar os valores: para comprar o biscoito de R$2,00, você precisa juntar vinte moedas de R$0,10. Mas não pense apenas em si mesmo. De uma forma ou de outra, as suas ações fazem a diferença até na vida de pessoas que você nem conhece, do outro lado do mundo! Quando compra um lanche só por comprar e depois joga fora sem comer, você gasta o dinheiro que poderia ser usado para algo mais útil e ainda produz um lixo desnecessário, aumentando o lixo do mundo. Portanto educação financeira é aprender a praticar o consumo consciente, pensar no seu bem-estar, na sua casa e no planeta. Você deve entender a diferença entre precisar e que-

rer e não exagerar no consumo. Aos poucos, adquira o hábito de utilizar somente o necessário: desligue a torneira quando não estiver usando a água, apague as luzes enquanto o dia estiver claro, tire o celular ou o notebook da tomada quando a bateria já estiver carregada e coloque no prato apenas o que for comer. Além disso, quando pedir um brinquedo, pense: “será que vou brincar com ele mais de uma vez?”. Lembre: quando a gente muda, o mundo muda com a gente. Aliás, talvez seus pais ainda não saibam como falar sobre esse assunto. Esta pode ser a sua oportunidade de trocar os papéis e ajudar a família toda com os novos conhecimentos. Que tal?

Quer saber mais? Leia o livro Educação financeira para crianças, à venda na Editora Inteceleri, Rua dos Pariquis, 3001, Ed. Village Medical Center, sala 103. Visite o site do Banco Central: https://cidadaniafinanceira.bcb. gov.br/


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Por dentro dos fenômenos geológicos

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ocê sabe o que é... Geofísica? O nome parece complicado, não é? Calma, Geofísica nada mais é do que a explicação física para os fenômenos que ocorrem na Terra, como a erosão ou os terremotos. Ainda parece difícil? Tudo bem, já vai dar para entender. Quem vai explicar é o professor Alberto de Melo, que trabalha no Instituto de Geociências da UFPA e coordena o Projeto “O que é Geofísica?” Essa história começou em 2006, quando a professora Ellen de Nazaré Gomes organizou a primeira Semana de Geofísica da UFPA. A semana reuniu alunos da Universidade e do ensino fundamental e médio de vários colégios de Belém. “Eu aproveitei aquele momento para idealizar alguns experimentos e modelos geofísicos que mostrassem a realidade da Geofísica e também da Geologia”, lembra o professor Alberto. O projeto fez muito sucesso e acabou ganhando destaque nacional. “A cada dois anos, somos convidados pela Sociedade Brasileira de Geofísica a apresentar projeto durante o Congresso Internacional, que ocorre, geralmente, no Rio de Janeiro”, diz ele. Alguns dos modelos, inclusive, ficaram permanentemente para exposição no Museu Nacional de Geologia. Os modelos geofísicos são construídos pelos alunos da Faculdade de Geofísica. Os

alunos são divididos em grupos e cada grupo constrói seu projeto. Os alunos colocam a mão na massa, aprendem a manusear as ferramentas e a montar o que for necessário. E o que são esses modelos, afinal? São reproduções em escala reduzida, como uma espécie de maquete, as quais simulam os fenômenos estudados pela Geofísica e pela Geologia. A Geologia é explorada de forma mais visual, já a Geofísica é explorada por meio de fenômenos físicos, podendo ir, literalmente, mais fundo para coletar os dados. “Nós tentamos fazer primeiro uma visualização geológica, para depois preparar um método físico. Então eu apresento a Geologia, que é visual, e apresento um circuito ou um instrumento que vai fazer a medida. Esse instrumento é conectado ao computador e, no computador, deve aparecer um sinal que vai mostrar uma anomalia geofísica”, descreve o professor Alberto. A Geofísica é um campo muito rico e interessante de estudos. Várias áreas podem ser exploradas nos experimentos, como o método sísmico, que estuda a propagação de ondas. “Nós escolhemos os métodos e verificamos o que é possível de simular fisicamente com um modelo”, diz o professor. E, assim, nascem os experimentos. Entre os mais tradicionais, estão: o globo terrestre, que mostra o campo magnético gerado pelo núcleo da Terra; o

Serviço Quer ver de per to todos esses modelos? A sua escola pode agendar uma exposição, basta entrar em contato com a Faculdade de Geofísica pelo número (91) 3201-7690. Você

também pode visitar as Feiras de Geofísica e Geociências. Para saber quando elas acontecem, visite o site do Instituto de Geociências: http://www.ig.ufpa.br/

modelo do poço vertical, que simula um poço e suas estratificações, ou seja, suas camadas, que são verificadas por meio de uma sonda que examina a profundidade do poço. Outro modelo que faz sucesso é a representação da cordilheira meso-oceânica, que ajuda a entender as placas tectônicas. Alguns desses modelos são apenas para observação, outros são interativos e despertam maior interesse dos alunos. FOTOS ALEXANDRE MORAES

 Maria Luísa Moraes

Os alunos aprendem a criar seus próprios modelos, que são maquetes representando as anomalias geofísicas.


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meio ambiente

Jogando o lixo no lugar certo ILUSTRAÇÃO PRISCILA SANTOS

 Marcus Passos

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omo é bom saborear uma maçã no intervalo da escola! Comer um picolé de chocolate naquele dia ensolarado, reunir os amigos para conversar e tomar um refrigerante geladinho é melhor ainda! Mas, se a maçã, o palito do picolé e a garrafa do refrigerante forem descartados de maneira incorreta, quanto tempo eles levarão para se decompor na natureza? Você saberia dizer? O descarte inadequado desses três materiais poderia causar sérios problemas ao meio ambiente, pois o tempo de decomposição das cascas de frutas é de até três meses, o do palito de madeira é de seis meses e as embalagens PETs precisam de mais de 100 anos para se decompor. É por meio da conscientização que o Projeto “Lixo Zero: do Rio ao Oceano”, da Faculdade de Oceanografia (IG/UFPA), vem educando crianças e adolescentes, sob a coordenação da professora Sury Monteiro.

Decomposição e reaproveitamento O projeto realizou sua primeira ação há dois anos, na Praça da República, em Belém. A programação contou com três atividades lúdicas. Na atividade ‘tempo de decomposição’, a criança segurava uma foto que poderia ser de uma garrafa de vidro, de um papel, de uma latinha ou de outros materiais. Na sua frente, um quadro mostrava o tempo de decomposição desses materiais. A criança deveria colar cada figura no seu tempo correspondente. “Muitas ficavam chocadas ao saber, por exemplo,

que o vidro demora mais de um milhão de anos para se decompor. Nós explicávamos a importância de descartar esses objetos de forma adequada”, conta a professora. Na segunda atividade, voltada ao ‘ciclo do lixo’, a equipe do projeto mostrava imagens de animais marinhos prejudicados pelo descarte inadequado de alguns materiais, como um golfinho com a barriga cheia de lixo ou uma tartaruga com o casco preso por embalagens plásticas. “Posteriormente, a equipe explicava

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ Assessoria de Comunicação Institucional - ASCOM/UFPA JORNAL BEIRA DO RIO - cientificoascom@ufpa.br Cidade Universitária Prof. José da Silveira Netto Rua Augusto Corrêa n.1 - Prédio da Reitoria - Térreo CEP: 66075-110 - Guamá - Belém - Pará Tel. (91) 3201-8036 www.ufpa.br

qual a maneira correta de eliminar esses materiais e, com essas informações, as crianças deveriam criar o seu próprio ciclo do lixo”, diz a colaboradora Raqueline Monteiro. A última atividade abordou a temática da ‘reciclagem dos materiais’. Após as crianças participarem das duas outras etapas, elas poderiam escolher entre as oficinas de confecção de carrinhos ou de flores. O material usado foi garrafa PET, justamente para chamar atenção para as garrafas que são jogadas na praça.

Projeto levou atividades até Salinas Em 2014, o projeto aconteceu em Salinópolis, nordeste paraense. Primeiro, na Escola Estadual Dom Bosco. Em seguida, as atividades foram realizadas na Praça da Igreja, na vila de Cuiarana, no mesmo município. Entre as oficinas, a novidade estava na produção de hortas verticais, feitas do corte da garrafa PET e do acréscimo de terra e semente. Este ano, o projeto chegou à Escola Municipal Juliano Monteiro de Souza, na vila de Cuiarana, e voltou à Escola Estadual Dom Bosco. Nesses locais, o destaque foi a oficina sobre a coleta seletiva. A equipe colocou quatro caixas das cores amarela, azul, verde e vermelha, que representavam lixeiras, e um saco com vários materiais. Divididas em dois grupos, as crianças deveriam escolher um material na sacola e jogar na caixa adequada, de acordo com a coleta seletiva. Assim, elas precisariam lembrar que a lixeira amarela é usada para se jogar metal; a azul, papel; a verde, vidro; e a lixeira vermelha, plástico. “O objetivo do projeto é conscientizar a população, a começar pelas crianças, sobre a importância de preservar o meio ambiente”, afirma Sury Monteiro.

Reitor: Carlos Edilson Maneschy; Vice-Reitor: Horácio Schneider; Pró-Reitor de Administração: Edson Ortiz de Matos; Pró-Reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal: Edilziete Eduardo Pinheiro de Aragão; Pró-Reitora de Ensino de Graduação: Maria Lúcia Harada; Pró-Reitor de Extensão: Fernando Arthur de Freitas Neves; Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Emmanuel Zagury Tourinho; Pró-Reitora de Planejamento: Raquel Trindade Borges; Pró-Reitor de Relações Internacionais: Flávio Augusto Sidrim Nassar; Prefeito: Alemar Dias Rodrigues Junior. Assessoria de Comunicação Institucional. Direção: Luiz Cezar S. dos Santos; BEIRA DO RIO. Edição: Rosyane Rodrigues (2.386-DRT/PE); Reportagem: Alice Martins Morais, Maria Luisa Moraes e Marcus Passos; Fotografia: Alexandre Moraes e Adolfo Lemos; Fotografia da capa: Adolfo Lemos; Ilustrações: Priscila Santos/CMP/ Ascom; Projeto Beira On-Line: Danilo Santos; Atualização Beira On-Line: Rafaela André; Revisão: Elielson de Souza Nuayed e Júlia Lopes; Projeto gráfico e diagramação: Rafaela André; Marca gráfica: Coordenadoria de Marketing e Propaganda CMP/ Ascom; Secretaria: Silvana Vilhena; Impressão: Gráfica UFPA; Tiragem: Mil exemplares.


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