Beirinha 2019

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ISSN 1982-5994

Beirinha Edição Especial

UFPA • Ano XXXIV• n. 151 Outubro e Novembro, 2019

Venha conhecer o Museu de Anatomia! Página 3


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Beira do Rio

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Edição Especial - Beirinha, 2019

Nossa biblioteca

Há novos leitores no Guamá Flávia Rocha

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odo mundo sabe que o hábito da leitura é um dos melhores que se pode ter. Por meio dos livros, conseguimos viver outras vidas, além da nossa, e nos divertir em outros mundos, criados pelos autores. Mas, acima de tudo, ler sobre outras realidades nos ajuda a entender a nossa. O Espaço Cultural Nossa Biblioteca (ECNCB) foi criado com o objetivo de incentivar crianças e jovens a encontrar a alegria na leitura. A organização possui uma parceria de muitos anos com diversos cursos de graduação da UFPA. O Espaço Cultural Nossa Biblioteca foi criado em 1977

e, desde então, vem oferecendo seu acervo aos moradores do bairro Guamá. “A gente acredita que, com a leitura, crianças e adolescentes podem aprender sobre seus direitos e deveres e, então, reivindicá-los. Também queremos que a leitura seja algo prazeroso e não uma obrigação. Nosso objetivo é que essas crianças venham e olhem as estantes com interesse. Mesmo aquelas que ainda não sabem ler podem ficar fascinadas com as histórias e ilustrações”, explica a assistente social Vanessa Ineth Silva. O ECNB oferece atividades que procuram instigar a criatividade e a expressão artística dos pequenos leitores. Va-

nessa coordena o Projeto Construindo um bairro de leitores, no qual ocorrem atividades de teatro, dança, musicalização, mediação de leitura e círculo de leitura. Os resultados dessas atividades são apresentados na Rua de leitura, evento em que as crianças expõem suas criações para a comunidade. Os círculos de leitura acontecem durante os sábados, a cada 15 dias. As crianças escolhem um livro e levam para casa. No encontro seguinte, elas devem contar para os colegas o que leram, sem revelar o final da história para que as outras crianças queiram ler o livro também. Por isso é chamado de “círculo de leitura”: o livro passa entre todos os

participantes. Mas, se você não gostar de nenhum livro que foi lido, não tem problema! - é só escolher outro na estante. O importante é ler e compartilhar sua experiência. Já as “mediações de leitura” funcionam assim: um mediador lê o livro para as crianças, conta a história, fala sobre o autor e mostra as gravuras. As mediações acontecem dentro do círculo de leitura, e, como o Espaço Cultural Nossa Biblioteca não é apenas uma biblioteca mas também um espaço cultural, os frequentadores também têm acesso a oficinas (escultura, desenho, pintura, origami e escrita criativa) e até a atividades de redação para o ENEM.

Cooperativas mirins estão produzindo dois livros “Nós também temos duas cooperativas mirins. São as únicas da Região Norte localizadas num ambiente não escolar. Uma tem como objetivo a escrita e a confecção de um livro que conte a história do espaço. A outra também tem o objetivo de produzir um livro, mas esse será de poesias e contos de autoria das próprias crianças. Os jovens fazem o

gerenciamento”, afirma a pedagoga Minéia Silva. Os participantes das atividades têm entre seis e 17 anos e são divididos em grupos, por faixa etária. O público é bem amplo e isso se reflete no acervo de livros do espaço. Segundo Minéia Silva, as obras preferidas dos menores são Bruxa, bruxa venha à minha festa, Ernesto, Telefone sem

fio e Caras animalescas, além de livros sobre folclore brasileiro. Já os jovens são fãs de livros seriados. Guerra dos Tronos, Crepúsculo, Harry Potter, Diário de um banana são alguns dos livros que quase nunca ficam parados nas estantes. O ECBN faz parte da Rede Amazônia Literária, a qual reúne espaços de leitura, criados e mantidos por orga-

nizações da sociedade civil, que atuam em comunidades da Região Metropolitana de Belém onde exista carência de ação do Estado na garantia de direitos básicos. “O nosso forte são livros literários, mas nós também temos alguns livros para pesquisas científicas. Atualmente, iniciamos um acervo com livros em Braille”, conta Vanessa Ineth.

ALEXANDRE DE MORAES

Serviço O Espaço Cultural Nossa Biblioteca funciona de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Aos sábados, das 9h às 11h30, de 15 em 15 dias. Informações: (91) 32495270 E-mail ecnbiblioteca@gmail.com Facebook Espaço Cultural Nossa Biblioteca


Edição Especial - Beirinha, 2019

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Beira do Rio

Ciências

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Descobrindo a anatomia humana ALEXANDRE DE MORAES

Nicole França

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a escola, aprendemos muito sobre o corpo humano. Lá conhecemos os sistemas que são fundamentais para a manutenção das nossas vidas, como o sistema urinário, o sistema cardiovascular, o sistema respiratório, entre outros. Normalmente, a nossa visão sobre o corpo humano se limita às imagens presentes nos livros didáticos. Mas você já imaginou ver “de perto” alguns órgãos que fazem parte do nosso corpo? Isso é possível no Museu de Anatomia da UFPA. O museu está localizado no Instituto de Ciências Biológicas, no Campus Básico do Guamá, e faz parte do Laboratório de Anatomia Humana. O acervo do museu é composto por peças de todos os sistemas do corpo humano (do sistema digestório até o sistema nervoso), por ossos variados, como crânio, tíbia e úmero, além de contar com exposições interativas e peças ligadas à embriologia, com a exibição de fetos em vários estágios de desenvolvimento. No Museu de Anatomia, também podemos encontrar um pequeno acervo sobre a anatomia de animais silvestres e comparar a anatomia humana com a anatomia desses animais. Mas a atração principal é, com certeza, um esqueleto

mumificado, produzido por alunos do curso de Medicina e chamado “Múmia da Anatomia”. No entanto, a equipe não quer parar por aqui e pretende aumentar o seu acervo com a expansão da parceria com o Instituto Médico Legal Renato Chaves. Roseane Borner de Oliveira, coordenadora do Museu de Anatomia, explica que a parceria com o IML é fundamental para a produção das peças que serão expostas no museu. “A ideia para a criação do museu surgiu porque é muito importante que a comunidade tenha acesso à anatomia, que possa ver e conviver com essas peças. Além disso, é uma oportunidade para os alunos do curso de Medicina exporem as peças produzidas em sala de aula, uma vez que trabalhamos muito com dissecação”, explica a professora Roseane Borner de Oliveira.

Desenvolvendo interesse e vocações Além de atender aos cursos de graduação da área de saúde, como Medicina, Enfermagem e Odontologia, o museu também é aberto para visitas de estudantes de cursos técnicos e do ensino médio e fundamental. Nas visitas, além da observação das peças, também são organizadas bancadas referentes a cada sistema do corpo humano, nas quais os monitores buscam apresentar os diversos aspectos da anatomia humana.

“Aqui, no museu, trabalhamos intimamente com algumas escolas, de modo que organizamos visitas com cerca de 30 alunos por turma. Trabalhamos com a anatomia em si e, com base nisso, são escolhidos monitores para cada sistema do corpo humano. Dependendo do nosso público, que pode ser tanto do ensino médio e fundamental quanto do ensino técnico, nós abordamos assuntos variados. Por exemplo, para o ensino

Saiba Mais! O Museu de Anatomia também possui um museu virtual que apresenta um atlas detalhado do corpo humano e pode ser acessado em: www. museuvirtual.wixsite.com/ufpa.

Serviço O Museu de Anatomia da UFPA funciona das 8h às 18h e as visitas são gratuitas. Para agendar, entre em contato com museuvirtualufpa@gmail. com. As visitas também podem ser agendadas no site: www.museuvirtual. wixsite.com/ufpa/museu-de-anatomia

fundamental, fazemos uma abordagem geral sobre o que é o cérebro e o que é a medula espinhal. A partir disso, buscamos gerar um interesse nesses visitantes e, assim, despertar uma fome científica, uma fome por conhecimento”, informa Francisco Lima Neto, aluno do curso de Medicina e coordenador dos monitores do museu. O Museu de Anatomia organiza visitações desde 2012 e, segundo Roseane Borner, as visitas despertam a vocação

e o interesse para a área da saúde. “Ficamos surpresos como os alunos realmente interagem, aprendem e ficam estimulados, ao ponto de os professores dizerem que a visita ao museu é tão importante quanto um teste vocacional. Muitos alunos tomam a decisão de seguir uma carreira e fazer um curso após terem visto a realidade da biologia e da anatomia. Isso é muito gratificante para nós”, afirma a coordenadora.


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Beira do Rio

Edição Especial - Beirinha, 2019

Cineclub

Filmes, pipoca e debate Aila Beatriz Inete

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muito bom quando chega o final de semana e você tem bastante tempo livre para sair com os amigos, bolar novas brincadeiras, descansar e assistir aos desenhos e filmes favoritos. Humm, como isso é bom! Mas você já parou para pensar que um filme ou desenho pode render boas conversas e nos

ensinar muitas coisas legais? Pois é, os filmes podem nos proporcionar reflexões que, às vezes, não levamos muito a sério no nosso dia a dia. Dessa forma, no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Soure, a psicóloga Ludmilla Ventura criou o Projeto de Extensão Cineclub Soure. O projeto tem o intuito de exibir filmes que abordem temas im-

portantes para a sociedade, em quatro sessões mensais e totalmente gratuitas. Que legal, né?! “Aqui, em Soure, nós não temos sala de cinema, nada exclusivo para exibir nem curtas nem longas-metragens. Assim, a ideia do projeto surgiu pela necessidade de criar um local fixo de exibição e, ao mesmo tempo, aproximar a comunidade local da Universidade”, explica Ludmilla.

Debates estimulam pensamento crítico

Sessão

infantojuvenil

Dia: aos sábados Hora: às 10h Local: Miniauditório do campus Classificação: Livre (respeitando a indicação do filme)

Cada filme aborda uma temática especial e, ao final das sessões, os temas são discutidos com as crianças. Nesse momento, elas dizem o que entenderam, o que mais gostaram e qual foi do aprendizado. “Não é só o filme pelo filme. Nós provocamos o debate com a finalidade de estimular a inteligência, promover a educação e os direitos humanos”, conta Ludmilla Ventura. Segundo a coordenadora

do projeto, essas discussões servem para que cada um, adulto e criança, questione a sua própria vivência. Se você está pensando que esse programa é uma chatice, você está enganado! Muitas crianças estão participando e gostando da programação do Cineclub. Dá só uma olhada nos filmes que já foram exibidos: Big Hero, filme de estreia da sessão infantojuvenil; Coraline e Mulan. “Com base nesses filmes, nós con-

versamos sobre família, amizade, respeito e igualdade de gênero”, conta a coordenadora. O projeto funciona dentro do campus da UFPA e também realiza sessões em áreas da zona rural de Soure. As sessões são divididas por faixa etária: aos sábados, para o público infantojuvenil, com classificação livre para todas as idades; às quartas-feiras, para o público adulto, com classificação a partir de 18 anos. FOTOS IMDB

Universidade Federal do Pará Assessoria de Comunicação Institucional - ASCOM/UFPA JORNAL BEIRA DO RIO - cientificoascom@ufpa.br Cidade Universitária Prof. José da Silveira Netto Rua Augusto Corrêa n.1 - Prédio da Reitoria - Térreo CEP: 66075-110 - Guamá - Belém - Pará Tel. (91) 3201-8036 www.ufpa.br

Reitor: Emmanuel Zagury Tourinho; Vice-Reitor: Gilmar Pereira da Silva; Secretário-Geral do Gabinete: Marcelo Galvão; Pró-Reitor de Ensino de Graduação: Edmar Tavares da Costa; Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação: Maria Iracilda da Cunha Sampaio; Pró-Reitor de Extensão: Nelson José de Souza Jr.; Pró-Reitora de Relações Internacionais: Marília de Nazaré de Oliveira Ferreira; Pró-Reitor de Administração: João Cauby de Almeida Jr.; Pró-Reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional: Raquel Trindade Borges; Pró-Reitor de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal: Raimundo da Costa Almeida; Prefeito Multicampi: Eliomar Azevedo do Carmo. Assessoria de Comunicação Institucional – ASCOM/ UFPA. Direção: Prof. Luiz Cezar Silva dos Santos. JORNAL BEIRA DO RIO. Edição: Rosyane Rodrigues (2.386-DRT/PE); Reportagem: Aila Beatriz Inete, Flávia Rocha e Nicole França (bolsistas); Fotografia: Alexandre de Moraes; Fotografia da capa: Alexandre de Moraes; Projeto Beira On-line: TI/ASCOM; Atualização Beira On-Line: Rafaela André; Revisão: José dos Anjos Oliveira e Júlia Lopes; Projeto gráfico e diagramação: Rafaela André; Marca gráfica: Coordenadoria de Marketing e Propaganda CMP/Ascom; Impressão: Gráfica UFPA; Tiragem: Mil exemplares. © UFPA, Outubro/Novembro, 2019.


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