ENCARTE ESPECIAL
UFPa • aNo XXiX • N. 121 • oUTUBro e NoVeMBro, 2014
Cursos gratuitos de Teatro e Música para a garotada Página 2 Você quer ser escritor profissional? Então, corra na página 3.
Bullying: saiba quando a brincadeira passa do limite. Página 4
ISSN 1982-5994
Beira do Rio
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Beira
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Outubro e Novembro, 2014
Artes
Aprendizado e diversão
J
O Curso Básico de Teatro tem duração de um ano, com aula duas vezes por semana e atende crianças de 7 a 12 anos.
á imaginou subir ao palco e encenar uma peça de teatro como um artista de verdade? É isso que os alunos do Projeto de Curso Básico de Teatro Infantil da Escola de Teatro e Dança da UFPA (ETDUFPA) fazem todo final do ano. O curso é aberto a todas as crianças de 7 a 12 anos. Idealizado pela professora Olinda Charone, em 1994, o projeto, antes, funcionava como Oficinas de Teatro. No decorrer dos anos, várias mudanças aconteceram até chegar à proposta do Curso Básico, duração de um ano, aula duas vezes na semana e turmas infantil e juvenil. A criança experimenta todo o processo de iniciação artística e tem como resultado final um Alexandre Moraes
espetáculo. E o melhor: o curso é gratuito. Letícia Araújo, 10 anos, conta que sempre tinha problemas por falar baixo durante a apresentação dos trabalhos escolares, mas as aulas de Teatro ajudaram. “Agora, eu consigo falar mais alto durante as apresentações e não ouço mais reclamações, coisa que acontecia muito, antes”. A professora Patrícia Pinheiro confirma esse avanço no desenvolvimento das crianças que participam do projeto. “Os pais trazem esses relatos. Nós já tivemos alunos que apresentavam dificuldades em participar de brincadeiras em sala de aula, de relacionamento, e apresentam melhora. Em casa, a relação com os irmãos
fica mais fácil e eles criam autonomia para tomar decisões junto com os pais.” “O trabalho teatral é um exercício da interpretação, da imaginação e da criatividade. Essas habilidades se expandem para outras áreas do conhecimento, por exemplo, a questão da língua portuguesa, da interpretação na leitura, as crianças começam a dialogar mais com o que elas leem. O exercício de ler um papel, ler uma fala de um personagem e as possibilidades que essa fala pode trazer acabam despertando o exercício para leituras diferenciadas, interpretações diferenciadas”, completa a professora Adriana Cruz, que também atua no curso de Teatro Infantil da ETDUFPA.
Avaliação sem prova ou exame O teatro estimula a observação, as expressões corporais, plásticas e sonoras, a improvisação, entre outras habilidades. Mas, o mais legal é a possibilidade de se sentir livre, como diz a aluna Letícia Araújo. “No teatro, eu posso me libertar, posso falar alto...é maravilhoso”. “Na Escola de Teatro e Dança, as crianças têm a democracia da palavra e do movimento do corpo, e isso faz com que se encantem. A palavra não é muito compartilhada com as crianças, que falam muito, mas os adultos permitem muito pouco. Aqui, elas têm essa permissão”, explica a professora Inês Ribeiro. Se o seu interesse é pela música, a Escola de Música da UFPA oferece Iniciação à Educação Musical, para crianças de 6 a 12 anos. No Projeto “As perspectiva de desenvolvimento musical através da prática instrumental”, os alunos têm a oportunidade de aprender técnicas de violino, além de habilidade de ritmos, de solfe-
jo e de desenvolvimento musical do corpo. Silvia Matos, professora e coordenadora do projeto, explica que o objetivo é proporcionar o aprendizado da música sem ficar preso às obrigações de uma aula regular, como avaliações por meio de provas e exames. “A criança vai desenvolver, aprender e socializar. Vai levar a música para se divertir”, explica. Ao contemplar o aprendizado coletivo da música, o projeto também ajuda no desenvolvimento social. “As crianças ficam mais disciplinadas. É comprovado que o aluno que estuda Música tem facilidade no aprendizado em geral, seja Matemática, seja Física, seja História, seja Geografia. O aluno desenvolve a percepção musical e isso atinge outras áreas”, explica. Já escolheu o que você prefere? Teatro ou música? Ou quem sabe os dois? As aulas, tanto na Escola de Música quanto na Escola de Teatro e Dança da UFPA, começam sempre no início do ano. Fique atento!
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Beira
No mundo das letras
Aventuras, heróis e piratas
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ocê é o herdeiro de uma família tradicional, muito rica e seus pais não veem a hora de você estar pronto para assumir os negócios da família, o que não o interessa nem um pouco. O que fazer numa situação dessas? Fugir de toda essa pressão e encarar muitas aventuras em uma vida totalmente nova! Foi exatamente isso que o publicitário Bruno Melo fez. Bom, não exatamente Bruno, mas Ryan Day, personagem do livro Barbolandia – A Fuga do Herdeiro, escrito pelo publicitário. Bruno Melo é formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Pará e criador da Barbolandia, uma ilha que fica no Oceano Atlântico, próximo às Bahamas. Também chamada de País dos Sonhos, a Ilha de Barbolandia possui três
cidades: Capital, Savana e Salpicos, onde até neva. O livro foi publicado em 2011, pela Editora Barbohouse, fundada por Bruno, logo depois que concluiu a graduação. “Barbolandia surgiu quando eu era criança. Eu sempre fui muito reservado, gostava de brincar sozinho, criar histórias com os brinquedos e definir um perfil de personagem para cada um deles. Quando fiquei mais velho e aprendi a rascunhar quadrinhos, decidi, então, criar uma HQ só dos meus personagens. Juntei todos em um mundo só, que era a Ilha de Barbolandia. A ilha era minha própria casa. A inspiração de ser uma ilha veio do nada, não sei exatamente dizer o porquê. Provavelmente, foi por eu ter criado personagens piratas que encalhavam em uma ilha”, conta Bruno.
A leitura é capaz de nos levar para lugares surpreendentes. Ler desde a infância estimula a imaginação, a criatividade e ainda melhora a nossa escrita. Quem sabe esse não pode ser o primeiro passo para se tornar um(a) escritor(a)? O Bruno diz que, quando era criança, eram seus pais que liam para ele. Depois, começou a ler sozinho os clássicos da literatura infantil. “Eu também gostava muito de histórias em quadrinhos. Meu pai comprava um exemplar por semana. Elas eram baratas e divertidas. Eu lia Turma da Mônica, Texas, Pato Donald, Pica-Pau e Pernalonga... era massa!”, comenta. Gostou da ideia de escrever suas próprias aventuras? Abaixo, há dicas que o Bruno deu para você se inspirar.
Boas histórias para ler A Droga da Obediência, Pedro Bandeira Em um clima de muito mistério e suspense, cinco estudantes, os Karas, enfrentam uma macabra trama internacional: o sinistro Doutor Q.I. pretende subjugar a humanidade aos seus desígnios, aplicando na juventude uma perigosa droga! E essa droga já está sendo experimentada em alunos dos melhores colégios de São Paulo. Esse é um trabalho para os Karas: o avesso dos coroas, o contrário dos caretas!
ILUSTRAÇÕES NEWTON CORREA
Vinte Mil Léguas Submarinas, Júlio Verne
A Irmandade das Olívias, Ana Carolina Almeida de Souza.
Em 1866, quando navios de diversas p a r t e s d o m u n d o c o m e ç a ra m a naufragar, governantes e homens de ciência mobilizaram-se para localizar e deter o misterioso monstro marinho responsável por tais ataques. Mas a missão não correu conforme os planos, e a besta desconhecida destroçou a fragata que fora em sua captura. Lançados ao mar, o professor Aronnax, o fiel Conselho e o exímio arpoador Ned Land foram resgatados e feitos prisioneiros pelo enigmático capitão Nemo, dono do submarino Náutilus.
A cada 50 anos, uma Olívia é escolhida para continuar a missão que Olívia Yale começou no século XVI, lutar pelos sonhos dos outros. Mas a Olívia do século XXI não sabe como lidar com tanta responsabilidade. Sem contar que ela acabou de entrar para a faculdade, vai começar a trabalhar e ainda tem Viktor. A jornada está apenas começando e, no meio disso tudo, Olívia vai precisar ter coragem, amadurecer e aprender que nem sempre é bom confiar nos outros http://www. airmandadedasolivias.com/
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Falando sério
Até onde vai a brincadeira? ILUSTRAÇÕES NEWTON CORREA
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pelidar, provocar e zoar um amigo da escola pode não ser tão divertido quanto a gente pensa. Você já ouviu falar do bullying, não é? O bullying é qualquer forma de atitude agressiva, sem motivo, de uma ou mais pessoas contra outra, que está em desvantagem na situação. A professora da Faculdade de Psicologia da Universidade Federal do Pará, Adelma Pimentel, explica que é fácil perceber a diferença entre uma brincadeira e o bullying. “A diferença entre brincadeira e a violência é o limite que é dado pela satisfação de só uma das pessoas, em que uma ri, zomba e a outra sofre os impactos psicológicos da desqualificação pessoal, social, física etc. Assim, a satisfação dos dois lados é resultado da brincadeira, enquanto as diferenças de gênero, estatura, idade e poder entre quem pratica e quem sofre a violência integram o bullying”.
xingamentos, mensagens mentirosas e fofocas pela internet ou celular também são bullying. Os especialistas definem como cyberbullying ou mobilebullying e é tão perigoso quanto a agressão que acontece frente a frente. “O bullying produz marcas, visíveis e invisíveis, em quem sofre a violência. Envolve a dificuldade em denunciar, conversando com amigos, familiares e professores, pois provoca vergonha e sentimento de culpa”, explica a professora. Isolamento, perda de confiança, irritabilidade,
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ Assessoria de Comunicação Institucional - ASCOM/UFPA JORNAL BEIRA DO RIO - cientificoascom@ufpa.br Cidade Universitária Prof. José da Silveira Netto Rua Augusto Corrêa n.1 - Prédio da Reitoria - Térreo CEP: 66075-110 - Guamá - Belém - Pará Tel. (91) 3201-8036 www.ufpa.br
tristeza, baixo rendimento na escola, até depressão e suicídio são consequências do bullying. João Loureiro, estudante de Publicidade e Propaganda da UFPA, conta que sofreu bullying na época de escola, porque era baixinho. “Eu era muito introvertido e também bem baixo. Então, era excluído das atividades, principalmente, das de Educação Física. Apelidavam-me de nerd e CDF. Eu era sempre deixado de lado”, lembra João. O estudante conta que, para superar a violência, o segredo foi seguir em frente, sem desistir nem se
deixar atingir pelas ofensas. Agora que você já sabe quantos males o bullying pode causar, não vale mais zombar daquele coleguinha ou fazer parte de turmas que agem assim, não é? Caso você perceba que alguém está ofendendo ou machucando um colega, comunique a direção da escola. E a vítima de bullying é você, não tenha medo: conte aos seus pais, à direção ou àquele professor de quem você mais gosta. O importante é falar sobre esse problema, para que ele acabe e você possa voltar a se divertir na escola.
Reitor: Carlos Edilson Maneschy; Vice-Reitor: Horácio Schneider; Pró-Reitor de Administração: Edson Ortiz de Matos; Pró-Reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal: Edilziete Eduardo Pinheiro de Aragão; Pró-Reitora de Ensino de Graduação: Maria Lúcia Harada; Pró-Reitor de Extensão: Fernando Arthur de Freitas Neves; Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Emmanuel Zagury Tourinho; Pró-Reitora de Planejamento: Raquel Trindade Borges; Pró-Reitor de Relações Internacionais: Flávio Augusto Sidrim Nassar; Prefeito: Alemar Dias Rodrigues Junior. Assessoria de Comunicação Institucional. Direção: Luiz Cezar S. dos Santos; BEIRA DO RIO. Edição: Rosyane Rodrigues (2.386-DRT/PE); Reportagem: Juliana Theodoro; Fotografia: Alexandre Moraes; Fotografia da capa: Aníbal Pacha; Ilustrações: Newton Correa/CMP/Ascom; Projeto Beira On-Line: Danilo Santos; Atualização Beira On-Line: Rafaela André; Revisão: Júlia Lopes e Cintia Magalhães; Projeto gráfico e diagramação: Rafaela André; Marca gráfica: Coordenadoria de Marketing e Propaganda CMP/Ascom; Secretaria: Silvana Vilhena; Impressão: Gráfica UFPA; Tiragem: Mil exemplares.