A PRI MA VE RA das
d o n o s s o C O N F I N A M E N TO
Histรณrias
BEMM
Ficha técnica Título: A PRIMAVERA do nosso CONFINAMENTO Autor: Alunos do AEMM do 5.º D, 5.º E, 5.º F e 5.ºG Coordenação: Celeste Gonçalves e Isabel Curado Arranjo gráfico: Graça Silva e José Plácido Edição: Bibliotecas Escolares Marquês de Marialva Coleção: Histórias das BEMM, n.º 15 junho de 2020 (Todas as imagens não identificadas estavam etiquetadas para “reutilização não comercial com modificação”. Não requerem atribuição.)
A PRIMAVERA do nosso CONFINAMENTO de Alunos do AEMM do 5.º D, 5.º E, 5.º F e 5.ºG está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-Não Comercial-Sem Derivações 4.0 Internacional.
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A PRIMAVERA do nosso CONFINAMENTO Foi na 6ª feira, dia 13 de março, que foi decretado o encerramento das escolas de todo o país, à semelhança do que já tinha sido feito noutros países, numa tentativa de travar a pandemia conhecida como COVID 19. Várias questões, profissionais e afetivas, surgiram. Com quem ficariam as crianças? Como iriam continuar as aulas estando em casa? As soluções foram criadas, rapidamente, e muitos pais optaram pelo teletrabalho para poderem acompanhar as crianças. As tecnologias superaram obstáculos e os traba-
lhos chegaram aos alunos e aos professores via email, enquanto as plataformas digitais permitiam esclarecer dúvidas online e até ressuscitou a telescola da nossa infância. Os alunos que, num primeiro impacto, acharam ótima a antecipação das férias, rapidamente chegaram à conclusão de que afinal as coisas não eram assim tão agradáveis. Fechados em casa, todo o dia, semanas a fio, sem poderem conviver com os amigos, colegas, avós e outros familiares, o tempo começou a passar mais devagar e instalaram-se receios misturados com saudade. A comunicação social noticia diariamente os números de infetados e mortos em todo o Mundo. Imagens dolorosas passam nos écrans e geram tristeza e ansiedade. Depois da Páscoa, pareceu-nos importante saber o que os nossos alunos sentiram durante aquele tempo de isolamento. Que preocupações e rotinas se instalaram? O que pensaram sobre a sua condição de confinados? Enviámos um exemplo do Diário de Zlata, de Zlata Filipovic, e do Diário de um Banana, de Jeff Kinney. Pedimos que fizessem a folha de um diário e nela incluíssem os seus pensamentos, alegrias, medos, lições de vida… Estas são as páginas de alguns dos seus diá-
rios, exercício de escrita de meninos de 10 anos. Ficam aqui como lembrança desses dias “diferentes” que viveram e que, de uma forma ou de outra, os irá marcar, para mais tarde recordar.
Professoras Celeste Gonçalves e Isabel Curado
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Histรณrias
BEMM 4
de16 de abril, 2020 Querido diário: Hoje foi um dia normal da minha quarentena. Acordei, tratei da minha higiene, tomei o pequeno-almoço e fui fazer as tarefas do dia (de CN e de HGP). À hora do almoço, pus a mesa, almoçámos, arrumei a mesa e meti a louça na máquina (isto porque era o meu dia de fazer estas tarefas). Brinquei com a minha gata, arrumei o quarto e fui para o sofá ver televisão.
Não podemos ir a lado nenhum. A nossa sorte é que temos uma casa grande, com jardim interior, quintal com horta e animais. Quando a minha mãe chega do emprego (trabalha no sector social), eu nem posso dar-lhe um beijinho, só depois de ela tomar banho. Durante o jantar, os meus pais têm sempre a televisão ligada no canal onde dá o telejornal, às 20h. Eu não gosto de ver, porque fico assustada com as notícias sobre a pandemia, o constante aumento de casos de infetados com o Covid e de mortos em todo o mundo. Vê-se muito sofrimento e miséria, o que me deixa pensativa. Uma noite tive um sonho estranho: sonhei que estava a pintar o pôr do sol num quadro e ouvi uma voz que disse: “Ainda não é tarde!” Achei muito estranho, mas, depois, percebi que ainda não é o fim do dia e que todos juntos conseguimos ultrapassar esta pandemia. No entanto, temos de estar separados. Beatriz Cruz, 5.º D
Ainda não é tarde!
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Abril de 2020 A minha escola está fechada por causa do coronavírus. O perigo está em todo o lado e em lado nenhum. Eu sei que esta situação vai passar, mas vai demorar algum tempo. Nós todos estamos de quarentena. A minha mãe está sempre atarefada. Normalmente, vai duas vezes por semana ao supermercado e traz muita comida. O meu pai vai trabalhar praticamente todos os dias. Eu espero sempre que ninguém da minha família fique infetado. Durante esta quarentena, eu tenho brincado com tintas, andado de patins, de bicicleta e pintei os muros da minha casa, mas às vezes não tenho nada para fazer. A escola não vai abrir até ao final do ano e tenho montes de trabalhos de todas as disciplinas. Carolina Rêpas, 5.º D
Abril de 2020 Não vou à escola. Tudo está fechado. O Coronavírus pode estar mesmo ao pé dos nossos narizes. Tudo está calmo e silencioso, a única coisa que se ouve é o pim… pim… da chuva a cair pelo ralo. Como a empresa da minha mãe está fechada, ela tem que tratar da papelada. Ainda por cima, não tem escritório, por isso é papelada para aqui, papelada para acolá papelada na cozinha, papelada no quarto! Isto está uma balbúrdia. Eu ainda disse que podíamos dividir o escritório do meu pai e eu tratava da decoração, mas ela não quis ouvir. O meu pai agora não tem jardins para fazer (ele trabalha por conta própria), por isso passa o dia a fazer sudoku. 6
Eu estou aqui a enlouquecer. Ainda ontem sonhei que estava a fazer ski, mas numa língua, e à minha esquerda passava um centauro. Se não sabe o que é, sente-se, porque pode demorar: um centauro é um tronco de homem num corpo de cavalo… ou um cavalo com cara de homem…parte de homem… parte de cavalo. Pois, o meu centauro tinha dois corpos de cavalo ligados e sem cabeça. Pode estar a perguntar-se como é que ele respira, mas também ninguém se pergunta como a pequena sereia faz as suas necessidades! E às vezes estou a pensar que a Terra é só um grande berlinde azul rodeado de outros berlindes azuis. Agora passo os meus dias a olhar para o relógio, a desenhar, a pintar e a olhar, pela janela, a rua onde ninguém passa. As flores estão a apodrecer de tanto as regar. Estou sempre a desarrumar o quarto para o voltar a arrumar. Mas nem tudo é mau! O meu pai já tem alguns jardins, a empresa da minha mãe já está aberta e eu tenho uma televisão no quarto, que é para eu poder assistir às aulas que começam no dia 20. Sabem, eu acho que depois disto tudo passar, eu e todos vocês que estão a ler isto vamos ter saudades deste tempo. Diana Oliveira, 5.º D
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Abril de 2020 Desde o início de março que tenho estado em casa com o meu irmão e com a minha mãe, durante a semana, pois o meu pai vai trabalhar. No início, achei que ainda teríamos Férias da Páscoa, mas estava enganada. Fiquei sem ir à escola, sem poder ir às aulas de pintura, sem poder estar com a minha melhor amiga ao fim de semana e não fui comer amêndoas à casa dos nossos vizinhos. A única coisa que fazia (e ainda faço) era ir dar uma volta com a nossa cadela, no relvado atrás da nossa casa, com a minha mãe, o meu irmão e também com o meu pai, ao fim de semana. Fiquei bastante aborrecida. Até que chegou o aniversário do meu irmão (dia 28 de março). Nesse dia, eu e a minha família estaríamos à espera de uma festa com os amigos dele, com os meus avós, tios, etc…, mas só estivemos nós os quatro naquele sábado. Uma coisa era boa: era um dia calorento e eu adoro usar as minhas roupas frescas e coloridas e andar a brincar ao sol. Tudo corria bem: eu e o meu irmão andámos com as nossas roupas frescas e coloridas, convivemos com os nossos animais no pomar (o nosso pomar estava com as árvores repletas de flores e de abelhas a polinizar), tomámos um belo banho e comemos um gelado depois de almoço. Não foi nada mau, mas, a certa altura, quando estávamos a brincar na parte da frente da nossa casa, o meu irmão deu um trambolhão e caiu no chão. Eu nem dei por ela, mas quando entrei em casa, já estavam os meus pais a fazer-lhe um curativo no joelho. Levaram-no para cama e, passado um tempo, ele perguntou se tinha sangue na cabeça e, infelizmente, fez um rasgão. O meu pai foi com ele ao Centro de Saúde e o meu irmão teve que levar um ponto. Foi o suficiente para estragar o dia, embora não tenhamos deixado de fazer um bolo de chocolate em forma de urso, de ver um filme de ficção científica e de comer pizza ao jantar. Hoje em dia, estou novamente cheia de vontade de ir para a escola e de estar com os meus amigos e com os meus avós, pois fazer videochamadas uma vez por dia não é a mesma coisa que estar com eles um dia inteiro. Diana Santos, 5.º D
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Março de 2020 O Covid-19
Apareceu um vírus, chamado covid-19. Com ele chegou era uma guerra invisível e muito difícil de enfrentar. O covid-19 mudou muitas coisas, como por exemplo: as escolas, os trabalhos, os passeios à ruas e a outros concelhos e as idas ao supermercado. As escolas fecharam e os alunos vieram para casa, trabalhando á distância e tendo aulas por videochamada. Em alguns trabalhos, as pessoas foram dispensadas ou trabalhavam menos horas. Os passeios a outros concelhos não eram permitidos e, nas ruas, as pessoas tinham que estar a dois metros de distância e, no máximo, em grupos de cinco. As idas aos supermercados obrigavam ao uso de máscara. Neste tempo, o meu dia a dia tem sido muito monótono: acordo, vou tomar o pequeno-almoço, faço os trabalhos, almoço e depois volto novamente a fazer mais trabalhos. Eu não tenho gostado deste isolamento e eu espero que isto acabe depressa e que tudo corra bem. Filipa Lourenço, 5.º D
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Abril de 2020 Temos de ficar em casa, porque se andássemos todos por aí, a probabilidade de ficarmos doentes era muito maior. No meu dia a dia, leio, toco trompete, jogo futebol, PS4 ou no computador, faço os TPC, vejo televisão, brinco com a minha prima, entre outras atividades. Durante a quarentena, eu não me tenho sentido muito bem, porque sinto muita falta dos meus amigos, das nossas brincadeiras, dos professores e professoras e, também, de aprender na escola, porque é muito mais fácil aprender lá do que em casa. Com a ajuda da minha mãe e da minha irmã, pintei um arco-íris e colocámo -lo na janela, a dizer: “Vai Ficar Tudo Bem!”. Durante o fim de semana de Páscoa, eu e a minha família assistimos às cerimónias pela televisão e, também, fizemos uma videochamada com toda a família. Foi uma Páscoa diferente. Agora começou o 3.º período e tenho atividades da escola para fazer. Vai ser uma aventura. João Pedro Cristo, 5.º D
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3.ª feira, 14 de abril de 2020 Querido Diário: Não vou à escola há muito tempo. Todas as escolas do meu país estão encerradas, pois existe um vírus muito contagioso chamado “Covid-19”. Por esse motivo, muitas crianças estão em isolamento, assim como eu. Nunca mais vi os meus colegas! Hoje esteve um dia de inverno com muita trovoada! Eu fiquei de tal maneira assustada que entrei em pânico!!! Mas depois respirei fundo e o medo saiu de mim. A minha mãe explicou-me que era um fenómeno natural e eu fiquei mais calma. De manhã, estive a estudar e a fazer trabalhos mandados pelos professores. Mas desta vez eram a triplicar! Foi aí que a minha mão ficou imóvel, porque, como o computador era antigo e superlento, tive que realizar os trabalhos manualmente! A seguir, olhei para o relógio e … nem queria acreditar, mas já era hora de almoçar! O tempo passa rápido! Tive logo de colocar a mesa, porque a minha mãe vinha do trabalho almoçar a casa. Ela está a trabalhar no setor social, por isso tem de ter cuidados acrescidos de higiene. Algum tempo depois, fui ver TV, mas não durante muito tempo, porque fui fazer ginástica para o ginásio da minha casa, pois queria estar em forma. Este é o desporto que eu pratico. O jantar é sempre feito em família e as tarefas partilhadas. E assim foi o meu dia. Espero que tenhas gostado, Querido Diário. Leonor Couto, 5.º D 11
Terça-feira, 14 de abril de 2020 | O meu dia a dia na quarentena Os dias da minha quarentena são passados da seguinte forma: acordo por volta das oito (período escolar) ou dez horas (férias), abro as minhas janelas, para arejar o meu quarto, faço a minha higiene pessoal e, ainda antes de descer ao rés do chão, faço a minha cama. Após estas tarefas, dirijo-me ao piso inferior e preparo o meu pequeno almoço. Estando em período escolar, faço as tarefas/trabalhos que os professores enviam. Se estiver de férias, aproveito para jogar jogos lúdicos, ler e brincar com o meu cão no jardim e assim apanhar um pouco de ar. Entre brincadeiras vou sempre desinfetando as mãos para me proteger. Antes de almoço, vejo um pouco de televisão e aproveito para falar com os meus amigos e familiares através de novas tecnologias. Por volta das doze e trinta, almoçamos, ajudo a arrumar a cozinha, colocando a louça na máquina de lavar. No final do almoço, antes de continuar a fazer alguns trabalhos que tenha da escola, aproveito para relaxar um pouco, jogando às cartas com o meu irmão.
Ao final do dia, quando a minha mãe chega a casa do trabalho, fazemos uns exercícios de ginástica. Por volta das 19h30, ajudo a minha mãe a colocar a mesa para jantarmos. No final, vamos até à sala para estarmos em família e falarmos como foi o nosso dia. Às 22h, termina o meu dia de quarentena. Madalena Coelho Arroja, 5.º D
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Diário de Maria Segunda-feira, 27 de março de 2020 O Encerramento Eu tinha quase a certeza que Portugal não iria chegar àquele ponto, mas chegou… Eu fiquei preocupada, pois não sabia como iria estudar, dar matéria, fazer testes, entre muitas outras coisas, mas os professores já sabiam como iriam fazer, pois enviavam informações aos pais. Fiquei muito mais aliviada… Muitos dos meus colegas encontravam-se felizes (maravilhados), pois pensavam que a escola iria acabar e não iríamos ter trabalhos para a última semana de aulas. Às vezes, pergunto- me de que planeta é que eles são… Quarta-feira,29 de março de 2020 As Semanas A primeira semana para mim foi ótima, pois tinha a companhia da minha mãe, com quem eu jogava jogos, via filmes e cozinhava. Porém, a segunda semana não foi tão divertida porque ela teve que ir trabalhar, mas quando chegava a casa continuávamos o nosso “ritual”. Maria Macedo, 5.º D 13
Quarta-feira, 15 de abril Meu querido diário, Olá, eu sou a Matilde Oliveira do 5.º D. Eu não quero que penses que eu vou estar aqui a falar da minha vida pessoal! Vou, sim, escrever as minhas recordações. Neste momento, não há aulas, devido a um vírus, e temos que trabalhar em casa. A Páscoa, não a passei em família, mas fiz na mesma a caça aos ovos e vi uns três ou quatro filmes. Eu fiquei um bocado triste, porque os meus primos da Madeira não vieram cá. Agora, tenho que ir fazer os trabalhos de casa, senão a minha mãe chateiase comigo. Adeus meu querido diário, até amanhã. Matilde Oliveira, 5.º D
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6.ª feira, 17 de abril de 2020 Olá, diário! Os meus dias têm corrido bem e tenho-me divertido, mesmo estando fechada em casa com os meus pais e sem ter muitas coisas para fazer. As escolas estão fechadas por causa do Covid-19, logo também não podemos sair de casa. No dia de Páscoa, fizemos uma caça aos ovos. Foi muito divertido, porque, como tenho um jardim grande, há muito espaço para esconder os ovos, logo torna-se mais engraçado. Todos os dias, faço uma caminhada com a minha mãe, com o meu pai e com a minha cadela Luna. Quase todos os dias faço uma videochamada com toda a minha família (primos, tios(as), avós etc…). É como se estivéssemos todos juntos (longe fisicamente, mas perto no coração). Está quase a chegar a data dos meus anos e estou um bocadinho triste por não poder passá-los com a minha família e com as minhas amigas, como faço sempre… Embora esteja em quarentena, em casa, posso dizer-te que, mesmo assim, os dias são divertidos e bastante interessantes. Procuro sempre ser feliz!!
Cumprimentos, Constança Constança, 5.º E
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Abril de 2020 Meu amigo: Hoje estou sentado à frente de um computador a escrever um texto. Vou escrevendo e pensando como a vida mudou. Os dias vão passando… passando… Está a chover sem parar…Do céu caem raios e granizo com força. Vou esperando até o céu abrir, para ir lá para fora. Por causa do covid-19, os meus pais estão em casa. Só saem para ir às compras ou à farmácia buscar remédios para os meus avós. Sinto falta de brincar com os meus amigos. Agora que as escolas fecharam, já não os vejo há muito tempo. Não podemos sair de casa e sinto falta, principalmente, da praia. Os dias vão passando quase todos iguais. De manhã, levanto-me e vou tomar o pequeno-almoço com a minha família, enquanto ouvimos as notícias na televisão. Depois, vou dar um passeio com os meus cães e a minha família pela floresta. De seguida, vou dar comida às minhas galinhas, às rolas e ao porco-da -índia. Por fim, estudo e ajudo a minha mãe em casa. Apesar de ser chato estar em casa, não estou preocupado, porque me sinto seguro com a minha família. VAI FICAR TUDO BEM! Guilherme Marques, 5.º E
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Terça-feira, dia 14 de abril de 2020 Querido Diário, Hoje começa o 3.º período e, infelizmente, não posso ir às aulas. Todas as escolas estão fechadas, devido ao novo coronavírus.
Tenho estado em casa em isolamento. Já não saio há mais de um mês e… devo dizer-te que me tem custado bastante não poder sair, não poder estar com o resto da minha família e com os meus amigos. Tenho muitas saudades de todos eles. A minha mãe tem ido trabalhar todos os dias e o meu pai tem estado em teletrabalho, por isso tem ficado comigo. O meu dia-a-dia tem sido um pouco diferente do habitual. Levanto-me por volta das 8:00h / 8:30h, faço a minha higiene, tomo o pequeno-almoço e, de seguida, organizo as minhas tarefas para fazer durante o dia. Felizmente, a minha casa tem um grande quintal e tenho muito espaço onde posso brincar com os meus animais. Tenho um cãozinho chamado Bambi que tem sido a minha grande companhia. Tenho-o ensinado a sentar, a dar a pata, entre outras coisas. Tem sido muito divertido! Tenho falado com a minha família através das videochamadas. Não é a mesma coisa, mas dá para “matar” um pouco as saudades que sentimos uns dos outros.
Espero, sinceramente, que tudo isto passe o mais rápido possível, para podermos voltar a estar todos juntos! Tenho a certeza que, não tarda nada, vamos ficar todos bem! Inês Inês Teixeira, 5.º E
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Terça, 14 de abril de 2020 Olá! Sou a Lara e estou a fazer um trabalho pedido pela professora de português: escrever uma página de “diário”. Já não vou à escola há muito tempo. Sinto muita falta dos meus amigos, pois já não os vejo há um mês. Isto para mim parece uma guerra. Ninguém sai de casa. Quando vejo alguém, a minha mãe diz para eu me afastar. Estou com uma certa impressão que está tudo a ficar mais calmo, mas mesmo assim acho que não vai voltar ao normal. Os meus dias são escuros, sem ninguém. Já não vou comer com os meus avós, pois têm que se resguardar. Faço videochamadas às minhas amigas (uma dela, com quem falo mais vezes, é a Laura Macedo), mas não é a mesma coisa que estar ao vivo a falar com elas. Como não posso sair de casa, fico todo o dia de pijama, entretendo-me a estudar. Os meus pais dizem que, nesta altura do campeonato, tenho que estudar muito e ir lendo o livro para a frente, pois os professores vão passar-me de ano e, que no 6.º ano, vai ser muito complicado se eu não estudar. Também faço um horário como se estivesse na escola. Isto é: hoje comecei às 8.30 (hora da aula de Português); depois, vou fazer uma pausa de 45m, pois era DTA; a seguir ao descanso, vou fazer matemática e por aí em diante... Depois de almoçar, fui estudar outra vez. O meu dia não foi nada de especial. Mas tenho a certeza que amanhã vai ser melhor.
Quarta, 15 de abril de 2020 Hoje, de manhã, estive a estudar e fiz tudo o que os professores mandaram. A coisa mais difícil até agora é o Português, pois tenho muitas coisas. Mas tenho que fazer, pois é a minha obrigação. À noite, estive a falar com a professora Celeste Gonçalves (prof. de Português) sobre dúvidas que eu tinha. Este dia foi melhor porque falei com a professora, o que me alegrou. Isto de estar de quarentena e deixar de falar com os professores e colegas está a deixar-me triste. Está a custar-me acordar e não fazer a rotina a que estava habituada: a viagem até à escola, junto com a minha Laulau, o pormenor de ouvir uma campainha e todo o barulho para entrarmos e nos organizarmos dentro da sala de aula, ou até mesmo o ir almoçar (não tão bom como o da minha mãe, mas faz-me tanta falta!) 18
Quinta,16 de abril de 2020 Hoje, de manhã, estive a estudar e a adiantar o meu trabalho, pois, na sexta-feira, tenho que enviar tudo aos professores. Também estive a falar com a minha colega Laura (Laulau) e com a professora de Português. À tarde, continuei o trabalho que estava a fazer de manhã! Também fiz um robô, com material reutilizável, para TIC, ao qual a chamei Mara, e um desenho para EV. Adorei o dia. Quando a minha mãe chegou a casa, do trabalho, achou-me estranha e perguntou-me porque estava mais feliz. Então, eu mostrei-lhe a “Mara”. Até ela ficou feliz, porque a achou muito linda.
Sexta,17 de abril de 2020 Os dias para mim começam muito cedo. Então, às 7h30, estava acordada e fui para o sofá ver os meus desenhos animados favoritos (Spongebob Skerpents). Entretanto, como se estivesse na escola as aulas começariam às 8h30, assim faço. Comecei a estudar e a organizar os e-mails para enviar para os professores.
Este dia foi um pouco diferente da restante semana, porque a minha mãe tem folga às sextas-feiras e, então, pude ir um pouco ao quintal. Como foi bom ir ao quintal! E qual não é o meu espanto quando vejo uma perua com sete filhotes atrás dela. Fiquei um pouco por lá e, entretanto, fui almoçar. Durante a tarde, voltei a ir estudar e a preparar-me para gravar as músicas que o professor de Música me pediu e lembrei-me: “Porque não tocar a música com piano e guitarra também?!” Comecei a treinar ambas e até gostei do resultado do piano. Pedi à minha mãe que me gravasse a tocar a flauta, o piano e a cantar ao mesmo tempo. Gostei do resultado. Como também tinha o e-mail para o professor de Música e para a professora de Português para enviar e, como os objetivos são para cumprir, fui enviá-los. Foi um dia excelente. Lara Lara Faim, 5.º E
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4ª feira,15 de abril de 2020
Desde que a quarentena começou, não pudemos mais ir mais à escola, passear com a família, sair com os amigos… Isto é, perdemos a liberdade total, a nossa rotina mudou e a nossa personalidade também porque, mesmo não querendo, nós ficámos mais arrogantes, rabugentos, sensíveis… é um misto de emoções que mexeu com a nossa cabeça. Por vezes, magoamos quem nós mais amamos. Talvez, se nós tivéssemos prestado mais atenção quando começaram a avisar sobre o covid-19, isto não tivesse chegado a este ponto, mas houve pessoas que foram muito inconscientes e não respeitaram as medidas impostas, prejudicando a restante população. Todos os dias, o meu pai sai de casa cedo para ir trabalhar. Confesso que, por vezes, tenho medo, mas, depois, fico mais calma porque sei que ele tem muito cuidado. Acontece o mesmo com a minha mãe, porque ela tem que sair para ir comprar comida, entre outras coisas. Ela tem muito cuidado, porque só quer o melhor para mim, para a minha irmã e para a minha avó que vive connosco e, como tem bronquite asmática, é uma doente de risco. Nesta quarentena, tenho andado a estudar, a fazer as tarefas que os professores mandam e também a fazer o que eu mais gosto: criar minifilmes de gacha life. Gosto muito e ando a fazer um sobre a nossa sociedade e outro sobre esta pandemia que o Covid-19 causou e que mudou tanto a nossa vida. Espero que isto passe e fique tudo bem, para voltarmos à nossa vida normal. Quer dizer, vai haver muitas mudanças, nada vai voltar a ser como antes. Perderam-se muitas vidas, a economia está a sofrer muito, porque se fecharam muitos estabelecimentos e empresas e houve uma quebra enorme no poder económico do nosso país. ´ Este vírus que é um inimigo invisível que conseguiu abalar o mundo inteiro. Margarida Pinto Coimbra, 5.º E
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Abril de 2020 A guerra invisível
No dia 13 de março, foi o último dia em que tive aulas. Esse dia já não correu com normalidade, porque comecei a reparar que havia menos alunos a circular na escola, alguns funcionários a usarem máscaras e houve algumas aulas em que os professores nos mandaram sentar em mesas individuais.
Notei que começou a haver mais cuidados de higiene e de segurança. Até foi uma enfermeira do Centro de Saúde à escola falar sobre a higienização das mãos. Comecei a ouvir muito, em casa e na televisão, a expressão “isolamento social”. Para mim, isolamento social é evitar que as pessoas estejam em contacto umas com as outras e, assim, evitar a propagação do vírus. Na primeira semana de isolamento social, continuei a ter aulas, mas de um modo diferente. Os professores comunicavam comigo através de email, dando tarefas. Mas não estava o dia inteiro a fazer coisas da escola. Às vezes também via televisão, brincava com os meus irmãos e, quando estava bom tempo, eu e a minha família íamos para o jardim fazer jogos e também ajudar a minha mãe a cultivar a nossa horta. Como vivemos na aldeia, e não há muitas pessoas, os meus pais decidiram que todos os dias vamos caminhar ou andar de bicicleta pelos pinhais. Com o isolamento social, eu e os meus irmãos andamos a ajudar mais nas tarefas domésticas, para não andarmos sempre no telemóvel nos tempos livres, e porque a mãe acha que faz parte da educação. Por causa do isolamento social, não pudemos celebrar o aniversário do meu pai, que aconteceu a 9 de março. Nesta altura, é costume juntar a família e alguns amigos. A minha madrinha vive em Lisboa e vem cá sempre, com os meus primos. O mesmo aconteceu na Páscoa: não houve almoço de família, quero dizer, com a família toda reunida. Falámos por videochamada, mas não é a mesma coisa. Tudo isto deixa-me triste, ansiosa, com medo, preocupada e até assustada. Espero que acabe rápido esta “guerra invisível” para poder voltar tudo à normalidade e podermos estar à vontade com os nossos familiares e amigos, sem preocupações nem medos. Mariana Neves, 5.º E
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Abril de 2020 Em isolamento há um mês Há um mês que estou em casa! Sim, há um mês… Tenho que confessar que já estou um bocadinho farta. Bem, um bocadinho é favor! Tudo começou na China, em dezembro, quando um novo vírus chamado Covid-19 começou a manifestar-se de pessoa em pessoa e de país em país, até que chegou a Portugal. Cá, este vírus espalhou-se muito depressa. Os casos foram aumentando e o governo teve que fechar as escolas e ainda decretar estado de emergência.
Passar os primeiros dias em casa não foi difícil, mas agora já começa a ser, pois as saudades dos meus é tanta! Bem, sabemos que é para proteção de todos que temos de nos manter isolados nas nossas casas. Procuro ocupar o meu dia com diversas atividades (culinária, leitura, jogos, etc.) e, sempre que possível, ir dar uma pequena volta, a pé, com os meus pais perto de casa. Nos primeiros dias, eu estava sempre ocupada a fazer os trabalhos da escola, mas, assim que os acabei, o tempo começou a custar a passar. Assim que tudo acabar, a primeira coisa que vou fazer é abraçar os meus queridos avós! Matilde Matos, 5.º E
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6ª feira, 17 de abril de 2020
Temos andado calados. Ainda mais do que o normal. Estamos a adaptar-nos à nova realidade, como todos. Cada um em sua casa. Uns sozinhos, outros em família. Quase todos a trabalhar como não houvesse amanhã. E como será o amanhã? No meu caso, fechado em casa com a minha mãe, em teletrabalho. A vida tem sido mais ou menos assim: acordar e tomar o pequeno almoço com a minha mãe; enquanto ela vê o update nas redes sociais, vou dar comida ao nosso bulldog francês, o Bentley; ela começa a trabalhar em casa, enquanto faço alguns TPC(s); depois é almoço, café e mais redes sociais; ela volta ao trabalho e eu aos TPC(s); jantamos e, depois do jantar, jogo um pouco de PS4 com os meus amigos, online. Tenho saudades dos meus amigos, de estar com eles, rir, correr, saltar. A noite começa a chegar, tomo o meu banho quente e visto o meu pijama. Preparo-me para me deitar. Amanhã tudo recomeça de novo. Não está a ser fácil. Mas, como diz a minha mãe, temos que ter o espírito positivo: "VAMOS FICAR TODOS BEM". Rodrigo Varino, 5.º E
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5ª semana da quarentena Antes de mais, olá! Então, devido à pandemia da COVID-19, tenho de estar em casa. Todo o mundo está mal. Portugal cada dia tem mais casos, mais mortes, mais curados, a situação está a agravar-se cada vez mais, mas há sempre certas pessoas que julgam que não se passa nada. Estando em casa, tenho aulas pelo computador: são imensos trabalhos. Mas também tenho feito outras coisas, como ver filme e séries, pintar, fazer exercício físico, cozinhar, andar de bicicleta, andar de canoa no meu lago, desenhar, brincar com a minha família e os meus animais de estimação. Este ano passei a Páscoa em casa, mas a minha mãe e o meu pai esconderam ovos no meu relvado e eu e o meu irmão andamos à procura. Além da Páscoa, também vou passar o meu aniversário em casa. Eu tenho algumas preocupações, medo... faz-me confusão na cabeça e também fico um bocado assustada por causa da minha mãe que está de serviço no Hospital, mas sei que tudo vai passar com o tempo. Ana Laura, 5.º F
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Querido Diário Vivemos dias difíceis, este vírus veio mudar bastante as nossas vidas, não há escolas abertas e sinto falta dos meus amigos, da minha turma e dos meus professores. Os meus pais ainda vão de manhã e eu fico com os meus avós. Estamos todos muito preocupados com a evolução desta crise, porém agora graças a Deus estamos todos bem e rezo para que assim continuemos. A minha família é muito importante para mim. Eu tento manter-me ocupada com inúmeras tarefas diárias que faço, uma vez que o dia é grande. Começo o meu dia a preparar tudo o que penso fazer e logo em seguida mão á obra.
Aplicar-me nos estudos neste momento é um objetivo, pois, não é por não ir á escola que não vou dar o meu máximo. Além disso, o dia permite-me passar bons momentos de pura brincadeira com a minha mana mais velha e com os meus pais. Tenho esperança que em breve as coisas melhorem e que tudo possa lentamente voltar ao normal. Beatriz, 5.º F
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O vírus 5ª feira, 16 de abril de 2020 As escolas fecharam, mas estamos a ter aulas em casa, devido ao covid-19, um vírus vindo da China. Agora há mais restrições e uma delas é que não podemos sair de casa para fazer o que nos bem apetecer. Podemos sair para ir às compras, passear o cão… Eu tenho ficado em casa, tentando entreter-me. Eu tenho mais ou menos sempre a mesma rotina: acordo, tomo banho, visto-me e lavo os dentes, depois vou estudar para o meu quarto fazendo pausas para descansar, brincar e
tomar as refeições. Eu tenho-me sentido um pouco triste porque agora não posso brincar com os meus amigos. Por outro lado, sinto-me feliz porque tenho a minha família mais perto e passamos um pouco mais de tempo juntos, porque os meus pais também estão a trabalhar em casa. Tenho saudades de como as coisas eram antes. Espero que isto acabe o mais depressa possível! Camila Catarino, 5.º F
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15/04/2020 Querido Diário,
Há precisamente um mês e dois dias que estou em casa. As únicas pessoas que vejo ao vivo e em quem posso tocar são os meus pais e a minha irmã. Faço muitas videochamadas com os meus avós, os meus tios e alguns amigos. A minha vida mudou totalmente. A vida de todas as outras pessoas também. As ruas estão vazias, os cafés fecharam, os centros comerciais igualmente. Ninguém vai ao cinema, ao parque, ao ginásio ou à escola. Não há jogos de futebol nem outras competições. Cancelaram-se todos os espetáculos, todos os eventos, as viagens… A nossa vida lá fora esta à espera de uma vacina, de um tratamento…
Os meus pais estão em teletrabalho. Passam horas ao computador. Às vezes nem dão pelas horas a passar. Eu e a minha irmã estamos a aprender em casa. Fazemos o que o professores nos enviam através do e-mail. Também dançamos, brincamos e corremos no jardim. Que sorte, eu ter um jardim tão grande! Os meus pais fazem compras online. Compram muita coisa. O meu pai vai buscar ao parque de estacionamento do Intermarché. Em casa, a minha mãe limpa tudo com lixívia antes de arrumar no sitio. Já tive medo, mas sinto-me protegida em minha casa. Francisca, 5.º F
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15 de abril de 2020 (quarta-feira) Querida Matilde: Não nos vemos há muito tempo, e tenho muitas saudades tuas e do resto da turma. Este isolamento social está a ser muito difícil, porque estamos habituadas a passar muito tempo juntas. Podemos até ter umas férias de verão muito grandes, mas vemo-nos várias vezes. É difícil mantermo-nos em casa sem sair à rua. Todas as pessoas andam stressadas com o vírus. Parecemos mesmo umas baratas tontas a andar de um lado para o outro. Neste momento estou em casa dos meus avós. Quem me dera que estivesses cá! Temos tido umas aventuras fantásticas. Vamos todos os dias ao pinhal atrás da casa e fazemos longos passeios com os cães. É muito divertido! No domingo, como era Páscoa fizemos uma grande caça aos ovos. Foi muito difícil (a minha mãe esconde os ovos mesmo muito bem). Também fiz folares e ficaram muito bons!!! Hoje o meu avô encontrou duas rolas bebés a serem destruídas pelos meus cães e agora estamos a cuidar delas até melhorarem. Para elas comerem alguma coisa eu tive que lhes abrir o bico. São tão fofinhas! Agora com o início da escola, acho que vai ser ainda mais difícil aguentar as saudades… Espero que isto acabe depressa para nos podermos ver rapidamente. Beijinhos da tua grande amiga, Inês Inês Faustino, 5.º F
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O meu diário Por causa do covid19 as escolas tiveram de fechar no dia 13 de Março. Não gostei desta notícia pois não podia estar mais com os meus amigos, nem aprender mais coisas novas nas várias disciplinas. Desde que estou em casa tenho feito os TPC, ajudo a minha mãe sempre, de vez em quando paro para brincar com uma amiga através do WhatsApp. Sinto-me triste porque, há muito tempo que não brinco com as minhas amigas, não vou a casa dos meus avós nem posso sair à rua. Por outro lado, estou contente, pois passo mais tempo com a minha mãe e a minha avó, uma vez que elas estão em casa por causa do Covid19. A minha mãe explicou-me como é que apanhamos o vírus e o que temos de fazer para nos protegermos. Tenho medo que algum de nós fique doente, mas sei que a minha mãe me ajuda a não ter medo. Espero que este vírus e esta situação de quarenta passem depressa para poder voltar a estar com os meus amigos, professores e o resto da minha família. Jéssica Simões, 5.º F 29
Quarentena Bem, como todos sabem estamos de quarentena o que não nos satisfaz muito, pelo menos a mim. Quando soube da notícia, achei que fosse boa ideia, não só porque íamos estar em segurança, mas também andava bastante cansada e achei que poderia ser uma boa oportunidade para descansar. Mas como era esperado, comecei a sentir falta dos meus colegas, da escola e da ginástica, que também acabou por também fechar. Enfim, ainda me consigo desenrascar fazendo videochamadas com os meus colegas e amigos e os professores também vão mandando trabalhos, mas não é a mesma coisa. De vez em quando costumo, mandar alguns vídeos a fazer ginástica à minha treinadora e ainda me divirto, mas não tanto como se estivesse lá a treinar.
Eu dava de tudo para que este pesadelo acabasse e que este bicho morresse e deixasse que tudo voltasse ao normal. Mas eu ainda tenho esperanças que tudo irá acalmar. Mas para que isto tudo acabe é necessário sermos solidários uns com os outros. Por favor, fiquem em casa! Ajudem os profissionais de saúde e todos os outros que estão a trabalhar para o nosso bem. Júlia Pereira, 5.º F 30
O isolamento O meu isolamento começou no dia 16 de março, porém no dia 13 eu já não fui à escola. Desde que o isolamento começou passo os dias em casa com os meus pais e o meu irmão. Em situações normais estaria neste momento na escola, mas em vez disso estou em casa a estudar, a fazer trabalhos, a brincar ou a comunicar com os meus colegas. Muitos estabelecimentos fecharam, inclusivamente a minha escola, as pessoas não saem de casa e nas notícias só se fala da “pandemia do COVID 19”. Os meus pais, mesmo nestas circunstâncias, têm de ir trabalhar e estão preocupados, porque podem trazer o vírus para casa uma vez que estão em contacto com muita gente.
Visto que não podemos ir à escola, os professores tiveram de adotar diferentes formas de continuar com os estudos dos alunos, por exemplo mandar os trabalhos por email ou até mesmo a telescola. Quando vamos às compras, trazemos comida em grandes quantidades para evitar estarmos constantemente a deslocarmo-nos ao supermercado. Esperemos todos que isto passe o mais rápido possível para podermos voltar às nossas vidas normais. Lia Ferreira, 5.º F 31
A minha vida em isolamento Olá, sou a Maria Inês, uma menina da cidade, que como todas as outras, estão em “quarentena” em casa. Mas por sorte, posso estar no campo a conviver com natureza, pois estou em casa dos meus avós, nas semanas em que a minha mãe tem de ir trabalhar. No fundo, não está ser uma seca muito grande, pois posso fazer muitas coisas, como por exemplo: brincar com os animais e falar com os meus amigos por vídeo chamada, mas como sempre, preferia estar pessoalmente com eles. Para mim, e acho que para todos, tem sido um pouco difícil, pois sou daquelas pessoas que gostam de andar na rua a brincar, a saltar… No fundo o meu dia-a-dia tem sido divertido, porque tenho sempre atividades para fazer, mas também um bocado “seca” ao mesmo tempo… Isto não deve ser fácil para ninguém, terem sempre que fazer e de repente parar tudo ao mesmo tempo, ao contrário de mim, que tenho sempre que fazer...desde ajudar a minha mãe nas tarefas de casa…trabalhos da escola … entre outras … Sinto que o meu dia tem tido momentos muito bons, mas também, vai tendo alguns menos bons…aborrecidos …quando aperta a saudade da escola e dos amigos e família que já não vejo há algum tempo… Os meus dias têm sido normais, com rotinas normais, com exceção dos super trabalhos que vão chegando durante os dias, mas antes também tínhamos, só que não eram assim tantos…mas ao longo do tempo já percebi que agora tem de ser assim! Resumindo os meus dias têm sido bons e tenho a certeza de uma coisa:
Vamos todos ficar bem! Mª Inês Fernandes, 5.º F
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O diário da minha quarentena Quinta-feira Fui ao médico porque me sentia adoentado e este mandou-me ficar em casa durante três dias. Sexta-feira Acordei mais tarde porque não tinha aulas e a minha irmã, juntamente com a mãe, ficaram a fazer-me companhia. A minha irmã ficou em casa como medida de prevenção. Sábado É OFICIAL!!! O Primeiro ministro declarou o isolamento social. Isto é, as pessoas têm que ficar em casa para que ninguém fique contaminado pelo vírus chamado Coronavírus. Domingo Foi um dia muito agradável. Eu joguei Play-station e fiz bolachas , mas não ir à missa foi uma coisa má. Segunda-feira
UAU! Foi um dia em cheio. Os meus pais deram-nos uma cadela que se chama Snu. Ela brinca, salta e nesse momento o meu coração encheu-se de alegria. E eu também fiz uma experiência de chocolate que vinha dentro de uma caixa. Domingo | Páscoa Eu e o meu pai fizemos uma aposta. Se eu encontrasse o ovo dourado o meu pai dava-me um presente. Demorei muito tempo a encontrar o ovo dourado porque estava camuflado, mas encontrei-o! Pedi um gift card para a PlayStation para melhorar o jogo com os meus amigos da turma e do futebol. Segunda-feira Foi um dia de arrumações e descanso. E… sem tecnologias. Conclusão: Eu sinto-me feliz por poder passar a quarentena em casa, com a minha família. Mas também fico triste por não estar com os meus amigos. O mais importante é não ficarmos doentes porque logo, logo, voltamos ao normal. Martim Leal, 5.º F
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O meu isolamento social Olá eu sou a Matilde e vou-vos contar como têm sido estes dias em casa, por causa das medidas que o governo mandou cumprir, por causa do coronavírus. Eu tenho feito várias atividades como: jardinar, cozinhar, fazer trabalhos da escola e ver filmes. Na jardinagem ajudei a plantar flores, tirar ervas daninhas e folhas secas do jardim; o meu avô mandou-me uns tomates cereja para eu plantar porque sabe que eu gosto muito de comê-los. Na cozinha fiz vários bolos que ficaram muito fofinhos e deliciosos: croissants de chocolate, brownies, waffles para o pequeno almoço e até folares para festejar a Páscoa. Como estava em casa com o meu irmão também o ajudei a fazer o almoço e arrumar a cozinha. Fiz todos os trabalhos da escola, exercícios de português, matemática, inglês, ciências e das restantes disciplinas. Ainda vi filmes como Aristogatos, Harry Potter e o Calendário de Natal. Tenho tido muitas saudades de ir à escola e brincar com os meus amigos. Por vezes vou andar de bicicleta perto da minha casa e fazer pequenas caminhadas com a minha mãe nos pinhais. Esta Páscoa posso ter feito algumas coisas divertidas, mas mesmo assim não foi a Páscoa mais divertida, pois foi triste não estar com o resto da minha família, mas teve que ser assim! Matilde Buco, 5.º F
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Guerra invisível
Esta guerra invisível preocupa todo o mundo. O covid-19 levou ao fecho de escolas, ao desemprego, a muitas mortes e à falta de dinheiro para viver razoavelmente. Acordo, vejo os meus avós a verem que há muitos mais mortos, e fico com muita pena, triste e muito assustado. Não posso acreditar que já morreram tantas pessoas. Não posso brincar com os meus amigos porque não se pode sair de casa, e fico com muitas saudades deles, e das nossas brincadeiras ao ar livre. Só de pensar que já não vou ver os meus colegas de turma este ano, fico muito triste. Devido a esta guerra invisível, também o meu dia-a-dia sofreu alterações. Ocupo o meu tempo a montar legos, a fazer os T.P.C., jogar jogos de tabuleiro com a minha família e a ver televisão. Neste tempo, apesar de isolados, temos de estar todos prontos para combater o covid-19. Rafael Gaspar, 5.º F
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Em isolamento, Coronavírus (Covid-19)
Vou começar por explicar o porquê do isolamento. Há uns meses atrás surgiu uma doença na China à qual deram o nome de coronavírus. Essa doença veio-se a constatar que era transmissível de pessoa para pessoa e que o seu nível de contágio é enorme. O coronavírus é um vírus que ataca alguns dos nossos órgãos vitais, começando com sintomas de febre, tosse, dificuldades respiratórias, afetando os pulmões, podendo mesmo levar a pessoa a morrer. Estou em casa em isolamento devido ao coronavírus.
No meu dia-a-dia, de manhã depois de acordar, tomo o pequeno-almoço, de seguida vou estudar uma hora, descanso um pouco e vou outra vez estudar até à hora de almoço. Durante o período do almoço jogo um pouco no Tablet. À tarde estudo em períodos de uma hora, fazendo uma pausa para o lanche de trinta minutos. Terminado o estudo, ao final da tarde, vou jogar um pouco à bola com o meu pai, até a minha mãe chegar do trabalho para depois irmos dar uma volta de bicicleta. À noite janto e vejo um pouco de televisão, até à hora de ir dormir. Assim é o meu dia-a-dia em isolamento devido ao coronavírus. Tomás Santos, 5.º F
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O mundo vive uma grave crise com o aparecimento do novo coronavírus. Esta situação causa perturbação ao normal funcionamento da escola, visto que teve de encerrar. Por isso, estou em casa em isolamento. No início até parecia engraçado porque era diferente, não ia à escola. Depois perdeu a graça, fartei-me. Como as atividades escolares não podem parar, começaram a chegar tarefas enviadas pelos meus professores. No início parecia muito confuso, mas com a continuação tornou-se mais fácil e aqui estou eu a cumprir uma delas. Nos tempos em que não tenho trabalho para fazer aborreço-me, porque só tenho a televisão e o telemóvel, mas não tenho os meus amigos para brincar. Os meus pais também estão a trabalhar em casa, embora o meu pai, por vezes, tenha que sair por motivos de trabalho. As compras necessárias são feitas online e é só ir buscá-las. Apesar desta fase difícil da vida de cada um de nós, cá em casa procuramos, o mais possível, viver cada dia com calma e, sobretudo, com esperança, porque isto vai passar. Tomás Galvão, 5.º F
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Diário do Afonso Sexta-feira, dia 17 de abril, 2020 Mais um dia que não vou à escola. As escolas estão todas fechadas. Tenho de estudar em casa e fazer os trabalhos que os professores mandam, tudo por e-mail. A minha mãe está preocupada e o meu pai também. A minha mãe fica em casa a fazer as suas tarefas e ajuda-me nos estudos. O meu pai vai trabalhar, mas volta sempre à hora de jantar. Eu ando cansado de estar em casa, mas até me entretenho a estudar e a brincar com o meu irmão. Olho lá para fora pela janela e vejo muita “brincadeira”. Aborreço-me, por vezes, porque fico sem ideias para brincar e tento descansar na minha cama a ver TV. Outras vezes tento ler um livro ou fazer um desenho. O meu irmão quando me vê assim, tenta animar-me fazendo-me cócegas. Falando noutro assunto: estou TRISTE, porque o meu 11º aniversário é amanhã. Não posso ter amigos a festejar comigo. A minha FESTA não será a mesma, só mesmo com a família cá de casa. :) Afonso, 5.º G
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Abril Quarta-feira
Estou a ficar muito farta desta quarentena... é impressionante como se pode ficar farto de ficar em casa a trabalhar! Gostava que a quarentena acabasse antes do meu aniversário, quer dizer, ainda não sei, porque realmente há benefícios como: não ter de planear a festa, saber que é impossível apanhar doenças no aniversário, mas maioritariamente é mau. Nestes últimos dias, estou a ficar com saudades dos professores, dos amigos e de uma carrada de outras pessoas. Gostava de me poder chatear de vez em quando, pois ficar a escrever, desenhar, pintar, comer, dormir e uma série de outras coisas não irrita, nem tem interesse para escrever um diário. Eu tenho falado muito com os meus colegas por videochamada. É uma forma de não me sentir tão sozinha e não perder a sanidade mental nesta quarentena. Obviamente que gostava de falar com eles pessoalmente, mas o que é que eu hei- de fazer? Também gostava de ter aulas na escola porque era menos provável eu distrair-me, mas de resto está tudo perfeito aqui em minha casa. Ana Rita, 5.º G
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A minha vida no isolamento Por causa de um vírus chamado covid-19 a minha rotina e a de toda gente alterou totalmente. Em primeiro lugar deixei de ter atividades desportivas como a natação e a ginástica acrobática. A seguir fecharam as escolas porque o vírus se estava a espalhar rapidamente. Deixei de ir à escola e fiquei em casa com a minha família. Na primeira semana não estudei muito, mas nas semanas seguintes comecei a entender que o vírus era muito grave e que íamos estar muito tempo sem ir à escola, e já estou a estudar mais, a ser mais organizada e também ajudo a minha família. Não é fácil deixar de ver as minhas amigas, nem os familiares que estão longe, mas estou sempre em contacto com eles por videoconferência e por mensagens. A minha mãe vai trabalhar e, para nossa segurança, eu, o meu irmão e a minha avó fizemos uma zona proibida onde só a minha mãe pode entrar: é ai que ela tira a roupa, o calçado e é onde se desinfeta. Tudo isto assusta-nos muito e eu peço a Deus que acabe com este vírus para nós voltarmos à nossa rotina normal. Eduarda, 5.º G
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Isolamento em casa Bem… aqui estou eu em casa, isolada há 1 mês e 1 semana. Sem ir à rua, às compras, à escola, ver os meus avós … Tenho muitas saudades de todos: os professores, os amigos e colegas os familiares, mas sobretudo dos abraços e dos beijinhos.
Tenho andado a ler, estudar, brincar dentro de casa, andar de bicicleta … Tenho- me sentido um pouco triste por não ver os meus colegas todos os dias, mas depois penso que isto é tudo para o nosso bem e ficarmos protegidos do vírus. De manhã acordo e vejo televisão ou brinco no telemóvel, tomo o pequenoalmoço, visto-me e começo a fazer os trabalhos de casa. Almoço e vejo televisão e de seguida começo a fazer o resto dos trabalhos que faltam. Pronto, está é a minha rotina de quarentena! Tenha um bom dia e lembre-se: não saia da casa! Inês Miguel, 5.º G
FICA EM CASA!
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De um dia para outro, tudo mudou. As escolas fecharam, a maioria das empresas parou, deixámos de poder conviver com a família e os amigos e tivemos de ficar em casa para nos protegermos e protegermos os outros. E tudo por causa de um vírus chamado Covid-19, que surgiu do outro lado do mundo para mudar as nossas vidas. Tal como a maioria das pessoas, estou em isolamento social e vou ocupando o meu tempo fazendo atividades, como por exemplo: cozinhar, jogar remotamente com os meus amigos, estudar, fazer exercício físico e brincar. Espero que fique tudo bem e que daqui em diante, todos aprendam a valorizar mais as coisas boas da vida. Acredito que vamos sair desta experiência mais fortes, mais solidários, mais unidos e com mais vontade de viver. Rafael, 5.º G
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das
Histรณrias
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