Biblio e Teca

Histรณrias das BEMM

O Biblio e a Teca

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Ficha técnica Título: O Biblio e a Teca Texto: Rui Abreu Desenhos: Dalila Loisas Maquetas: Graça Serra e Orisa Carvalho Coordenação: Rui Abreu Arranjo gráfico: Graça Silva e José Plácido

Edição: Bibliotecas Escolares Marquês de Marialva Coleção: Histórias das BEMM, n.º 6, março de 2017

O Biblio e a Teca de Rui Abreu está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.

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O Biblio e a Teca

O Biblio e a Teca são as mascotes das BEMM. Nasceram do traço original pela mão da professora Isabel Dalila Loisas.

Ganharam a 3ª dimensão pela arte das professoras Graça Serra e Orisa Carvalho.

Voaram para o mundo mágico das palavras pela imaginação do professor Rui Abreu.

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Vivia Biblio com os seus irmãos Na ânsia de outro viver.

Sua casa grande e antiga era, Mas lá não tinha ninguém.

Empoeirados, Cansados, Maltratados,

Aprisionados, E na mais intensa desorganização, Esperavam que alguém lhes desse a devida atenção.

Naquele depósito, os armários não os deixavam Revelar os seus segredos.

As portas altas e espelhadas Prendiam aquela coleção Cheia de cultura Que nada servia a tão útil intenção.

Restava-lhes apenas 5

Viver de ilusão De algum dia saírem daquela prisão.

Certo dia, Chega aos ouvidos de Biblio E dos seus irmãos biblios

A vinda de Teca com o seu acervo.

Tinham em comum uma mesma paixão: Juntar todos os irmãos biblios Na casa de Teca.

Porque também ela tinha outros irmãos biblios

Nas costas e no coração, Lutou com todas as suas forças Contra aquela maldição.

Num instante, as folhas que carregava Se transformaram em asas de libertação.

Essa era, afinal, a sua missão!

Cheia de conhecimento, sobrevoou aquele espaço Nefando.

Ao aproximar-se do velho armário, Teca vê Biblio e os seus irmãos 6

De olhos arregalados de emoção Há muito ansiando por aquela libertação.

Esquecera-se apenas de uma condição: A chave que lhes daria a libertação?!

Teca dela nada sabia Porque no seu mundo não existiam Nem portas nem portões, Nem fechos nem fechaduras, Nem chaves nem chaveiros,

Nem puxadores nem maçanetas, Nem cadeias nem cadeados, Nem ganchos nem travessões, Nem… Nem qualquer forma de opressão, Nem segredos por revelar.

O que poderia fazer ela, então?

Restar-lhe-ia a ajuda do seu biblio Que nas suas costas sempre vivera

Desde que o seu pensamento nascera.

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Assim, Virando folha a folha, Depressa chegou à solução: Biblio e Teca tinham de soletrar A palavra mágica, em união.

Irmanados e cheios de determinação, De voz forte e bem timbrada, Contaram até cinco “Bs” e…

Sem quê nem porquê Rapidamente se revelou E se fez soar estrondosa, Nos quatro cantos do mundo E de uma só vez, A palavra milagrosa:

B I B L I O T E C A 8

Logo, as altas e duras portas, Em sinal de obediência uníssona, Abriram os seus braços enferrujados, Dando a Biblio e aos irmãos biblios uma nova condição:

A partir dali estariam por conta de Teca, A fada da sua salvação.

Biblio foi o primeiro a sair, sem hesitação, Esvoaçando no ar com enorme emoção.

Seus irmãos queriam segui-lo,

Mas amedrontava-os a incerteza.

“Venham, venham…”, incitava Biblio. À entrada do novo lar, Tiveram todos uma calorosa atenção De limpeza, De restauro, De conservação.

Para se livrarem de outros perigos, Foram sujeitos ao Manual de Procedimentos:

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Verificado o seu estado, Carimbados, Registados, Catalogados, Cotados,

Etiquetados, Arrumados.

Ufa! Refeitos e limpos De todo o mal do mundo velho,

Conheceram o seu novo aposento, Nascido da uniĂŁo entre Biblio e Teca.

Em juras de amor Assentiram jamais se separar.

Teca ensinou todos os biblios a viver Em pĂŠ, direitos e ordenadamente arrumados De A a Z, De 0 a 9, Para poderem ser, livremente,

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Lidos, Estudados, Consultados Pelos desejosos de conhecer

O que os seus mundos tĂŞm Para nos dizer.

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