2010 11 pedro teixeira dr2ciência

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DR2 – Processos e métodos científicos – teoria e experiência •

Invenções Importantes

Como foi pretendido na proposta de trabalho seleccionar apenas duas das mais importantes invenções (ao qual eu optei por referir de descobertas) dos últimos séculos, optei por referenciar a criação da imprensa ou da impressão em série, sediada no contexto da invenção da escrita contemplada pela invenção, desenvolvimento e/ou descoberta da linguagem. O termo imprensa deriva da prensa móvel, processo gráfico aperfeiçoado por Johannes Guttenberg no século XV e que, a partir do século XVIII, foi usado para imprimir jornais, então os únicos veículos jornalísticos existentes. Apesar da importância de Guttenberg, ele não foi o criador das primeiras máquinas de impressão, cujos originais inventores foram os Chineses e os Coreanos séculos antes. Através dos seus precursores importantíssimos, temos com a imprensa um início de difusão geracional de ideias, notícias, informação, invenções, histórias e lendas, entre outros, a um meio muito mais vasto, assim como se começou a achar cada vez mais importante o acesso ao conhecimento e cultura, e à alfabetização e, consequentemente, desenvolvimento intelectual das populações. Relativamente à imprensa: “Portugal caiu do 16.º para 30.º lugar no ranking de liberdade de imprensa elaborado pela organização Repórteres Sem Fronteiras. Uma queda de 14 posições na lista dos mais respeitadores da liberdade de imprensa, passando a estar ao nível da Costa Rica e do Mali. Em 2008, Portugal estava em 16º lugar, com a Holanda, Lituânia e República Checa. O estudo – que analisa o respeito pelo trabalho do jornalistas e o número de obstáculos que enfrentam para chegar à informação – foi realizado em 175 países e considerou o período entre 1 de Setembro de 2008 e 1 de Setembro de 2009. São contabilizadas, entre outros variáveis, o número de agressões, prisões e ameaças políticas e económicas aos profissionais de comunicação, ameaças indirectas e pressões e censura. A Repórteres Sem Fronteiras alerta ainda que a Europa, em conjunto, recuou em termos de liberdade de impressa.”In http://wehavekaosinthegarden.wordpress.com


Outra invenção importantíssima que constitui um grande preenchimento, principalmente, na formação intelectual, e que está inserida no grande campo de excelência que a retratam e que sofre mutações constantes compreensíveis com o nível de desenvolvimento do cephalo, é a música. A música pode ser definida como uma forma linguagem que se utiliza da voz, instrumentos musicais e/ou outros artifícios, para expressar algo. “Há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história. Embora nenhum critério científico permita estabelecer seu desenvolvimento de forma precisa, a história da música confunde-se, com a própria história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humana.” InWikipédia A música está não só associada à inteligência e nível de compreensão humana, como ela mesma se pode traduzir como uma linguagem, e a sua percepção e uso para interacção e criação podem ser tão vastos que a própria música é um conceito abstracto que não consegue ter uma explicação em definitivo, assim como qualquer forma de arte. Sebastian Bach com o seu baixo eléctrico de 6 cordas

Referencio este tema por ser um aspecto muito vasto e importante a todos os níveis, desde o desenvolvimento das civilizações, mostras culturais, criações eruditas, terapia pessoal (entre eles a musicoterapia), desenvolvimento pessoal, entre outros. Conheço muita gente que pode não ter nem acesso à saúde nem habitação, mas sentem um grande prazer com a música que têm ou podem criar, como se a sua vida se preenche-se por completo, um vício saudável que transforma o que há de negativo. A história da música, principalmente no século XX, sofreu grandíssimas transformações, que revolucionaram em absoluto a sua interpretação, enriquecendo-a não só em conteúdo, variantes, contextos sociais, e principalmente na sua democratização e notoriedade reconhecidas. Nietzsche, retratado pelo pintor expressionista Edvard Munch

“Sem música, a vida seria um erro.” Expressava-se o filósofo, filólogo e escritor Friedrich Nietzsche, que via nas grandes composições de música clássica uma fonte de inspiração e um sentimento de preenchimento nas suas paixões por si escritas.


Podem-se concluir, além das inovações ao nível das composições e criações de novos estilos musicais e conteúdos líricos, além do seu preenchimento emocional e racional para os que criam e dos que ouvem, as questões que muitos suscitam e as vidas e acções que podem mover, a criação de novos instrumentos musicais, que também foram e são ainda o ponto de referência mais marcante para muitas culturas musicais.

Cientistas Portugueses

Esta crónica tem por objectivo principal a documentação oculta da realidade, sendo a exposição do que é censurado um grande passo para o aprofundamento da verdade, e apenas a verdade com clareza interessa no foro científico. Interpretado assim, o conhecimento é essencial para o auto-desenvolvimento, a divulgação do que é factual é de importância extrema para a construção do nosso portefólio de vida, a história é estrutural para esse desenvolvimento, e então decidi, com o trabalho que me foi proposto para a divulgação da comunidade científica portuguesa, apresentar a oculta realidade do pequeno mundo em que vivemos. Assim o entendi. Em plena II Guerra Mundial, o médico português José Ayres de Azevedo esteve durante dois anos e meio nos principais centros científicos da Alemanha nazi. Primeiro, na Universidade de Frankfurt e depois no Instituto Kaiser Wilhelm, em Berlim, o mais reputado dos centros científicos não apenas da Alemanha mas de todo o mundo. Aluno brilhante, assistente promissor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, obteve bolsas de estudo do Instituto para a Alta Cultura e da Fundação Humboldt, com o objectivo de preparar uma tese de doutoramento sobre higiene racial e biologia da hereditariedade. Propôs-se aprofundar matérias ligadas à eugenia - a ciência do aperfeiçoamento da espécie por via da selecção genética. Na Alemanha, estudou e trabalhou com os principais cientistas, directamente ligados à ideologia política em vigor naquele país, tais como Josef Mengele. Tendo como inspirador OtmarvonVerschuer (director do Instituto Kaiser Wilhelmde Antropologia, Heredetariedade Humana e Eugenia), especializou-se na análise dos grupos sanguíneos dos gémeos, numa perspectiva de aferição dos sinais da hereditariedade. Colaborou na principal revista científica de eugenia e participou na elaboração de numerosos pareceres solicitados pelos tribunais nazis, sobre matérias relacionadas com a determinação da paternidade (normalmente de alegados judeus), ou com a esterilização, designadamente de deficientes.


Em 1943, trabalhou no mesmo instituto, com o mesmo mestre e sobre a mesma área científica que o famoso médico Josef Mengele, o conhecido "anjo da morte" do campo de extermínio de Auschwitz. Com Berlim a ser bombardeada diariamente pela aviação aliada, o português foi obrigado a regressar ao Porto, onde ultimou a tese de doutoramento. Com data e júri marcados, a dissertação não chegou a ser discutida. O Conselho Escolar, órgão máximo da Faculdade, acabou por expulsar Aires de Azevedo da docência. Ao mesmo tempo, era suspenso pela Ordem dos Médicos. Desiludido e amargurado, largou em definitivo a investigação e a medicina...


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