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Produto Final do Estudo de Campo de Ouro Preto 2018 Grupo: Catarina Gomes, Francisco Ferraz, Grabriela Rebecchi, João Borges, Laura S, Lucas Prota, Luísa Lotti, Miguel Leoni e Vitor Hallak - 8°A Áreas: Ciências, Geografia, História e História da Arte Escola Miró - Ribeirão Preto/SP
Índice Sobre a história - Obra ficcional que contempla conteúdos das áreas de Ciências, Geografia, História e História da Arte.
História Antiga: Página 5 História Nova: Página 23
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18 de Janeiro de 1795 Hoje de manhã me lembrei dos bons tempos em que eu observava meu pai esculpindo novas obras, quando não sabia se no futuro seria um mestre como ele. Ficava fascinado como ele tinha uma delicadeza na mão e respeito pela pedra sabão. Com toda a sua majestosidade, fazia as mais diversas maravilhas. “Meu pai é um escultor de verdade”, eu dizia quando pequeno. E até hoje acredito nos meus pensamentos. Tirava de uma pedra uma cruz, um ornamento, um santo, tudo! Era referência no trabalho. Meu pai sempre viu a pedra como sua maior aliada e a considerava como a fonte de seu sucesso financeiro. Ele era meu herói. Meu pai era minha base para tudo. Todos os dias, eu olhava para ele com um olhar de admiração e perguntava-me como ele possuía tanta maestria esculpindo. Ele, todos os dias, todas as vezes, me respondia: “O esforço e a dedicação são tudo que você precisa na vida, meu filho. Se você tomar como base o que estou te dizendo, você terá tudo em suas mãos. Confie em si mesmo.” Bons tempos que não voltam mais. 6
20 de Janeiro de 1795 Mais um dia de decepções. Tive a capacidade de estragar mais um de meus trabalhos tentando fazer alguma coisa nova. Meu pai, distante, olhando pela janela da oficina, via que não havia herdado seu dom. Para mim, a pedra sabão era uma dificuldade. Quando me lembrava da época de ouro de meu pai, as maravilhas que ele fazia, me sentia ainda mais deprimido, triste e desolado. Sempre almejei o sucesso e me lembrava do que meu pai me dizia, quando o admirava, e decepcionava-me comigo mesmo. Depois de muitas horas tentando e fracassando, fazendo e desfazendo, eu não aguentei mais. Em um momento de desespero, joguei a ferramenta no chão com força, gritando que ela era a culpada de tudo, mas sabia que a nenhuma força física iria justificar meu erro. Não pude evitar.
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Parado, na janela, com um olhar de desaprovação e decepção ao ver o que fiz. Pude ver, mesmo de longe, uma pesada lágrima que passeou pelo rosto de meu pai, seco. A imagem me destruiu. 21 de janeiro de 1795 Acordei cansado e com remorso, acordei acabado. A imagem de meu pai me olhando na janela, ontem, me derrubou. Foi uma das piores noites de minha vida. Fui até minha sala de trabalho, e pude ver a ferramenta na mesa que meu pai havia pego do chão. Ele olhou bem no fundo de meus olhos e disse uma frase que eu não ouvia há muito tempo... “O esforço e a dedicação são tudo que você precisa na vida, meu filho. Se você tomar como base o que estou te dizendo, você terá tudo em suas mãos. Confie em si mesmo.” Fiquei em prantos, o abracei muito forte sentindo seu coração bater. O peso na consciência que se apossava de mim passou, agora meu pai me deu novamente a ferramenta, e agora não me deixou só. Agora, mais do que nunca, ele estava comigo. Estava junto, estava determinado a fazer acontecer e fazer eu ser quem eu queria ser. Me joguei e me entreguei para a escultura, espero conseguir evoluir para eu ter algo em que eu possa me orgulhar. 8
30 de Novembro 1797 Faz um bom tempo que não escrevo aqui, não é mesmo? Aconteceu muita coisa desde então... Depois de muito esforço, muita dedicação e muita, mas muita ajuda, acabei aperfeiçoando minhas habilidades com a escultura de pedra sabão. Em um trabalho inspirado quase que totalmente inspirado por meu pai. Especializei-me em esculturas feitas para o público, tenho muito orgulho em dizer que tem uma pontinha de mim e do meu trabalho por toda a Vila Rica. Desde as fontes que hidratam a população, até os ornamentos que enfeitam casas, prédios públicos, até a nossa Prefeitura. Durante esse longo tempo sem escrever, motivado pelo meu pai e por todas as pessoas que encomendavam e admiravam meu trabalho, juntei um pouco de dinheiro e pude abrir uma loja, que acabou ficando muito conhecida pela região. E devo tudo isso ao meu senhor, meu pai, meu herói. Ele não pôde escapar da morte. Me senti sozinho e desolado. Todos os dias ainda sonho com ele. Ele, sorrindo, pleno, carpintando e esculpindo. Ele está feliz e me olha feliz também. Se ele, nos céus, estiver bem, fico em paz comigo mesmo. 9
Sempre busco inspiração pela minha cidade para esculpir. Tenho orgulho de Vila Rica e me orgulho de dizer que sou natural daqui. Ontem à tarde, caminhando pela praça, procurando inspiração para esculpir, me deparo com um homem que eu nunca havia visto na vida, que me cumprimentou muito gentilmente. Apertando minha mão, com um grande sorriso no rosto, perguntou qual era meu nome e eu, meio receoso, respondi. Por incrível e mais surpreendente que pareça, o homem começou a vir com um papo de minhas esculturas e da minha loja, dizendo que admirava muito meu trabalho e mostrando muito interesse por ele. Tirou da bolsa de couro preto que carregava, um livro grosso com muitas páginas, abriu e mostrou-me uma pintura incrivelmente bela, retratando uma passagem de Jesus Cristo na Terra. O trabalho dele era incrível, e sua habilidade com a pintura era simplesmente incrível e muito admirável. Seu nome era Manuel da Costa Ataíde, que, com muita insolência, pediu para trabalhar comigo, e não achei uma má ideia. Quando ele me mostrou seus trabalhos com esculturas, achei que realmente poderíamos nos ajudar. Acho que tenho um novo companheiro e colega de trabalho. 10
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1 de Dezembro de 1797 Percebi que minha afinidade com Ataíde era imensa e imensurável. Nosso trabalho fluía demais. Tivemos um bom começo, e percebi que meus instintos estavam certos, ele realmente era um bom homem e trabalhava muitíssimo bem, seu pincel era como o do meu pai, seu melhor aliado. Ataíde tinha uma imaginação fértil e sem limites. Trabalhávamos muito com personagens bíblicos, e nossos maiores clientes queriam decorar suas casas com ornamentos e detalhes, que fazíamos com toda a alegria e prazer. Enquanto eu esculpia, Ataíde vinha com seus pincéis e dava seus toques finais. Eu estava, acima de tudo, feliz. Espero que meu pai esteja orgulhoso agora. Para minha surpresa, estamos cada vez mais populares, e os contatos que Ataíde conseguiu trazer para nós foram fundamentais para divulgar nosso trabalho.
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Ataíde 13
Estamos recebendo encomendas e mais encomendas, sem parar, aumentando a nossa esperança de mudar de casa, mudar de vida, ir para um lugar melhor para morarmos. Porém, dentre todos as encomendas e todos os clientes que conhecemos nos últimos tempos, recebemos um que se destaca: por incrível que pareça nosso cliente é a Coroa Portuguesa. O príncipe estava à procura de presentes para a sua mãe, a Rainha em pessoa, e viu a pedrasabão como algo diferente para os padrões do outro país. Devido à popularidade que havíamos conquistado, fomos referência para realizar esse trabalho. Recebemos a realeza com simplicidade, mas muito respeito e prazer. Eles ofereceram um pagamento que mudaria nossa vida, e eles confiaram-nos o pagamento adiantado. Aceitamos com todo o prazer e felicidade, e iniciamos tudo no mesmo dia. Com muita alegria, comecei a trabalhar dia e noite com o Mestre Ataíde.
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15 de dezembro de 1797 Amanhã será o dia em que eu e Ataíde iremos entregar nosso trabalho, fruto de muita dedicação e esforço. Estamos perto de uma mudança de vida, pois nossa recompensa será grande e mais que o suficiente, e planejamos acabar o trabalho e a começar a sonhar alto. Estou ansioso e, em todo momento, lembro-me de meu pai. Eu daria tudo isso para ter ele de volta. Estou indo para a cama agitado, amanhã será um grande dia. E mal posso esperar.
Alguma das obras
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16 de Dezembro de 1797 Fomos sabotados! Todo o nosso trabalho desapareceu. Do dia para a noite, desapareceu. 15 dias de trabalho, escorrendo por nossas mãos. Todas as noites passadas em claro, todos os dias sem parar, todas as refeições deixadas para mais tarde, tudo, tudo, tudo! Tudo o que podíamos oferecer concentrado ali, naquele trabalho. A escultura me levou para o topo, mas me levou para o fundo do poço, também. Nossa esperança de um futuro melhor, para nós dois. Estamos desesperados e não sabemos o que falar para o príncipe, que, a essas alturas, estava em nossa direção à procura de sua encomenda. O que ele iria pensar? Que tentamos lucrar em cima do trabalho, contrabandeamos, não sei! Não somos bandidos e, conhecendo Ataíde, sabia que ele nunca faria algo assim, muito menos eu. Mas o príncipe está à porta, batendo à nossa procura. Ataíde vai atendê-lo. E que seja o que Deus quiser.
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18 de dezembro de 1977, O Último Dia Hoje é meu último dia escrevendo aqui e talvez o último dia que eu escrevo em qualquer outro lugar. Com o desaparecimento das peças, a única coisa que me resta é a forca. O problema é que nós fomos pagos adiantados, e a corte não aceita traições. Não seremos os primeiros enforcados, outros pobres coitados viriam antes de nós. Já estive naquele lugar, tem um cheiro podre, aspirando e lembrando-nos de quem já foi vivo um dia lá, o chão do local possui manchas de sangue de pessoas honestas, inocentes, mortas sem uma razão. Talvez como eu e meu amigo, pessoas de bem e sem razão para tal atrocidade. A única solução que me resta é chorar e rezar. Decepcionei meu pai, minha honra e minha glória. Espero e almejo por um lugar melhor. Deus talvez tenha piedade de mim. Espero encontrar um lugar além de este quarto escuro e repugnante, aguardando para saber o que tenho pela frente.
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Algum tempo já se passou e, como esperado, fui transferido para outro quarto, aguardando meu juízo final. Felizmente, pude levar meu diário, e posso registrar alguma coisa sobre mim, se é que alguém se importa com esses registros. Alguém está vindo. Acho que essas são minhas últimas palavras. Espero que as pessoas possam lembrar de mim.
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16 de Outubro, 2018 Hoje acordei de madrugada atrasado, pois tinha que pegar um ônibus para Ouro Preto. Olhei o retrato ao lado de minha cama, o que pertencia a minha mãe. Essa cidade para mim, é mais que um ponto no mapa. Olhando para o retrato dela, me recordei novamente do meu maior objetivo. Estou curioso para saber tudo sobre o local e minha família, o lugar abriga uma grande margem de conhecimento e costumes dos meus antepassados. Cheguei uma hora atrasado, além do ônibus ter chegado tarde, tivemos que lidar com o trânsito. Porém, tudo valeu a pena quando cheguei, fui recepcionado pela minha tia-avó, que me serviu quitutes da região, não poderia me sentir mais em casa, e mais feliz.
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17 de Outubro, 2018 Levantei agitado, pois o passeio de hoje será até a Mina do “Chico Rei”, um lugar histórico, porém muito deprimente. Pisarei no lugar onde centenas de escravos trabalhavam com todos os seus esforços. Chegando no local, conheci meus companheiros na visita: um casal e a guia. Lá, estava chovendo e todos os caminhos e trilhas que passávamos eram muito estreitos e úmidos. Subimos em uma trilha íngreme até chegarmos em ao nosso destino. Porém, aconteceu algo que eu não havia previsto: caí em um buraco muito fundo, onde ninguém me escutaria. Como sou desastrado! Pelo menos tive um pouco de sorte de não ter caído em algumas pedras que ali estavam presentes. Tentei chamar pela guia, mas ela não escutou e seguiu adiante. Não me desesperei e, no momento em que fui ligar para a emergência, a luz que meu celular emitia, mostrava uma trilha de pedras quebradas, mas ao pegar um pedaço na mão, percebi que era um material chamado pedra sabão, achei estranho, pois em uma mina não era comum ter aquele tipo de pedra, então por curiosidade comecei a seguir a trilha, que me levou em um lugar misterioso, sombrio e assustador. Coloquei a Luz mais forte, e ao apontar para frente, achei centenas de esculturas que não havia percebido: aquelas pedras não... eram pedras comuns...Eram pedras-sabão, e pela sua aparência eram muito antigas
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E as surpresas não paravam por aí. No meio do entulho, também encontrei jogado e estragado, um livro, de aparência antiga e rudimentar. Folheando-o, notei que eram escritas diárias. Mas de quem seria aquele? E as estátuas? Então comecei a me perguntar sobre tudo aquilo. Por que comigo? Me contentei em ligar, novamente, para a emergência. Ao me resgatarem, levei algumas das esculturas, além daquele diário. Desabei na cama, na casa de minha tia-avó, que não me incomodou vendo meu estado.
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Peรงas encontradas
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18 de Outubro, 2018 Acordei tarde, e fui tomar café. Não falei nada sobre os acontecimentos para minha tia. Comi rapidamente e voltei para o meu quarto. Comecei a observar as esculturas e compará-las com as encontradas por arqueólogos na cidade. Tudo apontava que aquelas eram esculturas do mestre Ataíde, e com um outro homem que não se tinha registro. Desacreditei no início, mas tudo presente no livro se referia a algo, uma conspiração, tudo isso parecia que iria indicar para uma direção parecida. A escrita era estranha e difícil de ler, estavam manchadas com alguma bebida, que quando tentei detectar, descobri que era vinho. Mas isso não vem ao caso. Eu estava muito confuso e nervoso com tudo aquilo, eu não sabia exatamente o que iria acontecer se eu realmente descobrisse de onde vinha tudo aquilo.
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Fechei o diário, recolhi todos os documentos que estavam espalhados em minha cama, coloquei em uma bolsa, e saí para procurar mais informações pois deitado não iria achar nenhuma resposta. Decidi ir até a Biblioteca da cidade que possuía algumas cópias de arquivos antigos. A bibliotecária tinha um ar estressado, como se a sua vida fosse um saco, com o fardo de ninguém ir à biblioteca com toda essa tecnologia atual. Fiquei feliz em me apresentar, e perguntei sobre a história da cidade. Ela tinha grandes olhos azuis, cabelo grisalho e pele branca, com um óculos grande e redondo, fechou o jornal a qual lia, e me perguntou de onde eu vinha. Respondi que estava fazendo uma pesquisa importante na cidade e queria saber mais sobre acontecimentos da Mina do Chico Rei. Ela disse, com clareza, que essas informações eram restritas ao público e que somente membros importantes da cidade tinham acesso. Não convencido voltei para casa e bolei um plano.
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19 de Outubro, 2018 No dia seguinte, acabei por descobrir que eu devia conversar mais com as pessoas ao meu redor e olhar perto, sem a necessidade de ampliar tanto o olhar. Conversando com a minha tia-avó sobre tudo o que vi, ela imediatamente recordou-se de um de seus estudos como historiadora. Não sabia se ficava surpreso por ela saber ou por ela ter sido uma historiadora. Por conta das pesquisas, ela tinha acesso às informações que eu não tinha. Fomos até a biblioteca e a atendente liberou para podermos ver os registros, os livros e os documentos. Fiquei muito surpreso e chocado ao ler. Descobri que a Igreja tinha não havia escondido as peças, e sim deixado na mina do chico rei propositalmente, para incriminar os escravos, caso alguma coisa saísse do planejado. Mas a real razão para tal ação tinha interesse comercial. A Igreja, em um investimento clandestino, com o reino da Inglaterra, havia perdido muitas terras, então viu a oportunidade de recuperar seus bens perdidos, vendendo as tais esculturas por um preço alto.
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Não consegui ver qual era o nome da Igreja pois só haviam as iniciais. Esse diário pertenceu a um membro do clero chamado Matheus da Silva Costa Pereira. Comecei a pensar sobre o nome da Igreja. Perguntei para alguns moradores se conheciam algum templo com essas iniciais, e imediatamente me falaram sobre a Igreja “Nossa Senhora do Carmo”. Com todas essas valiosas informações me veio uma ideia a cabeça: Por que não escrever um livro sobre tudo isso que aconteceu? Apesar disso, tinha algo que eu tinha que descobrir, de quem eram as esculturas?
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20 de Outubro, 2018 Tudo isso que aconteceu ontem me fez permanecer acordado com os pensamentos à solta. Logo às 7 horas me arrumei, guardei alguma das peças em minha bolsa e decidi ir a um conhecido da minha tia, alguém que conseguiria resolver essas questões, um especialista na área de esculturas. Comecei uma longa caminhada até o local indicado. O homem tinha o nome de “Fernando” e já estava com 49 anos, um pouco mais novo que minha tia. Ao chegar ao local, toquei a campainha diversas vezes, quando ele finalmente atendeu estava com um lápis na mão e uma xícara de café na outra, indicando que não havia dormido como eu. Me apresentei e disse que era um membro de família de uma amiga próxima. Ele me deixou entrar, mesmo que com uma certa resistência. Perguntei se ele podia me ajudar com uma questão, e ele disse que sim, com um tom arrogante.
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Peguei alguma das peças em minha mochila e pedi que me falasse se elas eram semelhantes a esculturas de alguém. Ele permaneceu um tempo as olhando. Quando acabou de observar ficou com uma expressão surpresa. Ele andou em direção a um armário cheio de arquivos, estava tudo empoeirado, e me falou que elas eram esculturas de um homem chamado “Gabriel Junqueira”, um “traidor” que havia tentado enganar a coroa, porém tinha morrido enforcado. Mas notei uma coisa esquisita, os arquivos da biblioteca estavam diferentes dos desse homem. Agradeci pela ajuda, fechei a porta e voltei para a casa da minha tia avó.
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21 de Outubro, 2018 Hoje irá ser o dia em que terei que me despedir desse lugar maravilhoso, e da minha querida tia avó. Com tristeza, ela me deu um beijo no rosto e disse: “Nunca deixe de pesquisar e voltar mais, a vida é uma caminhada longa e escorregadia, como se fosse um fio de costura, que com uma simples tesoura se romperia, preste muita atenção a tudo que vier, eu o amo muito, volte sempre, eu estarei aqui.” Estou à espera de meu ônibus, que havia se atrasado, isso significa que tenho mais tempo para escrever aqui. Toda essa informação tem que ser anotada, publicada em algum lugar e eu acho que eu sou o único que pode realizar essa ação. Espero voltar ano que vem e escrever o meu livro o mais rápido possível. Acho que isso não será tão difícil, afinal, tenho os dedos rápidos e a determinação a realizar esse meu desejo.
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Quando o ônibus chegou, o meu coração apertou demais. Por mais que eu tivesse descoberto informações extraordinárias, sabia que mesmo assim haviam muitos buracos na história a serem preenchidos... Pena que eu não tive tempo suficiente... Mas ano que vem, eu irei voltar, e terminar meu livro, porque estou com sérios pressentimentos que irei andar ainda muito... Vou provar que o “Grabriel” foi uma vítima.
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