Relatos de Viagem - controle e subversão 2019

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Controle e SubversĂŁo



Produto final do Estudo de Campo de Ouro Preto 2019 Diário Do Peregrino: Controle e Subversão

Áreas: Ciências, Geografia, História da Arte, História, Matemática e Português Grupo: Beatriz Hanna, Enzo Kato, Henrique Zanuto, Luísa Mariano e Pedro Manuel Escola Miró – Ribeirão Preto/SP



Nós fomos para Ouro Preto com a intenção de nos aprofundarmos no tema controle e subversão, ou seja, quem controlava e quem era controlado no Brasil Colonial.

No segundo dia de viagem, nós fomos ao Museu da Inconfidência, localizado na praça Tiradentes, lá vimos sobre os inconfidentes, que foram personagens muito importantes para a Independência Brasileira. Esse local originalmente


era uma Casa de Câmara e cadeia, e mais tarde uma das principais penitenciárias do estado. Ele é importante porque remete a uma das maiores revoltas da época colonial, a Inconfidência Mineira. Os inconfidentes não aceitavam o jeito como a coroa Portuguesa comandava, induzia e extorquia os colonos, e também não achavam os impostos justos, por isso resolveram fazer uma revolta. Ao descobrirem isso, os portugueses resolveram matar um dos inconfidentes (Tiradentes) como forma de exemplo, eles mataram-no e deixaram sua cabeça exposta para que todos pudessem ver. A forma mais clara e mais rígida de controle era dos senhores sobre os escravos. No terceiro dia, visitamos a Igreja de Santa Efigênia, a única construída para os negros (livres ou escravizados), em 1733 a 1785, mesmo sendo católica ela possuía muitos itens que remetiam as antigas religiões africanas, como conchas (remetem a Iemanjá), um papa negro e, como santa principal da igreja, uma mulher negra. Essa igreja nos fez sentir algo muito forte, vimos os resultados da determinação desses homens, que fizeram de tudo e passaram por coisas muito difíceis, para que simplesmente tivessem um lugar para rezar.


Isso nos levou a pensar sobre a importância de que a santa principal do altar seja uma mulher negra, uma santa nascida em Angola, quantos negros se sentiram representados ao ver aquilo. Percebemos que a força de vontade presente neles, a esperança de que pudessem ter uma vida melhor, não os deixou desistir. Também visitamos a Mina do Chico Rei, uma mina construída para a extração de ouro, e para trabalho único de escravos. Lá vimos como os africanos eram abusados no trabalho: não possuíam turnos justos, e sua quantidade de comida era definida pela quantidade de ouro coletado, caso não coletassem, não comiam. A mina possui túneis


muito estreitos, apertados, quentes e bem desconfortáveis. Se nós, que dormimos bem, tomamos café da manhã, estávamos vestidos, com capacete e tênis, já nos sentimos assim, imagina os escravizados, que estavam sem comer, descalços, seminus e que haviam dormido no chão de uma senzala, o quão cansativo e doloroso deveria ser. Lá dentro vimos e entramos nos mesmo lugar que, anos atrás, muito escravos trabalharam e até mesmo morreram. Chico Rei foi um escravizado que perdeu toda sua família ficando só com seu filho. Ele conseguiu construir uma aliança entre os escravizados da mina porque conseguia falar várias línguas, também se tornou o braço direito do dono da mina e, assim, comprou cartas de alforria para seu filho e escravos da mina. Por isso se tornou uma figura muito importante para a história.


Os escravizados construíram túneis subterrâneos estreitos que ligavam as minas ao altar da Igreja de Santa Efigênia, eram tuneis escuros, quentes e estreitos. Como forma de resistência, eles se “sujavam” de ouro, escondiam em seus cabelos, unhas, dentes e até feridas, e ao chegarem do trabalho, se lavavam em um chuveiro específico, que separava o ouro, este era usado para construir, a sua igreja.


Fomos para Mariana de trem no quarto dia, no caminho passamos por antigas fĂĄbricas, cachoeira e, muitos tĂşneis, a velocidade mĂĄxima dele era de


23km/h, então demorou cerca de uma hora, o trem é bem antigo, possui bancos de madeira. Lá visitamos a Casa de Câmara e Cadeia, ela fica na Praça Minas Gerais em frente a duas igrejas, Lá existem muitos dados históricos importantes, como imagens de ex-presidentes e muitos arquivos. Há um pelourinho no meio da praça. Ele servia especificamente para matar em público as pessoas que fossem contra a coroa, assim poderiam servir de exemplo para os outros rebeldes, existiam pelourinhos na grande maioria das cidades históricas, e ao longo dos anos, eles foram destruídos pelos liberais, pois achavam que aquilo era um símbolo de tortura, o pelourinho de Mariana é um dos únicos que ainda pode ser observado, pois ele foi restaurado.





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