Relatos de Viagem - controle e subversão 2019

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Controle e SubversĂŁo



Produto do Estudo de Campo de Ouro Preto 2019 22/10/2019 – 26/10/2019

Tema Controle e Subversão Estudo nas áreas: Ciências, Geografia, História, História da Arte, Matemática e Português.

Clara Polesel, Maria Luiza Bartmann, Miguel Yazlle, Pedro Barbosa e Sophia Mele

Escola Miró - Ribeirão Preto - SP



Nosso objetivo na viagem era refletir sobre o tema Controle e SubversĂŁo. Aqui segue todo o nosso estudo e relato.



No primeiro dia de nossa viagem a Ouro Preto, vimos o controle do dinheiro na cidade através da casa de Casa dos Contos. Ao longo do tempo ela foi: casa de fundição, casa de câmara e cadeira, residência do administrador de impostos, casa da moeda, junta da real fazenda e intendência do ouro, que tinha entre outras funções funcionar como uma casa de fundição. A Casa dos Contos foi o local em que o inconfidente Claudio Manoel da Costa foi encontrado morto em uma de suas celas.

Desenho Casa dos Contos


Descobrimos que todo o ouro era administrado pelo dono da casa de fundição que, por sua vez, era controlado pela Coroa Portuguesa com o quinto, um imposto que retirava um quinto do dinheiro de cada cidadão. Outro imposto cobrado era a derrama, que tinha um valor fixo e caso não fosse pago os portugueses invadiam as casas e roubavam coisas de valor.

Desenho imposto do quinto.

Ao longo do tempo, a subversão aos impostos foi ficando mais evidente. Com a diminuição da retirada do ouro, os mineiros tinham dificuldade para pagar tantos impostos. Para escapar da cobrança, muitos escondiam coisas valiosas para não pagar o imposto para Portugal. Além disso, vimos a santa do pau oco, feita pelos


habitantes com um buraco em seu interior, usado para contrabandear ouro.

Desenho de uma santa do pau oco


Também

visitamos

um

museu

chamado

Museu

da

Inconfidência que é dedicado principalmente aos inconfidentes. Eles foram pessoas que lutaram contra a Coroa através de um movimento que ficou conhecido como Conjuração Mineira. O objetivo era se separar da Coroa e tornar um país independente, no fim, esse movimento não foi bem-sucedido, mas ele encorajou outros movimentos de revolta pelo país.

Desenho do Museu da Inconfidência


Foto do Museu da InconfidĂŞncia

Jå nos outros dias, notamos que o controle das minas era efetuado por pessoas de confiança de Portugal, que por sua vez lideravam os escravizados nas minas, examinando-os para ver se estavam com ouro escondido, para tentarem comprar sua alforria.


Foto de uma das salas do Museu da Mineralogia demonstrando uma pessoa escravizada dentro de uma mina de ouro

Os escravizados moravam em um local muito pequeno escuro e frio, chamado senzala. Ficavam lá para dormir e descansar. Foi um lugar onde muitas pessoas se emocionaram no nosso grupo de estudo, pois muitos sentiram culpa por saber que seus antepassados poderiam ter participado disso. Nós sentimos uma energia muito pesada e tensa, pois só de pensar que escravos torturados ficaram lá no mesmo espaço onde estávamos foi muito angustiante. Ver todos aqueles objetos de tortura que foram usados em uma exposição, e


ter a consciĂŞncia que pessoas faziam tal coisa com outra, usava pessoas como animal e instrumento de trabalho, foi muito surreal.

Desenho de instrumentos de tortura expostos na senzala da Casa dos Contos


A maior subversão de todas é a Igreja de Santa Efigênia que foi construída por e para escravizados. Eles conseguiram fazê-la a partir do ouro roubado nas minas. Eles guardavam ouro nas unhas, cabelo, feridas, dentes, ânus etc. De acordo com o monitor que nos guiou dentro da Mina do Chico Rei, existe um caminho para chegar até a Igreja Santa Efigênia, que eles usavam esse caminho para contrabandear ouro e para ter recursos para construir a igreja. A igreja é mais simples comparada com as outras, com muitas partes em branco, sem muitos enfeites e não era tão grande. Nós nos sensibilizamos, pois vimos que os escravos conseguiram aproveitar seu trabalho duro e cruel coletando ouro e construindo a igreja sendo aceitos na situação em que viviam. Outro ponto que nos impressionou foi ter uma santa negra no altar pois achamos isso uma grande subversão você encontrar uma imagem de uma pessoa negra no altar de uma igreja que é um dos se não o local com mais importância, encontrar uma figura negra lá é incrível porque ela foi construída em uma época onde os negros não podia nem se quer entrar nela.


Desenho da Igreja Santa EfigĂŞnia


Desenho sobre o ouro roubado pelos escravos


Foto do interior da Igreja de Santa EfigĂŞnia (acima) comparada com o interior da Matriz Nossa Senhora do Pilar (abaixo), segunda igreja com mais ouro do Brasil


Ouro preto para nós foi uma das melhores viagens na questão de aprendizado, pois conseguimos ver de perto locais históricos como minas e igrejas. Estar em um lugar onde povos escravizados e europeus viveram foi muito impactante. Sim é essa a palavra da viagem, impactante.




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