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3.1.2 Eduardo Campos Nascimento, 52 anos
mesmo estando com as mãos visivelmente sujas em função de sua condição vulnerável.
Um ponto curioso que aconteceu foi que ao encerrar as perguntas, agradecemos por ele ter colaborado e pedimos desculpa por nos aproximar de seu ambiente pessoal. Em contrapartida, ele parecia agradecido por ter sido ouvido e pediu desculpas por estar naquelas condições.
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3.1.2 Eduardo Campos Nascimento, 52 anos
No segundo estudo de caso, Eduardo Campos Nascimento, de 52 anos, autodenominado como branco, estava circulando pela calçada entre o Terminal Rodoviário Santo Antônio e o Shopping Patio Cianê (MAPS, 2017), onde também há circulação de outras PSR, que vendem artesanato, e outros objetos em frente ao terminal.
Eduardo estava descalço usando um sobretudo cor bege e um chapéu. Ele era bastante risonho, não tinha alguns dentes e se expressava com um linguajar difícil de compreender.
Ele comentou que veio de Jaéu – local que aparentemente não consta nos mapas do Google Earth – e que o motivo de estar em situação de rua era pelo desemprego e pela falta de educação a nível escolar. Nem ele sabia exatamente há quanto tempo estava vivendo sozinho em situação de rua, e comentou que “graças à Deus” não tinha contato com nenhum familiar.
Com relação à emprego e ocupação só sabemos que ele vende chiclete nas proximidades do terminal desde muito tempo. Ele comentou que não recebe nenhum auxílio do governo e ressaltou várias vezes “eu vivo dos meus 10%”, dando algumas risadas e reafirmando que esse era o trabalho dele.
Ele comentou também que tem conhecimento sobre a Pandemia, e afirmou ironicamente que estava ali nas ruas assim como nós que estávamos realizando a pesquisa.
Infelizmente ele foi aos poucos se afastando e nós concluímos a pesquisa com os dados que já tínhamos coletado até então. Portanto, não há relatos se ele recebe algum auxílio por parte de uma ONG ou instituição de assistência social à população de rua.