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CONSIDERAÇÕES FINAIS Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si,com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sobre o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vemos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver. Amyr Klink, Mar Sem Fim.
O Teatro, como outras formas de expressão artística, é visto como meio de criação de outras realidades, e também para o conhecimento de si mesmo e de definição para o sentido da vida, podendo estar ao lado de várias ciências, da filosofia, da religião. Na escola, a prática da performance, vista neste contexto, permite ao aluno um novo olhar sobre a encenação, ao dar maior visibilidade à própria pessoa em cena, em situações em que é levado a responder às interferências do público. Desta forma, o aluno trabalha nas cenas as situações e os atos cotidianos, cria uma chave para o processo dinâmico, possibilitando, inclusive, a reconstrução mágica da realidade. Nesse sentido é natural que dentro da prática desenvolvida se possibilite um mecanismo de reconhecimento dos signos teatrais dentro dos exercícios performáticos. Sejam eles signos auditivos ou visuais, podem ser retirados de todas as partes: da natureza, da vida social, dos diferentes ofícios e de todos os terrenos da arte. Numa Performance Arte podemos reconhecer que um signo empregado a arte teatral pode pertencer à grande maioria de categoria de signos artísticos. São signos por excelência. A palavra, o tom, o discurso, a expressão facial, o gesto, a indumentária, o cenário, a iluminação, a música, o som, a marcação são formas de alguns signos teatrais estarem presentes direta ou indiretamente na execução de uma Performance Arte. Para isso, a prática deve promover um exercício constante de percepção e de reconhecimento. O desafio é difícil e constante, mas não menos interessante. Na prática proposta, existe uma interação dos espaços escolares de uso coletivo além da sala de aula, ressignificando estes lugares, propondo questionamentos acerca de sua utilização. Os banheiros, a sala dos professores, a biblioteca, o ginásio de esportes, a cantina e a horta podem ser usados para aplicar as propostas desenvolvidas em sala de aula, ocupando, dessa forma, espaços diversificados, pesquisando e otimizando recursos e materiais