Luiz Henrique Marques Gonçalves - REALIDADE E EXPERIÊNCIA NA CRIAÇÃO CINEMATOGRÁFICA

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7 I. INTRODUÇÃO

Desde criança, há algo em mim que me leva em direção às artes. Existe no meu ser uma vontade criadora que me leva a produzir. Quando menino, brincava com brinquedos de montar, gostava de desenhar e criar historias. Hoje, mais próximo da vida adulta, e após algumas reflexões sobre minhas vocações, tenho certeza que meu caminho está nas artes, e principalmente no cinema. Isso provavelmente eu já sabia quando era criança e ficava maravilhado com as criaturas animadas pelo Ray Harryhausen, em filmes como Jasão e os Argonautas, de 1963, dirigido por: Don Chaffey. Algumas duvidas surgiram durante a adolescência, mas, por sorte, não me desviaram da minha vocação. Em meio a essas certezas, uma grande dúvida que surge é de onde veio essa vocação. O que percebo é que parece que essa vocação sempre esteve em mim, mas não sei como surgiu ou o porque de eu a ter. Mas sei que ela é, talvez, a grande força que anima minhas vontades. É a vontade criadora. Acredito que esse meu pequeno resumo sobre o que me move para a arte encontra eco em outros alunos dentro da Escola de Belas Artes. O que levou meus colegas de curso a escolherem estudar em uma escola de artes, eu não sei especificamente. Mas tenho certeza de que, pelo menos, uma minima vontade criadora deve estar presente neles. Essa vontade de criar sempre esteve presente na humanidade. É a força que sempre move os artistas. Mas não é somente essa vontade que faz a arte existir. Se fosse apenas isso, a criação de qualquer coisa já traria satisfação ao artista. Existe algo mais. Quando o artista cria, além dessa força criadora, há outras coisas dentro dele que geram as obras. Essas coisas são as impressões pessoais, aquelas percepções que temos do mundo em torno de nós e dentro de nós mesmos. Essas impressões compõem o nosso ser. Mas porque expressar essas impressões? Poderíamos apenas guardá-las para nós mesmos. Mas não, os artistas estão sempre fazendo suas obras, externando essas impressões. Portanto podemos dizer que há uma necessidade de que outros compartilhem dessas impressões. Pois, senão, o artista não faria arte. A arte existe para que outros também possam ser levados pela obra até a impressão inicial que a gerou. É uma comunhão de experiências, de vida. Com tudo isso, posso dizer que surgiram para mim grandes dúvidas em relação a arte na sociedade atual, e também Dificuldades em relação a criação de obras de arte. Eu percebi essas mesmas duvidas em alguns colegas de curso. Sendo assim, vou colocar essas questões para analisarmos. Parece-me que a arte atual está se distanciando desta comunhão de experiencias. Mas o


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