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Figura 15: We Shall Run (1963) –Performer Yvonne Rainer

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A ideia no Judson era propor novas formas de compor a dança, sugerir gestos simples para a construção das ações. Nesse período, Rainer (1965) escreveu o seguinte manifesto para falar sobre essa desconstrução:

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Para revolucionar a dança e reduzi-la aos seus elementos essenciais. Não ao espetáculo; não à virtuose; não às transformações e à magia e aos truques; não ao glamour e à transcendência dos astros e estrelas; não ao heroico; não ao anti-heroico; não à imagem lixo; não ao envolvimento do performer ou do espectador; não ao estilo; não ao exagero; não à sedução do espectador pelos truques do performer; não à excentricidade; não ao emocionar e ao deixar-se emocionar. (RAINER, 1965, tradução nossa)

Figura 15: We Shall Run (1963) – Performer Yvonne Rainer. Fonte: Disponível em: <https://www.moma.org/calendar/events/4711> Acesso, fevereiro de 2021.

Se entendermos a dança nesse lugar onde o corpo se esbarra com a vida, assim como na ideia de performance, entendemos que, ao propor gestos e ações como correr, caminhar e acenar enquanto dança, estamos diante de uma desconstrução do que se entedia como dança.

A Black Mountain College, escola de ensino de artes fundada nos anos 30, presenciou, já nos anos 70, o encontro entre Merce Cunninghan, artista da dança, e John Cage, compositor. John Cage, como pontua Gomes (2011):

(...) influenciado pelas teorias de zen-budismo e pela filosofia oriental em geral, propõe, desde a década de 30, em seus concertos musicais, experimentos com ruídos, silêncios e sons do cotidiano. Os ruídos, gerados por objetos que reproduziam barulhos de máquinas como trens e motores explodindo, também podiam imitar sons de batimentos cardíacos, ventos e outros do dia a dia. (GOMES, 2011, p. 22)

Já Cunningham, como cita Gomes (2011):

(...) propôs uma série de conceitos que vinham questionar a ideologia da dança moderna, substituindo a narrativa única pela estrutura fragmentada ou episódica; o uso do palco convencional italiano pelas mais inusitadas opções cênicas (topos de arranha-céus, estacionamentos, galerias de arte, praças, ringue de boxe); o processo criativo linear pessoal pelo uso intensivo de experimentação e improvisação; dentre algumas outras modificações de peso”, (GOMES, 2011, p. 22 apud SILVA, 2005, p.105). A utilização da música fora do compasso e da dança não coreografada também ganhou destaque em suas obras: “Cunningham, a exemplo de Cage, havia introduzido,

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