Sugestão de leitura Psicologia 03.2019
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Oliveira, C. R. & Gomes, N. (Coord.) (2018). Migrações e saúde em números: o caso português. Lisboa: Alto Comissariado para as Migrações. (Caderno estatístico temático OM, 2). (Imigração em números)
Sugestão de leitura
Psicologia 03.2019
Oliveira, C. R. & Gomes, N. (Coord.) (2018). Migrações e saúde em números: o caso português. Lisboa: Alto Comissariado para as Migrações. (Caderno estatístico temático OM, 2). (Imigração em números)
verifica-se que em Portugal, em 2016, 60% dos imigrantes reportaram um bom estado de
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reportam menores limitações nas atividades diárias devido a problemas de saúde, quando
saúde, contra apenas 47% dos nativos, e esta tendência de se autopercecionarem como mais saudáveis que os seus homólogos nativos estende-se ao resto da Europa do Sul. Os imigrantes comparados com os nativos, e também tendem a ausentar-se do trabalho ligeiramente menos que os naturais portugueses devido a problemas de saúde (e em consequência, nota-se também que tendem a requerer menos subsídios de doença que os contribuintes nacionais em Portugal).
Também no que toca às doenças crónicas ou problemas de saúde prolongados se verifica a As projeções demográficas que têm sido produzidas determinam como os países da União
mesma tendência: os naturais do estrangeiro tendem a apresentar menor expressão de doenças
Europeia - especialmente Portugal, com tendência agravada no envelhecimento demográfico -
crónicas quando comparados com os nativos dos países da União Europeia. Nos fatores de risco
irão continuar a precisar de imigrantes e de saldos migratórios positivos nas próximas
para a saúde, a população de naturalidade estrangeira apresenta resultados mais desfavoráveis
décadas, seja para reforçar a sua natalidade, reforçar a sua população ativa ou atenuar o peso
que os naturais portugueses: apresentam maior prevalência de tabagismo, alcoolismo e pior
dos grupos etários mais velhos. Neste âmbito, os sistemas de saúde precisam de se adaptar em
alimentação. Por sua vez, nos fatores protetores de saúde, são os imigrantes que apresentam
qualidade às suas populações, seja porque refletem uma maior pressão de uma parte da
resultados mais favoráveis por comparação aos naturais portugueses, praticando mais exercício
população mais envelhecida como outros riscos e necessidades de saúde, seja porque tende a
físico e mais deslocações a pé numa semana normal.
aumentar a diversidade cultural e de origens da sua população residente, definindo-se novos
Estes são apenas alguns dos aspetos retratados neste estudo, que faz parte da coleção Imigração em
desafios à promoção da equidade em saúde
Números, lançada em 2014, que tem o objetivo fundamental de fomentar a análise e disseminação
O melhor conhecimento da saúde dos imigrantes e do seu acesso e utilização do sistema de
de dados acerca da população estrangeira residente em Portugal, recorrendo a inúmeras fontes
saúde é essencial para as políticas de integração e de saúde de um país, sendo porém desafiado
estatísticas e administrativas que dispõem de dados desagregados por nacionalidade,
pela falta de dados disponíveis. Atualmente a maioria dos países europeus, entre os quais
respondendo, nomeadamente, às preocupações da Comissão Europeia em assegurar indicadores
Portugal, não recolhe dados de forma sistemática acerca do estado de saúde dos imigrantes e
e mecanismos de monitorização da integração dos imigrantes.
do seu acesso e utilização de serviços de saúde nos países de residência.
Todos estes dados e respetivas publicações estão disponíveis em versão digital no site do
O estudo que constitui a obra em questão é coordenado por Catarina Reis Oliveira e
Observatório das Migrações: https://www.om.acm.gov.pt/
desenvolve, numa análise macro e micro, os diferentes determinantes da saúde: 1) determinantes estruturais; 2) determinantes sociais; 3) e determinantes individuais. Entre outras curiosidades, vem evidenciar que, de uma forma geral, os imigrantes revelam indicadores do estado de saúde mais favoráveis do que os naturais portugueses. Além disso,
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