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Faculdade de Psicologia | Instituto da Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA
GULBENKIAN uma coleção a descobrir
Transições e transformações na aprendizagem educativa
Sugestões Temáticas — Educação Uma iniciativa da Divisão de Documentação Setembro de 2013
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Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa Tel.: 21 794 36 00 E-mail: biblio@fpie.ul.pt
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Gulbenkian uma coleção a descobrir As transições e transformações na aprendizagem educativa são um tema recente, que não encontra eco imediato no fundo documental constante da biblioteca da Fundação Calouste Gulbenkian. No entanto há aspetos confluentes tais como a relação entre a escola e a sociedade, visto as aprendizagens informais ou não formais terem sido já objeto de reflexão em uma recensão anterior. Os processos educativos sofrem influências dos contextos sociopolíticos mundiais e nacionais, da formação de professores e para todos os níveis de ensino. O nível do ensino superior é o mais marcante por confrontar o estudante perante situações de transição do secundário para o superior e deste para o desempenho laboral. Nas práticas pedagógicas, o professor deve tomar consciência de que o sucesso do aluno depende do que a escola lhe proporcionar e das ferramentas que o professor lhe facultar para o futuro. Confirma-se, deste modo, o estabelecimento do triângulo pedagógico referido por Houssaye (1988: 40) os três polos responsáveis pelo desenvolvimento educativo. O professor, os alunos, ligados pelo saber que vão construindo ao longo da suas carreiras profissionais e académicas. Os modelos pedagógicos que fundamentam esta relação centram-se em três tipos de professores, em função do processo de ensinar, formar e aprender. O processo de ensinar implica um diálogo entre o professor e o saber, que se apoiam mutuamente, cultivado pelos interesses dos alunos no decurso da aprendizagem, apoiados por leituras, exercícios e outras atividades escolares. O processo de aprender, que se define pela aquisição dos bens intelectuais, cujo mediador é o professor, é apoiado em modelos pedagógicos que, cada vez mais se vão enquadrando nas políticas e estratégias educativas mais ou menos inovadoras. Afirma-se que as experiências pedagógicas do passado revelavam-se de certa passividade, necessitando de uma chama que pudesse avivar a educação tradicional, na busca de metodologias antiautoritárias, centradas no indivíduo e personalizadas, de modo a colocar os alunos numa outra situação que não se moldasse na aquisição passiva do saber. O processo formar parece encontrar eco nas mediações institucionais, produzindo as diferenças na sala de aula, mediatizando a linguagem no reconhecimento de tipos diferentes de palavras, de papéis diferentes, quer do professor, do aluno, dos pequenos e grandes grupos, quer dos intervenientes externos. A organização social da classe, apoiada nos grupos de trabalho reinventa objetivos que se dinamiza no caminho da investigação. Como afirma Hamelin, “tout chercheur implique l’acteur et l’acteur implique le chercheur” [“todo o investigador implica o ator e todo o ator implica o investigador” , que se torna militante e se envolve intervindo pelas tentativas que visam à transformação. O conceito “trans-formar” é suscetível de várias abordagens significando por um lado uma modificação profunda que revela o percurso de “formar” para além do processo de “formar” em relação às ideias pedagógicas que caraterizam o processo de “aprender”, que se fundamenta em teorias de aprendizagem. O processo “formar” distancia a instituição, dissociando professor e o saber. O processo educativo básico e universitário de aprendizagem e de formação têm sido influenciados pela tecnologia das comunicações na transmissão do saber. O ensino superior enfrenta a maior revolução tecnológica com o impacto da eletrónica. Estas novas tecnologias transformaram as técnicas de investigação em muitos campos, substituindo a palavra impressa pelo ecrã do computador, e proporcionando unidades de auto-instrução, no ensino por difusão na rádio e na televisão, especialização da aprendiza-
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gem em laboratório de línguas, na aprendizagem à distância. Nos métodos administrativos, com a substituição de pastas de arquivo impressas por ficheiros de dados, e nas bibliotecas universitárias, onde a informação impressa também deu lugar à informação eletrónica armazenada em bases de dados coletivas, agora designadas de big data em cloud computing. Segundo a Carnegie Commission on Higher Education (1972), os centros de formação ou os centros de recursos de aprendizagem disponibilizam materiais audiovisuais. As bibliotecas ocupam um papel central nos recursos educativos e o pessoal deve estar disponível não só para orientação nas consultas bibliográficas nos diversos suportes de informação como também nas coleções, dependendo do seu grau de especialização na oferta dos recursos da biblioteca. Existem bibliotecas e centros de informação que desempenham um papel crucial na educação formal e informal de crianças e jovens, sendo de prever uma abertura aos idosos, no futuro. A revolução da informação sobrecarregou algumas das pequenas e médias bibliotecas que, devido aos custos que não podiam suportar, formando redes de bibliotecas para responder ao acesso à informação diversificada pelas falhas verificadas nas bibliotecas individuais. Um dos fatores que complica no desenvolvimento da tecnologia educativa envolve a proteção dos direitos de autor na duplicação de material impresso, impedindo a reprodução dos bens impressos. Assim, deve ser dada ênfase à importância da expansão das oportunidades de aprendizagem no impacto das tecnologias, cujos meios tendem para substituir o professor ou reduzir a sua importância no processo de ensino e aprendizagem. As alternativas de ensino exigem conhecimento e capacidades cada vez mais diferenciadas, o que envolve, pelo menos, quatro tipos de especialistas: o professor, o técnico de educação, o informático e o especialista de informação. No que diz respeito ao impacto na aprendizagem, os estudantes tornam-se agentes mais ativos no seu processo de aquisição do conhecimento, tornando-se independentes e com mais flexibilidade para poderem controlar os “módulos” dos cursos, quer na educação pelo audiovisual, nos laboratórios de aprendizagem individualizada, ou no uso tutorial do computador. Concluímos este comentário com a ideia de que, embora se tenham feito esforços para colmatar as falhas no uso de tecnologias, a sua banalização nos três níveis educativos – básico, secundário e universitário – será reduzida, não só devido aos custos que comporta como também à crise financeira que o mundo global enfrenta. Edma Satar, Bibliotecária Bibliografia THE CARNEGIE COMMISSION ON HIGHER EDUCATION - The fourth revolution instructional technology in higher education: a report and recommendations. - New York [etc.] : McGraw-Hill, 1972. - 106 p. ; 23 cm. CORTEÃO, Luísa - Escola, sociedade : que relação? Porto : Afrontamento, 1982. - 254 p. ; 21 cm. - (Biblioteca das ciências do homem . Ciências da educação. 1 ) HOUSSAYE, Jean - Le triangle pédagogique. – Berne: Peter Lang, 1988. – 267, [6]p.; 21 cm. – (Exploration. . Pédagogie: histoire et pensée ). Antetítulo: Théories et pratiques de l'éducation scolaire.