Sugestão de leitura psicologia 10/2013

Page 1

Faculdade de Psicologia | Instituto da Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA

Sugestão de Leitura

~ Psicologia

BOONSTRA, Jaap J. – Cultural change and leadership in organizations: A practical guide to successful organizational change. Chichester, West Sussex, 2013, XVI, 326p.

Revisão e Arranjo gráfico Tatiana Sanches, Divisão de Documentação imagem Microsoft

Sugestão de Leitura—Psicologia Uma iniciativa da Divisão de Documentação Outubro de 2013 Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação

UNIVERSIDADE DE LISBOA

UNIVERSIDADE DE LISBOA

Alameda da Universidade

Alameda da Universidade 1649-013 Lisboa

Tel.: 21 794 36 00

Tel.: 21 794 36 00 E-mail: biblio@fpie.ul.pt

1649-013 Lisboa


Faculdade de Psicologia Instituto de Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA

O prefácio deste livro começa com a afirmação de que “a nossa cultura necessita de mudança”. Na verdade, o mundo enfrenta desafios de mudança em todos os campos, desde a educação às tecnologias. A mudança nas organizações não é um objetivo que as empresas têm que enfrentar, mas uma estratégia de negócio, que desafia os gestores, profissionais e empregados a adaptarem-se a pressões externas às organizações num ambiente em mudança, confrontado com a crise económica. As estratégias e intervenções para a mudança cultural levanta questões de como agir quando a legitimidade da organização é questionada pela sociedade, como se deve colaborar internacionalmente para melhorar a posição de mercado da organização, quais as iniciativas para preparar a organização para o futuro, como construir um negócio valioso, como podem as organizações organizar os serviços profissionais de modo a contribuir para os processos de negócio e necessidades dos clientes, e como reforçar a criatividade e estimular a inovação com os parceiros comerciais. A identidade de uma organização é mais importante do que a mudança de comportamento e centra-se na realização da ideia de negócio. O autor começa por dar uma visão da história da cultura organizacional desde os anos 50, período de difícil mudança nas organizações devido à cultura de então nas fábricas e escritórios do abuso do poder. Apresentaram-se valores contra esta situação, formuladas na igualdade legal, na certeza legal e justiça, encarando a cultura organizacional como um processo social, no qual as pessoas constroem em comum significados, como processos de aprendizagem e criação de valor acrescentado. Deste modo, aponta-se a sobrevivência às situações de crise, a posição do reforço legítimo, a expansão internacional, a qualificação para o futuro e a reinvenção do negócio como razões estratégicas para a mudança cultural. Para uma mudança cultural de sucesso, apresentam-se seis princípios básicos, enunciados como a criação de energia para a mudança, a criação de um sentido de urgência, a articulação dos problemas, e a expressão da humilhação e da vergonha e a criação do compromisso com os clientes, tendo cada uma destas, os seus próprios ingredientes. Combinando tanto as iniciativas das chefias como a dos empregados, mudando os papéis dos colaboradores. O tempo desempenha também um papel importante na mudança, porque mudar valores subjacentes e práticas de trabalho exigem anos de atenção das pessoas da organização e negociação tanto dos meios como das abordagens que possam conduzir à mudança. As pessoas da organização aprendem a dar forma aos processos por si próprios e baseados nas próprias qualidades, sem o apoio dos consultores. Os líderes que assumem a mudança devem prestar atenção ao que se propõem e devem tomar em consideração os desenvolvimentos que acontecem no ambiente da organização. Sabem o que têm em mãos e sentem com o que as pessoas se preocupam, tendo consciência social e auto-consciência na liderança transformacional, articulando uma visão do futuro. Constroem a confiança e confiam nos esforços das pessoas. Apre-

Sugestão de Leitura sentam-se como exemplos de liderança transformacional algumas empresas poderosas, tais como a KLM e a Air France, a Arcadis, a 3M Health Care, a Rabobank, e outras, nas quais os executivos de topo visionaram um quadro atrativo para o futuro, organizando as suas equipas, muitas delas em parcerias. A liderança envolve os parceiros na participação conjunta da mudança, construindo laços de confiança. As pessoas aprendem como desenvolver estratégias e o líder aprende a reforçar o seu papel, tornando visíveis os resultados, aceitando e aprendendo com os erros e partilhando experiências. Distinguem-se cinco formas de liderança que são analisadas, destacando-se a liderança transformacional, a significativa e a autêntica como as melhores que se deve seguir para um processo de mudança. Os líderes dão orientação, conferindo significado aos eventos não muito claros, concentram-se mais nas possibilidades do que nas ameaças ou nos problemas. São o modelo e tornam explícitos os valores culturais, tornando esses valores concretos em comportamento. Têm o papel de envolver os outros membros da organização e as partes externas interessadas na articulação da visão do futuro, significativa, atrativa e exequível. Indicam fronteiras, tornando claro o que querem ou não, ajudando a dar forma, mantendo-se otimistas no progresso de mudança e fazendo tudo para que a mudança seja visível. O recurso a toda a espécie de instrumentos e atividades é uma realidade. Existem intervenções que afetam a estrutura e a tecnologia de uma organização. As intervenções do poder podem criar espaço para renovar métodos de trabalho e cultura, das quais o autor destaca cinco – intervenções estruturais e instrumentais, significativas, de conflito, interativas, e de aprendizagem - com alvo na mudança dos jogadores e na atração de pessoas novas, porque a estrutura de uma organização reflete as ideias implícitas acerca da organização. Analisa-se cada uma destas intervenções, sugerindo que a sua aplicação pode ser combinada e não apenas utilizada de modo independente. As intervenções interativas e significativas correspondem à estratégia de poder, e as intervenções instrumentais, à estratégia de planeamento. Por sua vez, o conflito adequa-se à estratégia de negociação. As estratégias de aprendizagem vão bem com a mudança e ajudam no processo de consolidação da cultura para a mudança. Indica-se que a mistura de intervenções deve corresponder às razões e objetivo do processo de mudança. Conclui-se traçando trajetórias para a mudança segundo caminhos que os líderes podem trilhar, realçadas em questões diversas, com a indicação dos fatores de sucesso.

Recensão de Edma Satar, Bibliotecária


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.