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Sugestão de Leitura de Educação NDAJI, Francis; TYMMS, Peter (2009) – The P scales: assessing the progress of children with special educational needs. Chichester, West Sussex: John Wiley & Sons.
Sugestão de Leitura—Educação Uma iniciativa da Divisão de Documentação Janeiro de 2011 Concepção gráfica GAIPE Imagem Microsoft
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Se avaliar alguém é uma tarefa tão complicada para um adulto, avaliar crianças com dificuldades de aprendizagem torna-se, na realidade, um processo difícil e muito sensível. Por isso, surgiu o Qualifications and Curriculum Authority (QCA) para fazer face às necessidades de avaliação de crianças do Nível 1 no Curriculum Nacional. As primeiras tentativas na criação das escalas P foram úteis, mas haviam questões associadas à sua capacidade de discriminar entre várias áreas a serem avaliadas. O Acto da Reforma Educativa de1988 estabeleceu o Curriculum Nacional para todas as escolas primárias e secundárias nas escolas estatais da Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte, de modo a que todas as escolas tivessem um curriculum comum, decisão que excluía as escolas independentes, que podiam seguir os seus próprios currículos. O sistema educativo inglês está dividido em fases chave e, cada fase, corresponde a um amplo segmento povoado de alunos de determinada idade. Cada fase desenvolve o conhecimento educativo, a compreensão e as capacidades que se supõe que os alunos desse grupo de idade atinjam no fim da fase chave. A estrutura do Curriculum Nacional está organizada por assuntos e fases chave e estabelece-se os objectivos a serem alcançados nas várias áreas de assuntos em cada fase. Desde que cada fase tenha um programa de estudo determinando o que aos alunos devia ser ensinado, atingir os objectivos indica os padrões esperados do desempenho do aluno. Deixase que as escolas escolham como organizar o seu curriculum escolar para incluir os programas de estudo que proporcionarão a base para planear os esquemas de trabalho. Muitas escolas desenvolvem o seu curriculum usando o Curriculum Nacional como estrutura mas, algumas escolas usam os esquemas de trabalho do QCA, para ajudar na tradução dos objectivos nas actividades de ensino e aprendizagem. O Curriculum Nacional está estabelecido em blocos, de acordo com as idades dos alunos, na Fase Inicial, da primeira aprendizagem, dos 3 aos 5 anos, na Fase do Curriculum Nacional dos 5 aos 11 anos na Fase Final, dos 11 os 16 anos. Estes níveis do National Curriculum são usados para descrever os resultados das avaliações obrigatórias dos alunos, no fim dos 2, 6 e 9 anos de escolaridade, isto é, nas fases 7, 11 e 14. Quando qualquer parte do NC for tornada inválida para uma criança, por não satisfazer as necessidades do aluno, cabe ao NC realçar a inclusão e os objectivos na participação dos aprendentes, assim como assegurar que existem oportunidades para atingirem o seu potencial. Como já se afirmou, o NC tem suficiente flexibilidade para desenvolver o seu próprio curriculum para servir as necessidades dos seus alunos, embora nem sempre existam casos em que não se pode maximizar a aprendizagem e realização de alguns alunos. Nestes casos, o NC completo pode não ser o caminho apropriado para prosseguir a aprendizagem e a realização e os professores podem considerar não aplicar alguma ou todas as partes do currículo. Para isso, existem três condições sob as quais se dispensam as determinações da NC, que são: a não aplicação temporária, a declaração das necessidades educativas especiais e a capacitação do desenvolvimento curricular ou experimentação. As escalas P surgiram com a intenção de racionalizar o conflito patente entre o NC e a declaração das necessidades de educação especial. O conflito surgiu porque, enquanto uma exigência legal pedia que todas as crianças, incluindo as das Necessidades Educativas Especiais deviam aceder ao NC, era praticamente impossível para alguns, devido a essas necessidades. Tornou-se impossível determinar a realização e o progresso desses alunos que eram demasiado baixos para serem regis-
Sugestão de Leitura tados no NC. As escalas P podem ser usadas para a avaliação sumativa dos alunos, úteis no relatório aos pais ou como forma de informação escolar, no estabelecimento de etiquetas na identificação das capacidades do aluno, na identificação do progresso, identificação de modelos gerais nos dados escolares, para dar oportunidade aos pais e encarregados de educação de acompanharem o progresso dos filhos e, finalmente, para comparar os dados com os de outras escolas. De acordo com acção 312 do Acto de Educação de 1996, uma criança tem necessidades educativas especiais quando tem dificuldade de aprendizagem comparada com outra criança da mesma idade. São sete os tipos de necessidade educativa, reunidas em necessidades cognitivas e dificuldades de aprendizagem necessidades de desenvolvimento comportamental, emocional e social, necessidades de comunicação e interacção, necessidades de comunicação, linguagem e discurso, desordem do espectro autista, e necessidades sensoriais e físicas, que se traduzem em incapacidade visual, de audição, multi-sensoriais e físicas. Porque se espera que os alunos com estas dificuldades desempenhem um papel na sociedade, estes devem ser preparados para enfrentarem a vida adulta. O progresso destes alunos deve ser relatado em termos de realização corrente e idade cronológica. As atribuições ou explicações que são dadas para qualquer modelo de SEN aplicado à criança, têm em conta a aprendizagem as influências ambientais e sociais, mais do que as diferenças individuais, sob uma política própria do NC. Muitos professores de escolas especiais, não sabiam como a maioria dos alunos atingiria os níveis esperados no fim da cada fase chave até serem publicadas as escalas P, em 1998. As escalas P consistem de descrições de nível para áreas no campo do Inglês, da Matemática, Ciência e PSHE, embora existam escalas para todos os assuntos incluídos no CN, tais como TI, Geografia, Arte, História, Música, Tecnologia de Desenho, Educação religiosa e Línguas Modernas Estrangeiras. No contexto do NC, avaliação define-se como o processo de avaliar o desempenho dos estudantes num curso de estudo. Envolve a reunião de informação no trabalho que o estudante realizou, usando a informação para determinar esse desempenho. Há vários métodos para obter essa informação, que inclui testes, exames, trabalho de casa, trabalhos do curso e observação como nas escalas P. É um exercício muito importante porque os resultados ajudam os professores a planear o curso de aprendizagem dos seus alunos por um lado, e ajuda-os a promover a aprendizagem, por outro. A avaliação pode ser feita para fins formativos, se for usada no planeamento dos passos de aprendizagem, envolvendo os professores e os alunos, ou sumativos, se forem usados no fim de um curso de estudo ou no fim de cada unidade de trabalho, para determinar as notas finais dos alunos. O factor mais importante da monitorização do progresso de aprendizagem é identificar um ponto de início para a aprendizagem, quando entram para a escola, a partir do qual é possível registar as melhorias. Apresentam-se exemplos de cenários para as classes dos níveis 3, 5 e 8. Após o reconhecimento do progresso dos alunos através das escalas P, surgem as questões sobre a fiabilidade e validade dos dados. A fiabilidade refere-se à consistência de um conjunto de dados, instrumento de medida ou um sistema de teste. A validade refere-se à extensão na qual um teste mede o que tem de ser medido, embora seja um processo que não tem trazido grandes vantagens, para além das dificuldades encontradas na sua aplicação. No entanto, os terapeutas da fala, da língua e da profissão recomendam outras avaliações, baseadas em planos individuais. Recensão de Edma Satar, Bibliotecária