Folheto Intuição e Dedução 08/2017

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“A intuição sempre esteve presente nos sistemas filosóficos desde a Antiguidade grega até a filosofia contemporânea, tendo sido apresentada com diversos sentidos. O que todos têm em comum é a compreensão da intuição como visão imediata (sem mediação) de algo na sua totalidade. (…) No artigo de King & Appleton (1997), as autoras atestam que o reconhecimento do uso da intuição na prática clínica da enfermagem tem crescido proeminentemente nos últimos vinte anos. Entretanto, esse reconhecimento ainda não é consensual, pois de acordo com Benner & Tanner (1987), apesar de considerarem a intuição um aspecto legítimo e essencial do julgamento clínico, alertam para o fato de que ela tem sido vista como baseada em atos irracionais, advinda de um conhecimento infundado ou mesmo de inspiração sobrenatural, e admitem existir uma certa relutância para conceder legitimidade à abordagem intuitiva no ato de fazer um julgamento clínico, sugerindo que esta intolerância está subjacente à cultura ocidental que demanda uma explicação racional do mundo. Contudo, as autoras chamam atenção para a importância da experiência no bom desempenho da prática clínica, pois, por meio da qual os profissionais aprendem a utilizar suas percepções de modo que podem levar a confirmar evidências. Afirmam, ainda, que a intuição, definida como 'entendimento sem o racional', poderia ser caracterizada como uma arte mais do que como uma ciência e, assim sendo, é única, criativa e não pode ser mensurada nem submetida a uma verificação objetiva nos mesmos moldes aplicados à ciência. Sem dúvida, podemos constatar que uma certa aura de mistério ronda a questão da intuição, por ela fazer parte de algo que foge à nossa compreensão racional, entretanto, não queremos associá-la a esferas sobrenaturais, pois é no seio da própria imanência ou da dimensão espiritual do ser que ela se realiza. É interessante ressaltar que, apesar de os sentidos atribuídos à intuição variarem de um autor para outro, todos concordam que é uma forma de apreensão do conhecimento que se dá de uma maneira sintética, imediata e inexplicável, ancorada na experiência, indicando algo da esfera do sensível, peculiar apenas para aquele que sente, e que resulta na criação de algo novo.” Maria Beatriz Lisboa, G. (2005). Intuição, pensamento e ação na clínica / Intuition, thought and action in the clinic / Intuición, pensamiento y acción en la clínica. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, (17), 317.

biblioteca

Mostra bibliográfica 08.2017

Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação UNIVERSIDADE DE LISBOA

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Intuição e

dedução


Seleção

de

bibliografia

ASSOC. DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA A natureza da matemática: Intuição e lógica em matemática. A relevância da matemática, a certeza à falibilidade/ed. Associação de professores de matemática.- Lisboa: Fragmentos,1988.-73 p. DID/MAT ASS*NAT

Intuição e dedução

GLADWELL, Malcolm Blink! / Malcolm Gladwell ; trad. José Couto Nogueira.- 4ª ed.- Alfragide: Dom Quixote, 2009.263 p. PSI/COGN GLD*BLI

QUELHAS, Ana Cristina, 1961Raciocínio condicional: modelos mentais e esquemas pragmáticos / Ana Cristina Quelhas.- 2ª ed. Lisboa: ISPA, 2000. - 297 p. PSI/COGN QLH*RAC

BURGE, Tyler Origins of objectivity / Tyler Burge.- Oxford : Clarendon Press, 2010. - XIX, 624 p. PSI/COGN BRG*ORI

GLÖCKNER, Andreas, ed. Foundations for tracing intuition: challenges and methods /ed. Andreas Glöckner, Cilia Witteman.Hove: Psychology Press, 2012. - 294 p. PSI/COGN GLC*FOU

SADLER-SMITH, Eugene Inside intuition / Eugene Sadler-Smith. - London : Routledge, 2008. - XI, 352 p. PSI/COGN SDL*INS

DEMARAIS, Ann C'est la première impression qui compte / Ann Demarais, Valerie White ; trad. Emily Borgeaud. Paris: Eyrolles, 2005.- X, 271 p. PSI/SOC DMR*CES

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SCHOENFELD, Alan H. How we think: a theory of goal-oriented decision making and its educational applications / Alan H. Schoenfeld.- New York: Routledge, 2011. - 245 p. DID/MAT SCH*HOW

GALLAGHER, Shaun, 1948The phenomenological mind : an introduction to philosophy of mind and cognitive science /Shaun Gallagher and Dan Zahavi.- London: Routledge, 2008. - VII, 244 p. PSI/COGN GLL*PHE

JOHNSON-LAIRD, Philip N., 1936Deduction / P. N. Johnson-Laird, Ruth M. J. Byrne.- Hove: Lawrence Erlbaum As., 1991.-243 p.; 23 cm. PSI/COGN JHN*DED

VASCONCELOS, Faria de, 1880-1939 Ensaio sobre a psicologia da intuição/ Faria de Vasconcelos. In: Arquivos da Universidade de Lisboa. Lisboa.- Vol.8 (1922), p.1-81 PS-1712

GIGERENZER, Gerd Gut feelings: the intelligence of the unconscious/ Gerd Gigerenzer.- London: Penguin Books, 2008. - 280 p. PSI/COGN GGR*GUT

KAHNEMAN, Daniel, 1934Pensar, depressa e devagar/ Daniel Kahneman. 4ª ed.- Lisboa: Temas e Debates. Círculo de Leitores, 2013. - 641 p. PSI/COGN KHN*PEN

WARD, Adrian, ed. Intuition is not enough: matching learning with practice in therapeutic child care / ed. Adrian Ward, Linnet McMahon.- London: Routledge, 1998.- 257 p. PSICOTER WRD*INT

GLADWELL, Malcolm Outliers: a história do sucesso / Malcolm Gladwell ; tradução de Manuel Marques.[Alfragide]: Dom Quixote, 2008.- 307 p.; 24 cm. PSI/COGN GLD*OUT

MYERS, David G. Intuition: its powers and perils / David G. Myers. - New Haven: Yale University, 2004.- X, 322 p. PSI/COGN MYR*INT


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