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Intervenção psicológica na infância
“A
psicoterapia com crianças é talvez mais complexa do que a psicoterapia com adultos dado os múltiplos sistemas com os quais a criança interage: a família, a escola, os grupos de pares e os grupos recreativos, a justiça, o sistema de saúde, a segurança social. As intervenções podem ir de uma abordagem individual a uma abordagem em equipa e, muitas vezes, inclui a família como parceiro ativo na tomada de decisão e no processo de intervenção. Hoje em dia a noção estereotipada de terapia infantil como um processo individual que ocorre numa sala de consulta já não é atual (Fauber & Long, 1991). Cada vez mais o papel do terapeuta é enquadrado numa rede de parcerias que trabalham em conjunto na prevenção e remediação dos problemas das crianças e dos adolescentes (Callias, Miller, Lane, & Lanyado, 1992). Em contraste com a terapia de adultos, a terapia infantil geralmente exige diferentes papéis do terapeuta, que deve mudar de forma competente a sua postura para ir ao encontro das necessidades da criança, bem como das pessoas significativas nas suas vidas. Deste modo, num dado momento o terapeuta pode estar intensamente envolvido num jogo representativo dos conflitos internos da criança; noutro momento, pode estar a discutir com os pais o último problema surgido em casa ou a atender chamadas do psicólogo da escola ou do professor (Coonerty, 1993). O termo psicoterapia infantil inclui uma gama de intervenções para a mudança psicológica e comportamental. Para além da necessidade de responder às pessoas significativas na vida da criança, o terapeuta também tem o papel de estabelecer limites, ser educador ou mediador, com a mesma criança com quem se envolve intensamente na terapia. As intervenções podem incluir: a) a criançaadolescente (individual, grupal, terapia pelo jogo, intervenções comportamentais e cognitivas, treino de competências; b) os pais (aconselhamento e educação/formação; c) os familiares (terapia familiar e sistémica, apoio ou fortalecimento da família; e d) a escola e a comunidade.” SÁ, Isabel (2005). Características da terapia com crianças e adolescentes: implicações para a prática clínica. Psicologia: Teoria, investigação e prática. 10(1), 5-18.
Mostra bibliográfica / 05.2017