Investigação qualitativa em Educação biblioteca “Nas Ciências da Educação, o impacto e a difusão de métodos qualitativos em um escala maior ocorreu somente entre as décadas de 1950 e 1970 na Inglaterra, França e nos Estados Unidos, e, na Alemanha, a partir de meados da década de 1960. Deste então foram desenvolvidos diferentes métodos de análise de dados qualitativos; outros foram remodelados e de uma base teórica mais ampla e mais profunda (cf. Denzin & Lincoln, 2006; Flick, Kardorff & Steinke, 2004). Ao mesmo tempo, a dicotomia entre abordagens quantitativas e qualitativas sofreu uma retração em função de uma maior diferenciação e diversificação de ambos os paradigmas, o que levou também a extensos debates sobre ética na pesquisa (…) e sobre a qualidade das investigações científicas (…). A (re)introdução de métodos qualitativos nas diferentes nações sobretudo a partir da década de 1970, foi impulsionada principalmente pela grande expansão dos processos e instituições educacionais e, consequentemente, pela necessidade de outras formas de avaliação e mensuração de resultados (…). Por outro lado, a disseminação singular de determinados métodos de pesquisa e dos principais campos de investigação depende da importância local de temas e linhas de pesquisa, bem como de tradições nacionais de pesquisa em Educação, Sociologia, Psicologia e, principalmente, em Antropologia.(…) De acordo com Krüger (2010), bem como Gatti e André (2010), as principais abordagens qualitativas utilizadas atualmente nas pesquisas educacionais podem ser diferenciadas em três tipos: etnografia, história oral e análise biográfica, análises integracionistas e análise de discurso.(…) Finalmente, cabe ressaltar que no campo da Educação as abordagens qualitativas não são relevantes apenas no desenvolvimento de pesquisas e teorias ou na avaliação de programas e políticas educacionais, mas também no processo de ensino/ aprendizagem e durante a formação de futuros profissionais que irão atuar no campo da Educação. Como bem aponta Riemann (2010), o trabalho etnográfico pode promover uma reflexão sobre a própria prática pedagógica e, ao mesmo tempo, contribuir para o aperfeiçoamento do discurso cooperativo e colegial dos estudantes, sobre paradoxos e problemas relacionados a diferentes áreas do trabalho pedagógico e educacional. WELLER, W. & PFAFF, N.(orgs.) (2010). Metodologias da pesquisa qualitativa em educação: teoria e prática. Petrópolis: Vozes, pp. 15-17
Mostra bibliográfica / 09.2017