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Sugestão de Leitura
~ Psicologia
ORIANS, Gordon H. - Snakes, sunrises, and Shakespeare : how evolution shapes our loves and fears / Gordon H. Orians. - Chicago : University of Chicago Press, 2014. 221 p. : il.
Revisão e Arranjo gráfico Tatiana Sanches, Divisão de Documentação imagem Microsoft
Sugestão de Leitura—Psicologia Uma iniciativa da Divisão de Documentação Novembro de 2015 Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação Faculdade de Psicologia | Instituto de Educação
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Se avistarmos uma cobra, se calhar arrepiamo-nos. Se escutarmos uma sinfonia, suspiramos. Um passeio num parque pode dar-nos prazer e conforto. Mas porquê? No seu novo livro Snakes, Sunrises, and Shakespeare, Gordon Orians, professor emérito de biologia na Universidade de Washington em Seattle, analisa o modo como a evolução tem moldado as nossas respostas emocionais ao ambiente e uns aos outros. Aqui vão uns exemplos do que podemos encontrar nestas páginas: Monstros debaixo da cama A maioria dos primatas na savana dorme nas árvores; também os nossos antepassados. As fêmeas tinham maior probabilidade de dormir nas árvores do que os machos – eram mais leves e mais ágeis do que eles, mas em contrapartida eram também mais pequenas e mais vulneráveis aos predadores. Assim sendo, elas tinham de estar particularmente atentas a ataques vindo de baixo. Eles, por sua vez, ao dormir no chão, tinham de estar mais atentos a ataques vindos dos lados. Quando os meninos e as meninas de 3 ou 4 anos têm medo da noite, eles têm mais medo do perigo vindo de um lado – o bicho papão dentro do armário! – enquanto elas têm mais medo de alguma coisa que se esconda debaixo da cama. O símio musical Charles Darwin propôs inicialmente que a comunicação vocal em geral, e a música em particular, se tenham desenvolvido como resultado da seleção sexual. E parece que ele tinha razão! As fêmeas de algumas espécies de aves sentem-se mais fortemente atraídas por machos com um repertório musical maior. É provável que nas baleias jubarte a sua elaboração musical também seja favorecida pela seleção sexual. Porque é que as fêmeas hão de prestar atenção? A aprendizagem e produção de músicas requer um sistema nervoso especializado que se desenvolve quando o indivíduo está a crescer rapidamente, numa altura em que muitos outros sistemas fisiológicos e anatómicos têm de competir por um aporte limitado de energia. Assim, uma ave macho, que cante energicamente e bem, mostra o quanto é saudável e está em boa forma. Uma cobra na relva Os nossos antepassados teriam beneficiado da capacidade de detetar predadores escondidos e estáticos vislumbrando apenas pequenas partes dos mesmos. Os padrões tecelados são raros na natureza mas comuns nas cobras. No entanto, as células do sistema visual dos mamíferos são altamente estimuladas por estes padrões. O sistema deteta prontamente padrões escama com a visão periférica, com a qual temos maior probabilidade de avistar uma cobra. O sistema nervoso responde seletivamente a ângulos e arestas, características que aumentam a nossa capacidade de detetar cobras contra um plano de fundo durante o dia. O nosso módulo ner-
Sugestão de Leitura voso do medo aumenta a nossa capacidade de detetar cobras imóveis, mesmo quando não temos consciência de as ter visto. Bebe suavemente Todas as sociedades humanas já descobriram os benefícios médicos e psicológicos do álcool. Outros animais também se sentem atraídos pelo álcool. Ao comerem fruta madura e a apodrecer, inevitavelmente os vertebrados ingerem álcool. Orangotangos e elefantes viajam muitos quilómetros para encontrar frutos fermentados. A hipótese do ‘macaco embriagado’, de Robert Dudley, sugere que uma forte atração ao cheiro e sabor do álcool ajuda os animais a encontrarem fruta madura. Os frutos excessivamente maduros que caíram ao chão poderão ter concentrações de etanol até 4%. No entanto, em contexto laboratorial, se lhes dermos a escolher, os animais habitualmente preferem frutos com menos etanol. É que embriagar-se num mundo cheio de predadores não é grande ideia. Analisando as nossas preferências estéticas por paisagens, sons, cheiros, plantas, e animais sob perspetivas biológicas que vão desde Darwin à atual neurociência, esta obra transforma o modo como encaramos a nossa experiência do mundo natural e o modo como nos relacionamos uns com os outros. Recensão preparada por Sofia Coelho, com base em: http://conservationmagazine.org/2014/03/evolution-shapes-loves-fears/ http://snakes-sunrises-and-shakespeare.com/
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