02 Recensão PSI 2023

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Freitas, J. C. T. (2021). Empatia como fonte de paz ou guerra? : educando para uma empatia universal. Instituto Empatizar

MOT/EMO FRT*EMP Ex. 1

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2023 Psicologia
Sugestão de leitura fev’

Sugestão de leitura fev’ 2023

Freitas, J. C. T. (2021). Empatia como fonte de paz ou guerra? : educando para uma empatia universal. Instituto Empatizar.

MOT/EMO FRT*EMP Ex. 1

A evolução tecnológica que vivenciamos nos últimos trinta anos transformou praticamente todos os aspetos da vida. O mundo diminuiu de tamanho e temos acesso a um sem número de informações e pessoas, não levando em consideração os limites impostos por tempo e espaço. Esse amplo acesso a pessoas espalhadas ao redor do mundo fornece uma oportunidade única de conhecermos novos pontos de vista, novas maneiras de viver e de encarar a vida. Nunca tivemos uma oportunidade tão ampla de conhecer o diferente na história da humanidade.

Essa exposição ao diferente também trouxe muito medo. Muitas vezes sentimo-nos ameaçados por conceitos tão diferentes. É natural que haja uma reação contrária, uma busca por reforçar suas próprias crenças e combater aquilo que não se conhece bem. E este parece ser o grande desafio para construirmos uma cidadania global, na qual possamos dialogar e aprender com o outro sem termos que abandonar nossas crenças.

Nas últimas décadas, vimos um grande movimento de aproximação entre nações e a busca por uma cidadania mais plena. Porém, mesmo considerando nações com realidades próximas, as diferenças ainda causam muito transtorno e percebemos movimentos extremistas no sentido de alguns países isolarem-se dos demais a fim de defenderem um estilo de vida que aprenderam com os seus pais. Parece que só venceremos esses limites culturais que dificultam uma humanidade mais plena e menos violenta quando aprendermos a escutar atentamente o outro, prestar atenção às suas vivências e às muitas lições que podemos aprender.

Por isso a empatia se tem tornado numa competência tão citada e estudada. Desenvolver a capacidade de prestar atenção ao outro e tentar compreender a sua realidade externa e interna, sem agressões ou preconceitos, parece ser o único caminho para realizarmos a visão de um mundo melhor, visão esta compartilhada por todos os grandes mestres da humanidade.

Obviamente, os desafios são enormes! Existem muitos interesses em manter as coisas como estão. Muitos interesses em que não escutemos o outro e o vejamos como inimigo. Mas se as grandes misérias da humanidade realmente nos tocam, se desejamos profundamente um mundo melhor, não podemos fugir desse compromisso por uma humanidade superior, construída a partir das experiências de todos nós.

Não, a empatia não é a solução de todos os problemas. A empatia não é lúdica, não é um instrumento mágico que, quando tocado, acaba com todo o egoísmo e transforma inimigos em grandes companheiros. É necessário compreender a empatia de uma maneira mais ampla e menos romantizada e desenvolver uma nova empatia, uma empatia universal! Essa é a proposta do presente livro, que oferece uma base conceptual ampla sobre o tema e uma diversidade de práticas didáticas para que os educadores possam aplicar nas suas turmas.

Provavelmente, a empatia é somente mais um dos nossos processos internos, desenvolvidos com a finalidade egoísta de manutenção da espécie por meio dos nossos genes. Talvez a empatia tenha provocado mais guerras do que inspirado a paz. E mesmo frente a essas possibilidades, ainda assim, a empatia parece ser o melhor caminho, senão o único, com o qual a humanidade pode contar para sair do enorme buraco no qual se enfiou. Um buraco cavado centímetro a centímetro pelas nossas escolhas, baseadas no anseio humano por diminuir os perigos, perpetuar-se como espécie e dominar o ambiente. Pulsões naturais de qualquer animal.

A empatia, apesar de ser herdeira de tantos limites, fornece a fagulha para relacionamentos saudáveis, para o respeito ao outro, para um convívio de paz e para a construção da ética. Mas essa empatia também necessita ser mudada e desenvolver-se frente à diversidade. Precisa deixar de ser uma empatia seletiva, baseada no medo.

Sabemos o quanto o processo educativo é complexo e demanda um enorme esforço para ser atualizado e se alinhar às necessidades atuais. Já existem inúmeras iniciativas ao redor do globo, no sentido de introduzir valores mais amplos e permitir que jovens cresçam de uma maneira mais integral e feliz. Muitas delas estão isoladas e, por vezes, apesar de toda a boa vontade dos professores, carecem de uma base conceptual sólida e de práticas de referência no desenvolvimento das competências necessárias.

Divisão de Documentação

(Baseada em excertos do livro e no site do editor)

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