Science & Solutions #32 Suínos (Português)

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Número 32 • Suínos

Endotoxinas um Perigo Oculto Maior produção de leite da porca melhora a performance dos leitões

Qual é o problema dos meus suínos? Photo: fotostorm

Photo: royaltystockphoto

Uma revista da

Parte 5: Prolapso retal


Editorial Nunca é demais lembrar Quando se verifica uma persistência dos baixos preços da carne de porco, os produtores recorrem prontamente à contenção de custos, focando-se nos custos com a nutrição. O custo da ração representa cerca de 70% do custo total de produção. Como os aditivos para ração têm o mais elevado custo por peso de produto, à primeira vista, restringir a utilização de aditivos para ração parece ser uma estratégia óbvia. Mas é a correta? Não. O erro comum consiste em calcular as despesas com aditivos para ração sem se considerar os vários benefícios. Quando escolhidos e implementados sensatamente, estes aditivos podem manter a saúde, promover o crescimento, melhorar a eficiência da ração e, finalmente, melhorar a rentabilidade. Mesmo com preços baixos, geralmente verifica-se um retorno do investimento que justifica o custo. Além disso, a retirada de um aditivo pode representar uma ameaça para o bem-estar animal, por exemplo, ao permitir o desenvolvimento de agentes patogênicos. Uma carga de agentes patogênicos mais elevada e mais problemas de saúde podem comprometer o desempenho, pioram a rentabilidade da produção animal.. Neste número da Science & Solutions, abordamos temas como a ameaça oculta das endotoxinas, seus efeitos negativos nos animais e humanos, e sugestões para mitigação do risco. Em seguida, focamos em um problema fundamental para a produção de suínos — a produção de leite — que pode limitar o crescimento da leitegada. Demonstramos o benefícios que o Digestarom® — um aditivo para ração fitogênico — pode acarretar em termos de produção do leite e controle dos agentes patogênicos. Por fim, este número apresenta a quinta parte da série de diagnóstico diferencial, abrangendo desta vez o prolapso retal multifatorial. Aprecie a leitura e não se esqueça: Desbloqueie os lucros ocultos!

Kostantinos SARANTIS Diretor Técnico de Vendas, Suínos

Science & Solutions • Número 32


Photo: Henrik Jonsson

Índice

Os perigos ocultos dos lipopolissacarídeos

2

As endotoxinas representam para os suínos um risco grave e, muitas vezes, ignorado. Segue-se uma lista de vários métodos para limitar os respectivos impactos negativos. Por Diego Padoan, DVM

Maior produção de leite para um melhor desempenho dos suínos

6

Conseguir um melhor desempenho dos leitões começa por uma produção de leite em maior quantidade e de melhor qualidade. Os aditivos fitogênicos podem ajudar nos dois casos. Por Richard Markus, PhD e Christine Hunger, PhD

Cut & Keep

Checklist

Qual é o problema dos meus suínos?

Parte 5: Prolapso retal

9

Uma lista de verificação útil para diagnóstico de sintomas, causas e soluções. Science & Solutions é uma publicação mensal da BIOMIN Holding GmbH, distribuída gratuitamente aos nossos clientes e parceiros. Em cada número, Science & Solutions apresenta temas sobre os mais recentes conhecimentos científicos em nutrição e saúde animal com destaque especial para uma espécie (aves, suínos ou ruminantes) em cada trimestre. ISSN:2309-5954 Se desejar obter uma cópia digital e mais informações, visite: http://magazine.biomin.net Se desejar obter cópias de artigos ou assinar Science & Solutions, contate-nos no e-mail: magazine@biomin.net Editora-chefe: Ryan Hines Colaboradores: Christine Hunger, Richard Markus, Diego Padoan, Kostantinos Sarantis, Simone Schaumberger Marketing: Herbert Kneissl Gráficos: Reinhold Gallbrunner Pesquisa: Franz Waxenecker, Ursula Hofstetter, Paolo Doncecchi Editora: Biomin Holding GmbH Erber Campus 1, 3131 Getzersdorf, Austria Tel: +43 2782 8030 www.biomin.net Impresso na Áustria por: Johann Sandler GesmbH & Co KG Impresso em papel ecológico: Austrian Ecolabel (Österreichisches Umweltzeichen) ©Copyright 2016, BIOMIN Holding GmbH Todos os direitos reservados. Nenhuma parte da presente publicação pode ser reproduzida sob qualquer forma para fins comerciais sem a autorização escrita do detentor dos direitos autorais, exceto em conformidade com as disposições da Copyright, Designs and Patents Act 1998 [Lei relativa aos Direitos Autorais, Desenhos e Patentes de 1998]. Todas as fotografias incluídas na presente publicação são propriedade de BIOMIN Holding GmbH ou foram usadas sob licença.

Uma revista da BIOMIN

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Os perigos ocultos dos lipopolissacarídeos Por Diego

Padoan DVM, Diretor Técnico de Vendas, Suínos, BIOMIN, EMEA

Os lipopolissacarídeos representam para os suínos um risco grave e, muitas vezes, ignorado. Várias sugestões podem ajudar a limitar os impactos negativos.

2

Science & Solutions • Número 32


Figure 1. Diagrama de um lipopolissacarídeo

Glicolipídeo nuclear Cadeia de polissacarídeos O-específicos

lipídeo A n

Subunidade de oligossacarídeos O-específicos

(exterior)

(interior)

oligossacarídeo nuclear

Fonte: BIOMIN

O

s lipopolissacarídeos (LPS) constituem até 75 % da estrutura da parede celular das bactérias gram-negativas, estando presentes numa média de 2x106 moléculas de LPS/ parede celular bacteriana. As LPS são um pré-requisito para a viabilidade bacteriana; servem de potencial barreira para os antimicrobianos na membrana externa de bactérias gram-negativas. A Figura 1 ilustra a estrutura de um lipopolissacarídeo com uma parte de lípideo pirogênico embebido na parede bacteriana, um oligossacarídeo nuclear interno e externo e uma cadeia de polissacarídeo de antígeno O. Também chamados de endotoxinas, os lipopolissacarídeos são liberados na replicação bacteriana ou morte (lise). Estão presentes em todo o ambiente, incluindo no chão, no ar, na água e no trato gastrointestinal. Os suínos são continuamente expostos aos LPS ao longo das suas vidas. Em animais saudáveis, o intestino e outros epitélios, como a pele ou os pulmões, representam uma barreira eficaz que impede a sua passagem para o fluxo sanguíneo. Contudo, depois de lá estarem, as endotoxinas podem potencializar fortes respostas imunitárias,

despertando os sistemas imunitários e prejudicando o desempenho. Uma resposta imunitária muito pronunciada pode provocar choque séptico. Nos suínos, sabe-se que as endotoxinas provocam aumentos da temperatura do corpo de 1 °C a 1,5 °C, dependendo da dose, reduzidos níveis de atividade/ movimento, menor ingestão de alimento e anorexia grave. Há relatos de vômitos mais frequentes e salivação.

Efeitos no intestino O intestino -é a primeira linha de defesa contra as endotoxinas e, se comprometido através da nutrição, estresse ou estado metabólico, pode resultar em um aumento da permeabilidade intestinal e maior absorção de endotoxinas para corrente sanguinea. Por exemplo, o estresse provocado pelo calor aumenta a permeabilidade intestinal. As LPS podem ser absorvidas pelo epitélio intestinal para a circulação geral através da via paracelular ou transcelular, sendo a primeira a mais frequente. O transporte transcelular ocorre através de endocitose mediada pelo receptor ou permeação assistida micelar de gordura da dieta (Figura 2).

Figure 2. Enterócitos com tight junctions estreitas e estrutura de suporte de filamentos de actina

u

LBP ligada com endotoxina

u

Lúmen

2

Submucosa

u u

u 1

uu

u

CD 14

MD 2

Mucosa

u

u

u TLR 4 T J

Contração TJ Célula epitelial

4

u

u

Endotoxina

3

TLR 4 em balsa lipídica

Bactéria G - ve

5

Ativação do sistema imunitário

Célula enteroendócrina

6

 Secreção dos peptídeos da saciedade

Fonte: Mani et al, 2013

Uma revista da BIOMIN

3


Os perigos ocultos dos lipopolissacarídeos

Identificou-se recentemente um efeito sinérgico entre o deoxinivalenol e os lipopolissacarídeos

Tabela 3. Maior inflamação e menor crescimento Os processos de inflamação no trato intestinal são dispendiosos Lipopolissacarídeos Endotoxinas, LPS)

= estímulo inflamatório

IL-1ß and PGE2 (Fatores de reações inflamatórias)

= escala da inflamação

Cortisol (Fator catabólico, imunossupressor)

= reação do corpo à carga

IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina de tipo 1, mediador do crescimento)

= escala de possível crescimento

Marcadores de inflamação medidos no sangue

- LPS

+ LPS

IL-1ß

32

114

PGE2

490

1.285

Cortisol

55

206

IGF-1

182

101

Ganho de peso diário (d 14-28) (g/d)

604

525

Ingestão diária de ração d (14-28) (g/d)

962

838

Conversão alimentar d (14-28)

1.59

1.59

Fonte: Lieu et al., 2003

Efeitos negativos Os LPS são transportados no sangue pela proteína ligadora de LPS (LPB) no lúmen, sintetizada no fígado e nas células epiteliais do intestino como reagente de fase aguda, em menor nível transportada pelas albuminas nas células; depois de ligada, consegue ativar o receptor específico TLR4 e iniciar a cascata quinase e o complexo do fator de transcrição de NF-KB; deste modo, várias centenas de genes são transcritos para iniciar a resposta inflamatória. Assim que entram para o fluxo sanguíneo, as endotoxinas são transportadas para o fígado através da veia porta, onde ocorre uma parte importante do processo de desintoxicação. Se a quantidade de endotoxina que entra para o trato gastrointestinal ultrapassar a capacidade de desintoxicação do fígado, ocorre endotoxemia. As endotoxinas provocam cascata inflamatória, que aumenta os requirimentos de energia para manutenção dos suínos (devido à febre) que, associada a uma ingestão

4

reduzida de alimento, resulta em menos energia disponível para o crescimento. Um estudo de investigação concluiu que os leitões desafiados com LPS apresentavam um ganho de peso diário 13 % inferior (Tabela 3) em comparação com o grupo de controle. As endotoxinas também prejudicam a conversão alimentar. Um estudo recente a desafios comuns em explorações de suinocultura revelou uma redução da ingestão de ração de 3% devido a infecções parasíticas, 4,1% devido a más condições de ambiência, 10,2% devido a infecções bacterianas digestivas, 17,3 % devido a doenças respiratórias, 25,2 % devido a micotoxicoses (doenças induzidas por micotoxinas) e 26,8 % devido a lipopolissacarídeos.

Ambiente e exposição a endotoxinas Embora a principal via de exposição a lipopolissacarídeos no setor da suinocultura seja o trato gastrointestinal, a concentração de endotoxinas no ar e nas poeiras não deve ser ignorada - as endotoxinas são um componente importante das poeiras biológicas. Os níveis de endotoxinas no ar são um aspecto importante para os animais e para os trabalhadores. Um estudo realizado em galpões de produção de suínos registrou concentrações de lipopolissacarídeos no ar entre 40,4 e 1144 nanogramas por metro cúbico de ar (Tabela 1). Isso reforça a importância de um bom gerenciamento relativo à higiene e aos níveis de poeiras nas instalações, e de medidas específicas para proteção dos trabalhadores, como por exemplo, o uso de máscara de respiração. Tabela 1. Contaminação total do ar com endotoxinas em explorações de suinocultura, amostragem estacionária País

Número de amostras

Canadá

46

Média ng/m3 1144

Gama ng/m3 43.8-4131

Países Baixos

168

130

31-343

Canadá

8

40.4

21.5-56.9

EUA

54

200

Europa

110

52.3-186.5

Europa

64

338.9-860.4

Fonte: Øyvind Omland, 2002

Science & Solutions • Número 32


Diego Padoan

Agravamento da exposição a endotoxinas O principal processo de desintoxicação de LPS realiza-se através da lipase presente nos macrófagos, células dendríticas, neutrófilos, células do fígado e células do ducto cortical. A fosfatase alcalina intestinal, ou IAP, consiste em uma enzima que está na borda em escova e que desintoxica diretamente os lipopolissacarídeos. A IAP é modulada pela presença de ácidos graxos saturados ou não saturados na dieta, sendo que os saturados aumentam a presenla da IAP.. As dietas altamente calóricas e com elevado teor de gordura aumentam as concentrações de endotoxinas no soro e induzem a inflamação intestinal aguda de baixo nível. A inanição, o estresse ou a doença podem diminuir a expressão da IAP — particularmente nos leitões com desmame precoce — e resultam numa elevada expressão de citocinas pró-inflamatórias.

Potencializadores das micotoxinas Os lipopolissacarídeos conseguem aumentar a sensibilidade dos leitões ao deoxinivalenol, uma importante micotoxina que pode causar recusa do alimento, vômitos, diarreia, deformidades nas patas traseiras e diminuição da função imunitária. Foi recentemente descoberto um efeito sinérgico entre o deoxinivalenol e os lipopolissacarídeos na indução de citocinas pró-inflamatórias TNF-α e IL-1β nos macrófagos alveolares porcinos. As endotoxinas reduziram a dose mínima de deoxinivalenol necessária para induzir a resposta das citocinas, aumentaram os seus efeitos tóxicos, aumentaram a sensibilidade do organismo à toxina e Tablela 2. Sugestões para reduzir o risco de endotoxinas 1. Evitar a introdução de agentes patogênicos através de uma sólida biossegurança 2. Reduzir a proliferação de microorganismo que aumentam a permeabilidade intestinal tais como Pasteurella, Haemophilus, E. coli, Salmonella, Brachyspira, Lawsonia, etc. 3. Disponibilizar uma nutrição adequada, equilibrando adequadamente a proteína e a energia (gorduras) 4. Evitar o jejum após o desmame 5. Evitar a contaminação com micotoxinas 6. Utilizar um desativador de endotoxinas e micotoxinas eficaz

Uma revista da BIOMIN

A potencial presença de endotoxinas no ar reforça a importância de um bom gerenciamento relativo à higiene e aos níveis de poeiras nas explorações, e de medidas específicas para proteção dos trabalhadores, por exemplo, uso de máscara de respiração.

Figura 4. O Mycofix® combate as endotoxinas em doses reduzidas 100 90 % de endotoxina ligada

Photo: haveseen

DIRETOR TÉCNICO DE VENDAS, SUÍNOS, BIOMIN, EMA

80 70 60 50

99.46

99.85

40

91.01

100

100 75.33

30 20 10 0

0.1%

0.05%

0.025%

Concentração de produto n Mycofix® n Polimixina B como controle Fonte: BIOMIN

aumentaram os efeitos mesmo em baixas concentrações.

Tratamento A biossegurança e a higiene podem ajudar bastante a diminuir o desafio dos lipopolissacarídeos nas instalações dos animais, associados à consciência de que está sempre presente uma certa quantidade de endotoxina. Alguns comportamentos saudáveis podem ajudar bastante a reduzir o risco de desafio das endotoxinas na instalação (Tabela 2). Além disso, a utilização de um aditivo de ração selecionado que disponibilize proteção contra endotoxinas pode ajudar a mitigar os riscos de um desafio de lipopolissacarídeos. O Mycofix® consiste numa multiestratégia para desativar micotoxinas e endotoxinas que recorre a adsorção como modo de ação para ligar eficazmente e impedir a entrada das endotoxinas para o fluxo sanguíneo, mitigando o risco para os animais. A Figura 4 revela que até mesmo em doses reduzidas, o Mycofix® consegue adsorver eficientemente ou ligar uma porcentagem considerável de endotoxinas no lúmen do intestino, diminuindo bastante a sua passagem para o fluxo sanguíneo. Outra investigação demonstrou que este modo de ação é eficaz mesmo na presença de micotoxinas adsorvíveis, tais como as aflatoxinas.

5


Maior produção de leite para um melhor desempenho da leitegada Por Richard

Markus, Assistente do Diretor de Desenvolvimento e Christine Hunger, Gerente de Produto, Fitogênicos

Conseguir um melhor desempenho dos leitões começa por uma produção de leite em maior quantidade e de melhor qualidade. Os aditivos fitogênicos podem ajudar nos dois casos.

6

Science & Solutions • Número 32


Os fitogênicos melhoram a qualidade e a quantidade do leite Os aditivos fitogênicos (PFA) são aditivos funcionais derivados de ervas, especiarias, óleos essenciais e respectivos extratos. Visto que os fitogênicos melhoram a palatabilidade e a digestibilidade da dieta, podem suportar o uma melhora na produção de leite e reprodução das porcas através de um aumento no consumo de de ração e melhor condição corporal. A Figura 1 ilustra como o Digestarom® — um aditivo fitogênico para rações — reduz a perda de peso das porcas durante a lactação. Esta melhoria na condição corporal resulta em parte de uma melhor digestibilidade da proteína, conforme indicado por um menor teor de ureia no leite na Figura 2.

Enfrentar maiores exigências de reprodução No geral, na produção de suínos têm Tabela 1. Sugestões para a produção do leite das porcas Ingestão de água correta Manter uma temperatura adequada Manter a condição corporal Suportar a ingestão de ração Tratar a inflamação (perda de energia) Utilizar Digestarom®

Uma revista da BIOMIN

Figura 1. O Digestarom® reduz a perda de peso durante a lactação 20,0 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0

16.39b 13.45a

n Controle n Digestarom® Perda de peso durante a lactação (kg)

a, b

p < 0.05

Fonte: Universidade Khon Kaen, Tailândia, 2008 (Ensaio 286)

Figura 2. Teor de ureia inferior no leite da porca com Digestarom® 60 Teor de ureia (mg/100 ml)

A

tualmente, as porcas com genética e nutrição adequadas podem produzir aproximadamente 10 a 12 quilogramas de leite por dia. A taxa de crescimento dos leitões durante o período pré-desmame depende consideravelmente da quantidade e da qualidade do leite produzido. A nutrição das porcas durante a gestação e a lactação influenciam no desenvolvimento da leitegada , com um impacto direto na saúde do animal e na rentabilidade do produtor. Até 30 % das mortes precoces de leitões podem ser atribuídos a uma nutrição inadequada que se pode dever a uma baixa produção de leite da porca. Para maximizar a produção de leite nas porcas, é necessário levar em consideração diversos fatores. A Tabela 1 fornece várias sugestões para este fim.

55

s

50

l

45

s

s

l

l

Dia 7

Dia 14

l s

40 35

Parto

Dia 2

s Controle l Digestarom® Fonte: Slov. Center of Agriculture, Nitra, 2007

aumentado o número de leitões nascidos por porca e são desmamados leitagadas maiores e com leitão mais pesado. Com o maior tamanho da leitegada e com prolongamento do período de lactação para cerca de 21 a 28 dias, a produção de leite deve aumentar para dar resposta a esta crescente exigência. Estudos revelaram com frequência que a perda de peso das porcas tem um efeito negativo nos futuros resultados da lactação, como o tamanho da leitega. Além disso, espera-se que as porcas com baixas taxas de partos ganhem peso e cresçam durante os dois primeiros partos. É importante manter a condição corporal da porca no desmame, uma vez que influencia o intervalo de tempo entre o desmame e o retorno ao cio, o número de serviços por concepção e o tamanho da leitegada subsequente. Além

A taxa de crescimento dos leitões durante o período prédesmame depende consideravelmente da quantidade e da qualidade do leite da porca. 7


Maior produção de leite da porca para um melhor desempenho dos leitões

Figura 3. Digestarom® melhora a produção de leite

Figura 4. Qualidade do leite melhorada

Temperatura

Produção de leite diária* por porca (L)

Fonte: Universidade Khon Kaen, Tailândia, 2008 (Ensaio 286)

teriam sido aplicados no desempenho. Outros investigadores estimaram que o custo em nutrientes de processos inflamatórios contínuos de 1,3 vezes o da manutenção ou um custo diário de 0,27 g de proteína ideal por kg de peso corporal. As propriedades antimicrobianas e anti-inflamatórias dos fitogênicos podem reduzir a inflamação no trato gastrointestinal (GIT). A contagem de células somáticas pode proporcionar uma indicação do nível de atividade dos processos inflamatórios nos tecidos mamários. A Figura 4 ilustra que as porcas alimentadas com Digestarom® apresentaram uma contagem de células somáticas inferior — qualidade do leite melhorada — por um período de duas semanas.

14,0 11,7a

12,0

10,17

b

10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 a, b

0,0

p < 0.05

n Digestarom®

n Controle *

Contagem de células somáticas (1000/ml de leite)

calculado a partir do ganho de peso diário médio do leitão (assumiu-se que cada grama de peso ganho represente 4 g de leite) x nº de leitões de cada leitegada

4000 s

3500 3000

l

2500 2000

s l

1500 1000

l s

500 0

Parto

Dia 2

Dia 7

s l Dia 14

s Controle l Digestarom® Fonte: Slov. Center of Agriculture, Nitra, 2007

disso, a condição corporal da porca na fase inicial da gestação também tem um impacto na variabilidade do peso dos leitões no parto. O sucesso do Digestarom® na melhoria da produção diária de leite por porca é ilustrado na Figura 3.

Enfrentando a inflamação A perda econômica resultante de uma menor ingestão de ração, a diminuição da digestibilidade dos nutrientes e a elevada exigência de energia dos processos inflamatórios resultantes de diferentes doenças podem diminuir o desempenho das porcas. Um estudo apresentou uma perda de produtividade de 10 % devido a utilização de nutrientes durante uma resposta imunitária de fase aguda: recursos que de outro modo

8

As porcas em lactação criadas em ambientes com altas temperaturas reduzem a ingestão de ração na tentativa de regular a produção de calor, perdendo assim mais peso durante a lactação. Com uma temperatura de conforto (Tc) de cerca de 15 graus euma temperatura ambiente de 25 °C (temperatura crítica efetiva para porcas em lactação) reduzirá em 2 kg a ingestão de ração de uma porca de 200 kg em lactação. De acordo com relatórios, cada aumento de 1 °C na temperatura ambiente acima de 20 °C diminuiu a ingestão de ração diária em 0,17 kg. (Para mais informações sobre como contornar o estresse provocado pelo calor através da nutrição, consulte o número 20 da Science & Solutions).

Ingestão de água A água é um elemento importante da alimentação dos animais porque, por um lado, é utilizada para excretar os resíduos do metabolismo através da urina e, por outro lado, é necessária para o crescimento, digestão e produção de leite, visto tratar-se de um dos principais componentes do leite. A ingestão de água pode ser muito baixa (10 litros/dia) em algumas porcas durante as primeiras 24 horas após o parto. Após este período de transição, a ingestão de água aumenta gradualmente até aos 20 a 35 litros por dia durante a lactação. Um aumento da ingestão de água pode reduzir a perda de peso corporal relativa das porcas e está positivamente relacionado com o peso no desmame dos leitões.

Science & Solutions • Número 32


Cut & Keep

Checklist

Qual é o problema dos meus suínos? Parte 5: Prolapso retal

O prolapso retal pode parecer inofensivo, mas pode ter um sério impacto na saúde do animal. Ele pode impedir a eliminação dos metabólitos produzidos durante o processo digestivo, provocar dor, incentivar mordidas por outros animais - provocando infecções e até mesmo bacteremia - e, se não for tratado, pode causar necrose.

A

última parte do intestino, o reto, tem uma enorme capacidade de absorção não seletiva, o que significa que se a eliminação não ocorrer com regularidade, juntamente com a água, diversas toxinas podem entrar para o fluxo sanguíneo causando intoxicação., sobrecarregando o fígado e desconforto. O prolapso retal pode ter várias causas, sendo a mais comum prisão de ventre com fezes de difícil liberação que aderem às paredes intestinais, fazendo com que o esforço para as eliminar culmine na projeção do último segmento do reto para o exterior do ânus. Do mesmo modo, tal pode acontecer quando os porcos tossem, visto que o súbito aumento da pressão interior pode provocar protrusão. Também pode ocorrer em situações de superlotação em que os animais pisam nas barrigas uns dos outros. A diarreia genérica, tal como enterocolite e alguns vermes intestinais, também pode provocar prolapso. Uma causa mais específica pode ser estenose do esfíncter anal, chamada de tenesmo. Menos comum é a salmonela, dois meses após a diarreia e inflamação local que afeta a última parte do trato urogenital (vaginite, ureterite, etc). Depois, ocorrem os fatores que podem causar relaxamento, impedindo que a estrutura retal permaneça in situ, sendo o fator mais comum o envelhecimento. Nos animais jovens, pode ser causado por micotoxinas tais como a zearalenona, que também apresenta efeitos de tumefação semelhantes aos dos fitoestrógenos. O tratamento mais comum consiste em isolar o animal para evitar que os outros animais o mordam e depois esperar até que o segmento protuberante sofra necrose e caia. Contudo, durante o processo, é frequente ocorrer menor ingestão de alimento, prisão de ventre e bacteremia, estando frequentemente associados a uma elevada perda de peso. O tratamento cirúrgico, incluindo cortar e costurar com uso da técnica bolsa de tabaco, requer competência técnica, é considerado dispendioso e nem sempre permite uma recuperação completa. Portanto, é melhor um enfoque na prevenção, fornecendo água adequada, disponibilizando fibra nas quantidades e de qualidade corretas de acordo com a fase de produção, e um tratamento imediato contra a febre. A prevenção e o tratamento das doenças do trato intestinal e urogenital, juntamente com os agentes tóxicos, são indicados na tabela.

Uma revista da BIOMIN

Lista de verificação

Ação de correção

Causa possível: MICOTOXINAS • Vulvovaginite, prolapso vaginal e/ou retal

Impedir o desenvolvimento de fungo

• Problemas reprodutivos; natimortos, deformidades das patas, reduzida dimensão da leitegada

• Adquirir matéria-prima de boa qualidade • Usar Mycofix®

• Contaminação cruzada no leite da porca Causa possível: MANEJO • Ingestão de água/prisão de ventre • Superlotação • Tosse • Transporte • Sazonalidade • Corte da cauda, mordida na cauda

• Controlar fluxo de água por minuto e pressão, bem como eficiência do bebedouro • Aumentar espaço • Controlar teor de fibras da ração, evitar súbitas alterações da dieta

• Súbitas alterações de dieta, fezes moles, ingestão de maravalha Causa possível: AGENTES PATOGÊNICOS • ELISA

• De acordo com a etiologia

• PCR • Procedimento de flutuação de amostras de fezes Causa possível: IDADE • Média da idade das porcas

• Taxa de substituição

• Número de partos Causa possível:: GENÉTICA • Controle do efeito da heterose • Evitar consumo excessivo/excesso de alimento/ excesso de ração

• Debater com a empresa de genética

Causa possível: NUTRIÇÃO • Verificar teor de fibras e fontes de fibras • Níveis muito elevados de cevada (ß-glucanase) • Granulometria da dieta Controle da ingestão de ração • Elevados níveis de sódio ou potássio

• Verificar formulação e granulometria da ração

Bibliografia disponível se solicitada

Para mais informações, visite www.mycotoxins.info ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE: Esta tabela inclui conselhos gerais sobre os assuntos relacionados a suínos que afetam com maior frequência os suínos e podem estar relacionados à presença de micotoxinas na ração. As doenças e os problemas dos suínos incluem, entre outros, os que são indicados nesta tabela. A BIOMIN não aceita qualquer responsabilidade ou responsabilização resultante ou de algum modo associada à utilização desta tabela ou de seu respectivo teor. Antes de agir com base no teor desta tabela, você deverá obter os conselhos diretamente do seu veterinário.

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