www.mundodainclusao.com.br Ano 7 - nº 55
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€ 3,70
O FIM DOS PROBLEMAS! Especialista avalia e alerta para a importância de saber minimizar os conflitos no ambiente escolar
Educação por aí...
MAIS ATIVIDADES
Escola no Reino Unido promove métodos alternativos para desenvolver alunos independentes e autoconfiantes
Entenda sua atuação na escola, com a família e no desenvolvimento individual dos alunos
SUPERDOTAÇÃO E ALTAS HABILIDADES
MAR/ABR 2017
Adapte o currículo escolar do aluno de forma que ele consiga acompanhar o mesmo ritmo dos colegas de classe
www.edminuano.com.br
VOCÊ SABE QUAL É O PAPEL DO PEDAGOGO?
Um caderno com atividades para estimular as habilidades dos alunos e organizar sua rotina de estudos
Educação Física
Guillain-Barré
Química inclusiva
Especialista conta como o esporte pode auxiliar no desempenho escolar para todas as idades
A síndrome que tem relação com o Zika vírus apresenta sintomas como alterações motoras e sensitivas
Estudantes criam uma tabela periódica em braile mundo da inclusão para garantir a inclusão 1 de alunos com deficiência visual
2 mundo da inclusão
Ê uma publicação bimestral da Editora Minuano
Editorial
A
educação inclusiva Ê um tema amplo e com muito a ser abordado. Dentro deste contexto, a revista Mundo da Inclusão se destaca
Av. MarquĂŞs de SĂŁo Vicente, 1.011 Bairro: Barra Funda / CEP: 01139-003 - SĂŁo Paulo / SP CX. Postal: 16.352 - CEP: 02515-970 Site: www.edminuano.com.br E-mail: minuano@edminuano.com.br Tel.: (0XX11) 3279-8234 DIRETOR-PRESIDENTE Nilson Luiz Festa - nilson@edminuano.com.br ASSESSORIA EXECUTIVA Natali Festa - natali@edminuano.com.br Vera LĂşcia Pereira de Morais - vera@edminuano.com.br FINANCEIRO Alexandra Testoni, Liane Bezerra e Luis Eduardo S. Marcelino RH Diego Liberato Priolo - rh@edminuano.com.br EDITORIAL Editora-chefe: Julliana Reis - julliana@edminuano.com.br Redação: Leticia Leite e Marina Sobrinho redacao@mundodainclusao.com.br Editora de arte: Bianca Ponte - bianca@edminuano.com.br Assistente de arte: Danielly Stefanie - arte@edminuano.com.br Revisora: Adriana Bonone - adriana@edminuano.com.br Colaboradores: Daniel Zappe, Danielly Stefanie, Hedeson Alves, Marcio Rodrigues e VĂtor Beltrame (Fotos); Zilanda Souza (Palavra do Especialista e ConteĂşdo PedagĂłgico); Jacir Venturi (Artigo) MARKETING Ismael Bernardino Seixas Jr - ismael@edminuano.com.br PUBLICIDADE Gerente Comercial: Denis Deli Assistente Comercial: Sheila Fidalgo - publicidade@edminuano.com.br Executivos de Conta: Bernardo Laudirlan, Jussara Baldini, Kalinka Lopes, Marco Gouveia e Stepan Tcholakian VENDAS Gerente: Marcos Rodrigues - marcosrodrigues@edminuano.com.br Gerente DepĂłsito: Joel Festa - joel@edminuano.com.br Adriana Barreto - adriana.barreto@edminuano.com.br ASSINATURAS Tel.: (0XX11) 3279-8572 assinatura@edminuano.com.br ATENDIMENTO AO CLIENTE atendimento@edminuano.com.br Paloma França e Thais Souza Tel.: (0XX11) 3279-8571 DEPARTAMENTO DE WEB Daniele Medeiros - daniele@edminuano.com.br
como uma importante ferramenta no desenvolvimento de uma
escola mais forte e capacitada para desenvolver o potencial de alunos com deficiĂŞncia. Desde o lançamento da revista, passamos por algumas reformulaçþes de conteĂşdo e de linguagem, visando sempre atender de uma forma mais efetiva as reais necessidades de nossos leitores, oferecendo propostas para elaborar aulas mais inclusivas e inteligentes, envolvendo todos os alunos, para tambĂŠm garantir a inclusĂŁo de alunos sem deficiĂŞncia no projeto da aula adaptada, realizando desta forma a real inclusĂŁo educacional. Por isso, nesta edição, apresentamos uma nova proposta pedagĂłgica, com atividades desenvolvidas por profissionais do Espaço Vida, um local em que a educação ĂŠ tratada de forma sĂŠria e realmente inclusiva. TambĂŠm trazemos, com destaque, uma matĂŠria especial sobre a inclusĂŁo de alunos com ALTAS HABILIDADES e SUPERDOTAĂ‡ĂƒO na escola, com orientaçþes para o professor adaptar o currĂculo escolar de forma com que estes alunos consigam acompanhar o mesmo ritmo dos colegas de classe. Para esclarecer o papel do pedagogo, trazemos uma reportagem sobre a importância deste profissional em sua atuação na escola, com a famĂlia e no desenvolvimento individual dos alunos. TambĂŠm apresentamos um artigo em que uma especialista explica sobre a diferença entre o pedagogo e o professor. Conheça ainda uma escola, no Reino Unido, que promove a educação alternativa para desenvolver alunos independentes e autoconfiantes. Confira tambĂŠm uma matĂŠria sobre a sĂndrome de Guillain-BarrĂŠ e um artigo sobre a gestĂŁo de conflitos no ambiente escolar. Em Educação no Brasil, conheça o estado que conta com mais de 1.500
PARA ANUNCIAR Tel.: (11) 3279-8516 publicidade@edminuano.com.br
educadores capacitados para auxiliar alunos com deficiĂŞncia e saiba como o esporte pode atuar como uma importante ferramenta educacional.
Equipe Mundo da Inclusão A Editora Minuano recebeu o prêmio TOP QUALIDADE BRASIL em 2015/2016 pelo reconhecimento da excelência de qualidade em seus produtos e açþes. FILIADA À
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IMPRESSĂƒO E ACABAMENTO:
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL (VWD UHYLVWD IRL LPSUHVVD QD )RQWDQD GLYLVÂĽR JUÂŁČ´FD com emissĂŁo zero de fumaça, tratamento de todos os resĂduos quĂmicos e reciclagem de todos os materiais nĂŁo quĂmicos. DistribuĂda pela Dinap Ltda. – Distribuidora Nacional de Publicaçþes, Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1.678 – CEP: 06045-390 – Osasco – SP. RESPEITE O DIREITO AUTORAL  Reproduzir o conteĂşdo total ou parcial da revista em qualquer plataforma (digital ou fĂsica) ĂŠ proibido por lei. 2 GLUHLWR DXWRUDO ÂŤ SURWHJLGR SRU OHL HVSHFÂŻČ´FD OHL Q| H sua violação constitui crime. Respondendo judicialmente o violador
Conheça tambÊm nossos canais on-line! www.mundodainclusao.com.br Revista Mundo da Inclusão MundodaInclusao
mundo  da  inclusão
3
4 mundo da inclusão
mundo da inclusão
5
Atividades Dicas e atividades pedagógicas para trabalhar com todos os alunos da turma
Equipe multidisciplinar
Especial Superdotação
Vitrine
e altas habilidades
Qual é o papel do pedagogo?
Dicas de livros, sites e blogs para turbinar sua aula
Palavra do Especialista
Escolas no mundo
A professora e a pedagoga, por Zilanda Souza
LVS Oxford do Reino Unido
Vale assistir Moana
A deficiência Tecnologia
Síndrome de Guillain-Barré
Tabela Periódica
Culinária na escola
ganha versão em braile
Educação no Brasil
Pirulito de bolo
Paraná: estado conta com mais de 1.500 educadores capacitados para auxiliar alunos com deficiência
Hora do Recreio O esporte como ferramenta educacional
Artigo A gestão de conflitos no ambiente escolar, por Jacir Venturi
Encarte com atividades educativas
6 mundo da inclusão
mundo da inclusão
7
Especial
O AUTISMO E A SUPERDOTAÇÃO EDUCAÇÃO e Altas Habilidades
Ser flexível com os hábitos da criança com autismo é uma das
peças-chave para conquistar sua confiança e evoluir na comunicação Por: Leticia Leite | Imagens: Shutterstock
Diagnóstico correto é fundamental para adaptar o currículo escolar da criança
Por: Leticia Leite | Fotos: Shutterstock
T
anto a superdotação quan-
de crianças, jovens e adultos que são
acima de 130 pontos. Já as altas habi-
to as altas habilidades não
superiores em relação à média.
lidades caracterizam pessoas que não
são condições clínicas, ou
A superdotação foi inicialmente
alcançam QI 130 ou mais, mas que
seja, não se tratam de doenças ou
classificada por meio da psicometria,
possuem habilidades além do comum
limitações, mas sim de característi-
uma área da psicologia quantitativa,
com a criatividade, espontaneidade,
cas, condições de desenvolvimento,
por meio da avaliação de inteligência
espírito de liderança e são emocio-
de aprendizagem e de habilidades
e do Quociente de Inteligência (QI)
nalmente mais maduras.
8 mundo da inclusão
CARACTERÍSTICAS DO PACIENTE As crianças superdotadas e com
terá um comprometimento na autonomia
alto, e a partir daí devem ser estudados
e nos relacionamentos sociais, mas por
métodos para a sua educação e inclusão,
mais que ela tenha algumas limitações,
que deve contemplar as duas dimensões,
essas condições não anulam as possibi-
tanto a superdotação quanto a deficiên-
lidades do seu nível intelectual ser muito
cia”, diz a especialista.
altas habilidades aprendem com muita rapidez, dispensando a repetição ou a estimulação sistematizada e desenvolvem habilidades cognitivas acima de suas fai-
INCLUSÃO ESCOLAR
xas etárias. A curiosidade e o empenho
Há um tabu que envolve as
recomendada nos casos de dupla
em saber também são características
escolas e os pais que diz que se
excepcionalidade. “Se a criança
muito presentes, sendo traços que vêm
a criança superdotada ou com al-
tem uma habilidade intelectual
de dentro para fora e não de influências
tas habilidades avançar a sua série
muito superior, mas se recusa
do meio externo.
acadêmica e conviver com crian-
constantemente a registrar no ca-
De acordo com a doutora em Distúr-
ças mais velhas, isso poderá com-
derno, não faz as tarefas de casa,
bios do Desenvolvimento e sócia-funda-
prometer o seu desenvolvimento
não faz as provas, até que ponto
dora do Instituto Brasileiro de Superdo-
emocional, comportamental e
o avanço de série acentuará esse
tação e Dupla Excepcionalidade, Darlene
social. Mas se uma criança passa
tipo de problema? Neste caso, é
Godoy de Oliveira, nestes casos, não é a
a desenvolver habilidades aritméti-
recomendado um acompanha-
família que fica estimulando excessiva-
cas mais elevadas que a média do
mento com psicólogo, psicope-
mente a criança para aprender. A criança
grupo, passa a ter uma memória
dagogo ou até um acompanhante
superdotada apresenta interesse interno
muito avançada para acompanhar
terapêutico na escola, fazendo
de autonomia muito grande, e os pais e
os conteúdos de ciência, história e
com que ela aumente seu grau
professores, a partir de um olhar mais
geografia, por exemplo, ela ficará
de engajamento, se desenvol-
cauteloso, conseguem notar algumas
desmotivada e se recusará a fa-
va melhor nas relações sociais,
características precoces dessas crianças,
zer as atividades propostas na sua
para ter uma adaptação e depois
como se ela passou a andar, falar, comer
grade. Neste caso, a aceleração
avançá-la de série.”
e se vestir sozinha, por exemplo.
de série é garantida na legislação
Outras políticas acabam pro-
“Mesmo que muitas crianças já nas-
federal da educação especial (LDB)
movendo o enriquecimento cur-
çam no universo letrado, com vídeos, mú-
e cada estado tem uma política
ricular, que acontece quando a
sicas, materiais lúdicos e educativos, pou-
própria para a readequação de
criança não é acelerada, mas pos-
cas delas conseguem decifrar o código
série por data-corte.
sui um currículo adaptado com
alfabético, então a criança superdotada
Muitas vezes a escola pode
maior quantidade e complexidade
começa a observar o que os adultos apre-
questionar estas necessidades por
nas atividades que exercitem o
sentam para ela, o que aquilo significa, e
acreditar que os pais estão queren-
seu intelecto. Essa prática é feita
ela pode sozinha desenvolver habilidades
do elevar o patamar de seu filho,
tanto na escola regular quanto
para a leitura, para a matemática e para
por achá-lo o mais inteligente ou o
nos Núcleos de Atendimento de
as ciências, por exemplo”, afirma.
mais especial. Neste caso, o ideal é
Altas Habilidades (NAAH). Alguns
Existem vários níveis de superdota-
buscar uma avaliação diagnóstica
estados no Brasil possuem NA-
ção e altas habilidades e, juntamente
que confirme o quadro da crian-
AHs, em Pernambuco, por exem-
a estes níveis, a doutora Darlene afir-
ça, para assim encontrar a solução
plo, há muitas unidades da rede
ma que podem aparecer transtornos
ideal para que ela siga os estudos
pública, são espaços com sala de
de desenvolvimento como autismo e
da maneira mais adequada.
recursos, adaptadas especifica-
TDAH, por exemplo, levando ao quadro de dupla excepcionalidade.
Entretanto, a especialista afirma que a aceleração pode não ser
mente para atender pessoas com superdotação.
“No autismo, por exemplo, a criança
mundo da inclusão
9
Especial
CONVIVÊNCIA SOCIAL O que difere uma pessoa com superdotação ou altas habilidades, em princípio, é o domínio cognitivo, mas algumas inquietações subjetivas podem se despertar na criança, no adolescente e no adulto. As crianças muito pequenas, de até oito anos, por exemplo, podem corrigir as outras crianças e responder as questões do professor antes de o mesmo formulá-las de forma abrupta e muito mais complexa, causando a impressão de um comportamento opositor, quando, na verdade, esse comportamento está relacionado com as altas habilidades. Mas, de um modo geral, são crianças com comportamento bastante agradável, educados e que conseguem transitar entre vários assuntos, principalmente com os adultos, que trazem conteúdos mais intelectuais. Por outro lado, nos casos dos superdotados adultos, muitos podem ter vivido na infância um estigma muito pessoal, do ponto de vista que ele se nota diferente e trazem consigo certo grau de irritabilidade e frustração, afirmando que as demais pessoas “são lentas e ignorantes”. Alguns terão mais paciência e autocontrole para inibir essa irritabilidade, mas o que deve ser lecionado a estes pacientes é que cada um tem seu tempo de aprendizado e raciocínio.
IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO CORRETO O Instituto Brasileiro de Superdotação
Muitos pais observam que seus filhos
e Dupla Excepcionalidade e os órgãos in-
tem um potencial cognitivo diferente de
ternacionais recomendam a realização de
quando eles eram crianças, eles usam
uma avaliação psicológica de inteligência
tablet, sabem as letras, cantam em in-
através de testes de QI para avaliar de
glês, e logo pensam na superdotação.
forma correta, pois apesar de não ser o
Entretanto, deve-se levar em considera-
que define o quadro do paciente, é muito
ção que existem mudanças culturais, nas
importante para que nada fique subje-
tecnologias, e esse processo natural de
tivo, o diagnóstico dado erroneamente
adaptação não pode ser visto pela família
pode acabar prejudicando o aprendizado
como se a criança fosse precoce e desen-
da criança.
volvida, por isso a avaliação diagnóstica
“Já recebi crianças que primeiro fo-
10 mundo da inclusão
é fundamental.
ram diagnosticadas com TDAH e sofriam
“Os quadros de superdotação por si
absurdamente porque não tinham rotina,
mesmos não demandam acompanhamen-
não seguiam o que era imposto em ques-
to psicoterapêutico, o que é necessário e
tões comportamentais, e nunca houve
muito importante é uma boa orientação
um olhar para perceber as suas poten-
com os pais e a escola para que possam
cialidades. Elas não tinham motivação
discutir como é conviver com isso, refletir
para aderir à rotina, não tinham a sua
o que é a superdotação e altas habilida-
curiosidade, o seu raciocínio, a sua rapi-
des ou ainda para tratar possíveis déficits
dez de processamento contemplados na
comportamentais”, finaliza a doutora
aprendizagem escolar”, diz a especialista.
Darlene.
Palavra do especialista
A professora e a pedagoga Por: Zilanda Souza* | Foto: Vítor Beltrame
E
u queria ser professora. Não! Eu não queria ser pedagoga. Não queria gerir a educação.
Eu queria potencializar aprendizagens. Ajudar quem não conseguia aprender. Busquei por especializações e cursos que me ajudassem a conhecer o desenvolvimento das crianças. Mergulhei na psicopedagogia. Faltava algo. Mergulhei na neuropsicopedagogia. Faltava algo. Continuo meu mergulho, pesquisando neurociências, funções executivas e cognição social. Fazendo laboratórios. Aprendendo insistentemente, pois sempre falta algo. Passei por todas as etapas: educação infantil, ensino fundamental e
a se retirar da escola por ser diferente
e á educação, de investigar e reconhecer
ensino médio. Houve um período em que
das outras. Nasceu o Espaço Vida!
os desenvolvimentos diversos, que cada
eu sofri muito. Vi meus princípios serem
Hoje, mais de dez anos depois, o
criança ou adolescente pode apresentar.
enfraquecidos. Vi sistemas engessados
Espaço Vida se tornou um projeto que
Nasceu a partir de um comportamento
engolirem processos humanos.
contribui para o diagnóstico de dificul-
rebelde, que rejeita integralmente toda
Nesse período, a inclusão estava um
dades e transtornos de aprendizagem
forma consciente e inconsciente de ex-
pouco mais longe. A escola era exclusiva
e do desenvolvimento. Vivencia suas
clusão. Tem no seu próprio nome, a sua
para crianças de desenvolvimento típico.
ações através de uma equipe multi e
missão: VIDA! ESPAÇO VIDA!
Quem não se adequava, ficava à margem
interdisciplinar. Trabalha com formação
do processo. Hoje já temos mais legisla-
de professores, por meio de cursos e pós-
ção e abertura.
-graduação. Voltada para a valorização
Uma vez, um diretor me chamou de
da ciência dentro dos espaços escolares,
‘subversiva’. Para o mundo que tenta
nos tornamos parceiros do Grupo de
padronizar pessoas, sim! Eu era subver-
Investigação em Neuropsicologia, De-
siva! Eu era rebelde. Driblei muitos siste-
senvolvimento e Educação de São Paulo
mas, para priorizar o desenvolvimento.
(GINDE) e, atualmente, implementamos
Tenho orgulho disso! Foi assim que
o Programa de Treino em Funções Exe-
surgiu a ideia de um espaço que valo-
cutivas – Super 6º ano.
rizasse o desenvolvimento da criança e
Nesse ano, a ideia que nasceu no
do adolescente, que valorizasse a vida.
interior de Minas Gerais chegou à capital
Ele nasceu dentro de um cômodo da
do país. Nasceu o Espaço Vida Brasília.
minha casa. A primeira criança que eu
Não se trata apenas de um espaço. É
atendi era autista e tinha sido convidada
uma filosofia. Um jeito de integrar saúde
*Zilanda Souza é mãe, professora, especialista em psicopedagogia e neuropsicopedagogia. Autora do livro ‘Brincando de Palavrear’, escritora da coluna ‘Desenvolvimento e Aprendizagem’, coordenadora da pós-graduação em neurociência aplicada à avaliação e intervenção psicopedagógica. Diretora da Espaço Vida em Minas Gerais e no Distrito Federal. Atua em pesquisa voltada para a intervenção em funções executivas em crianças do ensino fundamental anos finais.
mundo da inclusão
11
A deficiência
Síndrome de Guillain-Barré Dificuldades para mexer os membros inferiores e superiores são alguns dos sintomas Por: Leticia Leite | Foto: Reprodução / Universidade Federal Fluminense
A
síndrome de Guillain-
síndrome podem sofrer alterações mais
dos com o uso de imunoglobulina e
-Barré, ou como é cha-
graves, como distúrbios respiratórios e
plasmaférese. Esta síndrome não tem
mada pelos especialistas
alterações no ritmo cardíaco.
uma causa definida, mas muitos pa-
Polirradiculoneurite Aguda, atinge
“Normalmente o paciente procura
cientes apresentam um antecedente,
os nervos motores, responsáveis pelo
um pronto-socorro, de modo que ele
como uma gripe, uma diarreia ou ter
funcionamento dos músculos, e os
possa ser rapidamente atendido. Mas
tomado uma vacina, situações que
nervos sensitivos, os quais percebem
o que pode acontecer é ele apresentar
acabaram comprometendo o sistema
a sensibilidade na pele, articulações,
uma pequena dificuldade para subir
imunológico. As sequelas como pro-
térmica, dolorosa e a tátil, além da
um degrau, um leve comprometimento
blemas respiratórios, dificuldades para
propriocepção profunda, uma sensibi-
respiratório, e o médico não diagnos-
caminhar, ou até mesmo a impossibili-
lidade mais complexa que proporciona
ticar da maneira correta, fazendo com
dade de ficar em pé, podem ser evita-
a noção de onde estão os membros
que os sintomas agudos persistam. O
das quando o tratamento é realizado
do corpo, por exemplo.
ideal é que esse paciente permaneça
de forma adequada e precocemente.
Caracterizada por um conjunto de
no hospital, em vigilância, para que
O especialista esclarece ainda a
sinais e sintomas, o paciente que ad-
tenha o tratamento adequado o mais
existência de uma relação entre a sín-
quire a síndrome passa a ter alterações
drome de Guillain-Barré com o Zika
motoras e sensitivas de caráter agudo.
vírus e como a Chikungunya. “Após o
Normalmente os primeiros sintomas
aparecimento destas doenças, temos
surgem nos membros inferiores, de-
visto casos de Guillain-Barré com o
vido à grande extensão dos nervos da
comprometimento associado ao sis-
região, com dificuldades para cami-
tema nervoso central, da medula e
nhar, e posteriormente pode atingir os
do cérebro, complicando ainda mais
membros superiores, com dificuldades
o quadro dos pacientes. Nunca vimos
na locomoção dos braços e mãos, e a
tantos casos assim no Brasil e em países
face, provocando paralisia em ambos
como Colômbia, Venezuela e México. Até o momento não ocorreu um novo
os lados. rápido possível”, afirma o especialista.
surto, com as proporções do anterior,
Nascimento, membro da Academia
O diagnóstico costuma ser dado
mas temos que estar prevenidos, prin-
Brasileira de Neurologia, cerca de
após sete a dez dias de instalação do
cipalmente na época das chuvas de
20% dos pacientes que adquirem a
quadro, e os tratamentos são realiza-
verão”, finaliza.
De acordo com o doutor Osvaldo
12 mundo da inclusão
Revistas para educadores e pais que têm como objetivo ensinar de forma criativa e prazerosa
A revista do professor que tem como proposta principal criar uma espécie de suporte aos professores do Ensino Fundamental I, por meio de aulas prontas das várias disciplinas, contendo atividades pedagógicas.
Atividades, cursos de capacitação, dicas de livros e entretenimento para preencher o dia da criançada com muito dinamismo e, em consequência, despertar o seu interesse para a aventura do saber.
www.mundodainclusao.com.br Ano 7 - nº 54
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MUDANÇA NA EDUCAÇÃO
SEM BARREIRAS
Os riscos da PEC 55 para a educação no Brasil
A avaliação do especialista sobre igualdade e equidade nas escolas regulares
ESCOLAS
pelo mundo
Inclusão, aceitação diversidade e liderança são temas trabalhados em ‘escola exemplo’ nos Estados Unidos
Destinada a professores que trabalham com educação inclusiva, a revista contém encartes com atividades e jogos adaptados em libras.
VESTIBULAR
O AUTISMO E A EDUCAÇÃO
JAN/FEV 2017
Entender as necessidades e as principais dificuldades da criança com autismo é fundamental para conquistar sua confiança e conseguir bons resultados em seu processo educacional
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Tudo o que você precisa saber para garantir a acessibilidade na hora da prova
Educação Nota 10
Síndrome de Wolfram
Muito mais!
Equipe pode garantir desde o bem-estar até o desenvolvimento educacional e físico dos alunos
Pouco conhecida no Brasil, doença rara pode causar perda auditiva e visual nos primeiros anos de vida
Um caderno com várias atividades, além de dicas de livros, blogs, 3 filme e mundo da inclusão receita para desenvolver com os alunos
Destinada às pessoas com deficiência, familiares, cuidadores e pessoas interessadas na inclusão.
Minuano Cultural
www.edminuano.com.br | 11 3279-8571 mundo da inclusão
13
Educação no Brasil
Educação inclusiva no Paraná Estado conta com mais de 1.500 educadores capacitados para auxiliar alunos com deficiência Por: Leticia Leite | Foto: Hedeson Alves/SEED
Alternativa (PAC), para atender às necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência física neuromotora; 536 Professores de Apoio Educacional Especializado (PAEE) para atender às necessidades educacionais especiais de estudantes com Transtornos do Espectro Autista; e 711 tradutores e intérpretes de Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). Atualmente, a secretaria estabelece as ações necessárias para atender a Meta 4 do Plano Estadual de Educação do Paraná, que consiste em universalizar para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
N
o estado do Paraná, 68
São 1.342 escolas com oferta de
e altas habilidades/superdotação, o
mil estudantes com de-
Atendimento Educacional Especiali-
acesso à Educação Básica e ao aten-
ficiência estão matricula-
zado (AEE), totalizando 2.400 Salas
dimento educacional especializado,
dos nas escolas da rede estadual e em
de Recursos para atender estudan-
preferencialmente na rede regular de
escolas conveniadas com a Secretaria
tes com deficiências, transtornos
ensino, com a garantia de sistema
da Educação, sendo que a maioria
globais do desenvolvimento e altas
educacional inclusivo, de salas de
encontra-se nos anos finais do Ensino
habilidades/superdotação. Contam
recursos multifuncionais, de classes,
Fundamental, no Ensino Médio e na
ainda com uma equipe de 314 Pro-
escolas ou serviços especializados,
Educação de Jovens e Adultos (EJA).
fessores de Apoio à Comunicação
públicos ou conveniados.
14 mundo da inclusão
9DOH 6DEHU A  Secretaria  de  Educação  do  ParanĂĄ  possui  um  vasto  acervo  de  material  pedagĂłgico  sobre  educação  inclusiva  disponĂvel  on-line  para  professores  da  rede  estadual  e  para  a  comunidade  escolar.  Acesse  e  conkRA [MINU INF BR JN% HTN6}
0ERkL DA SECRETÂśRIA Ana Seres Trento Comin ĂŠ mestre em Educação pela Universidade Internacional de Lisboa, com o tema Educação em Tempo Integral. Entre diversas atividades, atuou como docente em cursos de capacitação e aperfeiçoamento para professores do ensino fundamental das redes estadual e municipal no perĂodo entre 1989 e 1996. Foi secretĂĄria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer na prefeitura de Pato Branco entre os anos de 1997 e 2000, e chefe do NĂşcleo Regional de Educação de Pato Branco e Superintendente da Educação, antes de ser nomeada secretĂĄria da Educação do ParanĂĄ.
mundo  da  inclusão
15
Artigo
A gestão de conflitos no ambiente escolar Por: Jacir Venturi | Foto: Divulgação
A
escola é um espaço de
Todo conflito deve ser atacado antes
conflitos. Igualmente importante é opor-
aprendizagem, convivência
que a marola vire um tsunami, e enfren-
tunizar aos alunos o convívio no ambiente
e alegria. No entanto, tam-
tado em profundidade, como um desa-
escolar, pois é uma fase única na qual há
bém de conflitos. E é salutar que o seja,
fio, não apenas tangenciado. Ademais,
um baixo custo em se aprender com os
pois ela é um laboratório para a vida adul-
requer do mediador um bom discer-
erros nas relações humanas. É um singular
ta e esta exige resiliência às frustrações,
nimento para decidir entre resolver de
laboratório para a prática das inteligências
tristezas e divergências. Sendo impossível
pronto ou praticar a técnica do decurso
inter e intrapessoais (segundo Gardner),
e até indesejável que se zerem os con-
dos dias para que os envolvidos reflitam e
que ensejam adultos flexíveis, abertos
flitos, há como minimizá-los desde que
maturem. O travesseiro pode ser um bom
ao diálogo e que saibam conviver com
exista um regramento e uma unicidade
conselheiro, ensina a sabedoria popular.
a diversidade na futura vida profissional
de ação e verbalização dos gestores,
Diante de uma contenda entre duas
e familiar. De todas as virtudes, a mais
professores e funcionários.
ou mais pessoas, o conciliador deve ser
importante é a solidariedade: base das
Ademais, o ambiente escolar é um
imparcial, porém assertivo, e sempre
relações sociais e a partir da qual se fun-
cadinho da comunidade na qual está inse-
que oportuno aliviar a tensão com uma
damenta uma convivência pacífica.
rido, onde campeiam mazelas e virtudes
boa frase de efeito, como a clássica de
de toda ordem. Essa diversidade é uma
Shakespeare: “A tragédia começa quan-
riqueza, pois o convívio potencializa o de-
do os dois lados acham que têm razão”.
senvolvimento das habilidades humanas
Recomenda-se, ainda, enfatizar que há
e sociais. Se bilhões de árvores compõem
de prevalecer a força dos bons argumen-
uma floresta e não há duas árvores iguais,
tos e a disposição para o diálogo.
quanto mais nós, humanos, dotados de
Em casos mais extremados, o educa-
inteligência e sentimentos! Somos diver-
dor deve fazer uso de sua autoridade e
sos, mas não precisamos ser adversos.
exigir alguns minutos para uma reflexão
Todavia, no contexto escolar há a
em silêncio. E, sereno, retomar o diá-
presença do bullying, que, em geral, é
logo com uma resenha do acontecido
a principal fonte de hostilidade e sofri-
ou um toque de humor para desfazer
mento, sendo um indicativo do quanto
as nuvens borrasquentas. Por exemplo:
a escola está comprometida moralmen-
vocês sabem por que o cavalo dá coice?
te. É responsabilidade dos professores e
E, sorrindo, responde: porque cavalo não
gestores implementar uma cultura de
sabe argumentar.
*Jacir J. Venturi é coordenador
tolerância, respeito e aceitação de que
É consenso o fato de que a boa ro-
da Universidade Positivo, foi
somos diferentes, através da vigilância e
tina, a comunicação eficaz, a disciplina
professor e diretor de escola
de ações de orientação sobre as eventuais
e o bom ensino curricular definem uma
durante 41 anos
agressões.
gestão escolar eficiente e minimizam os
16 mundo da inclusão
mundo da inclusão
17
Atividades
ATIVIDADES Por: Zilanda Souza | Ilustrações: Shutterstok
A
partir de agora, as atividades
Inserimos o recurso BOAS PERGUN-
da revista Mundo da Inclusão
TAS em todas as atividades, como
serão apresentadas dentro de
BQPJP BPT FTUVEPT RVF B·SNBN RVF
um tema geral. Todas as propostas te-
os questionamentos engajam melhor
rão como objetivo principal o estímulo
as crianças nas atividades e que o di-
de habilidades. O conteúdo e a infor-
recionamento e o excesso de instru-
mação serão ferramentas que nos con-
ção devam ser minimizados. Ou seja,
duzirão ao objetivo central: aquisição
vamos sugerir a você, leitor, algumas
e estímulo de habilidades! É a neuro-
BOAS PERGUNTAS que podem ser
ciência apoiando a educação escolar!
feitas durante a aplicação da atividade.
OBJETIVO INSTRUÇÃO DE APLICAÇÃO BOAS PERGUNTAS
ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO 1) REPRESENTANDO MINHA ROTINA DIÁRIA A atividade tem como ob-
em sua rotina e em que ordem elas
jetivo central o reconheci-
acontecem. O professor poderá dar
mento e representação de uma orga-
um exemplo, contando como é o seu
nização diária por meio de recursos
dia, utilizando figuras. Deve-se fixar
1) Você está usando todas as
visuais. Ativa também habilidades de
sua rotina no quadro, a fim de que
figuras?
linguagem oral, atenção e memória.
todos possam visualizar.
2) Tem alguma atividade no
É possível que as crianças não utilizem
seu dia que não aparece nas
UPEBT BT ·HVSBT PV RVF GBMUFN ·HVSBT
figuras? Qual é essa atividade?
Cada criança receberá um
na rotina delas. O professor deve insti-
Vamos desenhá-la num cartão
conjunto de figuras que re-
gar essa percepção e deve ter um car-
em branco?
presentam atividades do cotidiano.
tão em branco onde a criança possa
3) Olhe para sua rotina, olhe
Exemplo: ir à escola; tomar café;
desenhar a atividade que faz parte da
para a rotina do seu colega.
brincar; almoçar; tarefa de casa; ba-
sua rotina, mas não foi contemplada
O que vocês fazem em co-
nho; escovar os dentes... A instrução
no conjunto de cartões.
mum? O que vocês fazem de
é pedir às crianças que usem as figu-
Após a representação, cada criança
diferente?
ras para representarem o dia delas.
leva sua rotina para a roda de conver-
Quais as atividades estão presentes
sa e apresenta seu dia para a turma.
18 mundo da inclusão
No encarte você encontrará imagens que representam o
Ir para casa
cotidiano das crianças. Cole
Tarefas de casa
em cartolina.
Relação com os pais
Escovar os dentes
Provas
Higiene pessoal
Atividades Redação
2) CONSTRUINDO A NOSSA ROTINA ESCOLAR E PROCEDIMENTOS PARA O AMBIENTE COLETIVO Estimular a organização
organização da sala, utilizando recur-
do dia e das regras no es-
sos visuais. (flexibilize os momentos
paço escolar. Também estimula a lin-
de acordo com a faixa etária).
1) Como poderemos começar
guagem oral, a organização de ideias.
Cada momento deve ser apresenta-
o nosso dia escolar? Fazendo
do com seu objetivo e expectativa. O
atividades diversas ou promo-
Numa roda, em formato
professor deve privilegiar o questio-
vendo a roda de conversa?
de assembleia, o pro-
namento a fim de que juntos possam
2) Quando vamos utilizar a fi-
fessor vai apresentar os
construir uma rotina saudável dentro
gura ‘Hora da organização’? O
momentos e atividades importantes
do espaço escolar e também se res-
que todos devem fazer nesse
dentro do dia a dia escolar: hora da
ponsabilizar pelo bom andamento
momento? Quais materiais de
atividade, recreio, rodinha, lanche,
dos trabalhos. Se preciso for, utilize
organização devemos ter em
hora de ouvir, hora de falar, biblioteca,
o recurso da votação.
nosso espaço? 3) Como vamos encerrar nos- so momento na escola? 4) Como podemos aproveitar
(A cada questiona-
nosso momento de recreio?
mento, surge uma pro-
5) Durante a hora da atividade,
posta de organização.
vamos utilizar diversos mate-
Procure registrar com
riais. Como vamos fazer para
figuras ou textos. Pri-
manter tudo organizado e, ao
vilegie sempre o pen-
mesmo tempo, podermos uti-
samento positivo, as
lizar tudo o que precisamos? E
soluções. Evite o que não pode ser feito, as transgressões.) As decisões
se faltar material para todos?
devem ser fixadas no mural da sala de aula.
mundo da inclusão
19
Atividades
No encarte vocĂŞ encontrarĂĄ imagens que representam as tarefas da escola. Cole em cartolina. Aula de Geografia,
Aula de
Aula de ciĂŞncias,
atualidades
informĂĄtica
laboratĂłrio
Aula de PortuguĂŞs,
Trabalho em du-Â
Aula de artes,
Aula de matemĂĄtica,
hora da leitura
pla ou grupo
pintura
tabuada
3) ORGANIZANDO E DECORANDO O ESPAÇO DA SALA DE AULA Estimular a organização
O professor participa com os recursos
senham numa folha branca como
espacial coletiva. Percep- ção espacial e visual. Reconhecimento
administrativos e funcionais: calen-Â
dividiriam os espaços. O desenho
dĂĄrio, estrutura do mural, quadro de
deve ser coletivo e apresentado
do outro e do ambiente social.
avisos, etc. Na roda, todos os materiais
para a turma. Questionamentos
sĂŁo expostos e o professor apresenta
devem ser feitos, a fim de que
Para essa atividade, ĂŠ fun-Â
a proposta de decoração e organiza-Â
possam chegar na melhor orga-Â
damental que o professor
ção da sala. Importante ressaltar os
nização espacial. Feita a escolha,
deixe a sala de aula limpa, sem nenhum recurso de organização
espaços que devem ser contemplados:
ĂŠ hora de organizar os potes, as
espaço para roda, espaço das mesas, o
caixas e encontrar o melhor lugar
ou decoração. Ele deverĂĄ solicitar pre-Â
local das mochilas e lancheiras, o canto
QBSB BT QFmBT EFDPSBUJWBT "P ¡OBM
viamente aos alunos recursos de orga-Â
da limpeza, a prateleira de materiais.
o professor faz uma foto apresen-Â
nização e decoração da sala de aula.
Em grupo, as crianças pensam e de-Â
tando a ‘nossa sala de aula’.
1) Utilizaremos todas
o espaço da sala de aula?
3) Todas as crianças conseguem
as peças decorativas?
2) O espaço da roda reduziu o espa-Â
ter acesso aos materiais?
Que peças devem ser guarda-Â
ço das mesas? Temos espaço sufi-Â
4) As mochilas devem ficar jun-Â
das por nĂŁo combinarem com
ciente na hora da atividade na mesa?
tas ou cada um cuida da sua?
20 mundo  da  inclusão
4) NOMEANDO PRATELEIRAS E POTES ORGANIZANDO OS MATERIAIS DA SALA Estimular a organização dos materiais da sala,
1) Como vamos or-
através do agrupamento por critérios.
ganizar os materiais?
O professor apresenta para
(estimule a constru- ção de critérios).
a turma toda a mobília dis-
2) Qual móvel é mais fácil para
ponível na sala: prateleiras, armários, gavetas. Em seguida, apresenta
vocês acessarem? Quais ma-
todos os materiais escolares coletivos
vel? (estimule a percepção do
que precisam ser guardados: cola, te-
material de uso diário)
TPVSB QBQFM TVM·UF DBSUPMJOBT UJOUBT HJ[
0T NBUFSJBJT RVF ·DBN FN
de cera, etc. Deixe-os amontoados na
gavetas ou armários fechados
roda mesmo. Essa bagunça é super do
podem ser esquecidos, por não
bem e vai instigar a organização. A ideia é
vermos todos os dias. Como
apresentar uma organização por critério
podemos fazer para lembrar o
e que traga praticidade no dia a dia. Ob-
que tem dentro das gavetas?
serve que as perguntas que o professor
(estimule a criação de etiquetas)
UFSJBJT EFWFN ·DBS OFTTF Nw-
vai fazer é que vão determinar os critérios e a conclusão da organização.
No encarte você encontra várias etiquetas para colo- car em caixas ou potes para tornar a organização mais divertida. Lápis
Livros
Giz Pincéis
Cola
mundo da inclusão
21
Atividades
5) DIÁRIO DE APRENDIZAGENS E DIFICULDADES Estimular a metamemó-
intervenções necessárias.
fessor poderá estabelecer critérios
ria, proporcionando que
O professor propõe a cons-
de registros e cada pergunta deverá
a criança organize o que aprendeu
trução de um diário que
estar registrada numa folha separada.
no ano anterior e o que não conse-
conte um pouco sobre as experiên-
Exemplo: o que eu aprendi em língua
guiu aprender. Essa atividade, além
cias escolares do ano anterior. Esse
portuguesa? Quais trabalhos foram
de estimular habilidades, oferece ao
momento é individual e introspecti-
os mais marcantes do ano? Em que
professor uma espécie de ‘raio X’ da
vo. Pode-se usar um recurso musical
momento me senti triste e desani-
turma dentro dos campos: saber e não
que provoque essa introspecção, en-
mado? Porque? O que não consegui
saber. A partir daí ele poderá propor as
quanto as crianças registram. O pro-
aprender?
Depois dos registros, numa roda,
As crianças que não quiserem apre-
1) Por que é importan-
o professor encoraja os alunos a
sentar seu diário deverão ser respei-
te conhecer as nossas
apresentarem o seu diário para
tadas na sua decisão.
a turma. Na apresentação, cada
O professor deve concluir a ativi-
dades?
aluno finaliza completando o
dade, mostrando que todos são
2) Você e o seu colega pos-
mural POSSO AJUDAR e PRECI-
capazes, possuem habilidades e
suem as mesmas habilidades
SO DE AJUDA. Ao final das apre-
todos de alguma forma precisam ser
e dificuldades? Você pode
sentações teremos um mural da
ajudados. Juntos poderão fazer um
contribuir com a aprendiza-
turma com a lista de habilidades
bom trabalho, mas, antes de tudo,
gem de algum colega? Em qual
e necessidades.
é preciso respeitar as diferenças.
área você poderá contribuir?
dificuldades e habili-
3) Como você se sentiu orga- nizando o que você sabe e o que você não sabe? 4) Observe nosso mural de POSSO AJUDAR e PRECISO DE AJUDA. Que nome você daria para a nossa turma?
No encarte você encontra um papel de carta para que as crianças escrevam nele. Pro- cure papéis diferentes e diver- tidos para que estimule nas crianças o gosto pelo escrita.
22 mundo da inclusão
ARITMÉTICA E FLEXIBILIDADE COGNITIVA 6) EM CADA EXPRESSÃO, UMA OPERAÇÃO! Estimular a interpretação
1) Para resolvermos
e a correlação entre ex-
os problemas basta
pressões e comandos operacionais em
sabermos efetuar as continhas?
aritmética. Exemplo: O professor organiza a
Marina tinha 32 lápis e resolveu distri-
sala em grupos e apresen-
buir igualmente entre seus 4 melhores
ta um problema matemáti- DP QBSB DBEB HSVQP EFTB·BOEP PT BMV-
amigos. Quantos lápis, cada amigo re-
nos a encontram as expressões chaves
No dicionário de operações as
que sinalizam a operação que deve ser
crianças vão registrar:
realizada em cada problema. As crian-
‘distribuir igualmente’ = operação de
ças deverão marcar no problema a ex-
divisão
cebeu?
2) Que outras habilidades são necessárias para conseguirmos resolver os problemas? 3) Quando está diante de um problema matemático, qual é a ordem das ações que você adota na realização da atividade? 4) Marcar a expressão chave, que indica a operação, ajuda você na
pressão e escrever a operação a que
execução da atividade? (incentive
está relacionada. Após realizarem a
o uso do marcador, como apoia-
tarefa, todos os alunos vão ajudar a
dor de memória nas atividades
compor o dicionário de operações no
complexas).
mural da sala.
mundo da inclusão
23
7)E SE EU MUDAR... (CONTINUAÇÃO DA ATIVIDADE ANTERIOR) Estimular a interpretação e a flexibilidade cognitiva
1) E se Marina tivesse
3) Agora que cada amigo tem a
29 lápis? Seria possí-
mesma quantidade, vamos ima-
vel distribuir igualmente entre os
ginar que um dos amigos, o Pedro,
4 amigos?
ganhou da sua mãe mais 20 lápis.
2) Considerando a quantidade
Ele quis imitar a amiga e repartir
igual que cada amigo recebeu,
entre os 4 amigos, incluindo Ma-
crie uma boa solução para o resto
rina. Quantos lápis recebeu cada
que sobrou. O que Marina deveria
amigo?
fazer? Incentive bons comporta-
4) No total, quantos lápis têm cada
mentos. Por exemplo, a doação.
amigo? Quantos lápis Marina tem?
desenhos. Em seguida, o professor
A medida que os grupos vão
apresentá-las de uma só vez.
entrega uma folha em branco e co-
solucionando uma questão,
Você poderá utilizar cartões
meça o desafio, fazendo pequenas
apresente um novo desafio.
com os novos desafios e ir co-
alterações no problema solucionado.
Evite encadear as questões e
locando na mesa de cada grupo.
nos problemas matemáticos. Apre- senta demanda de atenção e memó- ria de trabalho. Após a construção do di- cionário de expressões e operações, os grupos re- tornam aos seus problemas, com ob- jetivo de resolvê-los. Apresentam os resultados e os recursos que utiliza- ram para a solução: contas, palitos,
Assim, os alunos vão perceber que pequenas alterações no enunciado provocam mudanças no pensamen- to e na resolução. Vejam as boas perguntas e crie ou- tras, de acordo com cada problema:
24 mundo da inclusão
Vitrine
Muito mais conhecimento! Heróis à vista O livro transmite às crianças a importância do compromisso com a cidadania por meio de uma história de cumplicidade e esperança entre uma garotinha e seu cão-guia. Escrito por Márcio Araújo e com ilustrações de Guilherme Alvernaz, a publicação foi inspirada em Boris, cão-guia de Thays Martinez, idealizadora do livro e protagonista no processo de elaboração e aprovação da lei que autoriza o trânsito livre desses animais por todo o Brasil. Editora Globinho | 32 páginas
Estratégias lúdicas para o ensino da criança com deficiência No livro, a autora Kelem Zapparoli compartilha sua experiência de mais de dez anos na educação de crianças com deficiência, porém as sugestões e os relatos expostos não têm por objetivo trazer uma receita de como elaborar propostas pedagógicas para estes alunos, mas sim mostrar algumas das experiências vivenciadas em educação especial, que poderão servir de apoio a outros professores e demais profissionais. Editora Wak | 152 páginas
Mundo da Inclusão mundodainclusao.com.br
Inclusão na educação infantil O livro de Rogério Drago procura trazer, para o debate sobre o processo educacional das pessoas com deficiência, concepções de educação infantil e inclusão, para que a criança com deficiência possa fazer parte do contexto educativo de modo amplo e irrestrito. Wak Editora | 176 páginas
Atividades físicas para jovens com deficiências graves Por meio de uma abordagem dinâmica e um formato prático de consulta, o livro de Lindsay Canales e Rebecca Lytle traz 50 atividades físicas envolventes, explicadas passo a passo e acompanhadas de fotografias para promover uma educação física acessível e de alta qualidade para jovens com deficiência. Editora Manole | 134 páginas
Associação Paulista para Altas Habilidades/Superdotação apahsd.org.br/
Você conhece o portal da revista Mundo da Inclusão?
No site da Associação Paulista para Altas Habilidades/
Nele você confere as principais notícias sobre a educação,
Superdotação (APAHSD), é possível esclarecer dúvidas
com dicas de cursos e técnicas para trabalhar com os
sobre as políticas de atendimento, orientação, formação
alunos em sala de aula, de modo a promover a inclusão
e sensibilização da sociedade sobre os direitos e necessi-
educacional de todos.
dades de alto habilidosos ou superdotados.
mundo da inclusão
25
Escolas no Mundo
LVS Oxford Escola no Reino Unido prioriza o desenvolvimento da independência e da confiança dos alunos Por: Julliana Reis | Fotos: Divulgação
L
ocalizada no Reino Unido, a
Em complemento ao desenvolvimen-Â
LVS Oxford ĂŠ uma escola pre-Â
to educacional, a escola promove
parada para educar alunos
estĂĄgios residenciais em que orienta
EJBHOPTUJDBEPT DPN EJ¡DVMEBEFT EF
os alunos sobre situaçþes que vão da
aprendizagem e transtornos como au-Â
importância de escolher o alimento
tismo, dislexia e sĂndrome de Asperger,
mais saudĂĄvel, atĂŠ o uso correto da
entre outros.
mĂĄquina de lavar roupas. Tudo isso
Para isso, a escola oferece aos alu-Â
por meio de atividades realizadas em
nos um ambiente estruturado e uma
suas unidades residenciais, que aju-Â
abordagem que se concentra no de-Â
dam os alunos a se sentirem seguros.
senvolvimento de sua independĂŞn-Â
Neste ambiente, alunos mais velhos
DJB F DPO¡BOmB QSFQBSBOEP PT QBSB
recebem um foco no desenvolvimento
o mercado de trabalho ou ainda para
de suas habilidades de vida indepen-Â
lidar com questĂľes cotidianas.
dente, e assumem a responsabilidade
AlĂŠm de incentivar a independĂŞncia, a
por algumas atividades diĂĄrias, como
escola prioriza o bem-Âestar e a quali-Â
limpar os banheiros e preparar suas
dade de vida dos alunos, apresentan-Â
refeiçþes.
do a eles estilos de vida saudĂĄveis, em
Com mais de 20 anos de experiĂŞncia
um ambiente seguro e familiar.
no atendimento a pessoas com au-Â
AlĂŠm da diretora de Necessida-Â
tismo, a diretora Sarah garante que
des Educativas Especiais, Sarah
ĂŠ fundamental que estes indivĂduos
Sherwood, a escola conta com uma
sejam tratados de forma totalmente
equipe multidisciplinar formada por
individual. “Minha prioridade ĂŠ garantir
professores e pessoal de apoio, entre
que nossos alunos tenham oportuni-Â
terapeutas ocupacionais e instruto-Â
dades de aprendizagem relevantes
res, preparados para desenvolver as
em um ambiente que reconhece seus
habilidades vocacionais dos alunos,
EFTB¡PT EJgSJPT F MIFT GPSOFDF FTUSB-Â
com foco em seu desenvolvimento
tĂŠgias para gerenciar suas ansiedades.
como indivĂduos, reconhecendo suas
Para isso, ĂŠ importante avaliar cons-Â
forças e utilizando suas habilidades e
tantemente as experiĂŞncias de apren-Â
recursos disponĂveis.
dizagem que nossos alunos recebem,
Com isso, a escola pretende formar
QBSB RVF OPTTPT QSP¡TTJPOBJT QPTTBN
alunos responsĂĄveis, bem-Âsucedidos
fornecer o essencial para garantir uma
F JOEJWrEVPT DPO¡BOUFT OP DPOUSPMF EF
abordagem para a aprendizagem que
seus sentimentos e responsĂĄveis por
atenda Ă s diversas necessidades de
suas açþes.
cada aluno�, conclui Sarah.
26 mundo  da  inclusão
Escola prioriza o desenvolvimento da JOEFQFOEpODJB F DPO¡BOmB EPT BMVOPT
Alunos sĂŁo preparados para o mercado de trabalho e para lidar com questĂľes cotidianas
Horticultura ĂŠ uma das atividades propostas
Tecnologia
Química inclusiva Tabela Periódica adaptada, desenvolvida em impressora 3D, possui braile e alto relevo Por: Leticia Leite | Foto: Divulgação
organização dos elementos químicos, que também foram organizados em alto-relevo de acordo com a sua densidade. A Tabela pesa 130 g e é um pouco maior do que um estilete, ideal para ser usada em sala de aula. O custo de material gira em torno de R$ 30 reais, e de circuito tecnológico R$ 80 reais. Foi proposta aos alunos a participação em um Simpósio Científico Protótipo de baixo custo promove inclusão em sala de aula
A
na Unicamp - Universidade Estadual de Campinas com o objetivo de integrá-
Tabela Periódica é uma
a inclusão destes alunos, facilitando o
los no mundo da Universidade e de
forma de organizar todos
aprendizado e viabilizando o trabalho
pesquisa científica. Após a apresentação
os elementos químicos de
dos professores em sala de aula.
do projeto, o protótipo foi testado com
acordo com as suas propriedades e de
O projeto utiliza a linguagem braile
um deficiente visual. Ele conseguiu
apontar algumas informações sobre eles,
e usa Tecnologias da Informação e
identificar alguns elementos e seus
um item essencial para que estudantes
Comunicação (TICs). Para a confecção
respectivos números atômicos, bem
e profissionais de química exerçam suas
da Tabela, foi utilizada a técnica de
como conseguiu identificar uma variação
atividades com exatidão. Por se tratar de
impressão 3D, já para uso do recurso
em uma propriedade física: a densidade.
um item visual e de leitura, acaba não
tecnológico foi utilizado Arduíno,
sendo 100% acessível para pessoas com
placa utilizada como plataforma de
deficiência, no caso, deficientes visuais.
prototipagem eletrônica a fim de que
Alunos do SESI de Campinas
o aluno com deficiência, possa ouvir
tiraram do papel um projeto alemão e
sons emitidos por uma placa de som.
desenvolveram para a Feira de Ciências do
Desse modo, ao apertar algum botão,
colégio uma Tabela Periódica adaptada
surgirão informações úteis sobre a
para deficientes visuais, promovendo
Tabela Periódica, como histórico e a
mundo da inclusão
27
Recreação
O esporte como ferramenta
educacional
Especialista garante que a prática de atividades físicas pode ser fundamental no desenvolvimento de pessoas de todas as idades Por: Leticia Leite | Fotos: ©Daniel Zappe/MPIX/CPB, ©Marcio Rodrigues/MPIX/CPB e Shutterstock
Normalmente os pais e responsáveis acreditam que a fórmula para a
fisiologista do ‘Sport Check-Up’ do
de deficiências, mas de um modo
HCor, Diego Leite de Barros.
geral, ele afirma que as práticas mais
criança ou adolescente ter um bom
A prática de esportes e atividades
recomendadas são as realizadas em
desempenho escolar é mais estudo
físicas estimula a criança a desenvolver
equipe, que possuem regras, e as
e menos brincadeira, já que os
não só a capacidade de reconhecer seu
que estimulam os participantes de
momentos de lazer podem atrapalhar o
corpo, suas limitações e o seu potencial
diferentes maneiras, com a grama, a
aprendizado dos pequenos, entretanto,
físico, mas também a sua habilidade
areia ou a água, por exemplo. Vale
os especialistas desconstroem esse
de raciocinar e de tomar decisões.
lembrar que a prática de esportes e
pensamento e afirmam que quanto
Isso ocorre porque a criança acaba
atividades físicas deve ser sempre
mais diversão maior é a probabilidade
criando um caminho de condução do
supervisionada por profissionais da
de o aluno ter notas azuis no boletim.
estímulo entre o cérebro e os músculos
área, e também é fundamental que
“Tanto a prática regular de esportes
ainda mais eficiente. Esta capacidade
haja acompanhamento médico regular.
quanto o esforço físico decorrente
se desenvolve ao longo dos anos e
“Esportes como o futebol, o vôlei
das brincadeiras na infância e na
facilita o processo de aprendizagem em
de praia ou o polo aquático cumprem
juventude podem contribuir bastante
diferentes níveis cognitivos e motores.
bem com essa função, mas mesmo
com a capacidade de aprendizado de
No caso de pessoas com deficiência,
as modalidades individuais como a
crianças e adolescentes. Cabe aos pais
o doutor Diego garante que é difícil
natação, o ciclismo e as artes marciais
administrar os horários dos filhos para
indicar um esporte ou atividade física
também exercem um papel muito
que eles possam estudar e se exercitar
mais adequada devido aos diferentes
importante não só na aprendizagem,
de maneira equilibrada”, afirma o
níveis de desenvolvimento e dos tipos
mas também na capacidade de
28 mundo da inclusão
concentração dos jovens. São vivências
neural, os exercĂcios tambĂŠm tĂŞm
que eles só terão com a exposição ao
grande importância.
esporte, dificilmente uma atividade
“Assim como acontece com as
lĂşdica dentro de casa ou em uma clĂnica
crianças, exercĂcios fĂsicos na fase adulta
vai trazer esse tipo de benefĂcio para
ou na terceira idade tambĂŠm auxiliam,
eles�, comenta o especialista.
entre outras funçþes cognitivas,
Mas não Ê só entre a infância
a capacidade de concentração e
e a adolescĂŞncia que a prĂĄtica de
raciocĂnio. Por isso, manter um estilo
atividades fĂsicas gera benefĂcios para as
de vida ativo e saudĂĄvel ĂŠ sempre
habilidades cognitivas. Em idades mais
muito importante para que possamos
avançadas, nas quais a capacidade de
enfrentar as limitaçþes impostas pelas
raciocĂnio pode ficar comprometida em
diferentes fases da vida�, finaliza o
função das reduçþes no desempenho
fisiologista do HCor.
Apoio ao esporte Desde 2009, as ParalimpĂadas Es- colares, maior evento do gĂŞnero da AmĂŠrica Latina, reĂşnem estudantes de todo o paĂs, com idade entre 12 e 19 anos, e que tenham algum tipo de EF¡DJpODJB 3FDPOIFDJEB QPS SFWFMBS novos talentos do esporte, o evento ĂŠ promovido anualmente e envolve disputas em dez modalidades es- portivas.
mundo  da  inclusão
29
Equipe multidisciplinar
GīW` c dWdZ` Ļc dZĻW\c\c7 Saiba como atua este profissional e qual a sua importância para o desenvolvimento dos alunos com deficiência Por: Letícia Leite | Fotos: Arquivo pessoal e Shutterstock
O
pedagogo é um profis-
que o processo de ensinar e aprender
sional que busca compre-
possui diferentes objetivos.
ender a pessoa que está
Com 27 anos de atuação na área
educando e mostrar-lhe como respeitar
da educação, a pedagoga Ducilene
seus limites, acreditar em seus poten-
Liberato, garante que a aprendizagem
ciais e procurar meios que facilitem sua
se dá além dos muros das escolas e
vida de um modo geral. Atua direta-
dos processos didáticos. “Em toda mi-
mente com os processos relacionados
nha trajetória na educação pude ver,
ao ensino, relaciona o aprendizado
sentir e comprovar o quanto o papel
às questões sociais e à realidade em
do pedagogo é importante. Ao longo
que o estudante se encontra. Além
dos anos compreendi que a teoria do
disso, pesquisa e estuda estratégias
mundo acadêmico não é o suficiente,
que possibilitem sua inclusão em todos
temos que ser observadores, fazer a
os âmbitos sociais e orienta professo-
junção da teoria e da prática e observar
res, demais profissionais e até mesmo
as nossas crianças para que o apren-
as famílias quanto à importância da
dizado aconteça de maneira natural”,
inclusão.
afirma ela, que é pós-graduada em
Dentre seus objetivos principais
gestão escolar.
estão organizar, motivar, inovar e sis-
O pedagogo exerce um papel
tematizar os diversos conhecimentos
fundamental para a pessoa com defi-
do processo natural humano. E esse
ciência, visto que ela precisa de uma
conhecimento deve vir de um bom
estimulação para que haja um maior
método teórico e com base na legis-
desenvolvimento no processo edu-
lação educacional, mas vale lembrar
cacional e para torná-la uma pessoa
30 mundo da inclusão
independente nos diferentes âmbitos
gias, metodologias de ensino, defini-
e muitas descobertas. Temos que pos-
evolutivos da vida.
ção de conteúdos e instrumentos de
suir um olhar sensível para inserir no
avaliação de acordo com as necessi-
planejamento da criança o que ela traz
dades de cada aluno.
na sua bagagem, a sua vivência, para
Dessa forma, o pedagogo desenvolve uma organização escolar onde é possível adaptar e criar, em conjunto
“Isso acontece na criança de den-
que assim o aprendizado tenha um
com a equipe multidisciplinar, estraté-
tro para fora por meio de experiências
maior significado”, diz a especialista.
FWbcfWaW bc :fWg]` Atualmente o Brasil possui políticas educacionais de inser-
atividades desafiadoras que visam sua
políticos partidários e adotar
inserção na sociedade.
estratégias entre as instâncias
ção da pessoa com deficiência nas
Entretanto, ainda precisam ser
formadoras de profissionais
escolas de ensino regular, desde
impostas práticas que respeitem e va-
da educação para a melhoria
a educação infantil até o ensino
lorizem a diversidade, garantindo que
na qualidade do ensino. Nós,
superior. O pedagogo colabora
todos aprendam de forma igualitária,
pedagogos, despertamos nas
com a transformação da realidade
considerando que todos são cidadãos
crianças a vontade de apren-
destas crianças, desde a apropria-
com direitos, saberes e experiências
der e devemos passar a elas
ção dos conteúdos escolares até
que devem ser compartilhadas.
uma visão emancipadora, para
a relação com o desenvolvimento
A pedagoga Ducilene lamenta a
que busquem um mundo mais
social, influenciando a formação
desvalorização da profissão no país.
produtivo e justo para todos”,
de valores e atitudes e propondo
“Precisamos ultrapassar interesses
finaliza a pedagoga.
mundo da inclusão
31
Vale Assistir
Fotos: Divulgação
M
oana Waialiki é uma corajosa jovem, filha do chefe de uma tribo na Oceania, vinda de uma longa linhagem de navegadores. Querendo descobrir mais sobre seu passado e ajudar a família, ela resolve
partir em busca de seus ancestrais, habitantes de uma ilha mítica que ninguém sabe onde é. Acompanhada pelo lendário semideus Maui, Moana começa sua jornada em mar aberto, onde enfrenta terríveis criaturas marinhas e descobre histórias do submundo.
Dica e atividade:
em uma jornada para descobrir mais
uma cidade diferente...) e quais
sobre seus antepassados. Proponha
obstáculos eles terão que enfren-
aos alunos um momento de pensar
tar para realizar esta jornada. A
Após assistir ao filme com os alu-
sobre o que almejam em suas vidas,
atividade pode ser registrada por
nos, desenvolva uma conversa des-
permita que eles falem sobre seus so-
meio de um desenho individual de
tacando a coragem de Moana ao
nhos, lugares que gostariam de visitar
cada aluno, ilustrando ‘A jornada
sair de casa para realizar seu sonho
ou conhecer (pode ser um parque,
de seus sonhos’.
'½NERO Animação | !NO 2016 | $URA »O 107 minutos | $IRE »O John Musker e Ron Clements
32 mundo da inclusão
mundo da inclusão
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Culinária na Escola
Pirulito de bolo Prát ico e delicioso, o bolo em pali to faz sucesso com pessoas de todas as idades Foto: Shutterstock
INGREDIENTES: 2 bolos prontos de chocolate 1 lata de leite condensado 1 barra de chocolate ao leite 1 caixa de creme de leite palitos de pirulito granulado para confeitar
MODO DE PREPARO Esfarele o bolo com a ajuda de um garfo e junte o leite condensado aos poucos, até dar liga. Trabalhe a massa até que ela obtenha uma consistência firme e desgrude das mãos. Faça bolinhas com a massa no tamanho de brigadeiros médios. Derreta o chocolate com o creme de leite. Molhe a pontinha do palito no chocolate derretido e, em seguida, espete a bolinha. Leve ao congelador até que o chocolate tenha endurecido por completo (fazendo isso o palito não escorrega da massa e facilita muito na hora de banhar). Depois que secar por completo, banhe o cake pop no chocolate e enfeite com o granulado.
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PORÇÕES
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