Mundo da Inclusão

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www.mundodainclusao.com.br Ano 7 - nº 54

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€ 3,70

MUDANÇA NA EDUCAÇÃO

SEM BARREIRAS

Os riscos da PEC 55 para a educação no Brasil

A avaliação do especialista sobre igualdade e equidade nas escolas regulares

ESCOLAS

pelo mundo

DE OLHO NO

O AUTISMO E A EDUCAÇÃO

VESTIBULAR Tudo o que você precisa saber para garantir a acessibilidade na hora da prova

JAN/FEV 2017

Entender as necessidades e as principais dificuldades da criança com autismo é fundamental para conquistar sua confiança e conseguir bons resultados em seu processo educacional

www.edminuano.com.br

Inclusão, aceitação diversidade e liderança são temas trabalhados em ‘escola exemplo’ nos Estados Unidos

Educação Nota 10

Síndrome de Wolfram

Muito mais!

Equipe pode garantir desde o bem-estar até o desenvolvimento educacional e físico dos alunos

Pouco conhecida no Brasil, doença rara pode causar perda auditiva e visual nos primeiros anos de vida

Um caderno com várias atividades, além de dicas de livros, blogs, 1 filme e mundo da inclusão receita para desenvolver com os alunos


2 mundo da inclusão


Editorial

Ê uma publicação bimestral da Editora Minuano

Av. MarquĂŞs de SĂŁo Vicente, 1.011 Bairro: Barra Funda / CEP: 01139-003 - SĂŁo Paulo / SP CX. Postal: 16.352 - CEP: 02515-970 Site: www.edminuano.com.br E-mail: minuano@edminuano.com.br Tel.: (0XX11) 3279-8234 DIRETOR-PRESIDENTE Nilson Luiz Festa - nilson@edminuano.com.br ASSESSORIA EXECUTIVA Natali Festa - natali@edminuano.com.br Vera LĂşcia Pereira de Morais - vera@edminuano.com.br

Um tema que sempre desperta a atenção e o interesse por parte de pais

FINANCEIRO Alexandra Testoni, Liane Bezerra e Luis Eduardo S. Marcelino

e educadores, o desenvolvimento educacional de crianças com AUTISMO

RH Diego Liberato Priolo - rh@edminuano.com.br

envolve, entre outras questĂľes, o conhecimento das necessidades

EDITORIAL Editora-chefe: Julliana Reis - julliana@edminuano.com.br Redação: Leticia Leite e Marina Sobrinho redacao@mundodainclusao.com.br Editora de arte: Bianca Ponte - bianca@edminuano.com.br Assistente de arte: Danielly Stefanie - arte@edminuano.com.br Revisora: Adriana Bonone - adriana@edminuano.com.br Colaboradores: Gastão Guedes (Foto); Adriana de Sousa Lima (Revisão); Daniel Carmo e Tiago Toledo (Palavra do especialista); Erik HÜrner (Artigo) MARKETING Ismael Bernardino Seixas Jr - ismael@edminuano.com.br PUBLICIDADE Gerente Comercial: Denis Deli Assistente Comercial: Sheila Fidalgo - publicidade@edminuano.com.br Executivos de Conta: Bernardo Laudirlan, Jussara Baldini, Kalinka Lopes, Marco Gouveia e Stepan Tcholakian VENDAS Gerente: Marcos Rodrigues - marcosrodrigues@edminuano.com.br Gerente Depósito: Joel Festa - joel@edminuano.com.br Adriana Barreto - adriana.barreto@edminuano.com.br ASSINATURAS Tel.: (0XX11) 3279-8572 assinatura@edminuano.com.br ATENDIMENTO AO CLIENTE atendimento@edminuano.com.br Paloma França e Thais Souza Tel.: (0XX11) 3279-8571

específicas e das principais dificuldades de cada indivíduo, para assim poder conquistar sua confiança e alcançar bons resultados. Para sanar esta e outras dúvidas sobre o assunto, conversamos com alguns profissionais e apresentamos uma matÊria especial, que você confere a seguir. Nesta edição, você confere ainda uma matÊria sobre a síndrome de Wolfram, uma doença rara que pode causar diabetes, alÊm da perda visual, auditiva e olfativa. Saiba tambÊm o que muda no Plano Nacional de Educação (PNE) com a aprovação da PEC 55, e conheça uma escola incrível criada para garantir o desenvolvimento de alunos com e sem deficiência em um ambiente em que a diversidade Ê fundamental para garantir a educação dos alunos de forma inclusiva. Confira ainda a primeira reportagem de uma sÊrie especial que vai apresentar os profissionais responsåveis pelo desenvolvimento de crianças com deficiência.

DEPARTAMENTO DE WEB Daniele Medeiros - daniele@edminuano.com.br

Boa leitura e feliz ano novo!

PARA ANUNCIAR Tel.: (11) 3279-8516 publicidade@edminuano.com.br

Equipe Mundo da InclusĂŁo redacao@mundodainclusao.com.br

A Editora Minuano recebeu o prĂŞmio TOP QUALIDADE BRASIL em 2015/2016 pelo reconhecimento da excelĂŞncia de qualidade em seus produtos e açþes. FILIADA Ă€

IMPRESSĂƒO E ACABAMENTO:

RESPONSABILIDADE AMBIENTAL (VWD UHYLVWD IRL LPSUHVVD QD )RQWDQD GLYLVÂĽR JUÂŁČ´FD com emissĂŁo zero de fumaça, tratamento de todos os resĂ­duos quĂ­micos e reciclagem de todos os materiais nĂŁo quĂ­micos. DistribuĂ­da pela Dinap Ltda. – Distribuidora Nacional de Publicaçþes, Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1.678 – CEP: 06045-390 – Osasco – SP. RESPEITE O DIREITO AUTORAL  Reproduzir o conteĂşdo total ou parcial da revista em qualquer plataforma (digital ou fĂ­sica) ĂŠ proibido por lei. 2 GLUHLWR DXWRUDO ÂŤ SURWHJLGR SRU OHL HVSHFÂŻČ´FD OHL Q| H sua violação constitui crime. Respondendo judicialmente o violador

Conheça tambÊm nossos canais on-line! www.mundodainclusao.com.br Revista Mundo da Inclusão MundodaInclusao

mundo  da  inclusão

3


Atividades

Vitrine

Dicas e atividades

Dicas de livros, sites e blogs

pedagógicas para

para turbinar sua aula

trabalhar com todos os alunos da turma

Equipe multidisciplinar

Especial Nova educação

O desenvolvimento educacional de alunos com autismo

Conheça o especial

Os riscos da PEC 55 para a educação

que vai apresentar

no Brasil

responsáveis pelo

os profissionais desenvolvimento

Palavra do Especialista A natação e o autismo

de crianças com

Escolas do mundo

deficiência

The IDEAL School of Manhattan, em Nova Iorque

Vale assistir Trolls

A deficiência Conheça a síndrome de Wolfranm

Tecnologia Alunos criam robô para auxiliar crianças com deficiência

Educação no Brasil

Culinária na escola Danoninho caseiro

Piauí: estado prioriza educação na rede regular de ensino e nas salas de recursos multifuncionais

Artigo Inclusão, igualdade e equidade, por Erik Hörner

Hora do Recreio Como se preparar para o vestibular

4 mundo da inclusão

Encarte com atividades educativas


mundo da inclusão

5


Especial

O AUTISMO E A EDUCAÇÃO Ser flexível com os hábitos da criança com autismo é uma das peças-chave para conquistar sua confiança e evoluir na comunicação Por: Leticia Leite | Imagens: Shutterstock

O

Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por alterações ou atrasos nos principais domínios do neurodesenvolvimento:

socioafetivo, linguagem verbal e não verbal e atenção compartilhada. Frequentemente diagnosticadas após os três anos de idade, essas características podem ser percebidas dentro e fora de casa. Muitas vezes, os educadores são os primeiros a sinalizarem o atraso na fala, que frequentemente se associa às dificuldades nos contatos sociais. Ficar atento às observações dos professores pode ser o primeiro passo para buscar o auxílio especializado e iniciar o tratamento correto o quanto antes. A médica geneticista e neuropediatra, Iara Brandão, afirma que, nestes casos, a frase ‘cada criança tem seu tempo’ não se aplica para o neurodesenvolvimento, no qual existe um tempo esperado para comportamentos e atividades de cada idade. “Não se pode deixar passar a abordagem precoce para intervir com o tratamento correto. A neurologia infantil conhece esse tempo e o exame clínico neurológico precoce pode proporcionar o diagnóstico em tempo hábil, procurando associações e condições médicas que estejam atrasando essa etapa”, alerta a doutora. Ainda segundo a especialista, o diagnóstico do TEA se baseia em diferentes testes clínicos realizados por meio de um olhar multiprofissional, já que as conclusões podem apontar outras condições médicas ou psiquiátricas em associação com o TEA. A análise comportamental é o foco dos protocolos clínicos padronizados internacionalmente, além da investigação da linguagem verbal e abordagens educacionais, entre outros.

6 mundo da inclusão


Você conhece os tipos do TEA?

O AMBIENTE ESCOLAR

tista pode apresentar deficiência inte-

No ambiente escolar, a criança

concreto e que foge da questão de

com autismo apresenta dificulda-

inteligência preservada”, afirma a

de na interação social e na comu-

doutora Iara.

lectual, e aí elas têm um pensamento

Autismo clássico: Evitam con-

nicação verbal. Muitas vezes são

O ideal é que a criança com au-

tatos sociais e não usam a fala

consideradas tímidas e possuem

tismo siga sua educação em uma

como meio de comunicação.

um comportamento emocional ca-

escola regular, e não em escolas es-

Frequentemente apresentam

racterizado pela evitação. Estudos

peciais. Entretanto, é necessário que

movimentos estereotipados,

indicam que crianças com autismo

essa escola tenha um espaço físico e

podendo ou não apresentar

estão três vezes mais suscetíveis a

pedagógico adequado para incluir o

comprometimento intelectual;

sofrerem bullying, comparadas a ou-

aluno, já que eles são hipersensíveis,

Síndrome de Asperger: Au-

tras crianças, assim, os pais e educa-

em sua maioria, aos estímulos distra-

tismo de alto desempenho, em

dores devem ficar atentos aos sinais.

tores, referidos anteriormente.

que o paciente é verbal e apre-

Além disso, essas crianças com

Outra forma de trabalhar com a

senta inteligência preservada,

TEA possuem dificuldades em per-

educação inclusiva é mesclar o ensino

quanto menos dificuldade de

manecer em certos ambientes, como

regular com o adaptado no contra-

interação social, mais perto da

locais com muita luminosidade,

turno escolar, com o auxílio de um

função social adequada estarão

muito barulho, e que tenham um

professor especializado que entenda a

estes pacientes;

apelo visual muito forte, que são

dinâmica, as necessidades da criança e

Distúrbio global do desen-

considerados pela especialista como

estimule adequadamente seus canais

volvimento sem outra es-

elementos distratores.

sensoriais. Segundo a especialista,

pecificação: É o diagnóstico

“Os autistas têm alterações neu-

no Brasil e em outros países, inclu-

mais difícil, pois não possuem

rossensoriais que geram dificuldades

sive os considerados desenvolvidos,

sintomas do TEA suficientes para

em se adaptarem aos ambientes

ainda faltam investimentos neste

classificá-los em uma categoria

distratores. São crianças que têm di-

tipo de profissional, transformando

específica.

ficuldade em suportar um estímulo

a educação inclusiva para crianças

auditivo e visual ao mesmo tempo, o

com autismo em um desafio muito

que é muito frequente no ambiente

grande para todos.

escolar”, diz. Ainda existem mitos sobre o desenvolvimento intelectual da criança com autismo. Apesar de serem classificadas como Asperger, algumas crianças não apresentam dificuldades de comunicação verbal, no entanto, vivem o mesmo processo de isolamento e comportamento repetitivo, assim, são bem objetivos, mas não necessariamente isso está relacionado a uma melhor capacidade de sintetização do conteúdo ministrado em sala de aula. “Há quem diga que todo autista é superdotado de inteligência, e isso não é verdade. Sabemos que grande parcela das crianças com espectro au-

mundo da inclusão

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Especial

Como o professor deve agir?

Seja flexível no sentido de auxiliar a criança à sua necessidade: Se percebeu que a criança possui sensibilidade acústica e visual, evite lugares muito barulhentos e com muitos estímulos visuais, respectivamente; Estimule os canais de comunicação da criança: Se ela gosta de desenhar, comunique-se com ela dessa maneira, tente verbalizar o que o desenho significa; Dê diretrizes objetivas e simples: Essa ação evita confusão nas tarefas, já que essas crianças têm um pensamento mais objetivo e focado; Dê autonomia à criança: Procure não fazer as tarefas em seu lugar, dê a oportunidade de ela executar as atividades; Conquiste sua simpatia: Respeite seus vícios e hábitos e assim chegará cada vez mais próximo de uma comunicação efetiva;

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA A família é um pilar muito importante para a criança com autismo, já foi amplamente comprovado, por meio de pesquisas, que o convívio e estímulo à interação entre pais e filhos é essencial para o seu desenvolvimento, como para qualquer outra criança do universo. Os pais ou responsáveis devem estimular comportamentos menos restritivos, promover sua participação social respeitando seus aspectos de hipersensibilidade e não permitir que a criança se isole naturalmente. Cada família deve compreender sua criança na maneira de interagir com o ambiente e na hora de realizar suas tarefas. Segundo

Não seja inflexível com as ativi-

a doutora Iara Brandão, crianças com autismo têm uma forma

dades repetitivas: Faça questão de

diferente de ser criança e os familiares devem ser flexíveis com

que ela não tenha comportamento

essa característica.

repetitivo, mas trabalhe isso de for-

“Se esta criança tem ligação com apenas um tipo de brincadeira,

ma amigável em vez de ir de encon-

os pais devem brincar com ela desta forma, mas também devem dar

tro às suas manias;

espaço para outras opções de brincadeira, dando um simbolismo, um sentido para a nova atividade. Além disso, é preciso não reprimir

Elogie: Valorize uma atividade

o comportamento da criança o tempo inteiro, porque isso vai causar

realizada de uma boa forma ou

estresse e ansiedade. Se ela fizer algo considerado errado ao brincar,

conforme o esperado.

em vez de dizer logo de cara ‘não faça isso!’, você deve participar da brincadeira desta forma e só depois mostrar-lhe qual é o jeito certo de brincar”, finaliza.

8 mundo da inclusão


Palavra do especialista

A natação e o autismo Por: Daniel Carmo e Tiago Toledo* | Fotos: Arquivo pessoal

O

s efeitos benéficos que a

A água por si só pode ser considerada

de pessoas com autismo preferirem o

natação proporciona para

uma ferramenta de trabalho e é um ele-

isolamento e, como esses indivíduos ge-

seus praticantes são diver-

mento terapêutico. Nesse ambiente, as

ralmente não possuem noção do perigo,

sos, mas este artigo tem como principal

pessoas com deficiência desenvolvem sua

pode correr esse risco.

objetivo apresentar os benefícios des-

coordenação motora com mais facilidade

No que se refere ao início de um

te esporte para pessoas com autismo,

e liberdade, possibilitando o deslocamen-

trabalho com pessoas com autismo, a

que apresentam comprometimentos de

to de forma independente.

adaptação ao meio líquido é uma fase

linguagem, de interação social, de com-

As pessoas com autismo têm muita

crucial, pois é uma etapa que deve ge-

portamento e de coordenação motora.

afinidade com atividades que são desen-

rar sentimentos de prazer, segurança e

Quanto mais cedo o aluno começar

volvidas na água, seja em piscina, na praia

confiança no professor. As adaptações

a praticar natação, mais cedo seu desen-

e/ou em lagos. Não se sabe o motivo, mas

sensoriais, como as proprioceptivas e

volvimento terá início. Entretanto, uma

algumas teorias levam a crer que dentro

as vestibulares, ocorrem durante a ade-

pergunta frequente é: com quantos anos

d’água as pessoas com hipersensibilidade

quação da criança à natação. Lembre-se

a criança pode começar a natação?

tátil e auditiva têm esses efeitos diminu-

sempre de procurar um profissional de

Ao longo de nossas experiências,

ídos ou cessados momentaneamente.

Educação Física especializado.

ouvimos muitos relatos de mães e pe-

Esse estímulo sensorial é de certa forma

diatras. Alguns deles recomendam que

calmante e algumas pessoas com TEA se

a atividade tenha início após os quatro

sentem bem confortáveis dentro d’água

meses e outros até depois dos dois anos.

e/ou submersas.

Na prática, o que presenciamos e obser-

Outro aspecto importante é a ques-

vamos é a criança começar o esporte a

tão da segurança. Nos Estados Unidos,

partir dos seis meses. Acreditamos que

a maior causa de morte de pessoas com

essa questão é bastante controversa, pois

autismo é o afogamento. Em 2008, pes-

nenhuma criança é igual a outra, e isso

quisadores dinamarqueses descobriram

independe de ter ou não autismo.

que o risco de morte na população com

A natação proporciona inúmeros be-

autismo é duas vezes maior que a da

nefícios, seja na parte motora, na social,

população em geral. No Brasil, o afoga-

na cardiorrespiratória, no fortalecimento

mento é a segunda causa de morte em

das partes superiores e inferiores, bem

crianças com idade entre um e nove anos,

como dos tônus e até na autoconfiança.

e a terceira em crianças com idade entre

Recebemos muitos alunos com o

dez e 19 anos. As piscinas são responsá-

tônus baixo que tiveram a orientação

veis por 53% de todos os casos de óbito

de outros profissionais, como terapeuta

por afogamento na faixa de um a nove

ocupacional, pediatra ou neurologista.

anos de idade. Isso tudo se deve ao fato

*Daniel Carmo é professor de Educação Física Adaptada, coordenador do projeto de Natação Adaptada da Academia Acqua Fitness, no Rio de Janeiro, técnico das Special Olympics Brasil, palestrante de cursos de Atividade Física Adaptada e personal trainer especializado no atendimento de pessoas com deficiência *Tiago Toledo é professor de Educação Física Adaptada em São Paulo, personal trainer especializado no atendimento de crianças com autismo e integra o quadro ‘5 minutos da Jujuba’

mundo da inclusão

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A deficiência

Síndrome de Wolfram Diabetes, perda auditiva e alterações visuais são alguns dos problemas ocasionados pela síndrome Por: Julliana Reis* | Fotos: Reprodução Wolfram Inside

em pacientes com atrofia no nervo óptico”, conta ela, que buscou adaptações para conseguir continuar os estudos. “Aos poucos, fui me adaptando, baixei os livros para o meu tablet, tirava fotos das matérias no quadro para passar para o computador em casa, e minhas provas eram feitas com letras maiores. A perda de visão me ensinou a prestar mais atenção a tudo o Rafaela Ungaretti criou o portal Wolfram Inside para compartilhar seus conhecimentos sobre a síndrome

que vejo e a achar tudo mais bonito e alegre, pois, apesar de eu enxergar

U

ma doença genética rara de

Apesar de ainda não existir medica-

borrões nas folhas das árvores, eu con-

caráter neurodegenerativo,

ção específica para a cura da SW, alguns

sigo transformá-los em lindas folhas

que afeta aproximadamen-

tratamentos podem melhorar os sintomas

verdes”, conclui Rafaela.

te 1 em cada 500 mil indivíduos, a sín-

da diabetes, dos problemas renais e neu-

drome de Wolfram (SW) é causada por

rológicos, incluindo as alterações visuais.

mutações no gene WFS1 ou WFS2, e

Desde 2011, quando recebeu o

como a herança genética é recessiva, os

diagnóstico da SW, Rafaela Ungaretti,

Criada por Stephanie Snow Gebel, mãe

indivíduos afetados herdam duas cópias

18 anos, tornou-se uma ativista em busca

de Raquel, 10 anos, diagnosticada com

mutadas (uma da mãe e outra do pai).

de recursos para pesquisas pela cura desta

a síndrome, a Snow Foundation é a

Snow Foundation

O diagnóstico da doença é ex-

síndrome rara, e criou o portal Wolfram

maior organização do mundo de apoio

tremamente difícil, pois os sintomas

Inside, onde compartilha seus conheci-

às pesquisas médicas para a doença,

aparecem gradativamente. Em geral,

mentos e experiências sobre a doença.

e atua angariando recursos para pes-

o primeiro problema a se manifestar,

“Quando o professor me colocou

ainda na primeira década de vida, é a

na última fileira da sala de aula, come-

diabetes mellitus tipo 1. A síndrome

cei a notar minha dificuldade visual, já

também desenvolve uma atrofia no

que não conseguia enxergar o quadro

nervo óptico ocasionando perda visual

negro lá de trás”, lembra Rafaela.

e problemas de audição (perda neu-

Sabendo que uma das manifesta-

rossensorial), além de manifestações

ções da síndrome é a perda de visão,

neurológicas. A doença também pode

ela resolveu procurar ajuda. “Foi pes-

causar perda olfativa, problemas de

quisando na internet que meus pais

equilíbrio e coordenação, espasmos

encontraram um neuroftalmologista,

musculares e convulsões, problemas

em Los Angeles, que havia realizado um

no trato urinário e respiração irregular.

estudo para estabilizar a perda de visão

10 mundo da inclusão

quisas médicas.

Stephanie e sua filha Raquel

*Com informações do site: wolframinside.org


mundo da inclusão

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Educação no Brasil

Educação no Piauí

Cada aluno com deficiência da rede pública de ensino tem direito a duas matrículas, uma na escola regular e outra nas salas de recursos multifuncionais e/ou Centros Especializados Por: Leticia Leite | Imagens: Divulgação e Shutterstock

superdotação Transtornos Intelectuais

Síndrome de rett Síndrome de Asperger Transtorno do espectro autista Deficiências Múltiplas

Cegos Baixa visão

1822

726 1064

147

59

145

116

Surdos Deficiências

538 auditivAs 498 Surdocegos 8

866

Total 13.062

1910

Deficiências físicAs

7442 Deficiências Intelectuais

P

ara a Secretaria Estadual de

esse aluno tem direito a duas matrículas.

Educação do Piauí, a educação

Atualmente, o estado conta com

Regionais de Educação do Piauí. O estado conta ainda com parce-

inclusiva acontece quando o

150 Salas de Recursos Multifuncionais

rias de ONGs que mantêm convênios

aluno com deficiência está matriculado na

que funcionam dentro das escolas

com a Secretaria da Educação e possui

escola regular e no contraturno frequenta

públicas estaduais, e a maioria das

Centros Especializados que, além de

as salas de recursos multifuncionais e/ou

pessoas que atuam nestas salas são

atender os alunos com deficiência no

os Centros Especializados, onde recebem

professores com capacitação na área

que tange ao AEE, oferecem formação

um atendimento especializado direcio-

de Atendimento Educacional Especia-

continuada para profissionais da edu-

nado às suas necessidades específicas,

lizado (AEE). Em 2016, foram realiza-

cação, para os familiares dos alunos e

de acordo com cada deficiência, assim,

das capacitações nas 21 Gerências

para a comunidade como um todo.

12 mundo da inclusão


&HQWURV (VSHFLDOL]DGRV QR 3LDXÇ #ENTRO DE #APACITA”O DE 0ROkSSIONAIS DA %DUCA”O E !TENDIMENTO š 0ESSOA COM 3URDEZ #!3  oferece curso de Libras em vĂĄrios nĂ­veis; #ENTRO DE !POIO 0EDAGĂ…GICO PARA !TENDIMENTO šS 0ESSOAS COM $EkCI½NCIA 6ISUAL 0ROFESSORA %STELINA $ANTAS #!0 oferece curso em braile e Soroban; #ENTRO DE %STIMULA”O PARA #RIAN”AS COM $EkCI½NCIA 3ENSORIAL !UDITIVA E 6ISUAL -AURO #ÂźSAR %VARISTO #%3 ministra curso de formação na ĂĄrea especĂ­fica da deficiĂŞncia visual e auditiva; #ENTRO )NTEGRADO DE %DUCA”O %SPECIAL #)%3 realiza dois grandes eventos ao ano, o SeminĂĄrio CientĂ­fico para os profissionais do Centro e o ColĂłquio para professores da rede regular de ensino; #ENTRO DE (ABILITA”O !NA #ORDEIRO #(!# promove formação continuada de professores para atender alunos com deficiĂŞncia intelectual;

0ERkL DA SECRETœRIA Rejane Dias Ê formada em Administração e Direito, possui vasta experiência na gestão pública e diversas realizaçþes, como a implantação do Centro Integrado de Educação Especial (CIES), referência para o Brasil na educação de pessoas

.ĂŠCLEO DE !TIVIDADES DE !LTAS (ABILIDADES 3UPERDOTA”O .!!(3  realiza formação continuada de professores da rede regular de ensino.

com deficiência intelectual e autismo. Foi deputada estadual e atualmente estå licenciada do mandato de deputada federal para atuar como secretåria Estadual de Educação do Piauí.

mundo  da  inclusão

13


Artigo

Inclusão, igualdade e equidade Por: Erik Hörner | Imagens: Shutterstock e divulgação

mos um vocábulo X ou Y. O pensamento

entendida como natural à escola. Há al-

inclusão

conservador, aquele que defende que

gum tipo de desconforto em quase todos

substantivo feminino

não há nada de errado ou ruim com o

os envolvidos no processo educacional,

ato ou efeito de incluir(-se)

que existe e, portanto, deseja conservar

desde os alunos e suas famílias até pro-

1 estado daquilo ou de quem

as coisas como estão, tende a considerar

fessores e gestores. Ainda que ninguém

está incluso, inserido, metido,

que está tudo bem com o uso comum

queira, acredito, se ver excluído, a inclu-

compreendido dentro de algo,

das palavras e que elas não dizem nada

são como desdobramento da igualdade

ou envolvido, implicado em;

a mais. No entanto, toda palavra arrasta

não se efetiva de fato.

introdução de uma coisa em outra,

consigo uma história e um contexto. Não

de alguém em um grupo, etc.

temos como ignorar este fato.

Talvez o problema esteja na ideia de ‘igualdade’. O dicionário Houaiss a

Vejamos a palavra ‘inclusão’. Talvez

define como “princípio segundo o qual

poucas estejam mais presentes no am-

todos os homens são submetidos à lei

biente escolar que esta e, ainda assim,

e gozam dos mesmos direitos e obriga-

em sempre paramos para

com tão pouca clareza. A existência de

ções”. Quem não se lembrará de suas

pensar no significado das

uma vasta bibliografia sobre o tema e de

aulas de História, dos filósofos Iluminis-

palavras que usamos no dia

uma legislação obrigando que ‘se faça’

tas, da Revolução Francesa e da bandeira

a dia ou se há algo a mais ao escolher-

não garantem que ‘incluir’ seja uma ação

tricolor carregada de significados? Todo

N

14 mundo da inclusão


este contexto faz de ‘igualdade’ mais

com frequência ouço de profissionais

que todos tenham de acordo e na medida

que uma palavra, trata-se de um concei-

bem-intencionados a preocupação com

de suas necessidades. Assim como não

to, ou mesmo de um paradigma.

a igualdade. “Ao proporcionar a inclu-

tratamos dor de cabeça com remédio

são não estaríamos tratando de forma

para dor de estômago ou não considera-

diferente os alunos?”

mos que todos tenham obrigatoriamente

Até o Antigo Regime, a desigualdade era absolutamente naturalizada. Nobreza e povo se diferenciavam de forma categó-

Nas entrelinhas podemos ler o incô-

uma geladeira, inclusive os esquimós,

rica e praticamente insuperável, apenas

modo com a desigualdade: se todos têm

não podemos persistir na padronização

para citar um exemplo banal. Contudo,

o direito a estarem na escola e a terem

em nome de uma pretensa igualdade.

povo era uma categoria que reunia todos

um professor, por que uns receberiam

É urgente que compreendamos a in-

aqueles que não tinham sangue azul e

mais atenção que outros? E essa angús-

clusão em um sentido amplo, que a veja-

que, por isso, carregavam o peso do pa-

tia não é apenas de professores, já ouvi

mos como inserção de todos no mundo

gamento dos impostos. Especialmente

de famílias, cujos filhos precisariam de

da aprendizagem significativa, indepen-

para a burguesia nascente, esse ônus

um trabalho personalizado “por favor,

dente de suas facilidades e dificuldades.

precisava ser superado e o pensamento

não quero que meu filho seja tratado

Este processo pede, obrigatoriamente,

Iluminista casava perfeitamente com as

diferente dos demais”.

que olhemos para a escola pelo prisma

ambições do grupo. Quando a Revolução

A solução para este paradoxo da

da luta por equidade, do reconhecimento

Francesa, afinal, abriu as portas de um

igualdade, chamemos assim, parece-

de cada aluno em sua singularidade. Mas

novo tempo, Liberdade, Fraternidade e

-me possível apenas reconhecendo que

não nos iludamos, este é um pensamento

Igualdade tornaram-se a bandeira (literal

a igualdade da forma como se cristalizou

revolucionário, pois a estrutura escolar

e figurativamente) de um universo social

no senso comum é falaciosa. Não somos

que conhecemos hoje se fundamenta na

tão diverso que apenas o longo e des-

iguais! O discurso da igualdade, ainda

velha igualdade. A escola atual, e muitos

gastante processo revolucionário pode

que tenha seu mérito, acabou por sufo-

já disseram isso, é filha do Iluminismo e,

ajudar a exemplificar.

car a diversidade, a pluralidade intrínseca

ao superá-la, criaremos novos meios de educar nossas crianças.

Não é de se espantar que a igual-

à sociedade. Especialmente na escola,

dade finalmente instaurada era mais

nada é mais nocivo à aprendizagem que

legal que efetiva e, na maioria dos casos,

a crença na homogeneidade. Se alguns

referia-se simplesmente ao fim do domí-

gostam de esportes e outros de quími-

nio da nobreza hereditária. Os direitos

ca, se uns aprendem melhor ouvindo e

dos cidadãos não contemplavam as cida-

outros lendo, se uns contestam e outros

dãs, a participação política dependia da

aderem, se uns são héteros e outros ho-

renda, ou seja, o voto era censitário, e a

mossexuais, por que continuar a insistir

desigualdade social manteve-se tão pro-

em uma igualdade como princípio social?

funda quanto antes. Contudo, a igualda-

A escola precisa superar a igualdade

de como lema, como marca de um novo

e buscar com todo empenho a equidade.

tempo, foi aos poucos se cristalizando

Não precisamos, para isso, abandonar a

no imaginário do pensamento ocidental.

convicção de que o ser humano é es-

E mais, o argumento da existência da

sencialmente uno, mas precisamos, sim,

igualdade perante as leis, segundo as

elevar a percepção da realidade. Retorne-

quais todos têm os mesmo direitos e

mos ao dicionário Houaiss: equidade é o

obrigações justamente por sermos hu-

“respeito à igualdade de direito de cada

manos e iguais, acabou por reprimir até

um, que independe da lei positiva, mas de

*Erik Hörner é mestre em Histó-

mesmo a luta pela igualdade efetiva.

um sentimento do que se considera justo,

ria Social pela Universidade de

Quando discuto com professores a

tendo em vista as causas e as intenções”.

São Paulo (USP) e atua como

educação inclusiva, ou ainda, a educa-

A justiça na escola não reside em que

coordenador do Ensino Médio

ção como arma de combate à exclusão,

todos sejam considerados idênticos, mas

do Colégio Humboldt

mundo da inclusão

15


Atividades

ATIVIDADES Ilustrações: Shutterstok

O

s pais e educadores devem

a criança. No autismo isso pode ser

exemplo, podem ficar mais fáceis

conhecer a criança com

um desafio, mas é de longe a melhor

quando acompanhadas de fotos

Transtorno do Espectro

das terapias.

do passo a passo. Muitas pessoas

Autista (TEA), perceber suas

A parte da brincadeira, pode se

com autismo têm dificuldades com

dificuldades e ajudá-­la. Na sala de

trabalhar alguns conceitos como

processos longos, quebrá-­los em

aula, um dos recursos que pode

cores, forma, atributos (grande,

passo a passo e ajudar com imagens

auxiliar no seu desenvolvimento é o

p e q u e n o, p e s a d o, l eve , f i n o,

pode ser uma excelente estratégia!

uso da imaginação, que é base para o

grosso). Pode se trabalhar também

Outro conceito fundamental a

simbolismo que, por sua vez, é a base

a e s t i m u l a ç ã o m o t o r a : fa ze r

se trabalhar é a noção de tempo

para apreender conceitos abstratos,

bolinhas de papel, recortar, rasgar,

para que essas crianças tenham

para a leitura e para a comunicação.

colar... Toda e qualquer atividade

paciência para esperar. Devem ser

Todo esse universo vem dos símbolos,

dos primeiros anos da educação

ensinadas as horas, os minutos, a

e imaginar é aprender a simbolizar.

infantil pode e deve ser reforçada em

manhã, a tarde, a noite, a semana,

Brincar, fazer de conta, interagir,

casa. Atividades como amarrar os

mês, ano... Por isso, ter atividades

trocar papéis, criar situações com

cadarços e abotoar as camisas, por

com calendários é muito importante.

COMO DEVE SER A SALA DE AULA? Estabelecer um ambiente com rotinas SFQFUJUJWBT n VN EPT NFJPT NBJT F·DB-­ zes para alcançar bons resultados no desenvolvimento das crianças com autismo. Evitando ou minimizando a ansiedade e reduzindo a incidência de problemas comportamentais. O ideal é setorizar a sala com espaços para leitura; área de trabalho; espaço de informática; dispor as mesas para uso individual; dispor de uma mesa grande para os trabalhos em grupo; espaço para expor trabalhos dos alu-­ nos e para calendários, manter a sala DPN VNB FTUSVUVSB ·YB UBNCnN n EF extrema importância.

16 mundo da inclusão


1 Rotina De certa forma, a rotina é importante

trazemos atividades que contribuem

rotina é o desenvolvimento prático do

para a vida de uma criança, seja

para um ambiente organizado e

planejamento diário da vida do aluno,

em sua vida escolar ou social,

facilitador, com possibilidades de

e por meio dessa ação conseguimos

principalmente quando ela tem

exploração, que aguçam a memória

ajudá-­lo a se concentrar em suas

autismo, pois os educandos com

e trabalham a coordenação motora

atividades e auxiliar na sintetização

TEA possuem o hábito de realizar

do aluno.

dos conceitos necessários para o

ações repetidamente. Nesta edição,

A construção e apresentação da

seu desenvolvimento e autonomia.

Objetivo: Estimular o aluno em sua

-­ Sempre que avançar alguma atividade,

processo inicial de leitura (com valor

autonomia e organização, possibilitando

lembrar de mostrar ao aluno qual será

sonoro ou pré-­silábico), propor

P SFDPOIFDJNFOUP TJHOJ·DBUJWP EF TVBT

a próxima tarefa. Exemplo: terminamos

a organização da rotina escrita,

ações diárias.

o desenho, agora iremos brincar de

promovendo o aumento do repertório

NBTTJOIB BQPOUBS F NPTUSBS B ·HVSB

de palavras e estimulando a leitura

Modo de aplicar:

que representa a ‘massinha’);

(modelo 2 abaixo);

-­ A rotina deve ser apresentada no início

-­ A rotina para os alunos iniciantes deve

-­ Propor, de acordo com a tolerância,

da aula ou do atendimento;

ter o mínimo de estímulos possíveis

atenção e limite do aluno, mais ou

-­ Organização cronológica e clara das

{modelo 1 abaixo}, isso facilitará para a

menos 15 minutos antes do início da aula

atividades planejadas;

criança focar nas atividades que deverão

e 15 minutos antes de acabar a aula, por

-­ Proporcionar ao aluno relaxamento

ser realizadas e evitar distrações com

meio de brincadeiras ou algo que o deixe

e descontração, colocar em sua rotina

outros detalhes;

relaxado, sendo uma forma de incentivo

momentos de lazer ou algo que ele goste;

-­ Para o aluno que se encontra no

para a realização das atividades.

Modelo 1

Modelo 2

DIA DA SEMANA

DIA DA SEMANA

NOME

NOME FOTO

O QUE VAMOS FAZER HOJE?

O QUE VAMOS FAZER HOJE?

ESTUDAR

13:00 13:20

COMPUTADOR

DESENHAR

13:20 14:00

ATIVIDADE DE CIÊNCIAS

BRINCAR

14:00 14:50

MATEMÁTICA

TOMAR BANHO

14:50 15:10

COMPUTADOR mundo da inclusão

17


Atividades

2

Jogo dos opostos

Objetivo: Esta atividade incentiva a

usando uma linguagem simples. Cada

alfabetização, pois ensina aos alunos

grupo deve começar por observar

os antĂ´nimos por meio de figuras. A

BT ¡DIBT F DBEB BMVOP FTDPMIF VNB

atividade pode ser trabalhada de vĂĄrias

imagem favorita. Peça para cada aluno

maneiras, uma delas ĂŠ por meio de cartas.

do grupo descrever sua imagem. Logo,

Atenção! A continuidade desta atividade estå no encarte!

PT BMVOPT EFWFN JEFOUJ¡DBS PT PQPTUPT Modo de aplicar: Você vai precisar

EBT ¡HVSBT DPNP QPS FYFNQMP RVFOUF

EF ¡DIBT GPMIB TVM¡UF UFTPVSB F DPMB

e frio, aberto e fechado. Agrupe as

Divida a sala em grupos. Recorte as

imagens que correspondam aos

¡HVSBT F EJTUSJCVB QBSB DBEB HSVQP

antĂ´nimos. Os alunos devem colar as

Explique aos alunos sobre as imagens

¡HVSBT OP QBQFM TVM¡UF F FTDSFWFS P RVF

e os antĂ´nimos de cada uma delas

DBEB VNB EFMBT TJHOJ¡DB

3

Jogo das cartas

Atenção! A continuidade desta atividade estå no encarte!

Uma das principais caracterĂ­sticas do

Modo de aplicar:

Possibilidades de exploração:

verĂŁo sĂŁo as altas temperaturas. No

-­ Imprimir e recortar as imagens que

Atenção, concentração, coordenação

Brasil, essa estação começa no dia 21 de

estĂŁo no encarte da atividade;

motora, associação, acuidade visual,

dezembro e termina no dia 20 de março.

-­ Dividir as cartas do baralho igualmente

JEFOUJ¡DBmkP EF DPSFT F UPMFSiODJB

Nesse perĂ­odo, os dias costumam ser

entre os participantes;

ensolarados e bem quentes, ideais para

-­ Cada participante abrirå um leque

curtir as fĂŠrias na praia. No entanto,

com as cartas sem deixar que o outro

para visitå-­la, alguns itens se fazem

veja;

necessĂĄrios, como o protetor solar,

-­ Começa com o primeiro participante

o chapÊu, o guarda-­sol e os óculos

baixando os pares que possuir e

escuros, alĂŠm dos itens para brincadeira

pegando uma carta do leque do

e descanso, como o baldinho de areia e

participante do seu lado direito, e

as cadeiras de praia.

assim sucessivamente, com os outros participantes;

Objetivo: *EFOUJ¡DBmkP EF JUFOT QBSB

-­ Ganha o jogo quem baixar mais pares,

curtir a praia no verĂŁo. O propĂłsito do

F QFSEF RVFN ¡DBS DPN B DBSUB RVF OkP

jogo ĂŠ formar pares dos objetos por

pertence à estação, no caso o cachecol

cor. Exemplo: cadeira de praia azul com

que, alĂŠm de nĂŁo possuir par, nĂŁo faz

guarda-­sol azul, e assim por diante.

parte dos itens de verĂŁo.

18 mundo  da  inclusão


4 Crachå 1BSB FEVDBS BMVOPT DPN EF¡DJpODJB n

crachĂĄ, que permite ao aluno associar as

foto prĂłpria, alĂŠm de destacar com cor

preciso dedicação e sensibilidade para

letras e reconhecer o seu nome.

escura. Exemplo: usar fundo preto ou

adaptar as prĂĄticas de acordo com a

azul-­escuro;

necessidade e o avanço de cada aluno.

Objetivos: Nesta atividade ĂŠ possĂ­vel

-­ Letras emborrachadas e caixa alta

O nome próprio da criança tem uma

diferenciar letras; diferenciar letras e

são alguns estímulos para que a criança

DBSBDUFSrTUJDB n ¡YP F TFNQSF JHVBM 6NB

nĂşmeros; diferenciar letras, umas das

possa perceber as formas diferentes

vez aprendido, mesmo com hipĂłteses

outras e seus tamanhos; a quantidade

das letras;

não alfabÊticas ou com limitaçþes

de letras usadas para escrever cada

-­ Repetição da atividade atÊ perceber

JOUFMFDUVBJT TJHOJ¡DBOUFT TPCSF B FTDSJUB

nome; nome das letras; habilidades

que aquela escrita ĂŠ o seu nome.

ela o escreverĂĄ, mas nĂŁo segundo

grafomotoras; e uma fonte de consulta

Existem variaçþes nas pråticas, como

suas suposiçþes, e sim respeitando

para escrever outras palavras.

deixar faltar uma letra primeiro nas

as restriçþes do modelo apresentado.

iniciais e depois no meio, atĂŠ deixar no

As atividades com os nomes prĂłprios

Modo de aplicar:

¡OBM MFNCSBOEP RVF PT FODBJYFT EFWFN

devem ser sequenciadas, uma proposta

-­ Iniciar a apresentação ao aluno do

sempre acontecer da esquerda para a

TJHOJ¡DBUJWB EF BMGBCFUJ[BmkP n P VTP EP

crachĂĄ em tamanho grande e com

direita, pois ĂŠ assim que escrevemos.

SugestĂľes de prĂĄtica e uso do crachĂĄ:

Fase 1

-­ Espalhar os crachås no meio da sala e pedir para que o aluno procure qual Ê o seu;

NOME DO ALUNO __________

-­ Misturar os crachås com os dos amigos da sala, e pedir para que separem os nomes dos meninos dos nomes das meninas; -­ Separar os crachås cujos nomes

Fase 2

comecem ou terminem com a mesma

A ________

letra; -­ Usar os crachås para fazer a chamada diåria; -­ Separar os crachås cujos nomes tenham o mesmo número de letras; -­ Colocar os nomes em ordem alfabÊtica; -­ Contar a quantidade de vogais e

Fase 3

consoantes do nome; -­ Observar se hå repetição de letras; -­ Escrever novas palavras com as letras do nome; -­ Trabalhar com o alfabeto móvel, para que o aluno monte o seu nome e o dos colegas.

SON ________ mundo  da  inclusão

19


Atividades

5

Jogo das cores

Atenção! A continuidade desta atividade estå no encarte!

Objetivo: A atividade trabalha

Modo de aplicar: VocĂŞ vai precisar das

DPSSFTQPOEFOUF hT ¡DIBT B[VM BNBSFMP

com objetos e cores para

¡HVSBT OP FODBSUF DBSUPMJOB DBOFUJOIB

e vermelho). Conte um pouco sobre as

estimular a memĂłria e o raciocĂ­nio

UFTPVSB F DPMB 3FDPSUF BT ¡HVSJOIBT OP

cores apresentadas. Peça para que os

das crianças. O que vale Ê associar

encarte) e as espalhe em uma mesa.

BMVOPT JEFOUJ¡RVFN BT DPSFT F PCKFUPT

o grupo de objetos Ă s cores

Divida a cartolina em trĂŞs partes e, em

-PHP PT BMVOPT EFWFN DPMBS BT ¡HVSBT

correspondentes.

cada uma delas, escreva o nome da cor

no grupo das cores correspondentes.

6 Somas matemĂĄticas

Objetivo: Para desenvolver a

cartolina branca e canetinha. Divida

e marca na sua cartela o nĂşmero

autonomia e o raciocĂ­nio lĂłgico,

os alunos em grupos de quatro

equivalente Ă soma deles. Os demais

esta atividade proporciona aos

pessoas e dĂŞ dois dados para cada

participantes procedem da mesma

alunos a aprendizagem dos nĂşmeros

grupo. Cada um recebe quatro

maneira, e assim sucessivamente.

e da operação, alÊm do respeito e

cartelas e 12 tampinhas de garrafa

O jogo termina quando todos os

elaboração de regras, interagindo com

PET. O grupo decide quem começarå

alunos tiverem lançado os dados.

os colegas com e sem deficiĂŞncia.

a jogar. O aluno escolhido para iniciar

No final, com todas as operaçþes

o jogo lança os dois dados e identifica

na car tolina, o professor e os

Modo de aplicar: VocĂŞ vai precisar

o nĂşmero de cada dado com as

alunos fazem a soma e comparam

de cartelas feitas de papel-­cartão,

tampinhas. Na cartolina, escreva a

os resultados. Ganha o aluno que

dados, tampinhas de garrafa PET,

operação. Logo, o aluno faz a soma

acertar mais operaçþes.

20 mundo  da  inclusão


7

Animais selvagens

Os animais selvagens sĂŁo aqueles que

da internet ou de um livro, trabalhar

vivem em seu habitat natural, ou seja,

com os alunos onde ĂŠ o seu habitat, do

OB OBUVSF[B OBT ¸PSFTUBT OPT QiOUB-­

que seu corpo ĂŠ coberto e explorar a

nos, e nĂŁo podem ser domesticados

BQSFTFOUBmkP EFTTB FTQnDJF "T ¡HVSBT

em nossas casas.

EB ¸PSFTUB F EP MFkP BVYJMJBSkP OB IPSB EB BQSFOEJ[BHFN EP BMVOP DPN EF¡DJ-­

Objetivo: A proposta desta atividade ĂŠ

ência, onde ele realizarå as associaçþes

0T NBUFSJBJT QPEFN ¡DBS OB TBMB DPNP

apresentar aos alunos os animais selva-­

e poderĂĄ utilizar como referĂŞncia.

recurso pedagógico, na årea de percep-­ ção sensorial e aumento do vocabulårio.

gens, onde vivem e do que seu corpo ĂŠ coberto: pelos, escamas, penas, etc. O

Possibilidades de exploração: Recortar

De acordo com a proposta, o professor

objetivo Ê estimular a percepção senso-­

BT ¡HVSBT DPMBS FN VNB GPMIB EF DBSUPMJ-­

poderĂĄ ir apresentando outros animais e

rial permitindo ao aluno fazer associa-­

na ou papel-­cartĂŁo. O aluno irĂĄ ‘encaixar’

seu habitat. Exemplo: cartaz de cĂŠu para

m{FT TJHOJ¡DBOUFT EF EJGFSFOUFT UFYUVSBT

P MFkP FN TFV IBCJUBU B ¸PSFTUB DPN B

encaixe de um pĂĄssaro. As brincadeiras

BKVEB EF ¡UBT WFMDSP PV rNk $PMBS QFEB-­

de encaixes, pertence e nĂŁo pertence,

Sugestão de desenvolvimento: Apre-­

ços de cobertores ou outro material de

vĂŁo ajudar o aluno na compreensĂŁo e

sentar o animal “leĂŁoâ€? e seu habitat, a

texturas parecidas com a do pelo na juba

JEFOUJ¡DBmkP EPT BOJNBJT F TVB UFYUVSB

¸PSFTUB BUSBWnT EF JNBHFOT FYUSBrEBT

ou em outra parte do corpo do animal.

de maneira lĂşdica e prazerosa.

8 Massa de modelar

Atenção! A continuidade desta atividade estå no encarte!

Objetivos: Esta atividade desenvolve a

os pequenos mĂşsculos que estĂŁo no

coordenação visomotora e motora da

nosso corpo para que assim eles pro-­

DSJBOmB " DPPSEFOBmkP ¡OB n B SFTQPO-­

duzam movimentos mais delicados e

sĂĄvel pela capacidade que nĂłs temos de

CFN NBJT FTQFDr¡DPT RVF PT PVUSPT

VTBS EF GPSNB QSFDJTB F NBJT F¡DJFOUF

tipos de coordenação motora. A coordenação motorna fina Ê usada quando vamos costurar, escrever, recortar algo, acertar um alvo (não importa qual o tamanho) ou atÊ mesmo para digitar. Assim, estamos propondo uma atividade que permitirå a estimulação dessa årea com o auxílio da massa de modelar. Modo de aplicar: Fazer bolinhas com a massinha e colar nas pintas ou manchas da joaninha.

mundo  da  inclusão

21


Atividades

9 Pega-pega letra Objetivo: Além de identificar as letras, desenvolver a concentração e a coordenação, a atividade vai estimular a integração entre todos os alunos. Modo de aplicar: Organize a sala de aula para ter um espaço amplo para a aplicação da atividade. Faça vários círculos com o giz no chão. As crianças devem escolher um círculo e escrever a primeira letra do seu nome. Em seguida, o aluno deve se posicionar em cima da letra. Ao sinal do professor, eles devem sair e caminhar livremente pelo espaço. No novo sinal do professor, os alunos devem retornar à ‘sua’ letra.

10

Quebra-cabeça

Ob j et i vo s : Esta atividade tem como objetivo proporcionar maior intervalo de atenção compartilhada e desenvolver o raciocínio lógico das crianças. O quebra-­cabeça pode estimular também a integração de alunos com e sem deficiência. Modo de aplicar: Você vai precisar das fichas que estão no encarte e da imagem montada. Forme grupos e distribua as peças do quebra-­cabeça. Mostre aos alunos a imagem original e os oriente para montar o quebra-­cabeça.

22 mundo da inclusão

Atenção! A continuidade desta atividade está no encarte!


Nova educação

Os riscos da PEC para a educação no Brasil Mais que efeitos devastadores, a aprovação da PEC 55 pode agravar ainda mais a situação da educação inclusiva nas escolas públicas e privadas do país Por: Julliana Reis | Imagem: Shutterstock

Sassaki destaca ainda que, apesar de tais problemas já serem recorrentes no âmbito da educação inclusiva, eles devem se agravar ainda mais. “Infelizmente, a PEC irá piorar, além de gerar outros problemas, num flagrante desrespeito à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que o Brasil ratificou com valor de Emenda Constitucional. Irônico é o fato de que o Brasil promulgou o Decreto n° 6.949/2009, afirmando que a Convenção e o seu Protocolo Facultativo serão executados e cumpridos tão

R

inteiramente como neles se contêm.”

egulamentado em 2011, o

devido à carência de recursos financei-

Plano Nacional de Educação

ros, entre outros motivos, ficará ainda

Para o professor da UNESP, João Car-

(PNE) tem por objetivo deter-

pior com a vigência da PEC 55, atingindo

doso Palma Filho, especialista em política

inclusive as escolas particulares.

educacional, a PEC terá um impacto ne-

minar as diretrizes e estratégias para a política educacional até 2020. No entanto,

“A PEC 55 chega com força de lei,

gativo para a educação como um todo.

o PNE tem agora seu primeiro desafio,

atravancando seriamente o processo de

“Essa medida é recessiva e acredito que

com a aprovação da Proposta de Emenda

desenvolvimento da educação inclusiva,

daqui dois ou três anos os efeitos sejam

Constitucional (PEC) 241.

a aplicação do ‘teto dos gastos públicos’

tão negativos que ela será revogada.”

Conhecida também como PEC 55,

resultará na carência de recursos para

Ainda de acordo com o especialista,

a proposta prevê o congelamento dos

atender alunos com deficiência”, destaca.

a proposta e antagônica e seus impactos

investimentos federais na educação por

Para ele, a falta de verbas resultará

serão muito grandes. “Acredito que já em

um período de 20 anos, sendo conside-

na carência de materiais didáticos e pe-

2018, vamos começar a sentir os efeitos

rada inconstitucional pela procuradora

dagógicos, inclusive material de apoio in-

desse congelamento dos recursos. Isso vai

federal dos Direitos do Cidadão, Débora

dividualizado para milhões de alunos; de

comprometer especialmente as metas do

Duprat, “por afetar o direito à educação e

recursos para cobrir necessidades básicas

PNE, que foi idealizado sob uma lógica de

por violar o princípio do não-retrocesso”.

das escolas como, por exemplo, material

melhorar a qualidade da educação, mas,

Para o consultor de educação inclusi-

de escritório, papel higiênico e material

para que isso aconteça, você tem que

va Romeu Kazumi Sassaki, a gestão das

de limpeza; e de projetos de pesquisas

investir e o congelamento prevê justa-

escolas públicas, que há muito tempo

educacionais em todos os níveis escolares,

mente uma redução nos investimentos”,

já não vinha acontecendo a contento,

entre outros.

conclui Palma.

mundo da inclusão

23


Escolas do mundo

The IDEAL School of Manhattan Escola americana é reconhecida por trabalhar de forma eficiente e bem elaborada temas como inclusão, diversidade, aceitação e liderança Por: Marina Sobrinho | Foto: Reprodução

L

ocalizada no coração de Nova Iorque, a escola The IDEAL School of Manhattan con-

sidera a rotina acadêmica dos alunos essencial em sua formação. Por lá eles acreditam que esse período é fundamental para formar cidadãos íntegros, sociáveis e disciplinados. Criada em 2006, a escola surgiu da necessidade de um grupo de pais

Os alunos da The IDEAL School of Manhattan

de crianças com síndrome de Down,

des específicas. Para que o modelo de

ouvido dentro do processo educacional.

preocupados com a educação de seus

inclusão fosse realmente verdadeiro e

Em uma sala de aula diferenciada,

filhos e, por isso, eles buscavam uma

alcançasse bons resultados, outros pre-

os alunos podem escolher seu próprio

sólida base acadêmica, além de ajudá-

cedentes eram essenciais, entre eles,

tópico de pesquisa ou projeto, de forma

-los a superar desafios e desenvolver seu

apoio extra de acordo com o perfil de

que possam exibir seus conhecimentos e

senso de caráter, de responsabilidade

cada aluno; contar com profissionais

desenvolver suas habilidades e compre-

social e sua independência.

altamente qualificados, treinados em

ensões de forma eficiente e inteligente.

No primeiro ano, a escola atendeu

educação geral e especial, para trabalhar

Outra questão importante é que a

quase que de forma experimental 20

em equipe e ensinar pessoas diferentes;

escola promove encontros frequentes

alunos e, para isso, eles contaram com

assegurar classes pequenas e flexibili-

entre seus educadores para fortale-

educadores parceiros, que acreditaram

dade na instrução dos alunos; e desen-

cer as conexões interdisciplinares e

no projeto inicial, de promover um ensino

volver atividades artísticas e esportivas.

incorporar a aprendizagem baseada

que garantisse a inclusão de todos os

Em vez de um currículo único, a

em projetos, garantindo assim que

alunos de forma indiscriminada, e isso

instrução diferenciada permite que os

todos (alunos, professores e demais

envolve gênero, raça, religião, cultura,

alunos busquem os mesmos assuntos

profissionais) estejam envolvidos no

deficiências e fatores socioeconômicos.

em vários níveis de complexidade. Pro-

processo educacional.

No entanto, os fundadores reco-

fessores de apoio, turmas pequenas e o

Já o programa flexível garante aos

nheceram que não seria suficiente sim-

uso de instrução diferenciada criam uma

alunos o direito de expandirem e desen-

plesmente reunir estudantes de diversas

comunidade de aprendizado onde cada

volverem seus próprios interesses, explo-

origens e com determinadas necessida-

aluno possa alcançar bons resultados e ser

rando diversas perspectivas.

24 mundo da inclusão


Tecnologia

Robô auxilia no aprendizado de crianças Protótipo reproduz movimentos humanos e oferece jogos educativos para ajudar crianças com autismo Da redação | Foto: Gastão Guedes

Os alunos Lucas Brito e Wendell Silva durante apresentação do robô bípede na Feteps

U

m robô que anda, fala e

categoria Saúde e Segurança do evento.

autismo têm uma enorme atração por

propõe desafios para esti-

Com sua estrutura formada por pe-

tecnologia. Então, elaboramos um mo-

mular a comunicação e a

ças de filamentos de plástico, projetadas

delo com características claras de um

concentração de crianças com autismo...

pelos alunos e modeladas pela impres-

robô, mas com detalhes que remetem

Esse é o Aria (sigla para Assistente Ro-

sora 3D do Laboratório de Robótica da

a uma relação mais humana, com olhos,

bótico de Inclusão ao Autista), projeto

Fatec, o robô se movimenta e oferece

pernas, movimentos e voz”, afirma.

desenvolvido por dois alunos da Facul-

seis jogos digitais educativos, como

dade de Tecnologia do Estado (Fatec),

quebra-cabeças, disputa de corrida com

de Carapicuíba (SP), com o objetivo de

personagens, formação de palavras com

ser um novo aliado no tratamento de

sílabas e identificação de animais pelos

O robô bípede será o primeiro pro-

crianças com deficiência.

sons. A criança pode interagir por meio

jeto incubado no recém-inaugurado

de sensores e uma tela de smartphone.

Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT)

Olímpio de Brito, 19 anos, e Wendell

Wendell explica que são games es-

do Centro Paula Souza. O próximo passo

Pereira Barreto da Silva, 22 anos, foi uma

peciais, com interface gráfica simples e

dos alunos será a realização de testes

das principais atrações da 10ª edição da

instruções dadas verbalmente para faci-

em parceria com institutos que atendem

Feira Tecnológica do Centro Paula Souza

litar a compreensão da criança. “Nossa

crianças com autismo para identificar

(Feteps) e conquistou o primeiro lugar na

pesquisa constatou que pessoas com

ajustes e aprimorar as funções do robô.

A proposta dos estudantes Lucas

Startup

mundo da inclusão

25


Hora do Recreio

Vestibular a toda prova Universidades e exames, como o ENEM, disponibilizam métodos para que os candidatos com deficiência não sejam prejudicados ao realizarem os testes Por: Leticia Leite | Imagens: Shutterstock

P

articipar de um vestibular para ingressar no ensino superior é um dos maiores desafios dos

estudantes de todo o Brasil. Muitos se dedicam ao longo do ano para conseguirem ingressar em uma universidade, e essas instituições devem oferecer serviços e ferramentas em seus processos seletivos para que os candidatos com deficiência possam realizar as provas sem obstáculos e prejuízos. Um decreto de 2004 rege sobre o atendimento adequado para pessoas com deficiência e, em teoria, todas as instituições de ensino deveriam seguir essas normas de acessibilidade, que já começam no ato da inscrição on-line desses alunos. Os sites das instituições devem estar preparados para que pessoas com deficiência não tenham dificuldades para acessá-los, com opções de leitura ampliada e audiodescrição, por exemplo. Além disso, no ato da inscrição, deve haver uma área

26 mundo da inclusão


Casos de sucesso

“Dependendo da necessidade do

Universidade

candidato temos que acionar a nossa

Federal do Rio Grande do

equipe do núcleo de acessibilidade

Sul (UFRGS) é uma das

pedagógica. Temos esse cuidado

faculdades que já adotou

porque precisamos ter tempo hábil

a política de inclusão em

para atender às suas solicitações e

s e u s v e s t i b u l a r e s . Em

assim garantir que ele faça a prova

determinados casos, os

no dia do processo seletivo, ou

candidatos podem solicitar

então, criar outra data para que ele

até tempo a mais para

faça a prova”, garante a secretária,

a finalização da prova.

Mônica Gomes Abel, do Centro

Candidatos com síndrome

Universitário São Camilo.

A

para que o candidato informe se

do pânico, depressão e síndrome

Apesar da instituição nunca ter

ele possui alguma deficiência e/ou

de Down também são incluídos

tido um candidato cego, ela afirma,

alguma necessidade específica para

na política inclusiva.

Após a

ainda, que disponibilizam provas em

realizar a prova, mas atenção, isto

comprovação da deficiência, este

braile, ledores e salas exclusivas para

é preciso ser comprovado por meio

fator é considerado no momento

que eles realizem o exame.

de laudos médicos.

de correção da prova, e para os

“Hoje trabalhamos com o mundo

De acordo com a gerente de

candidatos surdos, o mecanismo

globalizado e com as diversidades

mídia on-line, Fernanda Lapidus

d e avaliaç ão dos s eus tex tos

das famílias, das pessoas, e temos

Hecht, do site Mundo Vestibular, o

fundamenta a língua portuguesa

que acompanhar esse crescimento.

Exame Nacional do Ensino Médio

como segunda língua, e para

Temos grande preocupação em

(ENEM) já se adequou a essas

os disléxicos, as características

atender adequadamente as pessoas

necessidades. Candidatos com

linguísticas do transtorno também

com deficiência e trabalhamos

baixa visão, que pretendem prestar

são levadas em consideração. Após

diretamente para isso, pois mais do

o exame, podem solicitar um ledor,

aplicar as provas adaptadas, o

que a questão da inclusão social,

um escritor ou uma prova ampliada.

índice de abstenção no vestibular

temos uma ética proveniente da área

Já os candidatos cegos têm ainda

da universidade caiu de 21% para

da saúde”, finaliza Abel.

a opção de solicitar uma prova em

12,5% em 2016.

braile. Pessoas com deficiência física

No Centro Universitário São

podem solicitar mesas adaptadas

Camilo, em São Paulo, o vestibular

para cadeira de rodas, cadeiras

é único para todos os candidatos,

sem braços e apoio para pernas.

ind e p end ente da d ef i ci ência,

Recentemente o ENEM também

entretanto, há um trabalho de

passou a oferecer apoio a pessoas

inclusão. Já no edital do curso

com dislexia, déficit de atenção e

p re te n d i d o há um p a rá g rafo

autismo, esses candidatos também

específico para o atendimento

podem solicitar a presença de um

de necessidades específicas.

ledor e de um transcritor.

Desde o momento da inscrição, o

“O acesso às salas, por lei,

candidato deve especificar quais

também tem que ser facilitado com

são suas necessidades, mediante

rampas, elevadores, permissão de

documentação comprobatória,

cão-guia, entre outros. Isso facilita o

para que a instituição providencie

ingresso das pessoas com deficiência

as medidas para atendê-lo com todo

ao ensino superior,” explica Hecht.

o apoio que for preciso.

mundo da inclusão

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Vitrine

Muito mais conhecimento! Eu, meu filho e o autismo O livro de Denise Fonseca apresenta, de forma pioneira, o autismo sob a ótica da mãe, assim como seus desafios, dificuldades, alegrias e esperanças. A narrativa materna conduz o leitor de forma honesta e real às intempéries trazidas pelo autismo e, simultaneamente, apresenta toda a alegria das pequenas ‘grandes’ conquistas. Por meio dos relatos, é possível sentir pulsar o amor materno, visceral e incondicional.

O menino feito de blocos Especialista em games, o jornalista britânico Keith Stuart compartilha a história de seu filho Zac, que tem autismo. A história acontece a partir da ocasião em que o menino descobriu o Minecraft, aos 6 anos de idade, tratando sua relação com o jogo e a nova experiência, que o ajudou a se expressar, fazendo com que seus pais entendessem melhor quem ele era. Editora Record | 378 páginas

Editora Reflexão | 160 páginas

A escova de dentes azul O apresentador Marcos Mion escreveu um livro inspirado em uma história que viveu no último Natal, com seu filho Romeo, que tem autismo. A história discorre acerca da escolha de presentes de Natal dos filhos. Enquanto os mais novos Donatella e Stefano queriam ganhar presentes ‘caros’, o mais velho pediu apenas uma escova de dentes azul. O relato fez tanto sucesso nas redes sociais que Mion transformou o ocorrido em uma história infantil, com ilustrações de Fabiana Shizue, repleta de conhecimento, simplicidade e amor. Panda Books | 48 páginas

Mundo da Mi mundodami.com

Caminhos para a inclusão Organizado por José Pacheco, ex-diretor da célebre Escola da Ponte, de Portugal, o livro reúne experiências bem-sucedidas realizadas na Áustria, Islândia, Espanha e em Portugal, direcionadas à educação inclusiva em escolas obrigatórias desses países e tem como objetivo oferecer aos professores, pais e serviços de apoio, informações sobre práticas de educação escolar inclusiva. Editora Artmed | 230 páginas

Wolfram Inside wolframinside.org

O blog foi criado pela psicopedagoga Fausta Cristina

Quando recebeu o diagnóstico da síndrome de Wolfram,

para compartilhar com outros pais de crianças com

a jovem Rafaela Ungaretti descobriu que no Brasil poucas

autismo e com educadores, um pouco da rotina de

pessoas conhecem essa doença. O portal tem como ob-

sua filha Milena.

jetivo compartilhar informações sobre esta síndrome rara.

28 mundo da inclusão


mundo da inclusão

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Equipe multidisciplinar

Equipe nota 10 Conheça os profissionais que trabalham em prol do bem-estar e do desenvolvimento educacional e físico das pessoas com deficiência Por: Leticia Leite | Imagens: Shutterstock

P

or trás do trabalho de reabi-

Com o intuito de valorizar essas pro-

uma equipe multidisciplinar para uma

litação de uma pessoa com

fissões, que garantem mais qualidade

pessoa com deficiência é fundamental.

deficiência, além dos equipa-

de vida e felicidade para a pessoa com

“Através do trabalho desta equipe ela

mentos, medicamentos, ou qualquer

deficiência e seus familiares, a Mundo

passará a conquistar sua autonomia e

outra ferramenta, há uma equipe mul-

da Inclusão traz uma nova seção repleta

independência socioeducacional, visto

tidisciplinar que é a peça-chave para a

de informações sobre esses profissionais

que por meio de estímulos irão aper-

conquista de bons resultados. Ela ajuda

e o que eles fazem em prol do desen-

feiçoar as potencialidades das pessoas

a compreender o comportamento das

volvimento das pessoas com deficiência.

com deficiência”, diz.

pessoas com deficiência e o que interfere

Para o pedagogo Claudovil Barroso

A partir da próxima edição você con-

em seu processo de desenvolvimento e

de Almeida Júnior, que é especialista em

fere um especial com matérias sobre

aprendizagem.

Educação Especial e Inclusiva, o apoio de

cada uma das áreas trabalhadas!

Quem são esses profissionais? Psicopedagogo O psicopedagogo é o profissional que pro-

Pedagogo

cura entender

Este profissional

os motivos, nem

busca compreender

sempre explíci-

a pessoa que está

tos, que levam

educando e mostrar-

as pessoas a ob-

-lhe como respeitar

terem resultados

seus limites, acreditar

insuficientes na

Psicólogo

em seus potenciais e

busca pela aprendizagem. Ele investiga e

Especialista no comportamento humano,

procurar meios que

promove as possibilidades de mudanças

utiliza métodos científicos para estudar

facilitem sua vida

sobre os processos cognitivos, emocionais

os fatores que influenciam o modo como

de um modo geral.

e pedagógicos que possam estar travando a

as pessoas sentem, agem, aprendem e

Além disso, pesquisa e estuda estratégias

aprendizagem de seus pacientes. Na medida

pensam, e estudam para ajudá-las a supe-

que possibilitem sua inclusão em todos os

em que trata dos processos diagnosticados,

rarem suas queixas e administrarem seus

âmbitos sociais, e orienta professores, de-

também previne seus pacientes de sofrerem

problemas, sejam eles de relacionamento,

mais profissionais e até mesmo as famílias

outras dificuldades pessoais decorrentes de

ansiedade, estresse ou medo, entre outros.

quanto à importância da inclusão.

tais transtornos de aprendizagem.

30 mundo da inclusão


Fonoaudiólogo O fonoaudiólogo é fundamental para o desenvolvimento do paciente com deficiência auditiva. Ele é quem faz o treinamento auditivo, orienta quanto à audição, faz avaliações periódicas, leitura orofacial, terapia da fala e transmite essas informações ao paciente e seus familiares. Este profissional faz, ainda, a seleção e adaptação da prótese auditiva, quando necessário.

Terapeuta ocupacional Este profissional utiliza tecnologias e atividades diversas para promover a autonomia de indivíduos com dificuldade de integrar-se à vida social em razão de problemas físicos, mentais ou emocionais. Ele elabora planos de reabilitação e adaptação, buscando desenvolver a autoconfiança no paciente.

Fisioterapeuta

Assistente social

Responsável pela reabilita-

A profissão tem como objetivo prin-

ção de funções motoras, o

cipal promover o bem-estar físico e

fisioterapeuta compreende

psicológico das pessoas e integrá-las

o movimento do corpo hu-

na sociedade. O assistente social tra-

mano. Ele atua na preven-

balha com questões para melhorar as

ção, cura ou reabilitação

condições de vida através da criação

da capacidade física das

de campanhas de saúde, educação e

pessoas. Também faz par-

recreação, além de implantar projetos

te do seu trabalho a busca

assistenciais com o intuito de amparar

pela qualidade de vida e

pessoas que de alguma forma não

autoestima dos pacientes.

tem total acesso à cidadania.

mundo da inclusão

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Vale Assistir

Trolls Fotos: Divulgação

'½NERO Animação !NO 2016

R

amo parte para uma jornada de descobertas e aventuras ao lado de Poppy, líder dos Trolls.

Inicialmente inimigos, conforme os de-

$URA »O 92 minutos $IRE »O Mike Mitchell (V) e Walt Dohrn

safios são superados, eles descobrem que no fundo até se combinam.

Dica e atividade:

fofura e, é claro, por serem coloridos.

cores, para ilustrar as três coisas

Os personagens vivem em função de

que mais lhes trazem alegria. Vocês

três objetivos: Cantar, dançar e abraçar,

podem ter uma conversa sobre as

Abusando das cores e tendo a mú-

o que faz deles seres muito alegres e

melhores coisas da vida, que pode

sica como carro-chefe, o filme tem

divertidos. Após assistir ao filme com os

ser passear com o cachorro, ir ao

como protagonistas pequenas cria-

alunos, proponha que eles façam um

cinema, um banho, um passeio no

turas que chamam a atenção pela

desenho e o pintem, utilizando várias

parque, ou ainda, ler um livro.

32 mundo da inclusão


mundo da inclusão

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Culinária na Escola

Danoninho caseiro Fácil de fazer e gostoso de comer Foto: Shutterstock

INGREDIENTES: 1 lata de leite condensado 2 latas de creme de leite 1 iogurte natural 1 sachê de suco em pó de morango

MODO DE PREPARO Bata no liquidificador o leite condensado, o creme de leite, o iogurte e o suco em pó de morango. Leve à geladeira até firmar e, em seguida, distribua em taças individuais. Se quiser, pode trocar o sabor do suco em pó. Bom apetite, hora de saborear!

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PORÇÕES

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