www.mundodainclusao.com.br Ano 7 - nº 54
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MUDANÇA NA EDUCAÇÃO
SEM BARREIRAS
Os riscos da PEC 55 para a educação no Brasil
A avaliação do especialista sobre igualdade e equidade nas escolas regulares
ESCOLAS
pelo mundo
DE OLHO NO
O AUTISMO E A EDUCAÇÃO
VESTIBULAR Tudo o que você precisa saber para garantir a acessibilidade na hora da prova
JAN/FEV 2017
Entender as necessidades e as principais dificuldades da criança com autismo é fundamental para conquistar sua confiança e conseguir bons resultados em seu processo educacional
www.edminuano.com.br
Inclusão, aceitação diversidade e liderança são temas trabalhados em ‘escola exemplo’ nos Estados Unidos
Educação Nota 10
Síndrome de Wolfram
Muito mais!
Equipe pode garantir desde o bem-estar até o desenvolvimento educacional e físico dos alunos
Pouco conhecida no Brasil, doença rara pode causar perda auditiva e visual nos primeiros anos de vida
Um caderno com várias atividades, além de dicas de livros, blogs, 1 filme e mundo da inclusão receita para desenvolver com os alunos
2 mundo da inclusão
Editorial
Ê uma publicação bimestral da Editora Minuano
Av. MarquĂŞs de SĂŁo Vicente, 1.011 Bairro: Barra Funda / CEP: 01139-003 - SĂŁo Paulo / SP CX. Postal: 16.352 - CEP: 02515-970 Site: www.edminuano.com.br E-mail: minuano@edminuano.com.br Tel.: (0XX11) 3279-8234 DIRETOR-PRESIDENTE Nilson Luiz Festa - nilson@edminuano.com.br ASSESSORIA EXECUTIVA Natali Festa - natali@edminuano.com.br Vera LĂşcia Pereira de Morais - vera@edminuano.com.br
Um tema que sempre desperta a atenção e o interesse por parte de pais
FINANCEIRO Alexandra Testoni, Liane Bezerra e Luis Eduardo S. Marcelino
e educadores, o desenvolvimento educacional de crianças com AUTISMO
RH Diego Liberato Priolo - rh@edminuano.com.br
envolve, entre outras questĂľes, o conhecimento das necessidades
EDITORIAL Editora-chefe: Julliana Reis - julliana@edminuano.com.br Redação: Leticia Leite e Marina Sobrinho redacao@mundodainclusao.com.br Editora de arte: Bianca Ponte - bianca@edminuano.com.br Assistente de arte: Danielly Stefanie - arte@edminuano.com.br Revisora: Adriana Bonone - adriana@edminuano.com.br Colaboradores: Gastão Guedes (Foto); Adriana de Sousa Lima (Revisão); Daniel Carmo e Tiago Toledo (Palavra do especialista); Erik HÜrner (Artigo) MARKETING Ismael Bernardino Seixas Jr - ismael@edminuano.com.br PUBLICIDADE Gerente Comercial: Denis Deli Assistente Comercial: Sheila Fidalgo - publicidade@edminuano.com.br Executivos de Conta: Bernardo Laudirlan, Jussara Baldini, Kalinka Lopes, Marco Gouveia e Stepan Tcholakian VENDAS Gerente: Marcos Rodrigues - marcosrodrigues@edminuano.com.br Gerente Depósito: Joel Festa - joel@edminuano.com.br Adriana Barreto - adriana.barreto@edminuano.com.br ASSINATURAS Tel.: (0XX11) 3279-8572 assinatura@edminuano.com.br ATENDIMENTO AO CLIENTE atendimento@edminuano.com.br Paloma França e Thais Souza Tel.: (0XX11) 3279-8571
especĂficas e das principais dificuldades de cada indivĂduo, para assim poder conquistar sua confiança e alcançar bons resultados. Para sanar esta e outras dĂşvidas sobre o assunto, conversamos com alguns profissionais e apresentamos uma matĂŠria especial, que vocĂŞ confere a seguir. Nesta edição, vocĂŞ confere ainda uma matĂŠria sobre a sĂndrome de Wolfram, uma doença rara que pode causar diabetes, alĂŠm da perda visual, auditiva e olfativa. Saiba tambĂŠm o que muda no Plano Nacional de Educação (PNE) com a aprovação da PEC 55, e conheça uma escola incrĂvel criada para garantir o desenvolvimento de alunos com e sem deficiĂŞncia em um ambiente em que a diversidade ĂŠ fundamental para garantir a educação dos alunos de forma inclusiva. Confira ainda a primeira reportagem de uma sĂŠrie especial que vai apresentar os profissionais responsĂĄveis pelo desenvolvimento de crianças com deficiĂŞncia.
DEPARTAMENTO DE WEB Daniele Medeiros - daniele@edminuano.com.br
Boa leitura e feliz ano novo!
PARA ANUNCIAR Tel.: (11) 3279-8516 publicidade@edminuano.com.br
Equipe Mundo da InclusĂŁo redacao@mundodainclusao.com.br
A Editora Minuano recebeu o prêmio TOP QUALIDADE BRASIL em 2015/2016 pelo reconhecimento da excelência de qualidade em seus produtos e açþes. FILIADA À
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Conheça tambÊm nossos canais on-line! www.mundodainclusao.com.br Revista Mundo da Inclusão MundodaInclusao
mundo  da  inclusão
3
Atividades
Vitrine
Dicas e atividades
Dicas de livros, sites e blogs
pedagógicas para
para turbinar sua aula
trabalhar com todos os alunos da turma
Equipe multidisciplinar
Especial Nova educação
O desenvolvimento educacional de alunos com autismo
Conheça o especial
Os riscos da PEC 55 para a educação
que vai apresentar
no Brasil
responsáveis pelo
os profissionais desenvolvimento
Palavra do Especialista A natação e o autismo
de crianças com
Escolas do mundo
deficiência
The IDEAL School of Manhattan, em Nova Iorque
Vale assistir Trolls
A deficiência Conheça a síndrome de Wolfranm
Tecnologia Alunos criam robô para auxiliar crianças com deficiência
Educação no Brasil
Culinária na escola Danoninho caseiro
Piauí: estado prioriza educação na rede regular de ensino e nas salas de recursos multifuncionais
Artigo Inclusão, igualdade e equidade, por Erik Hörner
Hora do Recreio Como se preparar para o vestibular
4 mundo da inclusão
Encarte com atividades educativas
mundo da inclusão
5
Especial
O AUTISMO E A EDUCAÇÃO Ser flexível com os hábitos da criança com autismo é uma das peças-chave para conquistar sua confiança e evoluir na comunicação Por: Leticia Leite | Imagens: Shutterstock
O
Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por alterações ou atrasos nos principais domínios do neurodesenvolvimento:
socioafetivo, linguagem verbal e não verbal e atenção compartilhada. Frequentemente diagnosticadas após os três anos de idade, essas características podem ser percebidas dentro e fora de casa. Muitas vezes, os educadores são os primeiros a sinalizarem o atraso na fala, que frequentemente se associa às dificuldades nos contatos sociais. Ficar atento às observações dos professores pode ser o primeiro passo para buscar o auxílio especializado e iniciar o tratamento correto o quanto antes. A médica geneticista e neuropediatra, Iara Brandão, afirma que, nestes casos, a frase ‘cada criança tem seu tempo’ não se aplica para o neurodesenvolvimento, no qual existe um tempo esperado para comportamentos e atividades de cada idade. “Não se pode deixar passar a abordagem precoce para intervir com o tratamento correto. A neurologia infantil conhece esse tempo e o exame clínico neurológico precoce pode proporcionar o diagnóstico em tempo hábil, procurando associações e condições médicas que estejam atrasando essa etapa”, alerta a doutora. Ainda segundo a especialista, o diagnóstico do TEA se baseia em diferentes testes clínicos realizados por meio de um olhar multiprofissional, já que as conclusões podem apontar outras condições médicas ou psiquiátricas em associação com o TEA. A análise comportamental é o foco dos protocolos clínicos padronizados internacionalmente, além da investigação da linguagem verbal e abordagens educacionais, entre outros.
6 mundo da inclusão
Você conhece os tipos do TEA?
O AMBIENTE ESCOLAR
tista pode apresentar deficiência inte-
No ambiente escolar, a criança
concreto e que foge da questão de
com autismo apresenta dificulda-
inteligência preservada”, afirma a
de na interação social e na comu-
doutora Iara.
lectual, e aí elas têm um pensamento
Autismo clássico: Evitam con-
nicação verbal. Muitas vezes são
O ideal é que a criança com au-
tatos sociais e não usam a fala
consideradas tímidas e possuem
tismo siga sua educação em uma
como meio de comunicação.
um comportamento emocional ca-
escola regular, e não em escolas es-
Frequentemente apresentam
racterizado pela evitação. Estudos
peciais. Entretanto, é necessário que
movimentos estereotipados,
indicam que crianças com autismo
essa escola tenha um espaço físico e
podendo ou não apresentar
estão três vezes mais suscetíveis a
pedagógico adequado para incluir o
comprometimento intelectual;
sofrerem bullying, comparadas a ou-
aluno, já que eles são hipersensíveis,
Síndrome de Asperger: Au-
tras crianças, assim, os pais e educa-
em sua maioria, aos estímulos distra-
tismo de alto desempenho, em
dores devem ficar atentos aos sinais.
tores, referidos anteriormente.
que o paciente é verbal e apre-
Além disso, essas crianças com
Outra forma de trabalhar com a
senta inteligência preservada,
TEA possuem dificuldades em per-
educação inclusiva é mesclar o ensino
quanto menos dificuldade de
manecer em certos ambientes, como
regular com o adaptado no contra-
interação social, mais perto da
locais com muita luminosidade,
turno escolar, com o auxílio de um
função social adequada estarão
muito barulho, e que tenham um
professor especializado que entenda a
estes pacientes;
apelo visual muito forte, que são
dinâmica, as necessidades da criança e
Distúrbio global do desen-
considerados pela especialista como
estimule adequadamente seus canais
volvimento sem outra es-
elementos distratores.
sensoriais. Segundo a especialista,
pecificação: É o diagnóstico
“Os autistas têm alterações neu-
no Brasil e em outros países, inclu-
mais difícil, pois não possuem
rossensoriais que geram dificuldades
sive os considerados desenvolvidos,
sintomas do TEA suficientes para
em se adaptarem aos ambientes
ainda faltam investimentos neste
classificá-los em uma categoria
distratores. São crianças que têm di-
tipo de profissional, transformando
específica.
ficuldade em suportar um estímulo
a educação inclusiva para crianças
auditivo e visual ao mesmo tempo, o
com autismo em um desafio muito
que é muito frequente no ambiente
grande para todos.
escolar”, diz. Ainda existem mitos sobre o desenvolvimento intelectual da criança com autismo. Apesar de serem classificadas como Asperger, algumas crianças não apresentam dificuldades de comunicação verbal, no entanto, vivem o mesmo processo de isolamento e comportamento repetitivo, assim, são bem objetivos, mas não necessariamente isso está relacionado a uma melhor capacidade de sintetização do conteúdo ministrado em sala de aula. “Há quem diga que todo autista é superdotado de inteligência, e isso não é verdade. Sabemos que grande parcela das crianças com espectro au-
mundo da inclusão
7
Especial
Como o professor deve agir?
Seja flexível no sentido de auxiliar a criança à sua necessidade: Se percebeu que a criança possui sensibilidade acústica e visual, evite lugares muito barulhentos e com muitos estímulos visuais, respectivamente; Estimule os canais de comunicação da criança: Se ela gosta de desenhar, comunique-se com ela dessa maneira, tente verbalizar o que o desenho significa; Dê diretrizes objetivas e simples: Essa ação evita confusão nas tarefas, já que essas crianças têm um pensamento mais objetivo e focado; Dê autonomia à criança: Procure não fazer as tarefas em seu lugar, dê a oportunidade de ela executar as atividades; Conquiste sua simpatia: Respeite seus vícios e hábitos e assim chegará cada vez mais próximo de uma comunicação efetiva;
A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA A família é um pilar muito importante para a criança com autismo, já foi amplamente comprovado, por meio de pesquisas, que o convívio e estímulo à interação entre pais e filhos é essencial para o seu desenvolvimento, como para qualquer outra criança do universo. Os pais ou responsáveis devem estimular comportamentos menos restritivos, promover sua participação social respeitando seus aspectos de hipersensibilidade e não permitir que a criança se isole naturalmente. Cada família deve compreender sua criança na maneira de interagir com o ambiente e na hora de realizar suas tarefas. Segundo
Não seja inflexível com as ativi-
a doutora Iara Brandão, crianças com autismo têm uma forma
dades repetitivas: Faça questão de
diferente de ser criança e os familiares devem ser flexíveis com
que ela não tenha comportamento
essa característica.
repetitivo, mas trabalhe isso de for-
“Se esta criança tem ligação com apenas um tipo de brincadeira,
ma amigável em vez de ir de encon-
os pais devem brincar com ela desta forma, mas também devem dar
tro às suas manias;
espaço para outras opções de brincadeira, dando um simbolismo, um sentido para a nova atividade. Além disso, é preciso não reprimir
Elogie: Valorize uma atividade
o comportamento da criança o tempo inteiro, porque isso vai causar
realizada de uma boa forma ou
estresse e ansiedade. Se ela fizer algo considerado errado ao brincar,
conforme o esperado.
em vez de dizer logo de cara ‘não faça isso!’, você deve participar da brincadeira desta forma e só depois mostrar-lhe qual é o jeito certo de brincar”, finaliza.
8 mundo da inclusão
Palavra do especialista
A natação e o autismo Por: Daniel Carmo e Tiago Toledo* | Fotos: Arquivo pessoal
O
s efeitos benéficos que a
A água por si só pode ser considerada
de pessoas com autismo preferirem o
natação proporciona para
uma ferramenta de trabalho e é um ele-
isolamento e, como esses indivíduos ge-
seus praticantes são diver-
mento terapêutico. Nesse ambiente, as
ralmente não possuem noção do perigo,
sos, mas este artigo tem como principal
pessoas com deficiência desenvolvem sua
pode correr esse risco.
objetivo apresentar os benefícios des-
coordenação motora com mais facilidade
No que se refere ao início de um
te esporte para pessoas com autismo,
e liberdade, possibilitando o deslocamen-
trabalho com pessoas com autismo, a
que apresentam comprometimentos de
to de forma independente.
adaptação ao meio líquido é uma fase
linguagem, de interação social, de com-
As pessoas com autismo têm muita
crucial, pois é uma etapa que deve ge-
portamento e de coordenação motora.
afinidade com atividades que são desen-
rar sentimentos de prazer, segurança e
Quanto mais cedo o aluno começar
volvidas na água, seja em piscina, na praia
confiança no professor. As adaptações
a praticar natação, mais cedo seu desen-
e/ou em lagos. Não se sabe o motivo, mas
sensoriais, como as proprioceptivas e
volvimento terá início. Entretanto, uma
algumas teorias levam a crer que dentro
as vestibulares, ocorrem durante a ade-
pergunta frequente é: com quantos anos
d’água as pessoas com hipersensibilidade
quação da criança à natação. Lembre-se
a criança pode começar a natação?
tátil e auditiva têm esses efeitos diminu-
sempre de procurar um profissional de
Ao longo de nossas experiências,
ídos ou cessados momentaneamente.
Educação Física especializado.
ouvimos muitos relatos de mães e pe-
Esse estímulo sensorial é de certa forma
diatras. Alguns deles recomendam que
calmante e algumas pessoas com TEA se
a atividade tenha início após os quatro
sentem bem confortáveis dentro d’água
meses e outros até depois dos dois anos.
e/ou submersas.
Na prática, o que presenciamos e obser-
Outro aspecto importante é a ques-
vamos é a criança começar o esporte a
tão da segurança. Nos Estados Unidos,
partir dos seis meses. Acreditamos que
a maior causa de morte de pessoas com
essa questão é bastante controversa, pois
autismo é o afogamento. Em 2008, pes-
nenhuma criança é igual a outra, e isso
quisadores dinamarqueses descobriram
independe de ter ou não autismo.
que o risco de morte na população com
A natação proporciona inúmeros be-
autismo é duas vezes maior que a da
nefícios, seja na parte motora, na social,
população em geral. No Brasil, o afoga-
na cardiorrespiratória, no fortalecimento
mento é a segunda causa de morte em
das partes superiores e inferiores, bem
crianças com idade entre um e nove anos,
como dos tônus e até na autoconfiança.
e a terceira em crianças com idade entre
Recebemos muitos alunos com o
dez e 19 anos. As piscinas são responsá-
tônus baixo que tiveram a orientação
veis por 53% de todos os casos de óbito
de outros profissionais, como terapeuta
por afogamento na faixa de um a nove
ocupacional, pediatra ou neurologista.
anos de idade. Isso tudo se deve ao fato
*Daniel Carmo é professor de Educação Física Adaptada, coordenador do projeto de Natação Adaptada da Academia Acqua Fitness, no Rio de Janeiro, técnico das Special Olympics Brasil, palestrante de cursos de Atividade Física Adaptada e personal trainer especializado no atendimento de pessoas com deficiência *Tiago Toledo é professor de Educação Física Adaptada em São Paulo, personal trainer especializado no atendimento de crianças com autismo e integra o quadro ‘5 minutos da Jujuba’
mundo da inclusão
9
A deficiência
Síndrome de Wolfram Diabetes, perda auditiva e alterações visuais são alguns dos problemas ocasionados pela síndrome Por: Julliana Reis* | Fotos: Reprodução Wolfram Inside
em pacientes com atrofia no nervo óptico”, conta ela, que buscou adaptações para conseguir continuar os estudos. “Aos poucos, fui me adaptando, baixei os livros para o meu tablet, tirava fotos das matérias no quadro para passar para o computador em casa, e minhas provas eram feitas com letras maiores. A perda de visão me ensinou a prestar mais atenção a tudo o Rafaela Ungaretti criou o portal Wolfram Inside para compartilhar seus conhecimentos sobre a síndrome
que vejo e a achar tudo mais bonito e alegre, pois, apesar de eu enxergar
U
ma doença genética rara de
Apesar de ainda não existir medica-
borrões nas folhas das árvores, eu con-
caráter neurodegenerativo,
ção específica para a cura da SW, alguns
sigo transformá-los em lindas folhas
que afeta aproximadamen-
tratamentos podem melhorar os sintomas
verdes”, conclui Rafaela.
te 1 em cada 500 mil indivíduos, a sín-
da diabetes, dos problemas renais e neu-
drome de Wolfram (SW) é causada por
rológicos, incluindo as alterações visuais.
mutações no gene WFS1 ou WFS2, e
Desde 2011, quando recebeu o
como a herança genética é recessiva, os
diagnóstico da SW, Rafaela Ungaretti,
Criada por Stephanie Snow Gebel, mãe
indivíduos afetados herdam duas cópias
18 anos, tornou-se uma ativista em busca
de Raquel, 10 anos, diagnosticada com
mutadas (uma da mãe e outra do pai).
de recursos para pesquisas pela cura desta
a síndrome, a Snow Foundation é a
Snow Foundation
O diagnóstico da doença é ex-
síndrome rara, e criou o portal Wolfram
maior organização do mundo de apoio
tremamente difícil, pois os sintomas
Inside, onde compartilha seus conheci-
às pesquisas médicas para a doença,
aparecem gradativamente. Em geral,
mentos e experiências sobre a doença.
e atua angariando recursos para pes-
o primeiro problema a se manifestar,
“Quando o professor me colocou
ainda na primeira década de vida, é a
na última fileira da sala de aula, come-
diabetes mellitus tipo 1. A síndrome
cei a notar minha dificuldade visual, já
também desenvolve uma atrofia no
que não conseguia enxergar o quadro
nervo óptico ocasionando perda visual
negro lá de trás”, lembra Rafaela.
e problemas de audição (perda neu-
Sabendo que uma das manifesta-
rossensorial), além de manifestações
ções da síndrome é a perda de visão,
neurológicas. A doença também pode
ela resolveu procurar ajuda. “Foi pes-
causar perda olfativa, problemas de
quisando na internet que meus pais
equilíbrio e coordenação, espasmos
encontraram um neuroftalmologista,
musculares e convulsões, problemas
em Los Angeles, que havia realizado um
no trato urinário e respiração irregular.
estudo para estabilizar a perda de visão
10 mundo da inclusão
quisas médicas.
Stephanie e sua filha Raquel
*Com informações do site: wolframinside.org
mundo da inclusão
11
Educação no Brasil
Educação no Piauí
Cada aluno com deficiência da rede pública de ensino tem direito a duas matrículas, uma na escola regular e outra nas salas de recursos multifuncionais e/ou Centros Especializados Por: Leticia Leite | Imagens: Divulgação e Shutterstock
superdotação Transtornos Intelectuais
Síndrome de rett Síndrome de Asperger Transtorno do espectro autista Deficiências Múltiplas
Cegos Baixa visão
1822
726 1064
147
59
145
116
Surdos Deficiências
538 auditivAs 498 Surdocegos 8
866
Total 13.062
1910
Deficiências físicAs
7442 Deficiências Intelectuais
P
ara a Secretaria Estadual de
esse aluno tem direito a duas matrículas.
Educação do Piauí, a educação
Atualmente, o estado conta com
Regionais de Educação do Piauí. O estado conta ainda com parce-
inclusiva acontece quando o
150 Salas de Recursos Multifuncionais
rias de ONGs que mantêm convênios
aluno com deficiência está matriculado na
que funcionam dentro das escolas
com a Secretaria da Educação e possui
escola regular e no contraturno frequenta
públicas estaduais, e a maioria das
Centros Especializados que, além de
as salas de recursos multifuncionais e/ou
pessoas que atuam nestas salas são
atender os alunos com deficiência no
os Centros Especializados, onde recebem
professores com capacitação na área
que tange ao AEE, oferecem formação
um atendimento especializado direcio-
de Atendimento Educacional Especia-
continuada para profissionais da edu-
nado às suas necessidades específicas,
lizado (AEE). Em 2016, foram realiza-
cação, para os familiares dos alunos e
de acordo com cada deficiência, assim,
das capacitações nas 21 Gerências
para a comunidade como um todo.
12 mundo da inclusão
&HQWURV (VSHFLDOL]DGRV QR 3LDXÇ #ENTRO DE #APACITA”O DE 0ROkSSIONAIS DA %DUCA”O E !TENDIMENTO š 0ESSOA COM 3URDEZ #!3  oferece curso de Libras em vĂĄrios nĂveis; #ENTRO DE !POIO 0EDAGĂ…GICO PARA !TENDIMENTO šS 0ESSOAS COM $EkCI½NCIA 6ISUAL 0ROFESSORA %STELINA $ANTAS #!0 oferece curso em braile e Soroban; #ENTRO DE %STIMULA”O PARA #RIAN”AS COM $EkCI½NCIA 3ENSORIAL !UDITIVA E 6ISUAL -AURO #ÂźSAR %VARISTO #%3 ministra curso de formação na ĂĄrea especĂfica da deficiĂŞncia visual e auditiva; #ENTRO )NTEGRADO DE %DUCA”O %SPECIAL #)%3 realiza dois grandes eventos ao ano, o SeminĂĄrio CientĂfico para os profissionais do Centro e o ColĂłquio para professores da rede regular de ensino; #ENTRO DE (ABILITA”O !NA #ORDEIRO #(!# promove formação continuada de professores para atender alunos com deficiĂŞncia intelectual;
0ERkL DA SECRETœRIA Rejane Dias Ê formada em Administração e Direito, possui vasta experiência na gestão pública e diversas realizaçþes, como a implantação do Centro Integrado de Educação Especial (CIES), referência para o Brasil na educação de pessoas
.ÊCLEO DE !TIVIDADES DE !LTAS (ABILIDADES 3UPERDOTA”O .!!(3  realiza formação continuada de professores da rede regular de ensino.
com deficiĂŞncia intelectual e autismo. Foi deputada estadual e atualmente estĂĄ licenciada do mandato de deputada federal para atuar como secretĂĄria Estadual de Educação do PiauĂ.
mundo  da  inclusão
13
Artigo
Inclusão, igualdade e equidade Por: Erik Hörner | Imagens: Shutterstock e divulgação
mos um vocábulo X ou Y. O pensamento
entendida como natural à escola. Há al-
inclusão
conservador, aquele que defende que
gum tipo de desconforto em quase todos
substantivo feminino
não há nada de errado ou ruim com o
os envolvidos no processo educacional,
ato ou efeito de incluir(-se)
que existe e, portanto, deseja conservar
desde os alunos e suas famílias até pro-
1 estado daquilo ou de quem
as coisas como estão, tende a considerar
fessores e gestores. Ainda que ninguém
está incluso, inserido, metido,
que está tudo bem com o uso comum
queira, acredito, se ver excluído, a inclu-
compreendido dentro de algo,
das palavras e que elas não dizem nada
são como desdobramento da igualdade
ou envolvido, implicado em;
a mais. No entanto, toda palavra arrasta
não se efetiva de fato.
introdução de uma coisa em outra,
consigo uma história e um contexto. Não
de alguém em um grupo, etc.
temos como ignorar este fato.
Talvez o problema esteja na ideia de ‘igualdade’. O dicionário Houaiss a
Vejamos a palavra ‘inclusão’. Talvez
define como “princípio segundo o qual
poucas estejam mais presentes no am-
todos os homens são submetidos à lei
biente escolar que esta e, ainda assim,
e gozam dos mesmos direitos e obriga-
em sempre paramos para
com tão pouca clareza. A existência de
ções”. Quem não se lembrará de suas
pensar no significado das
uma vasta bibliografia sobre o tema e de
aulas de História, dos filósofos Iluminis-
palavras que usamos no dia
uma legislação obrigando que ‘se faça’
tas, da Revolução Francesa e da bandeira
a dia ou se há algo a mais ao escolher-
não garantem que ‘incluir’ seja uma ação
tricolor carregada de significados? Todo
N
14 mundo da inclusão
este contexto faz de ‘igualdade’ mais
com frequência ouço de profissionais
que todos tenham de acordo e na medida
que uma palavra, trata-se de um concei-
bem-intencionados a preocupação com
de suas necessidades. Assim como não
to, ou mesmo de um paradigma.
a igualdade. “Ao proporcionar a inclu-
tratamos dor de cabeça com remédio
são não estaríamos tratando de forma
para dor de estômago ou não considera-
diferente os alunos?”
mos que todos tenham obrigatoriamente
Até o Antigo Regime, a desigualdade era absolutamente naturalizada. Nobreza e povo se diferenciavam de forma categó-
Nas entrelinhas podemos ler o incô-
uma geladeira, inclusive os esquimós,
rica e praticamente insuperável, apenas
modo com a desigualdade: se todos têm
não podemos persistir na padronização
para citar um exemplo banal. Contudo,
o direito a estarem na escola e a terem
em nome de uma pretensa igualdade.
povo era uma categoria que reunia todos
um professor, por que uns receberiam
É urgente que compreendamos a in-
aqueles que não tinham sangue azul e
mais atenção que outros? E essa angús-
clusão em um sentido amplo, que a veja-
que, por isso, carregavam o peso do pa-
tia não é apenas de professores, já ouvi
mos como inserção de todos no mundo
gamento dos impostos. Especialmente
de famílias, cujos filhos precisariam de
da aprendizagem significativa, indepen-
para a burguesia nascente, esse ônus
um trabalho personalizado “por favor,
dente de suas facilidades e dificuldades.
precisava ser superado e o pensamento
não quero que meu filho seja tratado
Este processo pede, obrigatoriamente,
Iluminista casava perfeitamente com as
diferente dos demais”.
que olhemos para a escola pelo prisma
ambições do grupo. Quando a Revolução
A solução para este paradoxo da
da luta por equidade, do reconhecimento
Francesa, afinal, abriu as portas de um
igualdade, chamemos assim, parece-
de cada aluno em sua singularidade. Mas
novo tempo, Liberdade, Fraternidade e
-me possível apenas reconhecendo que
não nos iludamos, este é um pensamento
Igualdade tornaram-se a bandeira (literal
a igualdade da forma como se cristalizou
revolucionário, pois a estrutura escolar
e figurativamente) de um universo social
no senso comum é falaciosa. Não somos
que conhecemos hoje se fundamenta na
tão diverso que apenas o longo e des-
iguais! O discurso da igualdade, ainda
velha igualdade. A escola atual, e muitos
gastante processo revolucionário pode
que tenha seu mérito, acabou por sufo-
já disseram isso, é filha do Iluminismo e,
ajudar a exemplificar.
car a diversidade, a pluralidade intrínseca
ao superá-la, criaremos novos meios de educar nossas crianças.
Não é de se espantar que a igual-
à sociedade. Especialmente na escola,
dade finalmente instaurada era mais
nada é mais nocivo à aprendizagem que
legal que efetiva e, na maioria dos casos,
a crença na homogeneidade. Se alguns
referia-se simplesmente ao fim do domí-
gostam de esportes e outros de quími-
nio da nobreza hereditária. Os direitos
ca, se uns aprendem melhor ouvindo e
dos cidadãos não contemplavam as cida-
outros lendo, se uns contestam e outros
dãs, a participação política dependia da
aderem, se uns são héteros e outros ho-
renda, ou seja, o voto era censitário, e a
mossexuais, por que continuar a insistir
desigualdade social manteve-se tão pro-
em uma igualdade como princípio social?
funda quanto antes. Contudo, a igualda-
A escola precisa superar a igualdade
de como lema, como marca de um novo
e buscar com todo empenho a equidade.
tempo, foi aos poucos se cristalizando
Não precisamos, para isso, abandonar a
no imaginário do pensamento ocidental.
convicção de que o ser humano é es-
E mais, o argumento da existência da
sencialmente uno, mas precisamos, sim,
igualdade perante as leis, segundo as
elevar a percepção da realidade. Retorne-
quais todos têm os mesmo direitos e
mos ao dicionário Houaiss: equidade é o
obrigações justamente por sermos hu-
“respeito à igualdade de direito de cada
manos e iguais, acabou por reprimir até
um, que independe da lei positiva, mas de
*Erik Hörner é mestre em Histó-
mesmo a luta pela igualdade efetiva.
um sentimento do que se considera justo,
ria Social pela Universidade de
Quando discuto com professores a
tendo em vista as causas e as intenções”.
São Paulo (USP) e atua como
educação inclusiva, ou ainda, a educa-
A justiça na escola não reside em que
coordenador do Ensino Médio
ção como arma de combate à exclusão,
todos sejam considerados idênticos, mas
do Colégio Humboldt
mundo da inclusão
15
Atividades
ATIVIDADES Ilustrações: Shutterstok
O
s pais e educadores devem
a criança. No autismo isso pode ser
exemplo, podem ficar mais fáceis
conhecer a criança com
um desafio, mas é de longe a melhor
quando acompanhadas de fotos
Transtorno do Espectro
das terapias.
do passo a passo. Muitas pessoas
Autista (TEA), perceber suas
A parte da brincadeira, pode se
com autismo têm dificuldades com
dificuldades e ajudá-la. Na sala de
trabalhar alguns conceitos como
processos longos, quebrá-los em
aula, um dos recursos que pode
cores, forma, atributos (grande,
passo a passo e ajudar com imagens
auxiliar no seu desenvolvimento é o
p e q u e n o, p e s a d o, l eve , f i n o,
pode ser uma excelente estratégia!
uso da imaginação, que é base para o
grosso). Pode se trabalhar também
Outro conceito fundamental a
simbolismo que, por sua vez, é a base
a e s t i m u l a ç ã o m o t o r a : fa ze r
se trabalhar é a noção de tempo
para apreender conceitos abstratos,
bolinhas de papel, recortar, rasgar,
para que essas crianças tenham
para a leitura e para a comunicação.
colar... Toda e qualquer atividade
paciência para esperar. Devem ser
Todo esse universo vem dos símbolos,
dos primeiros anos da educação
ensinadas as horas, os minutos, a
e imaginar é aprender a simbolizar.
infantil pode e deve ser reforçada em
manhã, a tarde, a noite, a semana,
Brincar, fazer de conta, interagir,
casa. Atividades como amarrar os
mês, ano... Por isso, ter atividades
trocar papéis, criar situações com
cadarços e abotoar as camisas, por
com calendários é muito importante.
COMO DEVE SER A SALA DE AULA? Estabelecer um ambiente com rotinas SFQFUJUJWBT n VN EPT NFJPT NBJT F·DB- zes para alcançar bons resultados no desenvolvimento das crianças com autismo. Evitando ou minimizando a ansiedade e reduzindo a incidência de problemas comportamentais. O ideal é setorizar a sala com espaços para leitura; área de trabalho; espaço de informática; dispor as mesas para uso individual; dispor de uma mesa grande para os trabalhos em grupo; espaço para expor trabalhos dos alu- nos e para calendários, manter a sala DPN VNB FTUSVUVSB ·YB UBNCnN n EF extrema importância.
16 mundo da inclusão
1 Rotina De certa forma, a rotina é importante
trazemos atividades que contribuem
rotina é o desenvolvimento prático do
para a vida de uma criança, seja
para um ambiente organizado e
planejamento diário da vida do aluno,
em sua vida escolar ou social,
facilitador, com possibilidades de
e por meio dessa ação conseguimos
principalmente quando ela tem
exploração, que aguçam a memória
ajudá-lo a se concentrar em suas
autismo, pois os educandos com
e trabalham a coordenação motora
atividades e auxiliar na sintetização
TEA possuem o hábito de realizar
do aluno.
dos conceitos necessários para o
ações repetidamente. Nesta edição,
A construção e apresentação da
seu desenvolvimento e autonomia.
Objetivo: Estimular o aluno em sua
- Sempre que avançar alguma atividade,
processo inicial de leitura (com valor
autonomia e organização, possibilitando
lembrar de mostrar ao aluno qual será
sonoro ou pré-silábico), propor
P SFDPOIFDJNFOUP TJHOJ·DBUJWP EF TVBT
a próxima tarefa. Exemplo: terminamos
a organização da rotina escrita,
ações diárias.
o desenho, agora iremos brincar de
promovendo o aumento do repertório
NBTTJOIB BQPOUBS F NPTUSBS B ·HVSB
de palavras e estimulando a leitura
Modo de aplicar:
que representa a ‘massinha’);
(modelo 2 abaixo);
- A rotina deve ser apresentada no início
- A rotina para os alunos iniciantes deve
- Propor, de acordo com a tolerância,
da aula ou do atendimento;
ter o mínimo de estímulos possíveis
atenção e limite do aluno, mais ou
- Organização cronológica e clara das
{modelo 1 abaixo}, isso facilitará para a
menos 15 minutos antes do início da aula
atividades planejadas;
criança focar nas atividades que deverão
e 15 minutos antes de acabar a aula, por
- Proporcionar ao aluno relaxamento
ser realizadas e evitar distrações com
meio de brincadeiras ou algo que o deixe
e descontração, colocar em sua rotina
outros detalhes;
relaxado, sendo uma forma de incentivo
momentos de lazer ou algo que ele goste;
- Para o aluno que se encontra no
para a realização das atividades.
Modelo 1
Modelo 2
DIA DA SEMANA
DIA DA SEMANA
NOME
NOME FOTO
O QUE VAMOS FAZER HOJE?
O QUE VAMOS FAZER HOJE?
ESTUDAR
13:00 13:20
COMPUTADOR
DESENHAR
13:20 14:00
ATIVIDADE DE CIÊNCIAS
BRINCAR
14:00 14:50
MATEMÁTICA
TOMAR BANHO
14:50 15:10
COMPUTADOR mundo da inclusão
17
Atividades
2
Jogo dos opostos
Objetivo: Esta atividade incentiva a
usando uma linguagem simples. Cada
alfabetização, pois ensina aos alunos
grupo deve começar por observar
os antĂ´nimos por meio de figuras. A
BT ¡DIBT F DBEB BMVOP FTDPMIF VNB
atividade pode ser trabalhada de vĂĄrias
imagem favorita. Peça para cada aluno
maneiras, uma delas ĂŠ por meio de cartas.
do grupo descrever sua imagem. Logo,
Atenção! A continuidade desta atividade estå no encarte!
PT BMVOPT EFWFN JEFOUJ¡DBS PT PQPTUPT Modo de aplicar: Você vai precisar
EBT ¡HVSBT DPNP QPS FYFNQMP RVFOUF
EF ¡DIBT GPMIB TVM¡UF UFTPVSB F DPMB
e frio, aberto e fechado. Agrupe as
Divida a sala em grupos. Recorte as
imagens que correspondam aos
¡HVSBT F EJTUSJCVB QBSB DBEB HSVQP
antĂ´nimos. Os alunos devem colar as
Explique aos alunos sobre as imagens
¡HVSBT OP QBQFM TVM¡UF F FTDSFWFS P RVF
e os antĂ´nimos de cada uma delas
DBEB VNB EFMBT TJHOJ¡DB
3
Jogo das cartas
Atenção! A continuidade desta atividade estå no encarte!
Uma das principais caracterĂsticas do
Modo de aplicar:
Possibilidades de exploração:
verĂŁo sĂŁo as altas temperaturas. No
-Â Imprimir e recortar as imagens que
Atenção, concentração, coordenação
Brasil, essa estação começa no dia 21 de
estĂŁo no encarte da atividade;
motora, associação, acuidade visual,
dezembro e termina no dia 20 de março.
-Â Dividir as cartas do baralho igualmente
JEFOUJ¡DBmkP EF DPSFT F UPMFSiODJB
Nesse perĂodo, os dias costumam ser
entre os participantes;
ensolarados e bem quentes, ideais para
-Â Cada participante abrirĂĄ um leque
curtir as fĂŠrias na praia. No entanto,
com as cartas sem deixar que o outro
para visitĂĄ-Âla, alguns itens se fazem
veja;
necessĂĄrios, como o protetor solar,
- Começa com o primeiro participante
o chapĂŠu, o guarda-Âsol e os Ăłculos
baixando os pares que possuir e
escuros, alĂŠm dos itens para brincadeira
pegando uma carta do leque do
e descanso, como o baldinho de areia e
participante do seu lado direito, e
as cadeiras de praia.
assim sucessivamente, com os outros participantes;
Objetivo: *EFOUJ¡DBmkP EF JUFOT QBSB
-Â Ganha o jogo quem baixar mais pares,
curtir a praia no verĂŁo. O propĂłsito do
F QFSEF RVFN ¡DBS DPN B DBSUB RVF OkP
jogo ĂŠ formar pares dos objetos por
pertence à estação, no caso o cachecol
cor. Exemplo: cadeira de praia azul com
que, alĂŠm de nĂŁo possuir par, nĂŁo faz
guarda-Âsol azul, e assim por diante.
parte dos itens de verĂŁo.
18 mundo  da  inclusão
4 Crachå 1BSB FEVDBS BMVOPT DPN EF¡DJpODJB n
crachĂĄ, que permite ao aluno associar as
foto prĂłpria, alĂŠm de destacar com cor
preciso dedicação e sensibilidade para
letras e reconhecer o seu nome.
escura. Exemplo: usar fundo preto ou
adaptar as prĂĄticas de acordo com a
azul-Âescuro;
necessidade e o avanço de cada aluno.
Objetivos: Nesta atividade ĂŠ possĂvel
-Â Letras emborrachadas e caixa alta
O nome próprio da criança tem uma
diferenciar letras; diferenciar letras e
sĂŁo alguns estĂmulos para que a criança
DBSBDUFSrTUJDB n ¡YP F TFNQSF JHVBM 6NB
nĂşmeros; diferenciar letras, umas das
possa perceber as formas diferentes
vez aprendido, mesmo com hipĂłteses
outras e seus tamanhos; a quantidade
das letras;
não alfabÊticas ou com limitaçþes
de letras usadas para escrever cada
- Repetição da atividade atÊ perceber
JOUFMFDUVBJT TJHOJ¡DBOUFT TPCSF B FTDSJUB
nome; nome das letras; habilidades
que aquela escrita ĂŠ o seu nome.
ela o escreverĂĄ, mas nĂŁo segundo
grafomotoras; e uma fonte de consulta
Existem variaçþes nas pråticas, como
suas suposiçþes, e sim respeitando
para escrever outras palavras.
deixar faltar uma letra primeiro nas
as restriçþes do modelo apresentado.
iniciais e depois no meio, atĂŠ deixar no
As atividades com os nomes prĂłprios
Modo de aplicar:
¡OBM MFNCSBOEP RVF PT FODBJYFT EFWFN
devem ser sequenciadas, uma proposta
- Iniciar a apresentação ao aluno do
sempre acontecer da esquerda para a
TJHOJ¡DBUJWB EF BMGBCFUJ[BmkP n P VTP EP
crachĂĄ em tamanho grande e com
direita, pois ĂŠ assim que escrevemos.
SugestĂľes de prĂĄtica e uso do crachĂĄ:
Fase 1
-Â Espalhar os crachĂĄs no meio da sala e pedir para que o aluno procure qual ĂŠ o seu;
NOME DO ALUNO __________
-Â Misturar os crachĂĄs com os dos amigos da sala, e pedir para que separem os nomes dos meninos dos nomes das meninas; -Â Separar os crachĂĄs cujos nomes
Fase 2
comecem ou terminem com a mesma
A ________
letra; -Â Usar os crachĂĄs para fazer a chamada diĂĄria; -Â Separar os crachĂĄs cujos nomes tenham o mesmo nĂşmero de letras; -Â Colocar os nomes em ordem alfabĂŠtica; -Â Contar a quantidade de vogais e
Fase 3
consoantes do nome; - Observar se hå repetição de letras; - Escrever novas palavras com as letras do nome; - Trabalhar com o alfabeto móvel, para que o aluno monte o seu nome e o dos colegas.
SON ________ mundo  da  inclusão
19
Atividades
5
Jogo das cores
Atenção! A continuidade desta atividade estå no encarte!
Objetivo: A atividade trabalha
Modo de aplicar: VocĂŞ vai precisar das
DPSSFTQPOEFOUF hT ¡DIBT B[VM BNBSFMP
com objetos e cores para
¡HVSBT OP FODBSUF DBSUPMJOB DBOFUJOIB
e vermelho). Conte um pouco sobre as
estimular a memĂłria e o raciocĂnio
UFTPVSB F DPMB 3FDPSUF BT ¡HVSJOIBT OP
cores apresentadas. Peça para que os
das crianças. O que vale Ê associar
encarte) e as espalhe em uma mesa.
BMVOPT JEFOUJ¡RVFN BT DPSFT F PCKFUPT
o grupo de objetos Ă s cores
Divida a cartolina em trĂŞs partes e, em
-PHP PT BMVOPT EFWFN DPMBS BT ¡HVSBT
correspondentes.
cada uma delas, escreva o nome da cor
no grupo das cores correspondentes.
6 Somas matemĂĄticas
Objetivo: Para desenvolver a
cartolina branca e canetinha. Divida
e marca na sua cartela o nĂşmero
autonomia e o raciocĂnio lĂłgico,
os alunos em grupos de quatro
equivalente Ă soma deles. Os demais
esta atividade proporciona aos
pessoas e dĂŞ dois dados para cada
participantes procedem da mesma
alunos a aprendizagem dos nĂşmeros
grupo. Cada um recebe quatro
maneira, e assim sucessivamente.
e da operação, alÊm do respeito e
cartelas e 12 tampinhas de garrafa
O jogo termina quando todos os
elaboração de regras, interagindo com
PET. O grupo decide quem começarå
alunos tiverem lançado os dados.
os colegas com e sem deficiĂŞncia.
a jogar. O aluno escolhido para iniciar
No final, com todas as operaçþes
o jogo lança os dois dados e identifica
na car tolina, o professor e os
Modo de aplicar: VocĂŞ vai precisar
o nĂşmero de cada dado com as
alunos fazem a soma e comparam
de cartelas feitas de papel-ÂcartĂŁo,
tampinhas. Na cartolina, escreva a
os resultados. Ganha o aluno que
dados, tampinhas de garrafa PET,
operação. Logo, o aluno faz a soma
acertar mais operaçþes.
20 mundo  da  inclusão
7
Animais selvagens
Os animais selvagens sĂŁo aqueles que
da internet ou de um livro, trabalhar
vivem em seu habitat natural, ou seja,
com os alunos onde ĂŠ o seu habitat, do
OB OBUVSF[B OBT ¸PSFTUBT OPT QiOUB-Â
que seu corpo ĂŠ coberto e explorar a
nos, e nĂŁo podem ser domesticados
BQSFTFOUBmkP EFTTB FTQnDJF "T ¡HVSBT
em nossas casas.
EB ¸PSFTUB F EP MFkP BVYJMJBSkP OB IPSB EB BQSFOEJ[BHFN EP BMVOP DPN EF¡DJ-Â
Objetivo: A proposta desta atividade ĂŠ
ência, onde ele realizarå as associaçþes
0T NBUFSJBJT QPEFN ¡DBS OB TBMB DPNP
apresentar aos alunos os animais selva-Â
e poderĂĄ utilizar como referĂŞncia.
recurso pedagógico, na årea de percep- ção sensorial e aumento do vocabulårio.
gens, onde vivem e do que seu corpo ĂŠ coberto: pelos, escamas, penas, etc. O
Possibilidades de exploração: Recortar
De acordo com a proposta, o professor
objetivo ĂŠ estimular a percepção senso-Â
BT ¡HVSBT DPMBS FN VNB GPMIB EF DBSUPMJ-Â
poderĂĄ ir apresentando outros animais e
rial permitindo ao aluno fazer associa-Â
na ou papel-ÂcartĂŁo. O aluno irĂĄ ‘encaixar’
seu habitat. Exemplo: cartaz de cĂŠu para
m{FT TJHOJ¡DBOUFT EF EJGFSFOUFT UFYUVSBT
P MFkP FN TFV IBCJUBU B ¸PSFTUB DPN B
encaixe de um pĂĄssaro. As brincadeiras
BKVEB EF ¡UBT WFMDSP PV rNk $PMBS QFEB-Â
de encaixes, pertence e nĂŁo pertence,
SugestĂŁo de desenvolvimento: Apre-Â
ços de cobertores ou outro material de
vĂŁo ajudar o aluno na compreensĂŁo e
sentar o animal “leĂŁoâ€? e seu habitat, a
texturas parecidas com a do pelo na juba
JEFOUJ¡DBmkP EPT BOJNBJT F TVB UFYUVSB
¸PSFTUB BUSBWnT EF JNBHFOT FYUSBrEBT
ou em outra parte do corpo do animal.
de maneira lĂşdica e prazerosa.
8 Massa de modelar
Atenção! A continuidade desta atividade estå no encarte!
Objetivos: Esta atividade desenvolve a
os pequenos mĂşsculos que estĂŁo no
coordenação visomotora e motora da
nosso corpo para que assim eles pro-Â
DSJBOmB " DPPSEFOBmkP ¡OB n B SFTQPO-Â
duzam movimentos mais delicados e
sĂĄvel pela capacidade que nĂłs temos de
CFN NBJT FTQFDr¡DPT RVF PT PVUSPT
VTBS EF GPSNB QSFDJTB F NBJT F¡DJFOUF
tipos de coordenação motora. A coordenação motorna fina ĂŠ usada quando vamos costurar, escrever, recortar algo, acertar um alvo (nĂŁo importa qual o tamanho) ou atĂŠ mesmo para digitar. Assim, estamos propondo uma atividade que permitirĂĄ a estimulação dessa ĂĄrea com o auxĂlio da massa de modelar. Modo de aplicar: Fazer bolinhas com a massinha e colar nas pintas ou manchas da joaninha.
mundo  da  inclusão
21
Atividades
9 Pega-pega letra Objetivo: Além de identificar as letras, desenvolver a concentração e a coordenação, a atividade vai estimular a integração entre todos os alunos. Modo de aplicar: Organize a sala de aula para ter um espaço amplo para a aplicação da atividade. Faça vários círculos com o giz no chão. As crianças devem escolher um círculo e escrever a primeira letra do seu nome. Em seguida, o aluno deve se posicionar em cima da letra. Ao sinal do professor, eles devem sair e caminhar livremente pelo espaço. No novo sinal do professor, os alunos devem retornar à ‘sua’ letra.
10
Quebra-cabeça
Ob j et i vo s : Esta atividade tem como objetivo proporcionar maior intervalo de atenção compartilhada e desenvolver o raciocínio lógico das crianças. O quebra-cabeça pode estimular também a integração de alunos com e sem deficiência. Modo de aplicar: Você vai precisar das fichas que estão no encarte e da imagem montada. Forme grupos e distribua as peças do quebra-cabeça. Mostre aos alunos a imagem original e os oriente para montar o quebra-cabeça.
22 mundo da inclusão
Atenção! A continuidade desta atividade está no encarte!
Nova educação
Os riscos da PEC para a educação no Brasil Mais que efeitos devastadores, a aprovação da PEC 55 pode agravar ainda mais a situação da educação inclusiva nas escolas públicas e privadas do país Por: Julliana Reis | Imagem: Shutterstock
Sassaki destaca ainda que, apesar de tais problemas já serem recorrentes no âmbito da educação inclusiva, eles devem se agravar ainda mais. “Infelizmente, a PEC irá piorar, além de gerar outros problemas, num flagrante desrespeito à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que o Brasil ratificou com valor de Emenda Constitucional. Irônico é o fato de que o Brasil promulgou o Decreto n° 6.949/2009, afirmando que a Convenção e o seu Protocolo Facultativo serão executados e cumpridos tão
R
inteiramente como neles se contêm.”
egulamentado em 2011, o
devido à carência de recursos financei-
Plano Nacional de Educação
ros, entre outros motivos, ficará ainda
Para o professor da UNESP, João Car-
(PNE) tem por objetivo deter-
pior com a vigência da PEC 55, atingindo
doso Palma Filho, especialista em política
inclusive as escolas particulares.
educacional, a PEC terá um impacto ne-
minar as diretrizes e estratégias para a política educacional até 2020. No entanto,
“A PEC 55 chega com força de lei,
gativo para a educação como um todo.
o PNE tem agora seu primeiro desafio,
atravancando seriamente o processo de
“Essa medida é recessiva e acredito que
com a aprovação da Proposta de Emenda
desenvolvimento da educação inclusiva,
daqui dois ou três anos os efeitos sejam
Constitucional (PEC) 241.
a aplicação do ‘teto dos gastos públicos’
tão negativos que ela será revogada.”
Conhecida também como PEC 55,
resultará na carência de recursos para
Ainda de acordo com o especialista,
a proposta prevê o congelamento dos
atender alunos com deficiência”, destaca.
a proposta e antagônica e seus impactos
investimentos federais na educação por
Para ele, a falta de verbas resultará
serão muito grandes. “Acredito que já em
um período de 20 anos, sendo conside-
na carência de materiais didáticos e pe-
2018, vamos começar a sentir os efeitos
rada inconstitucional pela procuradora
dagógicos, inclusive material de apoio in-
desse congelamento dos recursos. Isso vai
federal dos Direitos do Cidadão, Débora
dividualizado para milhões de alunos; de
comprometer especialmente as metas do
Duprat, “por afetar o direito à educação e
recursos para cobrir necessidades básicas
PNE, que foi idealizado sob uma lógica de
por violar o princípio do não-retrocesso”.
das escolas como, por exemplo, material
melhorar a qualidade da educação, mas,
Para o consultor de educação inclusi-
de escritório, papel higiênico e material
para que isso aconteça, você tem que
va Romeu Kazumi Sassaki, a gestão das
de limpeza; e de projetos de pesquisas
investir e o congelamento prevê justa-
escolas públicas, que há muito tempo
educacionais em todos os níveis escolares,
mente uma redução nos investimentos”,
já não vinha acontecendo a contento,
entre outros.
conclui Palma.
mundo da inclusão
23
Escolas do mundo
The IDEAL School of Manhattan Escola americana é reconhecida por trabalhar de forma eficiente e bem elaborada temas como inclusão, diversidade, aceitação e liderança Por: Marina Sobrinho | Foto: Reprodução
L
ocalizada no coração de Nova Iorque, a escola The IDEAL School of Manhattan con-
sidera a rotina acadêmica dos alunos essencial em sua formação. Por lá eles acreditam que esse período é fundamental para formar cidadãos íntegros, sociáveis e disciplinados. Criada em 2006, a escola surgiu da necessidade de um grupo de pais
Os alunos da The IDEAL School of Manhattan
de crianças com síndrome de Down,
des específicas. Para que o modelo de
ouvido dentro do processo educacional.
preocupados com a educação de seus
inclusão fosse realmente verdadeiro e
Em uma sala de aula diferenciada,
filhos e, por isso, eles buscavam uma
alcançasse bons resultados, outros pre-
os alunos podem escolher seu próprio
sólida base acadêmica, além de ajudá-
cedentes eram essenciais, entre eles,
tópico de pesquisa ou projeto, de forma
-los a superar desafios e desenvolver seu
apoio extra de acordo com o perfil de
que possam exibir seus conhecimentos e
senso de caráter, de responsabilidade
cada aluno; contar com profissionais
desenvolver suas habilidades e compre-
social e sua independência.
altamente qualificados, treinados em
ensões de forma eficiente e inteligente.
No primeiro ano, a escola atendeu
educação geral e especial, para trabalhar
Outra questão importante é que a
quase que de forma experimental 20
em equipe e ensinar pessoas diferentes;
escola promove encontros frequentes
alunos e, para isso, eles contaram com
assegurar classes pequenas e flexibili-
entre seus educadores para fortale-
educadores parceiros, que acreditaram
dade na instrução dos alunos; e desen-
cer as conexões interdisciplinares e
no projeto inicial, de promover um ensino
volver atividades artísticas e esportivas.
incorporar a aprendizagem baseada
que garantisse a inclusão de todos os
Em vez de um currículo único, a
em projetos, garantindo assim que
alunos de forma indiscriminada, e isso
instrução diferenciada permite que os
todos (alunos, professores e demais
envolve gênero, raça, religião, cultura,
alunos busquem os mesmos assuntos
profissionais) estejam envolvidos no
deficiências e fatores socioeconômicos.
em vários níveis de complexidade. Pro-
processo educacional.
No entanto, os fundadores reco-
fessores de apoio, turmas pequenas e o
Já o programa flexível garante aos
nheceram que não seria suficiente sim-
uso de instrução diferenciada criam uma
alunos o direito de expandirem e desen-
plesmente reunir estudantes de diversas
comunidade de aprendizado onde cada
volverem seus próprios interesses, explo-
origens e com determinadas necessida-
aluno possa alcançar bons resultados e ser
rando diversas perspectivas.
24 mundo da inclusão
Tecnologia
Robô auxilia no aprendizado de crianças Protótipo reproduz movimentos humanos e oferece jogos educativos para ajudar crianças com autismo Da redação | Foto: Gastão Guedes
Os alunos Lucas Brito e Wendell Silva durante apresentação do robô bípede na Feteps
U
m robô que anda, fala e
categoria Saúde e Segurança do evento.
autismo têm uma enorme atração por
propõe desafios para esti-
Com sua estrutura formada por pe-
tecnologia. Então, elaboramos um mo-
mular a comunicação e a
ças de filamentos de plástico, projetadas
delo com características claras de um
concentração de crianças com autismo...
pelos alunos e modeladas pela impres-
robô, mas com detalhes que remetem
Esse é o Aria (sigla para Assistente Ro-
sora 3D do Laboratório de Robótica da
a uma relação mais humana, com olhos,
bótico de Inclusão ao Autista), projeto
Fatec, o robô se movimenta e oferece
pernas, movimentos e voz”, afirma.
desenvolvido por dois alunos da Facul-
seis jogos digitais educativos, como
dade de Tecnologia do Estado (Fatec),
quebra-cabeças, disputa de corrida com
de Carapicuíba (SP), com o objetivo de
personagens, formação de palavras com
ser um novo aliado no tratamento de
sílabas e identificação de animais pelos
O robô bípede será o primeiro pro-
crianças com deficiência.
sons. A criança pode interagir por meio
jeto incubado no recém-inaugurado
de sensores e uma tela de smartphone.
Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT)
Olímpio de Brito, 19 anos, e Wendell
Wendell explica que são games es-
do Centro Paula Souza. O próximo passo
Pereira Barreto da Silva, 22 anos, foi uma
peciais, com interface gráfica simples e
dos alunos será a realização de testes
das principais atrações da 10ª edição da
instruções dadas verbalmente para faci-
em parceria com institutos que atendem
Feira Tecnológica do Centro Paula Souza
litar a compreensão da criança. “Nossa
crianças com autismo para identificar
(Feteps) e conquistou o primeiro lugar na
pesquisa constatou que pessoas com
ajustes e aprimorar as funções do robô.
A proposta dos estudantes Lucas
Startup
mundo da inclusão
25
Hora do Recreio
Vestibular a toda prova Universidades e exames, como o ENEM, disponibilizam métodos para que os candidatos com deficiência não sejam prejudicados ao realizarem os testes Por: Leticia Leite | Imagens: Shutterstock
P
articipar de um vestibular para ingressar no ensino superior é um dos maiores desafios dos
estudantes de todo o Brasil. Muitos se dedicam ao longo do ano para conseguirem ingressar em uma universidade, e essas instituições devem oferecer serviços e ferramentas em seus processos seletivos para que os candidatos com deficiência possam realizar as provas sem obstáculos e prejuízos. Um decreto de 2004 rege sobre o atendimento adequado para pessoas com deficiência e, em teoria, todas as instituições de ensino deveriam seguir essas normas de acessibilidade, que já começam no ato da inscrição on-line desses alunos. Os sites das instituições devem estar preparados para que pessoas com deficiência não tenham dificuldades para acessá-los, com opções de leitura ampliada e audiodescrição, por exemplo. Além disso, no ato da inscrição, deve haver uma área
26 mundo da inclusão
Casos de sucesso
“Dependendo da necessidade do
Universidade
candidato temos que acionar a nossa
Federal do Rio Grande do
equipe do núcleo de acessibilidade
Sul (UFRGS) é uma das
pedagógica. Temos esse cuidado
faculdades que já adotou
porque precisamos ter tempo hábil
a política de inclusão em
para atender às suas solicitações e
s e u s v e s t i b u l a r e s . Em
assim garantir que ele faça a prova
determinados casos, os
no dia do processo seletivo, ou
candidatos podem solicitar
então, criar outra data para que ele
até tempo a mais para
faça a prova”, garante a secretária,
a finalização da prova.
Mônica Gomes Abel, do Centro
Candidatos com síndrome
Universitário São Camilo.
A
para que o candidato informe se
do pânico, depressão e síndrome
Apesar da instituição nunca ter
ele possui alguma deficiência e/ou
de Down também são incluídos
tido um candidato cego, ela afirma,
alguma necessidade específica para
na política inclusiva.
Após a
ainda, que disponibilizam provas em
realizar a prova, mas atenção, isto
comprovação da deficiência, este
braile, ledores e salas exclusivas para
é preciso ser comprovado por meio
fator é considerado no momento
que eles realizem o exame.
de laudos médicos.
de correção da prova, e para os
“Hoje trabalhamos com o mundo
De acordo com a gerente de
candidatos surdos, o mecanismo
globalizado e com as diversidades
mídia on-line, Fernanda Lapidus
d e avaliaç ão dos s eus tex tos
das famílias, das pessoas, e temos
Hecht, do site Mundo Vestibular, o
fundamenta a língua portuguesa
que acompanhar esse crescimento.
Exame Nacional do Ensino Médio
como segunda língua, e para
Temos grande preocupação em
(ENEM) já se adequou a essas
os disléxicos, as características
atender adequadamente as pessoas
necessidades. Candidatos com
linguísticas do transtorno também
com deficiência e trabalhamos
baixa visão, que pretendem prestar
são levadas em consideração. Após
diretamente para isso, pois mais do
o exame, podem solicitar um ledor,
aplicar as provas adaptadas, o
que a questão da inclusão social,
um escritor ou uma prova ampliada.
índice de abstenção no vestibular
temos uma ética proveniente da área
Já os candidatos cegos têm ainda
da universidade caiu de 21% para
da saúde”, finaliza Abel.
a opção de solicitar uma prova em
12,5% em 2016.
braile. Pessoas com deficiência física
No Centro Universitário São
podem solicitar mesas adaptadas
Camilo, em São Paulo, o vestibular
para cadeira de rodas, cadeiras
é único para todos os candidatos,
sem braços e apoio para pernas.
ind e p end ente da d ef i ci ência,
Recentemente o ENEM também
entretanto, há um trabalho de
passou a oferecer apoio a pessoas
inclusão. Já no edital do curso
com dislexia, déficit de atenção e
p re te n d i d o há um p a rá g rafo
autismo, esses candidatos também
específico para o atendimento
podem solicitar a presença de um
de necessidades específicas.
ledor e de um transcritor.
Desde o momento da inscrição, o
“O acesso às salas, por lei,
candidato deve especificar quais
também tem que ser facilitado com
são suas necessidades, mediante
rampas, elevadores, permissão de
documentação comprobatória,
cão-guia, entre outros. Isso facilita o
para que a instituição providencie
ingresso das pessoas com deficiência
as medidas para atendê-lo com todo
ao ensino superior,” explica Hecht.
o apoio que for preciso.
mundo da inclusão
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Vitrine
Muito mais conhecimento! Eu, meu filho e o autismo O livro de Denise Fonseca apresenta, de forma pioneira, o autismo sob a ótica da mãe, assim como seus desafios, dificuldades, alegrias e esperanças. A narrativa materna conduz o leitor de forma honesta e real às intempéries trazidas pelo autismo e, simultaneamente, apresenta toda a alegria das pequenas ‘grandes’ conquistas. Por meio dos relatos, é possível sentir pulsar o amor materno, visceral e incondicional.
O menino feito de blocos Especialista em games, o jornalista britânico Keith Stuart compartilha a história de seu filho Zac, que tem autismo. A história acontece a partir da ocasião em que o menino descobriu o Minecraft, aos 6 anos de idade, tratando sua relação com o jogo e a nova experiência, que o ajudou a se expressar, fazendo com que seus pais entendessem melhor quem ele era. Editora Record | 378 páginas
Editora Reflexão | 160 páginas
A escova de dentes azul O apresentador Marcos Mion escreveu um livro inspirado em uma história que viveu no último Natal, com seu filho Romeo, que tem autismo. A história discorre acerca da escolha de presentes de Natal dos filhos. Enquanto os mais novos Donatella e Stefano queriam ganhar presentes ‘caros’, o mais velho pediu apenas uma escova de dentes azul. O relato fez tanto sucesso nas redes sociais que Mion transformou o ocorrido em uma história infantil, com ilustrações de Fabiana Shizue, repleta de conhecimento, simplicidade e amor. Panda Books | 48 páginas
Mundo da Mi mundodami.com
Caminhos para a inclusão Organizado por José Pacheco, ex-diretor da célebre Escola da Ponte, de Portugal, o livro reúne experiências bem-sucedidas realizadas na Áustria, Islândia, Espanha e em Portugal, direcionadas à educação inclusiva em escolas obrigatórias desses países e tem como objetivo oferecer aos professores, pais e serviços de apoio, informações sobre práticas de educação escolar inclusiva. Editora Artmed | 230 páginas
Wolfram Inside wolframinside.org
O blog foi criado pela psicopedagoga Fausta Cristina
Quando recebeu o diagnóstico da síndrome de Wolfram,
para compartilhar com outros pais de crianças com
a jovem Rafaela Ungaretti descobriu que no Brasil poucas
autismo e com educadores, um pouco da rotina de
pessoas conhecem essa doença. O portal tem como ob-
sua filha Milena.
jetivo compartilhar informações sobre esta síndrome rara.
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Equipe multidisciplinar
Equipe nota 10 Conheça os profissionais que trabalham em prol do bem-estar e do desenvolvimento educacional e físico das pessoas com deficiência Por: Leticia Leite | Imagens: Shutterstock
P
or trás do trabalho de reabi-
Com o intuito de valorizar essas pro-
uma equipe multidisciplinar para uma
litação de uma pessoa com
fissões, que garantem mais qualidade
pessoa com deficiência é fundamental.
deficiência, além dos equipa-
de vida e felicidade para a pessoa com
“Através do trabalho desta equipe ela
mentos, medicamentos, ou qualquer
deficiência e seus familiares, a Mundo
passará a conquistar sua autonomia e
outra ferramenta, há uma equipe mul-
da Inclusão traz uma nova seção repleta
independência socioeducacional, visto
tidisciplinar que é a peça-chave para a
de informações sobre esses profissionais
que por meio de estímulos irão aper-
conquista de bons resultados. Ela ajuda
e o que eles fazem em prol do desen-
feiçoar as potencialidades das pessoas
a compreender o comportamento das
volvimento das pessoas com deficiência.
com deficiência”, diz.
pessoas com deficiência e o que interfere
Para o pedagogo Claudovil Barroso
A partir da próxima edição você con-
em seu processo de desenvolvimento e
de Almeida Júnior, que é especialista em
fere um especial com matérias sobre
aprendizagem.
Educação Especial e Inclusiva, o apoio de
cada uma das áreas trabalhadas!
Quem são esses profissionais? Psicopedagogo O psicopedagogo é o profissional que pro-
Pedagogo
cura entender
Este profissional
os motivos, nem
busca compreender
sempre explíci-
a pessoa que está
tos, que levam
educando e mostrar-
as pessoas a ob-
-lhe como respeitar
terem resultados
seus limites, acreditar
insuficientes na
Psicólogo
em seus potenciais e
busca pela aprendizagem. Ele investiga e
Especialista no comportamento humano,
procurar meios que
promove as possibilidades de mudanças
utiliza métodos científicos para estudar
facilitem sua vida
sobre os processos cognitivos, emocionais
os fatores que influenciam o modo como
de um modo geral.
e pedagógicos que possam estar travando a
as pessoas sentem, agem, aprendem e
Além disso, pesquisa e estuda estratégias
aprendizagem de seus pacientes. Na medida
pensam, e estudam para ajudá-las a supe-
que possibilitem sua inclusão em todos os
em que trata dos processos diagnosticados,
rarem suas queixas e administrarem seus
âmbitos sociais, e orienta professores, de-
também previne seus pacientes de sofrerem
problemas, sejam eles de relacionamento,
mais profissionais e até mesmo as famílias
outras dificuldades pessoais decorrentes de
ansiedade, estresse ou medo, entre outros.
quanto à importância da inclusão.
tais transtornos de aprendizagem.
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Fonoaudiólogo O fonoaudiólogo é fundamental para o desenvolvimento do paciente com deficiência auditiva. Ele é quem faz o treinamento auditivo, orienta quanto à audição, faz avaliações periódicas, leitura orofacial, terapia da fala e transmite essas informações ao paciente e seus familiares. Este profissional faz, ainda, a seleção e adaptação da prótese auditiva, quando necessário.
Terapeuta ocupacional Este profissional utiliza tecnologias e atividades diversas para promover a autonomia de indivíduos com dificuldade de integrar-se à vida social em razão de problemas físicos, mentais ou emocionais. Ele elabora planos de reabilitação e adaptação, buscando desenvolver a autoconfiança no paciente.
Fisioterapeuta
Assistente social
Responsável pela reabilita-
A profissão tem como objetivo prin-
ção de funções motoras, o
cipal promover o bem-estar físico e
fisioterapeuta compreende
psicológico das pessoas e integrá-las
o movimento do corpo hu-
na sociedade. O assistente social tra-
mano. Ele atua na preven-
balha com questões para melhorar as
ção, cura ou reabilitação
condições de vida através da criação
da capacidade física das
de campanhas de saúde, educação e
pessoas. Também faz par-
recreação, além de implantar projetos
te do seu trabalho a busca
assistenciais com o intuito de amparar
pela qualidade de vida e
pessoas que de alguma forma não
autoestima dos pacientes.
tem total acesso à cidadania.
mundo da inclusão
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Vale Assistir
Trolls Fotos: Divulgação
'½NERO Animação !NO 2016
R
amo parte para uma jornada de descobertas e aventuras ao lado de Poppy, líder dos Trolls.
Inicialmente inimigos, conforme os de-
$URA »O 92 minutos $IRE »O Mike Mitchell (V) e Walt Dohrn
safios são superados, eles descobrem que no fundo até se combinam.
Dica e atividade:
fofura e, é claro, por serem coloridos.
cores, para ilustrar as três coisas
Os personagens vivem em função de
que mais lhes trazem alegria. Vocês
três objetivos: Cantar, dançar e abraçar,
podem ter uma conversa sobre as
Abusando das cores e tendo a mú-
o que faz deles seres muito alegres e
melhores coisas da vida, que pode
sica como carro-chefe, o filme tem
divertidos. Após assistir ao filme com os
ser passear com o cachorro, ir ao
como protagonistas pequenas cria-
alunos, proponha que eles façam um
cinema, um banho, um passeio no
turas que chamam a atenção pela
desenho e o pintem, utilizando várias
parque, ou ainda, ler um livro.
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Culinária na Escola
Danoninho caseiro Fácil de fazer e gostoso de comer Foto: Shutterstock
INGREDIENTES: 1 lata de leite condensado 2 latas de creme de leite 1 iogurte natural 1 sachê de suco em pó de morango
MODO DE PREPARO Bata no liquidificador o leite condensado, o creme de leite, o iogurte e o suco em pó de morango. Leve à geladeira até firmar e, em seguida, distribua em taças individuais. Se quiser, pode trocar o sabor do suco em pó. Bom apetite, hora de saborear!
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PORÇÕES
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