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2014 2014| |ano ano44 R$ 14,90 R$ 14,90 € 5,00 € 5,00
XUXA entrevista
Rainha dos Baixinhos fala sobre acessibilidade e inclusão em seus projetos para crianças com deficiência
Acessibilidade XUXA
Estabelecimentos se preparam para receber o público da Copa do Mundo no Brasil
Implante coclear Conheça o procedimento que tem atraído pessoas com deficiência auditiva
Reatech
Entrevistas exclusivas com George Millard, presidente da Special Olympics Brasil e Danielle Sheypuk, a primeira cadeirante a desfilar na semana de moda de NY
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ISSN 2176-6134
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A Special Olympics é parceira da Revista Incluir
comportamento • saúde • esporte • lazer e cultura
9 772176 613001
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Maior evento do setor apresenta novidades em produtos e serviços
Alvará de funcionamento: 2013/34406-0 - Válido até: 03.12.2014 – Sujeito à renovação Vistoria Bombeiros Nº 050462 - Válido até: 26/12/2015 – Sujeito à renovação Alvará de funcionamento: 2013/34406-0 - Válido –até: 03.12.2014 – Sujeito à renovação Vistoria Bombeiros Nº até: 050462 - Válido até: 26/12/2015 – Sujeito à renovação Alvará de funcionamento: 2013/34406-0 2013/34406-0 - Válido até: 03.12.2014 Sujeito à renovação Bombeiros Nº Bombeiros 050462 - Válido 26/12/2015 – Sujeito à renovação Alvará de funcionamento: - Válido até: 03.12.2014 – SujeitoVistoria à renovação Vistoria Nº 050462 - Válido até: 26/12/2015 – Sujeito à renovação Alvará de funcionamento: 2013/34406-0 - Válido até: 03.12.2014 – Sujeito à renovação Vistoria Bombeiros Nº 050462 - Válido até: 26/12/2015 – Sujeito à renovação
Parque O Mundo da Xuxa Parque O Mundo da Xuxa Parque O Mundo da Xuxa Parque O Mundo da Xuxa Divertido ééser ser criança! Divertido ser criança! Parque O Mundo da Xuxa Divertido é criança! Divertido é ser criança! Divertido é ser criança!
Já pensou em vivenciar um dia repleto de Já pensou em vivenciar um dia repleto de Já Já pensou em vivenciar um dia repleto de pensou em vivenciar uma dia repleto de magia e diversão com toda sua família? magiaeediversão diversãocom comtoda todaaasua suafamília? família? magia Jámagia pensou em vivenciar um dia repleto de e diversão com toda a sua família? Atrações para todas as idades, Parada Musical magia e diversão com toda a sua família? Atrações para todas as idades, Parada Musical Atrações para todas as idades, Parada Musical Atrações para todas as idades,Teatro Parada Musical com toda a Turma da Xuxinha, com os com toda a Turma da Xuxinha, Teatro com os com toda a Turma da Xuxinha, Teatro com os Atrações para todas da aseidades, Parada com toda a Ratinhos Turma Xuxinha, TeatroMusical com os Três muito mais! TrêsRatinhos Ratinhoseemuito muitomais! mais! Três com toda Três a Turma da Xuxinha, Ratinhos e muitoTeatro mais! com os Três Ratinhos e muito mais!
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International Association of Amusement Parks and Attractions Amusement Parks and International Association of Attractions AmusementInternational Parks and Attractions Association of
Amusement Parks and Attractions Parceiros: Empresa associada: www.omundodaxuxa.com.br /parqueomundodaxuxa /omundodaxuxa www.omundodaxuxa.com.br /parqueomundodaxuxa /omundodaxuxa revista incluir Av. das Nações Unidas, 22.540 São Paulo SP. Mais informações pelo Tel.: (11) 5541-2530 www.omundodaxuxa.com.br /parqueomundodaxuxa /omundodaxuxa Av.www.omundodaxuxa.com.br das Nações Unidas, 22.540 São/parqueomundodaxuxa Paulo - International SP. Mais informações pelo Tel.: (11) 5541-2530 Association of /omundodaxuxa Parks and Attractions Av. das Nações Unidas, 22.540 São Paulo - SP.Amusement Mais informações pelo Tel.: (11) 5541-2530 Av. das Nações Unidas, 22.540 São Paulo - SP. Mais informações pelo Tel.: (11) 5541-2530
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é uma publicação bimestral da Editora Minuano
editorial
S
ão muitas as formas de lidar com as deficiências. E compartilhar conhecimentos e informações sobre elas, de forma a desmistificá-las, é uma delas. Neste propósito que a Revista Incluir atua. Como um veículo sobre deficiências, que traz a cada edição, matérias inéditas e exclusivas sobre assuntos relacionados ao dia a dia de pessoas que fazem a diferença e provam que não há limitação maior que o preconceito. Às vésperas da Reatech, maior evento do setor, no Brasil, lançamos mais uma edição, repleta de matérias mais que especiais para um público interessado em informação de qualidade sobre o tema. Nesta edição, além da entrevista com a Rainha dos Baixinhos, Xuxa Meneghel, uma matéria sobre a acessibilidade nos estabelecimentos comerciais e um especial sobre a mudança de nome das Paralimpíadas. Confira ainda entrevistas exclusivas com o presidente da Special Olympics Brasil, George Millard, que fala sobre os projetos da fundação internacional mais importantes do mundo, no que se refere a esportes para pessoas com deficiência intelectual, e com a psicóloga Danielle Sheypuk, primeira cadeirante a desfilar na semana de moda de Nova York. Adorei receber tantos e-mails. Alguns deles vocês conferem na sessão de cartas desta edição, e o convite para nos escrever vale para todos os meses. Desejo a todos uma ótima leitura e até a próxima!
Rua Cel. Mário de Azevedo, 239 Bairro do Limão/ CEP: 02710-020 – São Paulo – SP Cx. Postal: 16.352 – CEP: 025015-970 Site: www.edminuano.com.br E-mail: minuano@edminuano.com.br Tel.: (11) 3437-7676 DIRETOR-PRESIDENTE Nilson Luiz Festa - nilson@edminuano.com.br ASSESSORIA EXECUTIVA Natali Festa - natali@edminuano.com.br Vera Lúcia Pereira de Morais - vera@edminuano.com.br CRÉDITO E COBRANÇA Luis Eduardo S. Marcelino - luiz@edminuano.com.br Alexandra Testoni, Joyce Ferreira da Silva e Liane Bezerra EDITORIAL Julliana Reis - julliana@edminuano.com.br Caroline Baptista - carolineb@edminuano.com.br Bianca Ponte - arte@edminuano.com.br Adriana Bonone - adriana@edminuano.com.br Colaboradores: Gabriela Rocha (textos); Biaman Prado, Bianca Ponte, Blad Meneghel, Carlos Roncari, Leonardo Luz, Luis Lumbert, Reinaldo Borges, Rodrigo de Paula e Wellington Fernandes (fotos); André Felício e Rosangela Wolf Moro (artigo); Flávia Cintra, Lak Lobato, Pablo Eduardo e Sofia Crispim (colunistas); Martins e Leocádio (Auditor da Saúde), Karina Barbosa dos Santos (Tradução) MARKETING Alda Mendes - alda@edminuano.com.br Ismael Bernardino Seixas Jr - ismael@edminuano.com.br Jacqueline Santos - marketing@edminuano.com.br Joyce Danielle - marketing2@edminuano.com.br PUBLICIDADE Kalinka Lopes - mktincluir@edminuano.com.br Adriana Alcântara - comercial@edminuano.com.br Claudia Silva - claudia@revistaincluir.com.br Sheila Fidalgo - sheila@edminuano.com.br VENDAS Gerente: Joel Festa - joel@edminuano.com.br Adriana Barreto - adriana.barreto@edminuano.com.br Alexandra Eleutério - alexandra@edminuano.com.br Sabino José dos Santos - vendas2@edminuano.com.br vendas@edminuano.com.br DEPÓSITO E LOGÍSTICA APOIO: Alexandre Baccarini, Daniela Lima Santos, Ednaldo Saturnino, Magadiel Aranha Silva, Ricardo Ribeiro, Ronaldo Gomes da Silva ASSINATURAS Tel.: (0xx11) 3437-7676 ramais 126/129/149 assinatura@edminuano.com.br
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sumário
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radar Acessibilidade nos estabelecimentos
vale saber Teatro
trabalho e profissões Gabriela Federici
entidades Ritmos do Coração
histórias de Sofia Pão de Açúcar
mundo afora Novos aplicativos
comportamento Moda inclusiva
fazendo a diferença Ana Cris Ferreira
32 36 42 44 46 48 50 60
educação Exemplos de inclusão
especial Desfile Embaixadores da Alegria
melhor idade Cuidados com a pele
Special Olympics Entrevista George Millard
esporte Goalball
negócios Marketing de relacionamento
capa / entrevista Xuxa
especial Rio2016 Paralimpíadas x Paraolimpíadas
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saúde Implante coclear
auditor da saúde Conhencendo os planos
alternativa Música sem barreiras
coluna Libras Diária
tecnologia Grupo ICTS
vale saber TV Cultura
vale saber Talheres acessíveis
arquitetura e decoração Spa para todos
vale saber Entrevista Danielle Sheypuk
coluna Lak Lobato
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especial Reatech
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vale saber
90 92 94
coluna
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102 104 106 36 108 110 112 114
Idosa Down
Flávia Cintra
artigo Rosangela Wolff Moro
artigo André Felício
vale saber Praia Para Todos
especial Ação Incluir
lazer e cultura Parque Anna Laura
destaque Niponsul
destaque Freedom
destaque Ottobock
CPB Jogos de Inverno
vale ler Visão infinita
vale assistir Meu nome é Radio
FALE COM A GENTE!
cartas
A sua opinião é muito importante para nós. Envie sugestões e comentários para: redacao@revistaincluir.com.br
Reunimos nesta edição especial alguns dos muitos comentários de leitores e parceiros da #RevistaIncluir! Fale conosco e envie suas sugestões. Aguardamos seu contato! “Sou professora e quero parabenizá-los pela qualidade e riqueza de seus conteúdos. Participei da edição 22 e, desde então, venho acompanhando o brilhantismo desta conceituada revista. Não
“A edição da Incluir de aniversário está maravilhosa. Amei
conteúdos desta para mostrar aos educandos que
grande abraço”
move a um caminho sem fronteiras.”
Lisabeth Aleoni Arruda, São Paulo - SP
Márcia Adolpho, Santana de Parnaíba - SP
parabenizar a equipe tanto pelas pautas e textos, quanto
“Tive a felicidade de comprar a revista Incluir aqui encantado. Gostaria de parabenizá-los e sugerir
Ricardo Zentgraf, Rio de Janeiro - RJ
pautas.” Leonardo Gontijo, Belo Horizonte - MG
site: www.revistaincluir.com.br www.twitter.com/revistaincluir www.facebook.com/revistaincluir
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ACESSO GARANTIDO FOMOS CONFERIR O CENÁRIO DA ACESSIBILIDADE NOS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS Por: Caroline Baptista | Fotos: Divulgação
New York Café, em Curitiba
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á cerca de dez anos, a preocupação com a acessibilidade tem redobrado no Brasil. Desde a implementação da Lei 10.098 e da NBR 9050 – que exigem e especificam a garantia de acesso em locais públicos e privados –, estabelecimentos comerciais precisam se adequar para receber todas as pessoas, principalmente, aquelas que têm deficiência. Contudo, ainda há uma prerrogativa diante deste cenário. Oferecer acesso a todos vai além de, como, por exemplo, ter atendimento prioritário ou elevadores,. É necessário
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também estar atento aos pequenos detalhes arquitetônicos e atitudinais para que um local seja acessível, seguro e inclusivo. Segundo a arquiteta Renata Mello, com base no conceito de Desenho Universal, alguns aspectos práticos podem ser implantados nos estabelecimentos: entradas amplas, opções de rampas ou plataformas com níveis adequados, corredores mais largos e recursos visuais, facilitando o acesso. Entretanto, Renata aponta que, apesar das exigências, há muito a ser melhorado nesse segmento.
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Então, como saber se o local garante acessibilidade? Dentro desse contexto, pessoas com deficiência se encontram numa incógnita. Uma delas é a professora de inglês, Laura Souto, que tem baixa visão e adora passear, mas se depara com algumas barreiras. “Sinto que há muita ‘instabilidade’ quando saio de casa, pois nunca sei o que vou encontrar”, comenta Laura. Assim como a professora de inglês, Paulo Vitor Ferreira, que faz uso de muletas por conta da deficiência física, costuma frequentar diversos estabelecimentos comerciais, porém também têm dificuldades quando o assunto é acessibilidade. “Nem todos os estabelecimentos que frequento garantem o acesso necessário para que eu tenha mais autonomia”, relata Paulo. Atualmente, para evitar tais problemas de acessibilidade e minimizar impasses, órgãos públicos vêm desempenhando um papel importante na fiscalização destes comércios, conscientizando sobre a relevância dos recursos acessíveis. Segundo Renata, a acessibilidade arquitetônica só passou a ser implantada pela imposição legal, efetivando as reformas de melhorias nos edifícios comerciais das cidades. “Acredito que a maior parte das transformações em acessibilidade estão sendo motivadas pelas multas e exigências dos órgãos públicos”, explica a arquiteta. A partir dessa fiscalização, aos poucos algumas mudanças para projetar as adaptações necessárias podem ser notadas. Para a arquiteta especializada em Desenho Universal, Silvana Gambiaghi, que tem deficiência física, a acessibilidade em estabelecimentos vem aumentando gradativamente. “Apesar de ainda se ver, como, por exemplo, a falta de comunicação para quem tem deficiência visual, grandes redes de lojas e restaurantes já contam com elevadores para o pavimento superior, provadores adequados e banheiros acessíveis”, exemplifica Silvana, que completa: “assim a acessibilidade vai ganhando espaço e quando um comerciante coloca isso em prática, percebe como está melhorando a qualidade do seu local.” E foi o que o radialista Alan Mazzoleni, que é cadeirante, também percebeu. Frequentador de diferentes estabelecimentos comerciais, Alan garante que existem alguns luga-
MAM promove visitações acessíveis
res preparados para receber a todos. “Ainda está longe do ideal, mas, há locais que, além de seguirem a lei de acessibilidade, você percebe que o proprietário fez com prazer”, completa Alan. Acessibilidade já! Aos poucos, por meio de leis, normas e fiscalizações, bem como por consciência da importância de garantir o acesso, é possível perceber que estabelecimentos comerciais estão se adequando para levar serviços e lazer ao público de forma acessível e inclusiva. Um bom exemplo é o restaurante New York Café, em Curitiba (PR), que foi projetado segundo os preceitos da arquitetura inclusiva. Atualmente, o estabelecimento garante total acessibilidade tanto arquitetônica quanto atitudinal. “Todo o espaço foi pensado de forma que a pessoa, principalmente com limitações de locomoção, possa frequentar de forma autônoma. O acesso é utilizado por todas as pessoas, independente de ter ou não uma limitação. Contamos ainda com cardápio em braile para pessoas cegas, e ampliado para pessoas com baixa visão, que passam por atualizações sempre que há mudança de preços ou itens. Além disso, procuramos capacitar todos os funcionários para atender da melhor forma pessoas com deficiência”, conta a proprietária Diele Fernanda Santo, que também é especiaradar
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radar lista em Educação Especial e coordena um projeto de arte para crianças com deficiência visual no Paraná. Com tal ascensão, outros estabelecimentos que também se destacam no quesito são os espaços culturais. Cinemas, teatros e museus aderiram à acessibilidade como serviço essencial para proporcionar entretenimento. O Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo (SP), é um deles. Segundo a coordenadora do Setor Educativo e de Acessibilidade do MAM, Daina Leyton, o espaço garante o acesso de diversos públicos aos conteúdos das exposições sem barreiras físicas, sejam elas, físicas, sensoriais, intelectuais, comunicacionais e atitudinais. “Além da acessibilidade arquitetônica, com amplos espaços para circulação, banheiros adaptados e rampas, todas as atividades do MAM são viabilizadas por meio de dispositivos como: audioguias com linguagem descritiva para pessoas com deficiência visual, videoguias em Língua Brasileira de Sinais (Libras), cinema com legenda e audiodescrição, acervo tátil permanentemente exposto e intérpretes de Libras”, explica Daina, que completa: “acessibilidade para nós não é apenas promover acesso ao que já existe, mas sim pensar e construir um espaço para todos”. Seguindo o mesmo caminho, o Itaú Cultural, em São Paulo, tem a preocupação de tornar-se cada vez mais acessível. Nos últimos anos, o espaço vem se adequando em cumprir a lei para ser um polo de inclusão. Desta forma, dentre as adaptações, reformas foram realizadas para aplicação de recursos arquitetônicos acessíveis. “O processo de adaptação começou por conta das leis. Porém, percebemos que essa mudança se transformou numa grande oportunidade de ter espaço público de fácil acesso. Assim, colocamos rampas, banheiros adaptados, ampliamos corredores, tudo pensando na autonomia e segurança dos visitantes”, conta o superintendente administrativo do espaço, Sergio Miyazaki. Já dentre as atividades inclusivas, o Itaú Cultural ainda oferece programa de atendimento à comunidade surda com intérprete de Libras e audioguia com legendas. Mas não para por aí. Atualmente, seu Núcleo Educativo planeja incluir todos os demais recursos de acessibilidade para
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Apps e guias on-line Para identificar lugares acessíveis, alguns guias e aplicativos foram lançados com o objetivo de orientar o público sobre estabelecimentos ideais. Disponível aqui no Brasil, o aplicativo Wheelmap mapeia em tempo real a acessibilidade em locais públicos e comerciais, permitindo que usuários com deficiência possam acessar e compartilhar informações. Entre os sites estão o Guia de Acessibilidade Cultural de São Paulo, lançado pelo Instituto Mara Gabrilli, que oferece informações sobre tipos de recursos acessíveis disponíveis em museus, cinemas e teatros, enquanto o blog Mão na Roda avalia como está a acessibilidade em diversos estabelecimentos comerciais, como, por exemplo, restaurantes, lojas e bares. pessoas com outras deficiências. “Temos a preocupação de atender a todos, oferecendo atividades inclusivas. Hoje, temos um trabalho intenso com a comunidade surda, mas queremos aprofundar conhecimento e viabilizar ações para que todo o público possa conferir uma agenda completa cultural buscando saídas para possibilitar a inclusão de todos”, completa a Coordenadora de Educação Cultural do espaço Itaú, Samara Ferreira. Assim, com a mudança de se obter locais acessíveis, pode-se observar que, gradativamente, está se construindo Espaço do New York Café está preparado
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uma sociedade mais inclusiva. “Mudar uma cultura social leva muito tempo. Mas noto que o tema da acessibilidade, nos dias de hoje, é um assunto mais familiarizado pela população em geral, o que contribuirá, sem dúvida, nesse processo de transformação dos estabelecimentos comerciais”, finaliza Renata.
MAM em São Paulo
Museu de Arte Moderna de São Paulo mam.org.br
Itaú Cultural novo.itaucultural.org.br
New York Café www.newyorkcafe.com.br
Guia de Acessibilidade Cultural de São Paulo acessibilidadecultural.com.br
Mão na Roda maonarodablog.com.br
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vale saber
vale saber
ANNE SULLIVAN E HELEN KELLER PEÇA MOSTRA TRAJETÓRIA DAS TREVAS PARA A LUZ E LEVA O PÚBLICO A VIVER ESTA EXPERIÊNCIA Por: Julliana Reis | Foto: Rodrigo de Paula
Em cena Roberto Cordovani (Anne Sullivan) e Nina Mancin (Helen Keller)
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m cartaz até 27 de abril, em São Paulo, o espetáculo teatral ‘Anne Sullivan e Helen Keller – A luta pela inclusão social’, conta a história da americana Helen Keller, que viveu em um mundo de incompreensão até a chegada de uma professora que a transformou em uma mulher fascinante. Imagine não conseguir enxergar, apenas ouvir os ruídos ao redor. Essa é a sensação dos primeiros minutos
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da peça, estrelada pela companhia internacional de teatro Arte Livre, sediada na Europa e composta por atores brasileiros premiados internacionalmente. A peça é sobre a menina Helen, nascida no final do século XIX, cega e surda, que sofreu com a falta de apoio da família e viveu isolada em seu próprio silêncio e escuridão até a chegada da professora Anne Sullivan, que muda completamente sua vida. A peça é inspirada nos relatos de Anne Sullivan sobre a educação para pessoas com deficiência, assim como os depoimentos das educadoras brasileiras Neusa Basetto e Nice Saraiva, pioneiras na inclusão social de alunos com deficiência visual e auditiva no País. Às sextas-feiras, as apresentações contam com interpretacão em Libras e, aos domingos, com audiodescrição. Após a temporada em São Paulo, a peça segue para apresentações em Lisboa (Portugal) e Santiago de Compostela (Espanha).
Anne Sullivan e Helen Keller Dia/hora: até 27/4, 6a feira, às 21h; sáb., às 21h30; dom., às 18h Local: Teatro Maria Della Costa Rua Paim, 72 - Bela Vista - São Paulo - SP Informações: 11 3256 9115 Preço: de 6ª à domingo, 50 reais (inteira) e 25 reais (meia); aos sábados 60 reais (inteira) e 30 reais(meia)
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trabalho e profissões
ENTRE PANELAS E SUPERAÇÃO CONHEÇA A HISTÓRIA DA JOVEM QUE, A CADA DIA, VEM SUPERANDO LIMITES E CONQUISTANDO ESPAÇO EM SEU MUNDO PESSOAL E PROFISSIONAL Texto e fotos: Gabriela Rocha
Q
uem vai à Avenida Sumaré, número 611, pode
Gabi, como é conhecida pelos amigos e clientes da can-
provar e comprovar duas verdades. A primeira
tina sobre rodas, nasceu com uma síndrome chamada Ru-
de que as massas vendidas ali, em uma antiga
bistein-Taybi, uma condição rara de natureza genética que,
Kombi, são muito saborosas e bem servidas. A segunda de
apesar de não ter uma causa específica comprovada, ocorre
que o atendimento é excelente e atencioso. Isso se dá por-
devido a uma alteração no cromossomo 16. A doença aco-
que, dentre outros fatores e funcionários, claro, lá trabalha
mete, em média, 1 a cada 300 mil bebês, sendo que não há
Gabriela Federici de Freitas, de 26 anos, filha do meio de
diferenciação por sexo, e sim por raça, aparecendo somente
um garçom e de uma administradora.
em pessoas de pele branca e amarela.
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Ao nascer, Gabriela teve paralisia cerebral e foi a avó quem primeiro desconfiou de sua deficiência ao identificar uma deformidade nos dedos dos pés da neta, ainda bebê. Depois da confirmação da síndrome, que não pôde ser identificada no útero da mãe, passou por psicólogos e terapias que melhoraram sua condição, porém seu mais visível progresso veio com a conquista do primeiro emprego, em setembro de 2008. Apesar da deficiência intelectual acentuada, Gabi progrediu muito. Antes ela era introvertida e muito tímida, hoje quase comanda a Kombi sozinha. “Quem a vê hoje, não imagina como ela era quando chegou”, relata um amigo, cliente e colega de trabalho Leonardo Bevilacqua. Considerado seu primeiro emprego, Gabriela está com Rolando Massinha há quase seis anos. Ela conta que hoje está mais segura e confiante e que, no começo, achou que não iria dar conta do trabalho, pelo medo da decepção do primeiro emprego. “Eu demorei um tempo para ir até lá, porque achei que ninguém iria me querer mais”, conta a jovem que começou limpando o espaço e lavando as panelas. Com o aprendizado diário, cerca de sete meses depois, ela começou a atender os clientes e dar o troco, tarefa que ela acredita ter sido a mais difícil. “Com o troco eu tive mais dificuldade que com as demais tarefas”, relembra Gabi.
tivando os filhos delas a trabalharem”, confessa sorrindo.
Entre as características da síndrome estão o comprome-
Todos que acompanharam esse desenvolvimento nota-
timento do sistema cognitivo, o que dificulta a concentração
ram como Gabriela mudou. Está mais expressiva, animada
e o raciocínio lógico.
e responsável, ajudando nas despesas de casa e se sentindo
Hoje, além de preparar os pratos, Gabi é quem faz o mo-
mais livre. Em suas folgas, a jovem, de sorriso fácil, gosta
lho branco que é servido diariamente na Kombi. Ela revela
de jogar tênis e ler livros. Rolando Vanucci, empresário e
que, com o trabalho, as coisas em casa também mudaram,
proprietário das Kombis de comida de rua que levam seu
e hoje ela se sente mais independente e confiante. Sabe que
nome, declara que um dia a cantina deixará de ser Rolando
é capaz de fazer qualquer coisa e que não é sua deficiência
Massinha e passará a ser Gabi Massinha, apontando que a
que irá impedi-la. “Eu gosto muito de estar trabalhando,
jovem virou seu braço direito. Quanto ao chefe, os elogios
considero uma independência”, afirma.
não são poupados. “Ele tem muita paciência em ensinar. Eu
Embora não saiba a grandeza de seu exemplo, a jovem é
admiro muito isso nele”, completa Gabi.
uma determinante no incentivo e, até, no estudo das carac-
A cantina sobre rodas Rolando Massinha funciona de
terísticas de sua deficiência. “Mães, de vários países, estão
segunda a sábado, das 19h30 à 1h30 e aos domingos, das
me adicionando nas redes sociais. Dizem que estou incen-
19h30 às 23h.
trabalhos e profissões
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RITMOS DO CORAÇÃO “PULSANDO ARTE, ALEGRIA E SAÚDE”
Por: Julliana Reis | Fotos: Bianca Ponte
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esde 2009, a ONG Ritmos do Coração atua na promoção de inclusão, bem-estar, qualidade de vida e cidadania das pessoas com deficiência, por meio das artes e da cultura. Com início em agosto de 2010, o projeto Cultura Acessível tem por objetivo ampliar a frequência e qualificar a vivência de pessoas com deficiência em espaços artísticos e culturais. A iniciativa é realizada em parceria com instituições
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(Escolas de educação especial e inclusiva, Associações, Espaços de Convivência, Centros de Reabilitação) de São Paulo que atendem crianças, jovens, adultos e idosos com deficiência (intelectual, auditiva, visual, física e/ou múltipla), que estejam (ou não) em situação de vulnerabilidade social. Acompanhamos uma das visitas de um grupo de pessoas com deficiência visual, atendidas pela Laramara, ao Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), da Universidade de
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São Paulo, e destacamos a preparação para a visita, que, segundo a diretora da ONG, Viviane Fowler, é tão importante e interessante quanto o próprio passeio. “Nós organizamos um pré-evento, que chamamos de oficinas de preparação para que as pessoas entendam o evento. Assim, elas estarão preparadas e poderão aproveitar melhor a ação”, garante. O projeto é apoiado pelo Instituto HSBC Solidariedade, desde 2013. Entre os institutos parceiros da ONG, e que já participaram do projeto, estão a Associação Educacional para Múltipla Deficiência (AHIMSA), a Associação dos Amigos Excepcionais do Brooklin (AAEB), a Nova Projeto, a Guainumbi, a Anne Sullivan e a Adid. Histórico A iniciativa surgiu em 2006 e, gradualmente, mais integrantes foram agregando força ao movimento. Em 2009, a equipe participou de um programa de desenvolvimento
organizacional, no Instituto Ecosocial, visando construir a identidade, assim como definir a missão, valores e visão da Ritmos do Coração. Missão Criar oportunidades para que, através das linguagens de arte e manifestações culturais, as pessoas com deficiência possam exercer sua cidadania estimulando, assim, uma convivência social saudável e solidária que valoriza a diversidade humana. Visão Ser reconhecida como uma organização competente, inovadora, empenhada, idônea que adota práticas de atuação humanizadas, através das artes, voltadas para a saúde, educação e valorização das relações sociais. www.ritmosdocoracao.blogspot.com
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histórias de Sofia
PÃO DE AÇÚCAR Por: Sofia Crispim | Fotos: Arquivo pessoal
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inha mãe não costuma me levar em lugares muito altos. Normalmente o acesso a esses lugares é feito por escadas
ou escadas rolantes, que não são muito seguras para cadeirantes, mesmo com a ajuda de funcionários. Por isso, em nossas viagens ao Rio, o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar não estavam na nossa lista de passeios. A gente via de longe, mas não se animava a ir até lá. No Pão de Açúcar, que é um morro bem alto, a principal atração é o bondinho, uma espécie de teleférico bem grande, que também parece um elevador panorâmico gigante. Depois de ler várias matérias falando sobre a acessibilidade nesses lugares, minha mãe decidiu me levar para a gente poder contar para os leitores da Revista Incluir como é a acessibilidade por lá. Logo na chegada, o táxi parou bem em frente à escadaria. O segurança foi educado e já nos levou até o elevador. Bem, o elevador é daqueles tipo plataforma, que só cabem duas pessoas (a pessoa com deficiência e um segurança da empresa responsável, minha mãe não pode ir junto). Mas é rapidinho, porque o elevador sobe o equivalente a poucos degraus e já estamos na bilheteria. Da bilheteria para entrar no bondinho tem mais
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um lance de escadas. E mais um elevador desse tipo,
de apostar corrida a gente viu muitos macaquinhos.
com outra segurança para acompanhar. Tudo é muito
De lá, entramos no outro bonde para o Pão de Açú-
seguro e os funcionários estão bem acostumados com
car. Chegando lá tem mais mirantes para ficar vendo
pessoas com deficiência.
como o Rio de Janeiro é bonito e todas as praias da
Na entrada do bondinho tem uma fila e você pas-
Baía de Guanabara. Mas eu não gosto muito de ficar só
sa por uma catraca, mas pessoas com deficiência têm
olhando, então fui tomar um sorvete. Os adultos ado-
acesso preferencial pela lateral. A gente entra primei-
ram tirar um monte de fotos lá para postar no Insta-
ro, para evitar a muvuca de quando liberam todo mun-
gram. Eu prefiro brincar na areia, acho mais divertido.
do. Na entrada do bondinho tem um desnível e minha
Quando a gente desce do Bondinho no Pão de Açú-
mãe precisou me ajudar. Se o cadeirante está sozinho,
car para chegar na lanchonete e tomar sorvete tem es-
o condutor ajuda.
cadas e outro daqueles elevadores de plataforma. Lá
Dentro do bondinho a gente vai subindo, subindo,
demoramos mais para achar um funcionário para me
subindo. Tudo preso por um cabo, mas nem dá medo.
levar, porque tinha outros cadeirantes precisando de
Balança menos que o metrô e a paisagem é mais bonita.
ajuda, mas foi bem tranquilo.
O primeiro trecho vai até o Morro da Urca. De lá
Ficamos um pouco por lá e voltamos, passando pe-
é fácil descer e tem um espaço legal para ver o Rio de
los bondinhos e elevadores de novo. Eu acho legal que
Janeiro de diversos ângulos. Lá de cima, tudo fica pe-
tenha acesso para todos os lugares, assim a gente pode
queno, até os aviões descendo e quase caindo na água.
escolher o que quer fazer e não precisa ir só aqui ou ali.
No Morro da Urca tem a praça do Bonde, passeios
E acho que os elevadores também ajudam muito os
para quem quer andar de helicóptero (minha mãe
idosos. Esses passeios só para ficar observando paisa-
quer; eu ainda não sei se vou ter coragem!) e um ca-
gens não são tão legais para crianças.
minho com rampas para chegar até a estação três (a
Mais é muito, muito bonito. E dá para conhecer e
gente entra na estação um, desce na dois e embarca
ir para a praia no mesmo dia, se você convencer a sua
na três para chegar até o Pão de Açúcar, que é o morro
mãe. Bom passeio!
mais alto). Confesso que eu não estava de muito bom humor. Estava muito calor lá em cima e eu queria mesmo era tomar sorvete e ir para a praia. Sabe o que foi mais le-
Bondinho
gal lá? Brincar de pega-pega. Como o chão é liso, não
www.bondinho.com.br Ingresso: R$ 62,00 Crianças até 6 anos grátis. De 6 a 21 anos ou pessoa com deficiência: R$ 31,00
tem obstáculos, dá para andar e correr muito com a cadeira. Para chegar da estação II até a estação III há uma opção de caminho com escadas, passando pelo anfiteatro, ou a passarela verde, que é bem acessível e sinalizada. Fomos pela passarela e foi muito divertido: além
*Sofia Crispim assina a coluna, sob supervisão de sua mãe, Denise Crispim
histórias de Sofia
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EMPRESA DESENVOLVE APPS PARA ESTIMULAR COMUNICAÇÃO Por: Caroline Baptista | Foto: Arquivo Pessoal
cativos funcionais para crianças com autismo e dificuldades na fala. Desde 2004 morando nos EUA, ao prestar atendimento a um menino norte-americano com autismo, Bárbara resolveu aliar tecnologia e inclusão para estimular a comunicação da criança. A partir daí, ela expandiu seus projetos e fundou a Smarty Ears (S.E), empresa especializada e referência na área. “O foco da S.E é criar produtos que possam ser utilizados por fonoaudiólogos e pais de crianças com distúrbios da fala ou linguagem para promover as competências de comunicação apropriadas”, afirma. Cada aplicativo tem suas atividades específicas, mas, em comum, todos estimulam sentidos, com estímulos visuais, auditivos e táteis. Segundo Bárbara, os aplicativos trabalham diversos pontos: disfagia, linguagem, voz, gagueira, enquanto faz avaliação e articulação de fonologia. “Assim, os aplicativos ajudam no desenvolvimento da comunicação e fala”, completa a fonoaudióloga. O sucesso da Smarty Ears atingiu números ini-
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magináveis, passando a ter seus aplicativos entre os e maneira crescente, pessoas de todo o
mais vendidos no iTunes. Por poderem ser utilizados
mundo fazem uso de recursos tecnológi-
95 fora dos consultórios, os aplicativos são adquiridos
cos em aparelhos de smartphones e ta-
75 pelos próprios pais para contribuir com o desenvol-
blets, cujo foco principal é a comunicação. Foi pensando nesse segmento digital que, há cinco anos, a fonoaudióloga Bárbara Fernandes desenvolve apli-
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vimento da criança. Conheça todos os aplicativos no site www.smartyearsapps.com.
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Ottobock e Roho Unidas para seu bem-estar A Ottobock e a Roho se juntaram para oferecer o que há de mais avançado em mobilidade para o mercado brasileiro.
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Com esta união, tanto as cadeiras de rodas quanto as almofadas estarão disponíveis em um número maior de lojas facilitando o seu acesso. Ganham os lojistas, com uma oferta de produtos mais completo e de qualidade superior; Ganham os profissionais de saúde, que podem oferecer combinações excelentes para seus pacientes; E principalmente ganham os consumidores, que terão mais acesso ao que de melhor se produz no mundo em termos de mobilidade, conforto e segurança.
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MODA INCLUSIVA ESTILISTAS E EMPREENDEDORES ENXERGARAM ALÉM DO MERCADO TRADICIONAL DA MODA E CRIAM PEÇAS PARA UM PÚBLICO ANTES ESQUECIDO Por: Gabriela Rocha | Fotos: Reinaldo Borges
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o longo da história da humanidade, o corpo pas-
para serem aceitos. Porém, essa imposição esquece gran-
sou por diversos padrões de representação, das
de parte da população: as pessoas com deficiência. Pessoas
gordinhas às magérrimas. Sendo, assim, o con-
que também têm seus desejos de consumo e potencial para
ceito de beleza é muito subjetivo. Todos os dias, o mercado
compra.
da moda nos impõe um padrão a ser buscado, fazendo com
Tentando quebrar essas imposições surgiu a Adaptwear.
que homens e mulheres desejem estar nessa lacuna social
Em uma viagem aos Estados Unidos, em 2009, a adminis-
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cia, mas também às pessoas que estejam com algum tipo de restrição de mobilidade, enfim, são muitas as possibilidades. Ana revela que a marca pretende aumentar a autoestima de seu usuário, seja porque está vestindo algo bonito ou porque lhe dá mais autossuficiência em seu dia a dia. “A moda para eles não precisa ser diferente, ela só precisa ser adaptada às suas necessidades”, aponta. Outra pioneira no ramo é a estilista, atriz, maquiadora e diretora de teatro, Carina Casuscelli, criadora da marca A Moda Está em Baixa, feita, em primeiro plano, para mulheres com nanismo. O nome surgiu como uma espécie de grito de guerra, nas manifestações em que Carina e as amigas participavam, como uma forma de protesto. A grife conta com peças descoladas, que diferentemente da Adaptwear, são feitas sob medida e elaboradas para quem tem, em média, 1 metro de altura. O projeto teve seu estopim há cerca de 13 anos, quando Carina começou a customizar peças para duas amigas, que conheceu no teatro, devido à dificuldade de encontrar modelos para corpos de mulheres adultradora Ana Cristina Ekerman conheceu a dificuldade
tas, porém baixas em estatura. Por conta da procura
de uma prima em encontrar roupas para seu filho que
pelas roupas, a partir de 2008, a estilista começou a
nasceu com paralisia cerebral. Quando voltou ao Bra-
enxergar um potencial para o negócio. Sendo o pri-
sil, Ana idealizou o projeto, largou o emprego em uma
meiro desfile realizado em 2010, em São Paulo, com o
multinacional e em 2013 lançou a marca. “Uni, então,
tema inspirado nos cabarés.
o desejo de ter meu próprio negócio com uma visão de
Partindo, basicamente, de um mesmo estímulo, po-
oportunidade num mercado carente de ser ouvido e
demos ver mais marcas de moda inclusiva nascendo no
atendido em suas necessidades”, diz.
País. Peças adaptadas são vendidas no site lançado em
Seu principal objetivo é unir elementos de moda da
2013, pela fisioterapeuta Dariene Rodrigues, de Soroca-
estação, com a funcionalidade das peças adaptadas.
ba (SP), no interior de São Paulo: Lado B – Moda Inclu-
De saia-short a camisas e bermudas. Tudo com varie-
siva. Segundo a marca, um negócio que busca aperfei-
dade de estampas e modelos para diferentes ocasiões.
çoar e inovar na produção e no atendimento as pessoas
Não se restringindo apenas às pessoas com deficiên-
com deficiência, buscando tornar-se líder de mercado. comportamento
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comportamento Mercado Segundo o Censo de 2010, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), no Brasil vivem 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que corresponde a cerca de 20% da população brasileira. Consumidores que ficam à margem da moda, pois o mercado não vê o seu potencial de consumo. Para Ana Ekerman, é preciso que o mercado deixe de encarar esse público somente de forma assistencial e passe a vê-los como reais consumidores, o que de fato são, e comecem a oferecer soluções customizadas às suas necessidades. Já para Carina, outro desafio é a falta de dados oficiais sobre o nanismo no Brasil, o que influencia bastante. A estilista faz sempre questão de lembrar em suas entrevistas que, apesar do foco de mercado do projeto, nunca deixará de lado o conceito de protesto, contra as imposições da sociedade. Afinal, desde que começou, ela encontrou muito preconceito do mercado. Uma das iniciativas da Secretaria de Estado dos Direi-
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tos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, que
O mercado da moda é muito restritivo e nunca foi visto
merece destaque, o 6º Concurso Moda Inclusiva – Edição
por aqueles que o manuseiam como algo democrático, mes-
Internacional, que tem por objetivo desenvolver um novo
mo sabendo que todas as pessoas usam roupas. Dessa for-
olhar nos jovens estilistas para que eles criem soluções que
ma, poucas empresas querem retratar as diferenças. “Acre-
facilitem o cotidiano da pessoa com deficiência com estilo e
dito que muito disso acontece porque enquanto crescemos,
praticidade.
não temos muito contato com crianças com deficiências
De acordo com a coordenadora do curso de Moda do
nas escolas. Daí, quando crescemos, temos dificuldade de
Centro Universitário Moura Lacerda – unidade responsável
lidar ou até mesmo de lembrar deste público”, defende Ana
pelas inscrições em uma das sedes regionais do concurso
Ekerman.
–, Leda Maria Braga Jorge, o evento possibilita uma visão
A recente polêmica do namoro da miss bumbum Daí
mais apurada sobre o assunto. “Ele desperta no aluno a res-
Macedo, 26 anos, com seu namorado Rafael Magalhães,
ponsabilidade solidária. Será uma oportunidade fantástica
31 anos, que é cadeirante, ilustra bem a falta de naturalida-
para os futuros profissionais da área”, afirma. O concurso
de da sociedade com o assunto, relembra Ana. Porém, os
é aberto para qualquer estudante matriculado na área de
empresários que têm acreditado neste mercado sabem que
moda, curso técnico ou profissional, e as inscrições podem
isso está mudando, claro que não acontece de um dia para o
ser realizadas até o dia 20 de maio.
outro, mas aos poucos vemos atitudes significativas.
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Exemplo disso foram as contratações de marcas como
peres e botões e dá lugar a peças fechadas com ímãs e elás-
as italianas Diesel e Nolita e a grife brasileira Vide Bula, que
ticos. “Comecei levando em conta o corpo sentado e o que
surpreenderam ao usarem modelos com deficiências em
se torna importante quando é visto de longe e de perto”, ex-
seus desfiles e campanhas publicitárias, como o atleta e mo-
plica Ann em texto no site da marca. A loja, além de vender
delo Fernando Fernandes em 2011.
exclusivamente pela internet, entrega no mundo todo.
MUNDO E não é só no Brasil que ainda faltam investimentos. A
Adaptwear
arquiteta Ann Oliver, diagnosticada com esclerose múltipla
adaptwear.com.br
em 1990, foi descobrindo aos poucos a dificuldade de se vestir bem e com praticidade ao longo do seu dia a dia sobre a cadeira de rodas. Abotoar uma camisa ou fechar o zíper de uma calça tornaram-se atividades cansativas. Então, em 2009, após um curso de moda na Central Saint Martins de Londres, ela criou sua própria marca de roupas. A moda acessível da Xeni descarta os tão difíceis zí-
A Moda Está em Baixa amodaestaembaixa.blogspot.com.br
Lado-B ladobmodainclusiva.com.br
Xeni xenicollection.com
Concurso Moda Inclusivo modainclusiva.sedpcd.sp.gov.br
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fazendo a diferença
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ANA CRISTINA FERREIRA ESCRITORA SUPERA DESAFIOS E ALCANÇA O SUCESSO COM LANÇAMENTO DE LIVRO Por: Julliana Reis | Fotos: Divulgação
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ais que um exemplo de superação, a ‘Campista’ Ana Cris Ferreira – como gosta de
ser chamada – é uma pedagoga de sucesso. Nascida em Campos dos Goytacazes (RJ), Ana nasceu de 7 meses e teve uma paralisia cerebral, que a deixou tetraplégica. “Tenho uma mobilidade que não permite um controle completo dos movimentos, por isso, uso cadeira de rodas, e tenho a voz distorcida. Mas sou uma pessoa feliz e realizada!”, conta. Graduada em Pedagogia, pela Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO), Ana Cris cursou pós-graduação em Psicopedagogia na Universidade Cândido Mendes – AVM (campus Centro/RJ). “Realizo palestras, oficinas de vivências e minicursos em todo o País, dividindo meu conhecimento técnico com outros profissionais”, diz Ana, que utiliza a língua para digitar. E foi assim que ela escreveu seu terceiro livro, intitulado ‘Inclusão na Prática – Respeitando a Diferença’, lançado pela Editora WAK. No livro, ela relata sua trajetória educacional e prova que, apesar de parecer impossível trabalhar a parte educacional com um aluno que tenha lesão cerebral, é possível alcançar bons resultados.
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“Quis mostrar que a invalidez aparente pode ser uma grande causa de muitas pessoas com deficiência não terem
como lidar com a situação e descobrir o potencial destas pessoas, para que sejam produtivos.
sido trabalhados há 20, 30 ou 40 anos. É importante que as
“Havendo oportunidade, sensibilidades e acessibilidade,
pessoas saibam o quanto estas pessoas podem oferecer se fo-
eles podem ter uma vida, na medida do possível, normal”,
rem respeitadas e, é claro, se receberem estímulos para tal”,
conclui.
completa a autora. Ainda de acordo com Ana Cris, o livro tem por finalidade principal esclarecer, de modo simples e objetivo, aos profissionais das áreas de educação e saúde e, também, familiares de pessoas com deficiência – seja ela física ou intelectual –,
Inclusão na Prática Respeitando a Diferença Editora WAK | 144 páginas
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EXEMPLOS DE SUCESSO CONHEÇA ALGUMAS HISTÓRIAS QUE SE DESTACAM QUANDO O ASSUNTO É INCLUSÃO ESCOLAR Por: Caroline Baptista | Fotos: Bianca Ponte
Kauê Rodrigues
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á cerca de dez anos, com a inclusão de alunos com deficiência no ensino regular, instituído por meio do Plano de Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), o ambiente escolar ganhou novas dimensões. Diante desse cenário, professores se empenham a contribuir com o desempenho educacional e a socia-
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bilização desses alunos por meio de diferentes experiências. Entre as práticas pedagógicas, adaptações na didática dependem da deficiência trabalhada. Entretanto, o conteúdo deve ser diversificado – e não diferenciado –, com a realização de atividades para serem desenvolvidas por todos os alunos da turma, inclusive aqueles que têm alguma deficiência.
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Desta forma, já é possível ver exemplos de inclusão que se iniciam dentro da sala de aula. Para tanto, reunimos algumas trajetórias de sucesso, que você confere a seguir. TDAH Foi na perspectiva da inclusão que a pedagoga Celia Regina Ribeiro, da EMEF General Antonio Sampaio, em Osasco, trabalhou com Kauê Phellype Rodrigues Silva, de oito anos, que tem o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), durante o segundo ano do ensino fundamental. Crianças com TDAH, como Kauê, tendem a ter alterações comportamentais, como, por exemplo, dificuldades para tomar iniciativas e planejar, sonolência diurna, lentidão e inconsistência no desempenho, enquanto pode vir a ter um declínio rápido da motivação, interrupção de tarefas antes de concluí-las e baixa tolerância à frustração. Conhecendo mais sobre o transtorno, Celia dedicou-se a ensinar Kauê da melhor forma possível. “Para trabalhar com ele não pode ter nada amplo, nem muita informação na sala ou na lousa, bem como é preciso ter poucos estímulos. Para ensiná-lo é preciso fragmentar a abordagem e ser bem repetitivo”, conta Celia. Ainda de acordo com a pedagoga, além das adaptações dentro da sala de aula, criar atividades extraclasse diversificadas também contribuíram com o desenvolvimento do Kauê. “Todos os dias realizamos uma atividade na quadra para trabalhar a psicomotricidade do aluno”, completa a professora. Paralisia Cerebral A aluna Melissa Silva Pena, de oito anos, tem paralisia cerebral, o que interferiu em seu desenvolvimento físico e cognitivo. Com dificuldades de locomoção, de fala e de aprendizagem, foi na escola que Melissa conseguiu expandir suas habilidades. Aluna do ensino fundamental da EMEF Oswaldo
Melissa Pena
Quirino, em Osasco, Melissa frequenta as aulas regulares, além do Atendimento Educacional Especializado (AEE), no contraturno. Na sala de aula regular, sua professora Edleune Soares, busca aplicar atividades que a inclua. “Sempre faço uma atividade com ela para desenvolver a coordenação motora e a fala. Como ela ainda não tem habilidade de escrever, trabalho com objetos visuais e táteis para que ela aprenda o mesmo conteúdo em sala”, conta a Edleune. Mas o trabalho da escola não para por aí. Além do ensino regular, Melissa tem a colaboração da professora Cleuza Beraldo que a acompanha no AEE, buscan-
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do aprimorar ainda mais suas habilidades. A pedagoga confeccionou materiais, como, por exemplo, jogos com massinhas de modelar, dedoches e livros de panos que divertem enquanto estimula. “A Melissa tem força de vontade. Tudo que proponho, mesmo ela tendo dificuldades, se esforça para realizar. E procuro fazer adaptações para que ela desempenhe melhor tanto a coordenação motora quanto o cognitivo”, revela Cleuza. Deficiência visual Aluno da EMEF Vitor Brecheret, Alvaro Fiedler, de dez anos, aprendeu a utilizar novos métodos para seu ensino por conta da deficiência visual. Ao perder a visão durante a infância, em decorrência de um problema no sistema nervoso, Alvaro está se adaptando com a nova forma de aprendizagem por meio deste sistema com apoio das educadoras do ensino regular.
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Além do acompanhamento do AEE, que ensina e trabalha com o sistema braile e estímulos táteis, dentro da sala de aula, Alvaro conta com a colaboração da professora Angela Rebecca, que aprendeu o alfabeto em braile para desenvolver atividades que incluam o aluno. Dentre os trabalhos desenvolvidos pela professora Angela, materiais didáticos adaptados são o destaque. Com grãos, E.V.A, cola colorida, texturas e contornos, a professora elabora as atividades para o aluno. “A primeira atividade que desenvolvi para o Alvaro foi um desenho, que fiz em revelo para ele pintar. Quando percebi que ele conseguia, comecei a desenvolver outras atividades, como, por exemplo, o mapa do Brasil, no qual fiz os contornos em relevo e em cada estado coloquei um tecido diferente para criar a textura, além de fazer os estados e legendas em braile”, finaliza a professora.
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EMBAIXADORES DA ALEGRIA ESCOLA DE SAMBA CONTAGIOU A MARQUÊS DE SAPUCAÍ NO DESFILE DAS CAMPEÃS DE 2014 Por: Julliana Reis | Fotos: Bianca Ponte
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s 1.600 integrantes da Embaixadores da Alegria, primeira Escola de Samba para pessoas com deficiência, fizeram bonito na
Marquês de Sapucaí, onde abriram o Desfile das Campeãs do Rio de Janeiro. A Revista Incluir estava lá e registrou os melhores momentos do evento, que encantou o público e, é claro, nossa equipe!
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OS CUIDADOS COM A PELE NA TERCEIRA IDADE ESPECIALISTA DÁ DICAS DE COMO PREVENIR PROBLEMAS Por: Julliana Reis | Fotos: Divulgação
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pele é o órgão mais exposto às agressões do meio ambiente, como calor, poluição e frio, que associados ao processo de envelhecimento causam perda da vitalidade da mesma. Durante o processo de envelhecimento, a pele vai ficando mais fina e desidratada, com menos elasticidade, perdendo colágeno e fazendo com que a derme fique menos espessa. A hipoderme também se altera e há perda muscular e enrugamento da mesma. De acordo com o geriatra Norton Sayeg, há um aparecimento de manchas e sardas, que devem ser constantemente examinadas, para descartar o risco de câncer de pele.”Um fator importante é a diminuição dos vasos sanguíneos e das glândulas sebáceas e sudoríparas, prejudicando, assim, a função imunológica e
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favorecendo infecções”, garante o geriatra. Com o avanço da idade, algumas doenças crônicas como o diabetes e a hipertensão – que aliados ao tabagismo – podem levar ao aparecimento de lesões da pele. Quedas e batidas também podem levar à ocorrência de lesões que, quando não tratadas, podem acarretar um problema ainda maior. “Nessa fase da vida também há propensão ao aparecimento de úlceras varicosas e venosas que devem ser imediatamente tratadas”, explica o doutor Sayeg, que destaca ainda a necessidade de cuidados redobrados no caso de idosos acamados. “Eles estão sujeitos ao aparecimento de lesões mais graves, as escaras, que se não tratadas podem levar o indivíduo à morte”, conclui.
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SPECIAL OLYMPICS PRESIDENTE DESTACA PRINCIPAIS PONTOS DA REESTRUTURAÇÃO DA ENTIDADE NO BRASIL Por: Julliana Reis | Fotos: Bianca Ponte
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pós uma curta experiência como membro do conselho fiscal da entidade, o engenheiro George Millard foi eleito presidente da Special Olympics Brasil há pouco mais de um ano. Reconhecida internacionalmente, a Special Olympics é uma fundação, sem fins lucrativos, instituída por Eunice Kennedy Shriver nos anos 1960. “Fiquei impressionado com o nível de penetra-
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ção que alguns presidentes da Special Olympics da América do Sul e Central têm em seus países”, conta Millard, que tem atuado em diversas frentes para conseguir reestruturar a imagem e as ações da Special Olympics no Brasil. “Uma de nossas preocupações é ter atletas saudáveis e trabalhamos muito nisso, proporcionando a eles atendimento oftalmológico, odontológico e
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fonoaudiológico entre outros. Temos feito um trabalho muito bacana nesse sentido”, esclarece George, que é engenheiro por formação e atua como gerente de negócios do Metrô de São Paulo. À frente da SOB, George quer garantir saúde, inclusão e diversão a todos os atendidos. “Precisa ficar claro que não estamos falando em alto rendimento. As pessoas confundem muito a Special Olympics com as Paralimpíadas, mas são duas coisas muito distintas. Não estamos preocupados com quem vai ganhar e quem vai perder, queremos que todos participem e se divirtam”. Confira a entrevista exclusiva que George Millard concedeu à Revista Incluir. Revista Incluir: Quando a Special Olympics entrou na sua vida? George Millard: Há dois anos fui convidado pelo ex-presidente para fazer parte do conselho fiscal, oito meses depois ele teve que deixar a presidência e os membros do conselho me indicaram para assumir a presidência. IR: Quais suas principais ações como presidente? GM: Estamos organizando as coisas, reforçando nosso lado mais forte, e para fazer isso, começamos definindo nosso calendário. Também acho que podemos trabalhar mais nossa imagem, com nossos embaixadores e atletas apoiadores. Temos Romário, Zico, Magic Paula, Giba e Cafú entre outros. Precisamos trabalhar isso. Lá fora, temos nomes como Bono Vox, Arnold Schwarzenegger, Michael Phelps, Vanessa Willians... Com isso, quero dizer que mundialmente temos um peso e estamos desenvolvendo estratégias para divulgar mais nossa imagem aqui no Brasil.
quenas doações, que é o Special Friends. A ideia é usar as redes sociais para que a gente coloque nossa causa lá fora. Aqui é possível doar 10 reais ou quanto a pessoa puder. A pessoa contribui e o card vai postado em sua página no facebook. IR: E quanto à participação do Brasil em torneios internacionais? GM: Em 2014, estaremos na Copa do Mundo de Futebol Unificado, que acontece no final de outubro, na Malásia, e que vai reunir atletas de 25 países. Já em 2015, vamos participar dos Jogos Mundiais de Verão Special Olympics, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Fora isso, ainda temos os eventos locais.
Special Friends RI: Quais ações já estão sendo trabalhadas? GM: Criamos uma forma de arrecadação de pe-
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GOALBALL ESPORTE EXCLUSIVO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL Por: Caroline Baptista | Fotos: Divulgação (Urece)
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muito comum que algumas modalidades esportivas passem por adaptações para, assim, serem praticadas por pessoas com deficiência. O voleibol sentado e o basquete em cadeira de rodas são alguns exemplos conhecidos. Contudo, ao contrário desses esportes, o Goalball foi criado exclusivamente para ser praticado por pessoas com deficiência visual. Criado em 1946, na Alemanha, como forma de reabilitação para veteranos das duas Grandes Guerras Mundiais, o esporte alcançou proporções maiores e, em meados da década de 1970, entrou oficialmente nas disputas dos Jogos Paralímpicos.
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No Goalball, dois times com três atletas lançam bolas um contra o outro, alternadamente, objetivando marcar gols. O espaço do jogo é do mesmo tamanho de uma quadra de vôlei dividida em três áreas (ataque, defesa e neutra) por linhas táteis, permitindo que jogadores – todos vendados – movimentem-se. Cada time tem apenas o seu espaço para lançar a bola rasteira ou quicando, enquanto os jogadores adversários deitam no chão para tentar defender o gol. A bola oficial possui guizos dentro dela e, na parte de fora, orifícios que potencializam o barulho, para que os jogadores se orientem. E, como qualquer esporte traz benefícios, com o Goal-
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ball não é diferente. Segundo o professor de educação física e técnico da Urece, Gabriel Mayr, a modalidade, para a pessoa com deficiência visual especificamente, proporciona melhor orientação e mobilização no espaço. “Ao ouvir o guizo da bola, por exemplo, os jogadores têm a noção de direção do objeto, o que estimula os outros sentidos e percebe a noção espacial e de tempo. Além disso, melhora a autoestima e sociabilização”, conta. Goalball no Brasil O Goalball conquistou os atletas brasileiros e hoje o País
já conta com grandes jogadores, equipes e seleções. Os times masculinos e femininos mostram sua força e contam com participantes em várias competições nacionais e internacionais, além dos Jogos Paralímpicos. “A seleção masculina terminou o ano de 2013, em primeiro lugar do ranking internacional e obteve medalha de prata em Londres, enquanto a feminina terminou o ano em oitavo lugar no ranking internacional e nas Paralimpíadas de Londres ficou em sétimo”, contabiliza Paulo Miranda, técnico e professor de educação física da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV). Assim, no Brasil, apesar de pouco conhecido, o Goalball ganhou espaço entre seus adeptos e se torna uma ótima opção, tanto para a reabilitação, quanto para a profissionalização de atletas.
Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais www.cbdv.org.br
Urece Esporte e Cultura www.urece.org.br esporte
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MARKETING DE RELACIONAMENTO PROGRAMA PROMOVE INCLUSÃO POR MEIO DO EMPREENDEDORISMO Por: Julliana Reis | Fotos: Bianca Ponte
Os empresários Gaspar e Angela com Suzana e Wendel
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onsiderado um programa inovador, o marketing de relacionamento é um sistema de distribuição que movimenta produtos do fabricante para o consumidor final por meio de uma rede de representantes independentes. Ao considerar esta uma excelente oportunidade profissional para pessoas com deficiência ingressarem no mercado de trabalho, os empresários Angela e Gaspar Monteiro tem garantido a inclusão de diversas pessoas e, inclusive, seus familiares, que vêm tendo significativos resultados financeiros, um plano de carreira e de previdência privada. “Esta é uma oportunidade realmente para todos, sem
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qualquer tipo de discriminação, pois não exige formação específica, nem experiência profissional. Apenas força de vontade e determinação”, garante Gaspar. De acordo com Angela, o projeto está em fase de adaptação para atender também pessoas com deficiência visual. “Em pouco menos de um ano, temos hoje cerca de 300 pessoas na equipe, sendo que destes, aproximadamente 40 têm alguma deficiência.” No programa há pouco mais de quatro meses, o pedagogo Wendel de Oliveira, que é surdo e atua como intérprete e professor de Libras, está satisfeito com os resultados alcançados. “Eu vi uma amiga fazendo o marketing de rede e me interessei em conhecer. Hoje, consigo ter um excelente rendimento extra e, o melhor, é a flexibilidade de horário. Inclusive, um amigo surdo, não alfabetizado, tem se destacado muito na equipe e fico feliz pelos resultados dele também, pois infelizmente ele não teve muitas oportunidades profissionais”, destaca. Para a intérprete de Libras Suzana Souza, que integra a mesma equipe de Wendel, a facilidade do programa é o diferencial do negócio. “Trata-se de algo muito simples, e que qualquer pessoa pode fazer. Basta ter vontade de crescer que as coisas acontecem”, conclui. Segundo Angela, uma vez iniciada sua equipe de representantes, cada indivíduo receberá bonificações em reais. “Isso é o que chamamos de renda residual, que posteriormente se tornará um legado para as gerações futuras, res-
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peitando, é claro, o direito de hereditariedade das leis brasileiras.” O programa O marketing de relacionamento é um sistema de distribuição que movimenta produtos do fabricante para o consumidor final por meio de uma rede de representantes independente. A primeira forma de ganho neste modelo é a venda de produtos baseada no contato pessoal entre representantes e compradores, sem limitações de horários pré estabelecidos e fora de um estabelecimento comercial fixo. Caso queiram, os representantes podem recomendar novas pessoas interessadas em trabalhar neste modelo. Como incentivo a esta atitude, é oferecido pelos fabricantes
um prêmio para cada recomendação efetuada. Além disso, àqueles que recomendam novos representantes é pago também uma bonificação sobre as vendas de cada um dos seus indicados, de forma a incentivar a busca por mais empreendedores. Quando os indicados também recomendarem outros, é iniciado o processo de formação da rede de representantes. Os representantes assumem uma postura empreendedora e independente, controlando suas próprias redes e negócios, contando com suporte total do fabricante, mantendo ainda suas vendas pessoais.
Angela e Gaspar Monteiro amonteiro.mmn@gmail.com
negócios
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Xuxa RAINHA DOS BAIXINHOS FOI A PRIMEIRA APRESENTADORA INFANTIL A INTERAGIR COM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA Por: Julliana Reis | Fotos: Blad Meneghel e Leonardo Luz
M
aria da Graça Meneghel nasceu em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, dia 27 de março de 1963. Aos sete anos, a profissão do pai (militar) fez Xuxa mu-
dar-se com a família para o Rio de Janeiro, onde vive com a filha Sasha, de 15 anos. Descoberta aos 15 anos de idade, por um ‘olheiro’, Xuxa tem uma carreira consolidada e de sucesso, tendo sido eleita, pelo público, a Rainha dos Baixinhos, título que detém até hoje, com orgulho. Aos 20 anos, ela ganhou seu primeiro programa de TV infantil e, desde então, não parou mais, tendo apresentado os programas Clube da Criança (na extinta TV Manchete), e já na TV Globo, Xou da Xuxa, Bobeou Dançou, Xuxa Park, Xuxa Hits e Planeta Xuxa, além do TV Xuxa, apresentado por ela até o início deste ano, quando se afastou da TV para tratar de sua saúde. Desde o ano 2000, Xuxa desenvolve o ‘Xuxa Só Para Baixinhos’, coleção de 12 DVDs musicais desenvolvidos para crianças, que desde 2011 dispõe de recursos de acessibilidade para crianças com deficiência visual, com descrição em áudio, ou opção para a Linguagem de Sinais (Libras) e legendas close caption, para crianças com deficiência auditiva. Mas sua preocupação com a comunicação com as crianças com deficiência tornou-se pública em 1988, quando lançou o LP Xou da Xuxa 3, com a música Abecedário da Xuxa, em que ela apresentou
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entrevista
ao público o alfabeto em Libras.
Apesar de não se considerar atriz ou cantora, Xuxa
Com o sucesso dos vídeos para os baixinhos, Xuxa
pode somar em sua carreira mais de 37 milhões de es-
voltou à programação diária matinal, em outubro de
pectadores em seus filmes, 30 milhões de discos vendi-
2002, com o programa Xuxa no Mundo da Imaginação.
dos e 28 anos de experiência como apresentadora.
Voltado para um público com até dez anos de idade, o
Em toda sua carreira, Xuxa recebeu 217 discos de
programa tinha a proposta de soltar a imaginação da
ouro, 80 de platina, 35 de platina duplos, 18 de platina
criançada, divertir e ensinar.
triplos, 11 discos de diamante e 5 discos de diamante
Os programas da Xuxa conquistaram a grade de 17 países latinos e ainda o mercado latino nos Estados
duplo. A venda de seus LPs, CDs e DVDs musicais alcançaram 27 milhões de cópias.
Unidos. Em 2011, ela lançou o programa Mundo da Xuxa, na Globo Internacional, exibido para assinantes brasileiros em todos os continentes.
Ações Sociais Em 1987, Xuxa engajou-se em uma campanha pelos
Até hoje, Xuxa lançou 17 filmes infantis, dos quais
baixinhos contra a poliomielite e mais de 90% da popu-
cinco foram realizados em parceria com Os Trapalhões,
lação infantil brasileira foi vacinada nesse ano. Em dois
e, em 1988, estreou Super Xuxa contra o Baixo Astral,
anos de campanha, a doença foi erradicada e Xuxa foi,
seu primeiro longa como protagonista, que levou mais
inclusive, homenageada pela Presidência da República.
de 2 milhões e 800 mil pessoas às salas de cinema.
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Xuxa também participou de campanhas contra o
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fumo, foi madrinha da campanha contra o câncer de mama e organizou uma passeata na orla do Rio de Janeiro, pedindo paz.
interesse por temas inclusivos? Xuxa: Desde que me entendo por gente. Nunca pensei diferente sobre isso.
A crescente necessidade de cuidar dos baixinhos a levou a inaugurar a Fundação Xuxa Meneghel, em 1989. Em 2008, Xuxa recebeu a medalha de honra na ECO 2008, em Brasília, pelo trabalho sócio-ambiental reali-
RI: Quando você aprendeu Libras? Xuxa: Com 10 ou 11 anos, em Coroa Grande (RJ). Eu tinha um amigo que me ensinou o alfabeto em Libras.
zado em sua fundação, e abraçou a causa Contra a Exploração Sexual Infantil. Em novembro do mesmo ano, Xuxa recebeu do príncipe Albert de Mônaco uma homenagem por seu trabalho na Fundação Xuxa Meneghel.
RI: Como é para você disseminar a inclusão por meio da música (isso desde os anos 1980, até hoje, com os vídeos da coletânea XSPB)? Xuxa: Acho que todos deveriam disseminar a inclusão, sem pensar, sem pedir, deveria ser natural, comum
Revista Incluir: Quando e como surgiu seu
a todos. entrevista
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entrevista
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RI: E como foi definido que o XSPB 9 teria
reconhecimento às ações sociais que realiza
recursos de acessibilidade e brincadeiras para
com crianças. Como é ter esse reconhecimento?
crianças com deficiências auditiva e visual? Xuxa: Estamos aprendendo a cada XSPB e utilizamos todas as ferramentas de acessibilidade possí-
Xuxa: O maior reconhecimento pra mim é ver o sorriso de uma criança. Poder ajudar na defesa das crianças é um prêmio.
veis. A ideia sempre foi fazer um produto para todos os baixinhos.
RI: Você foi escolhida para fazer todo o calendário Happy Down 2013. Como reagiu a esse convite? Xuxa: Amei o convite! Já pedi pra fazer o próximo, o próximo e o próximo...
RI: Você é engajada em muitas causas sociais e você tem uma imagem muito forte. Como é para você usar seu nome e sua imagem em causas em benefício das pessoas com deficiência? Xuxa: É um privilégio poder participar de campanhas nas quais eu acredito. Não promovendo apenas a inclusão, mas todas que defendam os direitos das
RI: Você já recebeu diversas premiações em
crianças.
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RI: Li certa vez que você chega a pedir para
so e devo fazer alguma coisa. Quando inauguramos a
participar de campanhas que tenham como foco
Fundação, atendíamos 180 crianças. Hoje, 24 anos de-
crianças com deficiência. Como é isso?
pois, mais de 2 mil pessoas são atendidas diariamen-
Xuxa: Peço para participar de todas as causas que acredito e a inclusão é uma delas.
te. Aprendemos que as necessidades crescem a cada dia, que eles precisam de escola, apoio escolar, esporte, alimentação, cuidados médicos e, ao crescerem um
RI: Como surgiu a ideia de criar a Fundação Xuxa Meneghel? Xuxa: A minha Fundação é um grande sonho realizado. Fui fazer uma gravação no subúrbio do Rio, quando eu tinha 22 anos, e lá conheci uma senhora que, sem a ajuda de ninguém, abrigava e cuidava de muitas crianças. Pensei: Se ela pode, eu também pos-
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pouco mais, de cursos profissionalizantes para terem possibilidade de emprego. Além de apoio às famílias.
RI: Como é para você poder cuidar de tantas crianças, garantindo a elas uma vida mais feliz? Xuxa: Quando comecei, há 24 anos, eu queria aju-
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dar as crianças. Nunca imaginei como alguém que so-
RI: Você tem muita preocupação quanto à
nhou em só abrir uma casa pra ajudar algumas crian-
acessibilidade de tudo que leva seu nome, como
ças poderia chegar onde a nossa fundação chegou. É
em seu portal na internet, nos DVDs, no parque,
gratificante ver o resultado na vida de cada pessoa que
e mais recentemente, com a Casa X. Como surgiu
passou por lá, mas ainda tenho muito a fazer e muitos
esse projeto de ter uma casa de festas totalmente
amigos e parceiros estão sonhando comigo.
acessível? Xuxa: A Casa X é um sonho antigo. A ideia é estar-
RI: A Fundação atende crianças com deficiência?
mos no Brasil todo! Cuidei de tudo, dei palpites em cada detalhe... desde os brinquedos até a comida. Tudo tem
Xuxa: A Fundação está sempre de portas abertas
a minha cara. Tem até a minha nave! E, como em todos
a todas as crianças em vulnerabilidade social, com ou
os trabalhos que realizo, utilizamos todas as ferramentas
sem deficiência.
possíveis para que qualquer baixinho possa se divertir.
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A Revista Incluir estå preparando um evento especial para levar informação, entretenimento e lazer para todos. 58
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vem aí
EM AGOSTO aguarde mais informações acompanhe nas próximas edições e nas redes sociais /revistaincluir www.revistaincluir.com.br 59
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Versão em Português
PARALIMPÍADAS X PARAOLIMPÍADAS SAIBA OS MOTIVOS DA MUDANÇA DO NOME DO EVENTO Por: Gabriela Rocha | Fotos: Biaman Prado/Sedel e Divulgação CPB | Tradução: Karina Barbosa dos Santos
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T
odos conhecem as Paralimpíadas, não é
Essa mudança se deu por conta de um pedido
mesmo? Sabemos que é o maior evento
do Comitê Paralímpico Internacional, para que o
esportivo mundial envolvendo atletas
Brasil se adequasse aos outros países lusófonos,
com deficiência física e intelectual em modalida-
aqueles que também têm a língua portuguesa
des diversas, como atletismo, futebol de cinco ou
como idioma oficial, onde sempre se usou o termo
sete, natação, tênis de mesa, basquetebol em ca-
Paralímpico, são eles: Angola, Cabo Verde, Guiné-
deira de rodas e voleibol sentado entre outros. O
-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Prín-
que a maioria das pessoas ficou em dúvida é por
cipe e Timor Leste.
que, de repente, o Brasil que sempre escreveu ‘Paraolimpíadas’ mudou o termo?
Outro fator influente é que a palavra ‘olímpico’ é marca registrada de outra instituição, o Comi-
Até sua penúltima edição, no ano de 2008, na
tê Olímpico Internacional, servindo, assim, para
cidade de Pequim, na China, os Jogos Paralímpi-
designar outro evento esportivo, os Jogos Olím-
cos eram chamados pelos brasileiros de jogos ‘Pa-
picos.
raolímpicos’. Em 2012, em Londres, já podíamos
A origem da palavra é um pouco obscura, es-
ouvir uma nova versão para o nome que conhe-
pecialistas dizem que deriva do inglês ‘paralym-
cíamos. Isso ocorreu em novembro de 2011, no
pic’, que mistura o termo ‘paraplegic’ (paraplégi-
lançamento da logomarca das Paralimpíadas de
co) com ‘olympic’ (olimpíadas), para designar os
2016, no Rio de Janeiro, próxima sede dos jogos.
competidores Paralímpicos. Esse nome pode cau-
No novo logo, a palavra não era mais escrita como es-
sar ainda alguns atritos, já que no evento partici-
távamos habituados, a letra ‘o’ não a compunha mais.
pam diversos atletas com diferentes deficiências.
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PARALIMPÍADAS X PARAOLIMPÍADAS LEARN ABOUT THE REASON FOR THE CHANGE OF NAME OF THE EVENT By: Gabriela Rocha| Photos: Biaman Prado/Sedel e Divulgação CPB | Translate: Karina Barbosa dos Santos
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Versão em Inglês
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e all know the Paralympic Games, don’t we? We know they are the world’s
biggest
sporting
event
involving athletes with physical and intellectual disabilities in several modalities, such as athletics, 5-a-side football, 7-a-side football, swimming, table tennis, wheelchair basketball and sitting volleyball, among others. However, what still keeps people confused is, why have Brazil, which always wrote ‘Paraolimpíadas’, suddenly changed the term? Until its last but one edition, in 2008, in the city of Beijing, China, Brazilians called the Paralympic Games ‘Jogos Paraolímpicos’. In London, 2012, we could already hear a new version of the name we used to know. This occurred in November 2011, during the release of the 2016 Paralympic Games, in Rio de Janeiro, next city to host the games. In the new logo, the word was not written as we were used to, and the letter ‘o’ was no longer part of it. This change was due to a request by the
International Paralympic Committee, so that Brazil would adjust to the other Portuguesespeaking
countries
(those
who
also
have
Portuguese as an official language), which have always used the word ‘Paralímpico’: Angola, Cape Verde, Guinea-Bissau, Mozambique, Portugal, Sao Tome and Principe, and East Timor. Another important factor is that the word ‘olímpico’
is
a
registered
trademark
that
belongs to another institution, the ‘Comitê Olímpico Internacional’ (International Olympic Committee), serving therefore to designate other sporting event, the Olympic Games. The origin of the word is somewhat obscure. Experts say it derives from the English word ‘paralympic’, which mixes the terms ‘paraplegic’ and
‘olympic’,
to
designate
the
Paralympic
competitors. This name can still cause some disagreements, since the event involves several athletes with different disabilities.
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saúde
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IMPLANTE COCLEAR POR ANO, SÃO REALIZADAS CERCA DE MIL CIRURGIAS DE IMPLANTE COCLEAR NO BRASIL Por: Julliana Reis | Fotos: Bianca Ponte
Lorena com os pais Sabrina e Marco Aurélio Tomazini
S
egundo dados do último Censo do IBGE, no Bra-
1999, quando uma portaria regulamentou esse tipo de aten-
sil existem cerca de 6 milhões de pessoas com
dimento pelo SUS.
algum tipo de deficiência auditiva. Deste total,
Atualmente, os planos de saúde também são obrigados
estima-se que aproximadamente 350 mil pessoas têm in-
a cobrir tal procedimento cirúrgico, que consiste na coloca-
dicação ao implante coclear, fora os cerca de 1.500 nascidos
ção de um aparelho estimulador que capta o som e o trans-
por ano que têm perda profunda e que também seriam ele-
forma em impulsos elétricos, posteriormente decodificados
gíveis ao procedimento.
pelo cérebro. Após a interpretação da informação no cére-
Conhecido como ‘ouvido biônico’, o implante coclear chegou ao Brasil em 1977, mas tornou-se frequente em
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bro, o usuário do implante coclear é capaz de experimentar a sensação de audição.
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O pós-cirúrgico é um dos momentos mais importantes
Carla Rigamonti
do procedimento, pois nele são necessários alguns cuidados especiais. Como geralmente o paciente tem alta no mesmo dia da cirurgia, e a ativação dos eletrodos é feita cerca de quatro semanas após o procedimento, a família é fundamental para sua recuperação. Com o objetivo de garantir o sucesso do procedimento, o Programa Espaço Escuta – idealizado pelo doutor Claudio Rigamonti, presidente da Politec Saúde –, oferece atendimento gratuito e diferenciado a implantados e familiares. Inaugurado em 2011, o programa já atendeu mais de 100 famílias, que dispoem de um espaço onde são oferecidas atividades que visam a qualidade de vida, o estímulo da comunicação oral e a inserção social. Enquanto os implantados participam de oficinas de estimulação de linguagem junto às fonoaudiólogas, os responsáveis participam de oficinas, apresentações e do grupo de pais com a assistente social, a fonoaudióloga e a psicóloga. “A equipe do Programa Espaço Escuta acredita que o trabalho realizado com as crianças implantadas é tão importante
Todas as atividades são gratuitas, uma vez que o progra-
quanto o trabalho realizado com seus responsáveis e, por
ma é uma iniciativa do setor de Responsabilidade Social da
esse motivo, desenvolve projetos com atividades específicas
Politec Saúde, empresa responsável pela importação do im-
para cada um”, explica a psicóloga e coordenadora do Pro-
plante coclear da Cochlear para o Brasil há dez anos.
grama, Carla Rigamonti.
Os projetos de intervenção têm início a cada semestre e
Implantada há dois anos e meio, a pequena Lorena, de 5
após uma análise dos profissionais do Espaço. Para partici-
anos, já apresenta grandes resultados. “Ela fez um implan-
par, a criança deve ter entre 2 e 11 anos, ser usuária de im-
te unilateral, no ouvido esquerdo e sua adaptação foi muito
plante coclear (da marca Cochlear), fazer uso sistemático do
tranquila. Estamos otimistas com a realização do procedi-
implante, frequentar a escola (se tiver idade escolar), fazer
mento no ouvido direito, que está para acontecer”, garante
terapia fonoaudiológica e o acompanhamento periódico no
a dona de casa Sabrina de Morais Tomazini, mãe de Lorena.
centro de implante coclear.
O engenheiro Marcos Aurélio Tomazini, pai de Lorena, destaca ainda a importância do atendimento multidisciplinar que a filha recebeu após a cirurgia. “O implante coclear foi um divisor de águas em nossas vidas. É muito gratificante vê-la decidindo o que quer e conseguindo se comunicar com as pessoas é a melhor coisa do mundo”, completa.
Programa Espaço Escuta www.programaespacoescuta.com.br
Politec Saúde www.politecsaude.com.br
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auditor da saúde
auditor da saúde
DESCONHECIMENTO PREJUDICA RELAÇÃO ENTRE PLANOS DE SAÚDE E USUÁRIOS Por: Advogados da Saúde* | Foto: Wellington Fernandes
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saúde suplementar no Brasil vem cres-
uma flagrante contradição no objeto daquela contratação.
cendo anualmente, atingindo mais de 48
Ao avaliar as opções de plano, os consumidores precisam
milhões de usuários de planos de saúde
estar atentos aos detalhes do contrato, como o rol de pro-
privados, em todo o território nacional, segundo dados di-
cedimentos, o período de carência, a rede de atendimento,
vulgados pela Agência Nacional de Saúde (ANS). Concomi-
o reembolso e o mecanismo de autorização, entre outros
tantemente, cresce a quantidade de reclamações contra as
pontos relevantes. E, finalmente, as pessoas precisam tam-
operadoras, o que mostra uma clara fragilidade na relação
bém levar em consideração os índices de reclamação dos
entre consumidor e operadora.
diferentes planos de saúde junto aos órgãos de defesa do
A falta de conhecimento a respeito da Lei de Planos de
consumidor e a ANS.
Saúde (9656/98), é o ponto crucial do relacionamento entre segurado e operadora. Consequentemente, esse desconhecimento também é o principal motivo de as pessoas não lutarem por seus direitos. Na maioria dos casos, as divergências ocorrem quando os segurados necessitam de determinado tratamento que exija um custo oneroso ao convênio. Normalmente, as negativas de custeio das operadoras são pautadas por ausência de procedimento junto ao rol da ANS, ou por restrições contratuais, especialmente naqueles contratos anteriores a 1999, quando a lei 9656/98 entrou em vigor. Vale ressaltar que nem mesmo aqueles tratamentos mais modernos, e que não constam no rol de procedimentos da ANS, desobrigam as operadoras a prover serviço aos pacientes e custeá-los. Da mesma forma, aquelas restrições expressamente destacadas nos contratos de plano de saúde devem ser questionadas junto ao poder judiciário, uma vez que geram
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Advogados da Saúde – Martins e Leocádio possui atuação específica na área da saúde privada, que visa sanar os principais conflitos vivenciados entre os planos de saúde e seus usuários. A equipe tem como principal objetivo auxiliar os mais de 50 milhões de pesoas, buscando de forma ampla o equilíbrio contratual entre usuário e seu plano de saúde. Visite: www.advogadosaude.com.br/site/
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auditor da saĂşde
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MÚSICA SEM BARREIRAS ARTISTAS PROVAM QUE A INCLUSÃO POR MEIO DA PRIMEIRA ARTE É POSSÍVEL Por: Caroline Baptista | Fotos: Divulgação
Dudé
A
música não tem limites. Dentro desse universo, conta-se com gêneros diferentes que se mesclam,
bem como músicos de características inigualáveis que provam que as diversidades se completam. E, se onde há música não existe preconceito, pessoas com deficiência revelam seus talentos musicais e encontram no meio um estilo de vida. Com mais de 20 anos de estrada, Eduardo José Magalhães Martins Júnior, mais conhecido como Dudé, tem uma carreira consolidada. Ele, que tem uma deficiência física, ocasionada pela malformação dos membros, é músico, produtor e professor de canto. Ainda adolescente decidiu seguir o caminho musical e, de lá para cá, fez da música sua fonte de renda. “Percebi o quanto a música é poderosa como forma de expressão. Talvez, ela seja a mais completa e direta, pois, numa tacada só, pode propagar um pensamento ou um sentimento para um número grande de pessoas. Hoje, me sinto privilegiado em ter essa forma de expressão artística, que eu mais amo, como ganha pão”, conta Dudé, que já participou de bandas de rock e, atu-
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Dudé durante show em SP
almente, está focado no seu primeiro trabalho solo.
o título, fechando os olhos e deixando-se ser con-
“Dei início à minha carreira voltada para o Blues e,
duzido pelo som, descobrindo, através dele, novas
em 2014, tenho planos de gravar um CD. Já inicia-
maneiras de ver o mundo assim como eu por toda
mos a pré-produção e pretendo lançar o material no
vida tenho feito”, completa.
segundo semestre”, releva o músico, animado.
Formada em música e especializada em canto líri-
Ainda nessa onda de artistas que fizeram da mú-
co, a cantora transformou o hobby em profissão. “A
sica sua vida, está também Giovanna Maira. Com
música realmente foi um veículo transformador para
deficiência visual, a jovem mostra todo seu potencial
mim, fez com que eu me apaixonasse por ela e foi en-
com sua doce voz em ‘A Look Beyond’, álbum inédito
trando em minhas veias sem pedir licença. Digo sem-
que mescla música clássica com estilo popular, com
pre que, através de cada nota, acorde, pulso, aumento
releituras de óperas como Nessun Dorma e O Mio
minha percepção do que me cerca, enxergo por meio
Babbino Caro de Giacomo Puccini, bem como uma
dos sons, tudo aquilo que meus olhos não podem ver.
regravação do clássico do rock Love of My Life. “A
Ela expande meu universo e me leva a lugares que
ideia é instigar o ouvinte a olhar além como sugere
jamais imaginei chegar”, emociona-se Giovanna.
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Douglas Jericó durante o show de lançamento do seu CD
São a partir dos exemplos como o de Giovanna
que prejudicou minha voz. Mas, quando deixei de
e de Dudé que se comprova a inclusão por meio da
depender do respirador, voltei para casa e, com os
primeira arte. E foi acreditando nisso que o nova-
treinos, fui recuperando a voz e o fôlego. Aprendi
to na área, Douglas Jericó, ou apenas Dôdi, apostou
um jeito novo de cantar e fui atrás do meu sonho,
todo seu talento. Ao adquirir a tetraplegia, o jovem
que era gravar meu CD solo”, lembra Douglas.
desafiou a si próprio e realizou seu sonho: gravar um
Assim, o álbum ‘... e adeus Carina’ tomou forma
disco. “Desde criança escrevia uns versinhos, tocava
aos poucos, reunindo 16 canções de composição e
violão e cheguei a participar de um concurso para
voz de Douglas, com a colaboração de profissionais
novos talentos como cantor. Mas, quando sofri o aci-
do segmento, amigos e familiares. “Conheci pessoas
dente, perdi boa parte da disposição. Na época, usei
do meio artístico que contribuíram para a concreti-
um aparelho respirador, que apelidei de Carina, e
zação do disco. Foram ensaios e gravações em estú-
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dios até chegar ao álbum independente finalizado e o lançamento num show em minha cidade”, orgulha-se.
Giovanna Maira
É notável a forma positiva como a música intervém na vida das pessoas, fazendo com que se abra um leque de possibilidades inimagináveis. Com dedicação, os músicos enfrentaram desafios e traçaram seus caminhos na área. Segundo Dudé, apesar da inclusão no mercado fonográfico ainda caminhar em passos lentos, para a música em si, qualquer forma de expressão é viável. “Pra mim, ser um músico com deficiência tem os mesmos desafios de ser um músico sem deficiência. Baseando na minha experiência, as pessoas que saem de casa pra curtir um show não estão muito preocupadas se vão assistir, ou não, um músico com deficiência. Elas querem curtir o som”, finaliza Dudé.
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LIBRAS DIÁRIA Por: Pablo Eduardo*
Q
uando conheci a minha esposa, em 2008, não sabia nem o básico da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Nossa comunicação acontecia através de mensagens SMS no celular, mesmo quando estávamos um do lado do outro. Hoje em dia as coisas mudaram, e para melhor. A tecnologia está cada vez mais nos surpreendendo e, quando menos esperamos, acontece algo que nunca imaginamos que seria possível. Algumas pessoas usam o conhecimento e habilidades que foram adquiridos e tornam a tecnologia uma ferramenta de inclusão para as pessoas com deficiência. Lembram como era difícil a comunicação entre eu e minha esposa? Foi pensando nessas barreiras de comunicação entre surdos e ouvintes, que uma startup pernambucana criou o primeiro aplicativo capaz de traduzir português para Libras: o ProDeaf Móvel (www.prodead.net). O objetivo do software é fazer com que haja, de fato, a comunicação entre surdos e ouvintes. O tempo passou e a startup continuou desenvolvendo outros aplicativos.
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O mais recente lançamento foi o WebLibras (www.weblibras.com.br), a primeira ferramenta capaz de traduzir automaticamente o conteúdo de sites em português para a Libras. Por conta do lançamento, está sendo disponibilizado gratuitamente – por tempo limitado – para sites, blogs pessoais e ONGs. O WebLibras é um recurso para que pessoas e empresas tenham seus sites acessíveis no segundo idioma oficial do País, utilizado por mais de 5 milhões de brasileiros. A comunicação é feita através de um personagem animado em 3D, chamado Artur, utiliza a Libras para que as pessoas surdas tenham acesso ao conteúdo da Web. Espero que apareçam outras iniciativas desse tipo, não só em prol da deficiência auditiva, mas para todas as outras. Isso é essencial para que possamos ter, no futuro, um país mais inclusivo.
Pablo Eduardo é Analista de Marketing Digital, Estudante de RH e idealizador do projeto Libras Diária. /polardrummer linkedin.com/in/pabloeduardo
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RYBENÁ PARA TODOS GRUPO ICTS PROMOVE INCLUSÃO DIGITAL COM TECNOLOGIAS INOVADORAS Fonte: Julliana Reis | Foto: Divulgação
Eduardo de Morais
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m Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, que cria projetos de automação bancária, industrial e comercial, o Grupo ICTS se destaca no mercado oferecendo tecnologias assistivas que garantem a acessibilidade digital para pessoas com deficiência. Segundo o administrador e economista Eduardo Medeiros de Morais, diretor comercial do Grupo, tudo começou há 14 anos, quando profissionais do ICTS, em parceria com pessoas que vieram a criar o DF-JUG (um dos maiores grupos de desenvolvedores Java do mundo), perceberam que não
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existiam tecnologias que pudessem auxiliar pessoas com deficiência auditiva no entendimento de textos da língua portuguesa, disponibilizados em meio eletrônico. “Com isso, iniciaram então o desenvolvimento de uma solução que traduz esses textos para a Língua Brasileira de Sinais (Libras), utilizando um boneco animado em 2D que gesticulava os sinais”, explica. A partir de 2003, o ICTS, suportado por recursos financeiros alocados pela empresa CTS, criou algumas aplicações utilizando essa tecnologia. Chamadas Rybená, as tecnologias assistivas oferecidas pelo Grupo ICTS são divididas em Libras e Voz para Web, ATMs e Totens, Pessoal e Tradutor de Documentos Eletrônicos, e apenas Libras, para Painéis Eletrônicos. “Estamos agora em parceria com o ICTS e com a Fundação CPqD, buscando o aperfeiçoamento de uma solução de reconhecimento de voz, que seja capaz de transcrever para a língua portuguesa falada no Brasil, objetivando com isso, além de outras aplicações, juntar com as demais tecnologias já citadas e criar o Rybená Sala de Aula.” Ainda de acordo com Eduardo, “a partir de 2011, a empresa CTS realizou novos investimentos para evoluir a solução, inicialmente fazendo a migração da animação do boneco da plataforma 2D para a plataforma 3D, atendendo aos anseios da comunidade surda”.
Grupo ICTS www.grupoicts.com.br
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tecnologia
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DIVERSÃO E INCLUSÃO NAS TELINHAS TV CULTURA E VILA SÉSAMO LANÇAM CAMPANHA INCLUIR BRINCANDO Da Redação | Fotos: Divulgação
Garibaldo e Bel com a boneca cadeirante
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TV Cultura e a Sesame Workshop, responsável pela criação e coprodução da série Vila Sésamo, se uniram para a realização do Projeto Incluir Brincando, lançado em março, numa campanha que inclui a TV Cultura, a TV Rá Tim Bum! e o portal cmais.com.br. A campanha, que será veiculada durante sete meses, busca a conscientização sobre o direito de brincar de forma segura e inclusiva. Além dos personagens já conhecidos
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Garibaldo e Bel, o projeto conta com a participação de uma boneca cadeirante, vinda diretamente da Vila Sésamo de Israel. O primeiro programa tem a participação do ator Lázaro Ramos, embaixador do UNICEF no Brasil. O projeto é inédito na TV brasileira por incluir ações com educadores, familiares e cuidadores por meio de diferentes plataformas. A cada mês um tema será promovido durante as programações infantis da TV Cultura e da TV Rá Tim Bum!, e no portal cmais, utilizando vídeos promocionais, episódios especiais, atividades para imprimir, artigos e chamadas para ações no site e nas redes sociais. Todos os vídeos contam com interpretação na Língua Brasileira de Sinais (Libras), recurso de audiodescrição e closed caption. Neles, os personagens interagem com artistas e atletas, que trabalham com um assunto específico relacionado à família, comunidade, artes e esportes. Nos episódios especiais, historinhas são centradas nos temas da campanha, protagonizadas pelos personagens da Vila Sésamo e pela uma boneca cadeirante. No portal cmais, jogos digitais contam com conteúdo educativo e atividades que trabalham reflexão, atenção, psicomotricidade, expressão artística e corporal. O Projeto Incluir Brincando conta com o apoio da Fundação MetLife, parceria estratégica do UNICEF, e parceria institucional da Associação Laramara, do Instituto Rodrigo Mendes, da Efeito Visual Serigrafia e da Iguale Comunicação de Acessibilidade.
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DESIGN FUNCIONAL ACESSÓRIOS GANHAM NOVOS FORMATOS PARA AUXILIAR PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NAS REFEIÇÕES Por: Caroline Baptista | Foto: Divulgação
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om um design simples, porém funcional, pratos e talheres, criados pelo piauiense Carlos Amorim, podem auxiliam pessoas com deficiência visual nas refeições. Patenteados pelo Instituto de Propriedade Industrial, os objetos garantem maior autonomia ao usuário que não enxerga. Segundo Carlos, que também tem deficiência visual, a ideia surgiu ao presenciar uma situação constrangedora, a qual despertou sua imaginação e, com a colaboração de um desenhista, adaptou os objetos com pequenas alterações que dão funcionalidade aos mesmos. “Durante um jantar solene num restaurante, ao tentar provar a sopa, uma jovem com deficiência derramou o alimento em sua
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roupa. Toda aquela cena gerou vergonha tanto para ela quanto para mim. A partir daí busquei soluções para nós cegos”, relata Carlos. Entre as adaptações dos acessórios, Carlos explica: “uma barra metálica foi soldada na borda do prato, dando referência sobre sua posição, facilitando seu uso, enquanto os talheres possuem um ponto universal para que se identifique a posição correta da colher, do garfo e da faca”. Segundo Carlos, o próximo passo é comercializar o projeto e torná-lo acessível às pessoas com deficiência visual, tanto em restaurantes quanto para uso pessoal. “Já temos propostas e espero que estabelecimentos adotem a ideia”, conclui.
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SPA GARANTE RELAX ACESSÍVEL ESPAÇO FOI PROJETADO PARA GARANTIR ACESSIBILIDADE E SEGURANÇA DOS CLIENTES Por: Julliana Reis | Fotos: Luis Lumbert
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om 423 metros quadrados de área construída, a clínica de relaxamento e spa ganhou rampas que garantem total acessibi-
lidade do espaço. Contemporâneo, sem ser estático, o projeto assinado pela arquiteta Maria Fernanda San Martin
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alia praticidade e funcionalidade, já que o espaço foi projetado de forma a atender a todos sem nenhum tipo de barreira arquitetônica. Localizada na zona leste de São Paulo (SP), a clínica conta com uma área de recepção, decorada com jeito de sala de estar, o que deixa o ambiente com um ar confortável e aconchegante. A rampa, junto ao jardim de inverno, liga a área de recepção com a área funcional da clínica, vencendo o aclive natural do terreno, e atendendo às necessidades de todo o público. Segundo a profissional, os acabamentos foram selecionados para garantir a segurança dos clientes e manter a harmonia dos ambientes.
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DANIELLE SHEYPUK UMA CADEIRANTE NA FASHION WEEK Por: Julliana Reis | Fotos: Divulgação
de rodas desde os dois anos de idade, em decorrência de uma distrofia muscular, fez sua estreia nas passarelas, no desfile de Carrie Hammer, e de destacou pelo feito. Ela, que atua com terapia sexual e de relacionamentos, atende pessoas com deficiência em Nova York, onde vive. Confira abaixo a entrevista exclsuiva que Danielle concedeu à Revista Incluir. Revista Incluir: Como surgiu o convite para desfilar na NYFW? Danielle Sheypuk: Conheci a Carrie Hammer há um ano, num evento inclusivo. Ela, que estava sentada ao meu lado, admirou minhas botas e me comparou à Carrie Bradshaw (personagem da série Sexo e a Cidade). Desde então mantivemos contato, até que ela idealizou o desfile sobre rodas, e me convidou. Eu fiquei muito entusiasmada e aceitei de imediato.
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ela primeira vez, o New York Fashion Week, um dos principais eventos de moda do mundo, teve uma modelo cadeirante desfilando em sua passarela. A psicóloga Danielle Sheypuk, 35 anos, que é cadeirante
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RI: Como foi essa experiência? DS: Eu estava nos bastidores e, quando chegou a minha vez, me lembro de ver o público e toda a imprensa no final da passarela. Eu ainda posso sentir as luzes brilhantes dos flashs daquele momento e me lembro de ouvir os aplausos das pessoas. Isso foi um momento monumental para mim e para todas as pessoas com deficiência, que considero ter representado. Carrie e eu estávamos tentando fazer a diferença, mas não tínhamos ideia de que o impacto seria tão surpreendente. Depois de ganhar o título de Miss Cadeira de Rodas NY 2012, usei isso como uma maneira de abrir a
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Um livro para ler com um sorriso no rosto e os ouvidos bem atentos para um universo sonoro que nos rodeia.
janela da sociedade para começar a falar sobre o namoro, o sexo e a moda para pessoas com deficiência. RI: Foi sua primeira participação em um desfile de moda? DS: Quando eu estava no colégio, fiz alguns trabalhos como modelo em eventos locais e algumas campanhas publicitárias, mas nada tão grande como NY Fashion Week. RI: Pretende desfilar novamente? DS: Eu definitivamente quero fazer mais desfiles e já recebi convites para a NY Fashion Week Primavera 2015. Não posso revelar mais detalhes sobre isso agora, mas é muito emocionante. Também tenho recebido alguns convites para falar sobre minha experiência em palestras e eventos, ao redor do mundo. E vou participar da exposição promovida pela Fundação Christopher e Dana Reeve, que trará fotos de modelos com deficiência física.
Saiba mais em: 83 DesculpeNaoOuvi.com.br/Livro
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O QUE É O IMPLANTE COCLEAR? Por: Lak Lobato*
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ara que pessoas com surdez possam ter a oportunidade de ouvir, foi desenvolvida uma tecnologia que reproduz artificialmente a sensação auditiva, chamada Implante Coclear (IC). O implante coclear é formado por duas partes, uma interna e outra externa que só funcionam em conjunto. A parte externa pode ser colocada e retirada como um aparelho tradicional: conforme a necessidade e a conveniência do usuário. Elas se fixam uma à outra através de um ímã presente tanto na parte interna quanto externa. A cirurgia é simples e não requer mais de 48 horas de internação, para a maioria dos casos. Não é uma cura biológica, já que a pessoa só consegue ouvir através do uso das duas partes. Os resultados variam conforme o caso. Quanto menor o tempo de privação sonora, melhor a qualidade do som. Os com melhores resultados são crianças implantadas até os 2 anos de idade e pessoas que acabaram de perder a audição. Isso porque a audição natural tem dois processos: ouvir e discriminar o que se ouviu. A parte de ouvir é auxiliada pelo implante coclear, mas discriminar o som é um aprendizado. O sucesso total do implante coclear é considerado quando alguém consegue discriminar a fala sem qualquer apoio visual. Mas mesmo quem não chega nesse estágio ainda pode ter um bom resultado, pois ouvir não se limita a compreender o que as outras pessoas dizem, mas apreciar todos os sons do mundo. Ouvir o barulho
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do mar, do vento, da chuva, de risadas… A diferença principal entre o implante coclear e os aparelhos convencionais é a ausência de distorção dos sons. Como os aparelhos apenas ampliam os sons e usam a audição residual da pessoa, se a perda auditiva for desigual entre as frequências, o som fica distorcido e, para muitas pessoas, incompreensível. Já no implante coclear, o som é reproduzido por igual em todas as frequências que capta. Não são todas as pessoas que podem fazer a cirurgia. Somente um médico ou fonoaudiólogo especializados em implante coclear podem confirmar se é ou não caso de implantar.
*Lak Lobato é publicitária, tem deficiência auditiva desde os 10 anos de idade e é usuária do implante coclear. Autora do blog www.DesculpeNaoOuvi.com.br dedicado à divulgação da surdez na ótica dos surdos oralizados e/ou usuários de próteses e implantes auditivos. Contato@laklobato.com
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PROJETO DE LEI PREVÊ A INCLUSÃO DA ESCRITA BRAILLE EM CD´s, DVD´s e EMBALAGENS O mais recente projeto apresentado pela deputada Vanessa Damo foca nas pessoas com deficiência visual, estimada no Estado de São Paulo em 7.344.037 pessoas. A proposta pede a obrigatoriedade do padrão de impressão Braile em mídias de CD’s e DVD’ – assim como em suas capas – e nas embalagens de produtos. A ideia foi uma sugestão trazida à parlamentar pelos representantes da associação LARAMARA - Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual, Eng.Cristiano Gomes, gestor de projetos em acessibilidade da entidade e Renato José, consultor. “A pessoa com deficiência visual sofre com uma carência muito grande no acesso à informação sobre os produtos, tanto para comprar, como para organizá-los em casa, assim como sofre quem possui baixa visão, por isso, sugerimos também que a lei inclua a obrigatoriedade de letras maiores para facilitar a leitura. Fazer essa adaptação tem um custo zero para as empresas, já que produzem em grande escala”, explicou Renato, que perdeu a visão aos 20 anos, devido a um glaucoma congênito.Vanessa abraçou a causa, já que hoje, a inscrição da escrita Braille só é obrigatória em embalagens de medicamentos. “É preciso estender isso para que as pessoas com deficiência visual possam ter o respeito à que todos têm direito”, frisou a deputada que, desde o início de sua carreira política, usa o padrão Braille em seus cartões de visita. “Meu mandato parlamentar tem compromisso de defender os direitos e a dignidade das pessoas com deficiência, que não devem ser vistas como objetos de caridade, mas como membros ativos da sociedade, igual à qualquer outro cidadão”, conclui a deputada.O direito de ir e vir é garantido pela Constituição a todos os cidadãos. Mas às pessoas com deficiência essa questão não é tão simples, uma vez que elas encontram pelo caminho inúmeros obstáculos devido à falta de acessibilidade, que ainda não é realidade 100% plena. Isso sem contar com os obstáculos invisíveis, como o preconceito e a falta de oportunidade, que devem ser combatidos diariamente e que infelizmente ainda existem em nossa sociedade. Visando garantir os direitos desses cidadãos, a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) é autora de diversos projetos de lei nesse âmbito.A atenção às pessoas com deficiência vem de muito antes da vida pública. Antes de ser eleita vereadora da cidade de Mauá, aos 21 anos, Vanessa ministrava cursos de qualificação a este público. Na faculdade, onde se formou em Desenho Industrial, o trabalho de conclusão foi uma cadeira de rodas para jogadores de tênis de mesa, para as Paraolimpíadas. “É um tema que conheço bem e que sempre coloco como prioridade em meu trabalho parlamentar”, salienta Vanessa. A parlamentar é autora de outros diversos projetos de leis voltados aos direitos desse segmento, dos quais destacamos:
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REATECH: LEVANTE ESTA BANDEIRA FEIRA INTERNACIONAL APRESENTA SERVIÇOS, PRODUTOS E ENTRETENIMENTO EM PROL DA INCLUSÃO Por: Caroline Baptista | Fotos: Divulgação
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Feira Internacional de Reabilitação, In-
nacional. O evento – que neste ano acontece entre os
clusão, Acessibilidade e Esporte Adapta-
dias 10 e 13 de abril, no Centro de Exposições Imi-
do – Reatech – já entrou no calendário
grantes, em São Paulo (SP) – chega à sua 13ª edição
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e mais uma vez traz diversas novidades em produ-
de que não há desculpas para um lugar não ser aces-
tos e serviços para pessoas com deficiência e demais
sível. As leis já existem no Brasil e a cada dia temos
atuantes na área de inclusão.
novas tecnologias. Então, porque ainda existem es-
Realizada há mais de dez anos, a feira se tornou
paços não acessíveis? Queremos que cada visitante
o principal evento do segmento no País, levantando
da Reatech saia com novos conceitos, a fim de dis-
sempre a bandeira da inclusão. “No início, a maioria
seminar novas ideias por onde passem”, completa a
das pessoas com deficiência não estava na rua, fal-
diretora.
tava informação, acessibilidade e inclusão. A partir
Com cerca de 300 expositores e diferentes ativi-
do momento em que algumas associações começa-
dades interativas, como, por exemplo, palestras, jo-
ram a se movimentar, e com a ajuda da Reatech (que
gos esportivos e apresentações de música e dança,
era muito pequena em sua 1ª edição), o mercado foi
a expectativa é receber 50 mil visitantes de todo o
se desenvolvendo, aumentando progressivamente o
País durante os quatro dias de evento. “A Reatech
número de empresas que investem em acessibilida-
tornou-se um importante ponto de encontro para o
de. Como consequência, a feira cresceu junto a este
setor na parte de conhecimento de novas tecnologias
mercado que utiliza tais produtos e serviços”, relem-
e profissionalização. O público terá a oportunidade
bra a diretora do evento, Malu Sevieri.
de conferir as novidades e ainda participar de diver-
Nesta edição, ‘Levante a nossa bandeira’ é o tema principal da feira. Segundo Malu, a temática defende os conceitos da acessibilidade e da inclusão, promovendo assim soluções para a implementação
sas atividades paralelas como congressos, esportes e artes”, conclui Malu. Para conferir a programação completa e outras informações, basta acessar: www.reatech.tmp.br.
dos mesmos. “Queremos ser objetivos no discurso especial
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INSTITUTO REGISTRA DOWN MAIS IDOSA DO BRASIL CAPIXABA, DE SANTA MARIA DE JETIBÁ, ENTRA PARA O RANKBRASIL AOS 77 ANOS Da Redação | Foto: Divulgação
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lga Gums, de 77 anos, entra para o RankBrasil em 2014 como a mais idosa com síndrome de Down do País. A moradora de Santa Teresa (ES) vive há 26 em um sítio próximo ao distrito de Aparecidinha. Ela superou a marca de Maria de Nazaré, de 67 anos, recordista em 2010.
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Natural de Santa Maria de Jetibá (ES), a capixaba nasceu no dia 27 de maio de 1936. Caçula entre 11 irmãos, atualmente reside com a sobrinha Sofia Gums, de 60 anos, que cuida dela há mais de 25 anos. A recordista fica a maior parte do tempo em casa e não fala português. Influenciada pela cultura pomerana, que é forte na cidade, nunca aprendeu a língua portuguesa e conversa apenas em pomerano, uma variedade do baixo alemão. Gosta de ver fotografias e passa as tardes na cadeira de balanço. Animada, ela dança, canta e reza com frequência, além de tocar gaita desde menina. De acordo com Sofia, apesar da deficiência, a idosa é uma pessoa independente e saudável. “Ela está muito bem de saúde e faz tudo sozinha. Fiquei admirada porque a Olga nunca tinha feito exames até o momento da cirurgia e quando fez todos deram resultados bons.” Ela se refere a uma operação de catarata realizada recentemente para recuperar a visão de um dos olhos da recordista, que perdeu totalmente a visão por meses. Para a sobrinha, mesmo com a cegueira, Olga manteve-se alegre. “Quando estava sem enxergar, ficava muito parada por medo de se locomover, mas ainda assim continuava sorrindo. Está sempre contente.” Segundo Sofia, o recorde é uma felicidade para a família. “Eu tinha muita curiosidade em saber se ela era a mais velha. Sou feliz por cuidar dela e, se Deus quiser, ela ainda vai viver bastante. O título é uma alegria para nós.”
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A VIDA SEMPRE ME RESPONDE AS PERGUNTAS QUE ESQUECI DE FAZER Por: Flávia Cintra* | Foto: Carlos Roncari | Ilustração: Mariana Campillo
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esde a gravidez, eu pensava em como seria explicar a minha deficiência para os meus filhos e como eles se sentiriam diante das minhas limitações. Ensaiei tantos jeitos de explicar, tantas metáforas, li tanta coisa a respeito! Mas quando eles tinham dois anos, Mariana perguntou: “mamãe, por que você não anda de pé?”. Gelei. Iniciei o raciocínio das diferenças, mas ela me interrompeu: “Por que, mamãe? Por que você não anda de pé?”. Entendi que ela queria saber sobre o acidente e eu contei. “Então você vai andar de cadeira para sempre?”. Respondi apenas “sim” e ela reagiu sem nenhuma surpresa. Provavelmente eles nem se lembram dessa conversa, mas eu nunca vou esquecer o frio que senti na barriga naquela hora. Eu tinha me preparado tanto e na hora H foi tudo diferente! Foi do jeito deles. A vida não para de me ensinar que é perda de tempo tentar antecipar soluções para dificuldades que eu acho que vão surgir. Mas, mentalmente, eu sempre tento prever problemas para ter na manga as soluções. Pura ilusão. Sou sempre surpreendida com dificuldades que eu não previ e com soluções que eu não seria capaz de imaginar. Quando eles começaram a engatinhar, passei noites em claro pensando num jeito de ensiná-los a andar. Não conseguiria segurá-los e não queria delegar essa tarefa. Um dia, no meio da brincadeira, Mateus veio por trás de mim, se apoiou na barra horizontal da estrutura da minha cadeira e ficou em pé. Tomei um susto, com medo dele cair. Logo Mariana também quis experimentar. Em pouco tempo, esse apoio serviu para eles firmarem os primeiros passos... empurrando minha cadeira! Foi assim que começaram a caminhar ao meu lado.
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Na escola, com os amiguinhos, minha cadeira virou brinquedo e, às vezes, é difícil administrar tantas mãozinhas querendo apertar meus botões e subir no meu colo. Como todas as mães que conheço, às vezes eu sofro por não ter todas as certezas, todas as respostas, todas as soluções. Nessa semana, eu estava chateada porque tive que trabalhar demais e tivemos pouco tempo juntos. Fui buscá-los na escola em um dia especial em que todas as crianças puderam ir fantasiadas. Meus pequenos quiseram se vestir de super-heróis. A professora, ao se despedir, disse “tchau, mulher-maravilha!”. Ela respondeu “Eu sou a filha da mulher-maravilha!”, correndo para me dar o abraço mais gostoso que já ganhei na vida. E, nessa hora, eu me senti a pessoa mais importante do mundo. *Flávia Cintra é jornalista, tem 40 anos, é mãe dos gêmeos Mateus e Mariana. Trabalhou em diversas ONGs em defesa dos direitos das pessoas com deficiência. Foi consultora de Manoel Carlos, autor da novela ‘Viver a Vida’, que teve a personagem Luciana, interpretada por Aline Moraes, inspirada em sua história de vida. Desde 2010, é repórter do programa Fantástico da TV Globo. É uma das autoras do livro ‘Maria de Rodas – Delícias e Desafios na Maternidade de Mulheres Cadeirantes’.
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MENOR-APRENDIZ A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Por: Rosangela Wolff Moro* | Foto: Arquivo pessoal
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mercado de trabalho pode receber pessoas a partir de 16 anos de idade e, na condição de aprendiz, a partir dos 14 até o limite de 24. O contrato de aprendizagem visa formar um profissional dentro de uma perspectiva de adequação de seu conhecimento com sua aptidão física, moral e psicológica, até que
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adquira a idade em que possa ser efetivamente contratado. Segundo a Convenção de Direitos das Pessoas com Deficiência, estas são definidas por terem impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação social plena em igualdade de condições com as demais pessoas. Para elas, a lei da aprendizagem não impõe limite de idade ou de duração do contrato e ainda possibilita a cumulação por até dois anos do recebimento da remuneração com eventual recebimento do Benefício de Prestação Continuada, pago pela Previdência Social aos que não disponham de renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo. Essas exceções refletem a intenção inclusivista da legislação atenta aos jovens com deficiência com fatores podem ultrapassar a idade cronológica. As empresas, por sua vez, precisam cumprir cotas e se matricular nos programas de aprendizagem, no mínimo, 5% do número de seus trabalhadores, nas funções que demandem formação profissional. Há grandes dificuldades neste âmbito, talvez até por desconhecimento dos mecanismos que possibilitam a contratação que vão além do texto da lei. As empresas precisam adequar as peculiaridades da pessoa com deficiência, do contrário, esperarão por um perfil sem jamais atingir o cumprimento da cota.
* Rosangela Wolff Moro é advogada atuante no Terceiro Setor
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Job: 738-INCLUIR-2 -- Empresa: Almap BBDO -- Arquivo: JOB 738-45.49- 14115-23x27.7 JR VENDAS CORP FOX NOVO_pag001.pdf
Registro: 143678 -- Data: 17:58:49 20/03/2014
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OS ADULTOS COM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE Por: : André Felício* | Foto: Divulgação
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odos conhecem aquela cena típica da criança entrando na sala de aula ou em casa e provocando confusão por ficar andando para lá e para cá, não dá ouvidos aos pais e professores. Este é o protótipo do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), uma condição que não é incomum em adultos que ficaram ‘esquecidos’ no tempo. O TDAH pode apresentar, basicamente, três espectros. O primeiro, em que predomina a hiperatividade; o segundo, a desatenção; e o terceiro, uma combinação de ambos. O ponto principal aqui, porém, diz respeito aos adultos
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com TDAH que ficaram ‘esquecidos’ no tempo. Primeiro, porque a apresentação clínica mais comum desta condição no adulto se caracteriza pela falta de atenção e não hiperatividade, ou seja, os pacientes com mais de 18 anos de idade irão sempre comentar sobre sua ‘memória ruim’ e ‘dificuldade para se concentrar’. Segundo, digo ‘esquecido’ porque esses pacientes muitas vezes são rotulados por familiares e amigos como alguém com ‘memória fraca’. Outro dado que mencionei acima diz respeito à associação do TDAH com outras condições, por exemplo, ansiedade, depressão, insônia e transtornos do sono. O que me preocupa, na verdade, é a maior frequência de uso/abuso de drogas ilícitas ou lícitas nessa população. Se por um lado algumas drogas como a maconha ou mesmo o álcool, cujo efeito ansiolítico e sonífero de curto prazo poderia ajudar estes pacientes a dormir e a reduzir a ansiedade, por outro, o seu uso/abuso crônico irá prejudicar justamente o ponto mais crítico destes pacientes, ou seja, as funções cognitivas, como a memória e a atenção. Logo, é preciso lembrar que existem inúmeros adultos jovens, literalmente ‘esquecidos’, com TDAH. E essa história poderia ser diferente, mas requer mais atenção dos médicos, familiares e população em geral. *André Felício é neurologista, doutorado pela UNIFESP/SP, pós-doutorado pela University of British Columbia/Canadá e médico pesquisador do Hospital Israelita Albert Einstein/SP
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PRAIA PARA TODOS PROJETO VOLTA À ORLA CARIOCA E ATRAI PESSOAS DE TODO O BRASIL Por: Julliana Reis | Fotos: Bianca Ponte
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oradora da cidade de Belém (PA), Ana Trindade não perde a oportunidade de trazer o irmão mais novo, José Trindade, de 40 anos, ao Rio de Janeiro, sempre que pode. Isso porque ele, que tem paralisia cerebral e usa cadeira de rodas, adora o mar. “É uma oportunidade incrível poder proporcionar estes momentos de lazer para ele. Estivemos aqui em janeiro e voltamos agora, em março. Espero conseguir vir com ele em
abril também”, conta Ana, que elogia a iniciativa do Instituto Novo Ser. O Praia Para Todos nasceu durante uma sessão de fisioterapia, em que Ricardo Gonzalez Rocha Souza e seu fisioterapeuta discutiam as dificuldades e possibilidades para uma pessoa com deficiência exercer seu direito à cidadania. A partir disso, eles resolveram colocar em prática a ideia de levar essas pessoas à praia. vale saber
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Olga Pacheco
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A ideia inicial era de que cada posto de salvamento tivesse recursos assistivos (cadeiras anfíbias, esteiras, material desportivo e de apoio) e uma equipe técnica para desenvolver atividades de integração e a segurança para que pessoas com deficiência pudessem aproveitar o mar. O projeto piloto, inédito e inovador no Brasil, foi batizado inicialmente como Praia Acessível – Lazer Para Todos, realizado na Praia do Leblon, no verão de 2009. O sucesso foi tão grande que foi reformulado e, desde então, tem sido realizado nas praias cariocas, tendo atraído ainda representantes de diversos mu-
José Trindade com os irmãos
nicípios interessados em conhecer detalhes do projeto. Aos 89 anos de idade, Olga Augusta Pacheco não perde a oportunidade de estar na praia durante todos os finais de semana do Verão. “Isso aqui é muito bom, porque eu e todas as pessoas que usam cadeira de rodas podemos aproveitar esta praia maravilhosa”, garante ela, que mora no bairro de Botafogo e frequenta a praia de Copacabana. O projeto tem apoio da Michelin e da Secretaria Municipal de Turismo, além da parceria com um grupo de surf adaptado, convidado com o intuito de agregar mais uma iniciativa desportiva ao projeto, que acontece até 27 de abril, aos sábados e domingos, na Praia da Barra da Tijuca (Posto 3) e de Copacabana (entre os postos 5 e 6), sempre das 9 às 14 horas.
Praia para todos praiaparatodos.com.br
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especial
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AÇÃO INCLUIR PRIMEIRA EDIÇÃO DO ANO LEVOU MAIS DE 200 PESSOAS AO HOPI HARI Por: Julliana Reis | Fotos: Bianca Ponte
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o sábado (15/03), a Revista Incluir promoveu mais uma edição da Ação Incluir no Hopi Hari. Ao todo, cerca de 250 pessoas atendidas pela Apae de São Paulo, pela Casa de David e pela Casa Girassol, abrigo para crianças
carentes, participaram do evento, realizado com apoio do McDonald’s.
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lazer e cultura
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PARQUE ANNA LAURA PROJETO PREVÊ A CRIAÇÃO DE DEZ PARQUES EM TODO O PAÍS Por: Julliana Reis | Fotos: Bianca Ponte
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pessoas muito especiais que abraçaram a causa e ajudaram a tornar este projeto em algo concreto”, conta Rudi, que pretende inaugurar, ainda neste ano, outros dois parques. Entre os parceiros, a arquiteta Maria Cecília Barbieri Gorski, do escritório Barbieri + Gorski Arquitetos Associados, assina o projeto do parque, que recebeu brinquedos da Lao Engenharia, fabricante de equipamentos adaptados. Os projetos de paisagismo, acessibilidade e playgrounds contaram com a colaboração da arquiteta Brigitte Baum, da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo. Já o logo do projeto foi desenvolvido pelo artista plástico
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Fernando Velazquez, e o site pela i10as.
om o objetivo de criar um espaço onde todas as crianças pudessem brincar e se divertir, juntas e sem barreiras, o empresário Rodolfo Henrique
Fischer, conhecido como Rudi, e sua esposa, Claudia Petlik Fischer, construíram, com recursos próprios, e contando com a ajuda de alguns parceiros, o Anna Laura – Parques Para Todos. O primeiro parque, de um total de dez que serão construídos em todo o Brasil, foi instalado em uma área ao lado da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), da Mooca. Segundo Rudi, o projeto tem por propósito disponibilizar um espaço estruturado para oferecer alegria, integração e motivação para todos, pois conta com recursos lúdicos desenvolvidos para proporcionar lazer e divertimento para crianças, inclusive as que têm alguma deficiência. “A proposta é garantir que todas as crianças compartilhem as mesmas experiências”, explica ele, que após perder a filha em um acidente, teve a experiência de conhecer, fora do Brasil, um parque onde crianças com e sem deficiência brincavam juntas. “Na mesma hora pensei, poxa, eu nunca vi isso no Brasil... daí me veio a ideia e, quando voltei ao País, comecei a buscar formas de colocar isso em prática e, no caminho, encontrei
Em nome de Anna Em homenagem à filha, Rudi escreveu o livro ‘Em nome de Anna’, que será lançado ainda este ano. Ilustrado por artistas plásticos, amigos do autor, o livro trará pequenas histórias que divagam sobre a menina e seu destino.
lazer e cultura
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NIPONSUL Fotos: Divulgação
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evendedora Honda desde 1992, a Nipon-
Programa Honda Conduz da Niponsul
sul é a primeira representante da marca no Paraná, e a terceira do Brasil, venden-
O programa visa facilitar o acesso de pessoas com
do veículos novos e seminovos. Além disso, a empresa
deficiência, por meio de orientações sobre as isen-
também oferece serviços especializados de assistência
ções e disponibilizando informações detalhadas so-
técnica e a venda de peças e acessórios, sempre com
bre a preservação da garantia oferecida.
a tradição e a qualidade da marca japonesa. Hoje a
Com a proposta de oferecer um atendimento di-
Niponsul conta com quatro endereços, sendo três em
ferenciado às pessoas com deficiência, a concessio-
Curitiba e um na cidade de Ponta Grossa.
nária Honda Niponsul criou, há 16 anos, o programa
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Honda Conduz, que tem por finalidade auxiliar na aquisição de veículos zero quilômetro, com isenção de impostos. Toda a Honda Automóveis do Brasil, incluindo a concessionária Niponsul, dispõe de profissionais qualificados sobre o assunto. De acordo com Ademir Demitto, gerente comercial da Honda Niponsul, a iniciativa do programa inclui o treinamento das equipes de vendas, orientações com relação e agraves, isenções e informações
“FUI MUITO BEM ATENDIDO NA NIPONSUL E O VENDEDOR FOI MUITO ATENCIOSO, EXPLICANDO OS PONTOS POSITIVOS DOS MODELOS, O QUE ME AJUDOU A ESCOLHER UM CARRO QUE MELHOR ATENDESSE MINHAS NECESSIDADES.” LUIZ TERUO HOSHINO, ARAUCARIA - PR
detalhadas sobre a preservação da garantia oferecida. Para que o processo de venda seja mais rápido e prático, a concessionária conta com um despachante. “O benefício existe para que pessoas
mesmo quem não pode dirigir poderá ter isenção parcial de impostos, porque a condução será feita por algum acompanhante”, explica Demitto.
com deficiência física, intelectual e visual, sendo que
O veículo mais procurado na Niponsul por esses
há direito na isenção de tributos quando adquiridos
clientes é o Honda Fit, devido à versatilidade do mo-
veículos zero quilômetro. É importante frisar que
delo. Em seguida, estão o City e o Civic. destaque
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FREEDOM Fotos: Divulgação
Freedom LM13 - produto será destaque na Reatech
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A
o longo de seus 23 anos de existência, a
produtiva, e isso faz com que as empresas que pro-
Freedom trabalha para cumprir sua mis-
duzem produtos com tecnologias assistivas estejam
são em produzir equipamentos e veículos
se adaptando rapidamente às novas exigências dos
que, inseridos na sociedade globalizada, contemple
consumidores, proporcionando cada vez mais aces-
a mobilidade dos indivíduos e garanta assim seu di-
sos e possibilidades. A Freedom acompanha essa
reito de ir e vir de todas as pessoas. O desenvolvi-
evolução dos consumidores e a cada ano traz novos
mento de tecnologias que inovam a forma de usar os
produtos ou se reinventa com este propósito.
produtos e renovam as possibilidades dos usuários
“Estamos trabalhando em novos projetos a fim
é a chave-mestra do crescimento e a afirmação da
de trazer conceitos importantíssimos para os pro-
empresa no setor de tecnologias assistivas.
dutos que entregamos aos nossos clientes para que
Em 2013, com o lançamento do Freedom Connect – tecnologia exclusiva dos produtos Freedom, onde o
possam exercer suas atividades com mais facilidade”, afirma Gino Salvador, diretor da empresa.
usuário consegue configurar alguns itens de perfor-
A Reatech será uma grande oportunidade para
mance da cadeira motorizada, de acordo com sua ne-
mostrar novos produtos, onde a Freedom poderá
cessidade – a Freedom passou a ser a única empresa
reafirmar sua vocação em ser referência global de
nacional a oferecer esse diferencial em seus produtos.
qualidade e inovação no segmento de mobilidade,
“Os usuários de nossos produtos estão cada vez
satisfazendo seus clientes com soluções racionais,
mais ativos na sociedade, inseridos no mercado de
competitivas, customizadas e com elevado padrão
trabalho, estudando ou exercendo alguma atividade
tecnológico.
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OTTOBOCK QUALIDADE DE VIDA E MOBILIDADE PARA AS PESSOAS HÁ MAIS DE 90 ANOS Fotos: Divulgação
A
Ottobock é uma empresa internacional, fun-
dade de vida de milhares de pessoas com deficiência física
dada em 1919 na Alemanha. Atua no mercado
ou mobilidade reduzida, em mais de 140 países.
de tecnologia assistiva e é líder mundial no seg-
O trabalho da Ottobock não se limita ao desenvolvimen-
mento de próteses ortopédicas para amputados, além de
to de alta tecnologia para próteses, órteses e cadeiras de
destacada participação nos segmentos de órteses e soluções
rodas. A reabilitação dos seus consumidores também é um
para mobilidade como, por exemplo, cadeiras de rodas ma-
compromisso da empresa que, por meio de protocolos de
nuais e motorizadas.
reabilitação integrada, favorece a inclusão social e reinser-
A empresa desenvolve, em parceria com cientistas e
ção destas pessoas na sociedade.
institutos de pesquisas internacionais, produtos e sistemas
É por essa razão que a Ottobock realiza treinamentos e
inovadores e funcionais que garantem a melhoria da quali-
aperfeiçoamentos contínuos dos profissionais multidisci-
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plinares que apoiam o paciente durante este processo. São
guarda das inovações tecnológicas para área de reabilita-
técnicos ortopédicos, médicos fisiatras, neurologistas, orto-
ção, todavia o ano de 2013 foi especial, um divisor de águas
pedistas, cirurgiões vasculares, fisioterapeutas, terapeutas
para a empresa, pois marca a largada para um projeto au-
ocupacionais, psicólogos, entre outros que, juntos, contri-
dacioso de investimentos no país. Iniciado com a mudança
buem para o sucesso da reabilitação.
para uma nova sede na cidade de Valinhos, interior de São
Outro pilar corporativo estrutural a ser destacado é a
Paulo, que aumentou em três vezes a capacidade produtiva
paixão pelos jogos paralímpicos. Desde 1988 a empresa
da companhia, garantindo melhorias para o pronto atendi-
está presente e é parceira nas Paralimpíadas como forne-
mento do mercado brasileiro, vendas e serviço de atendi-
cedora exclusiva dos serviços de reparo dos equipamentos
mento ao cliente, isto está alinhado com uma importante
dos atletas. A Ottobock se orgulha por ter a oportunidade
estratégia do grupo de conduzir pesquisa, desenvolvimento
de oferecer sua competência, presença global e experiência
e fabricação de soluções em tecnologia assistiva adequados
em ortopedia técnica para o movimento esportivo. E a par-
à realidade brasileira. Em fases de execução, estão sendo
ceria com o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) só faz
preparadas as bases para a produção de próteses ortopédi-
engrandecer esse sentimento. O apoio ao movimento para-
cas e cadeiras manuais em território nacional.
límpico celebra o fato de que as pessoas com deficiência po-
Os planos e investimento almejam um futuro promis-
dem continuar suas vidas ativamente e alcançar o sucesso,
sor, norteada pela tradição de sucesso, onde milhares de
a superação e o orgulho através do esporte.
brasileiros tiveram suas vidas melhoradas graças aos pro-
No Brasil há mais de 35 anos, a empresa é pioneira nacional no fornecimento de próteses, sempre esteve na van-
dutos e serviços da Ottoboock, que são sinônimos de conforto, segurança, independência e qualidade de vida.
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CPB
BRASIL PARTICIPA DOS JOGOS PARALÍMPICOS DE SOCHI PELA PRIMEIRA VEZ, O PAÍS PARTICIPA DOS JOGOS DE INVERNO Fonte: Comunicação CPB
D
ois atletas brasileiros deram o pontapé inicial para a primeira participação do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Inverno, neste ano em Sochi, na Rússia. Das cinco modalidades presentes na competição mundial, no snowboard, o representante foi o paulistano André Cintra, enquanto no esqui cross-country, o debut brasileiro foi Fernando Aranha. Aranha foi o responsável por abrir e fechar a participação brasileira nos jogos, conquistando a 21ª colocação em sua modalidade, e garante: “aprendi e me diverti muito nos Jogos. Fui o primeiro brasileiro, mas, com certeza, não serei o último. O trabalho está apenas começando.
Eu acredito que temos muito potencial para desenvolver na neve. Viemos para ver como funcionava. Agora que já descobrimos, vamos treinar para dar trabalho aos outros países”. Além de Aranha, o país também foi representado pelo paulistano Andre Cintra no snowboard. Cintra terminou em 28º, entre 33 atletas. Os Jogos Paralímpicos de Sochi foram realizados em março. No total, 547 atletas, de 45 países, competiram em 72 eventos de cinco esportes: esqui alpino, biatlo, esqui cross-country, hóquei sobre trenó e curling em cadeira de rodas.
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VISÃO INFINITA A HISTÓRIA DE UM MÉDICO INDIANO QUE AJUDOU A DIMINUIR A CEGUEIRA EM SEU PAÍS Por: Gabriela Rocha | Foto: Divulgação
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visão, um dos cinco sentidos humanos, é o que nos possibilita ter acesso à grande parte das coisas que nos circundam. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, cerca de 1,15 milhão de pessoas sofrem de cegueira no Brasil. Uma das formas de diminuir esse índice seria aumentar a quantidade de cirurgias preventivas em casos de catarata, o que poderia prevenir a cegueira. Um exemplo de sucesso, nesta área, é o livro Visão Infinita. A obra nos narra a história de um oftalmologista cha-
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mado Govindappa Venkataswamy (o Dr. V) que, em 1976, abriu, na Índia, uma clínica de olhos sem fins lucrativos em uma pequena residência. Sem fonte de renda, plano administrativo e rede de segurança, a clínica contava com 11 leitos e os pacientes escolhiam quanto pagariam pelo tratamento prestado. Para a surpresa de muitos, o Sistema Oftalmológico Aravind, que parecia sem chances de sucesso, cresceu e hoje é composto por 3.200 pessoas, sendo que 21 dos oftalmologistas que trabalham lá são da família do próprio Dr. V. Tornou-se referência entre as organizações mundiais de prevenção à cegueira, estando entre as maiores do mundo. Já tratou cerca de 32 milhões de pacientes e realizou mais de 4 milhões de cirurgias, em sua maioria gratuitas. Escrito pela economista Suchitra Shenoy e pela cineasta e sobrinha-neta do Dr. V, Pavithra K. Mehta, o livro traz dicas de como empreender de forma altruísta e tornar um projeto pessoal um negócio muito rentável e democrático. “Queremos que ele contribua para esclarecer como funciona o sistema Aravind, para servir como insight para empreendedores e médicos brasileiros que querem fazer a diferença em suas carreiras, mas não sabem como”, comenta Arysinha Affonso, editora responsável pela obra.
VISÃO INFINITA
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MEU NOME É RADIO Fotos: Reprodução
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nderson, Carolina do Sul, 1976, na escola secundária T. L. Hanna. Harold Jones (Ed Harris) é o treinador local de futebol americano, que fica tão envolvido em preparar o time que raramente passa algum tempo com sua filha, Mary Helen (Sarah Drew), ou sua esposa, Linda (Debra Winger). Jones conhece um jovem “lento”, James Robert Kennedy (Cuba Gooding Jr.), mas Jones nem ninguém sabia o nome dele, pois ele não falava e só perambulava em volta do campo de treinamento. Jones se preocupa com o jovem quando alguns dos jogadores da equipe fazem uma “brincadeira” de péssimo gosto, que deixou James apavorado. Tentando compensar o que tinham feito com o jovem, Jones o coloca sob sua proteção, além de lhe dar uma ocupação. Como ainda não sabia o nome dele e pelo fato de ele gostar de rádios, passou a chamá-lo de Radio. Mas ninguém sabia que, pelo menos em parte, a razão da preocupação de Jones é que tentava não repetir uma omissão que cometera, quando era um garoto.
Título Original: Radio Ano: 2003 Gênero: Drama Duração: 1h49 Direção: Michael Tollin Com: Cuba Gooding Jr., Ed Harris e Debra Winger
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