Jornal do rio vermelho 01 edicao

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J o r n a l d o R i o Ve r m e lh o –

u m a p u b l i c a ç ã o d a A M A R V – S a l v a d o r , B a h i a – J u n h o d e 2 0 12 – a n o I n ú m e r o 1 Foto: Darjan Sanches

Planejamento Estratégico e Plano de Gestão para o bairro Planejamento e organização. A partir desse conceito, a nova diretoria da AMARV, empossada em 27 de setembro de 2011, lançou uma publicação com seu Planejamento Estratégico 2014 e Plano de Gestão 2011-2014. Nesse documento, de forma transparente, responsável e inovadora, foi elaborado um diagnóstico onde são pontuados os principais problemas vivenciados pelo bairro e estabelecidas as metas que serão perseguidas para o período, no sentido de viabilizar as soluções previstas. O modelo teve como princípio trabalhar de forma participativa, ouvindo a comunidade e entidades representativas, sempre colocando o interesse do Rio Verme-

lho acima de tudo. Por intermédio desse Planejamento Estratégico e Plano de Gestão, a AMARV está implantando uma estrutura mais articulada e eficiente junto aos organismos públicos e privados, com o objetivo de defender os interesses da população e do bairro.

primeira vista, parecer burocrático este formato, facilitou o trabalho e permitiu um olhar mais abrangente e uniforme sobre o bairro, além de estabelecer uma divisão de competências que tornou possível situar cada problema em sua área respectiva.

A definição dos objetivos ocorreu por meio de diversas reuniões entre os membros da diretoria da AMARV e representantes de grupos de interesse do Rio Vermelho. Para melhor compreensão do trabalho, é importante destacar que o Planejamento Estratégico foi estruturado em macroambientes, a saber: Físico-Territorial; Político-Institucional; Econômico-Social; Segurança Pública; Cultural e Gestão Ambiental. Apesar de, à

Para dar certo, é necessário que essa atuação conjunta da AMARV, comunidade e entidades públicas e privadas, ocorra de forma planejada, incisiva e contínua. Sabendo que, durante a execução, observações e correções medidas preventivas serão adotadas, de forma a assegurar o sucesso do planejado, aperfeiçoando a articulação das ações com as políticas públicas para o bairro. (continua nas páginas 4 e 5)

Foto: andré avelino

Segurança é prioridade total Providências emergenciais estão sendo tomadas na área de segurança do bairro

Foto: Carmela Talento

Deu no Blog blogdoriovermelho.blogspot.com.br Pedestres seguem acuados pelos carros estacionados de forma irregular

Foto: andré avelino

Cratera pode acabar com a Paciência! Erosão da contenção da encosta na Praia da Paciência produz buraco que ameça engolir a pista

Foto: Edgard Carneiro

Desfile dos Palhaços do Rio Vermelho O já tradicional grupo Palhaços do Rio Vermelho trouxe alegria e diversão com seu desfile bem humorado e colorido


EDITORIAL

O novo jornal do Rio Vermelho

P

arabenizar toda a diretoria da AMARV e esperar novos dias com a sensação que o dever está sendo cumprido e dentro das melhores perspectivas. Essa edição do jornal do Rio Vermelho materializa tudo isso: uma nova identidade visual e editoração gráfica, ampliando também o seu conteúdo. Ficou mais organizado por seções e assuntos e adotou um design mais moderno. Mudar é sempre estimulante. A tarefa de transformação do jornal transparece aqui no trabalho feito por toda a equipe e colaboradores na definição das matérias e imagens. Nessa edição, nos concentramos no recente Planejamento Estratégico da AMARV, abordando aspectos teóricos em sua prática na Gestão 2011/2014, cujo objetivo é fornecer subsídios e informações para o planejamento e avaliação institucional, consolidando com isto a busca por uma melhor qualidade de vida para os moradores do Rio Vermelho. Inauguramos algumas colunas como: Personagem do Rio Vermelho, retratando sempre uma pessoa querida e conhecedora do bairro; Galeria do Artista, trazendo nomes importantes no meio artístico e acadêmico, como escritores, poetas, artistas plásticos, arquitetos e historiadores, entre outros; Deu no Blog, uma parceria com o Blog do Rio Vermelho, transmitindo notícias importantes para o bairro. E por aí vai… Agradecemos a cada parceiro e a cada um da equipe que, juntos, fizemos dessa retomada um momento de consolidação do jornal do Rio Vermelho. Sabemos que ainda há um longo caminho pela frente e um imenso desafio: a cada edição procurar aprimorar e se superar, levar conteúdo informativo de qualidade com transparência a todos os moradores e amigos do Rio Vermelho. Lauro Alves da Matta Júnior Presidente da AMARV

Expediente CONSELHO EDITORIAL – José Sinval Soares – André Avelino de Souza Ferreira – José Mário de Magalhães Oliveira – Wanderley Souza Fernandes – Carmela Talento – Marcos Antonio Pinto Falcão Jornalista Responsável – José Sinval Soares – MTE 1369 Revisão – Carlos Amorim – DRT/BA 1616 Projeto Gráfico e Editoração – Dendê Comunicação Tiragem – 3.000 exemplares Impressão – Gráfica Press Color Contato – falecomamarv@gmail.com Distribuição gratuita Esta é uma publicação da Associação dos Moradores e Amigos do Rio Vermelho – AMARV. Fotos e artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Eleição da nova diretoria da AMARV Tornar a Associação dos Moradores e Amigos do Rio Vermelho – AMARV mais atuante e comprometida com o destino do bairro e dos seus habitantes. Essa foi a primeira bandeira de luta assumida pela nova diretoria, eleita no dia 27 de setembro de 2011, e tem sido assim desde então: com a elaboração do Planejamento Estratégico e do Plano de Gestão da AMARV; com as contínuas visitas aos órgãos públicos em defesa dos interesses do bairro; com a participação efetiva nas reuniões semanais do Conselho de Segurança; com as rondas pelas ruas do Rio Vermelho em busca de solução para problemas que se acumulam. Esse verdadeiro trabalho de formiguinha está sendo feito e levado bem a sério por toda a equipe que assumiu a AMARV para o período até setembro de 2014. Composta por 17 membros, na formação da nova diretoria, foram convidados moradores do bairro com perfil mais adequado a cada cargo (ver box), ainda que esta tenha sido uma tarefa bem difícil para o presidente Lauro Matta, visto que o Rio Vermelho tem um grande número de moradores capacitados e qualificados em suas áreas de atuação. No entanto, entre todos os membros da nova diretoria, é possível destacar um ponto em comum: o orgulho em “vestir a camisa” do bairro. Ser 100% Rio Vermelho. Com tantos problemas a serem enfrentados, o bairro do Rio Vermelho necessitava que a associação tivesse esse nível de

comprometimento. Não apenas para criticar e cobrar, mas para discutir e propor soluções, além ouvir e envolver a comunidade nas decisões. E a visão de um modelo democrático de gestão da entidade tem se firmado com o comparecimento maciço

da nova diretoria, semana após semana, durante as reuniões da AMARV no salão paroquial da Igreja de Santana. Espaço gentilmente cedido pelo Padre Ângelo, já que, por incrível que pareça, a associação até hoje não tem uma sede própria. Foto: José Abílio

Nova diretoria da amarv, eleita em setembro de 2011

NOVA DIRETORIA DA AMARV Lauro Alves da Matta Júnior PRESIDENTE André Avelino de Souza Ferreira PRIMEIRO VICE-PRESIDENTE José Mário de Magalhães Oliveira SEGUNDO VICE-PRESIDENTE Fabiano de Andrade Bastos PRIMEIRO DIRETOR-SECRETÁRIO Célia Maria Dutra de Oliveira SEGUNDO DIRETOR-SECRETÁRIO José Alberto Sena Filho PRIMEIRO DIRETOR-FINANCEIRO Antonio Gonzaga Dias SEGUNDO DIRETOR-FINANCEIRO Wanderley Souza Fernandes DIRETOR DE EVENTOS

Adalberto Bulhões Filho DIRETOR DE URBANISMO E MEIO AMBIENTE Manoel Costa Sobrinho DIRETOR DE DIVULGAÇÃO Marcus Vinicius de Almeida e Marinho DIRETOR JURÍDICO

CONSELHO FISCAL EFETIVOS Luciana Souza Cruz Silva Alexandre Marques de Oliveira João Augusto Maia Hegouet SUPLENTES José Abílio Ferreira da Silva João Batista Marinho Brasil Marcos Antonio Pinto Falcão


Segurança é prioridade total Foto: Carmela Talento

Em todas as pesquisas realizadas na capital, a falta de segurança aparece como uma das principais preocupações da população e no Rio Vermelho não é diferente. São muitas as ocorrências de roubos praticados contra pedestres, casas comerciais e carros tomados de assalto. A expansão do tráfico de drogas, principalmente no entorno da Praia de Santana, na área do Mercado do Peixe e no Alto de Ondina, é uma realidade preocupante. Depois da morte do morador André Luiz, em abril passado, ao tentar defender a mãe dele das garras dos meliantes, após um saque na agência do Bradesco da Rua Conselheiro Pedro Luiz, as pessoas que já tinham medo de entrar nas agências bancárias ficaram ainda mais preocupadas, até porque essa modalidade de assalto conhecida como saidinha bancária também aumentou no bairro. O clima de medo ficou evidente depois que apareceram

A presença constante de blitz policiais inibe a ação dos marginais pichações em muros e postes de várias ruas do bairro, chamando atenção para “zonas de assalto”. Essa intervenção foi destaque na imprensa e a questão da violência no bairro ganhou repercussão nacional após matéria divulgada no jornal da Globo.

O comandante de 12ª CIPM, Major André Ricardo, disse que houve coincidência entre a repercussão da pichação com o esquema que havia montado para reduzir os índices de assaltos no bairro. Segundo ele, 40 homens do grupo recém-formado de policias do úl-

Conselho considera que bairro vive momento ímpar com posse do novo comandante da 12 ª CIPM Foto: André Avelino

No comando da 12ª CIPM há três meses o Major André Ricardo afirmou que a política do novo comando é de interligação completa com a comunidade, e de diálogo permanente com a AMARV, Colônia de Pescadores, Conselho de Segurança e demais entidades. Ele disse que o comando está aberto para receber a comunidade e qualquer cidadão pode se comunicar, ou mandar mensagem por meio eletrônico para cipm12.cmd@pm.da.gov.br. Informou ainda que o telefone (71) 3116-7907 está à disposição e funciona 24h por dia. Sobre o esquema de segurança traçado para o bairro, ele explicou que está ajustando o que encontrou visando a redução da violência. De acordo com o Comandante, o policiamento é feito por meio de rondas com viaturas e durante 10 dias contou com o aporte do efetivo de 40 homens que, por duas semanas, fizeram o policiamento de rua em vários pontos do bairro, resultando na redução do número de ocorrências.

timo concurso da PM foram enviados para treinamento no bairro, onde ficaram durante 10 dias. Entretanto, no dia 16 de abril, eles deixaram o bairro para receber treinamento para fazer a segurança na micareta de Feira de Santana. A boa notícia é que o Major André,

informou que o Comando da Polícia Militar acenou com a possibilidade dos policiais retornarem para o bairro. Preocupada com a situação, a AMARV dedicou um capítulo à questão da segurança no Planejamento Estratégico, onde foram traçadas as metas de atuação da atual gestão, entre elas a representatividade junto aos órgãos competentes, o que está sendo feito com a participação nas reuniões do Conselho Comunitário de Segurança e o encaminhamento de solicitações para fortalecer o policiamento 24h no bairro, policiamento nas praias, principalmente nos finais de semana, e a implantação de rádios comunitárias entre a sociedade, comércio e órgãos de segurança (Polícia Civil e Militar), providências estas, todas em andamento. A AMARV também está incentivando a instalação de câmaras de vigilância em pontos estratégicos do bairro.

Novo comandante do 12º Batalhão e nova delegada na 7ª Delegacia Foto: André Avelino

que é a repressão, “mas se a questão não for encarada como um todo, quanto mais o tempo passa mas vai aumentar a marginalidade”, pontuou. Para ela, o aumento do índice de violência no Rio Vermelho é reflexo do que está acontecendo em toda a cidade somada às características peculiares do bairro que funciona praticamente 24h, razão pela qual demanda uma estratégia diferenciada de segurança.

É importante para o bairro a ronda das duplas de policiais Esse policiamento ostensivo teve um pequeno intervalo porque os homens foram deslocados para a segurança da Micareta de Feira de Santana, mas segundo o Major André antecipou, o Comando Geral da PM acenou com a possibilidade do mesmo efetivo retornar ao bairro de forma permanente. Com isso, outros esquemas serão colocados em prática para reforçar a segurança, inclusive com a utilização de motos, e, posteriormente, o uso de bicicletas para o policiamento das praias. Paralelo a isso, o comandante também pretende retomar o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à

Violência – Proerd, um programa de caráter social e preventivo posto em prática em todos os estados do Brasil por policiais militares devidamente selecionados e capacitados nas escolas de ensino público e privado, para os alunos que estejam cursando o quinto ou o sétimo ano do ensino fundamental. A 7ª Delegacia do Rio Vermelho tem uma nova delegada, Dra. Jorvane que também destacou a importância da parceria com a comunidade e diz que o seu objetivo é contribuir para diminuir as ocorrências relacionadas à violência no bairro.

De acordo com a presidente do Conselho de Segurança Social do Rio Vermelho e Ondina, Eloysa Cabral, apesar do aumento da insegurança, o bairro vive um momento ímpar com a posse do novo comandante e da nova delegada da 7ª Delegacia e da união das entidades, situação que não acontecia anteriormente. Entretanto, a presidente ressalva que a questão é muito mais complexa e não será solucionada apenas com repressão. Segundo ela, é preciso uma ação articulada dos governos voltada para crianças, jovens e adolescentes. “O cerne de tudo é a educação e a família”, ponderou. Ela argumentou que quando se fala em segurança, a maioria das pessoas pensa logo na parte final

Explicou que a finalidade do Conselho é atuar como elo de ligação entre a comunidade e os órgãos públicos, e nesses 14 anos de existência vem fazendo isso. No campo social, vem promovendo cursos e encaminhado reivindicações. “Hoje há uma unidade entre Conselho, AMARV, Colônia de Pesca, Comando da PM e 7ª Delegacia. Na verdade estamos em um momento ímpar e isso é importante porque todos estão agindo pensando na melhoria do bairro”, afirmou. Para ela, tanto o perfil do novo Comandante da 12ª CIPM, o Major André Ricardo como da delegada Drª Jorvane que assumiu no início de abril, facilita o diálogo e a integração. “O novo comandante é uma pessoa de nível, é preparado e tem amor pelo que faz e está interessado em trabalhar junto com a comunidade que é quem sabe onde estão os problemas. A nova delegada tem demonstrado que é uma pessoa de bons propósitos, que está querendo acertar, mas tem que se dar um tempo, afinal ela assumiu recentemente”, finalizou.


Planejamento Estratégico e Plan A construção do Planejamento Estratégico e do Plano de Gestão da Associação dos Moradores e Amigos do Rio Vermelho – AMARV consolida uma mudança importante na busca por uma melhor qualidade de vida dos moradores do Rio Vermelho, com a necessária redução dos impactos ambientais no bairro. Foram definidos os seguintes macroambientes: Físico-territorial; Político Institucional; Econômico; Social; Segurança Pública; Cultural e Gestão Ambental, bem como estabelecidos os seus objetivos e resultados. Por uma questão de espaço nessa publicação, abordaremos apenas alguns destes macroambientes. Para todos os problemas detectados, a AMARV vem encaminhando propostas de solução junto aos órgãos competentes. Por meio desse Planejamento Estratégico e Plano de Gestão, a AMARV busca garantir a sua representatividade política e institucional junto aos organismos públicos, privados e a sociedade do bairro.

FÍSICO-TERRITORIAL META – LIMITES GEOGRÁFICOS/ ZONEAMENTO A delimitação oficial dos bairros de Salvador está desatualizada há 50 anos. A cidade cresceu, surgiram novos bairros, subdivisões de outros, e hoje muitos de seus habitantes têm dúvidas sobre o endereço exato do local onde moram, o que gera estatísticas com dados controversos. É fundamental que tenhamos uma base territorial confiável e dados consistentes sobre a população de Salvador para um planejamento mais eficaz. No caso do Rio Vermelho, a AMARV vem acompanhando o desenrolar dos fatos, participan-

do de Audiências Públicas com órgãos competentes e apoiando a implantação do novo projeto “Caminho das Águas de Salvador, Estudo e Definição dos Limites dos Bairros e Bacias Hidrográficas de Salvador”, realizado por diversos órgãos de Salvador. Na nova configuração da cidade, apresentada pela Superintendência do Meio Ambiente (SMA), Salvador passaria a contar com 160 bairros, cinco ilhas e três ilhotas. A AMARV aguarda a aprovação e vigência da nova lei para saber de fato o seu campo de atuação. META – OBRAS INACABADAS/ ABANDONADAS/IRREGULARES A estrutura inacabada onde deveria funcionar um Centro de Artesanato e um “restaurante” ao lado do novo Mercado do Rio Vermelho na Mariquita, continua sem solução. Atualmente, serve de apoio aos usuários de drogas e abrigo de moradores de rua, tornando-se um ponto perigoso no bairro. A obra foi embargada pela Justiça, com o argumento que estaria fora dos limites fixados por lei para construções próximas à linha do mar. O prédio abandonado “balança mais não cai”, da Rua Feira de Santana no Parque Cruz Aguiar, é um problema antigo e até hoje sem solução. Sua estrutura, completamente comprometida e com risco de desabamento, é uma ameaça constante. Reclamações diversas por parte dos moradores, há mais de 30 anos, dezenas de ofícios e abaixo assinados aos órgãos competentes foram enviados e nada foi feito. A Prefeitura já desapropriou o imóvel em 1990, porém o Decreto caducou, e a AMARV continua cobrando da Prefeitura uma solução imediata para o problema. O prédio abandonado da Avenida Oceânica em frente à Praia

da Sereia, outro descaso dos órgãos competentes. Há mais de 10 anos que não se toma uma providência, localizado em frente ao mar, a sua estrutura está comprometida por corrosão e com risco de desabamento. O bairro tornou-se paraíso das construções irregulares, que além de não autorizadas, o entulho proveniente das mesmas, é jogado nas vias públicas e nas encostas das praias gerando um outro problema. A falta de fiscalização pelos órgãos competentes é visível no bairro. META – ENCOSTAS Há mais de quatro anos, a alvenaria de pedra da encosta da Praia da Paciência sofre erosão em função da ação da maré e dos períodos de chuva. Com o passar dos

Publicação do Planejamento Estratégico 2014

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o de Gestão para o rio vermelho Foto: Edgard Carneiro

pontos levantados no Planejamento da AMARV na área social.

ESPORTE E LAZER META – EQUIPAMENTOS ESPORTIVOS E DE LAZER O bairro só dispõe da quadra da Paciência e das praias da Sereia, Paciência e Buracão para práticas desportivas. Não existe nenhum parque público com equipamento de ginástica, arena para capoeira, pista de skate e patinação, dentre outros, bem como áreas de lazer e parque infantil. Nenhum tipo de evento esportivo de iniciativa pública é programado ou realizado no Rio Vermelho.

SEGURANÇA PÚBLICA

tempos e o descaso por parte dos órgãos competentes, o lugar afetado transformou-se em um enorme buraco, chamado pelos moradores de “Cratera da Paciência”. A cratera já ameaça derrubar parte da pista da rua da Paciência, uma das mais movimentadas vias do bairro. META – SISTEMA VIÁRIO Por se tratar de um bairro tradicional com ruas estreitas, o Rio Vermelho não foge à existência de vários problemas no seu sistema viário, como congestionamento acentuado nos dois sentidos (Aeroporto-Centro), sinalização precária, excesso de semáforos ultrapassados, poluição visual, pavimentação precária, falta de suporte tecnológico, falta de alternativas de escoamento de tráfego, operação de carga e descar-

ga sem regulamentação, falta de estacionamentos, falta de organização dos pontos de táxi, falta de ciclovias, falta de heliponto, inexistência de abrigos de ônibus em diversos pontos do bairro, calçadas e passeios destruídos, problemas de circulação de pedestres, dificuldade de acesso para portadores de deficiência e inexistência de passarelas de pedestres no bairro. Como se pode notar, não são poucos os problemas do Sistema Viário do Rio Vermelho.

AMBIENTE SOCIAL META – FUNÇÃO SOCIAL A situação de vulnerabilidade de parte da comunidade carente do bairro, problemas com moradores de rua, aumento de usuários de drogas e catadores de lixo reciclável, são alguns dos

META – SEGURANÇA NO BAIRRO A falta de segurança é uma constante no bairro, ocorrendo assaltos, roubos, sequestros e latrocínios. A busca constante de dinamizar ações preventivas e educativas em parceria com os órgãos de segurança, poder público municipal e entidades da sociedade civil é uma das prioridades no Planejamento Estratégico da AMARV.

AMBIENTE CULTURAL META – PATRIMÔNIO É visível no Rio Vermelho o descaso dos órgãos competentes na manutenção e proteção dos monumentos e na fiscalização da preservação do patrimônio arquitetônico. Monumentos como o de Cristóvão Colombo (Praça Colombo), Euricles de Matos (desaparecido da Rua da Paciência), Silvio Batalha (Parque Cruz Aguiar), Yemanjá (Largo da Mariquita), estão sempre sujos e são alvos de todo o tipo de vandalismo. As obras nas vias públicas, a exemplo dos artistas Bel Borba e Mestre Didi , são utilizadas como sanitário público e sofrem atos

de vandalismo como pichações e o cúmulo até de atear fogo. Já foram também observadas roupas estendidas na escultura “Barbatana de Peixe” do artista Ray Vianna no Largo de Santana. O conjunto colonial arquitetônico do Largo de Santana foi completamente descaracterizado com novas construções fora dos padrões locais. A Igrejinha Antiga do Largo de Santana é sempre alvo de pichações e colagem de cartazes. A Casa de Yemanjá e a Casa do Peso só veem melhorias no período anterior aos festejos do dia 2 de fevereiro. META – SISTEMA CULTURAL Apesar de ser denominado “bairro das artes e dos artista”, o Rio Vermelho carece de um sistema cultural integrado. Falta apoio para os artistas locais sempre dispostos a participar de iniciativas culturais no bairro. META – FESTEJOS O Rio Vermelho é um dos bairros mais festivos de Salvador. A sua principal festa, a de Yemanjá, faz parte do Calendário Turístico como o maior terceiro evento das festas populares da Bahia. Outros eventos como a Festa de Nossa Senhora Santana, padroeira do bairro, bem como manifestações populares espontâneas e novos modelos, como o dos Palhaços do Rio Vermelho, antigos modelos como o Banho de Mar à Fantasia do Lero-Lero, tornam o Rio Vermelho um bairro descontraído, alegre e cheio de charme. Infelizmente, estes eventos tem pouco ou nenhum apoio do poder público

GESTÃO AMBIENTAL A Gestão Ambiental visa ordenar as atividades humanas para que essas não agridam o meio ambiente. Apesar desse conceito, o bairro apresenta graves

problemas proporcionados pelo descaso dos órgãos competentes e falta de políticas de educação ambiental para a população. META – SANEAMENTO BÁSICO Esgotos que caem no Rio Lucaia e desembocam na Praia da Mariquita, esgoto a céu aberto na Rua Manoel Rangel, esgoto e represamento de água pluviais, além do expurgo de entulhos na Praia da Paciência, são alguns dos problemas de saneamento do bairro. META – COMBATE À POLUIÇÃO Todas as praias do bairro estão poluídas de alguma forma, seja por esgoto, lixo, entulho ou ocupação desordenada. A poluição visual é gritante em toda a área do bairro. Poluição sonora também está presente, não se cumprindo a legislação vigente. META – COMBATE AO LIXO Vários locais do bairro estão transformados em grandes depósitos de lixo, como: a esquina do Largo de Santana com a Rua José Taboada; esquina da Rua Almirante Barroso com a Paciência; Avenida Oceânica com a Vila Matos; Largo da Mariquita entre outras. Grande parte desse lixo se deve aos bares e restaurantes que colocam em lugares impróprios e sem nenhuma seleção de reciclagem. Tem ainda o lixo das praias, após sábados, domingos e feriados, gerados por comerciantes informais e pelos próprios banhistas. META – ESPAÇOS VERDES São vários parques e jardins abandonados: Praça Silvio Batalha, a chamada Praça do Padre ao lado da Igreja de Nossa Senhora Santana, Largo da Mariquita e Praça Colombo, entre outras. Por todo o bairro veem-se árvores e plantas maltratadas, cheias de fungo e cupins.

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Em atenção à lei 4.591/64, as fotos e ilustrações desta peça têm caráter meramente promocional. Projeto Arquitetônico: Marcelo Filadelfo, CREA: 7778-D. Responsável Técnico: Euberto Rocha, CREA: 16506-D. R-3 da matrícula nº 50.094, no Cartório do 6º Ofício de Registro de Imóveis. (*) Tubulação seca. (**) Conforme condições contratuais

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Ernesto Ferreira Barreto

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chofer de táxi, minha mãe, doméstica, num bairro de classe média, mas não era um bairro qualquer, era o Rio Vermelho. Convivi com pessoas de cultura e vivência, como “meu tio” Caetano da Bahia, com a intelectualidade de Gerson Pena, a arte de Manoel Bonfim e por aí vai...

Comando Geral da PM, em especial o Coronel Castro, pela iniciativa de colocar formandos da PM na segurança do Rio Vermelho e Ondina, mesmo que por um tempo determinado, quando foi observada uma melhoria na segurança do nosso bairro. Além da segurança, a limpeza do bairro também foi contemplada e, dentre as diversas solicitações, a LIMPURB atendeu com a colocação de um contêiner defronte ao ponto comercial Sacolão do Hortifruti (Rua do Canal), onde o lixo era colocado na via pública favorecendo a proliferação de ratos e insetos.

Cratera imensa já ameaça derrubar o asfalto na rua da Paciência A AMARV, como entidade representativa do nosso bairro, vem atuando em defesa dos interesses do Rio Vermelho, por meio de diversas solicitações aos órgãos públicos, sempre contando com o apoio da vereadora Aladilce durante estas visitas. Esse ano houve uma preocupação da AMARV com relação à participação de trios elétricos e carros de som nos festejos de Yemanjá, o que prejudicaria o andamento da festa, além de gerar um aumento da violência, já que existe uma grande concentração de pessoas em um espaço restrito. Em audiência entre a AMARV, Colônia de Pesca Z1, Saltur, Sesp, Polícia Militar, Transalvador e representantes de outras entidades, foram relatados os malefícios que a presença desses veículos podem provocar à população que comparece aos festejos. Diante do exposto, foi definido pelo promotor a proibição de trânsito de qualquer tipo de veículo não oficial durante os festejos do dia 2 de fevereiro. No que se refere à infraestrutura, o bairro do Rio Vermelho necessita de uma ampla intervenção do poder público. Algumas questões pertinentes, tais como: a recuperação da encosta na Praia da Paciência; nova grade de proteção na ponte do Rio Camurugipe; operação tapa-buracos, principalmente na Avenida Juracy Magalhães (Rua do Canal) e Rua Aymorés; e desentupimento do canal de drenagem no entorno

da Igrejinha de Santana, dentre outros; foram debatidas pela entidade e enviados ofícios aos órgãos responsáveis com pedidos de solução. Projetos como a requalificação da Praça da Mariquita com a substituição dos sombreiros atuais por novos, semelhantes aos do Mercado do Peixe, e a reorientação do trânsito nas principais vias do bairro, a exemplo do Parque Cruz Aguiar que está completamente tomado por veículos, também foram enviados. Foi solicitado, ainda, o detalhamento do projeto que liga a Rua Oswaldo Cruz ao Vale das Pedrinhas com o objetivo de desafogar o trânsito e o projeto da cobertura do Rio Camurugipe entre a Praça da Mariquita e a Embasa. Em reunião com a Secretaria Municipal dos Transportes e Infraestrutura – SETIN, foi entregue a publicação do Planejamento Estratégico 2012 e Plano de Gestão 2011-2014 para o bairro, documento elaborado pela AMARV com sugestão de solução para todas as questões apontadas. A preocupação da AMARV também se estende à segurança do bairro. Por esse motivo foi expedida uma solicitação aos empresários do Rio Vermelho e Ondina, com o apoio da 12ª Companhia da Polícia Militar e da 7ª Delegacia da Polícia Civil, para que sejam instaladas câmeras de segurança nas áreas externas dos estabelecimentos comerciais como forma de inibir e identificar criminosos ou suspeitos. Além disso, a AMARV elogiou e parabenizou o

Quanto às faixas de pedestre, foram feitas solicitações relacionadas à pintura das que se encontravam apagadas e a colocação de novas faixas em locais de grande circulação. Dessas, já foi instalada a faixa defronte à igreja de Santana. No ofício enviado à SETIN, estão relacionadas 18 ruas e avenidas necessitadas desse serviço e foi incluído, também, o pedido de demolição da estrutura inacabada do edifício da Rua Feira de Santana, no Parque Cruz Aguiar, que se encontra abandonado desde a década de 1970. Acompanhando o mesmo ofício, foram entregues uma cópia do Diário Oficial de 15 e 16 de julho de 1990, onde, o então prefeito Fernando José, autoriza a desapropriação do imóvel em ruínas. Também foram anexadas fotografias da cratera localizada na Praia da Paciência para serem tomadas as providências necessárias. A preservação do patrimônio histórico do Rio Vermelho é uma das propostas de trabalho da AMARV. A realização de um seminário no auditório da Biblioteca Juracy Magalhães, envolvendo a participação das entidades públicas municipais, estaduais e federais, será o primeiro passo para resgatar esse patrimônio.

Prédio em ruínas na rua Feira de Santana

Foto: andré avelino

Fotos: andré avelino

Filho de Sr. Acácio e D. Clara, tendo como irmão mais novo Acacinho, Ernesto é casado com Irene e formam uma linda família com Clarissa, André e Laura. Nativo do bairro, nasceu no dia de Natal no Núcleo da Mariquita na Rua Odilon Santos, 35. Aprendeu desde cedo a boa malandragem do Rio Vermelho, a pescar, jogar bola, estudar e fazer grandes amizades. Foi alfabetizado pela professora Jaci Oliveira Martins, fez o jardim de infância com as Professoras Ruth e Maria José, depois passou pela Escola do Parque e pelo Colégio Manoel Devoto. Ingressou na UFBa, formando-se em geologia na turma de 1977 – que saudade do ensino público! Por outro lado, sempre festeiro com a alegria que Deus lhe deu, não perdia uma festa de largo – o amigo Juvená que o diga! Era Santa Bárbara, Conceição da Praia, Boa Viagem, Bonfim, Ribeira, Rio Vermelho, Pituba, Itapuã, (e haja fôlego!) lá estava Ernestão com a sua banda. Mestre de bateria e percussionista (gosta de um bongô), foi fundador do Bloco Hawaii 70, do Bloco Amigos do Rio Vermelho e hoje é diretor dos Palhaços do Rio Vermelho. A mistura de tudo isso criou essa pessoa maravilhosa, íntegra, cheia de otimismo e saber. Quem não gosta de Ernestão no Rio Vermelho?

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O significado do rio vermelho em sua vida? Ernesto Barreto – Parafraseando Gil, o Rio Vermelho me deu régua, compasso, bússola e GPS. Esse bairro me deu toda formação moral. Meu pai, um

O rio vermelho de ontem e hoje... EB – O Rio Vermelho de hoje não foge ao mundo moderno, também globalizou. A especulação tomou conta de tudo, mas o Rio Vermelho não perdeu as suas características de bairro tradicional, não perdeu sua história. Poucos bairros em Salvador conservam isso, como a Ribeira e o Santo Antonio Além do Carmo, que possuem a magia da boa convivência. Como carnavalesco, você aprova um novo circuito da folia no bairro? EB – Não. E não se fala mais nisso. Temos sim, que resgatar e preservar as manifestações populares do bairro, como o Lero Lero, os Palhaços do Rio Vermelho, os Amigos do Rio Vermelho e outras manifestações espontâneas da comunidade. O rio vermelho é o bairro dos artistas. Cite três nomes da sua preferência. EB – O mestre Floriano Teixeira, Jorge Amado e a família Bonfim (Manoel, João e Manoel, o pai). Uma pergunta histórica: Diogo Álvares Corrêa, o Caramuru, se escondeu na Pedra da Concha? EB – Eu fui menino criado nadando nas praias do Rio Vermelho, mas nunca vi espaço para ninguém se esconder na Pedra da Concha. A não ser, talvez, na gruta que existe na Pedra do Guaraçaim do outro lado da Pedra da Concha, na próPria praia da Mariquita, hoje entulhada pelo emissário submarino. Uma mensagem para galera do bairro. EB – O Rio Vermelho sempre agregou pessoas. Seria bom que os novos moradores tivessem consciência e tomassem conhecimento da importância desse bairro para a cidade e dessem continuidade a essa história bonita.


Deu no Blog

blogdoriovermelho.blogspot.com.br Foto: Carmela Talento

Ele voltou Quando o trabalho não é bem feito, acontece isso. Essa é a terceira vez que esse buraco em frente ao Sesi do Rio Vermelho aparece, e não vai demorar para virar uma cratera.

O acesso ao Morro da Paciência de onde é possível observar uma bela vista do Rio Vermelho agora está com o acesso restrito, certamente por medida de segurança. A pergunta que fica no ar é a seguinte: o morro já foi privatizado?

Novo deslizamento de terra na cratera da Paciência Com as chuvas dos últimos dias, ocorreu mais um deslizamento de terra na cratera da Paciência. Estamos chamando a atenção para esse problema faz tempo, mas a Prefeitura parece que prefere apostar na sorte. O precipício já está se aproximando da borda da calçada e o meio-fio começa a se desprender.

Iluminação precária no Rio Vermelho Várias ruas do Rio Vermelho estão com lâmpadas queimadas aumentando ainda mais a insegurança. Em um bairro considerado

A pretexto da falta de segurança vão surgindo na cidade

verdadeiros feudos privilegiados, com a incorporação de terrenos públicos impedindo o cidadão comum de exercer o seu direito constitucional de ir e vir. Esse é um fenômeno que está acontecendo em todas as grandes metrópoles do país. As pessoas não vivem mais nos bairros, fecham-se nos condomínios, e acreditam que dessa forma estão livres da violência. Ledo engano. Foto: Sarnelli

reduto da boemia, a iluminação deveria ser motivo de preocupação constante por parte de administração municipal. Na Paciência, no trecho entre a Vila Matos e a entrada da Eurycles de Mattos só tem iluminação do lado da praia, e assim mesmo com várias lâmpadas queimadas. Na subida da Rua Almirante Barroso, bem na esquina onde funciona uma vidraçaria, a lâmpada está queimada tem mais de um ano. Na Praça Geraldo Wal-

ter, depois de muita reclamação, a lâmpada foi substituída, mas não resistiu nem meia hora acesa e apagou. Na Mariquita a situação não é diferente. No Largo de Santana, boa parte das lâmpadas decorativas, colocada para iluminar as árvores, também estão apagadas, alias, esta área, apesar de bastante frequentada tem uma iluminação péssima do lado da Igrejinha, onde está a escultura do cachorrão, obra de Bel Borba.

Divulgação

Alegria contagiante do bloco Amigos do Rio Vermelho

AMIGOS DO RIO VERMELHO No dia 2 de fevereiro, na tradicional Festa de Yemanjá, moradores, amigos e frequentadores do Rio Vermelho se encontraram na Praça Brigadeiro Faria Rocha, local da concentração, para mais um animado desfile do Bloco Amigos do Rio Vermelho.

Acesso restrito

Depois de muito papo e azarações com música da melhor qualidade e regado à cerveja (free até às 13h) o bloco desfilou pelas ruas do bairro levando o seu balaio de presentes para Yemanjá e distribuindo alegria e animação a todos os presentes na festa.

A Banda Rio Vermelho, com cinco anos de tradição, e 50 músicos de percussão e sopro, garantiu o som e contagiou a galera. Destaque para o grande contigente de jovens, o que abre espaço para a nova geração conhecer e reviver os velhos desfiles. Momentos de confraternização, encontros e reencontros marcaram a alegria dos Amigos do Rio Vermelho. De parabéns toda a sua diretoria!

MONUMENTO A JORGE AMADO E ZÉLIA GATTAI Em fevereiro de 2011, o então presidente da AMARV, Ricardo Barretto, teve a ideia de fazer uma homenagem aos escritores Jorge Amado e Zélia Gattai, ilustres moradores do bairro. A ideia do projeto consistia em produzir um monumento, em bronze, em tamanho natural, onde o casal estaria sentado em um banco admirando a paisagem do mar no Largo de Santana, no Rio Vermelho. Com essa ideia na cabeça, Ricardo Barretto convidou o artista plástico Tati Moreno para executá-la. Esse, de imediato aceitou a incumbência e, a partir de então, começou a trabalhar. Em outubro de 2011 estava executada a obra em mi-

niatura e, juntos, começaram a prospectar patrocinadores. Foram ao então vice-presidente da Caixa Econômica, Geddel Vieira Lima, que prontamente gostou da ideia e apresentou ao Divulgação depar tamento de marketing da Caixa Econômica, que aprovou 50% do valor do projeto. Em seguida, apresentaram ao Secretário de Turismo do Estado da Bahia, Domingos Leonelli, que achou excelente e também assumiu o compromisso de participar com 25%, e o restante do valor foi financiado pela Fundação Odebrecht. A inauguração do monumento está prevista para o dia 10 de agosto deste ano, quando Jorge Amado faria 100 anos.

A qualidade que vai da horta direto para sua mesa. Contatos (71) 3342-4232 para shows: (71) 9957-6714

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Palhaços do Rio Galeria do Artista Vermelho fazem a festa Foto: Edgard Carneiro

A letra da música diz que eram “… mais de 1.000 palhaços no salão”. Na realidade, não foram mil, foram mais de dois mil palhaços na avenida! E o resultado foi festa e folia. Porque o dia 11 de fevereiro, um sábado antes do Carnaval, foi a vez dos Palhaços do Rio Vermelho botar o bloco na rua. No seu desfile pré-carnavalesco, o bloco da alegria sem cordas partiu da concentração na Rua da Paciência e ocupou o seu circuito até a Rua Fonte do Boi, atravessando as principais ruas do bairro. Apenas a fantasia com o nariz de palhaço e pintar o rosto de alegria, quem nunca sonhou em ser palhaço um dia? Sem trio, sem corda, sem abadá, mais uma vez o bloco dos Palhaços mostraram que vieram para resgatar a tradição do Carnaval de rua dos bairros de Salvador. Novamente a presença do grupo Zambiapunga de Taperoá, puxando o desfile com as Princesas Chicas e os palhaços perna-de-pau, seguidos da novidade do cortejo

Foto: Erivan Morais

Um artista vivendo o Rio Vermelho

Lucas e sua família devidamente paramentados no desfile dos palhaços a Ala das Baianas, capitaneadas por Claudinha, filha de Dinha, e da Banda Marmelada com 50 músicos de sopro e percussão. No repertório, marchinhas, música popular brasileira, hits do Carnaval e da música baiana, sem esquecer a presença do Cachorrão alegórico de Bel Borba e do carro-bar Palhaço Etílico de Júnior Gordo. Vale destacar ainda

o bom trabalho do Comando da 12ª Companhia da Polícia Militar, que, mesmo no período de greve, esteve a postos e garantiu a tranquilidade do evento. Parabéns, Palhaços do Rio Vermelho! Muitos confetes e serpentinas para o trabalho de toda a diretoria. Ficou o gostinho de quero mais!

Bloco Lero Lero e seu Banho à Fantasia Foto: Edgard Carneiro

O Bloco Lero Lero do Rio Vermelho, integrante do Centro Cultural Recreativo e Escola Bando Lero Lero, proporciona aos moradores do bairro uma folia sem igual, o tradicional Banho de Mar à Fantasia, única festa do gênero que ainda acontece em Salvador. O desfile pré-carnavalesco, sempre 15 dias antes da folia momesca, percorre as ruas do bairro sem pressa, com a sua alegria permanente, protestos bem-humorados e o colorido das fantasias, que se destacam pela criatividade. Com sete décadas de existência o Lero Lero reúne crianças, jovens e idosos, principalmente moradores da Vila Matos e Alto de Ondina, que desfilam pelo mesmo sentimento de paz e alegria. A estrela principal do bloco é Carlos Lázaro da Cruz, o mestre Cacau do Pandeiro, que comanda a banda de mais de 40 músicos com uma vitalidade impressionante.

Leonel Matos

Cacau do Pandeiro em meio ao desfile do Lero Lero Esse ano o cortejo desfilou no dia 5 de fevereiro, com concentração na Vila Matos, percorrendo a Paciência em direção à Mariquita e retornando à Praia da Sereia, onde aconteceu o tradicional banho. Rainha, princesas, fantasias diversas, mascarados, “Farofa” com sua Piriguete do Morro, as Mocinhas, e quem não tinha fantasia improvisava na hora – vestido velho da esposa e papel crepom surgiram do nada.

Após o desfile, o momento mais tradicional da festa é o Banho de Mar à Fantasia, que retrata a irreverência dos foliões e das famílias que se divertem com suas fantasias nos mergulhos das ondas da Praia da Sereia, e a farra só termina com o pôr do sol do Rio Vermelho. Parabéns à turma do Lero Lero! Não deixe o samba morrer. Não deixe o samba acabar!

Aos 42 anos de carreira, sendo pelo menos os últimos dois deles desenvolvidos nos seus ateliês no Rio Vermelho, o artista plástico Leonel Mattos (www.leonelmattos.com) fala, com exclusividade, para o Jornal da AMARV, da sua relação com o bairro. Fundador e presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos e Visuais da Bahia (Sinapev), ele explica também a importância da educação para a valorização da arte e para o estímulo ao surgimento de novos artistas. Porque você escolheu o Rio Vermelho para expor os seus trabalhos? Leonel Mattos – Sempre morei em Monte Serrat, na península itapagipana, mas meu amigo Gustavo Moreno morava aqui no Rio Vermelho. Eu sempre o visitava e quando ele precisou mudar, há pouco mais de dois anos, passou o ateliê para mim. Aceitei porque era um espaço de frente para a rua, no bairro mais boêmio e cultural de Salvador. Ainda mais, em frente ao barracão de Yemanjá. Você tem trabalhos espalhados pelo bairro? LM – Tenho uma sereia pintada no muro do casarão em frente à Praça de Santana e na fachada do ateliê anterior tem vários trabalhos meus, e pretendo fazer um mural de azulejos na sacada desse ateliê novo. Mas tenho muita vontade de fazer uma escultura para o bairro. O prefeito uma vez até me prometeu, mas parece que ele esqueceu. Conte um pouco da sua relação com o mar e as divindades ligadas às águas. LM – Uma vez entrei em um buraco no Guarujá, em São Paulo. Se um surfista não me emprestasse a prancha, eu iria morrer. A maré estava me levando e eu estava cansado. Até pensei: meu Deus, um baiano morrer na praia em São Paulo é complicado (risos). Mas aconteceu uma coisa muito grave quando eu

morava em um sítio em Barra do Jacuípe, onde havia uma piscina. Meu filho tinha uns dois anos de idade e foi pegar uma bola e eu não vi. Minha sobrinha estava brincando com ele e avisou à mãe dele. Quando ela viu a cena, saiu correndo, gritando na minha direção. Quando cheguei à piscina, ele estava flutuando na flor d’água, desmaiado de barriga para cima. Tirei ele da água e fiquei fazendo o boca a boca por 40 minutos, até chegar no hospital em Lauro de Freitas. Ele ficou em coma e só acordou às 11 horas da noite. Para mim, foi uma força divina que o salvou. A partir daí, mudei muitos princípios em minha vida e confirmei essa ligação com as águas quando cheguei aqui no Rio Vermelho, em frente a Yemanjá. Quais as principais lutas do Sindicato dos Artistas Plásticos e Visuais da Bahia (Sinapev)? LM – A classe artística é uma das poucas que ainda não é regularizada, não tem aposentadoria e muitos precisam, por exemplo, de um ateliê coletivo para desenvolver seus trabalhos e espaços para expor. Infelizmente, nós ainda não temos uma cultura de valorização e consumo de obras de arte e até de estímulo ao surgimento de artistas e – como isso, está ligado à educação – precisa começar nas escolas. Por isso, espaços como a Caixa Cultural e os Correios são muito importantes, porque organizam visitas das escolas, o que é muito positivo. Existem até leis municipais que estimulam a colocação de quadros e esculturas nos halls de prédios públicos e residenciais, mas não funcionam direito.


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