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ao volante

RENAULTMÉGANE E-TECH ELÉTRICO

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AFINAR A PONTARIA…

Anunciado pela marca como o primeiro de uma nova geração de automóveis elétricos, o Mégane E-Tech Electric prometia desde o seu lançamento ser também muito mais do que apenas um veículo a bateria cujo nome pretende transportar o sucesso de um modelo com história na gama Renault para a nova era dominada pelos carros 100% elétricos. E como pudemos con rmar na prática, essa promessa foi cumprida…

“Éum grande carro. Será um dos modelos elétricos mais competitivos no mercado”… Foi assim que Luca de Meo, CEO do Grupo Renault, antecipou há alguns meses a chegada ao mercado do Mégane E-Tech 100% elétrico, con rmando com essa de nição a importância de que este novo modelo se reveste para a próxima geração Renault de automóveis conectados e 100% elétricos. E a nova coqueluche na gama elétrica do construtor automóvel francês representa mesmo uma nova geração: não só do ponto de vista tecnológico, por se tratar do primeiro modelo comercializado pela Renault concebido sobre a plataforma CMF-EV que será a arquitetura de referência para os futuros automóveis elétricos da marca e da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, na qual o sistema de baterias passa a fazer parte da estrutura de segurança do chassis, ocupando assim menos espaço, além de estrear um vasto conjunto de inovações tecnológicas (a Renault diz ter registado mais de 300 patentes associadas a este modelo!); como representa uma nova geração na família Renault

também por assinalar o início da transformação já anunelétricos mais competitivos no merca- ciada por este fabricante que levará a que a sua estratégia do”… Foi assim que Luca de Meo, CEO de negócio passe a ser orientada não para o volume e sim do Grupo Renault, antecipou há alguns para o valor, reposicionando a sua gama de produtos de meses a chegada ao mercado do Mégane E-Tech 100% modo a que que mais virada para os segmentos superiores. Um reposicionamento que este Mégane elétrico parece de facto inaugurar, já que a qualidade globalmente oferecida coloca-o desde logo a um nível mais próximo de um automóvel “premium” do que aquilo que se espera de um modelo de marca apostada em vender muitos carros a preço mais económico. Se o design é claramente bem conseguido, ao ponto de o podermos considerar um dos modelos mais bonitos e de linhas mais originais na oferta 100% elétrica já disponível, essa qualidade surpreende logo ao tomarmos contacto com o interior, que apresenta uma muito interessante solução em termos de habitabilidade e ergonomia para condutor e passageiros, mesmo nos bancos traseiros onde o espaço é su ciente para acomodar com grande conforto dois adultos de estatura mediana (já para o ter-

ceiro – o do meio – não tanto, mas esse é um senão quase universal), com a posição dos assentos a compensar até as limitações em altura normais num carro de linhas “coupé” e tejadilho mais inclinado atrás. Mas não só: a qualidade dos materiais (incluindo materiais reciclados, aos quais a Renault recorreu em abundância) e do ambiente a bordo é claramente de nível superior, acompanhada por uma dotação tecnológica ainda mais “premium” que tudo o resto, num cenário mais digital do que aquele a que a maioria dos condutores está habituada (uma característica aliás comum aos novos veículos elétricos).

A NOVIDADE “OPEN-R LINK”

O condutor pode aceder aos dados de consumo de energia, navegação e entretenimento através do sistema OpenR Link, baseado no mesmo usado nos smartphones Android, aqui com uma utilização mais intuitiva: em estreia no Mégane elétrico, esta nova evolução do sistema de infoentretenimento da Renault vai além do simples conceito de ecrã tátil para passar a dominar visualmente o habitáculo, tornando-se importante para a experiência de viagem tanto do condutor como do passageiro, que podem ter acesso constante à informação através de um conjunto de dois ecrãs que constituem mesmo a peça central da identidade do interior deste modelo; de facto, mais do que uma simples fonte de informação sobre os dados de viagem (velocidade, autonomia, consumo energético, modo de condução selecionado…), este painel de instrumentos inteiramente eletrónico com uma amplitude de 12,3 polegadas influencia também o ambiente interno, com uma paleta de cores adaptada ao tipo de condução; enquanto ao seu lado, no tablier, encontramos um ecrã tátil de 12 polegadas, colocado verticalmente de modo a parecer um tablet, que dá acesso fácil e prático aos menus e comandos. Destaque ainda para a presença de nada menos do que 26 sistemas de assistência destinados a tornar a experiência de condução mais segura e confortável ao facilitar várias das manobras ao volante, incluindo condução autónoma de segundo nível representada pelo “cruise control” adaptativo, além de sistema de assistência de trava-

gem com reconhecimento da presença de peões, ciclistas ou obstáculos, bem como assistência ao estacionamento com câmara de 360 graus e parqueamento automático total. Por outro lado, com uma plataforma que permite oferecer uma distância entre eixos alargada aos 2,7 metros e colocar as rodas nos extremos, além de integrar o conjunto de baterias superfinas cuja altura não ultrapassa os 110 milímetros (as mais finas do mercado, sendo 40% mais pequenas e 20% mais densas do que as do modelo elétrico ZOE da mesma marca), o Mégane E-Tech Electric destaca-se também pelo seu nível superior de conforto, com os passageiros a poderem beneficiar de uma condução estável graças ao rebaixado centro de gravidade (influenciado pelo posicionamento das baterias na estrutura) e à suspensão traseira multibraços.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA COMPROVADA

O consumo energético revela-se comedido, bem longe dos 20 kWh/100 km de média, quando em condução tranquila, e sem causar grande preocupação se aumentarmos o ritmo, certamente graças à ajuda dada pelo excelente sistema de recuperação de energia cuja intensidade o condutor pode regular e pelas soluções técnicas escolhidas para a plataforma CMF-EV sobre a qual está montado este Mégane 100% elétrico, combinadas com a sua silhueta de perfil esguio e aerodinâmico e com a série de sistemas de otimização da gestão de energia com que vem equipado para maximizar a eficiência. É essa eficiência que ajuda a que se consiga fazer, em condições ideais de tipo de percurso e de condução, mais de 450 quilómetros com um carga de bateria no caso da versão do Mégane E-Tech elétrico em ensaio, a EV60, que identifica o modelo equipado com bateria de 60 kWh de capacidade.

Isso porque existem duas opções diferenciadas pelo tamanho da bateria: esta EV60, associada a uma motorização de 160 kW (equivalente a quase 220 cv) de potência máxima; e a EV40, com sistema de bateria de 40 kWh, associada a um motor menos potente (96 kW, ou seja 130 cv), autonomia mais limitada (a marca anuncia até 300 km sem recarregar), mas também menos 8 mil euros no preço final. As prestações dinâmicas são, naturalmente, outra diferença importante, com o Mégane elétrico equipado com a motorização mais potente a conseguir acelerar dos 0 aos 100 km/h em 7,4 segundos (contra os 10 segundos do EV40 de 130 cv). Potência essa cuja entrega é feita de forma muito progressiva, em mais um exemplo da gestão otimizada da energia de modo a maximizar a eficiência (que, como bem se sabe, é regra de ouro num carro elétrico), a par de um comportamento dinâmico que é também ele reflexo das qualidades do chassis, revelando-se este modelo 100% elétrico da Renault potente e eficaz q.b., sem a impetuosidade de outros rivais com o mesmo tipo de motorização mas sem deixar de ser rápido a acelerar e fácil de inserir em curva a frente onde reside a unidade motriz, bem como a negociar traçados mais sinuosos mas sem perder a sensação de equilíbrio e grande conforto na condução. Este último é ajudado por um amortecimento que consegue filtrar muito bem as irregularidades do piso e o ruído do rolamento, resultado para o qual contribuem a otimização da taragem das suspensões, a adoção do sistema multilink traseiro e o peso limitado… uma vez mais, qualidades que não seriam necessariamente esperadas de

um modelo que não ostenta no nome o emblema de marca “premium”… No nal dos vários percursos efetuados, tanto em troços de cidade como de estrada e autoestrada, e com a autonomia próxima dos 400 km iniciais quase a chegar ao m, foi tempo de testar a recarga do sistema que armazena a energia fornecida ao motor elétrico. Neste capítulo há que referir que, além da capacidade da bateria e da potência do motor, bem como do nível de equipamento, as duas variantes do Mégane E-Tech 100% elétrico distinguem-se ainda pela velocidade de carregamento, com a versão ensaiada (com bateria de 60 kWh) a poder também ser recarregada a potências até 130 kW num dispositivo público rápido, o que signi ca recuperar em pouco mais de meia hora energia su ciente para cerca de 300 km.

Tudo isso considerado, o Mégane E-Tech Electric con rmou-nos na prática a relevância com que tinha sido apresentado pelo fabricante, com o seu design impactante, a sua vasta dotação tecnológica, o seu nível de equipamento, a sua motorização elétrica e as suas performances dinâmicas e energéticas a demonstrarem que, se o que a Renault pretende é apontar a sua nova gama a um segmento superior em termos de qualidade e de valor, então este modelo signi ca que a marca francesa já começou a a nar a pontaria… 

Oferta especial

Mégane E-Tech EV60 Equilibre Optimum 218 cv 575€/mês (+IVA)

renting 60 meses – 50.000 km

FICHA TÉCNICA

Motor Bateria Potência Binário

elétrico, síncrono iões de lítio, 60 kWh 160 kW / 218 cv 300 Nm

Tração Suspensão Comprimento Largura

dianteira, caixa de relação única tipo McPherson à frente, multilink atrás 4200 mm 1768 mm Altura 1505 mm Distância entre eixos 2685 mm Bagageira 440-1332 litros

Peso Consumo

(combinado WLTP)

1624 kg 16,1 kWh/100 km (anunciado)

Autonomia

(combinada WLTP)

450 a 470 km (anunciada)

Acel. 0-100 km/h 7,4 segundos

Velocidade máx. 160 km/h

Tempos de 9h15 – 7,4 kW AC carregamento 3h15 – 22 kW AC 1h15 – 130 kW DC

PREÇO

desde 44.750€ (EV60 220cv) (versão EV40 130cv desde 36.750€)

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