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MAZDA BIO CONCEPT

COZINHANDO A SUSTENTABILIDADE

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Em vez de alinhar em revoluções tecnológicas de potencial questionável e difícil amortização de recursos despendidos, a Mazda tem optado por encontrar soluções simples para se tornar mais ecológica a longo prazo. É o caso do projecto Bio Concept, que usa algas para produzir biocombustível de forma sustentável.

Os biocombustíveis, feitos com base em produtos de origem vegetal, não são uma novidade. O etanol e o metanol, dois tipos de álcool, já foram usados em vários países, em exclusivo ou misturados com combustíveis derivados de petróleo, e em Portugal a gasolina tem um teor de 5 ou 10 por cento de etanol. O biodiesel também foi uma panaceia temporária, usada principalmente por transportes públicos ou de mercadorias, muitas vezes feito à base de resíduos de óleo de fritar. Mas as autoridades sempre foram desdenhosas destes combustíveis menos poluentes, até porque existem algumas considerações de saúde pública a resolver.

Para substituir os combustíveis fósseis, a União Europeia tem apoiado a fundo a eletri cação (lembrando-se, ocasionalmente, do hidrogénio), uma solução visualmente mais limpa no que diz respeito ao produto nal. Mas o impacto social, como as di culdades no acesso em massa a pontos de carregamento, as origens por vezes menos éticas dos materiais raros necessários para as baterias, bem como o destino nal destas, são problemas a resolver. Isso sem falar no que fazer aos milhões de carros com motor de combustão que já existem, e aos quais será di cultado o acesso às grandes cidades num futuro não muito longínquo.

Por isso, a Mazda é uma das empresas que continua a apostar no desenvolvimento de soluções mais simples para reduzir o impacto ambiental do uso do automóvel, sem causar grandes prejuízos nem alterações profundas aos hábitos diários dos cidadãos. E embora não sejam tão, digamos, “sexy” como os carros elétricos, os biocombustíveis podem ser a forma mais eficiente para que todos os condutores possam contribuir para a redução da poluição atmosférica.

Esta tecnologia tem sido testada pela Mazda em competição automóvel, na divisão para carros experimentais do Super Taikyu, campeonato japonês para GT e carros de turismo. Um Mazda 2 SkyActiv-D foi preparado para funcionar com Susteo, um biodiesel feito à base de uma mistura de óleos e lípidos da micro-alga euglena. Esta alga, que dá nome à empresa japonesa que produz Susteo, é uma família de seres unicelulares com mais de 200 espécies que, apesar de não serem plantas, são capazes de alimentação por fotossíntese, ou seja, transformam dióxido de carbono em açúcares. Assim, não roubam espaço ao cultivo alimentar nem necessitam de alimentação ou proteções especiais, consumindo poucos recursos e contribuindo para a sua própria neutralidade carbónica antes ainda de serem transformadas em combustível.

O Mazda Bio Concept tem como objetivo que estes biocombustíveis sejam compatíveis com a tecnologia de motores já existentes, incluindo os injetores de alta pressão dos motores diesel common-rail. Do ponto de vista empresarial, permitem à Mazda manter a neutralidade carbónica dos seus produtos durante a vida útil dos seus carros, como uma alternativa mais prática aos motores elétricos, incluindo nos países industrializados, onde os carros atuais poderiam manter-se em circulação após 2035 sem prejudicar os objetivos de descarbonização da União Europeia, eliminando a necessidade de adquirir veículos mais caros e mais difíceis de usar no dia-a-dia. Também podem utilizar a infraestrutura atual de postos de combustível, e chegar mais facilmente a zonas rurais, onde existem menos postos de carregamento.

A Mazda pretende continuar a testar o Bio Concept em associação com a Euglena para a temporada de 2023, mas vai substituir o Mazda 2 por um mais potente Mazda 3. Atualmente, a Euglena já produz 125 mil litros por dia de biodiesel e biofuel para aviões a jato. l

Esta tecnologia tem sido testada pela Mazda em competição automóvel. (...) Um Mazda 2 SkyActiv-D foi preparado para funcionar com Susteo, um biodiesel feito à base de uma mistura de óleos e lípidos da micro-alga euglena.

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