ao volante

NISSAN ARIYA

O FUTURO DO CONFORTO

O segundo automóvel elétrico da Nissan é uma revolução completa em relação ao primeiro. Depois do LEAF, o Nissan Ariya traz a proteção ambiental a um novo patamar, permitindo a uma família passear livremente sem qualquer preocupação com a poluição e sem qualquer perda de conforto. E muita gente parece concordar, porque o importador nacional já não tem carros disponíveis…

Foi com algumas expectativas que nos sentámos ao volante do Nissan Ariya. A marca japonesa foi revolante do Nissan Ariya. A marca japonesa foi revelando detalhes sobre o seu novo carro elétrico a velando detalhes sobre o seu novo carro elétrico a pouco e pouco, mas sempre apresentando-o como pouco e pouco, mas sempre apresentando-o como revolucionário em relação à sua experiência anterior na revolucionário em relação à sua experiência anterior na área, com o LEAF. No primeiro contacto exterior, ao vivo, o Ariya continua a ter um visual futurista, e só isso já poderá servir como chamariz para um carro familiar que também pretende ser inovador.

No que diz respeito a tecnologia, no entanto, não há muito a avançar. A versão de entrada do Ariya está equipada com uma bateria de 63 kWh, que permite ao condutor planear uma viagem com uma autonomia em redor dos 400 quilómetros. Na verdade, é possível atingir um pouco mais que isso, pois, com algo cuidado, é possível atingir consumos energéticos inferiores a 15 kWh, desde que se selecione o modo de utilização Eco em vez do normal, e se faça grande parte da vida diária em trânsito citadino. Em modo Normal, mesmo em cidade, o consumo já se aproxima mais dos 16,3 kWh anunciados para cada 100 quilómetros percorridos. O “e-pedal” pode ajudar a recuperar energia, mas raramente se nota uma travagem mais forte do que se usar simplesmente o pedal do travão. A bateria é compatível com carregamento de corrente contínua até 130 kW (com a Nissan a garantir 267 km de autonomia em meia hora), mas em casa pode-se usar um carregador de 7,4 kW, que deverá demorar cerca de 10 horas a atingir carga total.

Em termos de performance, o motor associado à bateria mais pequena, de 160 kW de potência, é su cientemente capaz para uso diário, sem grandes pretensões para acelerações rápidas. O SUV elétrico da marca japonesa pesa pouco menos de duas toneladas, acabando por cortar o efeito de força instantânea do motor elétrico, demorando um pouco a atingir velocidades mais elevadas. Mesmo com o peso e por ser um carro de tração dianteira, cámos surpreendidos com a capacidade de manter uma trajetória em curva, em conjunto com uma suspensão e ciente a manter o carro estável a virar. No entanto, mesmo com a con guração multibraços, a suspensão traseira deixa passar algumas irregularidades da estrada para o habitáculo, prejudicando um pouco o

A versão de entrada do Ariya está equipada com bateria de 63 kWh, que permite uma autonomia em redor dos 400 km.

conforto para os ocupantes do banco traseiro, mas não em demasia. Em compensação, o Ariya é bom a filtrar ruídos exteriores, especialmente o rolamento dos pneus, providenciando uma viagem silenciosa.

ELEGÂNCIA SIMPLES

As soluções de design da Nissan para o Ariya também deram origem a um habitáculo com um design inovador, mais simples, com mais superfícies contínuas. Além da integração visual do “head up display”, do painel de instrumentos e do ecrã tátil do sistema de infoentretenimento, algo que já começa a ficar muito familiar em todas as marcas, o destaque vai para a integração menos intrusiva de vários comandos no volante, enquanto os controlos da climatização ficam “escondidos” na parte inferior do tablier, a imitar madeira. Só esta forma inteligente de desenhar o tablier já contribui para amplificar a sensação de espaço. Também merece destaque a forma como os vários espaços para arrumação de pequenos objetos estão espalhados pelo habitáculo, incluindo a gaveta por baixo da climatização e a consola central ajustável, onde estão incluídos os comandos do modo de utilização para o condutor.

Como já mencionámos, a secção dianteira tem uma grande sensação de espaço livre para o condutor e o passageiro, e o mesmo se passa para quem se sentar nos bancos traseiros, onde não falta espaço para os joelhos. Já os ombros poderão precisar de algum espaço adicional, se se sentarem apenas adultos atrás. Em compensação, estes têm direito a bancos aquecidos e às suas entradas USB para carregar o telemóvel. Só falta mesmo controlo para a climatização traseira, assim como o ajuste elétrico da consola central, não disponível no nível de entrada Advance, mas incluído de série no nível superior Evolve. A bagageira tem uma dimensão aceitável, de 466 litros, mas o simples facto de se poder arrumar tantos objetos pelo habitáculo já compensa a inexistência de um espaço adicional de bagagem à frente (por baixo do capot só há espaço para o motor elétrico).

A Nissan resolveu simplificar a gama nacional e oferece o nível de equipamento de entrada Advance com a

bateria de 63 kWh (a versão aqui ensaiada) e o nível mais elevado Evolve com a bateria de 87 kWh. A primeira já tem um conjunto interessante de equipamento, que está quase a apontar para o luxuoso, com tudo aquilo que se espera de um carro elétrico familiar, incluindo assistência ao estacionamento, assistência de manutenção de faixa, carregamento sem fios para o smartphone do condutor, software com atualização através da internet e serviços de conectividade para iPhone e Android. Com estas características, a Nissan consegue oferecer o Ariya com um preço a começar abaixo dos 50 mil euros… ou ofereceria, se ainda existissem unidades para entrega. Os (muitos) potenciais interessados no SUV 100% elétrico japonês vão ter que esperar qualquer coisa como mais um ano até surgirem novas unidades disponíveis para Portugal, consequência dos conhecidos problemas generalizados de acesso a peças como chips e semicondutores que têm prejudicado a produção automóvel a nível mundial. l

Paulo Manuel Costa (texto)

FICHA TÉCNICA

Motor Bateria Potência Binário

elétrico, tipo síncrono iões de lítio, 63 kWh 160 kW / 218 cv 300 Nm

Tração

dianteira, caixa de relação única Suspensão tipo McPherson à frente, multibraços atrás Comprimento 4595 mm Largura 1850 mm Altura 1660 mm Distância entre eixos 2775 mm Bagageira 468 litros Peso 1980 kg Consumo 14,8 kWh/100 km (testado) Autonomia 403 km (anunciada) (até 520 km com bateria 87 kWh) Acel. 0-100 km/h 7,5 segundos Velocidade máx. 160 km/h Emissões CO2 –Carregamento 9h50 – 7,4 kW AC 3h30 – 22 kW AC 0h35 – 130 kW DC (10-80%)

PREÇO

desde 49.500€ (indicativo)