ISSN 2179 - 2046 22
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204008
R$ 20,00
RAZÃO | EMOÇÃO | PRAZER | DEVANEIO
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EDITORIAL
Caro leitor,
Feliz 2013! Animados com o início de mais um ano, que promete ser cheio de coisas boas, já temos três novidades para comemorar: a concessão da Triumph em Ribeirão Preto e Porto Alegre, com abertura das respectivas lojas; a concessão da Jaguar, também em Porto Alegre, e a inauguração da nova loja Porsche em Brasília. Sempre com foco no propósito de oferecer aos nossos clientes uma gama de opções cada vez maior. Nesta edição conversamos com um empresário que soube juntar como ninguém a paixão por dirigir e os negócios: Marcos Ermírio de Moraes, que faz do Rally dos Sertões um prazeroso e bem-sucedido negócio. Apresentamos o MINI Paceman, muito charmoso, em ensaio de André Hawle. Um grande pequeno carro. Fomos buscar em Londres a última palavra em design: quem está em pauta, quem nunca sai de cena, o que é bonito e funcional. O bom design faz a vida melhor! Tem também pescaria no rio Roosevelt. Marcelo Freitas relembra – pescando – a expedição que saiu de Nova York em outubro de 1913, com destino à Amazônia. Então o rio da Dúvida foi rebatizado. E o devaneio da dupla Carol e Edu Petta está lindo demais: você já foi a Yogyakarta?
Boa leitura.
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Um grande abraço, Henry Visconde Diretor Presidente magazine@eurobike.com.br
COLABORADORES
Eurobike magazine é uma publicação do Grupo Eurobike de concessionárias Audi, BMW, Chrysler, Dodge, Jaguar, Jeep, Land Rover, MINI, Porsche, Triumph e Volvo. 1
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Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1600, CEP 14021-630 - Ribeirão Preto - SP Tel.: (16) 3965-7000 www.eurobikemagazine.com.br contato@eurobikemagazine.com.br
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Ouvidoria www.eurobike.com.br/ouvidoria (11) 3073-0770
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Editorial: Eduardo R. da C. Rocha, Heloisa C. M. Vasconcellos Direção de arte: Eduardo R. da C. Rocha Coordenação e produção gráfica: Heloisa C. M. Vasconcellos Administração: Nelson Martins Publicidade: custom media - eduardo@cmedia.com.br
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Preparação e revisão: Denis Araki Produção: custom media
1 Ana Augusta Rocha, 2 André Dib, 3 André Hawle, 4 Carol Da Riva, 5 Eduardo Petta, 6 Érico Hiller,
7 Kriz Knack, 8 Marcelo Freitas
9 Oscar Pilagallo, 10 Percy Faro
Tiragem desta edição: 17.500 exemplares Impressão: Pancrom Distribuição: Eurobike Proibida a reprodução, total ou parcial, de textos e fotografias sem autorização da Eurobike. As matérias assinadas não expressam, necessariamente, a opinião da revista.
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CONTEÚDO
# 22 01 | 02 2013
8 | razão 10 | Um empresário e piloto que não deixa a poeira baixar
16 | emoção 18 | MINI Paceman
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30 | Pequeno gigante 32 | Voando baixo sob os olhos do campeão 40 | 10 anos em 10 horas 48 | BMW Z8
58 | prazer 60 | O rio da Dúvida em dois tempos 70 | Tão Londres tão design 84 | Achados e imperdíveis
86 | devaneio
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88 | Divina arte vulcânica
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Aventurar-se, soltar as amarras
RAZÃO
Um empresário
e piloto que não deixa
a poeira baixar Quando a poeira na estrada adensa, é preciso uma mistura de audácia e precaução em doses certas para seguir em frente com rapidez e segurança. A regra do rally se aplica aos negócios. Em ambos os universos, obstáculos são também oportunidades — quem melhor os contorna leva vantagem. E ninguém mais indicado para demonstrar a equação do que um dublê de empresário e piloto como Marcos Ermírio de Moraes
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Por Oscar Pilagallo | Fotos André Dib
A poeira subiu à frente de Marcos em 1989. Nesse ano, pela primeira vez, ele participou de um rally, pilotando uma moto Honda XR 600. Aos 26 anos, já não era mais um iniciante. Ao pegar a estrada entre São Paulo e Rio de Janeiro já acumulara alguma experiência em enduros e torneios de motocross. A prova era a última etapa do Rally dos Incas, iniciado em Lima, no Peru, evento idealizado por Franco Acerbis, um empresário italiano apaixonado por motos. Marcos juntou um grupo de amigos e acelerou serra do Mar abaixo. “Foi aí que eu descobri o rally como esporte, um esporte que une o desafio e a oportunidade de ir a lugares que não conheceria de outra maneira”, afirma o piloto.
Crescido numa tradicional família paulistana de empresários — seu pai, Ermírio Pereira de Moraes, é o irmão caçula de Antônio Ermírio de Moraes, do Grupo Votorantim —, Marcos se acostumou desde cedo a enxergar um negócio onde outros veriam apenas uma diversão. Foi com esse espírito de empreendedor que começou a perceber que o motociclismo off-
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O rally como negócio foi uma ideia que precisou de algum tempo para amadurecer. Numa inversão do adágio popular, o prazer veio antes do dever. Naqueles primeiros tempos de rally,
importante era vencer as provas, e Marcos chegou perto do objetivo em 1991, quando, com a mesma moto de dois anos antes, foi vice-campeão do Rally São Francisco. A prova era inédita no Brasil. O país tinha sido palco de uma etapa de um rally internacional, mas ainda não promovera uma competição só para motos genuinamente brasileira. Com a largada em Ribeirão
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road talvez pudesse ser bem mais do que uma aventura de fim de semana.
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RAZテグ
Foi nessa altura que Marcos achou que já estava na hora de investir no rally mais do que o tempo que gastava para se preparar para as provas. Através da poeira que prejudicava a visibilidade do piloto, o empresário vislumbrou um futuro de possibilidades. Confiante nessa visão, criou em 1996 a Dunas Race, empresa que assumiu a organização do evento. Na ocasião, Marcos ainda era um executivo da Votorantim, onde trabalham vários de seus tios e primos. Pertencente a um clã de poderosos industriais, o jovem Marcos parecia ter o destino traçado desde a adolescência. Foi devido a uma carência profissional da empresa familiar, que tem projetos na área de reflorestamento e de agrobusiness, que se convenceu de que deveria estudar engenharia florestal, curso realizado na universidade de Alfenas, em Minas Gerais, onde conheceu a primeira mulher, mãe de seus dois filhos. Em 1996, aos 33 anos, Marcos viajava com frequência para as fazendas do grupo. Ainda assim, as jornadas no escritório consumiam grande parte de seu tempo, e as quatro paredes, por maior que fosse o ambiente, lhe pareciam cada vez mais próximas umas das outras. A Dunas Race, empreendimento próprio, desvinculado dos negócios da família, de repente ampliou os horizontes pessoais e profissionais de Marcos. Para tocar a empresa, ele teria que, literalmente, cair na estrada. E assim fez: em 2002, depois de 12 anos de serviços prestados, deixou a Votorantim, onde permanece apenas como acionista. Talvez não seja exagerado descrever os primeiros anos da Dunas como heroicos. O levantamento das informações para viabilizar o rally, por exemplo, levava intermináveis seis meses. Era preciso mapear o trajeto com verificação in loco do traçado.
O trabalho de campo, porém, continua intenso. Decidido o trajeto, é preciso verificar as condições reais das estradas e pontes, o que é feito em três fases. Primeiro, há um sobrevoo, tarefa que Marcos não delega. Depois, o percurso é feito de carro por uma equipe. E um mês antes do início da prova um grupo de seis pessoas em dois carros, com Marcos à frente, refaz todo o trajeto numa minuciosa vistoria final. O cuidado nunca é demais. Afinal, um rally dessas proporções envolve cerca de 5 mil pessoas — das quais 1.700 seguem a caravana em todas as cidades-dormitório. Só de mecânicos, são mais de quinhentos. Sem planejamento, o rally levaria o caos aos vilarejos por onde passasse. Para Marcos, a palavra-chave é “logística”. As equipes, com caminhões e equipamentos, precisam se deslocar por estradas asfaltadas; entre as cidades escolhidas, algumas devem dispor de aeroportos com voos comerciais, para o transporte rápido de peças a serem substituídas; e o pequeno exército, que às vezes dobra a população de pequenas vilas, tem que comer e dormir. Segundo maior evento do gênero no mundo, atrás apenas do Dakar, o Rally dos Sertões procura não deixar nada ao acaso. A natureza dos imprevistos, porém, é escapar do planejamento. Quando eles se apresentam, o jeito é recorrer à criatividade. Certa vez, conta Marcos, nas proximidades de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, os organizadores tiveram que interromper a prova para que uma noiva pudesse passar e não perdesse o casamento. Em outro dia, Marcos foi obrigado a comprar 600 litros de leite de um fazendeiro, que perderia o produto porque a estrada que ele usava tinha sido fechada para a prova. Nada, porém, superou o caso do padre que, barrado pela competição, foi transportado de helicóptero para a procissão que deveria liderar. “Ele chegou do céu, o pessoal deve ter achado que era milagre”, comenta Marcos, rindo. Tais medidas só são viabilizadas devido ao eficiente sistema de comunicação entre os organizadores. Três helicópteros e dois aviões sobrevoam todo o trajeto e passam as informações para o pessoal em terra. Marcos pilota um dos aviões, um ultraleve Glastar (aliás, ele tirou brevê desportivo em 2003, especialmente para desempenhar essa função). Num dos
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Seria esse o embrião do Rally Internacional dos Sertões, cuja primeira edição data de 1993. Nesse ano, Marcos foi um dos 34 pilotos que largaram de Campos do Jordão, em São Paulo, e percorreram 3.500 quilômetros de moto, até Natal, no Rio Grande do Norte. Gostou da experiência, tanto que voltou a participar do rally do ano seguinte, que teve mil quilômetros e dez participantes a mais. O evento crescia de importância. Em 1995, na terceira edição, quando veículos 4×4 passaram a competir, o Rally dos Sertões ganhou reconhecimento mundial. Entre os pilotos de moto, havia estrelas como o italiano Edi Orioli, que venceria o Dakar de 1996, e os espanhóis Fernando Gil e Jordi Arcarons.
Mais tarde, com o advento do GPS, esse tempo de preparação foi reduzido para um terço. A nova tecnologia representou um salto de produtividade para a empresa, mas a grande guinada só ocorreria com a disponibilização do Google Earth. Agora, aqueles seis meses iniciais foram cortados para meros dez dias. “Decido 90% do trajeto aqui da minha sala”, diz Marcos, atrás de uma escrivaninha em que, entre poucos adornos, se destaca um ímã para clips na forma de — o que mais? — uma motocicleta de corrida.
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Preto, no interior de São Paulo, o trajeto cortava boa parte do interior do Brasil, até chegar às praias de Maceió, no Nordeste. O evento foi realizado por Chico Morais e um velho conhecido de Marcos: Dionísio Malheiros, que fora o responsável pela organização da perna brasileira do Rally dos Incas.
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atingir 40 quilômetros por hora. A bordo do T.Rex, do qual não existe réplica, Marcos conquistou a taça de campeão brasileiro na categoria protótipo. Hoje, aos 49 anos, Marcos corre além das estradas. No próximo ano, vai organizar maratonas em Goiânia, Palmas e São Luís, em datas ainda indefinidas. E a diversificação dos negócios não para por aí. As viagens frequentes pelos sertões abriram seus olhos para carências locais. Em muitos vilarejos, por exemplo, não havia disponibilidade de certos cosméticos. Identificada a oportunidade, Marcos tratou de terceirizar a fabricação de duas linhas de produtos que distribui com marcas próprias: a Seotres (um anagrama de “sertões”), com produtos para cabelo, e a Sertões Pró, de protetor solar. O diferencial é a utilização de matérias-primas regionais, como buriti, pequi, umbu e cupuaçu.
A natureza dos imprevistos, porém, é escapar do planejamento. Quando eles se apresentam, o jeito é recorrer à criatividade.
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helicópteros, sua mulher, Maria Flora, comanda a equipe de filmagem. Toda essa estrutura, de acordo com a estimativa de Marcos, representa despesa de mais de R$ 4 milhões, para uma receita de R$ 7 milhões, obtida entre patrocinadores (80%) e inscrições de pilotos (20%). O rally, no entanto, é muito maior que o faturamento da empresa. Para Marcos, é da ordem de R$ 50 milhões, “incluindo tudo, de encher o tanque no posto a chupar um sorvete”. Ao assumir o negócio, Marcos deixou de participar das provas como piloto. Mas os anos longe das estradas dos torneios não o enferrujaram. Neste ano, para celebrar os vinte anos do rally, Marcos decidiu voltar a competir. Só mudou de veículo: em vez da moto, um carro. Mas não um carro qualquer. Trata-se de um bólido chamado T.Rex, em alusão ao famoso tiranossauro que, pesando toneladas, era particularmente veloz, chegando a
A família trabalha unida. Além de Maria Flora, que é diretora de imagem dos rallies, os dois filhos de Marcos cuidam do marketing das empresas: Lucas, também piloto, fica na Dunas Race, e Luiza é responsável pela linha de cosméticos. Mesmo somados, os dois negócios ainda estão longe da renda proporcionada pela principal atividade da família, a Fazenda Real. Com seis unidades (em Tocantins, Mato Grosso do Sul e quatro em São Paulo) dedicadas a laranja, café e pecuária de corte, as fazendas respondem por 85% dos negócios administrados por Marcos. Ele acredita, no entanto, que as novas atividades, às quais dedica mais tempo, vão crescer e aumentar a participação no seu portfólio de investimentos. De um jeito ou de outro, ele continuará levantando poeira.
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O extraordinário é necessário!
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MINI
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FOTOGRAFIA ANDRÉ HAWLE DESIGN EDUARDO ROCHA
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BMW Press Group
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Pequeno gigante Por Percy Faro
Em 1957, época em que a Inglaterra estava no meio de uma crise de petróleo e carros econômicos era uma necessidade, Leonard Lord, presidente da British Motor Corporation, deu ao projetista de veículos Alec Issigonis a missão de criar um automóvel inglês pequeno, confiável e eficiente para os consumidores, mas capaz de fazer frente a modelos de maiores dimensões. Foi assim que o pequeno gigante MINI ganhou vida. Passados 55 anos de muitas conquistas, a família continua crescendo, agora com o Paceman, sétimo integrante do clã e primeiro Sports Activity Coupé do mundo no segmento de veículos premium pequenos e compactos.
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Ao lado das configurações hatch, conversível, coupé e roadster e dos modelos Countryman e Clubman, o Paceman foi projetado para oferecer ainda mais prazer ao volante. Os atrativos são vários. Ele oferece uma combinação inovadora de design esportivo e extrovertido, que se soma ainda a exclusivo ambiente interno. O conceito de veículo único, e ainda assim típico da marca, busca novos grupos-alvo para o estilo intimista da MINI. Duas portas, ampla traseira, conceito de lounge com dois bancos individuais atrás, proporcionam alto nível de conforto. Sob o capô do MINI Cooper S Paceman, um motor a gasolina de quatro cilindros com turbocompressor, injeção direta e controle de válvula totalmente variável com base na tecnologia Valvetronic do BMW Group. Tem 184 hp de potência, acelera de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos e atinge velocidade máxima de 212 km/h. A transmissão automática é de seis velocidade. A aparência nova e individual do MINI Paceman se difere da coluna B para trás e é mais bem observada quando o veículo é visto pela lateral. Linhas extensas e superfícies com curvas marcantes destacam sua elegância esportiva. O teto no estilo coupé, inclinando-se para baixo em direção à traseira, localiza-
se praticamente acima do compartimento de passageiros. As longas portas possuem uma alta linha que conecta os arcos de roda dianteiros e traseiros e oferece à carroceria uma aparência rebaixada. Proteção aos ocupantes garantida pela estrutura da carroceria otimizada contra colisões e vários equipamentos de segurança é outro ponto forte do Paceman. Airbags frontais e laterais, airbags de cortina laterais, cintos de seguranças de inércia de três pontos em todos os bancos, tensionadores de cinto e limitadores de força do cinto na frente, fixações de assento para crianças na traseira e indicador de pneu vazio equipados de fábrica são alguns deles. Como aconteceu com o MINI Countryman, o Paceman também passou pelo teste de colisão Euro NCAP e recebeu a classificação máxima de cinco estrelas em razão do arsenal de segurança que incorpora como item de fábrica. Tecnologia sofisticada também está presente no chassi, que oferece suspensão com regulagem de altura como opção sem custos, amortecedores MacPherson e membros transversais forjados no eixo dianteiro, eixo traseiro de ligação múltipla, direção elétrica com função Servotronic; controle de estabilidade dinâmico (DSC) de fábrica, controle de tração dinâmico (DTC) incluindo controle eletrônico de bloqueio do diferencial (EDLC) opcional. Rodas de liga leve de 19 polegadas são disponíveis opcionalmente. O MINI Paceman foi revelado durante o Salão de Detroit de 2011 como carro-conceito. Mostrava-se como leitura do que seria um Countryman com duas portas. Um ano mais tarde, a versão de produção fez sua estreia no Salão de Paris, anunciando o início de comercialização na Europa para o primeiro trimestre de 2013. No mercado brasileiro, o Paceman poderá chegar na virada de 2013/2014.
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EMOÇÃO
Voando baixo sob os olhos do
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campeão
O Grupo Eurobike reuniu clientes no kartódromo de Aldeia da Serra para uma noite de competição. Em dois grupos, passaram por um briefing, treinaram, participaram das eliminatórias, até o pódio final
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Fotos Kriz Knack
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O Grupo Eurobike levou 40 clientes para participar de um campeonato de kart no kartódromo internacional de Aldeia da Serra. Foram duas baterias com 20 pilotos cada. Os sete primeiros colocados enfrentaram numa terceira bateria o piloto Eurobike, Ricardo Landi. Cacá Bueno, com o pé imobilizado devido a uma torsão, não pôde correr, mas fez papel de chefe de equipe, ori-
entando e dando conselhos a todos os participantes durante o briefing e nos boxes também. Os familiares dos participantes acompanharam de perto as eliminatórias, o que garantiu uma noite de competição e diversão a todos.
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Tudo tem que estar perfeitamente ajustado, para conforto e segurança da diversão. Macacão, balaclava e capacete protegem mas esquentam bastante. A vantagem do kart é ser todo aberto
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EMOÇÃO
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Os participantes se mostraram muito competitivos e mergulharam na emoção das pistas
EMOÇÃO
Freelander 2 SD4 S Convidamos Daniel Francisco Ferreira, proprietário de um Land Rover Freelander 2 Si6 a gasolina, para testar o Freelander a diesel, em companhia do executivo de vendas da Eurobike Land Rover, Fabio Barros Por Eduardo Rocha | Fotos André Hawle
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Ao final, o pódio com os três primeiros colocados: Alexandre Doretto em primeiro, Jorge Bertelli em segundo e Cristiano Dias de Sá em terceiro Depois, a foto oficial com nosso convidado, o piloto Cacá Bueno
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10 ANOS EM 10 HORAS
O Grupo Eurobike comemorou seus 10 anos reunindo 400 convidados num evento de test-drive na Fazenda Capuava Por Eduardo Rocha | Fotos Érico Hiller
Foram dias de organização para que tudo acontecesse de forma impecável, afinal de contas, foi o evento que encerrou este ano de comemoração do Grupo Eurobike. No belo circuito da fazenda Capuava, um misto de pista e jardim muitíssimo bem cuidados, foram realizados inúmeros test-drives, voltas rápidas com pilotos e a última etapa da Driver Cup 2012. Estavam lá à disposição das pessoas veículos das marcas Audi, BMW, Land Rover, MINI, Porsche e Volvo para agradar a todos os gostos e estilos de direção, mas os superesportivos como Audi R8, BMW M3 GTS e Porsche Carrera 4S foram os grandes provocadores de sorrisos em pilotos e passageiros. Adrenalina e força G garantidas.
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Essas 10 horas de muita emoção foram a forma do Grupo Eurobike retribuir a seus clientes o reconhecimento do trabalho que vem resultando em sucesso e crescimento.
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POR PESSOAS GUIADAS PELA EMOÇÃO
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PARA PESSOAS LIGADAS NA EMOÇÃO
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EM 10 HORAS DE PILOTAGEM E PAIXテグ PELA VELOCIDADE
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CUIDANDO DOS MÍNIMOS DETALHES
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Agradecemos a todos que estiveram presentes, nos prestigiando nesses dois dias de emoção e comemoração desses 10 anos.
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PARA UMA EXPERIÊNCIA PERFEITA
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BMW
Z8 Roadster criado nos anos 1990 é uma das mais belas peças do design automotivo contemporâneo
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Por Eduardo Rocha | Fotos André Hawle
Foram então feitas algumas modificações para adequá-lo à produção. O para-brisa foi elevado e o spoiler dianteiro ampliado, para proporcionar uma estabilidade melhor e um cockpit mais tranquilo, com a capota aberta. Seu interior retrô é de uma simplicidade e elegância fascinantes. Externamente, uma harmonia de curvas, frente longa e traseira
Seu chassis e carroceria produzidos em alumínio recebeu um motor V8 de 32 válvulas e 4.9 L com 400 hp construído pela BMW Motorsport para o BMW M5 (E39). Sua localização é logo atrás do eixo dianteiro, proporcionando uma perfeita distribuição de peso. O câmbio é manual de 6 marchas. Tudo nele foi criado não apenas por razões práticas, mas também estéticas. O teto rígido, segue esta regra. Suas luzes traseiras, assim como os indicadores de direção, utilizam tubos de neon para uma longa vida. Vários comandos no interior do carro são multifuncionais, para um aspecto mais clean. Além disso, o grupo de instrumentos é montado em posição central, mas ligeiramente inclinado para o motorista, permitindo uma boa leitura e uma ampla visão da estrada.
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Foi então, pelos traços de Henrik Fisker (criador do híbrido esportivo Fisker Karma) e de Scott Lempert, responsável pelo design do interior, que surgiu o conceito Z07. Um exercício de estilo, um roadster que causou furor no salão de Tóquio de 1997 e que levou a BMW a desenvolver um modelo de produção limitada: O Z8 (E52).
curta que o fazem, provavelmente, um dos mais belos roadsters já desenhados. Uma aula de design e refinamento automotivo.
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No ano de 1997, o Centro de Pesquisa e Inovação da BMW, em Munique, decidiu criar um carro-conceito que evocasse o BMW 507 produzido na segunda metade da década de 1950, uma das obras-primas do design criadas pela montadora alemã.
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Uma harmonia de curvas, frente longa e traseira curta que o fazem provavelmente, um dos mais belos roadsters jรก desenhados
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Tudo nele foi criado não apenas por razões práticas, mas também estéticas
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EMOÇÃO Clássico instantâneo e personalizado Com tantos elementos montados ou acabados à mão e tantos refinamentos, um modelo como este, que já saiu da linha de produção como um clássico, pedia um suporte diferenciado. E foi o que fez a BMW, garantindo um estoque de 50 anos de peças de reposição. Com esta característica da produção dos Z8, a BMW passou a oferecer personalização através da sua divisão BMW Individual, o que produziu um número significativo de Z8s com cores e acabamentos taylor made. Em novembro de 2002, a produção do Z8 é encerrada, sendo substituída pelo Alpina Roadster V8, com o mesmo corpo, mas com um motor de 4.8L, câmbio de 5 marchas BMW Steptronic e suspensão mais macia. Rodas e pneus passaram de aro 18 para 20 polegadas. O volante, de raios finíssimos, foi substituído por um com três raios para que pudessem ser instalados os shift paddles da versao automática. Mais tecnológico.
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Mesmo com um motor um pouco menos potente, o limite de velocidade maxima do modelo foi elevado de 250 para 259 km/h. De 1999 a 2002 foram produzidos 5703 BMW Z8 e, até 2003, apenas 555 Alpinas. Para aqueles apaixonados pela marca ou por clássicos, é um legítimo must have, com apenas 10 aninhos de idade. Só não é fácil encontrar um à venda.
BMW Z8 (E52) Produção: 1999-2003 Classe: Carro esporte Motor: 4.9 L V8 ( S62 ) Transmissão: 6 velocidades manual / 5 velocidades automático (Alpina) Distância entre eixos: 2.500 mm Comprimento: 4.400 mm Largura: 1.800 mm Altura: 1.320 mm Peso:1.585 kg Designer: Henrik Fisker Agradecimentos: Fazenda Santa Cecília Sr. Paulo Sergio T. Cruz
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Voltar Ă s origens: buscar seu alimento na natureza
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UTAH
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O Rio da Dúvida em dois tempos Por Marcelo Freitas Primeiro tempo: 1913 – 1914 Em outubro de 1913, Theodore Roosevelt decidiu fazer uma expedição na Amazônia, após a frustração na tentativa de conseguir o terceiro mandato como presidente dos Estados Unidos. A expedição, que seria uma espécie de cura para o ego machucado, inicialmente teria um perfil científico e, de certa forma, turístico, uma vez que planejava percorrer algum rio conhecido e facilmente navegável. Sob patrocínio do Museu de História Natural de Nova York, Roosevelt, seu filho Kermit, cientistas e outros membros da expedição partiram de Nova York. Em recepção no Rio de Janeiro, Roosevelt foi convencido a aproveitar a expedição para mapear um rio cuja existência era conhecida, embora o trajeto não o fosse. O rio foi encontrado pelo major (e futuramente marechal) Cândido Rondon durante a construção de uma linha telegráfica. Naquela ocasião, Rondon chegou a percorrer um pequeno trecho do rio e a dúvida sobre onde o mesmo desaguaria resultou no nome rio da Dúvida. Durante a própria expedição, o rio foi rebatizado de rio Roosevelt, em homenagem que eliminou o charmoso nome original.
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Essa história é habilmente relatada pela escritora Candice Millard no livro The River of Doubt: Theodore Roosevelt’s Darkest Journey (O rio da Dúvida: a sombria viagem de Theodore Roosevelt e Rondon pela Amazônia – Companhia das Letras), que deixa claras as diferenças entre os dois líderes: Rondon, disciplinado e obstinado pela sua missão de mapear o rio, e Roosevelt, mais maleável e afável. De qualquer forma, e apesar das dificuldades enfrentadas, ambos se respeitaram mesmo nos momentos de discórdia.
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Por Marcelo Lima de Freitas
Rondon seria, juntamente com Roosevelt, o líder da Expedição Rondon-Roosevelt. O perfil quase turístico deu lugar a uma aventura épica, com motivos para medos e sofrimentos que certamente surpreenderam Roosevelt. Ele mesmo quase morreu durante a expedição, vítima do que chamou de “natureza infernal”. Seu filho contraiu malária e dois membros da expedição morreram, além de um terceiro que foi abandonado na floresta e certamente não durou muito.
PRAZER Passados 99 anos, o rio ainda tem grande parte dos seus 1600 km praticamente intocados. Em parte, as diversas cachoeiras, que deram tanto trabalho à expedição Rondon-Roosevelt, são responsáveis pela proteção. Por outro lado, a floresta e a demarcação de áreas de conservação também ajudam na tarefa de proteger a área (com uma pequena ajuda do calor e do mosquito pium).
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Segundo tempo: 2012 A pista da pousada não é muito ruim... mas também não é muito boa. Sem pavimentação, além do cascalho compactado na terra, com apenas 980m, a pista é relativamente estreita. Além disso, logo após a cabeceira, há uma ondulação, que serve como uma rampa. Dependendo da aterrissagem, o avião toca a pista, corre rampa acima, decola novamente para tocar a pista logo adiante. O experiente piloto fez uma aterrissagem precisa e suave depois de dar duas voltas sobre a pista para inspecioná-la. Como a pista fica acima da cachoeira e a pousada fica abaixo, fizemos uma caminhada de seiscentos metros pela floresta e imediatamente pensei: “Será que Rondon e Roosevelt passaram por aqui?”. Muito provavelmente passaram, pois as cachoeiras
forçavam o translado dos barcos e equipamentos por terra e a margem usualmente escolhida para fazê-lo era a direita, justamente onde estávamos. Entretanto, hoje o percurso conta com uma trilha limpa e fácil.
Para muita gente, a pescaria é bem mais do que a atividade de pegar peixes. No meu caso, gosto de estar no lugar, de apreciar a natureza, de fotografar e de relaxar e aproveitar a companhia de amigos. Contudo, o que mais me intriga é o aspecto
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Lá fomos nós, logo após o almoço, inaugurar as atividades. Por causa da cachoeira, o grupo é dividido e parte pesca acima da cachoeira, o que requer nova caminhada pela trilha, e os demais pescam abaixo, estes partindo da praia de fronte da pousada. Aliás, nessa praia ainda está enterrado um barco que, pelo que tudo indica, teria pertencido à expedição Rondon-Roosevelt e que teria naufragado naquele ponto.
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A pousada é bastante confortável e todos os chalés, que ficam de frente para uma bela praia, contam com ar condicionado e um bom banheiro. Outra construção serve como sala de estar e restaurante e suas paredes estão repletas de fotografias de pescadores e seus peixes, de aves e de outros animais.
PRAZER superlativo da natureza na Amazônia. A vida é abundante, o sol escaldante, a chuva torrencial, alguns insetos são enormes e a floresta esconde uma área relativamente aberta sob o dossel das árvores. A água do rio esconde em seu mistério tudo o que fica submerso e, com seu reflexo, duplica o que está acima. Os pescadores que frequentam esse tipo de pousada se dividem basicamente em dois grupos: pescadores de tucunarés com iscas artificiais, eventualmente capturando também cachorras, bicudas e piranhas, entre outros, e pescadores de peixes de couro, como jaú, pirarara, piraíba e outros. Nosso grupo é do primeiro tipo e alguns pescam utilizando a técnica de fly fishing.
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A pescaria é sempre um sucesso no Roosevelt, principalmente se o pescador tiver alguma flexibilidade. Se a água está mais alta e a pesca de tucunaré está mais difícil, outras opções são o pacu e os peixes de couro. E para variar um pouco mais, mesmo pescando tucunarés o pescador pode pescar de cast (arremesso) ou de fly (fly fishing). Aliás, essas variações podem ser aplicadas à pesca de outros peixes. O rio acima da cachoeira difere bastante do trecho logo abaixo. Na parte de cima não há grande quantidade de pedras, enquanto na parte de baixo as pedras e as corredeiras estão muito presentes. Felizmente os “piloteiros” demonstram grande habilidade para atravessar as corredeiras sem maiores percalços. Na parte de cima do rio ainda há a opção de pescaria no rio Madeirinha, que deságua no rio Roosevelt pouco acima da cachoeira. A pousada mantém nesse rio um dos seus
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acampamentos avançados. Para se chegar ao acampamento é necessária uma viagem de aproximadamente duas horas de barco. Eu e meu parceiro de pescaria fizemos esse percurso e não nos arrependemos, pois a paisagem é linda e a pescaria foi muito boa: pegamos mais de cem peixes nesse dia. Quem gosta de natureza vai encontrar outras atrações no rio Roosevelt. A possibilidade de ver jacarés e diversas espécies de aves e mamíferos é bastante grande. As aves estão por toda a parte. No rio, biguás, martim-pescadores e garças, entre outros, são presenças constantes. Papagaios, araras e tucanos também são vistos e, no caso dos dois primeiros, ouvidos frequentemente. A floresta ainda permite a observação de muitas outras espécies. Para esse fim, a pousada conta com uma torre de observação de trinta metros de altura, que permite ao observador chegar ao topo das árvores.
Quando visitei a torre de observação conseguimos ver algumas espécies, mas com alguma distância. Perguntei ao guia se era possível ver a harpia (ou gavião real) naquela região. Ele confirmou, mas disse ser muito difícil. Eu sempre quis fotografar essa ave em seu habitat natural, mas sei da dificuldade. Um grande fotógrafo de aves passou quase dois meses na pousada e não viu a harpia.
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Quando deixamos a torre, caminhamos pela trilha que leva à pousada. Repentinamente vi um vulto no topo de uma árvore que ficava à distância de aproximadamente vinte metros da trilha. Informei o guia e o amigo que estava comigo e fui verificar o que era. Os dois ficaram esperando com a expressão de quem achava que não era nada, que eu estaria vendo coisas. Mas era justamente a harpia! Destemida, com suas garras enormes presas no galho, ela ficou tranquila me olhando enquanto eu devolvia o olhar e aproveitava para fazer a foto que tanto queria.
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Entre os outros animais, os destaques são jacarés, capivaras, antas, veados, ariranhas e, com muita sorte, onça. Alguém que navegue alguns dias pelo rio certamente verá alguns desses animais. Se a pessoa fizer uma caminhada pela floresta até um barreiro, a possibilidade aumenta muito. Diversos animais vão ao barreiro para lamber o sal que fica acumulado no solo. Eu fui apenas uma vez e tive azar, pois apesar de ouvir barulho de antas, nenhum animal se aproximou nesse dia. Por outro lado, tive a sorte de ver uma ariranha disparar água adentro num nado frenético até capturar um peixe, que ela devorou tranquilamente na beira do rio. Vi também um veado bebendo água do rio e partindo em direção à mata quando nos aproximamos. Em outro momento, fotografei um jacaré com boa parte do corpo fora d’água. (O truque para fazê-lo sair da água é segredo.) Sem contar a harpia, que é um caso à parte. Não posso reclamar! Depois da pescaria, o grupo se reuniu no salão do restaurante, onde a conversa correu solta. O sr. Waner, proprietário da pousada, sempre tem uma conversa boa sobre os assuntos da região. Augusto, o barman, prepara uma ótima caipirinha e
aprendeu com nosso amigo Daito uma nova receita, com vodka e pinga. Foi numa dessas conversas que dois rapazes de 17 anos contaram que a pesca tinha sido razoável, conforme disse um deles, o Cadu. “Pegamos alguns tucunarés e mais um peixinho no fim do dia. Mostra a foto do peixinho aí, Antonio.” A foto era de uma piraíba de 60 kg, capturada justamente pelo Antonio, que pescava pela primeira vez. Sorte de principiante? Depois de três dias de pesca, com muitas risadas e histórias de pescador, comida muito boa e a cerveja gelada servida pelo Augusto, chegou a hora de voltar.
Livro O rio da Dúvida: a sombria viagem de Theodore Roosevelt e Rondon pela Amazônia, de Candice Millard Companhia das Letras http://www.pousadarioroosevelt.com.br
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Tテグ LONDRES, Tテグ Por Ana Augusta Rocha | Fotos Marcelo Curia
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Por Ana Augusta Rocha | Fotos Divulgaテァテ」o
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A revolução industrial aconteceu na Inglaterra por volta dos anos 1750, e a partir desse marco passou a ser copiada por suas iniciativas, projetos e processos. Esse é o destino de quem cria o novo: inspirar, instigar. O mundo correu atrás, copiou o modelo que ali começava e, em muitos aspectos e vezes, superou a matriz ao longo dos séculos. Hoje, as potências mundiais são muitas, a competição é acirrada e a Inglaterra é apenas a sexta economia no ranking. E nessa eterna corrida pela diferenciação, tem apostado no design. Um recente documento do governo intitulado “Inovação e pesquisa estratégica para o crescimento” aponta o design como tema central. “O Reino Unido tem
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potencial para ser bem sucedido globalmente, mas precisamos consolidar ainda mais nossas forças. Design é uma delas. Design é sem dúvida uma área onde somos dos melhores do mundo, com potencial para sermos cada vez melhores”, afirmou Hon David Willets, ministro para a Ciência e Universidades. Essa ciência e arte de buscar a melhoria dos processos e produtos, trazendo bem-estar, beleza e funcionalidade, tem sido expressa há dez anos num evento de grandes proporções que arrebata Londres todo mês de setembro: o London Design Festival. Nesses dias, onde o sol ainda tenta fazer camaradagem (o outono apenas se insinua), Londres se enfeita com placas de sinalização do festival diante de lojas e galerias, mostrando que a cidade é mais do que envolvida com o tema. Centenas e centenas de eventos acontecem, os designers ficam agitados e é quase impossível falar com eles, afinal, é o momento de subir ao palco e virar protagonista.
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Em 2012, esse grande teatro que é o London Design Festival, cheio de espectadores de inúmeros países, abriu espaço para ter muitas estrelas do design mundial palestrando sob um mesmo teto. O fato se deu na icônica escola de moda, arte e design, a Central St Martin’s, no dia 18 de setembro, e chamou-se Global Design Forum, que teve, em sua primeira edição, ninguém menos do que Zaha Hadid, Tom Dixon, Thomas Heatherwick e outros famosos. O propósito do fórum era mostrar e discutir o papel do design para a criação de um mundo melhor, focando não apenas a criação de novos objetos, mas até mesmo o desenho das relações humanas.
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A dinâmica do evento convidava profissionais famosos a mostrar, em dez minutos, cases e projetos inovadores. Foram oito horas seguidas, com feras do design mundial, revelando para uma audiência de cerca de trezentas pessoas as suas alegrias, tristezas, sucessos e interrogações.
Terence Conran fundou, em 1964, a Habitat, loja que se dispunha a trazer design contemporâneo para as vitorianas e rococós casas inglesas. Design acessível e valorizado como expressão de modernidade e leveza. O trabalho de Conran se multiplicou ao longo de seis décadas, mas sempre concentrado numa única crença: design inteligente faz a vida das pessoas ficar melhor. Sir Terence Conran influenciou as muitas gerações de designers que se seguiram a ele
Tom Dixon, o badalado designer de luminárias e móveis, iniciou sua fala quase chorando: “Agora vou mostrar para vocês um site que vende meus produtos”, disse ele, projetando um endereço eletrônico da China. À medida que ele navegava, víamos suas luminárias famosas num desfilar da mais pura... pirataria. O incrível, além dos preços baixos, era a menção deslavada da autoria. Além de vender as cópias, eles ofere-ciam a sensação de comprar uma peça ”assinada”. Tom abordou a questão dos direitos autorais e o que o designer pode fazer para se proteger. Depois entrou no palco o esperado Thomas Heatherwick. Barba de muitos dias por fazer, roupas como as de um operário do setor da construção (desglamourização total), sorriso estampado no rosto — o novo fenômeno inglês mostrou o que pode ser diferente no design do século 21: a alegria, o inesperado, o sonho e — por que não? — o arrebatamento. Desde 1994 com seu estúdio em operação, o designer de 42 anos ficou realmente famoso com a construção, em 2010, do Pavilhão Inglês na Expo Shanghai, o qual nomeou Catedral da Semente.
O design bem humorado de Marcus Beck, talento da nova geração. Mesa The
Outra ação marcante de seu estúdio aconteceu nas Olimpíadas da Inglaterra. Se nos jogos do século 20 a pira olímpica foi acesa por um único arqueiro — lembram-se de Barcelona, 1992? —, Heatherwick concebeu o século 21 coletivamente. Nas mãos de cada equipe entrava uma grande pétala de cobre colocada na ponta de uma haste, completando uma única flor que incandescia como uma pira mundial. Quem viu, peço desculpas pelo trocadilho, pirou. Além do conceito privilegiando a união das pessoas, a beleza do instante foi inesquecível.
Quem não identifica a Anglepoise Lamp, a luminária com braços em balanço e articulação, criada em 1932? Ou ainda a cabine telefônica vermelha? Ou quem sabe o ônibus londrino de dois andares, ou ainda a sinalização do metrô de Londres? A Inglaterra sempre teve esse talento máximo de criar design e transformá-los rapidamente em hits mundiais
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O prédio deixou os 7 milhões de visitantes da feira, e meio mundo que viu as imagens, realmente embasbacados. Era uma grande estrutura retangular perfurada por longos bastões de acrílico que tinham, nas pontas de suas hastes, sementes de plantas de todo o planeta. O bastão, além de permitir a entrada de luz, disseminava a ideia da importância de guardarmos nossas sementes, não só as das plantas, preservando a diversidade, mas também a semente de nossos ideais e sonhos. Quando o vento batia na instalação, as hastes se moviam e davam a impressão de um prédio vivo, quase um gigantesco porco-espinho.
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Pool e luminária que homenageia a tradicional Anglepoise.
PRAZER Muitos teóricos dos novos tempos afirmam que precisamos, agora, no século 21, deixar os pensamentos e atitudes do século 20 para trás e inovar. Heatherwick é o novo. Como designer ele é também um incrível poeta. E o melhor, nestes tempos onde a civilização vive mergulhada no medo, ele busca a alegria, a risada, a leveza, a informalidade. Quem duvidar favor digitar no YouTube o nome de sua mais recente criação, a cadeira Spun Chair, que você vê nesta matéria. Thomas criou uma poltrona que gira, inspirado num peão de criança. Gostosa de sentar, se você se deixar levar ela vai girar com você sem nunca lhe jogar no chão. Brincadeira pura, design nas alturas. Depois dos aplausos de Heatherwick, foi a vez da mega-star do design e da arquitetura Zaha Hadid, iraniana de nascimento e radicada em Londres há décadas. Aos 62 anos, a bordo de uma minissaia de pequenas proporções, Zaha mostrou seus projetos monumentais de museus e instituições públicas pelo mundo. Design de alto impacto mas igual dose de frieza.
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Enquanto essa discussão e diversidade aconteciam, Londres pulsava. Havia dezenas, talvez centenas de eventos acontecendo, mostrando o trabalho de jovens designers ingleses (veja o box no fim da matéria), profissionais em quem vale a pena investir e apostar na hora de construir uma coleção.
Tom Dixon, Ron Arad, Jasper Morrison, Zaha Hadid e muitos outros nomes de designers sediados em Londres fulguram no cenário internacional. Entre eles, a grande estrela de Thomas Heatherwick brilha hoje com especial intensidade. Impossível não se emocionar com seus projetos, sejam eles cadeiras, restaurantes ou grandes eventos, como a Expo Mundial de 2010, em Shanghai, e as Olimpíadas, este ano. Designer? Arquiteto? Ilusionista? Artista? Ou tudo isso junto?
Iwan Baan
Spun Chair, acima
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A medalha de honra da noite pela totalidade da obra coube a Sir Terence Conran, o pioneiro do morar com design, o precursor de como vemos a área hoje e que cria uma economia pulsante em todo o planeta. Com mais de 80 anos, Conran disse que a medalha o instigava a continuar trabalhando. Cabe para o leitor leigo no assunto dimensionar Tenrence Conran: ele foi para o design como os Beatles para a música. Aliás, colocou música no morar. Na Londres dos anos 1960, a capital cool do planeta, ele criou a Habitat, uma loja de móveis prontos, pop, com seus interiores leves, alegres — uma experiência de varejo totalmente diferente do que existia no mundo naquele momento. Isso sem falar nos restaurantes que ele passou a desenhar, com ambientes criativos e inovadores. Conran criaria mais tarde a Conran Shop, numa antiga oficina de pneus da Michelin onde até hoje se destacam dois restaurantes: o Bibendum e o Oyster Bar.
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Cristiano Corte
Dois nomes consagrados do design britânico: Tom Dixon (luminárias a esquerda) e Thomas Heatherwick, com seu pavilhão em Shanghai e a novíssima
Como ninguém é de ferro, nas noites sobravam celebrações. Designers aos borbotões e gente caprichando no próprio design. E no Victoria and Albert Museum a festa das festas: a premiação London Design Medal, que este ano coube a uma dupla de espanhóis chamada El Último Grito! Londres é assim mesmo: é o mundo inteiro em uma cidade.
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“Londres é onde o design independente no mundo acontece. E isso está na alma do inglês e do estrangeiro que ali se estabelece por pensar da mesma forma: o querer fazer é tão importante quanto o estar livre para fazer. Os ingleses são assim: têm uma ideia e vão atrás da sua realização.”
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Alex Taylor, designer
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“Londres, desde os anos 1980, tem sido o centro da criatividade em design do mundo. O movimento punk foi uma grande inspiração. As pessoas faziam o que queriam, pois havia um sentimento de que ninguém tinha nada a perder. Toda essa liberdade — e quebra das regras — influenciou o trabalho de designers como Tom Dixon e Ron Arad, que mudaram o panorama e nosso jeito de ver as coisas.” Anthony Dickens, designer
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Conran instituiu um caminho e fez de Londres capital do design. “A cidade tem sido o centro de criatividade do mundo desde os anos 1980, com certeza”, afirma Anthony Dickens, um talento da nova geração. “É um grande lugar para se estar agora. O movimento punk foi a inspiração para isso, em Candem. Era algo totalmente fora da curva, os jovens faziam o que queriam com o seguinte pensamento: ‘já que não há espaço para nós, vamos fazer o que a gente quer...’.”
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Passado, presente e futuro
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Era época de Boy George, do Duran Duran, e deixou essa positiva herança que é o desejo quase incontrolável de querer materializar ideias. Tom Dixon e Ron Arad começaram um pouco neste contexto. De extrema liberdade.
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Hoje, uma novíssima geração ganha espaço instantaneamente no mundo do design. E Londres continua produzindo não apenas novas coleções e novos materiais, mas pop stars na área. Alguns, com olhar bem industrial, sonham com o mercado de massa; outros, mais artísticos, produzem quase que objetos únicos, o chamado design-art.
Luminárias Bocci, design de Omer Arbel
Lee Brom: com uma carreira meteórica iniciada aos 17 anos, e trabalhando com Vivienne Westwood em moda, Brom (atuais 37 anos e carinha de 27) é o maior fenômeno da nova geração e ganhador de inúmeros prêmios, entre eles o Designer of the year Award, pelo British Design Awards 2011. O conservador jornal The Guardian afirmou sobre ele: “Lee Broom é para o mobiliário o que Marc Jacobs ou Tom Ford são para a moda”. Neste festival, ele transformou seu estúdio numa grande instalação de
Benjamin Hubert: outro superjovem pop star e ganhador de inúmeras premiações, tem uma produção fortíssima assinando projetos para grandes empresas nos cinco continentes do planeta, inclusive no Brasil, onde desenvolve agora uma coleção para a gaúcha Cinex. Com uma pegada bem industrial, Benjamin deslanchou sua carreira ao ganhar o concurso comemorativo dos 100 anos da icônica marca italiana Poltrona Frau. http://www.benjaminhubert.co.uk
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um único produto, a Crystal Bulb Shop. Veja mais: http://www.leebroom.com
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Se você é um colecionador de design, ou pretende ser, anote esses nomes:
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Julian Mayor: é um artista e designer baseado no leste de Londres. Seu trabalho é inspirado nas possibilidades escultóricas criadas pela computação. O desafio é criar o processo de realização industrial para suas ideias ultragráficas. Com um trabalho marcante e bem identificável, Julian passa a ser cada dia mais colecionável. Seu banco Fernando, mostrado nessa matéria, foi criado para um colecionador brasileiro, fã incondicional de suas peças. http://www.julianmayor.net Alex Taylor: com um trabalho abrangente e muito tecnológico, Taylor dedica-se há anos a desenvolver tecnologias e materiais que revolucionem os calçados esportivos. Tem um importante processo de pesquisa com a Adidas, mas também desenvolve mobiliário em seu estúdio londrino. Neste festival, seu banco Tube ocupava lugar de destaque no Victoria and Albert Museum. http://alexandertaylor.com
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Antony Dickens: em 1988, Dickens fundou seu estúdio em Londres para criar objetos e mobiliário simples, funcionais e ao mesmo tempo subvertedores da ordem. Reimaginando o dia a dia: assim o designer define seu trabalho. http://anthonydickens.com Peter Marigold: mais artista do que designer, Peter desenvolve uma obra de galeria, poética e muitas vezes bem humorada. Sua inspiração nasce comumente do trabalho simples dos marceneiros populares, dos materiais não acabados e tidos como rústicos. http://www.petermarigold.com Max Lamb: outro nome forte do design-art britânico, esse
simpático galês busca uma relação aprofundada com as matérias-primas onde elas possam ser elas mesmas. Resgatando métodos antigos, sua mesa de estanho tendo como molde as areias das praias de Gales chamou a atenção da imprensa internacional. Recentemente, Max lançou uma coleção de utilitários em porcelana bone china, feita com pó de osso: mais uma vez resgate de técnicas antigas e sofisticadas. http://maxlamb.org
(acima) e os banquinhos de Claire-Anne O’Brien
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Design cria ambientes diferenciados. É o que mostra a luminária de Omer Arbel da Bocci, o banco de cobre de Julian Mayor, o mobiliário de Anthony Hartley
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Dica da autora: Quem quer mergulhar em design em Londres tem um guia certo, o London Design Guide, escrito pelo curador Max Fraser, atual Deputy Director do London Design Festival. Dividido pelos bairros de Londres, faz a visita da cidade ainda mais interessante. Max é também superjovem e foi o guia oficial desta matéria com suas preciosas dicas. Quem quiser adquirir o guia basta entrar no site: www.londondesignguide.com
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DEVANEIO
Quando cĂŠu e terra se confundem e se completam
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Divina arte vulcânica No coração da Indonésia, entre vales férteis, vulcões e templos sagrados, um mergulho nas raízes da arte javanesa que deu origem à mundialmente aclamada cultura hindu balinesa
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Por Eduardo Petta | Fotos Carol da Riva
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Bali, Indonésia. Nossa casa no último ano. Após quatro anos como nômades, viajando com a família, casa é o lugar onde estamos. E gosto muito desta morada. De andar pela sagrada aldeia de Ubud e me deliciar com seus batiques coloridos; com as pratarias trabalhadas nos mínimos detalhes, com as máscaras. Venero com as retinas cada estátua de pedra vulcânica na forma de um Ganesha, o deus elefante, de Sarasváti, a deusa do conhecimento, dos Barongs, os demônios com a língua para fora barrando qualquer ser que apareça com negatividades. Curto passear as tardinhas entre os jasmins floridos e perfumados, parando nos templos para escutar as orquestras de gamelão e seus doces instrumentos. É uma música de toques suaves, quase hipnotizante, a mente acalma. E sempre ganho meu tempo quando as divinas balinesas ensaiam a dança do Legong, com seus movimentos suaves e expressivos de mãos, feições e olhares — como é bonita a pintura de seus olhos. Aprecio os shows de marionetes, nos quais bonecos feitos com pele de búfalo contam os épicos hindus, o Ramayana e o Mahabarata. E amo o aroma dos incensos, flores e oferendas dessa mistura de fé hindu-budista e animista, com influências do islã, que em pleno ano de 2012, com o mundo globalizado, não perdeu costumes e tradições. Mais: possui uma forma harmoniosa de se relacionar, de aceitar, de ter tolerância, paciência, compaixão, de dizer não à ansiedade do capitalismo “tempo é dinheiro”. Aqui, tempo é arte e a arte está em cada esquina, em cada casa, olhar e coração desta vulcânica ilha dos deuses.
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Fascinado por estas bandas do Oriente, mergulho para descobrir as origens desse viver com arte. A viagem coloca minha família à bordo de um avião, numa curta viagem de hora e meia, sobrevoando os mais bonitos vulcões da Indonésia até o centro da ilha de Java. É um trecho de janelinha. Debaixo da asa da aeronave passam vulcões e mais vulcões soltando fumaça pelas enormes crateras. Anel de Fogo é o nome geológico dessa região do globo. A Terra está viva. E vira e mexe remexe e nos avisa: “somos 129 vulcões ativos”. O avião desce em Yogyakarta, em Java, berço da cultura hindu até o século 15, antes do islã dominar a política da ilha e instalar o seu sultanato. Nesse tempo, todos os reis, artistas e a inteligência hindu-budista javanesa migraram para Bali. Mas os que ficaram e se converteram ao islã — e não foram poucos — mantiveram a cultura, a paixão pela arte e a gentileza no bem receber.
“Sou do islã, porque nasci em Java. Tivesse nascido em Bali seria hindu; no Brasil, católico; em Israel, judeu”, diz Hari Budi, o guia dos nossos primeiros passos em Yogyakarta. Ele nos conduz pelos labirintos do templo hindu de Prambanan, que data do século 9. “O Prambanan é um pouco prova dessa tolerância e mistura de povos da Indonésia ao longo dos séculos. A imagem do templo de Shiva possui traços do chinês Confúcio”, nos mostra Budi. Cada detalhe do Prambanam é uma peça de arte. Sua arquitetura serviu de inspiração para o Angkor, no Camboja, o maior complexo religioso do mundo, erguido alguns séculos depois. Demos sorte. Faz uma semana que o Prambanan reabriu para visitas, depois que o terremoto de 2006 abalou parte de suas estruturas, principalmente o templo de Shiva. Mesmo assim, precisamos usar um capacete para prevenir um eventual desabamento. Isso é normal. Estamos no Anel de Fogo. “Ao mesmo
Aproveitando nossa visita, ficamos no Prambanan até às 19h, quando começa o balé que conta a lenda do Ramayana. O espetáculo entrou para o Guiness Book como o que está há mais tempo em cartaz com a mesma peça e companhia, desde 1961. “Bom, se você pensar que a história foi escrita quinhentos anos
No palco a céu aberto, com as ruínas do Prambanan ao fundo, podemos ver 230 bailarinos encenar a luta do príncipe Rama, sétimo avatar de Vishnu, para resgatar Sita, seu grande amor, abduzida por Ravana, o príncipe dos demônios, e levada para a ilha de Lanka (o Sri-Lanka de hoje, antigo Ceilão). A jornada
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antes de Cristo, nada mais justo”, diz Timbul Joggrang, ator da companhia desde 1962, e que entrevistamos nos camarins, enquanto os atores se pintavam e colocavam suas fantasias.
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tempo em que o solo vulcânico trás fertilidade para às nossas terras, também cobra seu preço. Mas faz parte do ciclo da vida e do planeta”, diz o sereno e sábio Budi.
DEVANEIO do herói conta com a ajuda leal de Hanuman e seu exército de macacos. Após muita luta e procura, Rama e Hanuman vencem Ravana e trazem Sita de volta para Índia. Mas ferido em seu orgulho, Rama não aceita mais Sita. Para provar a sua pureza e fidelidade, Sita ateia fogo ao próprio corpo. Atônito, Agni, o deus do fogo, não a queima, e Rama, finalmente, pode unir-se ao seu amor.
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Ao final do balé, vamos para o hotel, na rua Jalan Prawirotaman, onde estão os melhores restaurantes, barzinhos e galerias de arte, que concentram turistas do mundo todo, misturados à inteligência indonésia. Com um milhão de habitantes, Yogyakarta é o epicentro de toda a vida estudantil da maior nação muçulmana do planeta, lar de centenas de universidades e milhares de estudantes. Aqui fica, por exemplo, a Universidade Goa Gajah, uma das melhores de arte da Ásia. Manhã cedinho. E estamos à bordo de um típico bekat, o taxi local, uma bicicleta carroça com quebra-sol para proteger do calor e explorar a cidade. No silêncio do pedal ganhamos o asfalto e vamos até o Kraton, como é chamado a vila do sultão de Yogyakarta, o último sultanato de Java em atividade, uma verdadeira cidade dentro da cidade, com mais de 20 mil pessoas morando
dentro da longa muralha branca, que a separa da parte moderna da cidade.
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Tuti, 57 anos, é uma das pintoras de batique mais importantes de Kraton. “Aprendi com meu pai, que aprendeu com meu avô, que aprendeu com o avô dele. E não sei onde isso começou”, diz Tuti. Desde criança, ela trabalha com a técnica, que envolve muita delicadeza. Primeiro desenhar. Depois cobrir com parafina quente. Pintar, recobrir com parafina, banhar, pintar de novo. Cor em cima de cor, progressivamente, da mais clara até o preto final. Os melhores artistas de batique sempre andaram perto dos reis. Nas formas geométricas, existe sempre um batique para cada ocasião, como casamento, nascimento e funeral. E cada família real de cada ilha do país possui sua história grafada no tecido pelos seus artistas oficiais, como Tuti. “O batique é tão essencial à vida dos javaneses e balineses que todas as sextas os homens, mesmo os agentes oficiais, vestem suas belas camisas de batique”, conta Tuti. Muita gente de fora procura os artis-
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A maioria dos moradores de Kraton é artista. Não confundir com artesãos. Tanto que a comunidade é protegida pela UNESCO, que enxergou no trabalho do batique local, um patrimônio imaterial da humanidade.
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tas locais para workshops. Meu filho Tiago, 8 anos, passou dois dias inteiros envolvido com a técnica. O fascínio não é novidade. Desde o início do século 20, artistas ocidentais trabalham com o batique. “Se você for ao museu Affandi e ao museu Sono Budoyo vai ver peças de batique que custam milhares de dólares”, diz Tuti. Além do batique, da prata e da confecção das espadas típicas javanesas, chamadas de kris, outra manifestação artística valorizada no Kraton são os marionetes esculpidos em pele de búfalo, os wayan kulits, cujas performances chegam a varar a noite com grandes audiências. Para mexer as sombras dos bonecos atrás da tela com projetor, é preciso talento de ator de teatro. Mas, para confeccionar os melhores marionetes, é preciso a paciência de um mestre jedai. “Chego a levar duas semanas para finalizar uma peça”, diz Pak Sugeng, 41, considerado o mestre do wayan kulit. São milhares de furos e detalhes nos bonecos para conseguir efeitos diferentes. “Eu procuro ferramentas novas em desmanches de motocicletas”, segreda Sugeng.
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Sortudos fomos nós, ao chegar finalmente no nosso hotel de sonho, no coração do vale de Magelang, uma hora depois de deixar Yogyakarta. Ao entrar no Amanjiwo, fomos recebidos por uma chuva de flores jogadas por meninas sorridentes. Senti-me um sultão. Mas dois passos, e um olhar no mirante, deram-me outra sensação, ainda melhor: a paz de Buda, vinda de Borobodur.
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Depois que os hindus partiram de Java, todos estes artistas passaram a viver em volta da família real dos sultões. Hoje, o atual sultão só tem uma esposa. Mas os do passado fartavam-se em concubinas. Para viajar nessa época, vale um pulo ao Taman Sari, o palácio das águas projetado por um arquiteto português em 1765, prontamente executado após entregar a obra, para não difamar o segredo do quarto dos prazeres do sultão. Visitamos o tal cômodo. Ao lado da cama, duas janelas. Uma com vista para a piscina onde as mulheres se banhavam. Outra, para a piscina particular, na qual o sultão recolhia a escolhida do dia, sortuda ou infortunada.
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O hotel é um elogio à arte javanesa. As peças de decoração, escolhidas a dedo, estão por todos os lados. A galeria de baquites possui quadros muito contemporâneos. Mas as estátuas, máscaras e totens parecem saídas de um antiquário. O olhar não se cansa nunca. Mas nada é over, sempre na medida, para combinar e não se elevar acima da vista das montanhas, dos vulcões e da selva, do vale fértil e da montanha sagrada, onde aponta Borobodur. O charme do Amanjiwo é saber ser discreto. O sol começa a se pôr e uma senhora com cara de xamã prepara o chá de jamu, a raiz milagrosa e amarelada que desintoxica o sangue. Amassa ervas com o pilão, acrescenta água fervendo e serve com pedaços de bolinho de milho em folhas de bananeira. Quatro senhores tocam o gamelão, dando som ao ambiente. Um grupo de meninas da comunidade dança com
gestos suaves. O garçom, em seu traje de gala javanês acende as velas das mesas, ajeita os vasos de flores. O chef Edy Santosa, 46, se apresenta para falar de nosso jantar. Nos conta de sua experiência em outros cantos do mundo, como Paris, Tóquio e Maldivas, e nos explica o cardápio. Carol, minha amada esposa, pede vitela ao molho de vinho. Eu embarco num menu de degustação. Provo do nasi champur, mistura de arroz com diversos vegetais, farelos de coco, amendoim e temperos picantes, e também do gudeg, a especialidade local, que mistura jaca verde num molho apimentado de coco, com tofu, pedaços de frango e adoçado com açúcar da palma. Descemos ao quarto. O luxo da simplicidade e do conforto. A cama king-size, os lençóis, edredons e travesseiros são de sonho de tão macios e perfumados. A banheira, a varanda com
piscina particular, a vista do Borobodur, a atenção aos detalhes. É a fruta da estação sobre a mesa; o chapéu de palha para proteger do sol; a música brasileira no iPod, os livros escolhidos a dedo da cultural local. Sobre o berço do bebê, óleos de massagem. Cai a noite e, no silêncio e na paz de Buda, mergulho em sonho de sultão. Acordo cedo, abro a janela e lá está Borobodur. A casa das mil estátuas de Buda ao alcance dos olhos. É incrível poder ficar admirando uma paisagem que você sonha uma vida inteira em visitar. Erguida pelos javaneses seguidores do budismo, entre os anos 788 e 833, Borobodur possui mil explicações de sua existência, mas uma coisa é certa: é uma montanha de significados misteriosos que um simples olhar não revela.
Depois do café, seguindo o conselho do gerente, pé na estrada, mas de bicicleta, vento lambendo o rosto, família completa, a bebê na cadeirinha. Cenas rurais: crianças brincando nuas nos rios, mulheres plantando arroz, homens secando tabaco, senhores fabricando tofu, idosas criando com barro peças de
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O melhor de Borobodur é conhece-lo ainda de madrugada, às quatro da manhã, sob a influência das estrelas
Agradecemos as dicas e desfrutamos do café da manhã dourado pelo sol, apreciando a calma do lugar. Tudo é feito na hora, personalizado. Nada de bufê. Me perco nas frutas: o dra-gon fruit, o branco e o vermelho (uma espécie de fruto que dá em um cactos e cujas escamas se parecem com a de dragões), a snake fruit (que tem uma pele parecida com a de uma cobra), a marquesa (o maravilhoso maracujá doce daqui), o rambutan (cujo gosto e consistência lembra a lichia) e o mangostim (a fruta dos reis, eles dizem por aqui).
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“O melhor de Borobodur é conhece-lo ainda de madrugada, às quatro da manhã, sob a influência das estrelas. E ver o dia raiar e o sol nascer do topo de seu último terraço”, sugere o gentil gerente do Amanjiwo, Mark Swinton, há três anos vivendo nessa base da rede Aman Resorts. “Não consigo mudar daqui. Você sabe quantas galerias e ateliê de arte existem na região? Mais de seis mil. Olha a paz desse lugar. E você precisa conhecer a gente que vive ao redor e ver o brilho de seus olhos”, revela Mark.
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cerâmica. Uma parada no mercado de Magelan para ver o que a terra nos dá e mais pedal. Lanche na casa de Pak Bilal.
A comunidade de Kraton é protegida pela UNESCO, que enxergou no trabalho do batique local, um patrimônio imaterial da humanidade
Aos 62 anos, quarenta dedicados à produção de açúcar da flor da palma, Pak Bilal é pele e osso por fora, mas com um sorriso gordo por dentro. Sua casa tem paredes de palha e teto de bambu, mas é organizada, limpinha, gostosa de se sentar e ficar proseando com ele, esposa, filhos e netos. Por duas horas os acompanhamos, vendo-os revezar a colher de pau a remar o tacho no fogo a lenha. O calor derrete a goma da palma até ela ficar perfeita para adoçar a vida. Pak Bilal usa ela fresquinha para adoçar seu chá de jasmin. A mesquita do lado anuncia mais uma hora sagrada para reza do islã. Aqui em Java não há espaço para fundamentalistas. “É o islã tolerante, amigo de todas
Parnaíba vista da Ponte das Barcas ao cair da noite. Ponto de partida para desvendar o mundo selvagem do maior delta das Américas
Carro confortável, o piloto Latife, com cara de banho tomado, parece acordado há horas. Em dez minutos chegamos no templo.
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Doce palma de açúcar, doce Pak Bilal, doces lençóis, amargo despertar. Yin e Yang oriente, todo o tempo. Às quatro da manhã toca o telefone. É duro! “Sim, mas quando você vai estar no Borobodur de novo?”, dispara Mark Swinton do outro lado da linha. Levantamos rápido, roupa e cara de sono. O Amanjiwo nunca decepciona. Uma singela mesa com café, chá, suco de laranja e pãezinhos caseiros recém saídos do forno nos alegra o paladar.
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as religiões. Somos todos iguais”, diz Pak Bilal, e completa, “o amor é laico e universal”.
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Mais dez minutos e estamos no topo. Ás cinco horas começa a clarear. No horizonte, 360 graus de vulcões simétricos. Estamos num dos vales de solo vulcânico mais férteis do mundo. Lá longe posso ver: o Sumbing (3371m) e o Sindoro (3135m) ao noroeste; o Merabu (3142m) e o Merapi (2911m), o mais ativo dos vulcões da Indonésia, a nordeste. Ao nosso lado, as 72 estátuas de Buda aprisionados, a história viva do Borobodur. A energia do lugar é pura magia. Sente-se uma paz indescritível, todo o maná dos deuses, inspiração divina.
das deusas, o culto ao feminino, a yoga, as batalhas, as preces.
A arte talhada em pedras vulcânicas nas milhares de imagens em alto relevo contam a história da vida de Sidarta Gautama. Do primeiro ao último nível, sete andares, sete terraços circulares. De baixo à cima, ganha-se luz a medida que se avança. Metáfora da vida. Do começo terreno, de ilusões e tentações, até o nirvana no topo, o Borobodur é uma história em quadrinhos com 1500 narrativas a céu aberto. Ali está a árvore da vida, o poder
http://www.amanresorts.com/amanjiwo/home.aspx
Um grupo de monges reza mantras com a cabeça nas pedras ao iluminar do primeiro raio de sol. Minha filha Luisa, 11 meses, pede para descer do colo. Com seus passinhos bamboleantes, encena uma corrida até uma imagem de Buda, vira e sorri. Nascida em Bali, ela parece se sentir em casa por aqui, onde a arte de Bali nasceu. Cercada de beleza, energia positiva, magia e pessoas sorridentes. Como o mundo todo deveria ser.
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