EDITORIAL
Caro leitor,
Esta virada de ano está cheia de novidades: o Range Rover Sport, que apresentamos nesta edição em sua melhor performance, na lama; o novo X5, incrivelmente lindo; e uma nova loja Eurobike BMW Motorrad, recém-inaugurada em uma localização de extrema conveniência na cidade de São Paulo. Movidos pela constante vontade de inovar, estamos lançando uma nova seção para seminovos em nosso site. Agora ficou muito mais fácil encontrar o modelo que você procura, visite! Disponibilizamos também uma nova versão do aplicativo Eurobike para Android e iOS. Nele você pode navegar pelos modelos que comercializamos e até conferir o nosso estoque, tudo na palma da mão! Acreditando no desenvolvimento do país com qualidade, fomos conhecer a Endeavor, a mais importante organização de promoção da cultura empreendedora no mundo. Saiba por quê. Reunimos mais uma vez, em Capitólio, Minas Gerais, um grupo de Eurobikers para um agradável passeio de moto. Se você ainda não foi, não perca o próximo. Um evento para quem gosta de aventura com segurança. Em Veneza e Murano, visitamos formas e cores em trabalhos com vidro de grande beleza; em São Paulo, conhecemos a cozinha dos sentidos de Lucia Faria. Para finalizar, um passeio por Berlim e Munique, com dicas preciosas o bastante para que você marque já a sua viagem.
Boa leitura, feliz Ano-Novo!
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Um grande abraço, Henry Visconde Presidente magazine@eurobike.com.br
oyster perpetual yacht-master
COLABORADORES
Eurobike magazine é uma publicação do Grupo Eurobike de concessionárias Audi, BMW, Jaguar, Land Rover, MINI, Porsche, Triumph e Volvo. Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1600, CEP 14021-630 - Ribeirão Preto - SP 1
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Editorial: Eduardo R. da C. Rocha, Heloisa C. M. Vasconcellos Direção de arte: Eduardo R. da C. Rocha
1 Ana Augusta Rocha, 2 Carol Da Riva,
Assistência de arte e finalização: Rafael Cury Caprecci
5 Juan Esteves, 6 Kriz Knack, 7 Oscar
Administração: Nelson Martins
3 Eduardo Petta, 4 Eduardo Sardinha,
Coordenação e produção gráfica: Heloisa C. M. Vasconcellos
Pilagallo, 8 Paula Diniz, 9 Percy Faro
Publicidade: custom media - eduardo@cmedia.com.br Preparação e revisão: Denis Araki Produção: custom media Tiragem desta edição: 12.000 exemplares Impressão: Pancrom Distribuição: Eurobike Proibida a reprodução, total ou parcial, de textos e fotografias sem autorização da Eurobike. As matérias assinadas não expressam, necessariamente, a opinião da revista.
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Auditado pela BDO
CONTEÚDO
# 26 12 | 2013 01 | 02 2014
8 | razão 10 | Com a Endeavor, empreendedorismo entra no dicionário — e na pauta
18 | emoção 20 | Com chuva é ainda melhor — novo
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Range Rover Sport 34 | Mar de motos 42 | Um senhor cheio de bossa
50 | prazer 52 | Para os sentidos, a perfeição 58 | No vidro, a verdade 70 | Achados e imperdíveis
72 | devaneio
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74 | Berlim é 10, Munique também
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RAZテグ
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Empoderar-se; levar a vida ao mรกximo
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RAZテグ
Com a Endeavor, empreendedorismo
Por Oscar Pilagallo | Fotos Juan Esteves
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Não é uma incubadora de novos negócios. É uma articuladora de interesses empresariais que aproxima mentores e aprendizes, conta Fernanda Antunes, diretora de Relações Institucionais da organização
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entra no dicionário — e na pauta
RAZÃO
Em meados de 1997, uma jovem estudante universitária norte-americana fazia um trajeto de táxi em Buenos Aires, quando resolveu puxar conversa com o motorista. Ela estava na capital argentina havia pouco tempo e tinha curiosidade sobre a realidade local. Resolveu conhecê-la um pouco mais a partir da experiência pessoal de quem a conduzia pelas ruas portenhas. O taxista era culto, tinha diploma universitário e, apesar disso, não conseguia nada melhor para fazer que dirigir um táxi. Não havia outro emprego disponível e ele não via a possibilidade de abrir um negócio. Puro desperdício de capital humano, pensou Linda Rottenberg, uma aluna de direito da Universidade de Yale, em Connecticut, que aproveitava as férias de verão nos Estados Unidos para fazer uma pesquisa de campo na América Latina. Sabendo que a trajetória do motorista não era incomum nos países em desenvolvimento, ficou imaginando que iniciativa ela poderia tomar para fazer a diferença em casos como aquele.
Nos anos 1990 os dicionários, onde aparece a palavra “empreendedor”, que remonta ao início do século 17, ainda não tinham registrado “empreendedorismo”
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Ocorreu-lhe o exemplo da Ashoka, uma organização mundial sem fins lucrativos que surgira no início da década anterior com o objetivo de apoiar empreendedores sociais. Criada na Índia por um norte-americano, a Ashoka aglutina pessoas criativas que possam ajudar a transformar o mundo. Linda gostava da proposta, mas queria algo diferente. Dona de um sorriso largo e cativante, Linda conversou com muita gente na volta aos Estados Unidos, elaborou seu plano e antes do fim do ano, junto com um colega de Harvard, Peter Kellner, já havia fundado a Endeavor Initiative Inc., organização sem fins lucrativos criadora do conceito de empreendedorismo de alto impacto. A diferença entre as duas organizações começa pelos sentidos embutidos nos próprios nomes. Enquanto ashoka significa “ausência de sofrimento”, em sânscrito, a palavra inglesa endeavor pode ser traduzida como esforço ou empenho — e era isso o que Linda tinha em mente. Esforço empreendedor em um ambiente desfavorável à iniciativa empresarial, no entanto, corre o risco de ser em vão. Foi provavelmente por isso que a Endeavor não nasceu no país onde a ideia foi concebida. A Argentina, com suas crises econômicas recorrentes potencializadas por uma ação do Estado que não
facilitava a vida daquele taxista e seus conterrâneos, não parecia uma opção promissora. A Endeavor, então, começou em 1998 num país vizinho, o Chile, onde uma série de reformas institucionais nos anos anteriores havia tirado alguns obstáculos da frente dos novos empresários. (A Argentina, de qualquer maneira, foi o segundo país em que a organização passou a atuar.) Ainda no primeiro ano de funcionamento da Endeavor, Linda se encontrava em Santiago do Chile, fincando raízes na comunidade empresarial do país, quando cruzou o caminho de Carlos Alberto Sicupira, um dos sócios da Inbev e dono de uma das maiores fortunas do Brasil. Beto, como é chamado, gostou do que viu, e achou que a Endeavor tinha tudo a ver com o momento pelo qual o Brasil passava, já com a economia estabilizada depois do Plano Real. E foi por sua iniciativa que a organização chegou ao Brasil, em 2000. No começo, poucos sabiam o que era aquela Organização da Sociedade Cível de Interesse Público, mais conhecida pela sigla Oscip. Para se ter uma noção da ignorância geral, os dicionários, onde aparece a palavra “empreendedor”, que remonta ao início do século 17, ainda não tinham registrado “empreendedorismo”, como notou, na época, Marília Rocca, uma executiva então com 26 anos que acabara de se tornar a primeira diretora-geral da Endeavor Brasil. Como a confusão é grande, não é demais dizer o que a Endeavor não é: a organização não é uma incubadora de novos negócios, ramo que iria prosperar anos mais tarde. Trata-se, isto sim, de uma articuladora de interesses empresariais, que aproxima mentores, de um lado, e aprendizes, de outro. Os mentores são grandes empresários que se tornaram paradigmas entre seus pares; os aprendizes são empreendedores capazes, que teriam todas as condições de alcançar sozinhos o objetivo definido, e que fazem isso queimando etapas com o empurrão de quem tem experiência adquirida e desejo de compartilhá-la. Não é raro no universo do empreendedorismo criativo que a ideia original se transforme antes de se tornar realidade. Foi assim com a Endeavor. O taxista que fora a centelha do projeto não seria diretamente beneficiado pela organização, a não ser, talvez, se por conta própria tivesse montado uma boa frota com algo diferente para oferecer aos passageiros. O fato é que o foco da Endeavor está fechado no empresário que já se lançou no mercado com alguma promessa de sucesso. Fernanda Antunes, diretora de Relações Institucionais da Endeavor, explica que a organização tem quatro critérios para escolher seus parceiros. Em primeiro lugar, o tamanho conta: a empresa deve ter um faturamento entre R$ 2 milhões e R$ 50 milhões por ano. Em segundo, é fundamental que o empresário seja ambicioso. Leva-se em conta também o potencial de expansão do
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RAZÃO
empreendimento — a possibilidade de que venha a ter ganhos de escala é decisiva. E, em quarto lugar, exige-se um diferencial competitivo. O êxito da Endeavor pode ser medido pelo número de interessados. A cada ano, mais de 2 mil pequenos e médios empresários se inscrevem para participar do programa. Quanto ao rigor da organização, também é expresso numericamente: na média, entre dez e quinze empresas — apenas — são aprovadas a cada ano. “Queremos encontrar a Natura dos próximos dez anos”, compara Fernanda, referindo-se à marca que é sinônimo de excelência e crescimento consciente para deixar claro que o funil é estreito. Hoje a Endeavor tem 56 empresas no portfólio, e almeja um teto não superior a setenta, às quais se dedicam os cerca de quatrocentos mentores que inspiram as novas gerações.
O que as empresas pagam mal dá para cobrir os custos. A Endeavor não tem fins lucrativos, mas não vive de ar. Para manter uma estrutura enxuta — sessenta funcionários espalhados na sede em São Paulo e em seis regionais, do Sul ao Nordeste —, a organização conta com o patrocínio dos chamados “embaixadores”, grandes empresários que apadrinham novos empreendedores, e com a renda obtida com a realização de eventos, como o Day 1.
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Em meados de novembro, pelo sexto ano consecutivo, a Endeavor lotou o auditório do Ibirapuera com o Day 1, como chama o dia da virada, o momento em que o empresário dá a guinada decisiva em sua trajetória. Na mais recente edição, empresários como Ricardo Sayon, fundador da loja de brinquedos Ri Happy, Marcelo Maisonnave, responsável pela construção da XP Investimentos, Luiza Helena Trajano, que colocou o Magazine Luiza no topo do mercado varejista brasileiro, e Bento Koike, fundador da Tecsis, uma das mais importantes fornecedoras de pás para energia eólica do mundo, deram depoimentos tão breves quanto inspiradores, lembrando o primeiro passo da longa caminhada. O Day 1 de Koike, para citar um único exemplo, foi precoce, aos 15 anos, quando o menino cismou de projetar e construir um submarino para duas pessoas — e, contra todas as probabilidades, levou a cabo a tarefa. A confiança advinda da façanha o acompanharia por toda a vida e o ajudaria a enfrentar os muitos revezes que teria pela frente antes de finalmente consolidar a marca. O programa acaba gerando um círculo virtuoso. O empresário inexperiente e visionário aprende a transformar seu impulso numa empresa inovadora e, uma vez realizado o sonho, ajuda com seu exemplo os que vêm depois, que por sua vez serão os líderes de amanhã. Foi assim que a Endeavor Brasil se tornou
a maior do mundo em termos de faturamento conjunto com as empresas associadas, algo em torno de US$ 2 bilhões. A organização tem representação em 16 países, número que deve subir para 25 nos próximos anos. As empresas brasileiras que fizeram crescer a Endeavor prosperaram elas próprias. Nos últimos três anos, o faturamento médio dos empreendedores da rede aumentou 53%, e isso num período em que a expansão econômica do país foi pífia. Mas tal crescimento, embora bem-vindo, não é um fim em si mesmo. A Endeavor se preocupa igualmente com a qualidade da expansão. “Não apoiamos o crescimento a qualquer custo”, afirma Fernanda, que trabalha na organização desde 2008, quando ainda cursava o último semestre de administração na Fundação Getúlio Vargas. “Queremos um projeto que transforme a comunidade, não prejudique o meio ambiente e não esteja baseado em má cultura empresarial.”
O empresário inexperiente e visionário aprende a transformar seu impulso numa empresa inovadora
Embora não tenha função expressamente social, a Endeavor acaba tendo impacto positivo nessa área. Estima-se que no Brasil tenha ajudado a criar 10 mil postos de trabalho. O escritor Thomas Friedman, vencedor de um prêmio Pulitzer, escreveu no best-seller O mundo é plano que “a Endeavor é o melhor programa de combate à pobreza que existe”. É possível, afinal, que aquele taxista argentino, de quem se disse que não se beneficiou diretamente da ação da Endeavor, tenha tido algum benefício indireto. Depois de treze anos de Brasil, período em que colocou o empreendedorismo no dicionário e na pauta, a Endeavor se prepara para uma inflexão. A partir do diagnóstico de que negócios precisam de ambiente favorável para florescer, a organização está decidindo intervir no debate público e apoiar reformas que facilitem a vida do empresário, como a tributária e a trabalhista. Fernanda cita uma pesquisa que coloca o Brasil — a sétima maior economia do mundo — em 116º lugar em ambiente adequado para empreender. “Precisamos diminuir essa diferença”, diz ela.
“A emoção das mãos ao volante, sentir a potência do motor e a alegria nos seus olhos a cada curva...
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meu caminho é a tranquilidade.”
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Fazer das dificuldades grandes conquistas
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COM CHUVA É AINDA MELHOR NOVO RANGE ROVER SPORT
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POR KRIZ KNACK
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POR MARCELO CURIA
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F-TYPE
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Inigualável Por Percy Faro
A cada lançamento a Land Rover amplia a oferta de novas tecnologias ao consumidor, uma prática inserida na história de mais de 50 anos da marca britânica, que consolida, cada vez mais, a filosofia mundial da empresa — “Ir além” (Go beyond, em inglês). O novo Range Rover Sport, que acaba de chegar ao mercado brasileiro, também rompeu barreiras. Desenvolvido lado a lado do respeitado “primo” Range Rover Vogue, é o Land Rover mais ágil e com maior capacidade de resposta já produzido nas avançadas e modernas instalações da fábrica de Solihull, no Reino Unido. Com a nova tecnologia incorporada, o modelo apresenta um exterior mais compacto e robusto e uma cabine ainda mais luxuosa. O design arrojado sugere uma condução bastante esportiva e o coloca de forma muito clara entre o Range Rover Vogue e o Range Rover Evoque, porém com traços de personalidade própria.
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Como consequência de sua estrutura produzida integralmente em alumínio, inclusive o chassi, chegou-se a outra inovação no segmento de SUVs premium: houve redução de peso de até 420 kg, resultando em excelente combinação de agilidade e conforto, características técnicas agora somadas ao luxo mundialmente reconhecido do modelo. Com menos peso, a estrutura do veículo passa a ser 39% mais leve, também foi reduzido o consumo de combustível, em até 24% comparado à versão anterior. No Brasil, o Novo Range Rover Sport disponibiliza três motores: um turbodiesel SDV6 3.0 e dois a gasolina, V8 5.0 Supercharged e V6 3.0 Supercharged. Os três propulsores incorporam transmissão automática de oito velocidades com opções de trocas de marchas sequenciais no volante. O motor turbodiesel SDV6 desenvolve 292 cv de potência com um torque máximo de 625 Nm a apenas 2.000 rotações. Isso faz o veículo vencer quaisquer obstáculos off road com desenvoltura. Já o 3.0 V6 Supercharged a gasolina, de 340 cv de potência e torque de 450 Nm entre 3.500 e 5.000 rpm, faz sua estreia no mercado brasileiro. Tem excelente desempenho e leva o Range Rover Sport da imobilidade a 100 km/h em apenas 7,2 segundos, atingindo 210 km/h de velocidade máxima. Por sua vez, o motor 5.0 V8 Supercharged a gasolina, de 510 cv, esbanja potência. Com estrutura construída 100% em alumínio, alcança 250 km/h de velocidade máxima limitada eletronicamente. Faz de 0 a 100 km/h em apenas 5,3 segundos. Externamente o veículo mostra baixo ângulo do para-brisas, perfil aerodinâmico arredondado e teto flutuante que começa mais
alto na frente e vai se inclinando para baixo ao chegar na parte de trás. O novo Range Rover Sport é 8% mais aerodinâmico que o seu antecessor, 149 mm mais curto e 55 mm mais baixo que o novo Range Rover Vogue, além de ser 45 kg mais leve. As rodas de 20, 21 e 22 polegadas completam o design, de aparência extremamente esportiva. As mais recentes evoluções de tecnologia foram aplicadas no Novo Range Rover Sport visando maximizar o conforto, confiança e segurança ao volante para o consumidor. Inclui, por exemplo, o sistema Dynamic Response, com barras estabilizadoras ativas que trazem o veículo pra baixo ao fazer curvas. Outra tecnologia, o Adaptive Dynamics, conta com amortecedores de variação contínua e, nos modelos mais potentes, um modo específico chamado Dynamic, no sistema Terrain Response 2, para os entusiastas da condução em estrada. Este sistema é utilizado em conjunto com o sistema Dynamic Response, trabalhando em dois canais, com o Diferencial Traseiro Ativo Dinâmico e o Sistema de Distribuição de Torque Independente para as quatro rodas. Para ampliar a segurança a todos os ocupantes, o modelo é equipado com oito airbags e sistemas como ABS, EBA, EBD, DSC, HDC, entre outros, que atuam de forma independente da ação do motorista e garantem o bom desempenho e estabilidade em todas as situações. Referência mundial entre os SUVs esportivos de luxo, algumas funções premium tornam cada viagem do novo Range Rover Sport em agradável experiência, proporcionada por exclusivos sistemas desenvolvidos pela Meridian, empresa líder em tecnologias de áudio e processamento de som digital. A melhor definição do mais recente integrante da família Range Rover está no comentário de John Edwards, Diretor Global da Land Rover: “O novo Range Rover Sport é um veículo concebido e desenvolvido com base nas capacidades da marca. Ele é um dos veículos Land Rover mais voltados para utilização na estrada de todos os tempos, mas sem renunciar às capacidades no fora de estrada que sempre distinguiram a nossa linha. Com o novo Range Rover Sport, nós elevamos a dirigibilidade, o comportamento e agilidade a um novo patamar, para proporcionar um veículo verdadeiramente recompensador, versátil e esportivo, com níveis de luxo inigualáveis”.
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Mar de Marmotos de
motos
Por Eduardo Rocha | Fotos Kriz Knack
Por Eduardo Rocha | Fotos Kriz Knack
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EMOÇÃO
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Eurobiker, além de aficionado pelas marcas BMW e Triumph, gosta de viajar, de curtir a vida. Sempre com
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Outubro quente e ensolarado. Estamos novamente em Capitólio para mais um passeio pelos arredores da represa de Furnas, o mar de Minas Gerais. Era final da tarde da sexta-feira e logo começavam a chegar os Eurobikers, primeiro um, depois outro e mais outro. Já era noite, Vênus apontava no céu estrelado da Canastra e chegava então um grande grupo, com mais de vinte motos, iluminando a estrada e lotando uma parte do estacionamento do Hotel Balneário do Lago. Era hora de tirar o pó da viagem e, portanto, de se refrescar com sucos e cocktails que já nós esperavam no lobby do hotel. Era também hora de botar a prosa em dia.
EMOÇÃO
a família junto, na garupa, em outras motos ou acompanhando de carro. Jantamos e conversamos bastante, ao som de rock e blues, e fomos dormir para recarregar as baterias.
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Na manhã seguinte, café da manhã mineiro farto e cheiroso, com tudo que temos direito e mais um pouco. Depois do café, passeio de barco pelo lago de Furnas, seus cânions e ducha gelada nas cachoeiras. Chegamos ao Restaurante do Turvo como uma maré de motos. Suas figueiras gigantescas serviram de proteção contra o sol inclemente aos vários modelos de motos BMW e Triumph. As águas do mar de Minas são de um turquesa que clareia com o sol, graças ao solo de arenito. Parece coisa de mar do Nordeste, mas é aqui em Minas mesmo. É impressionante. Um lugar que precisa ser visitado. Quanto mais eu volto à Canastra, mais gosto do lugar. Pelos sorrisos que presenciamos, eu não sou o único. Voltamos ao hotel para almoçar e descansar um pouco. À tarde fomos até um mirante onde vimos a imensidão da represa de Furnas e a beleza do condomínio Escarpas do Lago. De volta ao hotel, beira de piscina para relaxar um pouco.
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EMOÇÃO
Antes do jantar tivemos a palestra de Marcelo Leite que, acompanhado por sua esposa, Beth Rodrigues, vivenciou uma aventura de proporções inimagináveis, rodando durante 2 anos em uma BMW R 1200 GS Adventure. Ele contou de sua viagem pelos cinco continentes, descrevendo as agruras da África, de como é preciso planejar para chegar na época certa e pegar o verão na Sibéria e Mongólia, onde no inverno faz 50ºC e a navegação é feita por bússola, pois não existem estradas na maioria do território. Apesar das dificuldades, a recompensa são as paisagens fantásticas. Viagem de emoção, e sobretudo de superação, o tempo todo. Além disso, Marcelo deu valiosas dicas do que é preciso na preparação da moto e da viagem. A história virou o livro Estrada para os sonhos (www.estradaparaossonhos.com).
O Eurobikers Adventure teve patrocínio da Beta Ferramentas.
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Na manhã seguinte, enquanto alguns faziam test-drives, aproveitei para conversar com as pessoas e foi consenso: o evento foi impecável em termos de organização, e cheio de surpresas também. Além dos habituais mimos deixados em nossos quartos diariamente, nos surpreenderam com simpáticas canecas personalizadas com nossas caricaturas. Muito legal. E que venham muitos outros!
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Depois da palestra, jantar, com sorteio de kits da Beta Ferramentas, e show da banda cover mais versátil que já vi, a Sigma 6. Depois disso, o sono dos justos.
EMOÇÃO
Um senhor cheio de bossa Por Eduardo Rocha | Fotos Kriz Knack
O período de recessão pós-Segunda Guerra Mundial serviu como incentivo para Ermenegildo Preti criar um carro que, com as devidas atualizações tecnológicas, seria muito apropriado para uso nas grandes cidades nos dias de hoje
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Era início dos anos 1950 e o italiano Renzo Rivolta, da ISO Automotoveicoli, fabricante de refrigeradores, motos, motonetas e triciclos comerciais, decide retomar o projeto de construção de automóveis que havia sido interrompido pela Segunda Guerra Mundial. Em 1952, Ermenegildo Preti, um talentoso engenheiro aeronáutico, diretor do Instituto de Engenharia Aeroespacial, e seu colaborador, Pierluigi Raggi, começam a trabalhar para Rivolta no desenvolvimento de um carro de baixo custo, condizente com a dura realidade econômica do período pós-Guerra.
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EMOÇÃO
Com sua experiência na indústria aeronáutica, Preti imprimiu características dos aviões no projeto do que viria se tornar o ISO Isetta. Utilizou uma única porta frontal (como nos aviões cargueiros) para facilitar o acesso ao diminuto veículo, o que fez com que o projeto fosse estruturalmente forte. A carroceria em forma de gota tinha por objetivo reduzir a resistência do ar. A cabine era totalmente envidraçada, o que permitia uma ótima visibilidade para todos os lados, assim como nos aviões de caça. Materiais mais caros (mas leves) como o alumínio injetado ou fundido foram amplamente utilizados em prol da performance e da economia, com velocidade máxima de 80km/h e consumo de 25 quilômetros com um litro de gasolina. Além disso, houve um cuidado com a distribuição de peso e posicionamento do centro de gravidade, o que deu ao modelo estabilidade e segurança. Uma característica curiosa do Isetta é que, por suas dimensões reduzidas, permitia estacionar o carro de frente para a calçada, o que possibilitava aos passageiros desembarcarem pela porta direto na calçada, sem risco de atropelamentos. Apesar de toda essa racionalidade, o Isetta teve vida curta na Itália, com sua produção encerrada em 1956. BMW Isetta No ano de 1955 a ISO concedeu licença para a BMW fabricar o BMW Isetta 300 na Alemanha. Foi inicialmente adotado um motor monocilíndrico com 243cc de fabricação BMW.
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Tinha dois grandes faróis, não integrados aos paralamas. O limpador de para-brisas era único nas versões mais básicas e duplo nas mais completas. O interior era bicolor em couro e tecido, mas bem espartano. Janelas de correr maiores e o clássico teto solar de lona ajudavam
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O modelo alemão seguia as linhas do ISO Isetta, mas tinha algumas características próprias da BMW que foram aos poucos introduzidas, como a grade em formato de duplo rim.
EMOÇÃO
a ventilar mais. A coluna de direção, que se move junto com a porta, desce até a caixa de direção passando entre os pedais. O freio de estacionamento e a alavanca de câmbio eram estranhamente posicionados à esquerda do motorista. Não devia ser fácil se acostumar, mas ganhava-se muito espaço. Esse modelo ainda conta com dois charmosos bagageiros. Um interno, sobre o motor, e outro na parte traseira do carro, sobre o bocal do tanque de combustível, com direito a cintas de couro para prender uma malinha. O acesso ao motor é feito pela lateral direita do carro, apenas com a retirada de uma tampa que acompanha as linhas do carro. Os para-choques tubulares se sobrepõem aos de chapa e parecem mais estéticos do que funcionais. Em 1957, a BMW lançou o BMW 600, baseado no Isetta, mas um pouco maior, com motor bicilíndrico e com capacidade para transportar quatro passageiros.
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No total, foram fabricados 161.728 BMW Isetta e sua produção foi encerrada em 1962. No Brasil, os Isetta foram produzidos pelas Indústrias Romi S.A., em Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo. Os Romi-Isetta foram os primeiros automóveis a serem fabricados no país entre os anos de 1956 e 1961.
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EMOÇÃO
O BMW Isetta 300, em síntese, é um carro com características muito particulares e com soluções bastante arrojadas para um carro da década de 1950. Talvez deva ser uma das melhores fontes de inspiração para designers de carros urbanos dos dias de hoje. Mesmo com a alavanca de câmbio do lado esquerdo.
Ficha técnica: BMW Isetta 300 Alemanha: 1956-1962
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Motor BMW, monocilíndrico, refrigerado a ar com câmbio de 4 velocidades Velocidade máxima: 84,8 km/h Consumo: 26,7 km/l Autonomia: 350 km Comprimento: 228,09 cm Largura: 137,92 cm Altura: 133,6 cm Bitolas: frente – 119,89 cm, traseira – 51,82 cm Entre-eixos: 147,32 cm Tanque de combustível: 12,87 l Peso: 349,27 kg
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Estar presente aqui, agora
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Para os sentidos,
a perfeição Um papo saboroso com Lucia Faria sobre o comer e as experiências sublimes que este ato pode nos proporcionar Por Paula Diniz | Fotos Eduardo Sardinha
Sozinho, o sabor não basta. Tudo conta para uma experiência gastronômica perfeita: ambiente, iluminação, música, companhia, apresentação do prato (também comemos com os olhos), bebida... Cada detalhe é importante e, acima de todos, o mais indispensável é a alegria do anfitrião em receber seus convidados. Conversei com Lucia em uma tarde de quinta-feira enquanto tomávamos um saboroso café acompanhado de tuile, um biscoito feito de farinha de trigo, farinha de aveia e amêndoas com raspinhas de casca de limão. Receita francesa. Très délicieux!
A Lucia, a Lucia Lucia tem experiência no ramo gastronômico desde 1990, mas sua intimidade com comida vem de muito antes — das brincadeiras de criança na fazenda da família, em Minas Gerais, onde passava férias e finais de semana. Eu brincava de casinha com as filhas das caseiras. A gente corria para horta e pomar, colhia os alimentos, cozinhava, depois punha a mesa. Um dia uma era a mãe, no outro, a filha: ‘Ó, minha filha, vá fazer isso, vá buscar aquilo. Corta assim, faz assado...’ Depois me mudei para São Paulo. Retomei a culinária quando me casei. Morei dois anos nos Estados Unidos, onde voltei a cozinhar pra valer — lá não tem empregada, é preciso pôr a mão na massa. Felizmente, brincadeira de criança a gente não esquece. Nunca fui de entrar na cozinha, mas sempre lia as receitas, interpretava e dava para a cozinheira fazer. Recebia amigos em casa toda semana. Elaborava os cardápios e administrava a cozinha.
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Adora estar cercada de amigos, agradá-los pelo paladar servindo o que mais lhes apetece — um anjo gastronômico, eu diria. O paladar é um sentido bastante aguçado nela. “Comer faz parte de um sonho. Um prato de comida me transporta. Comer é sempre motivo de alegria, de celebrar a vida.” E assim deve ser, o que explica a exigência dessa mineira de Belo Horizonte com o que come e serve.
Querido leitor, acomode-se onde estiver, relaxe o corpo e mente e aprochegue-se. Vou te contar mais sobre essa mulher. O que dá sabor à vida dela pode trazer um gostinho bom para a sua vida também. Afinal, o assunto aqui é comida, e comida é troca, como ela dirá a seguir.
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Lucia chega para a entrevista no Alucci, Alucci, restaurante em São Paulo gerenciado bem de perto por ela, com destreza e afeto. Reparo muito em seu jeito e ao longo da tarde vou confirmando a primeira impressão: Lucia é uma mulher dinâmica, viajada, elegante, cheia de energia e de amigos. Receber pessoas, no restaurante ou em casa, é sua joie de vivre.
PRAZER Prestava atenção nas pessoas que eu convidava e no tipo de comida que elas gostavam. Sempre levei em conta o perfil da pessoa para lhe oferecer um prato. Como você associa o perfil da pessoa ao prato? São pessoas próximas. Observo o que elas comem, do que gostam ou não. Tenho amigos que adoram massa, outros adoram carne. Elaborava receitas baseadas no que sabia que gostavam de comer.
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Muita gente não sabe do que gosta ou o que quer pedir, não tem essa consciência. Dizer que tanto faz comer um peixe ou uma carne, por exemplo, para mim é inconcebível (risos). Sempre sei o que quero comer. Não tenho um prato predileto, mas tenho a predisposição do dia. Sou muito ansiosa, impaciente, voraz, intensa, então adoro carne e caça, são minhas preferências. Mas quando estou mais tranquila e pretendo permanecer nesse estado, escolho um peixe.
Por exemplo, quando vou ao cinema peço pipoca e Coca-Cola. Vivo meu lado adolescente. Jamais vou tomar vinho no cinema. Tudo faz parte de um contexto. Um picolé me remete a infância, quando ia à praia e pegava um picolé no freezer. É totalmente diferente o que sinto quando peço uma casquinha nessas sorveterias italianas sofisticadas e quando vou à padaria tomar um picolé. São vivências totalmente diferentes, e para mim elas vêm com muita intensidade através da comida. Quando vou jantar no Fasano, por exemplo, eu incorporo uma mulher chique, de salto alto, sofisticada, que vai tomar champanhe ou um vinho e comer uma comida requintada. Agora, quando vou a um boteco, sou uma moleca de jeans. Vou tomar caipirinha, dar risada, falar alto, brincar. Enfim, dou vazão aos meus diferentes personagens.
Às vezes sinto saudades da Itália, daí vou para a massa. Para escolher um prato, sinto meu organismo, recordo e junto experiências.Comer é uma experiência sensorial. Eu junto sonhos, ocasiões que vivi e o que comi em cada uma delas. O sabor me faz reconstruir toda experiência, me remete a lembranças de forma muito intensa.
A companhia
Como muitos de nós, Lucia tem várias facetas. Diversas personagens a compõem. É na relação com a comida e bebida que ela se permite incorporar cada uma de suas ”versões”. Conta mais, Lucia.
Janto fora toda noite com meu namorado. Cada vez é uma experiência. Vou desde mocotó até os pratos do Le Jazz, do Fasano. São curtições diferentes e eu gosto de tudo, como de tudo, sem-
Comer é uma troca, por isso gosto de estar sempre acompanhada. Nunca vou a um restaurante sozinha. Nem na minha casa faço uma refeição sozinha, não tenho prazer. Como uma maçã, tomo um milk-shake diet, mas nunca uma refeição.
Tudo começou com o pedido de uma amiga que não tinha noção nenhuma de cozinha. Ela pediu para eu escrever um livrinho de cardápios e receitas. Escrevi, e esse livro foi xerocado por um monte de gente. Assim, em 1998 veio a ideia de escrever o primeiro volume de O banquete dos sentidos. Queria algo além de um livro de receitas comum, que mostrasse o que é comida para mim, o que significa receber, o que representa um prato de comida, uma refeição. A ideia era criar um banquete para satisfazer todos os sentidos. Sinestesia — tem que ter tato, cheiro e beleza para os olhos Uma comida crocante tem que ser crocante, se não, é frustrante. O pão de forma tem que ser fofinho; o pão francês, torradinho. Tem que pegar e sentir, se não, não tem graça, não quero. Adoro cheiro de café, cheiro de bolo assando, mas comida tem que ser bonita também, tem que ser sensorial, atingir os cinco sentidos. De repente eu vejo uma fotografia da Itália e me transporto para lá. Ali estou com um negroni ou um Campari na mão — o que costumo beber na Itália. Eu viajo mesmo, parece que estou lá, e sempre tem comida e bebida no meio, diz Lucia, com um sorriso jovial.
É cada vez menos sensorial. Estão querendo trazer o conceito de slow food, mas basta ver que os restaurantes de Paris decaíram uma barbaridade. Os grandes restaurantes estão vazios. O que faz sucesso hoje é badalação, agito, ver e ser visto, conversar. Acho que as pessoas não prestam mais tanta atenção ao que comem. Hoje em dia comer é motivo de festa. Vejo cada vez mais pessoas dizendo “tanto faz” na hora de escolher um prato. Claro que existem os grupos que apreciam comer muito bem, mas não é a maioria. Percebo que a alta gastronomia e os bistrôs antigos já não são mais tão valorizados. Entre os jovens, os restaurantes que mais fazem sucesso hoje são os japoneses. Poucos valorizam, sequer conhecem, um pato com laranja, um foie gras, um boeuf bourguignon, a comida tradicional francesa antiga, o cassoulet... O ”japonês” tomou conta do mundo, é uma comida leve. Vejo todo mundo gostando de risoto, de uma comida gostosa, corriqueira, em ambiente de festa. O ambiente é que conta. Festa! Festa! Pensei no Alucci, Alucci para ser um ambiente de festa com alta gastronomia. Quis aliar as duas coisas. Depois de muito pesquisar, concluí que era importante manter o foco naquilo que eu gosto para garantir o sucesso do meu restaurante: cardápio, atendimento, iluminação, ambiente, tudo. Assim atraio pessoas com afinidades, que compartilham dos mesmos gostos que eu. Quem vem e sai feliz é o público que mais me dá prazer em atender.
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O banquete dos sentidos
Qual o papel da comida no nosso modo de vida atual?
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pre pensando no que realmente estou com vontade de experimentar naquele momento.
PRAZER São os jovens de espírito que frequentam o restaurante. Essa semana veio uma senhora de 90 anos que chegou já pedindo um dry martini. Sentou e ficou curtindo a música ao vivo até meia-noite. Comeu de tudo. Uma energia fantástica.
o prato demonstra a importância daquela comida para eles. Para os franceses, comer é um ritual. Eles zelam pela qualidade dos ingredientes e não misturam muito os alimentos. Já os brasileiros, no dia a dia, misturam bastante.
Dicas de Lucia para uma recepção perfeita
Sugiro ter poucos alimentos servidos de maneira bonita, organizada, com carinho e cuidado. Até a postura ao sentar-se à mesa e a maneira de levar o alimento à boca influenciam na experiência de comer.
1- Receber com alegria. Quem não gosta de receber não deve receber. Impossível sentir-se bem-vindo na casa de um anfitrião que está tenso, nervoso, preocupado. O convidado deve se sentir muito mais importante para o anfitrião do que o contrário: sem convidados não há festa. Tente relaxar, desfrutar da companhia dos convidados e beber algo com eles.
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2- Bebidas sempre ao alcance das mãos! Assim que o convidado chega, mostro onde estão os copos e as bebidas. Em geral, a primeira taça eu sirvo, faço questão. Depois digo para se servir o quanto quiser, à vontade, e vamos nos divertir!
O japonês também tem enorme respeito com o alimento. Já observou como um sushiman manuseia e guarda os alimentos que sobram antes de fechar o restaurante? É tão bonito. Tudo enroladinho no plástico, cortadinho, as porções separadinhas. Parece até que estão preparando o alimento para servir, mas não, estão organizando para guardar. Sinal de respeito e cuidado.
3- Petiscos leves que não comprometam o apetite para o prato principal.
Todo francês começa as refeições dizendo bon appétit. Já reparou que o garçom, quando vem te entregar o menu, não pergunta o que você deseja; mas qu’est ce qui vous fait plaisir? (O que te dará prazer?). Essa pergunta muda tudo.
Refeição, ritual, respeito
Desejo e prazer
Observando os franceses, percebi a importância de lidar com os alimentos de forma respeitosa.
Desejo não é prazer. Não podemos obedecer os desejos cegamente — nem sempre eles nos dão prazer.
Ao contrário dos americanos em geral, os franceses têm muito cuidado com o prato e seus ingredientes. A forma como acolhem
Quantas vezes você sentiu desejo de devorar um bolo? Talvez o que tenha te segurado foi a consciência de que satisfazer esse
Muita atenção ao que te dá prazer, ao que te cai bem. É preciso ter autoconsciência para escolher uma comida que realmente atenderá todas as suas necessidades e te dará um prazer real. Diga o que comes e te direi quem és A escolha do prato diz muito mais a respeito da pessoa do que uma sessão de terapia ou seu horóscopo no jornal. Difícil um alimento não despertar alguma sensação. Se não desperta, provavelmente a pessoa está distante dela mesma. O modo como uma pessoa vibra comendo, como degusta e encara o alimento, diz muito sobre seu autoconhecimento. Se ela estuda o cardápio ou logo diz: “Ah, tanto faz. Me traz um filé com fritas mesmo”.
A conversa com Lucia terminou. Agradeci o café, a confiança e a gentileza que permearam nossa prosa repleta de histórias, lembranças, sabores. Nos despedimos e partimos. No caminho de volta para casa, me deparo com um pequeno livro, todo sujinho, pisoteado, caído no chão. Me abaixo para ver do que trata: um livro de culinária italiana escrito em italiano com receitas práticas e deliciosas! Imediatamente me lembro da Lucia contando que o jantar dos seus sonhos foi na Itália. Pequenas surpresas da vida, daquelas que alegram o dia a dia da Lucia, o meu, o seu — aposto que sim —, e que só a sincronia explica.
Cassoulet é uma especialidade gastronômica de origem francesa da região de Languedoc-Roussillon. Tem distintas versões, mas é feito basicamente com feijão seco e carne, principalmente o confit d’oie (confit de ganso), confit de canard (confit de pato), salsichas, linguiça, carne de porco e até carne de perdiz ou cordeiro, dependendo da temporada do ano ou da variedade local. (Wikipédia)
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Você pode não ter desejo de correr no parque ou fazer ginástica, mas isso provavelmente te dará um grande prazer depois, aquela sensação de bem-estar.
Para fechar com chave de ouro, uma deliciosa (e intrigante) coincidência
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desejo não te traria prazer e bem-estar depois.
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No vidro, a verdade Por Ana Augusta Rocha | Fotos Gianni Antoniali
Veneza e Murano como destino de magia e arte Veneza talvez seja uma das mais famosas cidades do mundo, sonho e desejo de muitos viajantes. O maior clichê deste destino é representado pela gôndola e seu gondoleiro de camiseta listrada. Como turistas mergulhados no óbvio, lembramos do veículo e seu condutor, mas esquecemos das razões do caminho: as ruas que são feitas de águas, os muitos canais da Laguna di Venezia, que recortam a terra firme e esculpem Veneza, e suas ilhas ao redor, que juntas parecem ter o formato de um golfinho (mais precisamente 177 canais, 400 pontes e 118 ilhas!).
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Talvez porque em algum momento fosse ele também líquido, certamente porque fosse precioso, desenvolveu-se o ali a técnica do vidro com aura de segredos. Veneza e Murano são reconhecidamente os destinos para os que amam a arte do vidro e do cristal, com famílias que há mais de oito séculos perpetuam e aprimoram suas técnicas.
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Sua proximidade com o mar a transformou em um dos maiores portos europeus da Idade Média. Neste porto chegava o mundo: as especiarias da Índia, as sedas, porcelanas e também o vidro produzidos no Oriente.
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A família Seguzo é uma delas. Mário Seguzo, 84 anos e hoje naturalizado brasileiro, sonhou com terras mais firmes e fixou raízes em Poços de Caldas (MG) nos anos 1950, onde fundou a Cristais Cad’doro. São dele estas palavras sobre a magia do vidro: “O vidro é o material mais honesto e sincero que possa existir na Terra. Ele mostra tudo, enquanto os outros — as cerâmicas, os metais — escondem. Muitas vezes defeitos e armadilhas, como bolhas e rachaduras, que colocariam todo um trabalho a perder, estão escondidos numa escultura, numa peça de cerâmica ou bronze... O vidro não faz isso com o artista: vê-se sua essência imediatamente.” O vidro é realmente um material fascinante: conjuga cor e ao mesmo tempo transparência, maleabilidade quando em altas temperaturas e dureza quando frio; possui precisão máxima
enquanto material tecnológico e industrial e ao mesmo tempo torna-se poesia à serviço da arte. Por ser tantas coisas, é um capítulo à parte em qualquer visita que se faça à Veneza e à pequenina Murano. Uma fuga colorida e poética da mesmice dos passeios de gôndolas, entre Lido e Piazza San Marco. Veneza, a partir da ótica do vidro, é ainda mais linda e interessante. E é esse recorte que propomos agora para nossos leitores: incluam os artistas e fábricas de vidro em seus roteiros. A viagem ficará menos óbvia e, claramente, mais artística. Toda uma vida de vidro A arte do vidro se instalou em Veneza desde o século 12, mas já em 1291, depois de alguns incêndios que marcaram a cidade, foi transferida para Murano e abrigada em prédios melhor adaptados a receber o calor das fornalhas, essenciais para a sua
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Venini e Murano Nascida da união de um advogado e um antiquário, a Venini talvez seja hoje a mais famosa vetreria do mundo. Abriu as portas
Nesses mais de noventa anos, a Venini estabeleceu uma marca de excelência, sempre surpreendendo o mercado por seu trabalho junto a grandes designers e arquitetos: de Gio Ponti a Tadao Ando; de Carlos Scarpa aos Irmãos Campana. Uma visita ao site da Venini já é uma aula sobre o vidro no século 20 e um caminho ilustrado para os colecionadores. Estando em Murano, seu museu é de tirar o fôlego, visto como uma das grandes
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Em Murano, composta de sete pequenos corpos insulares interligados por pontes, se respira o vidro. Famílias, como a de Mario Seguzo, trabalham há séculos com a arte do vidro estabelecendo linhagens de artistas inigualáveis. Algumas dessas empresas valem uma demorada visita.
em 1921, com três objetivos ambiciosos: reinterpretar os métodos tradicionais muranenses, abrir-se aos designers e artistas contemporâneos mais expressivos do mundo e aplicar o que havia de mais desenvolvido na indústria vidreira. Tudo isso junto. Poucos anos depois de aberta, passou pela separação dos sócios e pelo estabelecimento da Vetri Soffiati Muranesi Venini & C., que seguiu fielmente os preceitos iniciais sob a batuta de Napoleone Martiuzzi, diretor artístico e um dos mais conhecidos artistas de vidro de sua época.
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modelagem. Nesses tempos, Veneza era em sua maior parte construída de madeira, e os desastres com o fogo não raras vezes faziam perder bairros inteiros, ceifando vidas. Alguns, no entanto, sustentam que a versão correta da história seria que os segredos do desenvolvimento do vidro estariam mais seguros em outro lugar. E assim, realmente ficaram, por séculos…
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maravilhas da região. Segundo o famoso arquiteto Alessandro Mendini, o lugar “contém a calma e o apuro artesanal que continuaram puros e intactos através dos tempos, incorruptíveis pela violação do que é visto como moda, um exemplo e prova do que é a perfeição”. Contato: Murano/ Fondamenta Vetrai, 50 Tel.: +39 041 2737211 / venini@venini.it
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Ars e Murano Pequena e escondida, a vetreria Ars de Murano nos traz uma visão mais acessível, mais didática e não menos poética do vidro. Entramos em sua incrível fábrica como quem descobre um mundo oculto e escaldante. No fundo de uma viela, atrás de um piccolo cancello, um pequeno portão, tudo está ali: as fornalhas, os mestres vidreiros trabalhando, os artistas fazendo suas demandas. Podemos ver, diante de nossos olhos, a arte do vidro ganhar corpo e forma: as bolas de massa de vidro incandescen-
tes que saem das fornalhas, o mestre vidreiro que sopra dentro da comprida cânula e faz a massa se abrir de acordo com sua vontade… A vetreria Ars foi fundada por três profissionais que, desde a infância, trabalhavam com outros mestres em Murano: Roberto Camozzo, Ellio Raffaeli e Renzo Vianello. Na esteira do que alguns praticam em Murano, também a Ars trabalha ligada a artistas e designers importantes da atualidade. É preciso agendamento para fazer uma visita. Contato: ARS MURANO srl - Ramo San Giuseppe, 7 - 30141 info@arsmurano.it
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De volta à Veneza, uma visita à Vetreria Orsoni é imperdível. Especializada em mosaicos de vidro, alguns deles folheados a ouro, a Orsoni está sediada num edifício do ano 1045, no Fondamenta di Cannaregio. Dentro dessas antigas paredes, muitas histórias a contar sobre a arte dos mosaicos, eles mesmos uma marca da arquitetura de Veneza. Ali podemos ver como é realizada a produção e feita a aplicação das pastilhas de vidro, que criam os desenhos. A cor desempenha o papel principal.
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Orsoni e Veneza
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“Enquanto o pintor trabalha com tubos de tinta, compondo os tons desejados para trazer a sua inspiração artística para a vida, e o escultor produz as formas sugeridas por seu gênio na modelagem, o mosaicista sofre de uma restrição inflexível: a luz e sombra só poderão ser trazidos pela composição acurada de cores em pequenos pedaços de vidro nascidos do fogo”, eles filosofam.
O vidro como viagem Estes e outros lugares em Veneza e Murano que dedicam-se ao vidro serão sempre uma opção inesquecível de visita. Pois
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Contato: Sestiere Cannaregio 1045 30121 Venezia Tel.: + 39 0412440002
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Existem até mesmo cursos de especialização por curtos ou longos períodos, e um lindo museu. Fundada em 1880 por Angelo Orsoni, apesar de hoje pertencer a um grande grupo produtor de pastilhas de vidro da Itália, ainda se mantém o nome da família e sua tradição artística. Especialmente impactante é a vista da biblioteca de cores de vidro, onde, em um ambiente de estantes centenárias, mora a alegria de uma paleta de cores que parece não acabar mais.
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o vidro é, em essência, fascinante. Fruto da fusão de materiais simples — os ingredientes básicos na composição do vidro são a sílica ou óxido de silício (SiO2), obtida principalmente da areia branca pura, e álcalis (os principais são o carbonato de sódio, o sulfato de sódio e também a cal extinta). É uma arte que nasce em condições duras e extremas — o fogo a mais de 1.000º C —, e que, pelo sopro divinos dos mestres artesãos, criam peças de grande impacto visual. No mínimo, uma bela metáfora para a vida.
Outros endereços para visita: GLIMPSE of VENICE San Vio, Dorsoduro, 723 info@aglimpseofvenice.com +39 0415225628 www.aglimpseofvenice.com SA.MI. Campo S.Filippo e Giacomo, Castello 4293/A Tel.: +39 0412411187 MURANOVITRUM Frezzeria, San Marco 1229 Tel.: +39 0415206358 www.muranovitrum.com VETRERIA LA FENICE Fondamenta da Mula, 151 Tel.: +39 041739699 www.vetrerialafenice.com
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DOMUS VETRI D’ARTE Fondamenta Vetrai, 82 Tel.: +39 041739215 domusvetri@hotmail.com SEGUSO GIANNI Fondamenta Serenella, 3 Tel.: +39 041739005 www.seguso.it As imagens desta matéria foram produzidas por Gianni Antoniali em Murano e Veneza e gentilmente cedidas pela Cinex. Há um making of desta campanha em: www.nudesignmovies.com/portfolio/item/cinex-as-portas-da-italia/
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imperdíveis Por Patricia Miller
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1Facewatch A cada relógio vendido, uma parte vai como doação para uma importante causa humanitária pelo mundo afora. São 8 causas no total www.1facewatch.com
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Deixar a hora pra depois
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Berlim é 10, Munique também Por Eduardo Petta | Fotos Carol Da Riva A multicultural Berlim é hoje a capital mais cult da Europa. Repleta de museus, galerias e templos gourmets, mesclados a clubes noturnos, festas de guerrilhas e muita arte urbana, Berlim é chique, Berlim é punk, alternativa, criativa. Uma cidade pensada para favorecer o ser humano com transporte público de qualidade, centenas de quilômetros de ciclovias, praças e parques que fazem a alegria de todas as idades.
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É muito difícil encontrar duas cidades dramaticamente tão contrastantes de um mesmo país. A capital da Prússia e da Baviera, unidas sob a bandeira alemã desde 1871, têm diferentes caminhos históricos, demográficos, políticos e econômicos. Diferente geografia, dialeto, gastronomia e até cervejas e salsichas. A rivalidade entre as duas é antiga e seus cidadãos batem
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Munique é o símbolo da riqueza alemã. Séculos de história convivem com prédios futuristas, como o Mundo BMW. Por suas ruas de vitrines elegantes do centro antigo, sobram lojas de grife e museus de vanguarda, entre eles o Alta Pinacoteca. E é uma delícia flanar por suas alamedas sombreadas, bebericar nos jardins das cervejarias famosas e ir aos poucos entregando-se à vida leve dos Müncheners, os primeiros a admitir que a sua “metrópole” é pouco mais do que um Weltdorf, uma aldeia mundo.
DEVANEIO no peito pra dizer qual é a melhor. Fomos até lá conferir essa disputa e listamos aqui 10 vantagens de cada uma para você chegar ao seu próprio veredicto. O nosso? Basta olhar no título para descobrir BERLIM
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1. Alugue uma bike e seja feliz Metrópole onde vivem 4,5 milhões de pessoas, Berlim é plana como Paris e Amsterdã, e muito agradável para ser percorrida de bicicletas. O aluguel custa 12 euros por dia (24 horas) e o trânsito é superseguro. Todos os passeios da lista podem ser feitos de bicicleta, bem-vindas nas estações de trens e metrô, as U-Ban e S-Ban, que funcionam à perfeição.
2. Equilibre-se pelo Muro Em 1961, bloquearam o trânsito em Berlim e o Muro da Vergonha, separando leste e oeste, foi erguido da noite para o dia. Em seus 65 quilômetros vigiados pelo sistema soviético da Alemanha Oriental, havia grades metálicas, cercas elétricas, 302 torres de vigias, cães ferozes e soldados autorizados a matar. Em 9 de novembro de 1989, o Muro foi transformado em ruínas. Mas um quilômetro segue firme, de pé, enquanto os berlinenses, que adoram uma boa polêmica pública, discutem o seu futuro. Uns querem o seu sumiço, para apagar o vexame; outros, mantê-lo vivo, para que as gerações futuras não cometam os mesmos erros. Enquanto ninguém se decide, o Muro serve de tela para muralistas do mundo todo, que aqui deixam seus desenhos traduzidos em euforia, otimismo global, declarações políticas e
Para quem ama museu, Berlim é o nirvana. Tanto que existe uma ilha só para eles, o Museumsinsel, um conjunto de 5 construções reconhecidos pela Unesco, com tesouros de mais de 6 mil anos de história. O mais visitado é o Pergamon Museum, aonde destacam-se dezenas de construções romanas, gregas e babilônica. No Neus Museum, todos as retinas miram o busto da rainha Nefertiti, brilhantemente reconstruído por David Chipperfield. Fora da ilha, é imperdível uma visita ao Museu de História Na-
4. Alegre a criançada Berlim é perfeito para a criançada. Primeiro porque eles podem ir de bike do ponto A ao B para brincar nas milhares, isso mesmo, milhares de praças, que têm sempre parquinhos à disposição. E até no inverno eles dão um jeito: chegam a colocar tanque de areia dentro de um café. Além disso, há dezenas de hotéis e cafés para levar a criançada com área só para elas, com piscina
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3. Mergulhe no oceano de museus
tural, o Naturkunde Museum, principalmente se você viaja com as crianças. Além de uma réplica perfeita do urso-polar Knut, nascido no zoológico da cidade, o museu possui a ossada de 23 metros de comprimento e 12 metros de altura de um Brachiosaurus, além de outros jurássicos menores. Mas essa nem é a melhor parte. Olhando através de um Juraskope (uma espécie de binóculo hípertecnológico), o dino ganha músculos, tecidos, pele e sai andando em frente aos seus olhos, em terceira dimensão, repetindo o comportamento de 150 milhões de anos atrás.
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visões artísticas. Com 106 pinturas, o espaço, conhecido como Eastside Gallery, virou uma verdadeira galeria a céu aberto. E não há quem não se divirta com os clássicos, como o beijo entre o estadista soviético Leonid Brezhnev e o líder da Alemanha Oriental, Erich Honecker, ou o carro Trabant (típico da Alemanha Oriental na época da Cortina de Ferro) estourando o Muro rumo a liberdade, tão aguardada pelo povo.
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de bolinhas ou brinquedos inteligentes. Também não faltam museus focados para crianças, com muitas atividades interativas, como o Kinder Museum, que tem um labirinto fantástico, e a Legolândia, para os fanáticos pelas peças de encaixe mais famosas do mundo.
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5. Escute o silêncio em Tempelhof No meio da cidade, no coração de um de seus bairros mais valorizados, Neukölln, ficava o aeroporto construído por Hitler, o Tempelhof. No início de 2000, os berlinenses cansaram do barulho das aeronaves e pediram o seu fim. Em 2008, o governo os atendeu. As construtoras lamberam os beiços. Mas o povo queria aquele gigante vazio de oito quilômetros quadrados para curtir a vida. O governo não só atendeu de novo, como o está urbanizando para ter lagos, árvores e muitos espaços pensados para a sustentabilidade ambiental da urbe, uma espécie de think tank (algo como um centro de estudos para conhecimentos estratégicos). Enquanto o projeto não começa, o povo aproveita as antigas pistas de decolagem para pedalar, soltar pipas ou meditar. O silêncio durante a semana impressiona: pode-se deitar na grama sem
ninguém ao redor e ouvir absolutamente nada. Uma sensação de calma raramente vivenciada num lugar antes bombardeado pelos decibéis de aviões e a nefasta memória de Hitler. 6. Pinte o sete com os berlinenses Desde que o Muro caiu, em 1989, Berlim se apressa em direção ao futuro — não para esquecer o passado, mas simplesmente para deixá-lo para trás. Na vanguarda desse movimento estão os artistas de rua. Eles foram pioneiros em habitar regiões abandonadas, onde havia liberdade para criar. Áreas como Mitte, Kreuzberg e Friedrichshain contam essa história com seus muros coloridos. Há murais, grafites, stickers, folhetos, cartazes, tags e intervenções em toda parte, que falam na maior parte das vezes sobre o cotidiano do berlinense e já viraram marca registrada da cidade.
O mais famoso deles é o Hasir. Nos anos 1970, um dos cozinheiros teve a ideia de pegar o Döner Kebab, servido em pratos há mais de duzentos anos na Turquia, e colocá-lo no pão. Hoje,
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Kreuzberg, ou Morro da Cruz, coração turco e o centro da cultura alternativa da capital alemã, é hoje, segundo os berlinenses, o In-Viertel, o bairro da moda. Aqui estão as melhores casas noturnas, além dos bares e restaurantes mais badalados.
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7. Viaje por Kreuzberg, o bairro da moda
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a receita pode ser encontrada por toda a Alemanha. Outro ícone é o Max und Moritz, local onde comiam os ferroviários da antiga estação de trem da época em que o restaurante foi fundado. O nome vem do célebre livro de 1865, do alemão Wilhelm Busch (Max und Moritz-Eine Bubengeschichte in sieben Streichen), adaptado no Brasil por Olavo Bilac sob o título Juca e Chico — História de dois meninos em sete travessuras.
tra o lado mais tradicional dos imigrantes. Outra viagem pelo bairro é tomar o “Expresso de Istambul”, como é conhecida a Linha 1 (U1) da malha metroviária de Berlim. Suba na estação Hallesches Tor e desça na Warschauerstrasse, já às margens do rio Spree, que marca o fim da extremidade oriental do bairro. Mas o lugar mais gostoso é mesmo o Gorlitzer Park, com galera e barzinhos em clima de praia, onde só falta a praia.
A diversidade cultural de Kreuzberg está diretamente ligada à história do Muro de Berlim (1961-89). Por conta da divisão, a Alemanha Ocidental ficou sem os trabalhadores do leste e decidiu, a partir dos anos 1960, buscar mão de obra em outra fonte: a Turquia. Ainda hoje, o Türkischer Markt (Mercado Turco) mos-
8. Cante no Mauerpark Sabe aquele mercado de pulgas com um monte de coisas vintage que você vê nos filmes? Pois é, no Mauerpark ele acontece de fato todos os domingos. Sabe um caraoquê, onde todo mundo
Quando a gente fala da Guerra Fria se pensa em armas ou na conquista do espaço. Mas em Berlim é que reparamos como regimes políticos deixam as suas marcas na arquitetura. Socialismo, comunismo, capitalismo, nazismo. Os prédios aqui são manifestos, propaganda, memoriais, campos de batalha com ideologias concorrentes. Os maiores nomes da arquitetura moderna passaram por aqui, gente como Mies van der Rohe, Le Corbusier e Walter Gropius; assim como os da arquitetura contemporânea, como Frank Gehry, Rem Koolhaas, Norman Foster e Richard Rogers. Várias agências fazem passeios guiados pela cidade. É a chance
10. Um café na beira do Lago Antigo campo de caça da realeza prussiana, o Tiergarten está para Berlin, como o Central Park para Nova Iorque, uma mancha verde no coração da cidade. Lotado no verão, solitário entre as neves no inverno, forrado de folhas alaranjadas no outono, o parque é o reduto de ciclistas, namorados e afins. Nos seus dois quilômetros quadrados superarborizados, destacam-se monumento e lagos. O lago mais bonito é sem dúvida o Neun See, onde você pode alugar barcos para levar o seu amor para dar uma volta ou tomar um sorvete no Café Am Neuen See. Se estiver nevando, busque abrigo no Café. Com certeza a lareira estará acesa. Peça um cafezinho, uma torta de maçã e deixe os olhos descansar pela paisagem. Gostou do lago? Existem mais de trezentos em Berlin. Pegue a sua bicicleta e boa viagem!
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9. Transcenda a arquitetura
de entender prédios antigos e modernos, como o Kulturforum, o Portão de Brandemburgo, o Reichstag (Parlamento) e a Berliner Dom (catedral). Mas o mais bacana mesmo é sair dos clichês e andar pelo boêmio bairro de Prenzlauer Berg — uma viagem no tempo pelas fachadas da antiga Berlim Oriental.
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que canta parece recém saído campeão de um show de talentos? Sabe um parque onde todo mundo veste o que quer e toma vinho sob o sol? Bem-vindo ao Mauerpark. Este é o lugar para relaxar com os amigos em meio às flores silvestres de verão, assistir ao pôr do sol, ou pegar um concerto de improviso. Na hora do lanche, aproveite para experimentar o clássico de Berlim: o Currywurst, uma salsicha mergulhada em molho, servido em um prato de papel e feito para ser devorado junto com uma cerveja.
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MUNIQUE
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1. Mate a sede numa Bierhaus Munique também é sinônimo de cerveja, da Oktoberfest e de... Bierhaus. Se você não sabe o que esta última palavra significa, pense em algo como “casa da cerveja”, ou cervejaria, verdadeiros templos devotados ao néctar líquido da cevada ou do trigo. Existem várias em Munique, mas a mais famosa da Alemanha é a Hofbräuhaus, fundada no século 16 pelo duque William V da Bavária — só para o consumo do celebrado líquido. Em 1828, a cervejaria foi aberta ao público. Na Segunda Guerra Mundial, foi destruída num bombardeio, mas reconstruída em 1958. Hoje, é um ambiente animado, com mesas de madeira, sem frescura, e música típica rolando na vitrola sem tréguas. O cardápio é composto de pratos típicos da Bavária, como carne de porco e vários tipos de salsichas. A cerveja é servida em canecão de 1 litro, conhecido como Mass. É um barulho danado lá dentro, primeiro você estranha e depois você entranha e, se bobear, acaba unindo-se aos foliões na cantoria do hino da cervejaria, que é mais ou menos assim: “In München steht ein Hofbräuhaus; eins, zwei, g’suffa!”, algo como: “Em Munique, nós sentamos no Hofbräuhaus; um, dois, nós bebemos!”.
As delícias estão espalhadas pelas tendas. Em uma está o Brezn, o pãozinho tradicional da Baviera, coberto com sal grosso em formato de um laço-coração. Em outra a Brotfrauen, as batatas-fritas alemãs, tamanho XXL. Na do lado, o Brathähnchen, o famoso frango assado. E, agora sim, a barraca do típico Eisbein mit Sauerkraut, o joelho de porco com repolho; do Schweinsbraten mit Knödel, filé de porco assado com bolinhas de massa de pão ou de batata; e ainda o Leberkäse mit Semmel, sanduíche com fatia de presunto de uma polegada. Ah! Tudo bem, você vai querer provar o clássico Bratwurst mit Semmel: cachorro-quente com salsicha alemã, acompanhado de uma cerveja orgânica do dia. Localizado na Marienplatz, no coração do centro antigo de Munique, o Viktualienmarkt é a solução dos seus problemas. Além de todos os pratos típicos, diversas barracas vendem queijos, embutidos, frutas e outros produtos típicos bávaros. Pegue seu lanche, sua cerveja, peça “licença” e sente-se nas mesas compartilhadas. Quer mais? Levante, entre na fila e compre de novo. Aqui não tem garçom, meu querido, e esta é uma instituição de Munique desde 1807.
Munique só não é chamada de Terra das Salsichas por causa das cervejas. Mas são tantas e de tão variadas receitas que fica difícil definir a melhor. A mais bávara com certeza é a Weisswurst, a salsicha branca. Diz a lenda que essa salsicha foi inventada por acaso em 22 de fevereiro de 1857, em Munique, por Joseph Moser, que trabalhava na cozinha de um café local. O rapaz foi enviado ao açougue para comprar intestino de ovelha para fazer a salsicha de vitela tradicional, mas enganou-se e trouxe intestino de porco, impossibilitando a fritura. Com isso, Moser resolveu cozinhar a tal salsicha. O improviso fez o maior sucesso. A Weisswurst é servida no café da manhã com mostarda doce e pretzel, e se você for um bávaro de verdade pedirá uma cerveja para acompanhar! 4. Reencontre a BMW-Brabham de Nelson Piquet Quem ama carros não pode perder o fantástico Museu da BMW. Criado em 1973, o museu, que tem a forma arquitetônica de dois pistões, conta com muita tecnologia a história da marca admi-
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3. Aprenda sobre salsichas
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2. Deleite-se no mercado
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Depois de visitar o Museu BMW e ficar com água na boca, atravesse a rua e descubra o BMW Welt, ou Mundo BMW. Mas, espere, não atravesse ainda. Olhe bem! Você está diante de uma das obras mais futuristas do planeta Terra. Inaugurado em 2007, o complexo de metal e vidro retorcido na forma de um carro gigante, impressiona até quem não gosta de arquitetura, seja brilhando ao sol ou iluminado de noite. O prédio da Bayerische Motoren Werke leva a assinatura do arquiteto austríaco Wolf Prix e é a síntese e a vitrine da eficiência operacional da BMW. A joia da coroa da marca. O local é usado para desfilar veícu-
6. Surfe uma onda Ao chegar na ponte Prinzregentenstrasse, vejo um aglomerado de pessoas olhando para o rio. Jovens trocam a roupa do trabalho por trajes, gorros e botas de neoprene. Um menino segura uma prancha no colo e começa a passar parafina. Depois, corre pela rua, com ela debaixo do braço, descendo pela beirada da ponte. Aproximo-me da multidão na ponte e olho para baixo. Ali está o rio Eisbach, um afluente do rio Isar, que corta a cidade e corre por toda a extensão do Englischer Garten. O rio é raso.
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5. Dirija um BMW
los novos e serve como showroom dos lançamentos. Lá dentro, verdadeiras aulas de como funcionam todos os itens modernos instalados em cada carro, desde airbags, freios computadorizados e controle de tração. A molecada também se diverte: eles podem guiar simuladores, acelerar um motor e aprender sobre direção e comportamento no trânsito. Quem quiser, pode dar o nome e fazer um test-drive com os carros da marca, ou só entrar e sentar dentro deles e subir nas motos. No alto do complexo fica um restaurante elegante e moderno, com longa carta de vinhos. E se você não foi comprar um carro novo, passe ao menos na lojinha e leve uma mochila, guarda-chuva, chaveiro, boné, miniatura... o que você possa imaginar, com o logo da BMW.
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rada em todo o mundo. São cerca de 125 veículos, entre motocicletas e automóveis de corrida e de luxo. Para os brasileiros, um dos momentos mais tocantes da visita é a sala dedicada à Fórmula 1, onde o destaque é a BMW-Brabham BT 52 Turbo, com a qual Nelson Piquet conseguiu o incrível título de 1983 em cima de Alain Prost. O vídeo que mostra a volta do título é emocionante. Mas o mais incrível de todo o museu é sem dúvida a coleção BMW Art Cars, que já dura 35 anos, com mais de 18 máquinas pintadas por gênios como Andy Warhol, Calder, Jenny Holzer e Jeff Koons.
DEVANEIO O que vejo em fila, em ambas as margens, são surfistas vestidos de preto. Uns na margem esquerda, outros na direita, divididas por doze metros. Entre os surfistas, uma onda na altura da cintura quebra perfeita sempre no mesmo lugar. Eles esperam a sua vez.
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Falar de surfe em Munique pode soar tão estranho como falar de frutos do mar em Minas Gerais, mas o esporte tem sido popular aqui há anos. No florescer da década de 1970, uma obra de engenharia fez com que a cidade tivesse seu pedacinho de Califórnia. Os engenheiros projetaram três fileiras de concreto ao longo do fundo do canal, criando uma onda rápida. A vontade de surfar criou o resto. E hoje Munique é famosa como o mais popular ponto de surfe de rio da Europa. 7. Faça um piquenique no Englischer Garten Ele é maior que o Hyde Park de Londres e possui muito mais verde. Tem patos nadando no rio encachoeirado, jardins a perder de vista, lindas alamedas, seiscentos quilômetros de trilhas e outros tantos de ciclovias. Parece que você está no campo, mas basta uma pequena caminhada e lá está o marco zero de
Munique. Assim é o Englischer Garten. Encomendado por Karl Theodor, em 1789, e projetado por Benjamin Thompson, o parque acolhe ciclistas, caminhantes, corredores, crianças e até surfistas. Quando o sol está forte, é comum ver seres engravatados despirem-se, tomarem um banho de sol nuzinhos da silva e depois vestirem-se de novo para a labuta. O principal marco do parque é a Chinesischen Turm, uma torre chinesa de 25 metros. Não pela torre, mas pelo, adivinhe, Biergarten, um grande jardim das cervejas. A moda então é sentar-se na mesa com o seu piquenique trazido de casa e desfrutar. A única exigência é que você compre a cerveja no local. Mas você não vai reclamar, vai? 8. Pire na Pinacoteca A Pinakothek der Moderne Art é a resposta de Munique à Tate Modern. Ela abriga todos os tipos de exposições de ponta, mas a coleção permanente também vale a pena ver, com algumas pinturas de expressionistas alemães como Max Beckmann, Ernst Ludwig Kirchner e August Macke. Projetado por Stephan Braunfels e inaugurado em 2002, o prédio da Pinacoteca possui um pátio que pode ser vistos dos quatro andares, protegido por uma espetacular cúpula em forma de olho, que banha com suave luz
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DEVANEIO natural todas as galerias e paredes. Daí o desejo de designers do mundo todo em expor por aqui. Há obras de Picasso, Klee , Dalí e Kandinsky – todas menos conhecidas. A coleção mais badalada é a que trata do mundo retrô, onde os primeiros Macs da Apple combinam na parede com utensílios das Grandes Guerras, mobílias da década de 1960 e gravadores de carretel. 9. Sacie a gula com os docinhos da Rischart A Rischart é uma rede de padaria espalhada por toda Munique que é um sonho de perdição. A receita campeã, claro, é a Apfelkuchen: a tradicional e melhor torta de maçã do mundo, com opção de cobertura de chantily ou sorvete de creme. Além dos doces, nas vitrines brotam pães de cereais, croissants e outras guloseimas de chorar e pedir por mais.
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10. Celebre a vida com uma Paulaner Depois de todo este tour por Berlim e Munique, nada melhor do que terminar a viagem brindando com a cerveja oficial da Oktoberfest, a clássica Paulaner. Fundada em 1634, a Paulaner segue a lei da pureza de 1516 (a popular Reinheitsgebot), como toda cervejaria alemã. É uma delicia e honra a tradição da cerveja de trigo da região bávara. Talvez o maior destaque
da casa seja a pequena e robusta Paulaner Salvator, mas todas as cervejas da Paulaner são boas. Escolha uma e… saúde! Ou melhor! Prost!
Onde ficar Munique: Rocco Forte Charles Hotel Sophienstrasse 28 Tel. + 49 89544 5550 roccofortecollection.com É um paraíso de cinco estrelas perto do Hauptbahnhof. Berlim: Adina Hotel Platz vor dem Neuen Tor 6 Tel: +49 3020 0032 Bem localizado. É como ficar em casa, num apartamento, com todo conforto do hotel. Ótimo café da manhã e custo benefício perfeito para casais com crianças. Para saber mais: www.visitberlin.de e www.muenchen.de