Animagogia

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ONG Círculo de São Francisco Instituto de Animagogia

Animagogia Educação Espiritual para um Mundo em Regeneração

2015


A ONG Círculo de São Francisco - Instituto de Animagogia - foi criada em 2003 e realiza um programa educativo que visa despertar o Homo spiritualis, o ser humanizado do terceiro milênio, capaz de vivenciar sua experiência encarnatória com habilidade espiritual. Ela mantém também o centro de referência comunitária em tratamentos naturais, integrativos, complementares e populares onde a população é atendida dentro de uma perspectiva holonômica, através do Programa Essência. A ONG integra o Conselho Municipal de Saúde do município de São Carlos e é uma instituição de Utilidade Pública municipal. Em 2015, recebeu menção honrosa da câmara municipal pelo projeto Meditações Integrativas. Círculo de São Francisco - Instituto de Animagogia Rua 9 de Julho, 1380 - salas 15, 19 e 21 e-mail: ongcsf@hotmail.com Curta nossa página no facebook: ongcsf


índice Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05 1 - O que é a Animagogia? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 2 - E qual é o objetivo da Animagogia? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 3 - Se o espírito foi criado puro e perfeito por que precisa encarnar/reencarnar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 4 - E como ocorre a encarnação? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 5 - Então não basta desencarnar para voltar a ser um espírito puro? . . . . 14 6 - E a Animagogia pode ser praticada com os seres humanizados desencarnados? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 7 - E quais são os recursos ou técnicas utilizadas para se praticar a Animagogia com os seres humanizados encarnados? . . . . . . . . . . . . . . . . 16 8 - E o que é o Homo spiritualis? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 9 - E como podemos entender o ego e o Self, segundo a Animagogia? . . . 17 10 - E quais são os pilares teóricos da Animagogia? . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 11 - No aspecto acadêmico, onde entraria a Animagogia? . . . . . . . . . . . . 20 12 - E qual a relação da Animagogia com a Física quântica? . . . . . . . . . . 20 13 - E como a Animagogia foi importante para o surgimento da TVI? . . 21 14 - E por que a Animagogia é uma proposta espiritualista? . . . . . . . . . . 21 15 - Por fim, qual a relação da Animagogia com a Antropolítica do (re)envolvimento humano? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22



Apresentação

A Animagogia é o programa de educação espiritual criado pela ONG Círculo de São Francisco, na cidade de São Carlos, para ajudar a despertar os atributos do Espírito na vida cotidiana. Ela foi sistematizada em 2003, a partir do estudo das principais psicosofias (sabedorias espirituais) e é transreligiosa, ou seja, apesar de respeitá-las, é independente de religiões. É importante enfatizar que, por ter uma fundamentação espiritualista, ela não é uma prática educativa materialista (que parte do pressuposto que apenas a matéria existe e que a consciência nada mais é que o resultado de reações químicas que ocorrem no cérebro) e nem idealista (que parte do pressuposto que apenas a consciência existe e que a matéria não passa de uma projeção mental). Como a maior parte das escolas espiritualistas, a Animagogia também é dualista, ou seja, parte do pressuposto que existe o espírito e existe a matéria. E, esta última, possui uma finalidade divina ou providencial: servir de campo para as provações do Espírito, escolhidas voluntariamente antes da encarnação. O Espírito é o princípio inteligente do universo e a matéria tem origem na energia cósmica universal. O Espírito, portanto, não é energia, mas é quem manipula a energia, em alguns casos com sua força mental e emocional (energia psíquica), em outros com sua força imaginativa e espiritual (energia noética), mas, também, através da ação física, transformando a natureza através do trabalho. 05


A Animagogia, em resumo, tem como meta despertar o Homo spiritualis, o ser humanizado do terceiro milênio. Ao contrário do Homo religiosus e do Homo profanus, ambos estudados por Mircea Eliade1, o Homo spiritualis busca experimentar e viver sua espiritualidade de forma prática e sem a intermediação das religiões, apesar da importância que elas têm na sociedade para consolar e ajudar a superar perdas e fortalecer a resiliência diante das vicissitudes da vida. Porém, ao contrário do Homo religiosus, não vê a ciência como adversária e, ao contrário do Homo profanus, não vê a religião como superstição. Assim, a Animagogia, com seu objetivo de despertar o Homo spiritualis, procura apresentar elementos que ajudem a viver com habilidade espiritual a vida humanizada. Seu campo de atuação é amplo, pois é voltado para oferecer uma nova forma de se (re)envolver com a natureza, com a sociedade, com o corpo físico e, sobretudo, com a alma. A mudança interior (metanoia ou sensibilidade espiritual) é uma consequência direta do fato de se vivenciar o cotidiano através dos atributos do Espírito. A Animagogia considera como constituindo os atributos do Espírito, ou seja, da nossa essência, os seguintes: 1 )a vontade (sobretudo, de se autorrealizar); 2 )o pensamento (sendo o mais profundo a consciência de ser um Espírito eterno vivenciando uma experiência humanizada); 3 )a imaginação simbólica/criatividade; 4 ) a capacidade de amar (sendo o amor universal o nível mais profundo); 5 ) a felicidade incondicional; 6 ) a fé plena (na verdade a fé é humana, pois o Espírito tem certeza da existência de Deus, não precisando, assim, da fé); 7 ) a paciência; 8 ) a equanimidade; 9 ) a paz interior; 10 ) a humildade; 11 ) o livre-arbítrio (o Espírito, gozando de sua consciência plena, escolhe seu gênero de existência) e, finalmente, 12 ) o agir de forma desinteressada (sem esperar nada em troca). Para melhor esclarecer o tema exposto acima, apresentamos 15 questões que frequentemente as pessoas fazem para tentar compreender a Animagogia e diferenciá-la de outras propostas espiritualistas ou religiosas.   1 Historiador das religiões que nasceu em 1907, na Romênia, e faleceu nos EUA, em 1986. Compreendeu a existência de duas modalidades de ser, o Homo religiousus e o Homo profanus. Porém, no século XXI, nota-se um aumento crescente no interesse em buscar uma integração da ciência com a espiritualidade, nascendo uma nova modalidade de ser, que chamamos de Homo spiritualis. Não se trata de uma síntese entre as duas modalidades anteriores, mas uma maneira nova de re-ligar os dois extremos. 06


1 - O que é a Animagogia? Resposta: É um programa de educação espiritual, de cunho universalista e transreligioso, criado em 2003 na ONG Círculo de São Francisco, na cidade de São Carlos. A Animagogia parte do pressuposto que somos Espíritos eternos vivenciando uma experiência humanizada e que a matéria existe de forma relativa, não sendo apenas uma projeção da mente, como afirma o pensamento solipsista que sustenta o idealismo contemporâneo. Para a Animagogia, a matéria existe para o Espírito provar para ele mesmo, e a mais ninguém, que pode ser mais forte que ela, vivenciado sua vida humanizada com habilidade espiritual, ou seja, colocando em prática os atributos do Espírito apresentados na introdução. Isso não significa que a vida esteja determinada ou que seja fatalista. Mas a vida humanizada do Espírito apresenta vicissitudes que estão de acordo com o gênero de existência escolhido antes da encarnação (nascer em um corpo masculino ou feminino, em um país e não em outro, em uma determinada classe social etc.).

2 - E qual é o objetivo da Animagogia? Resposta: Compreendendo que o Espírito em si foi criado puro e perfeito, à imagem e semelhança de Deus, porém, sem experiência de vida e sem sabedoria, ao longo das encarnações o Espírito “evolui” e, ao mesmo tempo, “desperta” seu potencial interior (os talentos já adquiridos ao longo das existências). O objetivo da Animagogia é ajudar nesse processo complementar de “evolução” e “despertar”. O despertar dos atributos do Espírito é um processo que se faz integrando o ego (consciência humanizada ou “eu inferior”) com o Self (consciência humanizada universal ou “eu superior”), permitindo que a sensibilidade crística (onde se “localizam” os atributos do Espírito) “tempere” nossa existência humanizada em todas as dimensões (Biosfera, Psicosrefa e Noosfera). É importante salientar que para a Animagogia não há “Espírito inferior” ou “Espírito superior”, apenas Espírito humanizado mais preso ou liberto do ego. Por isso, todos possuem em sua essência os atributos do Espírito e são capazes de viver sua vida humanizada com habilidade espiritual, assim que os despertam. No Self estão armazenadas as experiências adquiridas em vidas pas07


sadas e mesmo que estas informações não estejam no ego, uma consciência provisória criada para cada nova encarnação, o Self sempre se manifesta na forma de intuição, em sonhos, ou em outras manifestações noéticas. E, mesmo assim, o Espírito sempre é capaz de “evoluir” a cada encarnação, adquirindo mais sabedoria e novas experiências de vida. O símbolo abaixo representa essa relação, onde o círculo azul simboliza o Espírito puro e, o triângulo branco, o Self, a consciência humanizada universal. Por sua vez, o triângulo vermelho, com um dos vértices apontando para baixo, representa o ego.

O ego é uma projeção do Self, pois não há duas ou mais consciências atuando no ser humanizado. O ego é uma parte da consciência que vibra em outra dimensão e com outra frequência, adequada para se viver no estado de vigília. Da mesma forma que a energia elétrica produzida por uma usina precisa passar por transformadores que vão abaixar sua tensão para 110/220 V e entrar em nossas casas, o Self precisa reduzir sua frequência para vivenciarmos nossa humanização, pelo menos, na Terra. Porém, como já salientamos, é necessária a integração do Self e do ego para que se possa despertar os atributos do Espírito, ou seja, nossa sensibilidade crística. Sem essa integração, é praticamente impossível que a vida humanizada seja vivenciada com habilidade espiritual, o principal objetivo da Animagogia. 08


3 - Se o espírito foi criado puro e perfeito por que precisa encarnar/reencarnar? Resposta: Apesar de ter sido criado puro e perfeito, ou seja, feliz, amoroso, pacífico, humilde, equânime etc. o Espírito no momento em que foi criado carece de experiência e de sabedoria, o que se adquire ao longo das encarnações e não somente como ser humanizado. Esta é apenas uma entre as várias fases que o Espírito já passou e ainda vai passar. Por isso, na Animagogia, costumamos dizer que o Espírito não é humano, mas está humanizado. Estamos, atualmente, na fase humanizada do Espírito e nos habilitando para iniciar uma nova: a fase angelical. Assim, estar humanizado é uma fase importante desse aprendizado. E a fase humanizada se caracteriza pelo desabrochar da racionalidade e da intuição, tendo pleno domínio das emoções e das formações mentais. O Espírito, assim, pode estar “evoluindo”, mas também despertando, pois já tem um cabedal de informações, conhecimento e sabedoria acumulado ao longo do tempo. Um preto-velho que se identifica como pai Joaquim de Aruanda costuma usar uma metáfora muito interessante em suas palestras públicas através do médium Firmino José Leite. Ele afirma que o Espírito é como uma lâmpada de 100 W. Deus não teria criado o Espírito “sem luz” e o colocaria para “evoluir” até atingir 100 W. Concordando com essa metáfora, a Animagogia considera que o ego funciona como uma “sujeira” que impede o Espírito de brilhar. Por exemplo, se observarmos três Espíritos diferentes, poderemos nos iludir e acreditar que um deles brilha mais que os outros, passando-nos a falsa impressão de que ele tem mais “luz” que os demais. Porém, essa compreensão é falsa, pois todos apresentam o mesmo quantum de luz, desde sua criação. A diferença no brilho ocorre porque alguns estão exageradamente condicionados às verdades criadas pelo ego, o que faz com que sua luminosidade fique opaca, não brilhe de forma plena. O ego age como uma cortina que impede a luz do Sol de iluminar um determinado ambiente. Por outro lado, aquele que despertou medianamente seus atributos espirituais tem seu brilho mais intenso, mas a sua Luz tem a mesma potência que a do Espírito anterior. Podemos dizer, metaforicamente, que a “lâmpada” daquele que tem pouco brilho se encontra totalmente suja, engordurada, cheia de poeira etc. Por isso, quanto mais o Self se integra ao ego, mais a luz interior se manifesta na vida exterior. E o objetivo da encarnação é justamente aprender a deixar a Luz brilhar em um ambiente (mundo de provas 09


e expiações) cuja essência é o egoísmo e seus derivados (vaidade, orgulho, desejo de poder, busca por fama, competição etc.) e também adquirir mais experiência e sabedoria, ou seja, acumulando mais “talentos” que terão uma grande importância na encarnação posterior. É por isso que muitas escolas espiritualistas, incluindo a Animagogia, acredita que a encarnação na Terra seja uma escola. Ser mais forte que o egoísmo no plano espiritual é muito fácil, por isso que a prova e a aquisição de experiência e de sabedoria acontecem, na fase humanizada, com a encarnação nos chamados “mundos de provas e expiações”. E, quanto mais experiência e sabedoria são adquiridas, mais fácil será vivenciar com habilidade espiritual a vida humanizada do Espírito. Isso permite que muitos seres humanizados e encarnados na Terra consigam vivenciar com amor universal, felicidade incondicional e paz interior toda e qualquer vicissitude, e se tornam exemplos para todos nós. Estes seres já possuem uma “bagagem” construída ao longo de muitas encarnações e, assim, conseguem se sobressair espiritualmente mesmo diante de grandes desafios. A experiência e a sabedoria se manifestam na vida cotidiana e podemos compreender como elas agem, pois, semelhante à experiência de um expert em um jogo de cartas, elas ajudam a “tirar leite de pedra”, como diz a sabedoria popular. Com frequência não vemos uma “mão boa” na mão de um jogador inexperiente não representar nenhuma vantagem? E o contrário? Quantas vezes um jogador experiente, mesmo com uma “mão fraca”, é capaz de vencer uma partida que daríamos como perdida devido à distribuição casual das cartas?

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Assim, simbolicamente, podemos dizer que ao iniciar suas encarnações nos mundos de provas e expiações, na fase humanizada, a sensibilidade espiritual (crística) e o Self (consciência humanizada universal) estão adormecidos e o “patrão” é o ego, como podemos representar na imagem anterior. Mas, ao longo das encarnações, sempre com mais experiência e sabedoria, o Espírito com mais facilidade desperta sua sensibilidade crística e é capaz de utilizar o Self e o ego de uma forma positiva, impedindo que as vicissitudes da vida humanizada, seja ela encarnada ou incorpórea, tirem sua paz interior e sua felicidade. E, além disso, se torna um exemplo para ajudar na “evolução” e no despertar espiritual de outros seres humanizados. Dentro dessa perspectiva, a Animagogia não se fundamenta no pensamento idealista que afirma ser a matéria uma ilusão criada pela mente. A matéria é relativa, mas existe, dificultando a ação do espírito humanizado e encarnado. Assim, ao invés de dizer que o cérebro cria a realidade através da observação, a Animagogia parte do pressuposto que o cérebro é um redutor da Realidade, uma vez que, a terceira (Biosfera) e a quarta dimensão (Psicosrefa) são articuladas e materiais, apesar da nossa impossibilidade (a não ser em circunstâncias especiais) de interagir com a matéria e com os seres incorpóreos presentes naquela dimensão. Em outras palavras, existem outras ondas sonoras, olfativas, auditivas, etc. no Universo, mas que não se transformam em realidade para nós. Um objeto da Psicosrefa (mundo astral) pode estar colocado sobre uma mesa que vibra na Biosfera. Ele influencia energeticamente pessoas e objetos, mas não conseguimos tocá-lo. Em muitos casos é possível “desmaterializá-lo” com a força do pensamento, como acontece nos trabalhos de Apometria.

4 - E como ocorre a encarnação? Resposta: A Animagogia compreende que para encarnar o Espírito que em seu processo evolutivo se encontra na fase humanizada passa pelos seguintes processos: a)Processo de humanização - acontece na dimensão que chamaremos de Noosfera (termo usado pelo psicólogo Willian James, não necessariamente, com esse mesmo sentido). Nesta dimensão “residem” os valores universais humanizados, valores que devem nortear a existência de todos, tanto do bandido e do policial, do terrorista e do humorista ateu, do religioso e do cientista, do homem e da mulher etc. Podemos dizer também que é o cam11


po do “insconsciente coletivo”, conforme conceituação de C G Jung. Essa dimensão é onde vibra o Self (a consciência humanizada universal) e que costuma ser acessada pela intuição ou até mesmo por sonhos. Não se trata de uma esfera racional, mas intuitiva. Por não trabalhar com a linguagem verbal, o acesso se dá através de imagens simbólicas, oníricas e arquetípicas. b) Processo de personalização do ser humanizado - acontece em uma dimensão “abaixo”, com outra vibração, que chamaremos de Psicosrefa. Aqui se encontram os valores relacionados à raça, etnia, gênero etc. que particulariza cada agrupamento humano. É o campo das emoções, racionalizações mentais, desejos etc. Como salientamos, o Espírito puro não é nem um ser humanizado, quanto mais islâmico, europeu, católico, espírita etc. Ele está humanizado para adquirir experiência e sabedoria nessa atual fase de sua existência eterna. E se o Espírito não é um ser humanizado, só podemos considerar que ele está brasileiro, europeu, africano, judeu, muçulmano, espírita, homem, mulher, homossexual, heterossexual, branco, preto, amarelo etc. Tudo isso faz parte apenas de sua personalização (lembrando que a palavra persona significa máscara). c) Processo de encarnação do ser humanizado - acontece na dimensão onde nos encontramos e que chamaremos de Biosfera. Ela possui as vibrações mais densas que formam o chamado mundo material. Somos, portanto, Espíritos eternos vivenciando um processo de humanização e estamos, momentaneamente, agindo na Biosfera como seres humanizados encarnados. A partir do exposto acima, podemos dizer que o Espírito (o princípio inteligente do universo) representa a subjetividade pura. Por outro lado, o ser humanizado encarnado, no outro polo desta linha, vive um processo de subjetividade condicionada. E só é possível se universalizar nos chamados “mundos de provas e expiações” como ainda é a Terra. É aqui que passamos pela “prova” de conseguir ou não despertar os atributos do Espírito (amor, felicidade, paz interior, equanimidade etc.). Como já salientamos, para acontecer esse despertar, é necessário também um processo de integração do Self, nosso “eu superior” que “habita” a dimensão noética (Noosfera), e o ego, a consciência humanizada que é uma projeção invertida do Self e que “habita” as dimensões psicológica e biológica. Nesta última se encontra o lado consciente do ego e, na psicológica, o subconsciente e o inconsciente, da psicanálise. O inconsciente é sempre pessoal e sociocultural (não podendo ser confundido com o inconsciente coletivo que é de fundo universal e que vibra na Noosfera). Na Psicosrefa também se encontram os seres humanizados desencar12


nados ou incorpóreos. A diferença entre eles e nós reside em estar ou não ligado a um corpo físico. Uma analogia para entender essa relação pode ser o programa de TV Big Brother. É como se nós, os seres humanizados encarnados, estivéssemos confinados na “casa” e os seres humanizados desencarnados estivessem do lado de fora observando, mas podendo nos influenciar com pensamentos e sentimentos. Em alguns casos, estes podem se manifestar mais ostensivamente através de pessoas que são chamadas de médiuns, oráculos, pitonisas etc. Após essa reflexão sobre as dimensões, podemos fazer uma comparação com a teosofia. Assim, podemos dizer que na Biosfera vibram o corpo físico e o etérico; na Psicosfera o corpo astral e o mental inferior; na Noosfera o corpo causal e o corpo búdico; e, finalmente, no plano espiritual, o Atma. A ilustração abaixo nos ajuda a compreender melhor essa relação entre as dimensões e os diferentes níveis da consciência humanizada.

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5 - Então não basta desencarnar para voltar a ser um espírito puro? Resposta: Exatamente! Quanto mais o Espírito integrar o ego ao Self durante a encarnação, mais fácil será uma desumanização na dimensão seguinte, após a morte física. Porém, quanto mais forte o vínculo do Espírito humanizado ao ego, ele poderá se tornar um ser humanizado iludido do “lado de lá” e, assim, tornar-se um “obsessor”, ficar em estado de sofrimento ou preso aos vícios (álcool, cigarro, sexo e outros que tinha sobre a Terra) etc. Porém, na Animagogia, não chamamos esses seres de “espíritos”, mas de seres humanizados desencarnados ou incorpóreos. A palavra Espírito é usada apenas para se referir a nossa essência que, como já salientamos, é feliz, amorosa, pacífica, equânime etc. A vida na Psicosfera é apenas um prolongamento da vida na Biosfera. Por exemplo, imagine um Espírito que se humaniza e encarna em um país árabe ou em uma tribo indígena. Ao desencarnar, ele vai continuar se vendo como árabe ou indígena e vai habitar uma “colônia espiritual” onde encontrará outros seres humanizados do mesmo grupo étnico ou religioso. O mesmo acontecerá conosco. Se estamos católicos, espíritas, budistas, ateus etc. vamos “acordar” em colônias afins. Trata-se de um processo de adaptação. Só depois de algum tempo, e de acordo com a experiência e a sabedoria adquirida, vamos começar a nos lembrar das existências pregressas e vamos nos “universalizando”, ou seja, retomando a consciência de ser um Espírito eterno, sem religião, nacionalidade, sexo, etnia, raça etc. O Self que era o nosso “inconsciente coletivo” durante a encarnação, transforma-se na nossa real consciência, agora acrescida com as novas experiências transformadas em sabedoria em nossa última encarnação. Assim, ao despertar para nossa condição universal, somos atraídos vibratoriamente para a Noosfera, onde poderemos planejar a próxima encarnação, escolhendo outro gênero de existência. Em outras palavras, é na Noosfera que “habita” o nosso “corpo causal” (ou “mental superior”). Este é o único veículo consciencial que permanece entre uma encarnação e outra e que preferimos chamar de Self. Mas ele também não é eterno. Ao vencer o mundo de provas e expiações, encerrando a fase humanizada, até o Self terá que ser, finalmente, abandonado. É quando podemos retornar ao mundo espiritual propriamente dito. Porém, ao contrário de quando fomos criados, ao se vencer a prova, o Espírito passa a ter também experiência e sabedoria. Ou seja, é nesse momento que ele se 14


encontra pronto para começar uma nova “etapa evolutiva”: não mais como ser humanizado, mas como ser angelical.

No quadro acima, temos uma representação desse processo evolutivo. Todos fomos criados na Cristosfera (plano espiritual) e “descemos” para começar a jornada evolutiva. Em um primeiro estágio, ao desencarnarmos, atingimos os níveis mais baixos da Psicosfera e voltamos para a Biosfera, em um novo corpo físico. Neste estágio, não estamos em condições de escolher nossos gêneros de existência. A maior parte dos seres humanizados hoje encarnados na Terra esta no terceiro estágio. São Espíritos humanizados capazes de escolher seus gêneros de existência e, alguns, já estão quase encerrando o quarto estágio. Estes, em breve, vão deixar a fase humanizada e iniciar uma nova: desta vez, como seres angelicais.

6 - E a Animagogia pode ser praticada com os seres humanizados desencarnados? Resposta: Sim! Aliás, a Animagogia nasceu em 2003 para ajudar no processo de despertar espiritual desses seres humanizados. Somente, a partir de 2005, que ela passou também a ser utilizada com os seres humanizados encarnados, através da Terapia Vibracional Integrativa (TVI), prática terapêutica que se fundamenta exclusivamente nos princípios animagógicos aqui apresentados. E o principal recurso para fazer a Animagogia com os seres 15


humanizados desencarnados é a Apometria, técnica espiritualista criada por José Lacerda, um médico espírita brasileiro, em meados do século XX. No trabalho animagógico com estes seres que permanecem iludidos habitando a Psicosfera ou mesmo vagando pela Biosfera, enfatizamos sempre que são Espíritos puros e procuramos despertar a consciência do “eu superior” (Self) para que se lembrem do momento em que fizeram suas escolhas e planejaram seu gênero de existência. Libertar-se da persona que viveram na Terra é o objetivo da Animagogia com estes seres e, entre os recursos disponíveis, acreditamos que a Apometria é o que melhor atinge esse objetivo.

7 - E quais são os recursos ou técnicas utilizadas para se ­praticar a Animagogia com os seres humanizados encarnados? Resposta: Como a Animagogia não é uma doutrina, não existem para ela técnicas que podem ser chamadas de “doutrinárias” e “não-doutrinárias”, técnicas que podem e que não podem ser utilizadas. Em tese, qualquer técnica pode ser usada em um trabalho animagógico desde que seu foco passe a ser o despertar do Espírito e não reforçar o ego. Por exemplo, a constelação familiar, de Bert Hellinger, pode reforçar o ego (a consciência humanizada pessoal) ou integrá-lo ao Self (a consciência humanizada universal). Se o segundo caso acontecer, pode ser utilizada em um trabalho animagógico. O mesmo pode ser dito de um trabalho mediúnico. Se este trabalho ajudar no processo de despertar espiritual, de forma que a pessoa consiga viver sua vida humanizada com habilidade espiritual, é uma técnica animagógica. Se ela reforçar ainda mais o ego, não será. O mesmo pode ser dito para qualquer técnica. Em suma, não é a técnica em si que conta, mas o seu enfoque. Uma aula de hatha-yoga, por exemplo, pode reforçar ainda mais o ego, deixando a pessoa ainda mais vaidosa e egoísta, ao invés de despertar sua essência espiritual, que a tornaria mais humilde, mais fraterna etc. Em suma é a intenção que conta para identificar se um trabalho é animagógico ou não.

8 - E o que é o Homo spiritualis? Resposta: Mircea Eliade, um dos principais historiadores da religião, identificou duas formas de ser e agir no palco da vida humanizada: o Homo religiosus e o Homo profanus. Na Animagogia, o ser humanizado que está neste 16


processo de integração do ego com o Self, buscando vivenciar sua vida humanizada com habilidade espiritual, não se confunde nem com um e nem com outro. Assim, esse ser humanizado passou a ser identificado como sendo o Homo spiritualis. Em suma, o Homo spiritualis consegue transcender os limites dogmáticos das religiões e também o ceticismo da ciência contemporânea, vivenciando e experimentando a realidade espiritual sem fanatismo, proselitismo, fuga da realidade etc. Podemos dizer que o Homo spiritualis é uma diferente forma de ser e agir no palco da vida humanizada, integrando espiritualidade e ciência. O ser humanizado que consegue despertar, de forma significativa, os atributos do Espírito em sua vida cotidiana, ou seja, que vivencia sua existência com habilidade espiritual pode ser considerado um Homo spiritualis. Até algumas décadas atrás, quem atingia essa condição ainda na Terra se habilitava para continuar suas encarnações em mundos chamados de superiores. Porém, em tese, com a Terra mudando de estágio, passando a ser um “mundo de regeneração” e não mais de “provas e expiações”, são aqueles que atingiram esse estado que continuarão a reencarnar na Terra.

9 - E como podemos entender o ego e o Self, segundo a Animagogia? Resposta: Na Animagogia a expressão ego é utilizada para identificar a consciência humanizada da personalidade que vivenciamos na Biosfera. O ego é necessário para estabelecermos uma relação com o mundo exterior ou material. Por isso, na Animagogia, não é possível “matar” o ego ou libertar-se dele. Além disso, é importante salientar que, na Animagogia, o mundo material não é uma simples projeção da mente, como afirma o solipsismo, pensamento filosófico predominante no movimento que vem sendo chamado de “misticismo quântico” por legitimar esse posicionamento através de uma interpretação idealista da Física quântica. Voltando ao ego, podemos dizer que ele possui cinco atributos: a relação corporal estabelecida com as formas materiais, a percepção sensorial, as emoções geradas mentalmente a partir destas percepções, as formações mentais criadas a partir das percepções e das emoções e, por fim, a memória, que nos impede de vivenciar nossa experiência humanizada apenas no presente, nos vinculando fortemente ao passado ou nos fazendo idealizar um futuro. O ego em si não é positivo e nem negativo. O que importa é o que fazemos com ele. Se lembrarmos dos ensinamentos de Krishna, presentes na 17


Baghavad Gita, encontramos que o ego é um mau patrão, mas um ótimo servidor. É por isso que, na Animagogia, não consideramos ser necessário (e nem possível) matar o ego, como algumas escolas espiritualistas propõem. Mas ele não é também o mal que deve ser vencido ou exorcizado. Como ele é voltado para o exterior e os mundos de provas e expiações são nutridos pelo egoísmo, o problema é deixar o ego sendo o nosso patrão. Na Animagogia, ele deve ser integrado ao “eu superior”, o Self, que se encontra adormecido e deve ser despertado durante a encarnação. O Self não é ainda o Espírito ou a nossa “consciência espiritual”. Na Animagogia consideramos o Self como a consciência humanizada universal, ou, na linguagem da teosofia, o “mental superior” que se manifesta através do “corpo causal”. O Self registra nossas experiências passadas e é através dele que somos capazes de intuir e compreender a Unidade na diversidade e que somos espíritos eternos vivenciando uma experiência humanizada. Ele se comunica com o ego (mente consciente ou “normal”) através, sobretudo, da intuição e também dos sonhos. Sua comunicação é, frequentemente, simbólica e não verbal. Propostas que buscam despertar o Self sem integrá-lo ao ego podem causar inúmeras psicoses, como acontece com aqueles que buscam nas drogas uma forma de “fugir da realidade”. De outro lado, o ego hipertrofiado leva, fatalmente, ao egoísmo e todas as suas derivações (orgulho, desejo por poder, fama etc.). A integração do Self e do ego é um processo metanoico (de mudança de sensibilidade) necessário para despertar os atributos do Espírito, iluminando os diferentes níveis conscienciais, cada um em sua esfera de atuação. A integração do ego e do Self permite transformar o desejo em vontade, na Biosfera; o conhecimento em sabedoria, na Psicosfera, e despertar a imaginação criativa, na Noosfera. Quando essas “chaves” são ligadas, nossa sensibilidade crística ou espiritual se manifesta em todas essas dimensões existenciais. O quadro a seguir mostra a relação entre o ego (que podemos também chamar de personalidade) e o Self (a individualidade):

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10 - E quais são os pilares teóricos da Animagogia? Resposta: Como salientamos, a Animagogia é uma prática educativa e não uma doutrina. Mas ela tem seus pressupostos. e estes estão presentes em ensinamentos espiritualistas que chamamos de Psicosofias. Seus pressupostos estão presentes na Psicosofia de Lao Tsé, de Buda, de Krishna e de Jesus. E complementam tais pilares básicos, a Psicosofia presente no Evangelho de Tomé, em O livro dos espíritos e também na doutrina da não-violência de Mahatma Gandhi. E podemos dizer também que há muita semelhança, no campo teórico, com a filosofia univérsica criada por Huberto Hohden. E a Animagogia está sempre em construção. Por exemplo, foi somente em 2009 que a Animagogia passou a considerar a reencarnação como um fato, após várias experiências que evidenciaram a existência dela. A metodologia adotada pela Animagogia é experimental, podendo se processar através do contato mediúnico, da projeção astral ou da clarividência. E os ensinamentos podem ser aprofundados ou modificados em encontros regionais ou realizados nacionalmente. 19


11 - No aspecto acadêmico, onde entraria a Animagogia? Resposta: Consideramos a Animagogia no campo dos estudos pósjunguianos. Ela se distingue, por exemplo, da Psicologia Arquetípica de James Hillman, importante para se compreender a dinâmica da Noosfera, assim como da Antropologia do Imaginário, de Gilbert Durand e da Psicologia Transpessoal de S. Grof. Mas, apesar desta distinção, compreende que faz parte da mesma constelação de pesquisas e práticas que podem, de forma geral, serem classificadas como não-cartesianas. A Animagogia pode ser pensada também como um método de pesquisa no âmbito da Ciência das religiões. Sua classificação pode ser utilizada para se fazer pesquisa sobre a animagogia católica, espiritista, umbandista, budista etc. Essa proposta, inclusive, foi apresentada no I congresso lusófono de ciência das religiões que aconteceu na cidade de Lisboa, em maio de 2015.

12 - E qual a relação da Animagogia com a Física quântica? Resposta: A Física quântica estuda a essência da matéria, a organização das partículas e subpartículas atômicas. O conhecimento advindo desta área do saber acadêmico vem sendo utilizado em escala crescente na criação de novas tecnologias. Mas, ao contrário do pensamento solipsista que renasceu nas últimas décadas buscando legitimar-se através de afirmações polêmicas, por exemplo, que a Física quântica comprovou que a mente cria a matéria e a transforma, a Animagogia reconhece o valor da Física quântica para se estudar a matéria e não o Espírito ou a consciência. E, lembrando Jung que afirmava que a energia sentimental e mental não são quantificadas, a Animagogia propõe identificá-las como sendo o qualitum, distinguindo-as do quantum, uma forma de medir as energias descontínuas irradiadas por corpos materiais. Para o pensamento solipsista, a consciência cria a matéria colapsando as ondas e as transformando em partículas. Mas, além dessa perspectiva, temos a concepção de físicos como Capra e outros que confundem o mundo espiritual com o “vazio quântico”. Nessa perspectiva, o Tao, Brahman, a “realidade última” seria essa dimensão concebida pela mente humana. Mas, para a Animagogia, o mundo espiritual está além do “vazio quântico”, sem se confundir com ele. No próprio Tao Te Ching vamos encontrar o ensinamento de que o Tao está além de toda e qualquer concepção humana. 20


13 - E como a Animagogia foi importante para o surgimento da TVI? Resposta: A Terapia Vibracional Integrativa (TVI) é um tratamento bioenergético criado na ONG Círculo de São Francisco, que utiliza meditação, chi kung e imposição das mãos. Ela foi criada para ser utilizada em trabalhos animagógicos. Ao contrário de técnicas similares que se fundamentam em símbolos místicos, em rituais etc., a TVI busca integrar as energias das mais diferentes dimensões para ser utilizadas em tratamentos físicos, mentais e emocionais, buscando ajudar no processo de despertar espiritual. Para ser praticada, exige a vontade, o pensamento elevado, a imaginação criativa e o amor, que formam o qualitum fundamental para o processo terapêutico ocorrer. Podemos dizer que a vontade é uma força típica da Biosfera; o pensamento elevado, da Psicosfera; a imaginação criativa da Noosfera e, o amor universal, canalizado de nossa essência espiritual. Mas é importante salientar que a TVI não pensa a matéria como uma projeção mental e não promete curar todos os problemas físicos, mentais, emocionais e espirituais da humanidade, como outras técnicas prometem. Seu foco, por ser uma prática animagógica, é o despertar dos atributos do Espírito e não a cura física momentânea. Assim, a TVI pode ser pensada como uma terapia complementar aos tratamentos médicos tradicionais ou acadêmicos e que pode ser praticada por pessoas das mais diferentes crenças religiosas. E dentro da perspectiva de difusão da técnica, desde 2003 ela é ensinada de graça em todo o território nacional, já capacitando mais de 3500 pessoas.

14 - E por que a Animagogia é uma proposta espiritualista? Resposta: Existem infinitas teorias que relacionam a consciência e a matéria. Porém, elas vão se encaixar em apenas 4 escolas que podemos identificar como materialista, energista, idealista e espiritualista. As escolas materialistas, que predominam no ambiente acadêmico, partem do pressuposto que a consciência é um epifenômeno da matéria, no caso, do cérebro. Assim, com a decomposição do cérebro, a consciência desaparece. Dentro desse enfoque materialista, Freud, por exemplo, postula que o inconsciente é um epifenômeno da consciência. Por pensar de forma diferente, houve a ruptura deste com Jung, o criador da Psicologia Analítica e que 21


propôs a teoria sobre o inconsciente coletivo. Nas abordagens energistas, a consciência e a matéria se originam no “vazio quântico” e voltam para lá, ciclicamente. Não há, necessariamente, uma individualidade que reencarna. Em suma, não deixa de ser uma visão materialista, porém, não mais mecanicista ou empírica, e sim, racionalista. Por sua vez, as abordagens idealistas vão partir do pressuposto que a matéria não existe, sendo, apenas, uma projeção mental. Entre elas, destacase o solipsismo que afirma a existência apenas do Eu, sendo que, todo o resto, inclusive os demais seres humanos, uma mera projeção da mente. Dentro da corrente idealista temos também os ensinamentos do suposto mestre Ascenso Saint Germain, através da canalizadora norte-americana Elizabeth Clare Prophet, afirmando que, pelo poder da mente, é possível “dormir no corpo de um homem negro africano e acordar no corpo de uma mulher loira alemã”. Ao contrário das três correntes acima, as abordagens espiritualistas que fundamentam várias religiões no Ocidente e no Oriente, partem do pressuposto que a matéria existe, mas é relativa e condicionada ao Espírito. No caso da Animagogia, a matéria é fundamental para as provações escolhidas voluntariamente pelo próprio Espírito para provar, a ele mesmo, que é capaz de ser mais forte que a matéria. Em outras palavras, mais forte que o ego (cujos atributos descrevemos acima). Assim, cada país, com sua cultura e organização política, econômica e social é como uma “quadra esportiva”, com suas marcações adequadas para o jogo que ali se realizará. Dessa forma, ao escolher o gênero de existência e suas respectivas provações, o espírito vai se humanizar e encarnar em um determinado país ou agrupamento étnico de acordo com tais escolhas, pois ali encontrará o cenário mais adequado para vivenciar suas escolhas realizadas antes da encarnação.

15 - Por fim, qual a relação da Animagogia com a Antropolítica do (re)envolvimento humano? Resposta: Em 2003, foram lançadas as primeiras sementes do que seria a Antropolítica do (re)envolvimento humano. Em tese, um movimento educativo e cultural voltado para se recriar a relação do ser humanizado com o seu mundo circundante através de 4 eixos: o (re)envolvimento com a natureza, o (re)envolvimento com a comunidade, o (re)envolvimento com o corpo físico e, por fim, o (re)envolvimento com a alma ou nossa dimensão espiritual. Alguns temas passaram a pautar esse movimento, como a defesa do vegetarianismo, de valorização das culturas 22


tradicionais ou não-modernas, a diversidade religiosa, o parto humanizado etc. Dos 4 eixos, o que a ONG Círculo de São Francisco se “especializou” foi no (re)envolvimento com a alma. É neste contexto que nasceu a Animagogia que completou, em maio de 2015, 12 anos de prática.

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Mas é importante ressaltar sempre que a Animagogia não é uma doutrina religiosa, mas uma prática educativa espiritualista e transreligiosa, bebendo em várias fontes, mas com um único objetivo: integrar o Self e o ego, despertando os atributos espirituais universais (felicidade incondicional, amor universal, paz interior, equanimidade, humildade etc.) de forma que a vida humanizada seja vivenciada com habilidade espiritual. O quadro acima demonstra o campo de ação da antropolítica do (re)envolvimento humano e o papel da Animagogia. Se você se interessou em conhecer melhor a Animagogia, faça contato com a ONG Círculo de São Francisco – Instituto de Animagogia

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