EDITORIAL O jornalista Paiva Netto escreve “O Milênio das Mulheres”
Villas-Bôas Corrêa Memória do Brasil contemporâneo
Lições de
jornalismo
HISTÓRIA Um século de imigração japonesa no Brasil
Myltainho Alma de editor e gênese de repórter
Altay Veloso Valores e crenças do compositor brasileiro
Marcos Caruso Paixão pela arte de atuar no teatro
Amit Goswami O físico indiano fala sobre Ciência e Espiritualidade
Experiências de vida dos jornalistas Cristiana Lôbo e Jorge Moreno a alunos de Comunicação Social
A Boa Vontade TV sela mais uma parceria, agora com a Sky, para oferecer às famílias brasileiras uma programação de qualidade, marca que faz desta a TV da Paz e da Fraternidade Real desde o ano 2000. Leva aos telespectadores programas com enfoque na Educação, Cultura, Esporte, Saúde, Informação, Solidariedade, Meio Ambiente e Cidadania Plena, com Espiritualidade Ecumênica.
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Sumário
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38
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52
68
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6 Editorial O Milênio das Mulheres
10 Cartas, e-mails, livros e registros 17 Opinião Esportiva 18 Comunicação Villas-Bôas Corrêa
24 Samba & História Altay Veloso
28 Perfil Mylton Severiano da Silva EDITORIAL O jornalista Paiva Netto escreve “O Milênio das Mulheres”
Villas-Bôas Corrêa Memória do Brasil contemporâneo
Lições de
jornalismo
HISTÓRIA Um século de imigração japonesa no Brasil
Myltainho Alma de editor e gênese de repórter
Altay Veloso Valores e crenças do compositor brasileiro
Marcos Caruso Paixão pela arte de atuar no teatro
Amit Goswami O físico indiano fala sobre Ciência e Espiritualidade
Experiências de vida dos jornalistas Cristiana Lôbo e Jorge Moreno a alunos de Comunicação Social
33 Utilidade pública 34 Teatro Marcos Caruso
38 Especial — Capa Aula de Jornalismo
47 Acontece créditos das Fotos de Capa: Altay Veloso: Rick Abreu; Amit Goswami: João Preda; Marcos Caruso/Villas-Bôas Corrêa: André Fernandes; Myltainho: Rafael Rezende; Imagem capa: João Preda
| BOA VONTADE
48 Meio ambiente 52 Destaque LBV: Amor e Solidariedade
60 Opinião — Mídia Alternativa 64 Saúde 68 História Os cem anos da imigração japonesa no Brasil
77 Notícias do Sul 78 Ecumenismo Irrestrito 80 Responsabilidade Social 82 Arte na Tela 84 Melhor Idade 89 Cidadania 90 Fórum Mundial Espírito e Ciência, da LBV. Amit Goswami
92 Ação Jovem LBV 94 Pedagogia do Cidadão Ecumênico 96 Soldadinhos de Deus 98 Esporte
Ao leitor
Reflexão de BOA VONTADE A Caridade não é um sentimento de tolos. É uma estratégia de Deus, que estabelece nos corações a condição ideal para que se trabalhe, governe, empresarie, administre, pregue, faça Ciência, elabore a Filosofia e se viva, com espírito de generosidade, a Religião.
Extraído da nova edição do livro Cidadania do Espírito, de autoria do escritor Paiva Netto, lançado pela Editora Elevação.
BOA VONTADE Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica ANO 52 • N
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BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo. Diretor e Editor-responsável: Francisco de Assis Periotto - MTE/DRTE/RJ
19.916 JP
Coordenador Geral: Gerdeilson Botelho Jornalistas Colaboradores Especiais: Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan,
José Carlos Araújo e Mario de Moraes.
Equipe Elevação: Adriane Schirmer, Angélica Beck, Daiane Emerick, Daniel Trevisan,
Danielly Arruda, Débora Verdan, Felipe Tonin, Jaqueline Lemos, Jefferson Rodrigues, João Miguel Neto, Joílson Nogueira, Jully Anne, Karina Sene, Larissa Tonin, Leila Marco, Leilla Tonin, Maria Aparecida da Silva, Mário Augusto Brandão, Natália Lombardi, Neuza Alves, Roberta Assis, Rodrigo de Oliveira, Simone Barreto, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz. Projeto Gráfico: Helen Winkler Impressão: Editora Parma Endereço para correspondência: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050
• São Paulo/SP • Tel.: (11) 3358-6868 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com
A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados.
Família: tema recorrente nesta revista. Está em entrevistas e conteúdos distintos. Logo no Editorial, o escritor Paiva Netto homenageia o gênero feminino no artigo “O Milênio das Mulheres”, pois, segundo ele, pelas mãos delas se alcança a estabilidade do lar e, por conseqüência, do próprio mundo. Em evidência, neste número, entrevistas de cidadãos bem-sucedidos — pessoas que alcançaram notoriedade por seu trabalho e determinação — que destacam a convivência familiar e a influência dela no crescimento pessoal. Foi por essa perspectiva que anotamos frases como a do veterano jornalista Mylton Severiano: “Como é importante ter pais legais”, referindo-se ao primeiro texto seu, publicado por volta dos 9 anos, por incentivo do pai. Outro que ressalta a convivência positiva no lar é o ator Marcos Caruso: “Eu ia muito ao teatro infantil. Minha tia-avó me levava, e isso sempre foi um grande estímulo para que eu descobrisse o meu talento”. O centenário da imigração japonesa no Brasil é tema de reportagem nesta edição. Nela, podem-se ver os motivos que influenciaram essa epopéia e o que representou esse movimento para os cerca de 1,5 milhões de descendentes japoneses nascidos em nosso País. Ainda destacamos a descontraída entrevista com os jornalistas Jorge Bastos Moreno, Cristiana Lôbo e Sílvia Faria que, entre outros temas, falaram da profissão, da comunicação no dia-a-dia e das mudanças na mídia desde o aparecimento da internet. Boa leitura!
Leia na próxima BOA VONTADE!
Já estamos preparando para Você, amigo leitor, a edição no 222. Entre as reportagens, a cobertura completa do aniversário de 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e entrevistas com importantes nomes da área, a exemplo do veterano jornalista Ricardo Kotscho. Além disso, personalidades como o ator Carlos Vereza e o cantor e compositor Juca Chaves expõem seus pontos de vista. Em Abrindo o Coração, o maestro João Carlos Martins conta como a superação de momentos difíceis o elevou ao patamar de um dos maiores pianistas na atualidade. Destaque, ainda, para a reportagem especial enfocando a inclusão de pessoas com deficiência. O próximo número mostrará também que há muita gente preocupada com o Planeta. Exemplo disso é a mobilização que se dá na América Latina com o II Fórum–Feira de Inovações Rede Sociedade Solidária, promovido pela LBV, com suporte da ONU, em que mais de 1.200 organizações da sociedade civil, além de autoridades, trocam receitas de sucesso, para multiplicar práticas e fomentar o desenvolvimento sustentável. BOA VONTADE |
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Editorial
O Milênio das
Mulheres “A Mulher, o lado mais formoso da Humanidade, singulariza o alicerce de todas as grandes realizações. Aquilo que fisicamente nos constitui é gerado em seu ventre (...). Nossos primeiros passos no desenvolvimento da cidadania são por ela guiados, ao nos conduzirem pelas mãos. A estabilidade do mundo começa no coração da criança. Por isso, na LBV praticamos, há tantos anos, a Pedagogia do Afeto.”
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João Preda
que diz respeito à ascensão moral e crescente, ao contrário do que se espiritual, convidei — nas diversas podia antes imaginar, que atinge, oportunidades em que me dirigi ao de maneira muito dura e cruel, as Povo, naqueles dois dias, no Templo mulheres, muito mais do que os da Boa Vontade, na sede do homens. Elas trabalham ParlaMundi da LBV e na em casa e fora de casa e *1 Praça Alziro Zarur , em têm de assistir, de vivafrente ao Conjunto Ecumêvoz, olho no olho, todas as nico da Boa Vontade — os carências de sua família que me privilegiaram com (...). Fica cuidando do seu apreço, em 2000, a dar Heloneida Studart filho doente que não tem boas-vindas ao Milênio das remédio, preocupa-se por Mulheres. não poder dar vitamina às crianças Com atenção assisti, àquela al- e não ter como comprar frutas, vê tura, à entrevista concedida à Boa mais vezes a conta da luz que está Vontade TV pela saudosa escritora atrasada... Heloneida Studart (1932-2007), “A ONU tem uma estatística que dissertou sobre o relevante papel mostrando que a mulher pobre traque elas vêm assumindo no âmbito balha mais que o homem, porque da melhoria da qualidade de vida: atua em várias frentes: no lar, na rua, na empresa, enfim, estão ativas “O feminismo tem sido sempre em grande quantidade de tempo por o mesmo, mas enriquecido de no- dia. Em geral, quando saem para o vas reivindicações. Existe uma ala emprego, já têm duas ou três horas dele, principalmente no Primeiro de serviço executadas no próprio Mundo, que agora está engajada na lar e, ao voltarem para casa, ainda luta contra a pobreza, um fenômeno têm tarefas a cumprir. O aumento
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. É diretorpresidente da LBV.
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uma justa homenagem ao ente humano, que dentre tantas virtudes possui o dom de trazernos à vida, separei trechos do meu livro O Capital de Deus, Editora Elevação. Antes de transcrevê-los, quero destacar que há muitas formas de ser mãe, como escrevi no Correio Braziliense, em 1987: mesmo quando não seja pela feição carnal, porquanto há outras sublimes maneiras de o ser, inclusive dar à luz grandes realizações em prol da Humanidade. Espero que apreciem: É notável a sensibilidade feminina também para com os assuntos transcendentais. Mirando as perspectivas dos próximos anos, em que, por força do instinto de subsistir, as consciências poderão mostrar-se mais fecundas a tudo o
Vista parcial do histórico “Bem-Vindo, Ano 2000!” Em frente ao Conjunto Ecumênico da LBV, em Brasília/DF, ocorreu o grandioso Congresso que contou com a presença, segundo informações oficiais, de cerca de 200 mil pessoas, de todas as partes do Brasil e do Exterior, para saudar a chegada do ano 2000. Sob a liderança de Paiva Netto, o Povo presente reuniu-se pela Paz mundial.
*1 Praça Alziro Zarur — Iniciativa de Paiva Netto que contou com a colaboração do Casal Legionário Noys e Haroldo Rocha, atualmente em Portugal. BOA VONTADE |
Editorial
dos espaços de lazer para elas, com a diminuição da carga trabalhista, é uma reivindicação do chamado novo feminismo”. Touché, cara Heloneida.
A Mulher e a estabilidade do mundo
Não há como impedir — consoante ainda hoje alguns de forma simulada gostariam — a destacada e frutífera participação delas nos vários setores da sociedade para que o progresso alcance pleno êxito em magnífica cruzada de resgate da cidadania, conforme o exposto pela dra. Heloneida. Adesão que naturalmente inclui os que gerenciam as ações político-governamentais, em que é essencial o alento renovador da Espiritualidade Ecumênica, sem o que a eficiência permanecerá aquém dos anseios populares. A Mulher, o lado mais formoso da Humanidade, singulariza o ali-
cerce de todas as grandes realizações. Aquilo que fisicamente nos constitui é gerado em seu ventre (...). Componentes do gênero feminino se traduzem em elemento preponderante para a sobrevivência das boas causas. Organizações estáveis contam com mulheres estáveis. (...) O meu fito aqui é ressaltar quanto é primacial para a evolução humana e a segu rança do mundo a missão da Mulher (...). Nossos primeiros passos no desenvolvimento da cidadania são por ela guiados, ao nos conduzirem pelas mãos. A estabilidade do mundo começa no coração da criança. Por isso, na LBV praticamos, há tantos anos, a Pedagogia do Afeto.
Há muito que aprender com o próximo
Em Globalização do Amor Fraterno*2, mensagem endereçada à ONU, em 2007, ponderei:
Nunca como agora se fez tão indispensável unir os esforços de ambientalistas e seus detratores, como também trabalhadores, empresários, o pessoal da mídia, sindicalistas, políticos, militares, advogados, cientistas, religiosos, céticos, ateus, filósofos, sociólogos, antropólogos, artistas, esportistas, professores, médicos, estudantes, donas de casa, chefes de família, barbeiros, taxistas, varredores de rua e demais segmentos da sociedade, na luta contra a fome e pela conservação da vida no Planeta. O assunto tornou-se dramático, e suas perspectivas, trágicas. Pelos mesmos motivos, urge o fortalecimento de um ecumenismo que supere barreiras, aplaque ódios, promova a troca de experiências que instiguem a criatividade global, corroborando o valor da cooperação sócio-humanitária das parcerias, como, por exemplo, nas cooperativas populares em que as mulheres têm grande desempenho, destaca do o fato de que são frontalmente contra o desperdício. Há muito que aprender uns com os outros. Um roteiro diverso, comprovadamente, é o da violência, da brutalidade, das guerras, que invadiram os lares em todo o orbe. Resumindo: cada vez que suplantarmos arrogância e preconceito, existirá sempre o que absorver de justo e bom com todos os componentes desta ampla “Arca de Noé”, que é o mundo globalizado de hoje. A escritora e filósofa francesa Si mone de Beauvoir (1908-1986) foi feliz ao inspiradamente concluir:
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Simone de Beauvoir
“— Não há uma polegada no meu caminho que não passe pelo caminho do outro”. (...)
O milagre das donas de casa
“— Nenhuma nação poderá surgir à altura de sua glória a menos que as mulheres estejam lado a lado com os governos”.
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Não há melhor financista do que a mãe de família, a dona de casa, que tem de cuidar do seu muitas vezes minúsculo orçamento, realizando verdadeiros milagres, dos quais somos todos testemunha, desde o mais influente ministro da Fazenda ao cidadão mais simples. Sobretudo, no campo da Economia, que não pode ser pega no grave crime de esquecer o espírito de Solidariedade, a ação da Mulher é basilar. Mohammad Ali Jin nah (1876-1948), jurista e político, fundador do Paquistão, em discurso que fez em 1944 na Muslim University Union, Mohammad Ali Jinnah salientou:
da Mulher”, em 2007, na sede das Nações Unidas, em Nova York. O evento sempre tem a presença da LBV, que leva a sua palavra de Paz às delegações do mundo, como ocorreu novamente este ano: O papel da Mulher é tão importante, que, mesmo com todas as obstruções da cultura machista, nenhuma organização que queira sobreviver — seja ela religiosa, política, filosófica, científica, empresarial ou familiar — pode abrir mão de seu apoio. Ora, a Mulher, bafejada pelo Sopro Divino, é a Alma de tudo, é a Alma da Humanidade, é a boa raiz, a base das civilizações. Ai de nós, os homens, se não fossem as mulheres esclarecidas, inspiradas, iluminadas! Estas nossas afirmativas encontram ressonância nas do educador norte-americano Charles McIver (1860-1906), que dizia: “— O caminho mais econômico, fácil e certo para a educação universal é educar as mulheres, aquelas que se tornarão as mães e professoras de gerações futuras”.
Verdade seja dita, homem algum pouco realiza de verdadeiramente A Alma da Charles McIver proveitoso em favor da Humanidade Paz se não contar, de Para finalizar, apresento-lhes um pequeno trecho de outra uma forma ou de outra, com a página — “A Mulher no conSerto*3 inspiração feminina. Realmente, das nações” — que igualmente pois, “se você educar um hoenviei à ONU, em nova oportuni- mem, educa um indivíduo; mas dade, e que foi traduzida por ela se educar uma mulher, educa uma em seus seis idiomas oficiais, por família”. Exato, McIver. (...) ocasião da “51a Sessão do Status
*2 Globalização do Amor Fraterno — Publicada inicialmente em português, francês, inglês e esperanto, a revista foi especialmente enviada por Paiva Netto à reunião do High-Level Segment 2007, do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (Ecosoc) — no qual a LBV possui status consultivo geral —, realizada no Palais des Nations, escritório central da ONU em Genebra (Suíça). Foi recebida com muito entusiasmo pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, quando de sua visita ao estande da Legião da Boa Vontade no evento. O secretário referendou seu apoio à LBV ao assinar a capa da revista e ratificou votos de muito sucesso para todas as ações empreendidas pela Legião da Boa Vontade. *3 A Mulher no conSerto das Nações — Na língua portuguesa, em linhas gerais, conCerto (com cê) significa espetáculo musical, acordo (inclusive político), harmonia. Já conSerto (com ésse) quer dizer reforma, reparo, restauro. Daí Paiva Netto, no início desse seu documento, ter explicado: “Antes de tudo, devo esclarecê-los sobre a palavra ‘conSerto’ grafada com ‘S’ no título deste artigo. Não se trata de erro ou distração no emprego do vocábulo em português. É ‘conSerto’ mesmo, porquanto, da forma que se encontra o mundo a pré-abrasar-se com o aquecimento global, é melhor que os sexos confraternizem, unam forças e realizem o conSerto urgente do que ameaça quebrar-se, porque, do contrário, poderemos acabar nuclear ou climaticamente cozidos numa panela fenomenal: o Planeta que habitamos. (...) Isto sem falar no ameaçador bioterrorismo”. BOA VONTADE |
Cartas, e-mails, livros e registros
Vivian Ribeiro
Daniel Trevisan Trib uTo
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Quero agradecer o correto e sensível tratamento dado pela revista BOA VONTADE à entrevista feita comigo. Vocês foram muito generosos, obrigado. Espero que o meu testemunho possa ter ajudado, em especial aos jovens, para compreender a importância das ações solidárias como as praticadas pela LBV. Em especial, num Brasil que ainda tem uma grande dívida social a ser resgatada. (Ricardo Viveiros, jornalista, escritor e professor, de São Paulo/SP)
A revista BOA VONTADE é graficamente perfeita, muito bemfeita, bem diagramada. O mais importante, além dos assuntos variados, é a quantidade de formadores de opinião que deixam seus depoimentos sobre o trabalho da LBV. (Walter Guedes, secretário de Cultura de Maricá/RJ) Fiquei contente em ler a revista BOA VONTADE. A entrevista com Lya Luft está maravilhosa. Muito obrigada, um abraço a todos. (Conceição Cavalcanti, coordenadora do Programa Leitor do Futuro, do jornal Diário de Per nambuco)
eve to escr Paiv a Net a-lo bos
de Diversida cultural do Brasil
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| BOA VONTADE
Fotos: Viviane Propheta
Profundidade e correta abordagem
O apresentador de TV Gugu Liberato prestigia o lançamento do livro da irmã, Aparecida (D). Na ocasião confraternizaram com Isabel Paes, da LBV.
Guia mostra a influência do primeiro nome na personalidade Isabel Paes A numeróloga Aparecida Liberato e o escritor e diretor de marketing Beto Junqueyra lançaram recentemente, na capital paulista, o livro Diga-me seu nome e direi quem você é. O trabalho é um guia prático que mostra, por meio da Numerologia, a influência que o primeiro nome exerce sobre as atitudes dos indivíduos, como revela também detalhes da personalidade e dos talentos pessoais. Representantes da LBV prestigiaram o evento e foram portadores de um exemplar da obra dedicado ao dirigente da Instituição, José de Paiva Beto Junqueyra Netto. Eis a mensagem dos autores: “Querido Irmão Paiva, com grande alegria lhe escrevo! Abraços e minha admiração. Aparecida Liberato” e “Irmão Paiva, um abraço carinhoso do Beto Junqueyra”. Em entrevista à BOA VONTADE, Aparecida destacou: “Agradeço a presença da Legião da Boa Vontade, sempre nos prestigiando. É maravilhoso! Vocês estão juntos, aqui em São Paulo, em Porto Alegre, não importa. Tenho muito de agradecer às crianças queridas da LBV que, tão gentilmente, fizeram um quadro com a minha foto da campanha [de Natal], à qual eu aderi e sempre vou aderir, porque a LBV faz uma diferença enorme para nós, brasileiros, que precisamos dela e do empenho do Irmão Paiva nessa luta para diminuir no mundo o egoísmo e trazer Amor. Quando eu penso no Irmão Paiva, penso em Amor”. Beto Junqueyra também deixou seu recado: “Paiva Netto, é sempre um privilégio ter o prestígio da LBV. Nós temos um carinho muito grande por vocês. Um grande abraço”. O evento reuniu amigos, artistas e familiares. Na oportunidade, o irmão da numeróloga, o apresentador de TV Augusto Liberato, o Gugu, esteve no lançamento e cumprimentou com simpatia os representantes da LBV.
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O jornal Gazeta do Araripe sente-se honrado em veicular, nas versões on-line e impressa, os valiosos artigos de Paiva Netto e as campanhas da Legião da Boa Vontade. Desde que colocamos no jornal a participação da LBV, nós nos sentimos mais maduros e com a certeza de levar aos nossos leitores e internautas uma melhor leitura e padrão de qualidade. Apesar dos 32 anos militando no rádio e no jornal, ainda tenho muito que aprender, mas pelo menos já aprendi com o dirigente da LBV quão importante é ter no coração a presença do Cristo Ecumênico. (Izaurino Paes Brasil, jornalista, de Ouricuri/PE)
Cida Linares
MaU RICI
REGISTRO Moacir Japiassu, Chico Pinheiro (E) e Paiva Netto (C), durante a entrega do Prêmio Cláudio Abramo, há alguns anos, promovido pelo veterano Japi. Perfil O bem-hu
Japiassu escreve à redação
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jornalis mo, aos quais e falou dos projetos a exemp se dedica atualme “Quando lo da famosa nte, “Jornal estava no da coluna Nordeste — é que www.co ImprenÇa” (no aí num instante hoje estou muniqu e-se.com portal eles se resolver que, com com vieram cabelo todo .br), em para cá am; branco e não e eu vim os erros o uso da sátira, essa a aventur de gramáti junto. Foi critica dá para ver a! textos jornalís ca e estilo —, dos ticos, se canal cabelo vermelh tinha um BV — Logo um meio fazendo deso. para os de aprendi foi a adaptaç que chegou ruivo mesmo. Eu era aspiran tes à profissã zado ão? Algum , como graçado (...) Um fato en? o. dia, estou BOA VONTA Japias numa su — DE começa nunca de trem para estação r falando — Podem os aconte Não, comigo voltar para Nordes gorosamente ceram fatos te, ainda de sua vida no o interior engraçados, rifoi a mudanç menino e, sempre na hora que . Como tragicô a do mas saí de um Região micos Na verdade Sudeste sertão para a bar onde (risos) ? . tinha fatos mais , aconteceram Moacir tomado um lá no Nordes esses refrigerante, ter uma Japiassu — Para que no Sudeste idéia dessa você uma senhora ela foi tão , porque te do mais aberto, aventu ra, agarrou a mais evoluíd aqui é hoje não traumatizante criancinha cosmop que até olita. Quando o, mais e disse: ‘Ai Eu estou me recuperei Nordes Nossa Senhora, (risos). estava no te fora da é o diabo’. nasci, desde Paraíba com cabelo— é que hoje , era uma criança, E eu todo branco estou Quer dizer, dezembro de onde dá para 1956. ver e não agora em estará vermelho. —, tinha um revoltadíssimo.” fiquei dezemb fazend cabelo ro Eu era o 51 anos. pai (Severi E você Meu já pensou ruivo mesmo. no Lins funcion Nordes Falcão) ser ruivo ário te? era incluíd no mento Nacionpúblico do Departa tosa. Por É uma coisa a no chamad espanonde andava al de Obras - das as Secas uma o polígon secas — Contra (Dnocs o estou atenção danada , chamava para desenv ) e, em chefe dele, vários projetos . Um 1956, numa olver , novos foi convid em João Pessoa/ o ele, que voltar para estação de trem dia, açudes. ado a comand PB, Martin se chamav para o interior escritó a dr. ManueE que saí rio no e, s ar de na um meu Athayd hora l tomado de um bar norte — afinal, e, essa regiãode Minas velho,pai e que gostava amigo de um refrige onde tinha padece rante, muito do senhora agarrou convido também muito com uma u-o Claros/ as secas MG, que a vir a Montes disse: “Ai Nossa a criancinha e está e era sede jeto. O Senhor velho do pro- diabo”. E eu era uma a, é o do, porque ficou meio assusta- fiquei revolta é sertanej díssimo criança, dessas aventur o, tem medo . tentou dizer as repentin BV — Você as. versou com não, mas antes Ele ca cosmop destaca a caracte conolita da rístio dr. Athaydea minha mãe: “Neusa te, mas hoje resideRegião Sudesme fez esse , olhe só em um que convite, Por que fazer essa escolha sítio. disse: “Não absurdo!” Aí Japiass a velha tem esse absurdo guinte: essau — O negócio ? negócio , não! é o semudanç velho tomou Vamos, sim!” de assim Japiassu e que cheguei a não foi feita aquele O durante sua esposa, Marcia minha . Eu me visita à mãe mandav susto. Como para lá há cinco Lobo, Escola da mudei anos. em casa LBV, em boa parte a realmen — 1995. da vida aqui Então, passei te na assim: quemcasa de cabra verdade macho , cheguei nesta Região; manda é a mulher é Paulo, para em —, era você ter 1970 a São uma idéia. jornalista veterano Já , com uns 10
“Que maravilhosa surpresa!!! Este velho sertanejo não merece tudo isso! Ficou excelente o papo com U Rodrigo de Oliveira nas páginas de uma revista muito bonita e bem-editada. Meus cumprimentos ao nosso amigo Paiva Netto e ao editor da BOA VONReprodução TADE, Francisco Periotto, além de toda a equipe. A revista de parte da está muito bem escrita (Janistraquis, lupa em punho, andou reportagem publicada a perscrutar...), com ótimas reportagens, e cobriu com grande na edição competência o Salão do Jornalista Escritor. Parabéns a todos! no 220 da Recebam o grande abraço do Japi. Marcia envia um jacá de revista BOA beijos.” (Moacir Japiassu, jornalista, Cunha/SP) VONTADE. Janistra
e boas
quis
história
m descon papo de traído bategem sobre 30 minuto Rodrigo com o o evento Oliveira s falou veteran na página Fotos: Daniel à nossa lista Moacir o jornaTrevisan equipe sobre 71), exclam signific que tirou Japiass a ouvir ou, referind aquilo boas história u 65 anos de melhor no garantia o-se auge dos cional objeto de de uma sem as ao tradivida sadas com aprender e dar s e a jornalis lentes boas rimo, profissã dedicada ao o qual sempre elas. E não ferente apaixon se apresen com comple o pela qual foi nada nesta entrevis mentou di- irmão. ou graças ao Antes de : “Os óculosta. E ta exclusiv incentiv se de mentira o do esqueci , mas, são intelect levar sua colabor a. de fato, A entrevis ual . É que não os ta nem mesmo Jornalis ao I Salão Nacion ação começa para dar vista à ta Escritor do a ser Legião al do entreda Boa gravada havia preciso nalista (veja reportalogo eo usar óculos Vontade é meus óculosdisparou: “Esquejor- não de | BOA de verdade VONTADE mentira ci de entrevi , ”. Narrou sta!”, fatos de pessoa sua história l, como a incursã o no
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, ova York es Unidas/N das Naçõ Metas do Milênio. sentante s Oito doroff, repre setoriais pela ele Billant-Fe oficinas inter ove Dra. Mich stras da a LBV prom iação e pale , ONU/Brasil, Com aval UNIC-Rio do o e o apoi
O famoso compositor e humorista Juca Chaves, ao visitar recentemente a sede da Boa Vontade TV, em São Paulo/SP, ressaltou o prazer que tem de colaborar com a LBV, tendo em vista a seriedade do trabalho que ela realiza: “Não sou religioso, mas penso que a vida, com Boa Vontade, abre caminhos para o mundo. Não existe Paz se não houver Boa Vontade. (...) Gosto do Paiva Netto porque ele faz muito para muitas crianças. Que ele continue concedendo alegria a todas essas crianças que cantaram para mim hoje. Que eu seja sempre útil à LBV naquilo que puder”.
Rosevalte
Estou impressionado com a qualidade da revista. Gostei bastante da entrevista com o jornalista Ricardo Boechat. Muito interessante! Coisas que eu não sabia a respeito desse profissional passei a conhecer. A BOA VONTADE, quando busca uma personagem ou personalidade, tem-se aprofundado na vida e nas ações i fu dessa pessoa, e “Sempre muitos desses entrevistados são espelho para o leitor. É o que falta para o jornalismo de revista no Brasil. O conteúdo dela é importantíssimo, não se restringe a um só tema, abre um leque para informar assuntos da LBV, como os nacionais e internacionais. (Beto Lago, jornalista da Federação Pernambucana de Futebol, de Recife/PE)
Elias Paulo
Padrão de qualidade
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Cartas, e-mails, livros e registros
A próxima edição da BOA VONTADE traz entrevista com Gervásio Baptista (foto 1), considerado o decano do fotojornalismo brasileiro. Ao longo de mais de meio século de trabalho, conseguiu capturar a imagem de estadistas e personalidades como: John F. Kennedy, Richard Nixon, Juan Domingo Perón, Charles de Gaulle, Che Guevara, Fidel Cas tro, além de ter fotografado todos os presidentes brasileiros desde Getúlio Vargas. Parte de seu trabalho está na exposição “Gervásio Baptista: 50 anos de Fotografia”, que está no Supremo Tribunal Federal (STF), até o dia 18 de abril. Nessa mostra do fotógrafo, há também algumas manifestações de figuras destacadas da sociedade acerca de seu trabalho, como esta
Fotos: João Preda
Gervásio Baptista: Decano do fotojornalismo
1 do diretor-presidente da LBV (foto 2): “Num momento de descontração, há mais de trinta anos, falei ao meu velho amigo Gervásio Baptista: Gervásio, Você é uma figura tão influente neste País e faz tamanha parte de nossa história, que, quando Pedro Álvares Cabral desembarcou por estas bandas, já se encontrava
2 na praia para fotografá-lo. “Saudações, estimado companheiro, pelos seus mais de 50 anos de fotojornalismo!” Ao ler a frase, Gervásio simpaticamente afirmou: “Coloque o texto do Paiva Netto aqui, bem na entrada. Ele merece o melhor lugar desta exposição”.
Artista plástico Angel Irrazabal enaltece trabalho da LBV Lucas Alvares
Lucas Alvares
O renomado artista plástico uruguaio Angel Irrazabal e sua simpática esposa, sra. Ana Gomes de Almeida, receberam em sua casa, em Juiz de Fora/MG, os representantes da LBV. 12
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Na ocasião, relembraram a homenagem que o artista fez ao líder da Instituição, há alguns anos, no Templo da Boa Vontade (TBV), quando o presenteou com uma belíssima pintura de seu retrato. “Tive a oportunidade de conhecer o Templo da Boa Vontade, que é maravilhoso, um lugar repleto de Paz e importante para a promoção da cultura de nosso País através da grande e moderna Galeria de Arte. Resolvi fazer um retrato de Paiva Netto em quadro como forma de agradecimento, não só por mim, mas por toda a Humanidade, homenagean do-o com o que melhor sei fazer, de maneira sincera e humilde. Desejo
“Retrato de Paiva Netto” (2000), 100x80 cm, óleo sobre tela, de Angel Irrazabal.
que ele continue sempre adiante com a LBV e em tudo que faz.” Angel tem atualmente 76 anos e muita disposição, recebendo encomendas de pinturas, vindas de todo o Brasil. Entre as pessoas retratadas, figuram grandes personalidades mundiais.
Nilton Preda
Simone Barreto
Pepita Rodriguez há muitos anos divide seu tempo entre o teatro, a pintura, a literatura e a criação dos filhos. Recentemente, a atriz e também apresentadora de TV ainda encontrou espaço na agenda para se dedicar à arte culinária, fruto de sua experiência com os amigos, eternizada no livro A arte de cozinhar entre amigos. O título foi lançado, em noite de autógrafos da autora, na capital fluminense, em 22 de janeiro, reunindo amigos e fãs. Na obra, Pepita nos convida a conhecer sua cozinha e narra situa ções vividas por ela em família e com personalidades, como Nelson Freire, Zico, Luiza Brunet e Ri cardo Amaral. Durante o lançamento, ela autografou um exemplar do livro ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, com a seguinte dedicatória: “Meu muito querido José de Paiva Netto, olha aqui meus amores rechea dos de alquimias. Beijos do meu coração. Pepita Rodriguez”.
Templo da Boa Vontade e ParlaMundi da LBV — SGAS 915, lotes 75/76. Tel.: (61) 3245-1070 — Brasília/DF
Glória Pires e Orlando Morais visitam o Templo da LBV
Simone Barros
A atriz Glória Pires e o marido, o cantor e compositor Orlando Morais, viveram momentos de interiorização no Templo da Boa Vontade (TBV), o Templo da Paz, na capital federal. Por sugestão de amigos, o casal decidiu visitar o Templo no fim de 2007. “Tivemos vontade de vir conhecer e foi ótimo, bonito, uma energia muito boa!”, comenta Glória. Para a atriz, a proposta ecumê nica do TBV, a Pirâmide das Almas Benditas, representa “o futuro: a convivência pacífica entre as religiões, entre os povos; isso é que a gente deve buscar”. Ela ainda recomendou a quem puder que vá visitar o monumento. Por sua vez, Orlando não escondeu a forte impressão que lhe causou o local, dizendo-se satisfeito de saber que existe em Brasília um lugar tão sublime como esse,
Rafaela Fernandes
Divulgação
Pepita Rodriguez cozinhando entre amigos
Glória, ao lado do marido, na Nave do Templo da Paz, com os exemplares das revistas BOA VONTADE e Globalização do Amor Fraterno.
vizinho de Goiânia, sua terra natal. Segundo ele, foi uma ótima opção para encerrar o ano, classificando a experiência como “um momento de interiorização total”. BOA VONTADE |
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Cartas, e-mails, livros e registros
Fotos: André Fernandes
Centenário da Associação Brasileira de Imprensa
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Na próxima edição da BOA VONTADE, acompanhe a reportagem completa sobre os principais eventos que marcaram os festejos dos 100 anos da Casa do Jornalista (1908-2008), a exemplo do que ocorreu no Theatro Municipal (1), onde se reuniu um seleto público, recebido, na oportunidade, pelo presidente da ABI e anfitrião da festa, o jornalista Maurício Azêdo (2). Na ocasião, o vice-presidente do Brasil, José Alencar, representou o presidente Lula. O evento contou com a apresentação da Orquestra Petrobras Sinfônica, sob a regência do maestro Isaac Karabtchevsky (3), e show do cantor 4 e compositor Paulinho da Viola (4).
P e d a g o g i a d o C i d a d ã o Ec u m ê n i c o
Comprometimento com o futuro
Rosângela Guedes
De Londrina/PR, a leitora da revista BOA VONTADE Denise Sales dos Santos, pós-graduada em Língua Portuguesa pela Universidade Norte do Paraná, escreve à redação, destacando trecho do discurso do jornalista e escritor José de Paiva Netto ao corpo docente do Instituto de Educação da Legião da Boa Vontade, na capital paulista, em que o autor pondera sobre a qualificação pela qual crianças e jovens devem se preparar para o ingresso no mercado de trabalho. A respeito do texto publicado na página 4 da edição no 220 da revista (de discurso proferido originalmente em 1999), comenta Denise: “Lendo a BOA VONTADE, me surpreendi com a matéria que traz as palavras do presidente das Instituições da Boa Vontade, José de Paiva Netto, dirigidas ao corpo docente do belíssimo Instituto de Educação da LBV. Como educadora, não poderia deixar de expressar quanto nossa formação seria melhor se tivéssemos 14
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em nossas escolas, faculdades e secretarias de Educação um projeto pedagógico de tamanha força e comprometimento. “Paiva Netto, além de nos mostrar a importância de trabalhar com a alma e o coração, ou seja, a Espiritualidade ligada à sabedoria, deixa claro o papel que temos na vida da sociedade e que depende de nós, professores, essa formação qualificada e eficaz. E mais: verifiquei que esse discurso foi publicado em vários idiomas, um deles o Esperanto, uma língua universal, neutra e internacional, que surgiu não para substituir outra língua, mas para somar. “Conhecendo a Legião da Boa Vontade em Londrina/PR, constatei que a LBV é assim, ou seja, uma soma de valores, culturas, crenças, ideologias. Uma soma à Humanidade. Coincidência? Acredito que não. Visão de um grande homem e uma grande Obra presentes neste Planeta”.
Ao Coração de Deus
F O R T A L E Z A / C E
Diretoria da Provider encanta-se com a LBV Leontina Maciel
O livro Ao Coração de Deus — Coletânea Ecumênica de Orações (versão pocket) está disponível nas principais livrarias do País ou pelo Clube Cultura de Paz: 0800 77 07 940.
Leontina Maciel
Divulgação
O respeitado jornalista Moa cir Benvenutti destacou em sua coluna do jornal A Notícia, de Joinville/SC, um dos mais recentes lançamentos da Editora Elevação. Escreve Moacir: “O diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV), José de Paiva Netto, está lançando Ao Coração de Deus — Coletânea Ecumênica de Orações, dirigida para quem quer melhorar a auto-estima e renovar energias por meio da oração. Segundo os editores, é ‘essencial para todos aqueles que acreditam que, por intermédio da prece, pode-se alcançar uma força poderosa, não só para atender às necessidades materiais de nossas vidas, mas também para acalentar o coração e a alma de todos’. São 50 orações das mais diversas tradições religiosas, que expressam as diferentes maneiras de vivenciar a fé”.
O presidente da Provider, sr. Arnaldo Haimenes (E), o sr. Vicente Ximenes, supervisor, e o sr. Wilson Matias, gerente, entre as crianças da LBV.
Largos sorrisos e músicas, na voz das crianças do Coral Ecumênico Infantil LBV, atendidas pela Instituição, na capital cearense, deram as boas-vindas à diretoria da Provider Ltda., que visitou o Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade, no dia 13 de fevereiro. O presidente da empresa, sr. Arnaldo Haimenes, encantou-se com as crianças. “Assistimos a uma apresentação maravilhosa. Nós, da Provider, estamos muito satisfeitos em ajudar uma Entidade como a LBV, que preza por um aspecto fundamental: a Cidadania. Formar o cidadão é um trabalho fenomenal que a LBV
realiza. (...) Hoje vi e senti o aprendizado de se formar um Cidadão Ecumênico. Essa missão está presente nesta Casa”, disse. O sr. Wilson Matias, gerente da filial da Provider no Ceará, também agradeceu, afirmando seu apoio à Instituição: “Quando for possível, a Provider estará presente participando em parceria com a LBV”. Nesse sentido, o supervisor de qualidade da empresa, sr. Vicente Ximenes, também destacou: “Estamos à disposição em contribuir para o crescimento do trabalho desenvolvido pela Legião da Boa Vontade”.
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Isabella Schultz Ekstein Mota Santana é ganhadora da promoção cadeira de rodas “Sua história vale um sonho”.
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Realidade só no
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Opinião Esportiva Coluna do Garotinho
Campeonato Brasileiro José Carlos Araújo
Arquivo pessoal
especial para a BOA VONTADE
José Carlos Araújo, comunicador da Rádio Globo do Rio de Janeiro
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s principais clubes do País se reforçaram. Buscaram o que podiam ter de melhor. Na maioria das vezes, as contratações não foram aquelas sonhadas pelos torcedores, mas as que as finanças permitiram. Por isso mesmo, os times são vistos com desconfiança. Há exceções, como o Fluminense, que se reforçou com Dodô, Leandro Amaral, Washington, Dario Conca e outros. Ou mesmo o São Paulo, que fez a mais importante contratação do futebol brasileiro: Adriano. No entanto, outros grandes clubes só vão ter a força avaliada de verdade no Campeonato Bra-
sileiro, quando terão pela frente equipes tradicionalmente fortes e competitivas. Que ninguém chegue ao campeonato nacional iludido, pois só os competentes sobreviverão. Os campeonatos estaduais são importantes. Têm tradição e muito charme. Todos os clubes querem conquistar o campeonato de seu Estado, porque há rivalidade até secular em jogo. O título estadual é uma ambição de todos e uma cobrança dos torcedores. No entanto, a qualidade dos participantes, na maioria dos estaduais, é discutível. E, quando os adversários são fracos, os grandes acabam iludidos. Podem não ter formado equipes tão fortes quanto pensam para o restante do ano. Com certeza, isso não acontece em São Paulo. Mas fica evidente em Minas, no Rio Grande do Sul e em outras grandes praças, especialmente no Rio de Janeiro, onde o Estadual tem um regulamento inteiramente a favor dos grandes clubes.
No Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, houve um acordo: os clubes menores abriram mão do direito de jogar contra os grandes clubes em seus estádios. Mediante uma compensação financeira, aceitaram enfrentar os grandes clubes cariocas somente no Maracanã, em São Januário ou no Engenhão. Com isso, praticamente desistiram de lutar por vagas nas fases decisivas do campeonato, porque se tornaram presas fáceis no campo dos adversários. Uma fórmula em que todos são enganados: os pequenos, que trocam suas chances por dinheiro; os grandes, que não conseguem medir o tamanho de sua força; e os torcedores, que acabam iludidos. As conseqüências surgem quando disputam a Taça Libertadores da América e o Campeonato Brasileiro. Aí, sim, é a hora da verdade, quando quem tem competência vai em frente e quem não tem sucumbe. É eliminado, no caso da Libertadores, ou corre o risco de rebaixamento no Brasileiro. BOA VONTADE |
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Comunicação Villas-Bôas Corrêa
“(...) Nunca fui boêmio, não tive tempo. (...) Trabalhava demais. Como é que seria boêmio se saía de casa às sete da manhã, voltava para almoçar e emendava até as duas, três da manhã?” 18
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Memória do Brasil contemporâneo Villas-Bôas Corrêa e os felizes 60 anos de jornalismo Rodrigo de Oliveira e Simone Barreto
ca: completa seis décadas de trabalho no próximo 27 de outubro. No trato diário com o noticiário político, diz que sempre procura a isenção no que escreve, a ponto de jamais ter declarado voto, ou ter-se filiado a qualquer partido. A fim de garantir o requisito, para ele, fundamental em sua atividade: a credibilidade como Marco Rodrigues
A
oportunidade de conversar com um dos ícones do jornalismo político em atividade no Brasil é uma experiência única. Afinal, como o próprio Luiz Antonio Villas-Bôas Corrêa gosta de lembrar, “talvez seja o último sobrevivente da geração que cunhou o modelo de reportagem política que ainda hoje se pratica”. Villas-Bôas Corrêa, como ficou conhecido esse carioca nascido no bairro da Tijuca, ingressou no jornalismo dois anos após a promulgação da Constituinte de 1946, logo depois do fim do Estado Novo, em meio ao processo de restauração democrática. Partidos eram fundados, surgiam os primeiros candidatos a cargos públicos. Para o jornalista, aquele momento era como uma contínua “embriaguez de liberdade”. A sociedade tinha fome por esse tipo de notícia. Ao mesmo tempo, os jornais ainda não dispunham de quadros para cobrir política, que se transformara em uma área importante do noticiário. Com 84 anos de vida, VillasBôas está para atingir outra mar-
Reportagem fotográfica: André Fernandes
EM FAMÍLIA O jornalista com a esposa, Regina Maria de Sá Corrêa, e o filho mais velho, Marcos, que segue a carreira do pai.
analista. Cultivando boas fontes de informação e qualidade na escrita, passou por diversas mídias, como o Diário de Notícias, a Rádio Nacional, O Estado de S.Paulo (durante 23 anos); foi comentarista político da extinta TV Manchete e um dos fundadores do jornal O Dia, no qual trabalhou até aposentar-se, em 1998. No ano seguinte, voltou ao Jornal do Brasil e atualmente assina três artigos semanais. Além disso, publicou os livros Casos da Fazenda do Retiro (2001), em que relata as reminiscências da juventude, e Conversa com a memória (2002), com as lembranças de meio século como repórter. Nesta entrevista exclusiva, Villas-Bôas Corrêa conta, de forma descontraída, as realizações na imprensa e fala da vida em família. BOA VONTADE — Foi no curso de Direito que surgiu o interesse pela política? Villas-Bôas — Sou filho de um juiz de Direito, o desembargador Merolino Raimundo de Lima Corrêa. Meu pai foi juiz em Carmo BOA VONTADE |
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Fotos: Arquivo pessoal
Comunicação
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BOAS RECORDAÇÕES DO RIO ANTIGO Sempre abordando temas sociais, em um de seus “Comandos Parlamentares”, o jornalista vai a campo, na favela da Mangueira, na companhia de dois deputados e um religioso. No percurso, encontram um grupo de pescadores que se alimenta em volta de um cesto de caranguejos. “Não vão nos convidar para comer?”, questionou o deputado Heitor Beltrão, que aparece sentado (foto 1) ao lado do também parlamentar Breno da Silveira (paletó branco). À esquerda, estão o padre Medeiros Neto e Villas-Bôas. “Esse era o Rio de Janeiro daquele tempo”, recorda o jornalista.
a recomeçou c ti lí o p m e g a “A report . o Estado Novo d a d e u q a m co uro, aquela to s e le e u q a i Fo ue a liberdade, q d z e u g a ri b m e prevenidos. s e d is a rn jo s pegou o ara cobrir p s ro d a u q ia Não hav foram sendo s le e , a c ti lí o p a rma antiga, tu a m o c s o id preench lica Velha.” b ú p e R a d a h que vin do Rio Claro/MG (perto de Furnas), município que fui rever 40 anos depois. E lá minha mãe, Maria Safira Corrêa, teve uma doença terrível, que a obrigou a vir para a casa do pai dela no Rio de Janeiro, onde morreu dois anos depois. Fiquei órfão de mãe aos 8 anos, e o restante da minha mocidade passei na casa do meu avô, Luís de Cas 20
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tro Villas-Bôas, fiscal do posto de consumo, aposentado, um sujeito maravilhoso. Ele me deu várias coisas, inclusive, o gosto pelo teatro. Na casa dele me formei; saí de lá casado, com 22 anos. Antes disso, fui convocado na guerra, servi mais de um ano na Fortaleza de São João, na Urca, quando passei a cabo. Uma coisa curiosa: o meu avô foi jornalista de província, de Angra dos Reis; meu pai, que visitava a gente — ia ver o filho de vez em quando, era difícil para ele viajar como juiz de interior —, tinha um tio muito inteligente, chamado José Pedro Saragossa Santos (juiz no Estado do Rio de Janeiro). Era uma casa de pessoas que liam muito jornal, mas eu não tenho lembrança de uma conversa política, a não ser as reminiscências sobre a velha política fluminense, porque simplesmente não havia política no Estado Novo. Não existiam
nos jornais notícias sobre política, partidos, Congresso. Quando entrei na Faculdade Nacional de Direito, estava praticamente em branco em matéria de política. Se ela não me deu um diploma que me servisse na vida prática, porque nunca advoguei, pelo menos ali eu caí na fervura da política acadêmica, na fase de resistência ao Estado Novo. Fui presidente do Centro Acadêmico Cândido Vieira (Caco) e como presidente assinei e redigi um manifesto saudando a queda da ditadura. BV — Como foi o início no jornalismo? Villas-Bôas — Eu não posso dizer que tinha vocação jornalística. Entrei para o Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS), mas o vencimento do servidor público era muito escasso e consegui um cartão do meu sogro, Bittencourt de Sá, que tinha sido
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VILLAS-BÔAS EM ALGUNS MOMENTOS (2) A fé do povo nordestino, uma das pautas de uma série de reportagens sobre a seca no sertão, elaborada em 42 dias e com passagens por diversas cidades, entre o Rio de Janeiro e o Ceará. (3) O jornalista (em destaque), durante coletiva de imprensa com o presidente Juscelino Kubitschek. (4) Cumprimenta o então governador do Estado de São Paulo, Adhemar de Barros. (5) Encontro com o presidente da Argentina Arturo Frondizi, que exerceu o cargo entre 1958 e 1962.
um grande jornalista na cidade do Rio de Janeiro. Ele me deu uma carta para entregar ao Cândido de Campos, dono do A Notícia, do Rio. Apresentei-me ao Silva Ramos, que foi o meu grande professor, mestre de jornalismo, porque foi na base do trabalho; era um sujeito exigente. Ele leu o bilhete e disse: “O Bittencourt está dizendo que você é bacharel, mas não é necessariamente analfabeto. Tire o paletó, sente ali e comece”. Esse foi o meu curso de jornalismo político. Demorou dois, cinco minutos, talvez. Tirei o paletó e, nesse dia, voltei para casa lambendo a notícia, a minha primeira matéria publicada, uma matéria simples, de uma coluna. BV — E a carreira no jornalismo político? Villas-Bôas — Foi muito rápida. A Notícia não possuía repórter político e começou a existir essa
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a redação m u m e a tr n e “Hoje, você estar em uma e d o ã s s re p e tem a im : todo mundo e d a id rn te a m espécie de vendo aquilo, o ã is v le te a d em frente mandar um ra a P . a rs e v n o ninguém c r com o colega la fa e d z e v recado, em putador. O m o c lo e p a s s a ao lado, p mecanizado.” o it u m é io c ó g ne
necessidade. As manchetes passaram a ser, em geral, sobre a área. Um belo dia fui buscar o “boneco” (usava-se à época a fotografia do rosto da pessoa) de um suicida, perto do centro do Rio, e entrei num hotel para informar à redação que não havia “boneco” algum. Enquanto esperava, ouvi um cidadão com sotaque estrangeiro, aos berros, ao telefone no fundo do corredor, com a cabine aberta, falando com alguém de Porto Alegre. Comunicava o fato de ser vítima de uma tentativa de chantagem por parte de um ministro de Estado, e que ia ter naquele dia uma entrevista com o então ministro da Guerra, o general Canrobert Pereira da Costa. Ele se chamava Ivo Borcioni; apresentei-me, disse que era jornalista, bacharel, e que ouvira a conversa. Combinei que iria como advogado dele à audiência com o Canrobert,
Comunicação
BV — Como era a rotina a essa época? Villas-Bôas — O começo em A Notícia foi decisivo porque lá não havia frescura, fazia-se tudo. Fui me especializando dentro da política, passava a tarde na Câmara, ia ao Senado de vez em quando (a capital do Brasil ainda era no Rio de Janeiro/RJ), visitava a sede de partidos e ministros, rodava o dia inteiro e, de noite, ficava a correria para escrever as matérias. Cheguei a trabalhar em três jornais.
como capital “O Rio de Janeiro, ngresso política, tinha um Co e atuante, extremamente vivo s. Foi a com grandes figura atória. época de ouro da or ores Convivi com os mai Carlos oradores do século: rinos.” Lacerda e Affonso A e assim foi. Para minha surpresa, o general aceitou aquela denúncia contra o seu colega de ministério, sem piscar um olho, e prometeu levar a denúncia ao presidente Du tra. No dia seguinte, o assunto foi manchete do A Notícia. O assunto teve repercussão no Congresso Nacional, e isso me consolidou logo como repórter político. 22
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BV — Alguma história curiosa desse período? Villas-Bôas — Criei os “Comandos Parlamentares” de O Dia, o que era isso? Pegávamos três deputados, um senador de vez em quando. Encontrávamos com eles às quartas-feiras no O Dia — que ficava na avenida Marechal Floriano; ali havia um carro de reportagem e o Aquiles Camacho, um grande fotógrafo, que nos acompanhava. Só na porta do jornal os deputados eram informados aonde iriam. Virávamos o Rio de cabeça para baixo. Íamos a todo tipo de lugar, mas procurávamos os temas populares, as favelas. Os “Comandos” ficaram popularíssimos, e eu recebia muitas denúncias. Estava na redação quando alguém me telefona com uma voz meio abafada e diz: “Villas-Bôas, estou aqui na penitenciária de Bangu; hoje no jantar vamos fazer uma revolta”. Então falei: “Agüenta aí, estou indo para o local”. Corri até a Câmara e chamei dois deputados, o Breno da Silveira e o Tenório
Cavalcante. Chegamos lá e o jantar já estava sendo servido. Quando entrei na sala, vi que a turma se coçou, entendeu? Daí um bocadinho começou aquele negócio de prato voando. Foi um furo absoluto. Tive a sensação de que aquilo tinha sido feito para mim (risos). BV — De alguma forma os profissionais com quem conviveu contribuíram para o êxito do seu trabalho. Villas-Bôas — Acho que sim, porque, como eu era amigo do Odylo Costa, filho, uma figura maravilhosa, grande escritor e poeta, para onde ele ia me levava. Para o Diário de Notícias, para o Estado de S.Paulo. (...) A reportagem política recomeçou com a queda do Estado Novo. Foi aquele estouro, aquela embriaguez da liberdade, que pegou os jornais desprevenidos. Não havia quadros para cobrir a política, eles foram sendo preenchidos com a turma antiga, que vinha da República Velha, Prudente de Morais, neto; Osvaldo Costa e poucos mais; o resto foi improvisando. O Rio de Janeiro, como capital política, tinha um Congresso extremamente vivo e atuante, com grandes figuras. Foi a época de ouro da oratória. Convivi com os maiores oradores do século: Carlos Lacerda e Affonso Arinos. O presidente da República atuava politicamente dentro do Congresso por meio de sua liderança. O jogo político, de fato, era travado dentro do Congresso, da Câmara. BV — Este ano se comemoram os
100 anos da ABI e 200 da imprensa no Brasil... Villas-Bôas — Tenho absoluta imparcialidade em avaliar isso. O Maurício Azêdo trabalhou comigo no Estado de S. Paulo, tivemos lá nossas divergências, mas considero absolutamente exemplar a administração dele. Ele não está só recuperando a Casa, o prédio, como também está movimentando todos os setores. Tem sabido respeitar o contraditório. Na ABI, de vez em quando, há palestras de pessoas que levam um pensamento inteiramente diferente do que é predominante na Casa; isso é perfeito. Acho uma administração fantástica. Ele vai dar o maior brilho possível a esse centenário da Associação Brasileira de Imprensa. BV — O senhor chega aos 84 anos com boa memória e saúde. Qual o segredo para manter-se bem? Villas-Bôas — Reflete um preço meio grande porque nunca fui boêmio, não tive tempo. Casei muito moço. O Marcos nasceu nove meses depois e, Marcelo, um ano depois. De repente estava eu com mulher e dois filhos, morando na casa do sogro. Embora tenha sido bem tratado lá, estava louco para ter minha casa. Então, trabalhava demais. Como é que seria boêmio se saía de casa às sete da manhã, voltava para almoçar e emendava até as duas, três da manhã? Quando Getúlio morreu, passei 48 horas na redação sem sair; só pude dar um pulo em casa para tomar um banho, trocar a roupa, fazer a barba.
BV — O senhor fala da família de forma apaixonada. Esse convívio foi importante para sua condição intelectual, cultural e moral? Villas-Bôas — Em geral, o jornalista da minha geração cultivava muito a vida familiar. Quase sem exceção, tiveram um casamento só. Essa fase de Brasília eu não peguei, não quis ir para lá. Recebi um convite absolutamente irresistível, para dirigir a sucursal do Jornal do Brasil em Brasília, mas não fui porque era difícil deslocar a família, os meninos estavam estudando, ia atrapalhar a vida deles. Trabalhei sempre nesse ritmo; há pouco tempo é que se deixou de ter essa relação. Hoje, você entra em uma redação e tem a impressão de estar em uma espécie de maternidade: todo mundo em frente da televisão vendo aquilo, ninguém conversa. Para mandar um recado, em vez de falar com o colega ao lado, passa pelo computador. O negócio é muito mecanizado.
Ao término da entrevista, VillasBôas, que vem acompanhando o trabalho da LBV há décadas, registrou: “Tenho uma relação muito longa com a LBV, desde Zarur. Tinha as referências mais elogiosas do Osório Borba, um pernambucano ranheta, grande jornalista e escritor, que tinha a informação de que o Zarur era um homem absolutamente honrado, desprendido, que vivia distribuindo a Sopa dos Pobres. O presidente atual, o dr. Paiva Netto, é sempre muito cordial comigo... eu o encontrei pessoalmente algumas vezes. Um dia, ele me convidou a ir a Brasília (para uma visita ao Templo da Boa Vontade), lá estive e fui muito bem recebido. Se não sou um crente de nenhuma religião, também não sou um desafeto. Contribuo, modestamente, com a Legião da Boa Vontade há muitos e muitos anos, e é o único lugar em que colaboro financeiramente. Apenas ajudo a LBV porque merece a minha confiança”.
BASTIDORES Equipe da Super Rede Boa Vontade de Comunicação prepara o ambiente para gravar a entrevista, na sala da residência do jornalista, na zona sul do Rio. BOA VONTADE |
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Samba & História Altay Veloso
Cidadão do
mundo Altay Veloso conta como a infância na LBV o ensinou a respeitar as diferenças Hilton Abi-Hihan especial para a BOA VONTADE
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reportagem do programa Samba & História esteve no bairro de Porto das Pedras, São Gonçalo, município do Rio de Janeiro, para conversar com uma figura destacada da música brasileira: o cantor e compositor Altay Veloso. O artista abriu as portas da casa e do coração para contar um pouco da trajetória de vida. Destacou a infância e juventude como épocas marcantes na formação do caráter e de sua abrangente visão de mundo. Autor de mais de 450 músicas, muitas delas de bastante sucesso, Altay mantém a forma simples de ser do início de carreira. Mora no mesmo bairro onde nasceu e escolheu para constituir família e criar os filhos, Saul, Saulo, Bárbara e Gibran. Durante a conversa, relembrou como a convivência com pessoas especiais o influenciaram e quando surgiu a oportunidade de ser compositor: “A primeira gravação na verdade foi com a Wanderléa, um disco produzido pelo Egberto Gismonti; ali aconteceu o pontapé inicial”. Depois, as canções de Altay ganharam realce nas vozes de Roberto Carlos (Dito e Feito), Elba Ramalho (Nascido em 22 de abril), Emílio Santiago (40 anos), Vanusa, Ale xandre Pires, Leny Andrade, Alcione e dos grupos de samba Só pra Contrariar, Negritude Júnior, Soweto e Exaltasamba. Como cantor, lançou cinco discos, a exemplo de Avatar (1983) e Nascido em 22 de abril (1995). Enquanto toda a vida profissional ia desenrolando-se, um 24
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Cristiane Moraes
sonho de mais de vinte anos era acalentado por Altay: a montagem de um superprojeto sobre Jesus, a quem aprendeu a amar ainda bem pequeno com a saudosa avó Rosa lina, Legionária da Boa Vontade. A primeira música do futuro trabalho, Jerusalém, foi composta ainda aos 21 anos de idade. Pouco tempo depois, viriam O louco e Gólgota. A idéia de escrever sobre a saga de um africano de Daomé, que se encontra com o Cristo e se apaixona pelos ensinamentos Dele, foi passo a passo tomando corpo, entre uma e outra interrupção forçada. Mas apenas quando completou 40 anos é que o artista conseguiu concretizar a história. Com recursos próprios, viajou em 2000 para Israel (por duas vezes), ao território de Ifé, na Nigéria, além de Angola e Bahia, onde recolheu os últimos detalhes do livro Ogundana, o Alabê de Jerusalém,
que mais tarde se transformaria em CD e DVD. O trabalho foi gravado por nomes importantes da nossa música, como Elba Ramalho, Jor ge Vercilo, Jorge Aragão, Fafá de Belém, Ivan Lins, Margareth Menezes, Sandra de Sá, Lenine, Lucinha Lins, Bibi Ferreira, entre outros. A obra conta a história de Ogun dana, um africano nascido há dois milênios, em Ifé, que aos 12 anos foge de sua aldeia e viaja por várias nações do norte da África até que encontra um centurião romano e dele se torna amigo, seguindo ambos para Roma. Graças aos conhecimentos medicinais, herdados de sábios de sua tribo, e outros aprendidos durante a viagem, passa a cuidar do Exército romano e segue com a tropa para Cesaréia. Posteriormente chega à Galiléia, onde conhece o Cristo. O compositor explica que o
* Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar essas entrevistas aos domingos, às 14 e 20 horas. Pela Boa Vontade TV (canal 27 da SKY), o telespectador pode conferi-las aos sábados, às 14 e 21 horas. Outra opção é aos domingos, às 5, 14 e 23 horas. Pela Rede Mundial de Televisão, assista ao bate-papo aos sábados, às 18 horas; aos domingos, às 18 horas e segunda-feira, às 22 horas.
Fotos: Arquivo pessoal
Altay Veloso recebe em sua residência o radialista, jornalista e apresentador do programa Samba & História*, Hilton Abi-Rihan, da Boa Vontade TV e da Super RBV.
DUAS ÉPOCAS O pequeno Altay entre os pais Izolina e Aguilar; ao lado o registro dele em sua primeira comunhão.
“Dona Rosalina (...) me levou para a LBV ainda molequinho, menininho, e isso foi extremamente importante para a minha vida; ajudou a forjar o meu espírito, a ser ecumênico, a ter uma relação mais fraterna com o próximo, com as diferenças. Eu fui vendo que Deus se manifesta de formas diferentes.” BOA VONTADE |
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Ricardo Martins/Divulgação Rede Globo
Samba & História
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Arquivo pessoal
sus! Meu Je hor! en Meu S ! uz Linda L or! s m os Teu A e c Do os para ç a r b s ! Abre o hos de Deus in Soldad
Altay Veloso e sua esposa, Celinha, em Jerusalém. 26
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Altay Veloso é entrevistado por Jô Soares, em agosto de 2007. Na ocasião, recordou-se de passagens marcantes de sua vida e da música Marcha dos Soldadinhos de Deus (letra ao lado), que conheceu aos 7 anos de idade, ao freqüentar a LBV, incentivado pela avó Rosalina.
título — inspirado em várias heranças culturais (cristã, judaica e muçulmana) — é fruto da experiên cia familiar: a mãe, Izolina, sacerdotisa de cultos africanos, o pai, Aguilar, um jongueiro do Espírito Santo, e uma avó muito querida. “Dona Rosalina deve estar muito feliz de eu participar de um programa da Legião da Boa Vontade, foi ela quem me levou para a LBV ainda molequinho, menininho, e isso foi extremamente importante para a minha vida; ajudou a forjar o meu espírito, a ser ecumênico, a ter uma relação mais fraterna com o próximo, com as diferenças. Eu fui vendo que Deus se manifesta de formas diferentes.” Em maio de 2007, Altay conseguiu concretizar finalmente o projeto, levando a ópera Alabê de Jerusalém aos palcos do Canecão e do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, reunindo 70 artistas em uma megaprodução. O músico disse que busca patrocinadores para uma nova montagem da ópera.
Infância marcante como Soldadinho de Deus
No bate-papo com Altay ficou evidente também a preocupação com as novas gerações. Para ele, a infância é um momento especial.“Foi a fase mais importante da vida, a que mais lembro, a que tenho mais afeto”, recorda-se. A principal lembrança dele é a partir dos 7 anos de idade, em que ao lado de dona Rosalina começou a freqüentar a LBV e tornou-se um Soldadinho de Deus, como são carinhosamente chamadas as crianças na Instituição:“Eu tenho um afeto especial por Alziro Zarur, pela proposta ecumênica da LBV. Até hoje a voz dele soa na minha alma, realmente foi inspiradíssimo. Que bom que o professor Paiva Netto continua esse belo trabalho”. Na oportunidade, ao receber de presente um CD com a composição Marcha dos Soldadinhos de Deus, o cantor se emocionou muito e começou a cantarolar a música (leia a letra da canção ao lado), para ele, impossível de esquecer.
*¹ Dos primórdios da LBV — Referência à famosa “Sopa dos Pobres”, também conhecida como a “Sopa do Zarur”, iniciativa que resultou na criação do Programa Ronda da Caridade, uma atividade permanente da LBV contra a fome. *²O Programa Boa Vontade, com Paiva Netto, vai ao ar pela TV Bandeirantes, no início da madrugada, de segunda a sexta-feira, após o A Noite é uma Super Criança, do apresentador e amigo da Legião da Boa Vontade Otávio Mesquita. Você pode assistir também pelo canal 27 da SKY, pela Boa Vontade TV.
maravilhoso, marxista, ateu, daqueles que amam o próximo de tal forma que, mesmo não acreditando em Deus, como dizia, estava pronto para ajudar o semelhante”. O médico chamou o garoto para lecionar na escolinha que a avó montou. “O pessoal me chamava de professor, tínhamos 80 alunos e isso foi possível por conta da LBV, que juntou todas essas coisas na minha vida.” Foi mais ou menos nessa época que descobriu a vocação musical e aprendeu a tocar violão e acordeão. Tantos anos depois, Altay Veloso guarda todos aqueles sublimes sentimentos que conhecera quando criança. Diz que recentemente sentiu-se muito feliz ao visitar o conjunto educacional da LBV na capital paulista, no qual são atendidos mais de 1.200 alunos. “Vi meninos e meninas sendo tratados com carinho. E a contribuição da LBV nos dias atuais pode ser mais
relevante do que já foi, porque hoje a gente precisa muito desse sentimento ecumênico”, ressalta. E acrescenta: “Se as crianças tiverem acesso a essa diversidade humana, serão muito melhores, terão mais chance de ser felizes”. Para o artista, ali está o retrato do Brasil futuro, que pode influenciar o restante do Planeta. “Aqui árabes e judeus vivem próximos uns dos outros. Há alguma coisa de especial neste chão, neste território, nesta aura brasileira que o mundo aos poucos saberá.” Por fim, Altay não se esquece de dizer que costuma assistir ao Programa Boa Vontade, com Paiva Netto*²: “O meu abraço ao Paiva Netto, minha gratidão por ter continuado, de forma tão bonita, essa Inspiração Divina, começada por Alziro Zarur. Que Deus lhe dê muita força e luz, para que possa levar à frente esse trabalho”. Fotos: Divulgação
É também na infância, como Soldadinho de Deus, que ele descobre o valor de figuras notáveis da Humanidade, Seres Humanos que trabalharam para que o Planeta hoje pudesse ser um pouco mais fraterno. Isso há quase 50 anos: “Nessa época não havia uma literatura vasta, principalmente morando em São Gonçalo, mas o que eu li sobre Gandhi na antiga revista BOA VONTADE foi o bastante para que eu o amasse e tentasse me inspirar a partir de um sentimento de um homem como ele”. Da avó, recorda-se que era uma voluntária ativa nos programas socioeducacionais da LBV — “daquelas que faziam sopa aos sábados*¹” — e, apesar de ser analfabeta, valorizava muito o estudo.“Tanto é que, quando ela pôde, fez dentro da casa dela uma escola para alfabetizar os meninos da vizinhança, que se chamava Escola São Francisco de Assis, o Patrono da LBV. Aprendi a gostar de São Francisco, conheço todas as orações dele.” Nas reuniões da Instituição, o cantor fez um grande amigo, o psiquiatra José Eu gênio: “Ele era da Legião da Boa Vontade, um sujeito
HERANÇAS CULTURAIS Cenas do espetáculo Alabê de Jerusalém, assinado por Altay e sucesso nos palcos do Canecão e do Theatro Municipal do Rio. BOA VONTADE |
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Perfil Myltainho
Alma de editor Izilda França
Caminhos que o jornalista Mylton Severiano percorreu para consolidar-se como um dos grandes nomes da comunicação brasileira
gênese de repórter 28
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Arquivo pessoal
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1- Myltainho entre os pais, Bernardo e Julieta, e a irmã Iracema, no colo da mãe. 2- Moisés Baumstein (E), Myltainho e Hamilton Almeida Filho (D), na redação da revista Extra-Realidade Brasileira. 3- Revista Realidade, em 1969. Sentado, em destaque, no centro da mesa, Paulo Mendonça, então diretor da revista. No sentido horário, os novos jornalistas da Realidade, Luís Fernando Mercadante, José Carlos Marão, Mylton Severiano, Luís Fontes, Jean Solari, David Zingg e Jaime Figuerola.
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Arquivo pessoal
Ao ceder esta imagem, o ilustre Woile Guimarães mandou singela dedicatória ao amigo em que relembra: “Em Marília, encontrei com Monteiro Lobato, na coleção do Myltainho. Lá, seguramente, desenvolvi, com as leituras, meu pendor pelas letras, pelo português, que o Myltainho sabe de trás pra frente e da frente pra trás. Não só a ortografia, a gramática, mas pela mágica que ele faz com as letras, com sua cultura e sensibilidade política e social”.
Arquivo pessoal
“Tive a sorte de ter pais maravilhosos. Meu pai, Bernardo Severiano da Silva, é o meu herói.”
Arquivo pessoal
P
elas contas do veterano jornalista Mylton Severiano, editor-executivo da revista Caros Amigos, sua trajetória na profissão começou, literalmente, a ser redigida em 10 de setembro de 1940, então data dedicada à Imprensa. O próprio Myltainho diz que desde o nascimento isso “estava escrito”. Aliado a este fator, o incentivo a boas leituras, vindo do pai, o alagoano Bernar do Severiano da Silva, foi aos poucos burilando na mente do jovem Myltainho uma consciên cia crítica e intelectual. Tanto que o faro pela reportagem é aguçado desde tenra idade — seu primeiro texto fora publicado antes mesmo de completar uma década de vida. Aos 12 anos, fez um poema sobre o Dia das Mães para o Correio de Marília. No colégio, tocava o jornal do grêmio, ao lado do amigo de infância Woile Guimarães, também jornalista, dono da GW Produções. No entanto, apesar de esse repertório conspirar a favor do jornalismo, o contato com a profissão surgiu da necessidade de auto-sustento. Logo quando chegou à capital paulista, vindo de Marília/SP, em janeiro de 1960, ingressou na faculdade de Direito, mas largou o curso no terceiro ano para trabalhar. Nesta entrevista, ele fala desses e de outros assuntos, bem como dos planos. Também destacou sua admiração pela Legião da Boa Vontade e pelo seu diretor-presidente, José de Paiva Netto, com quem teve oportunidade de realizar uma de suas reportagens.
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Homenagem ao saudoso Sérgio de Souza No fechamento deste número, recebemos a notícia do falecimento do jornalista Sérgio de Souza, editor da revista Caros Amigos, publicação lançada por ele há 11 anos. Serjão, como era conhecido entre os colegas, morreu aos 73 anos, no dia 25 de março, na capital paulista. Em sua carreira, trabalhou na redação de grandes jornais brasileiros. Integrou a equipe que fundou e lançou a histórica revista Realidade. A Legião da Boa Vontade e seu diretor-presidente, Paiva Netto,
BOA VONTADE — Como foi a infância? Myltainho — Eu sou filho de um pai e de uma mãe semi-alfabetizados. Tive a sorte de ter pais maravilhosos. Meu pai, Bernardo Severiano da Silva, é o meu herói. Minha mãe, Julieta Mazzola da Silva, era cristã; meu pai entrou para o Partido Comunista. Autodidata, lia muito, e o maior bem que ele me deu foi me colocar para estudar. É a minha gênese. Quando tinha 5 anos, me lembro de um primeiro presente que ele me deu, muito instigante. Era uma caixa, com cubos de madeira, que deve existir até hoje. Cada face do cubo tem uma letra para você se alfabetizar. Logo depois, começou a me dar livros. Assim eu comecei a ler. BV — Nessa época você já sonhava em fazer comunicação? O que o despertou? Myltainho — Estava escrito! 30
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Amancio Chiodi
Perfil
dedicam as mais sinceras vibrações de Paz e respeito a esse grande comunicador, nosso caro amigo. Esses sentimentos são extensivos também a todos os colegas e familiares, especialmente à esposa, Lana Nowikow, e filhos.
Como é importante ter pais legais. Naquela época meu pai gostava de caçar e, um dia, me levou junto. Fiquei fascinado! Chegamos a uma fazenda que tinha Mata Atlântica e começou a chover muito forte, um temporal com raios; a gente saiu correndo. Encontramos uma cabana onde morava um jovem casal de camponeses, muito pobres, com duas crianças, uma de colo, e outra pequenina de 2 ou 3 anos. Meu pai já era candidato a vereador, um sujeito muito falante, simpático. Ele pediu licença ao casal para olhar no fogão de lenha o que tinham para comer. No caldeirão só havia feijão e ele me mostrou: “Filho, olha aqui o que eles vão comer”. Virou-se para eles e perguntou o que mais comeriam. “Farinha, senhor”, responderam. Quando parou de chover, e a gente ia embora, meu pai entrevistou os dois, perguntou quanto ganhavam, de onde vieram, enfim... foi o jornalista. No caminho de volta, eu falei que ia
escrever o que contaram e mostrar para a professora. Ele disse: “Não. Escreva, mas me dê, vou mandar para o Terra Livre”. Esse era o nome de um jornal agrícola, dos camponeses e pequenos agricultores. Desse modo, publiquei com 8, 9 anos meu primeiro texto, relatando o que tinha visto, que eu achava aquilo muito triste. Até então, não vira uma coisa que tivesse me tocado assim, penso que ali nasceu o jornalista; a vocação baixou. BV — E daí trabalhou em vários jornais brasileiros, certo? Myltainho — Trabalhei. Eu vim a São Paulo fazer curso de Direito, cheguei a entrar na São Francisco, mas, ao mesmo tempo, procurei emprego; precisava trabalhar, meu pai não tinha condições de me sustentar aqui. Um amigo, Woile Guimarães, já tinha vindo na frente; a gente era de Marília/SP. Ele é jornalista, empresário de comunicações, já estava havia um ano na Folha de S.Paulo e me arrumou um lugar lá. Quando entrei e vi aquela coisa toda, me desencantei do Direito e me apaixonei na hora por uma redação. Tinha começado a estudar Direito pela inércia e também porque meu pai queria. Em seguida, em 1964, com o golpe militar, o meu pai foi preso e aí tive o álibi para abandonar a faculdade e mergulhar de sola no jornalismo. Eu precisava segurar as pontas da família e então fui embora. Trabalhei em vários canais de TV e em muitos veículos, como o Estado de S.Paulo, Jornal da Tarde, uma porção deles. BV — Quem você destaca como
Fotos: Arquivo BV
Ivan Souza
ENTREVISTA DE CAMPO Fachada da unidade educacional da LBV, na zona norte do Rio, onde Myltainho entrevistou o dirigente da Instituição.
José Hamilton Ribeiro
nácio de Loyola Brandão, José Carlos Marão, Hamilton Almei da Filho, enfim, cada um ensinou Hamilton Almeida Filho alguma coisa, e você também ensina para eles.
Arquivo pessoal
Roberta Assis
Rafael Rezende
O jornalista Myltainho com seu colega de profissão Paiva Netto, durante visita ao Centro Educacional, Cultural e Comunitário da LBV em Del Castilho, Rio de Janeiro/RJ, em 2000. Recordando-se carinhosamente da data, mandou um recado: “Um grande abraço ao Paiva Netto e a todos os colaboradores da LBV. Eu os trago no coração”.
Ignácio de Loyola Brandão
Amancio Chiodi
fundamental na sua formação dentro do jornalismo? Myltainho — No começo, o BV — Quais reportagens mais o meu pai. Depois que ele foi solto, marcaram? Myltainho — Praticamente ficou meio aperreado, como ele dizia, chateado. Logo sentiu que aquilo era tudo o que fazia o José Hamilton uma paixão para mim, então enten- sempre foi muito bom, desde a deu e me deu todo o apoio. Depois revista Realidade. Na televisão, dele, grandes amigos, verdadeiros me lembro de uma reportagem no mestres, o Paulo Patarra, que foi programa Globo Rural, no qual ele o diretor de redação da revista Rea está até hoje. Nela, mostrava, para lidade, e o Sérgio de Souza, meu a gente da cidade, como na roça as professor de texto. Ele me ensinou pessoas dão um jeito para as coisas que para nós, urbanos, não trazem praticamente tudo: a aperpreocupação como, por feiçoar a ideologia, o jorexemplo, mandar uma nalismo a serviço do Povo, carta. A gente a põe no do mais fraco, na defesa correio e fim de papo. Só das causas populares. Esses que na reportagem ele são os principais. Aí tem o mostra um sujeito na roça convívio com colegas como Paulo Patarra que vai com o caminhão de José Hamilton Ribeiro, Ig
“Nessa entrevista com o Paiva Netto fui, mais uma vez, um repórter bissexto, pois não era a minha praia. Mas o que eu senti naquele dia na LBV foi muita emoção. Criança me emociona muito. E eu vi aquelas crianças se alimentando e sendo bem tratadas. Aquilo me embargou a voz em alguns momentos. Foi uma das entrevistas de campo que fiz que mais me emocionaram, sem dúvida. Não teve outro trabalho que me emocionasse tanto.” manhã buscar o leite e depois volta, recolhendo aqueles latões na porta da fazenda. Aí, ele aproveita para levar cartas, bilhetes, encomendas, o sapato que o pai manda para um filho. É bonito isso, sabe? Na última BOA VONTADE |
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Arquivo pessoal
Daniel Trevisan
Perfil
CAROS AMIGOS Myltainho, ao centro, com sua equipe de redação, na Editora Casa Amarela. Da esquerda para a direita, Mariana, Natália, Letícia, Wagner, Camila, Léo, Thiago, Mariana, Michaella.
Divulgação
Amancio Chiodi
fazenda em que ele en- BV — Quais são os planos? tra, para encerrar, há um Myltainho — No momento, me cara com um papagaio, preparo para escrever um livro sobre em cima da árvore, que a revista Realidade. Já entrevistei o canta um monte de mú- José Hamilton e mais umas 18, 19 sica, e o José Hamilton pessoas que estiveram lá. De uns Carlos Azevedo termina a reportagem anos para cá, o Hamilton e eu, da com o pássaro cantando. Acho Caros Amigos, somos procurados aquilo uma obra-prima. No jorna- anualmente por meia dúzia de estulismo escrito, na revista Realidade, dantes que farão seu TCC (trabalho praticamente tudo era muito bom, de conclusão de curso) sobre a porque havia grandes repórteres. Realidade. Mas que história é essa? O Carlos Azevedo fez uma repor- Uma revista que há quase 50 anos tagem que considero uma pequena continua sendo motivo de trabalhos! obra-prima: “Os maridos assassinos Os guris vêm entusiasmados quande Minas Gerais”, em 1980. Houve do o professor tem um exemplar uma epidemia de maridos matan- ou fala da revista. Eles vão lá no do mulheres em Minas, desde os arquivo e descobrem. Falei que ia pobres até a classe alta. Um desses escrever a história da revista de um casos o Azevedo foi fazer em Belo jeito emocional, como tudo que Horizonte. Essa reportagem, como gosto de fazer, com emoção. Estou texto jornalístico-literário, cito como entrevistando ex-colegas meus, não uma obra-prima. Eu não fui muito só querendo saber o ponto de vista repórter, mas fiz algo que me agra- profissional, mas também a história dou na revista: um trabalho sobre de cada um, como é que chegaram os 50 anos da Revolução lá; e tenho descoberto coiRussa; eu me abeberei em sas gostosas. Alguns ponalguns livros lá e escrevi tos comuns dessa turma é um pequeno ensaio sobre que eram autodidatas, goso assunto, e até hoje tem tavam muito de ler; desde gente que se lembra daquea infância quase todos cole trabalho. Monteiro Lobato meçaram lendo Monteiro 32
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DOM MUSICAL Longe das redações, Myltainho revela o perfil de músico, como se vê na foto tocando piano. Incentivado pelo pai, estudou acordeão durante seis anos, no Conservatório Musical Santa Cecília, de Marília/SP.
Lobato. Não é curioso isso? E era tudo gente de classe média, média mesmo, de pobre para remediado, como se diz. É uma história interessante de contar. Esse é um projeto que estou tocando ali na paralela, vou começar a pôr no papel. BV — Por falar em emoção, você a considera importante no jornalismo? Myltainho — Acho que o jornalismo existe para informar, divertir e emocionar também, por que não? Uma boa história com uma boa carga de emoção, só de colocá-la no ar, na televisão, no rádio ou no papel, se você transmiti-la fielmente, transmitirá emoção. Não que você vá se derramar e cometer pieguice. A Humanidade precisa disso, a gente precisa de emoção, de poesia. [N. L. e R. O.]
Utilidade pública Na época das chuvas, fique atento a essa doença
Dengue
vilã da saúde pública
Jully Anne
S
egundo balanço do Ministério da Saúde, em 2007, foram registrados 559,9 mil casos de dengue no Brasil, 1,5 mil casos confirmados de febre hemorrágica e 158 mortes por dengue hemorrágica. O que elevou o número de notificações, no ano passado, em cerca de 200 mil casos da doença em relação a 2006. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), envolvendo 100 países, dão conta de que dezenas de milhares de pessoas são afetadas anualmente pela dengue: em média, 550 mil necessitam de hospitalização e 20 mil morrem. O Aedes aegypti, nome científico do mosquito que se tornou o grande vilão da saúde pública, por ser o agente transmissor da doença, tem sido o alvo principal do Programa Nacional de Controle da Dengue, por meio de campanhas efetivas de combate à proliferação do inseto. É fundamental eliminar os criadouros do mosquito que ataca, geralmente, pela manhã e ao entardecer. Por voarem
baixo, os pés e tornozelos são os principais alvos. Como a picada é anestésica, a dor torna-se imperceptível; casas e terrenos são os principais abrigos do inseto (95% deles). Para combater a dengue, é necessário manter quintais sempre limpos, não acumular entulho, verificar se não há água parada, separar e enviar para a reciclagem garrafas PET que não serão utilizadas, manter baldes de boca para baixo. Além disso, deve-se retirar a água da bandeja da geladeira; as caixas d’água precisam estar bem fechadas, assim como as lixeiras; e lavar diariamente as vasilhas com água destinadas aos animais domésticos. Sintomas — Em casos de suspeita de dengue é aconselhável procurar imediatamente o serviço de saúde. Após a picada, os sintomas começam a manifestar-se no terceiro dia. Depois do período denominado incubação, começam a surgir os seguintes sintomas: forte dor de cabeça; dor atrás dos olhos, que piora com o movimento deles; perda
do paladar e do apetite; manchas e erupções na pele, semelhantes ao sarampo; náuseas, vômitos e tonturas; extremo cansaço, dores nos ossos e articulações, que causam moleza no corpo.
Repercussão O diretor de Saúde Ambiental da Secretaria de Saúde de Londrina/PR, Maurício Barros, em recente palestra sobre o combate à dengue, agradeceu à LBV e à BOA VONTADE o apoio à conscientização da doença. O diretor destacou a página de Walter Periotto, publicada na edição no 220 da revista: “O controle e o combate à dengue se dão pela participação efetiva das pessoas, e a LBV tem sido fundamental nesse trabalho em Londrina. É parceira essencial. Deixo o convite a outras instituições para que sigam este exemplo. Para combater a dengue, você e a água não podem ficar parados. Vejam todos esta belíssima matéria da BOA VONTADE: ‘Todos contra a dengue’”. BOA VONTADE |
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Teatro Marcos Caruso
a paixão Em cena
pelo teatro
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On-line
Elenco da comédia Operação Abafa, com direção de Caruso e da atriz Jandira Martini (centro) (1). O ator com Marília Pêra (2) e Vera Holtz (3), que o ajudaram a construir sólida carreira também na televisão.
ouve-se isso. (...) Todas as mídias foram interferindo nos espetáculos teatrais, mas nada disso atrapalha, porque esta é a arte mais pura, a arte do imponderável.” Em 21 de março, volta em cartaz a peça que Caruso escreveu com Jandira Martini, em 1986, Sua Excelência, o Candidato, em São Paulo/SP. Entre outras coisas, Caruso lembrou seus ídolos e contou o que aprendeu na carreira, além de deixar registrado seu carinho pela Legião da Boa Vontade. “Parabéns, LBV, pelo que faz. Eu 3 acompanho esse trabalho há muito tempo e assino embaixo tudo o que vocês têm realizado na LBV.” o/Teatro
fevereiro de 1952, completa em maio 35 anos de carreira e não esconde que continua apaixonado pelo teatro. A primeira experiência no palco veio na infância. Desde criança, o autor de comédias de grande sucesso de público e crítica ouve falar do destino de infortúnio que teria o tea tro. Ele garante, com propriedade, que essa milenar expressão artística não vai acabar. “Há dois mil anos
Fotos: D ivulgaçã
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á três décadas e meia a dramaturgia brasileira desfruta o talento do ator e roteirista paulistano Marcos Caruso. Nesta entrevista à BOA VONTADE, ele fala de sua trajetória em diferentes palcos (teatro, cinema, TV) e dos desafios na profissão. Um dos maiores talentos de sua geração, ele também compartilha com o leitor sua visão sobre a arte de representar. Nascido em 22 de
BOA VONTADE — Quando nasceu o interesse pela profissão de ator? Marcos Caruso — Eu ia
BV — Certa vez, você disse: “O mais importante é fazer com que o sucesso não alimente a vaidade, mas a responsabilidade”. Por quê? Caruso — Quando você faz sucesso, é aplaudido, bem criticado, elogiado, ou seja, é acarinhado pelo público, pela crítica e pelos colegas. Tudo isso faz bem à nossa vaidade, somos Seres Humanos. Só que, quanto mais alimentamos isso, ficamos menos responsáveis. (...) Fico muito feliz com os aplausos, mas quanto mais elogios recebo, mais responsável eu tenho de me tornar, pois isso significa que o público gosta do que eu faço. O teatro é mais do que uma profissão para mim, é uma opção. Se optei por fazer com que o meu semelhante se divirta, se emocione e reflita na sua realidade com o meu trabalho, então ele tem de ser mais do que uma profissão.
tral, um papel na TV e um roteiro que acaba de virar filme. Como é lidar com tudo isso? Caruso — Sempre trabalho com muitas coisas ao mesmo tempo. Sempre assim, nunca tive menos de dois ou três trabalhos concomitantemente. A peça Trair e Coçar é só Começar está há 21 anos em cartaz (recorde registrado pelo Guiness Book) e continua sendo
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BV — Atualmente você está envolvido em muitos projetos: uma peça tea dré
BV — Você se formou em Direito. Tinha a intenção de seguir carreira? Caruso — Não. Desde os 12 ou 13 anos eu já sabia o que queria: ser ator. Meu pai, com toda a razão, achou que a profissão de artista era muito dura e cheia de percalços. Então ele me disse: “Você pode seguir o que quiser, mas se tiver uma faculdade, um diploma ou um curso em que possa se apegar nos momentos mais difíceis da inconstância da profissão, será bom”. E optei pela advocacia. Achei que, em última análise, poderia ser um advogado de tribunal, de júri. Graças a Deus, não precisei exercer a profissão, que considero lindíssima, mas não tenho talento algum para ela. Já no ginásio fundei grupos de teatro com colegas.
Em 1972, na faculdade, entrei para o Centro Acadêmico 11 de Agosto, um teatro muito importante na época. Em plena ditadura militar se fazia um teatro político da maior importância. A partir daí fui chamado para participar de um espetáculo profissional e, em 1973, me profissionalizei como ator.
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muito ao teatro infantil. Minha tiaavó me levava, e isso sempre foi um grande estímulo para que eu descobrisse o meu talento. Aos 7 anos, enquanto os fregueses esperavam para provar as roupas que a minha avó fazia, eu usava os retalhos da costura para fantoches e apresentava algumas peças que inventava à mesa da sala de jantar. Ajoelhava no chão, punha uma toalha e fingia que aquilo era um palco. Começou ali a minha carreira, digamos assim, amadora. Mas o talento espontâneo de ator, autor e diretor já aparecia: eu inventava, dirigia e interpretava ao mesmo tempo. (...) Ganhei a primeira marionete aos 7 anos, que era da minha mãe. Ela faleceu quando nasci. Isso instigou em mim a vontade de me tornar um manipulador de ilusões, assim dizendo.
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Teatro
BV — Sua experiência no teatro é bem maior do que na televisão. Você sentiu alguma diferença em atuar na frente das câmeras? Caruso — Bastante. Até hoje. O teatro é uma repetição diária, onde você pode errar hoje e acertar amanhã. Na televisão, não! Se você erra hoje, errou para sempre e não tem volta. Podem até dizer: “Ah, mas grava-se várias vezes a mesma cena!” Isso profissionalmente não é o ideal. O ideal é que o ator entre em cena, faça uma vez e passe adiante. Tempo é dinheiro, 36
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também “A função do teatro s duas está bem descrita na esentam, máscaras que o repr ia. São a comédia e a tragéd a de fazer funções importantes: r. Mas existe rir e a de emociona provocar uma terceira, que é você junta a reflexão. Quando cumprir essas três, consegue teatro.” todas as funções do
exagerado, falava alto demais, o tipo de interpretação não servia ao veículo, mas eu fui aprendendo com o passar dos anos e hoje eu ainda vou para a televisão cheio de preocupações. BV — Quem contribuiu para o seu aprendizado na televisão? Caruso — Ainda estou aprendendo e tenho muito a aprender com as pessoas com quem eu contraceno. Aprendi muito com Lília Cabral, Regina Duarte, Tônia Carrero, Jandira Marti ni, Osmar Prado, Marília Pêra e tantos outros colegas da maior credibilidade e importância. Atualmente com jovens também, como a Fernanda Vasconcelos e um menino que fez a novela comigo, o Max Fercondini. Já aprendi muito com o Gabriel Kaufman. Ele fez meu neto. É uma criança sem nenhum tipo de censura, mas tem uma espontaneidade muito forte e sinceridade. Não vi nenhum tipo de vício de ator, muleta, nada! Eu fiquei muito interessado no tipo de interpretação daquele menininho de 5 anos. BV — Quais são seus ídolos? Caruso — Bom, no teatro eu tenho um. Para mim, o Marco Nanini é um ator completo; canta, dança, representa drama, comédia, farsa, musical, tem posicionamento político Marco Nanini diante da vida, é um cidadão consciente; tem personalidade e, ao mesmo tempo, uma cara branca e limpa para receber
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BV — Com que tipo de ator você não gostou de trabalhar enquanto dirigia, atuava ou roteirizava? Caruso — Eu acho que com o tipo que vê o trabalho como trampolim para o sucesso pessoal, como deve acontecer em qualquer profissão. Aquela pessoa, em qualquer área, que vê o trabalho com individualidade. Se é um trabalho coletivo, seja numa sala de aula, escritório, hospital ou palco, é preciso saber que você faz parte de uma engrenagem, de um todo, e tem de contribuir para o coletivo. O pior ator é aquele que não trabalha para o coletivo.
e a televisão é uma indústria. Por isso, não há a chance de errar muito. No teatro é mais prazeroso o trabalho do ator, dá para repetir durante 30 meses ou 30 anos, você exercita, em um mesmo personagem, todas as possibilidades que ele é capaz de lhe dar. Existe essa liberdade. A televisão se fecha às possibilidades de espaço, quer dizer, você tem de representar para uma câmera, os seus gestos são menores, você tem de ter um volume de voz menor. Obviamente são duas coisas completamente distintas. Quando comecei, era André Fernandes
apresentada; temos obtido grande sucesso, principalmente porque se trata de comédia. Os meus espetáculos sempre divertem muito, o público gosta de rir. Por outro lado, acho que fazemos uma comédia que tem a intenção de colocar o dedo na ferida de problemas políticos, sociais e econômicos do País, isso faz com que a platéia também se identifique muito com os nossos temas.
BV — Na sua opinião, qual seria a função da dramaturgia? Caruso — Acredito que uma das funções mais importantes da televisão é formar pessoas e cabeças, além de informar e divertir. (...) A dramaturgia tem uma responsabilidade social muito grande. Qualquer obra de arte precisa ser responsável, principalmente quando trata de assuntos como a síndrome de Down, o idoso ou a bulimia, ou quando fala a respeito de uma situação presente como a que eu estou fazendo na peça teatral Operação Abafa, por exemplo, e em tantos outros espetáculos. A função do teatro também está bem descrita nas duas máscaras que o representam, a comédia e a tragédia. São funções importantes: a de fazer rir e a de emocionar. Mas existe uma terceira, que é provocar a reflexão. Quando você junta essas três, consegue cumprir todas as funções do teatro. BV — O que é mais difícil: comédia ou drama? Caruso — A arte de representar, como um todo, é desafiadora. Obviamente, não dá para fazer comédia se não tiver humor. É impossível transformar um ator dramático em um comediante. Já o contrário é
Em seu atual trabalho na TV, Caruso interpreta o padre Inácio, que contava com a ajuda do atrapalhado Nezinho, papel do saudoso ator Luiz Carlos Tourinho (em segundo plano). Ao seu Espírito eterno as nossas homenagens extensivas a seus familiares e amigos.
mais fácil. O mais difícil para mim é tudo! (risos) Interpretar, encontrar a medida certa, introjetar, trazer de dentro de você o humor ou o drama, a farsa ou a tragédia. Nada é fácil. O dia que eu achar que é fácil interpretar, puser os dois pés nas costas e fizer isso com facilidade, aí deixa de existir o prazer em atuar. BV — Em todos esses anos, qual a sua maior emoção no palco? Caruso — Foi com Intimidade Indecente, tanto ao lado da Irene Ravache quanto da Vera Holtz. É uma peça da Leila Assunção na qual pude, sem sair de cena, em uma hora e 45 minutos de espetáculo, ir dos 50 aos 90 anos de idade sem mudar a maquiagem, figurino, nada. Pude, através do corpo e da voz, emocionar as pessoas e fazêlas rir. Foi um momento muito bonito da minha carreira, um divisor de águas. BV — O teatro vai acabar sumindo em meio a tantas opções novas de lazer e entretenimento? Caruso — Não. Há dois mil anos ouve-se isso... O teatro ia acabar por outras circunstâncias, pela chegada do cinema, depois com a televisão, o vídeo, em seguida o DVD, a TV a cabo e uma série de coisas. Todas as mídias
Divulgação TV Globo
qualquer tipo de personagem. Como autor, tenho alguns ídolos. Sigo sempre os passos do italiano Eduardo de Filippo. Ele foi ator, autor, cenógrafo, figurinista, diretor, músico, palhaço, artista circense de cinema, de rádio, enfim, é uma pessoa pela qual tenho profunda admiração.
m os aplausos, “Fico muito feliz co ogios recebo, mas quanto mais el tenho de me mais responsável eu ifica que o tornar, pois isso sign e eu faço. O público gosta do qu uma profissão e qu do s ai m é ro teat ção.” para mim, é uma op foram interferindo nos espetáculos teatrais, mas nada disso atrapalha, porque esta é a arte mais pura, a arte do imponderável. Você sentase na platéia e pode subir ao palco a qualquer momento, ou saber que o ator poderá descer também. Só não fazem isso porque existe um acordo entre palco e platéia: ninguém passa daquela linha de luz. Isso é lindo, você acredita que o que está sendo feito em cena é uma verdade, sabendo que é uma mentira. O ator sabe que está encenando para a platéia, mas para ele tem de ser verdade. Esse acordo entre palco e platéia só acontece no teatro, na arte ao vivo; cria-se a ilusão de que aquilo é a mais real das realidades. [L. T. e N. L.] BOA VONTADE |
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Especial — Capa Olhares de Brasília
PROFESSORES E ALUNOS Cristiana Lôbo e Jorge Bastos Moreno, em primeiro plano. Em pé, os estudantes de jornalismo que assistiram à entrevista: Kátia Oliveira Silva, Alaíde Ruth Popov, Neylon Jacob de Barros, Camila Fecury, Yza Morgana Lima Ortegal e Hemilly Helen Araújo, do curso de Comunicação Social da Universidade Paulista (Unip) de Brasília, do Centro Universitário Unieuro e do Instituto de Educação de Brasília (IESB).
Aula de
Jornalismo Belkis Faria e Enaildo Viana Fotos: João Preda
S
e é uma arte receber bem os amigos, Jorge Bas tos Moreno, um dos mais importantes e respeitados jornalistas políticos do País, é expert no assunto. Talvez porque faça isso não por uma obriga38
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ção, mas apenas por gostar da companhia de pessoas e querer demonstrar-lhes quanto são queridas. Por isso, um encontro para o almoço em sua casa é sempre um acontecimento, seja pela forma cordial de reunir pessoas, seja
pelos saborosos pratos à mesa, sem esquecer, é claro, os ilustres convidados que ali se juntam ao anfitrião para prosear. E foi dessa maneira, simpática, que Moreno recepcionou outros dois amigos de profissão: Sílvia Faria (direto-
“Na televisão o que é mais difícil é noticiar tudo em pouquíssimo tempo. É preciso ter critério de seleção altamente cuidadoso e batalhar todos os dias para tudo que vai ao ar ser 100% verdadeiro e certo.”
ra de Jornalismo da TV Globo em Brasília/DF) e Cristiana Lôbo (que possui um blog no portal G1 e é comentarista e apresentadora da Globo News). Para o encontro também foram convidados o jornalista Oswaldo Buarim; o assessor parlamentar Naaman do Valle; alunos do curso de Comunicação Social da Universidade Paulista (Unip) de
Brasília, do Centro Universitário Unieuro e do Instituto de Educação de Brasília (IESB), em que Jorge Moreno leciona Técnicas e Gêneros Jornalísticos. A ocasião ofereceu àqueles estudantes e também agora a você, amigo leitor, a oportunidade de conhecer mais sobre os bastidores da política, bem como debater a questão da obrigatoriedade do
Sílvia Faria A diretora de jornalismo da TV Globo, em Brasília/DF, já trabalhou na Folha de S.Paulo, foi coordenadora de economia da sucursal de O Globo e diretora do Estadão e da revista Época, sempre na capital federal. Trabalhou por um tempo no Banco Central, atuando depois como porta-voz da ex-ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello.
diploma de jornalismo, discutir a comunicação no dia-a-dia e as mudanças na mídia desde o aparecimento da internet. Fique à vontade nesta sala de visitas e acompanhe nosso bate-papo. BV — Como é essa experiência do blog, da rádio do Moreno?
Moreno oferece um saboroso feijãotropeiro com costela de boi assada aos convidados
BOA VONTADE |
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Especial — Capa
“Aposto que todo jornalista cumpre o seu dever de contribuir para o conhecimento da história do país. Nós nunca seremos lembrados porque temos exatamente essa função de trabalhar por trás de tudo; a gente não é notícia.”
Jorge Bastos Moreno Iniciou carreira como estagiário no Jornal de Brasília, onde trabalhou por seis ou sete anos até 1982, quando se transferiu para O Globo. Mais tarde, a experiência adquirida em outros grandes veículos de comunicação o levou a trabalhar no Jornal do Brasil e na revista Veja. Em 1989, tornou-se assessor de imprensa do dr. Ulisses Guimarães, à época candidato à presidência da República. Atualmente, é colunista de O Globo, onde escreve semanalmente sobre política. Mantém um blog a respeito do mesmo assunto, com ênfase nos bastidores da política. Com 35 anos de carreira, é considerado um dos mais importantes e respeitados jornalistas políticos do País.
Moreno — Estamos numa fase de reflexão para mudança da rádio. Diziam que o futuro da internet seria o áudio e o vídeo, uma coisa natural, para substituir, cumprir o papel do jornal, principalmente. O que fez a gente acreditar que o texto na rede, como notícia, não iria prosperar muito. Aí apostei na questão do áudio, e leitores, que prefiro chamar de navegantes, começaram a reclamar, dizendo que queriam de volta o texto. Porque em Brasília é o seguinte: você chega no horário comercial, são funcionários de empresas públicas e privadas que estão ali ao computador. Eles não têm fone de ouvido, então querem 40
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ler o texto para não chamar a atenção das pessoas com o fone, e isso é um grande problema, pois vou ter de reformular essa coisa e fazer um mix de texto, áudio e vídeo. Cristiana Lôbo — É porque o texto você acessa mais rapidamente do que o áudio. São 23 milhões de brasileiros que têm acesso à internet de casa, e estamos crescendo. Um acesso aberto para o mundo. A grande revolução foi essa e, no Congresso, muita coisa já começa a ter repercussão por causa do que o on-line deu. Moreno — Uma coisa curiosa acontecia e pode ser que isto esteja cavando a minha demissão (risos), mas é o seguinte: os editores e diretores do jornal impresso diziam: “Ah, vocês com blogs noticiam algo exclusivo, deviam guardar para o jornal, porque dessa forma todo o mundo toma conhecimento”. Veio, então, a chamada convergência de mídias, eles perceberam que fica muito mais fácil vender o jornal projetando-o pela internet,
é o que está acontecendo; já não pedem para guardar nada. BV — E os jornais impressos hoje no Brasil? Moreno — Eles vêm, agora, diversificando sua produção, atendendo exatamente à demanda das classes mais baixas. Tanto é que aconteceu, recentemente, um fenômeno com os jornais populares em toda a mídia brasileira; estava concentrada no eixo Rio–São Paulo, e agora Minas Gerais acabou de desbancar isso com o jornal Super Notícia. Esse processo todo vem da junção de mídias. Aliás, quando se escrever a história da revolução da mídia no Brasil, vamos ficar devendo muito aos pioneiros da TV Senado, pela qual veio essa difusão de TV pública, divulgando transparência. As emissoras abertas tinham de cobrir tudo, isso começou a despertar na população interesse maior pelo noticiário político. Aí o que começou a acontecer? A pessoa via na televisão aquela notícia e
“Com o tempo que tenho na profissão, não posso tratar o fato simplesmente sem ver os personagens dele; esse é o papel do comentarista, passar para o leitor o interesse daquele personagem do fato.”
queria saber mais sobre aquilo nos jornais. Se a imprensa escrita estivesse morrendo, os jornais não estariam crescendo. O Globo, por exemplo, tem dois jornais populares no Rio e logo pode ter mais outro. Todo o mundo está investindo nisso. Isso mostra que um complementa o outro. A informação chega hoje, de forma instantânea, ao maior número de pessoas no mundo. A pessoa vê na televisão, no dia seguinte quer ler no jornal os detalhes. BV — A questão da obrigatoriedade do diploma de jornalismo está sendo discutida? Moreno — Há vários aspectos a serem discutidos em função de uma grave crise que o País atravessa na Educação, que está comprometendo as gerações futuras. Temos um ensino médio e fundamental deficientes. Esses jovens entram na universidade para estudar jornalismo, ou qualquer matéria da área de Humanidades, e não sabem nada de História do Brasil, nem sabem
Cristiana Lôbo
escrever. Na convivência acadêmica, aprendem a escrever. Isso não é erro deles, mas da estrutura de ensino. Como dispensar, hoje, o diploma do curso superior para alguém que trabalhará com texto, se essa pessoa teve o ensino médio ruim? Acaba-se criando emprego, mais uma vez, para ricos, porque estão nas escolas particulares e ali a exigência é maior, há bons professores; eles vão chegar e ter um belo desempenho como repórter. Sílvia Faria — A questão é um pouco mais complexa. Um advogado, um médico, podem ser jornalistas também e exercer a profissão como defende a Folha de S.Paulo? Moreno — O curso de Jornalismo é recente no mundo; no Brasil não tem 50 anos. Antes os jornalistas eram médicos, advogados. Houve uma fase de transformação. Defendo o diploma nessa circunstância. Sílvia Faria — Ouvi do Do minique Wolton [cientista político francês], estudioso de mídias,
Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Goiás (UFG), foi contratada como estagiária, em 1978, na editoria de política da Folha de Goiaz, de Goiânia/GO. Desde 1982 acompanha a política nacional. Em 1986, trabalhou como assistente da jornalista Tereza Cruvinel na coluna “Panorama Político”, de O Globo. Em 1992, teve a oportunidade de trabalhar com Ricardo Boechat. No mesmo ano, assumiu uma coluna no Estado de S.Paulo, onde permaneceu até 1998. De lá, passou a ser comentarista de política e depois apresentadora do Fatos e Versões, da Globo News. Em 2005 e 2007, participou da mesa de debates intitulada As Meninas do Jô, no Programa do Jô, sobre a situação política do País.
uma opinião muito interessante. Tinha dúvidas: por que um advogado não pode escrever matéria em jornal? Wolton disse que temos de defender, com unhas e dentes, a exigência do diploma. Por quê? Se um médico vai cobrir um evento, dará a notícia do ponto de vista médico, que é a formação dele. O advogado, a mesma coisa: terá o viés jurídico para a questão. Já o jornalista não tem um corporativismo nesse aspecto, o interesse dele é dar furo, o máximo volume de notícia. É questão da democracia que se exija o diploma, o argumento dele me convenceu completamente. Quando vemos um fato, temos a BOA VONTADE |
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Especial — Capa
Os jornalistas Cristiana Lôbo e Oswaldo Buarim
obrigação de lidar com todos os pontos de vista, técnicos ou não, e o médico, o advogado, cada um pesará aquilo que é mais sensível para ele, que domina mais; fará a defesa da corporação que representa. Buarim — Com isso, a pluralidade estaria mais contemplada? Sílvia Faria — Com o jornalista a pluralidade estaria mais contemplada exatamente porque ele não tem uma especialização. Claro, a gente caminha para um jornalismo de especialização, existem estudos que afirmam isso. Cada vez mais a mídia impressa 42
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evoluirá para o jornalismo mais especializado — nela vai ter muita medicina, direito, econo-
“Fica muito mais fácil vender o jornal projetandoo pela internet, é o que está acontecendo. (...) A informação chega hoje, de forma instantânea, ao maior número de pessoas no mundo. A pessoa vê a notícia na televisão, no dia seguinte quer ler no jornal os detalhes.” Moreno
mia. Se você é um economista da linha desenvolvimentista, e vai escrever uma matéria, vai puxar a sardinha; se você é da linha neoliberal, vai puxar a sardinha para sua brasa; se você é um jornalista de economia, terá a obrigação de passar por todas essas escolas, porque daí surge o debate, e nisso está a riqueza da notícia. Um bom jornalista vai ter que ouvir todos os lados e é isso que ele defende. Buarim — Em geral, a gente pode abrir janelas para os pensamentos? Sílvia Faria — Aí você sabe que está lendo um articulista, está vendo um ponto de vista. É importante qualificar isso. A notícia não pode ter apenas um ponto de vista. Sabemos disso desde que fazemos jornalismo. Moreno — Estamos vivendo um período peculiar em que algumas pessoas, com todo o direito democrático, emitem sua opinião na mídia e esses articulistas estão sendo confundidos com jornalistas. O povo não faz a diferença. Uma coisa curiosa: de vez em quando, algum conhecido lê uma matéria minha, o que é raro, e fala assim: “Ah, não! Você tem de escrever que nem fulano, metendo o pau!” Quer dizer, é necessária uma formação acadêmica, por tudo isso que a Sílvia falou. Estamos evocando o professor Dominique Wolton nesta entrevista, hoje o mais polêmico de todos os estudiosos da mídia. O Cláudio Abramo, um grande jornalista de sua época, dizia que essa história da ética no jornalismo é balela,
porque o cidadão é em casa o que é no trabalho. Fico repetindo isto para meus alunos: “É em casa o que é no trabalho”. O que falava o mestre Cláudio Abramo está certíssimo. Há situações, no entanto, especialíssimas, como a questão da privacidade; não pode ser dada essa condescendência ao bandido, ao criminoso. Com os meus alunos faço o seguinte: estávamos discutindo sobre o Conselho Nacional de Jornalismo, algo que diz respeito ao futuro deles, e eu tinha de mostrar a história da imprensa no Brasil. Falava que Hipólito da Costa chegou de Londres, fazia uma pauta, e argumentava: vamos atualizar. Colocava em debate o que estava acontecendo no País. A universidade é fundamental em todos os aspectos. Abordei a deficiência do ensino, até para confirmar que teremos pessoas que não sabem escrever. A Sílvia mencionou um aspecto mais profundo, a especificação da profissão, que possui peculiaridades, certos comportamentos, que outras categorias não têm. Há determinados níveis de atuação em que as éticas são totalmente diferentes; basta citar a ética do mercado financeiro, muito diferente de outras. Cristiana Lôbo — Acho fundamental a universidade, essa convivência, como o Moreno falou, essa abordagem da
“Quando vemos um fato, temos a obrigação de lidar com todos os pontos de vista.” Sílvia Faria
Sílvia, mas queria falar de outra coisa. As pessoas que têm talento para escrever, virtude, vocação, hoje estão contempladas com seus blogs ou com colaboração para os jornais. Antes, quando esse debate sobre a exigência do diploma de jornalista se iniciou, dizia-se: “Muitas pessoas que têm talento para escrever ficarão embotadas por causa de um diploma?” Não! Primeiro, existe universidade à noite em que se pode estudar, não há limitação de curso para freqüentar, para essa convivência. Ela pode demonstrar o talento nos blogs ou como colaborador em jornais. Há espaço para isso em vários segmentos: no segundo caderno, na literatura, na crítica de livro. Isso tudo ajuda na pluralidade que os meios de comunicação têm interesse em passar para seu público. BV — Como lidar, na cobertura diária, com a pressão do público? Cristiana Lôbo — Não lidando. Tenho, além do espaço na Globo News, um blog no portal G1 e ali o leitor faz seus
comentários. O Moreno também lida muito com isso. Tem hora que um me xinga de governista e, em outro momento, me xinga porque acha que sou neoliberal ou “neo” qualquer coisa. Quer dizer, enquanto estão me xingando é sinal de que faço o meu trabalho de noticiar o fato. Com o tempo que tenho na profissão, não posso tratar o fato simplesmente sem ver os personagens dele; esse é o papel do comentarista, passar para o leitor o interesse daquele personagem do fato. A política lida mais com vaidade do que o próprio setor artístico, porque ela envolve vaidade e poder, que é a soma de tudo. Moreno — Se a política lida com a vaidade de aparecer na mídia, na televisão, imagino a pressão que a Sílvia sofre para atender a algum tipo de reivindicação como: “Tenho uma coisa importante, mereço estar no Jornal Nacional”. Sílvia Faria — Isso ocorre várias vezes por dia, mas é normal, todo o mundo quer alguns segundos no Jornal Nacional. Isso vale quantos milhões em investimento de candidaturas se for um político, um governador? Muitos chegam e dizem: “Vocês podiam dizer que farei tal coisa”. E respondo que primeiro ele precisa realizar; e, se fizer, temos a obrigação de noticiar. É preciso parcimônia, tomar cuidado com as promessas, porque isso é uma ilusão; prometer todo o mundo promete, mas é normal, é do jogo. Acho mais perigoso uma pessoa que passa uma informação tentando usar você contra ou BOA VONTADE |
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Especial — Capa
Os jornalistas entrevistados com a equipe da revista BOA VONTADE
a favor de alguém (inimigos ou amigos), por interesses próprios, interesses contrariados. É muito comum, tem de se estar atento; e na televisão isso é corriqueiro, mais do que na minha experiência na imprensa escrita. Os repórteres mais jovens são muito ingênuos; trazem o prato pronto, como se realmente fosse maravilhoso aquilo, mas é um aprendizado que ninguém tem em faculdade. Cristiana Lôbo — Há uma prática elementar: a notícia que vem na mão, desconfie dela. É preciso saber se é a favor ou contra o adversário daquele portador. O que vem sem esforço pode até ser uma grande notícia, incorre naquele problema que a Sílvia levantou: o cuidado para não estar sendo usado, e isso ocorre o dia inteiro. A gente acaba ficando vacinado, sabe até pelo perfil da pessoa se ela já vem com uma 44
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conversa para convencer, ou se tem um argumento mesmo. BV — Qual mídia é mais difícil? Sílvia Faria — A impressa, no aspecto da profundidade, no tratamento que a notícia exige. Na revista, aquela coisa de
“A gente caminha para um jornalismo de especialização, existem estudos que afirmam isso. Cada vez mais a mídia impressa evoluirá para o jornalismo mais especializado — nela vai ter muita medicina, direito, economia.” Sílvia Faria
esperar a semana inteira para dar furo, e não levar furo, uma dificuldade que acho das piores. É muito difícil programar revista, uma capa que venda; é uma angústia permanente para o meu temperamento. Na televisão o que é mais difícil é noticiar tudo em pouquíssimo tempo. É preciso ter critério de seleção altamente cuidadoso e batalhar todos os dias para que tudo que vai ao ar seja 100% verdadeiro e certo, senão vem uma chuva de e-mails e telefonemas; isso é legal porque você tem uma reciprocidade muito grande. Se se informou errado, tem-se a obrigação de corrigir imediatamente ou no dia seguinte. BV — Qual notícia que vocês gostariam de dar? Sílvia Faria — Que o Brasil atingiu o primeiro nível em Educação, saúde e desenvolvimento humano. Cristiana Lôbo — Assino embaixo. Moreno — Todo jornalista, no fundo, é egoísta. A notícia que eu queria dar era a seguinte: descoberta a vacina contra o diabetes, e agora você pode tomar sorvete, fazer tudo, engordar (risos). BV — Por qual momento de sua vida você gostaria de ser lembrado? Moreno — O jornalista não faz a história do país; jornalista relata a história. Se um jornalista disser: “Eu gostaria que lembrassem aquela cobertura que fiz”, não tem de ser de acordo com a visão
dele. O jornalista trabalha com o fato. Aposto que todo jornalista cumpre o seu dever de contribuir para o conhecimento da história do país, e nós nunca seremos lembrados porque temos exatamente essa função de trabalhar por trás de tudo; a gente não é notícia. O dia que o jornalista for notícia ele pode ter essa pretensão de deixar alguma herança intelectual ou material. BV — O que vocês acham da percepção do povo quanto à política? Como está a participação da mulher neste cenário? Cristiana Lôbo — Olha, eu acho que está muito grande, é a coisa que mais me impressiona. Por exemplo, no programa que faço na Globo News, Fatos e Versões, 60% da audiência é de mulheres, contra 40% de homens. Antigamente, política era tida como assunto de homem, conversa masculina, e não é. Hoje, posso dizer que a política interessa muito às mulheres. BV — Está faltando que elas se candidatem mais? Cristiana Lôbo — Isso. A lei manda ter 20%, nem a cota de 20% tem sido preenchida. Mas então você observa as pesquisas. Quando a eleição está muito disputada, logo que se define o resultado, sabemos, foi a mulher. Ela é a última que decide o voto. Por isso, acho interessante essa preocupação nova das mulheres com a política, porque é coisa recente, não antiga. Moreno — Está acontecendo agora um fenômeno lamentável,
Sílvia Faria concede entrevista a Enaildo Viana, da revista BOA VONTADE.
isto é, a gente paga um preço para a informação ficar blindada contra qualquer tipo de censura. Os nossos jovens têm ocupado o tempo deles na internet com bate-papo, essas coisas. Na minha época, o jovem sabia o que estava ocorrendo, tentava estar por dentro de tudo, da política. Cristiana Lôbo — Discordo de você. Seus filhos não são bem informados? Acredito que eles são mais rápidos. Eu tenho filhos e a Sílvia também. Não sei se é porque é filho de jornalista, mas os amigos deles também são informados. Moreno — Claro, filho de jornalista nasce dentro da notícia. Cristiana Lôbo — Eles passam pela internet rapida-
mente e dão notícias de tudo. Do que a gente está preocupada, eles lêem e sabem do que estão falando. E aí já vão para os assuntos deles... É claro que há uns mais jovens do que esses meninos de 25. Esse pessoal de 15 a 18 anos que vive na internet buscando; você não sabe qual a linguagem que eles falam.
“Há uma prática elementar: a notícia que vem na mão, desconfie dela. Temos de ver se é a favor ou contra o adversário daquele portador.” Cristiana Lôbo BOA VONTADE |
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Acontece
P R E T O / S P
Diferencial do trabalho da LBV Maurício Garrefa
João Miguel
A deputada estadual por São Paulo Darcy Vera, primeira mulher a representar a região de Ribeirão Preto/SP na Assembléia Legislativa de São Paulo, recebeu a equipe de reportagem da Super Rede Boa Vontade de Comunicação para uma entrevista, em que destacou o apoio às entidades sociais, uma bandeira Darcy Vera pela qual a parlamentar se empenha. Por esse motivo, sente-se identificada com as ações de valorização do Ser Humano e seu Espírito eterno, empreendidas pela Legião da Boa Vontade, em todo o Brasil, a exemplo da Campanha Natal Permanente de Jesus — o
Pão Nosso de cada dia! A iniciativa distribuiu, em 2007, mais de 440 toneladas de alimentos (leia reportagem na página 52). “Esse projeto é extremamente importante. A LBV é um dos grandes referenciais para um Natal sem fome. As pessoas não morrem de fome só na África; as cidades pequenas também sofrem com isso.” A deputada, que já visitou o Templo da Boa Vontade (TBV), em Brasília/DF, recordou-se: “Eu fiquei encantada. Já vinha acompanhando o trabalho de Paiva Netto e tive o grande prazer de ler vários de seus livros. E, quando entrei no Templo da LBV, me emocionei.
Fotos: Adelar Pereira
R I B E I R Ã O
Fachada da LBV em Ribeirão Preto/SP. Em destaque, aula de balé oferecida às crianças.
Ali existe algo diferente! Foi um dos momentos mais abençoados que tive. Vi gente do Brasil inteiro numa demonstração de Fé. É inexplicável! Só sentindo isso para saber como é maravilhoso”.
G O I Â N I A / G O
Consciência ecológica desde a infância Fotos: Sthefany Sussai
Joílson Nogueira
Na Legião da Boa Vontade, desde cedo se aprende a importância de preservar o meio ambiente com ações práticas. O trabalho de reciclagem e aproveitamento de sucatas para a confecção de artesanato, brinquedos e jogos educativos ocorre durante a atividade mais esperada pelas crianças: a Oficina dos Arteiros, em um espaço dedicado ao desenvolvimento da criatividade. São utilizadas caixas de diversas embalagens, cola, papel camurça e tinta guache para confeccionar uma variedade de brinquedos. O tema foi a preservação do meio ambiente por meio da reciclagem. As peças produzidas pelas crianças ficam à mostra no Centro Comunitário e Educacional da LBV (Rua Jamil Abraão, 645 — Setor Rodoviário, tel.: (62) 3531-5000). BOA VONTADE |
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Meio ambiente Parceiros globais pelo desenvolvimento sustentável Apoio:
De mãos dadas
pelo desenvolvimento sustentável II Fórum–Feira de Inovações, promovida pela LBV, com o suporte da ONU, reúne mais de 1.200 ONGs e autoridades na busca de soluções para salvar o Planeta
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Marco Sudário
E
m março, a Legião da Boa Vontade promoveu no Brasil e na Argentina uma série de eventos que integram o II Fórum–Feira de Inovações Rede Sociedade Solidária. O tema deste ano — “Desenvolvimento Sustentável” — foi definido pelo Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas (Ecosoc-ONU), com o objetivo de apresentar boas práticas e ações sociais capazes de promover o desenvolvimento socioeconômico em bases sustentáveis. A programação dos encontros incluiu painéis temáticos, acompanhados de apresentações artísticas e amostragem de boas práticas, formados por representantes do poder público, iniciativa privada, organizações da sociedade civil e meio acadêmico. O Fórum–Feira de Inovações ocorreu em seis capitais brasi-
Dra. Michele é recebida por algumas crianças atendidas pela LBV em Manaus/AM.
leiras, no Distrito Federal e na capital argentina, Buenos Aires. Cada cidade apresentou sua própria exposição de cases de sucesso, conforme as características e necessidades locais, que têm colaborado para a promoção do desenvolvimento sustentável no Brasil e na América Latina.
Representações oficiais da ONU estiveram presentes ao evento, a exemplo da dra. Mi chele Billant-Fedoroff, chefe adjunta do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (UN/Desa); do jornalista Giancarlo Summa, diretor do UNIC-Rio; e do dr. Richard
Fotos: Adriana Rocha
Jordan, que presidiu a 60a Conferência Anual de Organizações Não-Governamentais do Departamento de Informação Pública (DPI), ocorrida em setembro de 2007, em Nova York (EUA), onde foram discutidos os impactos sociais das mudanças climáticas. A Legião da Boa Vontade conta com diversos parceiros para a realização dessa segunda edição da Feira de Inovações, entre eles a Associação Brasileira de Recursos Hídricos, a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), Associação Mineira de Defesa Ambiental, Fundação José de Paiva Netto (FJPN), o governo dos Estados do Amazonas e do Rio Grande do Sul, Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), organização Parceiros Voluntários, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Este é o quinto ano consecuti vo que a LBV, com o suporte do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, realiza encontros intersetoriais com a participação da sociedade civil latino-americana. A primeira edição do Fórum–Feira teve a adesão de mais de 1.200 organizações e grande repercussão na mídia nacional e do Exterior. Confira reportagem completa sobre o evento na próxima edição da revista BOA VONTADE, abordando os principais temas e resultados de cada localidade.
A LBV expõe suas recomendações de boas práticas na sede das Nações Unidas, em Nova York.
LBV apresenta relatório em NY Os resultados do II Fórum-Feira de Inovações Rede Sociedade Solidária foram apresentados às Nações Unidas em Nova York (EUA), durante o Fórum de ONGs do Ecosoc. As informações obtidas em cada encontro estão no relatório que a LBV encaminhará à ONU, em contribuição à Reunião de Alto Segmento (High-Level Segment), que acontece em julho deste ano. Nele, a Instituição expõe suas recomendações aos chefes de Estado, ministros e embaixadores de vários países membros da ONU e aos demais participantes. Dra. Hanifa Mezoui e Danilo Parmegiani, da LBV. Por causa do grande sucesso dos resultados demonstrados, a LBV foi convidada a falar entre as sete maiores iniciativas da sociedade civil em desenvolvimento sustentável no mundo. O evento preparatório para o encontro do Alto Segmento do Conselho ocorreu no reservado salão do Ecosoc Chamber e mereceu destaque no discurso do vice-presidente do Ecosoc, embaixador de Cabo Verde, Pedro Monteiro Lima, que agradeceu em português à Legião da Boa Vontade. Após ver o clipping sobre a ampla divulgação do Fórum na mídia e o vídeo com a quantidade de lideranças que prestigiaram as atividades, tendo uma edição em plena Floresta Amazônica, a dra. Hanifa Mezoui, chefe do NGO Section (Seção de ONGs) do UN/Desa, afirmou impressionada: “A LBV já pode fazer escola para nós”. Quem também cumprimentou o trabalho da Instituição foi o dr. Liberato Bautista, presidente da Congo (Conferência das organizações não-governamentais), da qual a LBV é membro desde 2000. BOA VONTADE |
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Destaque LBV — prestando contas do que faz ao Povo
Prestando contas
Nizete Souza
A LBV inicia ação social de 2008 e comemora o resultado de seu amplo trabalho e aniversário de 58 anos de fundação
João Miguel
Liliane Cardoso
Glorinha/RS
Edson R. Neves
Campinas/SP
Cláudia Oliveira
Rui Portugal
João Miguel
Belém/PA
Piracicaba/SP Florianópolis/SC Arquivo BV
Bauru/SP
Araçatuba/SP Blumenau/SC
Araraquara/SP
Cuiabá/MT
Arquivo BV
João Miguel
Americana/SP
Alexandre Freitas
Amor e Arquivo BV
58 anos
Mensagem de Fraternidade do NX Zero
Divulgação
Na ocasião da entrega das cestas de alimentos da LBV a famílias em risco social, Di, o vocalista da banda NX Zero, em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação, aproveitou para deixar seu recado de Solidariedade à Instituição e a seu dirigente: “Estou aqui para mandar um beijão e um abraço. Saúde e Paz para todo mundo da LBV! Eu já estudei lá e tenho uma história com ela. Minha educação e minha formação, devo à LBV também. Feliz Natal e Feliz Ano-Novo, sempre com muita Paz. Estou aqui para falar também para o Irmão Paiva que eu o conheço há muito tempo. Ele já me proporcionou muitas conversas boas desde que eu era pequeno e estou com muita saudade dele. Então, Irmão Paiva, um grande beijo”. NX ZERO Da esq. para a dir.: Caco, Gee, Di, Fi e Dani.
Goiânia/GO
Arquivo BV
Vitória/ES
440 toneladas
410 toneladas
Vivian Ribeiro
Curitiba/PR
Vinicius Ramão
Pelotas/RS
Maricá/RJ
370 toneladas
Recife/PE
Flammarion Campos Paulo Araújo
Maringá/PR
Kássia Bernarde
Maceió/AL
LBV, ano a ano, bate recorde de arrecadação de alimentos.
Arquivo BV
Cascavel/PR Vânia Besse
Francieli da Silva
Porto Alegre/RS
Almeida Oliveira
Alex Dias
Solidariedade 2005
2006
2007
BOA VONTADE |
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Destaque
S
Rio de Janeiro/RJ
acolhida ao convite da Instituição se traduz no êxito da iniciativa: entre janeiro e fevereiro, kits escolares foram entregues, nas cinco regiões brasileiras, a milhares de meninos e meninas atendidos no Programa LBV — Criança: Futuro no Presente! Essa ação é promovida nas escolas de Educação Básica e nos Centros Comunitários e Educacionais da Instituição. Deste modo, a Legião da Boa Vontade oferece à criança ferramentas para que crie uma nova perspectiva para a vida, incentivando-a ao estudo e priorizando a indispensável formação fraterna, razão de ser da Pedagogia do Cidadão Ecumênico — linha educacional preconizada pelo educador Paiva Netto e implantada na rede de atendimento da Instituição, no Brasil e no Exterior. Os pais têm notado a diferença: “Desde que minha filha começou a participar deste programa da
*Leia este e outros textos do dirigente da LBV no site: www.paivanetto.com, seção “Artigos”.
O que a criança encontra no kit escolar da LBV • Mochila • 6 cadernos (três de brochura, dois de desenho e um para recados) • 6 lápis no 2 na cor preta • 1 caixa de lápis de cor com 12 unidades • 1 caixa de giz de cera com 12 unidades • 2 canetas esferográficas • 2 borrachas • 1 apontador com depósito • 2 tubos de cola • 1 tesoura sem ponta • 1 régua de 30 cm • 1 estojo grande • 1 livro paradidático de tabuada. Foto: Cida Linares
Verônica Alexandre Daniel Trevisan Marcos Franchi
Campinas/SP
João Miguel
Glorinha/RS
Vivian Ribeiro
Londrina/PR
Maceió/AL
ereira dos Sa ntos aldo P Osv
Rosângela Guedes
São Paulo/SP
ão quase seis décadas de tra balho no desafio cotidiano para estabelecer na sociedade a consciência solidária e altruística. Esse é o mote que direciona toda ação socioeducacional empreendida pela Legião da Boa Vontade desde suas raízes, em 1o de janeiro de 1950. Da mesma forma que o sofrimento do Povo é diário, conforme anotou o dirigente da Instituição, há décadas, em sua página Vencer o sofrimento do corpo e da Alma*, a ação da LBV acolhe em todas regiões, em qualquer época do ano, os que necessitam de amparo. Por isso, logo nos primeiros dias de janeiPonta ro, a Legião da Boa VonGrossa/PR tade iniciou sua tradicional mobilização social, com a Campanha Criança Nota 10 — Sem Educação não há Futuro! A boa
Sérgio Serrano
Vivian Ribeiro
mãe de uma das crianças atendidas pela LBV do Recife/PE.
Diogo Franco
Rui Portugal
Rio de Janeiro/RJ
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João Miguel
Brasília/DF
Belém/PA
Presidente Prudente/SP
Daniel Trevisan Vinicius Ramão
São Paulo/SP
Belo Horizonte/MG
Curitiba/PR Maringá/PR Inhumas/GO Dulcelene Leal
Diogo Franco
Roseane Gomes de Oliveira
Recife/PE
José Carlos de Figueiredo
“A LBV representa uma segunda casa para nós. A minha filha acordou mais cedo para ir à LBV receber o kit. Com certeza, ela cuidará muito bem do material. Essa contribuição da LBV chegou em boa hora para nossa família.”
Bauru/SP
Paulo Araújo
LBV, melhorou muito na escola. Sou grata por este trabalho lindo e maravilhoso. Ela não é só uma mãe para a minha filha, mas para mim também, pois me ajuda muito. Não sei o que seria de mim se não fosse a Legião da Boa Vontade!”, exclama Maria dos Anjos, mãe de uma das crianças beneficiadas pela Entidade em Ipatinga/MG. A essas palavras junta-se o agradecimento do catarinense Jorge Amorim, líder comunitário em Florianópolis/ SC: “Com a entrega de kits escolares, a LBV valoriza a criança, a sociedade e a educação. Graças a Deus, temos organizações como a LBV, que sempre se preocupa com isso”. Atendida em Campina Grande, interior da Paraíba, a dona de casa Maria de Lurdes Silva também registra sua gratidão: “O atendimento aqui é muito bom. Estou muito satisfeita; minha filha não tinha esse material. Fico mais feliz ainda em ver minha filha na LBV e feliz”.
BOA VONTADE |
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Adriane Mafra
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Destaque
Manaus/AM
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São Luís/MA
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Maringá/PR
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Campo Grande/MS
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Rosilene Monteir
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Belo Horizonte/MG
Coroamento de um ano de vitórias Nas cinco regiões brasileiras, a LBV luta contra a fome.
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| BOA VONTADE
Assim que chegou o 1 o de janeiro, uma comemoração dupla: os 58 anos de trabalho da Legião da Boa Vontade (fundada pelo poeta, radialista e ativista social brasileiro Alziro Zarur, em 1950) e mais um ano de crescimento nas atividades empreendidas. A edição 2007 da tradicional Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! superou expectativas e bateu recorde de arrecadação. Foram entregues 440 toneladas de alimentos nãoperecíveis a famílias atendidas ao longo do ano pela Instituição. O sorriso no rosto das crianças e das famílias, estampado nesta reportagem, diz muito mais do que palavras. Artistas, personalidades e voluntários aderiram a essa empreitada solidária, mobilizando a sociedade a fazer doações e, principalmente, a engajar-se em ações que contribuam para que o Brasil vença seus grandes desafios, entre eles o de acabar com a fome e a miséria e promover a educação básica de qualidade para todos — os dois primeiros dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs). Esse mutirão, forte aliado na luta pelo bem-estar social, tem colaborado para mudar a realidade de brasileiros, como a de Rosalina Morais, de São Luís/MA. Com orçamento doméstico apertado, ela admite que a ajuda vem em boa hora: “Agradeço a Deus a oportunidade que me concedeu
Daniel Trevisan
Nizete Souza
São Paulo/SP
Salvador/BA
Thaís Afonso
João Miguel
Belkis Faria
Heleneida Gonçalves de Oliveira
Taguatinga/DF
Atendida pelo programa Cidadão-Bebê, em Belo Horizonte/MG.
Gladys Aparecida
Arquivo BV
São José do Rio Preto/SP
São José dos Campos/SP
“Mesmo tendo a experiência de ser mãe de quatro filhos, aprendi muitas coisas na LBV e recebi muitas informações importantes. É o melhor atendimento que temos na nossa região.”
em conhecer a Legião da Boa Vontade, que ajuda tanto minha família”. Também com a renda comprometida, a aposentada Matília Maria Azevedo, 84 anos, de São José do Rio Preto/SP, agradece: “É uma bênção que vem de Deus quando chega o dia de receber esta cesta. O que recebemos, só Jesus pode pagar. Este alimento é abençoado, nos dá sustento por muito tempo”. Tendo como foco melhorar a perspectiva de vida de milhões de brasileiros, a Legião da Boa Vontade oferece seu atendimento
Uberlândia/MG
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Porto Alegre/RS
“Eu colaboro com a LBV há muitos Londrina/PR anos e hoje, presenciando este trabalho com essas famílias, só aumenta a minha vontade e a minha força para colaborar mais e mais.”
João Miguel
Vitória/ES
Ros âng el
Santos/SP
Ledilaine Santana
Lívia Caroline de Brito
Joinville/SC
Clarice Phelipine
Colaboradora da LBV de Londrina/PR
São Carlos/SP BOA VONTADE |
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Belkis Faria
Destaque
Taguatinga/DF
“A LBV é mãe, é pai, é tudo na nossa vida. Quem chega aqui sai outra pessoa, porque a LBV leva a gente para o alto, para a frente, mostra o alto-astral para as pessoas. Depois que entrei aqui, tudo mudou, esse ano para mim foi maravilhoso. De hoje em diante minha felicidade vai ser permanente.” Raimunda de Souza
Vivian Ribeiro
Franca/SP
Petrópolis/RJ
São Paulo/SP 58
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Salvador/BA
Recife/PE Arquivo BV
Anápolis/GO Arquivo BV
Foz do Iguaçu/PR
Daniel Trevisan
Niterói/RJ
Nizete Souza
Osvaldo Santos
Aparecida Bianchi
Juliana Valin
Vânia Besse
João Preda
Leme/SP Inhumas/GO
Vivian Ribeiro
Presidente Prudente/SP
João Miguel
João Miguel
Arquivo BV
Participante do curso de macramê na LBV de Brasília/DF.
social durante todos os meses do ano, com a campanha do Natal Permanente de Jesus, o Cristo Ecumênico. Ou seja, o mesmo ideal que sensibiliza as pessoas nos festejos de dezembro mantém acesa a chama da Solidariedade Altruística ao longo do ano. É esse aspecto que chama a atenção do mestre-de-cerimônias e apresentador Marcão Kareca, colaborador da LBV em Londrina, cidade do norte do Paraná. “É uma honra fazer parte da Legião da Boa Vontade. Posso dizer isso porque aqui me sinto parte da família LBV. Eu vejo que aqui o Natal é Permanente,
Mogi das Cruzes/SP
Paranaíba/MS
Arquivo BV
Colabore com as obras socioeducacionais da LBV Banco do Brasil Agência: 3339-1 Conta corrente: 5.010-5
Paulo Araújo
porque eles atendem todos os dias do ano.” Todos estão convidados a participar não somente dessa grande mobilização, mas também de outras ações nos demais dias do ano. Leia no quadro, ao lado, sobre como colaborar para as obras da LBV. [R. O.]
Banco Bradesco Agência: 0292-5 Conta corrente: 99090-6 Banco Itaú Agência: 0237 Conta corrente: 73700-2
Rui Portugal
Cuiabá/MT
Outras informações: (11) 3225-4500 ou www. lbv.org.br
Jornais destacam atendimento social da LBV da Europa e dos Estados Unidos
Vinicius Ramão
Belém/PA
Em outros países, a tradicional campanha de fim de ano da Legião da Boa Vontade também apresenta bons resultados. A LBV de Portugal realizou, em dezembro de 2007, a entrega de cestas e prendas de Natal à comunidade excluída socialmente. Além dos colaboradores, outros fortes Reprodução do parceiros são os meios de comunicafac-símile da matéria ção que, constantemente, divulgam as publicada pelo jornal Brazilian Voice, dos iniciativas da Obra. Em especial, nessa Estados Unidos. edição da campanha, os jornais Destak, Sol, Jornal de Notícias e O Primeiro de Janeiro. Nos Estados Unidos, a mídia também ressaltou a iniciativa solidária, conforme se pode ver na ilustração aqui reproduzida.
Curitiba/PR BOA VONTADE |
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Opinião — Mídia alternativa 1808-2008 — Bicentenário da Imprensa brasileira
Dois séculos de imprensa Carlos Arthur Pitombeira
Felipe Freitas
especial para a BOA VONTADE
Carlos Arthur Pitombeira, jornalista e conselheiro da ABI.
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uando todas as atenções se voltam para as comemorações dos 200 anos da chegada ao Brasil de dom João VI e sua Corte, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte, não pode ser ignorado o fato de que o ano de 1808 marca também o nascimento da imprensa brasileira. Isso rompeu
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um atraso de três séculos e meio em relação à invenção da tipografia e, ao mesmo tempo, estabeleceu o surgimento da imprensa alternativa no País. Vale lembrar que os dois primeiros jornais brasileiros, o Correio Braziliense e a Gazeta do Rio de Janeiro, surgem com uma diferença de apenas dois meses um do outro e características distintas na sua circulação; o primeiro mensal; e o outro saindo duas, e depois, três vezes por semana. A primeira edição do Correio, de Hipólito da Costa, preparada em Londres (Inglaterra), chegou clandestinamente ao Brasil, logo após a abertura dos portos às nações amigas, e circulou em 1o de
junho de 1808; a da Gazeta, do frei Tibúrcio José da Rocha, no dia 10 de setembro. Foram os prelos da Imprensa Régia (atual Imprensa Nacional) que deram vida à Gazeta do Rio de Janeiro, esta, sim, com cara de jornal, enquanto o outro se destinava a conquistar opiniões: a cada mês, reunia em suas páginas o estudo das questões mais importantes que afetavam a Inglaterra, Portugal e Brasil. Os historiadores registram que naquela época muitos brasileiros exilados, a exemplo de Hipólito da Costa, também editavam jornais e os enviavam ao Brasil. Sociedades secretas surgiram e se multiplicaram “para abrigar os que ousavam pen-
Divulgação
Hipólito da Costa, que preparou, em Londres (Inglaterra), a primeira edição do Correio Braziliense.
sar no futuro, analisar o presente, estudar”. Eram lojas maçônicas, sociedades literárias e figuras eminentes da Igreja Católica que davam forma à imprensa daquela época. Em 1798, por exemplo, já cir culavam na Bahia boletins de doutrina libertária, sem periodicidade definida. Mas a história da imprensa brasileira foi se apresentando aos poucos: o jornal A Idade do Ouro do Brasil nasceu em 14 de maio de 1811, em Salvador/BA, antiga capital e segunda cidade brasileira; o Preciso, surgido em 1817, tornou-se o primeiro totalmente engajado em um movimento político; a Revolta Pernambucana tinha por objetivo tirar o controle comercial das mãos registro A capa histórica da Gazeta de Notícias, de 14 de maio de 1888, comunicando a oficialização da Lei Áurea, que determinou o fim do escravismo no Brasil.
dos portugueses e dos ingleses; a Malagueta começou a circular no Rio de Janeiro em 18 de dezembro de 1822. Minas Gerais, então província, só viria a conhecer a imprensa em 1823 com o aparecimento, em Ouro Preto (então Vila Rica), de O Compilador Mineiro. Em Pernambuco, em outubro de 1825, ainda com as lembranças do levante de 1817, quando se chegou a proclamar a independência da província de Pernambuco da Corte, nascia no Recife o Diário de Pernambuco, considerado o mais antigo jornal em circulação da América Latina. Em 1827 começava a circular no Rio Grande do Sul o Diário de Porto Alegre; em São Paulo, o Farol Paulistano. O Jornal de Recife surgiria em 1859; e, em São Luís, no Maranhão, o primeiro periódico ilustrado de grande formato, o Jornal Para Todos, começava a circular em 1876. O Jornal do Brasil era fundado em 8 de abril de 1891. A primeira empresa brasileira destinada a editar jornais aparece em 1875 e o Província de São Paulo, que mais tarde se chamaria O Estado de S.Paulo (O Estadão), começa a escrever a história do jornalismo moderno. Em 1911, Irineu Mari
nho funda A Noite, e em 1925 surge o jornal O Globo. Um ano antes, em 1924, Assis Chateaubriand compra o jornal O Pernambuco, de Recife, o primeiro de seu império de comunicação. Em 1968, quando morreu, era dono da rede Diários Associados, com 32 jornais, 24 emissoras de rádio, três revistas e 19 emissoras de televisão. A Independência do Brasil, em 1822, marcaria novo ciclo na imprensa brasileira. Movimentos políticos em defesa da República e contra a escravatura motivam o surgimento de inúmeros jornais com característica alternativa/comunitária. Em 7 de Setembro de 1822, dom Pedro I proclamava a Independência, mas a notícia só era publicada treze dias depois, em O Espelho. De 1870 a 1872, surgiriam no País 20 jornais republicanos. O primeiro deles provavelmente tenha sido A República, que começou a circular em 3 de dezembro de 1870, como órgão oficial do Partido Republicano Brasileiro e do Clube Republicano, que abrigava a ala mais radical dos liberais. Nessa mesma linha republicana entram em cena também vários jornais no interior e até nas províncias mais longínquas da Corte: O Argos, no Amazonas; RELÍQUIAS Reprodução de páginas históricas dos jornais Gazeta do Rio de Janeiro e Correio Braziliense, os primeiros jornais impressos do Brasil. Abaixo, reprodução da primeira página do Diário de Pernambuco, considerado o mais antigo em circulação na América Latina.
Opinião — Mídia alternativa
O Futuro, no Pará; O Amigo do Povo, no Piauí; O Voluntário da Pátria, na Paraíba; O Tempo, no Rio Grande do Sul. Por todo o País multiplicam-se os pequenos jornais republicanos e também começam a surgir abolicionistas. São inúmeras também as publicações sobre temas diversos, como os periódicos feministas Brasil Mulher e Nós Mulheres (Londrina); o anarquista Inimigo do Rei (Salvador); O Beijo (Rio), com matérias político-existenciais que marcaram; O Trabalho (SP), trotskista, político e cultural; e o carioca Lampião da Esquina, publicação voltada para a comunidade homossexual e considerada de excelente nível jornalístico. Em 1977, O Repórter, com reportagens e linguagem popular — marcada pela velha Última Hora
— de alto valor, deixa sua marca. E não se pode esquecer do jornalismo de qualidade, grandes reportagens e ótima linguagem, do Coojornal, de Porto Alegre/RS. A partir de O República, O Macaco Brasileiro, A Mulher do Simplício, O Esbarra, A Mutuca Picante, passando pelo Bondinho, O Grilo, Ovelha Negra, Extra, Realidade, Ex, Opinião, Reunião, Folha da Semana, Idéia Nova, Mais Um Movimento, Senhor, Pasquim, Repórter, Versus, Flor do Mal, Singular & Plural, Binômio, A Manhã, Pif-Paf e tantos outros, os jornais alternativos sempre foram magníficos laboratórios de jornalismo a serviço das liberdades democráticas. Devotaram-se a essa causa jornalistas de todas as épocas, como Gonçalves Ledo, Cipriano Barata, Rui Bar
bosa, Luís Augusto May, Quin tino Bocaiúva, Aristides Lobo, Manuel Vieira, Castro Alves, Eça de Queiroz, Raul Pompéia, Monteiro Lobato, Joaquim Na buco e Euclides da Cunha, só para citar alguns mais antigos. Entre os contemporâneos, no eixo Rio–São Paulo/Minas Gerais, podemos citar Tarso de Castro, Jaguar, Henfil, Marcos Faerman (Marcão), Ál varo Caldas, Millôr Fernandes, Paulo Francis, Ivan Lessa, Sergio Augusto e muitos outros. Há, sim, muito que se comemorar neste 2008, ano que registra dois séculos da chegada ao Brasil de dom João VI e sua Corte. Mas não pode ser ignorada a importância que o ano de 1808 representa para a imprensa alternativa e comunitária brasileira.
A T V D A PA Z E D A F R AT E R N I D A D E R E A L S KY - C A N A L 2 7 - 2 4 H O R A S N O A R
Programa voltado para o público jovem, tem como objetivo destacar as principais atividades desenvolvidas por organizações do setor público e privado que promovam a cidadania por meio da educação, preservação ambiental e da existência humana. Contribui para a propagação do conhecimento sobre a questão educacional e ambiental em toda a sociedade.
É um espaço dedicado à valorização do pequeno, médio e grande produtor rural. Com notícias, reportagens, dicas e entrevistas com especialistas do setor, tem como objetivo informar o homem do campo, apresentando a ele alternativas de produção e comercialização no agronegócio. O programa traz também semanalmente as principais cotações do mercado agropecuário.
QUANDO ASSISTIR segunda a sexta-feira: 13h30 outros horários: www.boavontadetv.com
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Apoio
Saúde Diabetes: mutirões solidários
A preservação da saúde
De
olho
no futuro Mário Augusto Brandão e Liliane Cardoso Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes
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m novo caso de diabetes surge a cada 5 segundos no mundo. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que divulgou alarmante nota em 2007 sobre a atual situação da doença. Os números assustam: em média, a cada 10 segundos, uma pessoa morre de complicações em decorrência desse mal; o prognóstico é que cerca de 376 milhões de pessoas terão a doença túrs i d em 2030, se não houver de rupo ado por g m mudança no estilo de z u es é caracteri níveis t e b a vida. O relatório ciDi dos r licos tabó aumento sado po e m tou a obesidade e o bios icemia ( ), cau es tipo e u l g t g n sedentarismo como hiper car no sa ta (diabe 2) de o ú u l p ç i o t os maiores vilões bs es de a nio cia a (diabet e hormô n ê s do diabetes tipo a s s ta iv au relat reção de o do me u o 2, o mellitus. se 1) sec laçã regu os, lipídio na. A i l a u n s No Brasil, 11 in te rat ortan rboid milhões têm é imp o dos ca m s i l o a doença. b as.
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Lucian Fagundes
No sul do País, a criançada é atendida pelo mutirão contra o diabetes.
Na contramão desses indicadores, a Legião da Boa Vontade (LBV) desenvolve programas de prevenção dirigidos aos que, direta ou indiretamente, participam das atividades nos seus centros educacionais — por determinação de seu diretor-presidente. Exemplo disso é o que se vê freqüentemente no Instituto de Educação da Legião da Boa Vontade, na capital paulista. A unidade educacional da LBV realiza, durante o ano letivo, mutirões de saúde com o objetivo de manter o bem-estar físico e mental de seus 1.200 alunos. Em um deles, para identificar casos de diabetes tipo 2, a Instituição contou com a parceria da Samcil. Esta ação faz parte do Programa de Nutrição e Saúde da LBV, realizado com sucesso em todo o Brasil. Na primeira fase, o levantamento dos
Quem desen tem risco volver de Existe a doenç m vá rios f tornáa? atore lo m
sq ais • Esta r acim vulnerável ue podem : ad sa Co rporal o peso. O Í ndice deve • Sed dados antropométricos (peso, de M estar entari e n s t m r e 20 e as• Ter m o; altura e pressão arterial) 24,9; ais de • Dar 45 an dos alunos observou as à os de ida a 4 qu luz criança questões de desnutrição ilos; com p de; eso s • Here e obesidade, tudo sob o uperio ditarie r d b a é d t e i c acompanhamento dos os). (irmão s ou pais d pais ou responsáveis. ia-
Em Glorinha/RS, o constante acompanhamento médico tem feito a diferença na vida dos guris amparados pelo Lar e Parque Alziro Zarur, da LBV. Para um dos adolescentes abrigados, esse hábito foi fundamental na descoberta dos sintomas do diabetes tipo 1. Após identificação do caso, o garoto foi levado a um especialista para consulta. “Durante o atendimento, ele relatou ao médico que, nos últimos três dias, sentiu muita sede, bebia bastante líquido e, conseqüentemente, urinava várias vezes ao dia. Diante da descrição,
condizente com sinais de uma alteração na glicemia, foi solicitado o teste que constatou o valor de 500 mg/dl”, relata a técnica em enfermagem do Lar, Flávia Freitas. A partir da avaliação, o menino pôde ser encaminhado ao Hospital da Criança Santo Antônio, em Porto Alegre/RS, para melhor avaliação e tratamento diante da gravidade da situação. Com o diagnóstico confirmado, o menino BOA VONTADE |
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Daniel Trevisan
Saúde
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derad s de consi ei a o s os nív mas pes m a é t m Em u corpo man 00 miligra 1 ,o mer, dável entre 70 e . Após co e dl) do da glicos i l i t r o ( m g / nden e p e ão, c d e refeiç , por d is sobem, a d o dl d ve 0 mg/ onteú 4 c 1 os ní e s idade eder o diabético. quant e exc o v e d é de quadr ão mas n izando um l, o estado ise ter g/d nál carac 0 a 130 m ria outra a sá 11 o. neces o resultad Já de o d n e r a ,s alerta ara confirm p a Desde os pequenos até os mais jovens participaram do mutirão em São Paulo/SP, em clínic parceria com a Samcil.
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os monitores no ICD. Durante o treinamento são oferecidas aos educadores palestras e oficinas com a equipe multidisciplinar do instituto, composta por médicos pediatras e endocrinologistas, nutricionistas, enfermeiras, dentistas, psicólogas, assistentes sociais e educadores físicos. Os monitores são amplamente esclarecidos sobre diabetes.
idéia de realizar em dezembro de 2007 um encontro — com muitas atividades recreativas, lúdicas e esportivas — entre os meninos e meninas atendidos pelo ICD e os meninos abrigados na Legião da Boa Vontade. No dia marcado, dezenas de crianças, adolescentes e profissionais do ICD adentraram as dependências do Templo da Natureza e da Criança — como Encontro fraterno também é conhecido o Lar da A equipe multidisciplinar do LBV. O diretor-presidente do ICD abriu espaço na agenda de instituto, dr. Balduíno Tschiedel, trabalho para conhecer o Lar e presente na festividade, ressaltou: Parque da LBV. Durante a visita, “Este é um local fantástico, que a nutricionista Siciane Gracciolli, só faz engrandecer a parceria. o educador físico Winston Boff, (...) O interessante deste dia é a enfermeira Marjorie da Silva nossos pacientes verem uma e a responsável pelo Programa de realidade diferente, convivendo Educação em Diabetes com outras crianças em e setor de eventos, Ane harmonia, fraternidade, Pandolfo, disseram-se paz e amor”. Para o coor impressionados com a denador do Programa de qualidade do trabalho e Educação em Diabetes do com a beleza do local. instituto, o endocrinoloDaquele contato, surgiu a César Geremia gista César Geremia, esta Liliane Cardoso
permaneceu seis dias internado. Ao ser liberado, foi orientado pela equipe médica do hospital sobre alimentação e aplicação de insulina e encaminhado para acompanhamento ambulatorial no Instituto da Criança com Diabetes (ICD), centro de referência no tratamento da doença no Rio Grande do Sul. Para seguir rigorosamente o tratamento, a unidade da LBV adaptou sua infra-estrutura para melhor atender às necessidades de crianças com diabetes. “Foi colocado um frigobar no quarto do adolescente, aos cuidados do monitor, em virtude da necessidade de guardar a insulina sob refrigeração. Além disso, orientamos, pessoalmente, os monitores, funcionários e responsáveis pelas refeições quanto às regras de alimentação e monitoramento da glicemia”, comenta Roberto Stencel, responsável pela LBV em Glorinha. Outra medida tomada pela Instituição foi capacitar todos
que s i a n i es s tes a e b m a o i t d Sin ciam o lados costuo denunom níveis malcontr
Arquivo BV
Liliane Cardoso
as c Pesso resentar: ap zes; mam e; as ve t d i e u s m a r • Muit e de urina d a t a; • Von gerad a x e e sas; • Fom mbaçada; muco cicatrizar; u e o o e ã ma • Vis a pel ões n ue demora ç c e f cir q • In ados a má c d u h a c s cau • Ma , por a; s g i a d n r a •F s pe es na r o D • ão. culaç
os
o
foi “mais que uma visita à LBV: da Criança com Diabetes e o Lar foi um momento de convivência e Parque Alziro Zarur, da LBV muito especial. Todos nós retor- trabalham juntos para propornamos a Porto Alegre bastante cionar uma vida mais saudável felizes, renovados. Esperamos às crianças que atendem. O ICD premia, anualmente, estreitar cada vez mais estudantes, escolas, eduesses laços de amizade cadores e organizações em prol de uma sociedade que participam de seus melhor”. programas e tornam-se Ao iniciar o encontro, multiplicadores de cotodos os presentes se nhecimento. Em dezemreuniram no ginásio poPaulo Roberto Falcão bro de 2007, um grupo liesportivo José de Paiva Netto para um café da manhã. Em de profissionais da LBV recebeu seguida, as crianças da LBV e do o certificado de Educador CidaICD foram divididas em grupos dão, entregue pelo comentarista mistos e tiveram a oportunidade e ex-jogador da Seleção Braside participar de variadas ofici- leira de Futebol Paulo Roberto nas, entre elas a de cavalgada, Falcão, presidente do Conselho tradicionalismo, hip hop, vôlei, Administrativo do ICD, e pelo coordenador do Programa de futebol. Educação em Diabetes do instituto, endocrinologista César Lar e Parque da LBV Geremia. Além disso, o ICD prerecebe troféu do ICD Unidos pela solidariedade, miou a Legião da Boa Vontade amor e respeito a seus com o troféu Amigo do Instituto atendidos, o Instituto da Criança com Diabetes.
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C ane
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“Nunca vi um lugar tão bonito e integrado com a comunidade como este Lar da Legião da Boa Vontade. Toda a nossa equipe e as crianças agradecem sobremaneira à LBV. (...) Eu transmito ao Paiva Netto o abraço pelo orgulho desta Obra levantada, que tanto benefício vem espalhando pelo mundo.” Balduíno Tschiedel Diretor do ICD
Lar e Parque da LBV, em Glorinha/RS. Tel.: (51) 3487-1033.
Uimigração História 100 anos da presença japonesa no Brasil
Uma bem-sucedida
Leila Marco
Divulgação
Colônia e descendentes festejam um século de história e agradecem a acolhida aos antepassados
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ia Wikipéd ulgação/ iv Fotos: D
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rimeiro veio a necessidade de sair da pátria mãe, atravessar oceanos e encontrar, no outro lado do Planeta, todo tipo de dificuldade do recomeço em uma nova terra. Precisavam “fazer a América” para voltar ao Japão. Mas as coisas não aconteceram exatamente como os pioneiros planejaram. Depois de algum tempo, os imigrantes japoneses souberam que era hora de mudar o rumo dessa história; era necessário criar raí zes no Brasil. Este ano, essa epopéia feita de lágrimas, suor e sonhos, nem sempre alcançados, completa um século. Os motivos que influenciaram aquela aventura e o que representou esse movimento para os cerca de 1,5 milhão de nikkeis (descendentes de japoneses nascidos fora do Japão) no Brasil estão nesta reportagem especial da revista BOA VONTADE.
Um olhar sobre o passado
Ao observar o próspero Japão de hoje, é difícil imaginar por que há cem anos muitos de seus filhos abandonaram tudo a fim de arriscar-se em terras tão distantes. Para entender melhor isso, é preciso recuar aos anos anteriores ao marco inicial da imigração japonesa no Brasil — caracterizado pela chegada do navio Kasato Maru a Santos/SP, em 18 de junho de 1908, depois de 52 dias desde que partira do Porto de Kobe (429 quilômetros a oeste da capital, Tóquio). A embarcação trazia os primeiros 781 imigrantes, dentro do acordo imigratório estabelecido entre as duas nações, e mais 12 passageiros independentes. A história desses imigrantes remonta ao período de modernização do país, em 1868. O professor de História do Extremo Oriente, pela USP, estudioso da maçonaria e missionário budista Ricardo
Mário Gonçalves diz que, a esse tempo, o país do sol nascente se abria para o mundo ocidental e vivia um momento expansionista. “Quando eles chegaram aqui, o Japão tinha acabado de sair de uma guerra com a Rússia [1905], que venceu a duras penas. O processo de industrialização se dá, mas trazendo consigo graves crises internas. Grande parte da população rural se viu despojada de suas terras, jogada na grande cidade, às vezes sem condições. As províncias, particularmente populosas, tiveram fortes tensões sociais, e uma das tentativas para
Entenda a nomenclatura Issei – imigrante japonês Nissei – filho de japoneses Sansei – neto de japoneses Yonsei – bisneto de japoneses
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O Museu da Imigração Japonesa, em São Paulo/SP, abriga um grande número de peças e documentos, a exemplo destes passaportes japoneses das décadas de 1950 e 1960.
O professor Ricardo Gonçalves é autor do livro A Ética Budista e o Espírito Econômico do Japão (Editora Elevação). O lançamento da obra, ocorrido no fim de 2007, na Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, praticamente deu início às comemorações do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil. Em um dos exemplares da obra, o professor Ricardo deixou a seguinte dedicatória ao dirigente da Legião da Boa Vontade: “Para o querido Irmão José de Paiva Netto, o Grande Timoneiro da LBV, com um abraço ecumênico do autor”.
Fotos: A
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A Sakura, hoje a maior fabricante de molhos líquidos do Brasil, nasceu pelas mãos do imigrante japonês Suekichi Nakaya, que chegou ao Brasil no princípio do século 20. Na década de 1930, ele percebeu que muitos amigos, parentes e amigos da comunidade tinham dificuldade de produzir o shoyu e o missô, e iniciou de forma caseira a empresa, com ajuda da esposa. Atualmente, ela é dirigida pelo filho Renato Nakaya.
Na imagem central, a Fazendinha Antinha, em Promissão/SP, onde o fundador da Sakura, Suekichi Nakaya, foi trabalhar logo que chegou ao Brasil. No destaque, à esquerda, a primeira fábrica da empresa, ainda em Presidente Prudente (década de 1940), e a foto dos pais do sr. Suekichi, Torakichi Nakaya e senhora.
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Clayton Ferreira
an Trevis Daniel
História
aliviar essas tensões foi a imigração”, conta. Com a modernização, após a chamada Era Meiji, a nação ganha o cenário internacional. O fato de ter firmado nessa época tratados comerciais permitiu a saída de trabalhadores japoneses para outras partes do Planeta, a princípio para o sudeste da Ásia e da Oceania. A América Latina tornou-se uma alternativa quando os Estados Unidos passaram a desestimular a imigração. Primeiro o Peru, depois o Brasil, onde se dá a mais bem-sucedida iniciativa. “Isso porque o nosso País experimentava uma crise diferente, a da falta de mão-deobra. Tínhamos saído do regime escravista e não se havia feito absolutamente nada para preparar o negro para assumir a condição de mão-de-obra livre. O negro foi liberto, mas permaneceu marginalizado. (...) A elite branca brasileira tinha medo de que aqui se repetisse o que acontecera no Haiti, onde a maioria negra acabou com a minoria branca e criou a república negra.
Fotos: Daniel Trevisan
Célia Oi, historiadora, jornalista e coordenadora de comunicação da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (Bunkyo).
Visão geral de uma das exposições permanentes do Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil. No detalhe, réplica de um dos navios que trouxeram as primeiras levas de imigrantes do Japão ao Brasil. Endereço: Rua São Joaquim, 381, 7o, 8o e 9o andares, Liberdade, São Paulo/SP, tel.: (11) 3208-1755. Horário: De terça a domingo, das 13h30 às 17h30. Preço: R$ 5 adultos (estudantes pagam meia) e R$ 1 crianças de 5 a 11 anos.
Por isso a política chamada de branqueamento, trazendo imigrantes europeus”, explica Ricardo Gonçalves. A idéia era fazer do Brasil um país de população dedicada à agricultura, mas de origem européia, em um sistema de colonização que visava à ocupação territorial como forma de defender os espaços vazios. Só que a falta de habilidade de nossos fazendeiros, acostumados a tratar com escravos, arrefeceu esse processo, segundo o professor. “Eles se sentiam muito maltratados, e começou uma campanha contra o Brasil. Os fazendeiros de café precisavam de mão-de-obra e uma das soluções era o asiático. Na segunda metade do século 19 já havia tido algumas tentativas de trazer os chineses para cá. O senador Vergueiro, do Império, fez este experimento com eles. E a idéia foi retomada com os japoneses”, que preenchiam uma lacuna deixada, principalmente, com a suspensão
Na primeira grande fase da imigração japonesa, 1908-1941, chegam aqui mais de 188 mil isseis, e dentro desta há outra muito importante, no ano de 1925: um verdadeiro boom da imigração, quando o governo japonês subsidia a passagem para quem quisesse seguir para o Brasil.
Destinos da imigração japonesa na América Estados Unidos 1888
Havaí 1868
Brasil Peru
1908
1899
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do fluxo de imigrantes italianos, em 1902.
Aventura da primeira viagem
Como se vê, os isseis (japoneses que emigram para a América) quebram, em parte, essa discriminação e chegam ao nosso País. Mas aquelas viagens
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Clayton Ferreira Clayton Ferreira
Arquivo BV
Em 1991, quando Paiva Netto completou 50 anos de idade, recebeu do casal de monges budistas Yvonete e Ricardo Mário Gonçalves (fotos 1 e 2), representantes do Templo 1 2 Budista Higashi Honganji, o koromo e o owan (veste e escudela). No ano seguinte, ofertaram-lhe o kesa (manto). Essas vestimentas são concedidas somente àqueles cuja missão na Terra é 3 considerada sagrada. Em 2006, ao completar meio século de trabalho na Legião da Boa Vontade, os monges budistas realizaram, em nova homenagem, ocorrida no dia 25 de agosto, no gabinete do dirigente da Instituição, 4 em São Paulo/SP, a reposição da veste sacerdotal búdica que Paiva Netto ganhara em 1991 (fotos 3 e 4). Conhecida como gedappuku e fukuden-e, a abençoada roupa, que simboliza a colheita do sacerdote nos campos da Felicidade e da Libertação, também está exposta no Templo da Boa Vontade (Brasília/DF), a exemplo da primeira.
Gilberto Bertolin
História
iniciais não eram nada confortáveis, muito pelo contrário. O primeiro navio construído especialmente para transportar emigrantes japoneses para a América Latina só surgiria em 1941. Até então, todas as embarcações utilizadas para esse fim eram cargueiros. A historiadora, jornalista e coordenadora de comunicação da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (Bunkyo), Célia Oi, informa que o
Kasato Maru foi apenas adaptado para levar passageiros. “Quando saía a parte na qual se transportava carga, você montava um imenso tablado. As famílias eram divididas umas das outras com uma espécie de cortina e com as bagagens de mão; separavam-se as pessoas pelas províncias a que pertenciam. No Japão daquela época o uso do dialeto era muito forte. Cada setor tinha um representante e ele se entendia com os coordenadores da viagem.” De acordo com a historiadora, outro problema era a demora na viagem — o transcurso até o Brasil levava quase dois meses. Para minimizar isso, eles desenvolviam uma série de atividades tentando ocupar-se, como aulas básicas de português, competições esportivas envolvendo as crianças, festas para marcar a mudança de hemisfério (a saída do Norte para o Sul), a passagem pela linha do Equador, enfim, tudo era motivo para distrair-se.
Fases migratórias e a contribuição da comunidade
A corrente migratória japonesa para o nosso País, conforme destaca Célia Oi, teve três grandes períodos. A primeira grande fase, 1908-1941, na qual chegam aqui mais de 188 mil isseis, e dentro desta há outra muito importante, no ano de 1925: um verdadeiro boom da imigração, quando o governo japonês subsidia a passagem para quem quisesse seguir para o Brasil. “Bastava provar que era um sujeito saudável e tinha idade e força para trabalhar”, diz a pesquisadora.
Divulgação/Wikipédia
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Um dos mais belos templos do Japão, o Kinkakuji (Templo Dourado). No destaque, a réplica no Brasil, construída no Parque Turístico Nacional Vale dos Templos, em Itapecerica da Serra/SP.
Divulgaçã
do fruto no Estado bandeirante, o que intensifica a ida de japoneses para o norte do Paraná, local que se abria para a colonização. Em meados da década de 1930, cresce outro movimento: a aproximação da zona urbana. “Estamos falando do imigrante que sai do sítio e está procurando se aproximar da cidade, se dedicando ao comércio, à área de prestação de serviço, ou vai morar na redondeza, na periferia dessa cidade. Ou-
tra grande contribuição dos imigrantes japoneses foi o desenvolvimento das atividades hortifrutigranjeiras. Pensando na cidade de São Paulo, há o que a gente chama até hoje de ‘cinturão verde’”. Outro foco de imigração ocorre na Região Norte do país, onde deixam suas marcas na agricultura do Amazonas e do Pará, principalmente pelo cultivo da juta e da pimenta-do-reino. Fotos: Arquivo BV
Grande parte deles veio para o Estado de São Paulo, estimulada pela cultura do café, sobretudo até o fim dos anos 1920. Eles trabalhavam na fazenda cafeeira e, depois de um tempo, começavam a buscar a vida independente. Um fato importante se dá nos idos de 1915, época da expansão do café para a região oeste de São Paulo, e os imigrantes seguem esse traçado, em busca da independência econômica, montando suas próprias propriedades ou alternativas de vida. “A estrada de ferro era uma coisa muito presente na vida deles e dos italianos. Pergunta-se: ‘Para onde foram esses imigrantes?’ — Para onde iam as linhas de trem, como a Noroeste do Brasil, a Paulista, a Alta Sorocabana e a Mogiana”. Com a crise cafeeira, em 1929, a comunidade diversifica as plantações e entram em cena o algodão, o arroz (em menor escala) e uma série de outras culturas então trazidas pelos japoneses, e desenvolvidas ou adaptadas às condições do clima do Brasil. Tendo em vista melhores preços para o café, é proibido o plantio de novos pés
Em 23 de julho de 1988, o jornal São Paulo-Shimbun noticiou a visita de representantes da coletividade nipo-brasileira à escola mantida pela LBV na capital paulista. Os visitantes — Masuichi Omi, então presidente da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (Bunkyo) e também da Comissão Organizadora dos festejos comemorativos do 80o aniversário da imigração japonesa no Brasil; Paulo Ishii, na época o encarregado do setor japonês da Varig; Ryoichi Kodama, remanescente do Kasato Maru; e Rosa Oikawa, que era vice-coordenadora do Museu da Imigração Japonesa — percorreram todas as dependências da Supercreche Jesus. Oshiro Sanenari, do São Paulo-Shimbun, definiu o trabalho desenvolvido pela LBV como “impressionante”. No destaque, Masuichi Omi (D) e Ryoichi Kodama. BOA VONTADE |
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“Corações sujos”
Boa Vontade TV
no mundo
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, os imigrantes japoneses vivem um período bastante traumático no Brasil, em que a comunidade fica cindida em dois grupos — os katigumi, da Shindô Remmei (Liga do Caminho dos Súditos), seita ultranacionalista nascida em São Paulo, cujos adeptos eram chamados de “triunfalistas”, pois não acreditavam na notícia de rendição do Japão, para eles, uma farsa dos aliados; e os makegumi, ou “derrotistas”, apelidados de “corações sujos” pelos seguidores da seita. De janeiro de 1946 a fevereiro de 1947, matadores da Shindô Remmei buscam em todo o Estado de São Paulo os makegumi, considerados por eles traidores do Império. Esse grupo mata 23 imigrantes e deixa feridos outros 150, provocando um sentimento de terror na colônia. O Dops (Departamento de Ordem Política e Social) prende 30 mil pessoas suspeitas dos crimes, mas apenas 381 são condenadas e 80 deportadas para o Japão. O episódio é contado em detalhes no livro Corações sujos, do jornalista Fernando Morais.
Desdobramentos da guerra
A parceria entre a Fundação José de Paiva Netto e a Rede Brasileira de Televisão Internacional – RBTI – segue firme, transmitindo o conteúdo educativo e de Espiritualidade Ecumênica da BOA VONTADE TV para os Estados Unidos, México, Canadá e Portugal.
Saiba como sintonizar www.rbtinetwork.com www.dishnetwork.com www.tvtel.pt
Informações
(11) 3358-6800
O objetivo inicial desse imigrante era permanecer por algum tempo, trabalhar, ganhar dinheiro e retornar. Portanto, havia a postura de preservar a cultura original. Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em 1942, há interrupção da vinda de japoneses e tem início a segunda fase, ou “período branco”, quando eles são considerados inimigos dentro do território nacional. Por conta disso, a comunidade sofre uma série de sanções, como não poder falar a língua japonesa em público, a proibição de todos os meios de comunicação com o idioma nipônico e, ainda, o congelamento dos bens deles por decisão do governo. E completa Célia Oi: “Os imigrantes tiveram de sair de Santos, da faixa litorânea e do centro das cidades, locais considerados estratégicos, de segurança nacional”. Este período branco é
encerrado com o restabelecimento das relações diplomáticas entre Brasil e Japão, em 1953. É nesse momento que se inicia a terceira fase, em que há várias tentativas de conciliação, de pacificação, dos grupos divididos (Leia quadro acima). A derrota japonesa para os aliados deixa claro que a volta para o país de origem não seria possível. Eles tinham de organizar-se para ficar e, com isso, há uma reviravolta, porque vêem que os filhos se tornaram brasileiros e, assim, seria necessário melhorar a condição cultural e social deles, especialmente por meio do estudo. “Em 1953 tem-se a chegada das primeiras levas do pós-guerra e, em geral, considera-se que esta fase vá até 1973, exatamente o período em que os imigrantes vinham por via marítima; pode-se aqui falar em 55 mil imigrantes japoneses. Na década de 1970, com a recuperação do Japão, muita gente deixou de ter essa preocupação em emigrar”.
O fenômeno dekassegui
Nos anos 1980, o Brasil assiste ao aparecimento do movimento migratório no sentido contrário: o fenômeno dos dekasseguis. O brilho do país do sol nascente levou muitos nipo-brasileiros a procurar na terra dos antepassados uma oportunidade de melhorar a própria vida.
Fernando Franco
Ano de Intercâmbio Brasil–Japão
No último 17 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Sil va abriu oficialmente o Ano de Intercâmbio Brasil–Japão, em cerimônia realizada no auditório do Itamaraty, em Brasília/DF. Na oportunidade, o desenhista Mauri cio de Sousa apresentou o desenho do mascote comemorativo do centenário: Tikara. Esse personagem recebeu de seu criador, dias depois, a companhia da garotinha Keika, os dois representam a cultura milenar do Japão em 2008. Os nomes foram escolhidos 1
Fotos: Divulgação
Daniel Trevisan
Renato Nakaya, empresário e coordenador de finanças da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil.
Hoje, com a queda da oferta de empregos e um crescimento menor da economia japonesa, o sonho já não é tão atraente, mas, ainda assim, é possível encontrar muitos brasileiros por lá. Em 2005, o Ministério da Justiça estimou a presença de 300 mil brasileiros vivendo legalmente no Japão, os quais enviam todo ano cerca de 1,5 a 2 bilhões de dólares para o Brasil.
Homenagem ao Templo da Boa Vontade — Mais de duzentos japoneses da Sociedade da Oração para a Paz Mundial estiveram, no fim do ano 2000, em Brasília/DF, para homenagear o Templo da Boa Vontade, com o oferecimento de um Obelisco da Paz. A comitiva foi liderada pelo presidente da organização, Hiroo Saionji, e sua esposa, Masami Saionji. A cerimônia de entrega do Obelisco ocorreu ao som da música Aos Irmãos Orientais, de autoria do diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto.
A Praça do Japão (foto 1), em Curitiba/PR, está localizada em uma área bastante arborizada, possui lago de carpas, 30 cerejeiras trazidas do país do sol nascente, cerimônia de chá (às quintas) e museu. Na capital paulista, o bairro da Liberdade abriga o Jardim Oriental (2).
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História
MCS
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A beleza da cultura japonesa em três momentos: na culinária (1), na apresentação do Grupo de Taiko Araumaza do Japão (2), em março no Brasil, e do grupo folclórico de Curitiba/PR (3).
de pessoas envolvidas, com tantos Banco de dados Outro importante projeto é o acontecimentos. Diz que é uma honra para ele estar vivenciando do Museu da Imigração Japoeste centenário. Entre os muitos nesa, que está catalogando as acontecimentos, destaca os que informações dos japoneses que ocorrerão em junho, no auge dos vieram na primeira e na terceira festejos. A exemplo da presença fases. Com esses dados os desdo príncipe herdeiro Naruhito, cendentes poderão descobrir, representante oficial da Família ao acessar o banco de dados, o Imperial do Japão. O príncipe nome dos integrantes da família, participará das comemorações de quantos vieram, a origem, qual a Brasília (18 de junho), São Paulo idade e o destino aqui no Brasil. (21 de junho), Paraná (22 de ju- “O importante, neste primeiro momento, é que as pessoas ponho) e em outros Estados. “Haverá uma Semana Cul- derão localizar suas famílias. tural Japonesa (de 13 a 22 de ‘Ah, meu avô, minha avó tinham junho), no Complexo Anhembi, essa idade...’”, estima a assessora em São Paulo”, informa o coor- de comunicação da Sociedade denador. Além da inauguração Brasileira de Cultura Japonesa e no Paraná dos parques do Japão de Assistência Social, entidade (Rolândia), Yumê (Maringá) e do mantenedora do Museu. Centenário (Curitiba), também estão previstas a Corrida e a Caminhada do Centenário, 3 em Florianópolis/SC e em São Paulo, prometendo um mês de muitas realizações (www.centenario 2008. org.br).
Orlando K
na língua japonesa: tikara pode ser traduzido como “força e coragem” e keika, “bravura, pureza e honestidade”. O coordenador de finanças da Associação para a Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, o empresário Renato Nakaya, ressalta que a comunidade se prepara há um bom tempo para esse momento tão especial e que todos os eventos foram pensados sobre cinco pilares: “Primeiro é homenagear os imigrantes, segundo é agradecer aos brasileiros a acolhida a nossos antepassados, aumentar o intercâmbio cultural e as relações bilaterais. E o quinto é trazer a cultura japonesa para o Brasil e também levar mais da nossa cultura brasileira para o Exterior”. Nakaya também afirma que em nenhum país do mundo houve uma mobilização com tamanho número
Divulgação
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Notícias do Sul
Bibiana Mello de Oliveira
Homenagem da Região das Missões O prefeito em exercício de São Miguel das Missões, José Ro berto de Oliveira, presenteou o líder da Legião da Boa Vontade com o distintivo da Cruz Missioneira, encaminhando-lhe a José Roberto de Oliveira seguinte dedicatória: “Em 1680, os jesuítas trouxeram a Cruz de Caravaca para a Região das Missões. Hoje, a chamamos de Cruz Missioneira. É nosso principal símbolo místico e religioso e está sendo procurada por peregrinos de todos os cantos da Humanidade. Que este símbolo cristão vindo da Espanha proteja-o e traga-lhe as boas energias necessárias ao seu trabalho. Bons Espíritos visitem-no!” Leitor dos artigos do diretorpresidente da LBV no jornal A Tribuna Regional, frisou o conteúdo ecumênico que encontra nos textos: “Para nós, é extremamente importante o escritor Paiva Netto escrever para um dos jornais da nossa região missioneira, A Tribuna Regional. (...) Há um lado espiritual muito forte nesta região e, com a presença do Paiva Netto, que nós já conhecemos, obviamente vai acender, ou reacender, no coração de cada um dos missioneiros esta energia da Espiritualidade, que pertence à terra missioneira”.
A Tribuna Regional, de Santo Ângelo/RS Um dos mais prestigiados jornais do noroeste do Rio Grande do Sul, A Tribuna Regional, de Santo Ângelo/RS, tem divulgado, semanalmente, desde janeiro, os artigos do escritor e jornalista Paiva Netto (também disponíveis no site www. paivanetto.com/artigos). O convite ao dirigente da LBV partiu do diretor-presidente do periódico, o jornalista e advogado Valdir Andres, também diretor administrativo do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul). “Agradeço esse priviléValdir Andres gio de termos entre os colaboradores do jornal A Tribuna o nome de uma pessoa como o professor Paiva Netto, com toda a sua grandeza moral, a sua mística, podemos assim definir. Para nós, é uma honra muito grande. (...) Os milhares de leitores de A Tribuna terão a feliz oportunidade de acompanhar os comentários, os artigos, enfim, todas as opiniões transmitidas pelo nosso grande líder da Legião da Boa Vontade”, ressaltou. Por ocasião de uma coletiva de imprensa promovida pelo Banrisul, na capital gaúcha, em entrevista à Super RBV, AM 1300, de Porto Alegre, o dr. Valdir Andres voltou a comentar: “É uma satisfação falar para essa rede de rádio que presta tantos serviços para todo o País. (...) Mando uma saudação muito especial ao meu amigo Paiva Netto, que é um dos grandes do Brasil e, sem dúvida, uma pessoa que se dedica às outras, a projetos, e presta inestimáveis serviços à Pátria. (...) Ele começou a escrever recentemente no R jornal A Tribuna Regional, de Santo a eprodução de um rtig dos Ângelo, e está sendo grande a acei- Nettoos do escritor Paiv a div tação dos leitores, repercutindo de jornal A ulgados pelo Tribuna Regiona modo extraordinário nas Missões, l. em outros Estados e até mesmo no Exterior, conforme e-mails que temos recebido. Portanto, é uma honra imensa abrigar os conceitos, as opiniões, a pena brilhante do professor Paiva Netto”. BOA VONTADE |
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Ecumenismo Irrestrito Notícias de Brasília
No Dia da Religião, o combate à intolerância.
E
Da Redação
únior do J val Os
deral um Templo isto é, o que apregoa a dedicado à Espiperfeita confraternizaritualidade Ecução entre os Seres Humênica, também manos e Espirituais, participou do enindependentemente contro, a convite da de suas crenças ou desSecretaria Especial crenças. O fundador da de Direitos Humanos Instituição, Alziro Zarur Sheik Hajja Ramza Abdullah (SEDH). (1914-1979), já sustentava Durante a cerimônia, os este ideal desde a adolescênparticipantes destacaram a impor- cia, quando lançou os fundamentos tância do diálogo entre as religiões de sua Cruzada de Religiões Irmapara a busca da Paz entre os povos e nadas, uma antecipação do relaciosaudaram os representantes da LBV, namento inter-religioso. que exemplifica, desde sua origem, o Sobre esse aspecto o sheik conceito de Ecumenismo Irrestrito, Hajja Ramza Abdullah, do Centro Islâmico do Brasil, expressou: “A importância desse CONJUNTO ECUMÊNICO DA LBV O monumento mais visitado da capital federal, com mais trabalho é de uma magnitude de 17 milhões de peregrinos e turistas, em 18 anos de incomensurável. A iniciativa de existência (segundo dados da Secretaria de Paiva Netto é uma atitude louDesenvolvimento Econômico e Turismo do Distrito vável e eu tenho certeza de que Federal — SDET), está localizado no SGAS 915, é muito bem vista aos olhos de lotes 75/76, tel.: (61) 3245-1070. Deus, Todo-Poderoso. (...). Nós nos colocamos à disposição para todos os eventos que ocorrerem na Legião da Boa Vontade para a Paz, o esclarecimento e a congregação mundial rumo a um mundo melhor”. Ao término, o sheik respondeu à saudação legionária — “Deus está presente! Viva Jesus em nossos corações para sempre” —, dizendo: André Fernandes
m 27 de dezembro do ano passado foi sancionada a lei no 11.635 que cria o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, comemorado, pela primeira vez, em 21 de janeiro, na sede do Ministério da Justiça, na mesma data em que se celebra o Dia Mundial da Religião. O evento reuniu representantes de diversas tradições indígenas, líderes das comunidades islâmica, budista e cristã, religiões africanas, além de agnósticos e ateus. A Legião da Boa Vontade (LBV), que possui na capital fe
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Osvaldo Júnior
Comitiva de Israel conhece o Templo da Paz Em fevereiro do ano passado, a embaixadora de Israel no Brasil, Tzipora Rimon, visitou o Templo da Boa Vontade (TBV), em Brasília/DF, para apreciar a exposição Desenhos das Crianças de Terezín, na Galeria de Arte do monumento. A mostra focalizou a experiência desses pequenos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) na antiga Tchecoslováquia, hoje Eslováquia e República Tcheca, por meio de desenhos e poemas feitos por mais de 15 mil crianças. Encantada com tudo o que presenciou no TBV, voltou em janeiro deste ano para apresentá-lo aos amigos israelenses Raphael Singer, primeiro-secretário da Embaixada de Israel em Brasília, e Amós Rolnik, diretor dos projetos Povos do Mundo escrevem a Bíblia e Crianças do Mundo Desenham a Bíblia. Rolnik, que veio ao Brasil exclusivamente para conhecer a Pirâmide da LBV, disse estar “muito impressionado com o TBV”. Dos 52 países que já visitou, afirma: “Nunca tinha visto e nem estado urvello ia C Líc
Lícia Curvello
“Viva Jesus! Para quem pensa que muçulmano não acredita Nele, a gente quer deixar claro que Ele faz parte da nossa Fé; é o nosso Messias e nós estamos aguardando a Sua segunda vinda, como todos os cristãos. Inch Allah (se Deus quiser)”. Muito a propósito, recordamos a homenagem da comunidade islâmica ao Templo da Boa Vontade, entregue na época da inauguração, em 1989. Marrocos foi a primeira nação a agraciar o famoso monumento da LBV, em louvor ao relevante papel que ele desempenha na sociedade. Sua Embaixada no Brasil doou, em nome do governo e da população marroquinos, notável obra de arte, um mosaico de pedras característico da crença islâmica. A Embaixada iraniana também manifestou seu apreço ao presentear o TBV com uma belíssima pintura tradicional de sua arte, feita em pele de cabra. O índio Marcos Tere na, conselheiro da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica do ParlaMundi da LBV, enfatizou que Marcos Terena as comunidades indígenas também têm o propósito de buscar uma liberdade mais ampla. Neste sentido, afirma que “o papel da LBV se torna edificante e respeitoso. Tem um momento que ela se apresenta como um conjunto de forças religiosas, com experiências anteriores que contribuem para o avanço da Paz e do respeito mútuo entre as pessoas e os povos. Espero que Paiva Netto continue nessa missão, sempre com humildade, pois os desafios são grandes, mas o importante é saber onde queremos chegar”.
A embaixadora de Israel no Brasil, Tzipora Rimon (E), acompanhada de Raphael Singer e Amós Rolnik.
em um Templo como este. Quero divulgar a idéia do TBV por todo o mundo”. No Salão Nobre, voltou sua atenção para a Menorah — espécie de candelabro, um dos símbolos mais conhecidos do Judaísmo. Em virtude da proximidade com o dr. Adolpho Bloch, na década de 1970, ficou particularmente feliz ao saber que se tratava de um presente da conhecida família de origem judaica ao diretor-presidente da LBV. Também destacou o fato de estar posicionado ao lado do Corão, livro sagrado dos muçulmanos, e próximo a um quadro iraniano pintado em pele de cabra. “A Paz tem de ser assim”, reconheceu.
“A atmosfera, as idéias do TBV e os conceitos são muito importantes para todos os povos. Agradeço à LBV a hospitalidade de sempre.” Tzipora Rimon
Embaixadora de Israel no Brasil BOA VONTADE |
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Responsabilidade social Empresas abrem espaço para a mão-de-obra de presidiários zações da sociedade civil têm ajudado a transformar quem entra na cadeia em uma pessoa melhor, reeducada e ressocializada, por meio, por exemplo, da profissionalização do detento. Dados do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) apontam que, nos locais onde as medidas socioeducativas são aplicadas, as taxas de reincidência no crime são de 20%, enquanto nas penitenciárias convencionais chegam a 60%.
Esperança
na reabilitação
U
ma das questões a se discutir com muita atenção no Brasil de hoje, no âmbito da segurança pública, é o sistema carcerário. O cidadão inserido nesse meio vê suprimidos direitos fundamentais como a liberdade e o voto — conseqüência das infrações que cometeram. Muitos na sociedade estabelecem que o detento 80
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Fotos: Daniel Trevisan
Exemplo que vem da própria vida
deva se reabilitar por intermédio do isolamento total, considerado um instrumento eficaz na manutenção da segurança. Entretanto, ao cumprir a pena, o preso nem sempre se mostra disposto a melhorar a conduta, ou pior: na falta do que fazer lá dentro, muitos reincidem no crime. Diversas iniciativas de organi-
A penitenciária de Hortolândia, próxima a Campinas, interior de São Paulo, é uma referência de como essas medidas podem ser efetivamente aplicadas. O casal Fabiana Campos e Frederico Camargo Chibim, donos da Vitória Artesanato, há sete anos oferece qualificação profissional, preparando o preso para o mercado de trabalho. O interesse deles em ajudar os detentos surgiu há quase uma década, quando descobriram que o feto gerado no útero de Fabiana tinha hidrocefalia e nasceria com malformação. “Perguntei ao médico o que ele faria como pai nessa situação. Ele me respondeu que abortaria, ‘porque é uma vida que não vale a pena’”, recorda Fabiana. A mãe, porém, não desistiu: deu à luz uma criança que viveu por oito meses. “Aprendi com esse exemplo que toda vida vale a pena, por isso demos seguimento a esse trabalho. Muitas vezes, a sociedade faz a mesma coisa com as pessoas
que estão atrás das grades e as condena”.
Iniciativa privada e responsabilidade social
Por acreditar nessa idéia, o empresário Selmo Scremin, da empresa Milênio Distribuidora, investe no projeto de profissionalização de detentos da unidade penitenciária de Hortolândia. Visitando o presídio, conta o que testemunhou: “A realidade é um confinamento em espaço totalmente reduzido. Alguns detentos forjam doenças para caminhar da cela até a enfermaria, e esse foi um dos relatos que mais nos chocaram”. No regime fechado, os presos ficam em cárcere 21 horas por dia, e há aqueles que não chegam a receber visitas, ou porque a família mora em outra cidade ou porque os abandonou. “Por esse motivo, dão valor ao emprego. Nós nos surpreen demos muito com o empenho e com o respeito que tivemos deles”, acrescenta Frederico Chibim. A Milênio Distribuidora, empresa dos irmãos Selmo e Sérgio Scremin, tira o preso da cela e o leva para o ambiente de trabalho, remunerando-o. Para participar dos programas, os 1.200 internos da unidade de Hortolândia passam por uma triagem, a começar pelo critério de boa conduta. Com base nisso, são selecionados aqueles mais aptos a exercer as funções.
“Aprendi que toda vida vale a pena.” Fabiana Campos Chibim
INCENTIVO Os empresários Sérgio (E) e Selmo Scremin, da Milênio Distribuidora, apostam na idéia de investir na mão-de-obra de detentos. Ao lado, galpão de armazenamento de produtos da empresa.
Entre outros benefícios, a iniciativa ajuda na redução da pena em troca da prestação de serviços. “As condições sociais que os trouxeram ao presídio são várias, mas a condição de saída é o foco de vida deles; eles não querem perder o emprego”, pondera o empresário, que tem como atuação basilar a distribuição de materiais que agregam valor cultural. “Imagine o currículo de uma pessoa de 40 anos de idade, 10 de cadeia e experiência profissional zero. Alguma empresa no País o empregaria?”, questiona Selmo. Os presos formam equipes de manutenção de máquinas, consertam o telhado e fazem toda a conservação do local onde se situa a empresa dos irmãos Scremin; além disso, são bons encanadores e cozinheiros — preparam alimentos para eles e para a área administrativa do presí-
dio. O resultado dessa ação, conta o empresário, mudou também sua forma de ver a relação empregador/empregado, antes restrita às finanças. “Hoje recebo muito mais do que pago: não só pelo trabalho, mas para ter certeza de que as pessoas que estão com a Milênio na penitenciária vão sair profissionalizadas e com cultura”. “Chegava a esquecer que estava num presídio; por algumas horas me sentia em liberdade espiritual”, conta L., que não quis se identificar. Ele cumpriu 25 anos de prisão, tendo passado por várias unidades prisionais, e viu naquela oportunidade a esperança de dias melhores na reabilitação. [N. L.] BOA VONTADE |
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Arte na Tela Exposição exalta o artista mineiro
Aleijadinho
o
grande barroco brasileiro
Marta Jabuonski
especial para a BOA VONTADE Arquivo pessoal
que se diga que, naquela época, Minas Gerais era o purgatório dos brancos, o inferno dos negros e o Marta paraíso dos mulatos. Quase todos Jabuonski, os artesãos eram mulatos. O branco curadora não trabalhava, o negro era escravo da Galeria de Arte do e o trabalho livre era normalmente Templo da feito por mulatos”. Boa Vontade. O artista viveu na antiga Vila Rica (hoje Ouro Preto), no período uem foi Antônio Francisco da descoberta do ouro e da forte Lisboa — o Aleijadinho? religiosidade, era filho de um porO museólogo Fábio Ma tuguês com uma escrava liberta, galhães responde: “É um nasceu livre e com o pai aprendeu personagem misterioso até hoje, o ofício de entalhador. É sobre teve uma vida longa para a época esse contexto que se desenvolveu a exposição itinerante e foi bastante ativo. E a “Aleijadinho e seu tempo cada dia descobrem-se — fé, engenho e arte”, que indícios da passagem do recebeu público recorde de Aleijadinho, sobretudo nos visitas no Centro Cultural arquivos das nossas paróBanco do Brasil (CCBB), quias, seja pelos recibos de pagamentos, discussões Antônio Francisco Lisboa em São Paulo/SP, no ano passado: cerca de 150.600 de empreitadas, cursos pessoas (Fonte: CCBB-SP). Isso que deveria realizar, pagamentos após ter alcançado sucesso de visia auxiliares que contratou”. Na seqüência, comenta o estu- tação também em Brasília e no Rio dioso: “Era um mulato, aliás, é bom de Janeiro.
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Aleijadinho recebeu influência de Francisco Xavier de Brito, no início da carreira, mas logo demonstrou em seus trabalhos grande liberdade de expressão. Como era muito religioso, gostava de estudar a vida dos santos e carregava sempre uma Bíblia na mão. Era um jovem alegre, mas mudou radicalmente o comportamento social quando uma doença passou a deformá-lo. A mostra situou o lugar — Minas Gerais —, a paisagem e os índios que lá viviam. Desenvolveu-se no local o ciclo do ouro, com enormes descobertas de jazidas, o que tornou a região a maior produtora desse tipo de metal no mundo. Só para se ter uma idéia, em 70 anos, foi extraído de suas reservas mais do que o resto do Planeta produziu em dois séculos. A exposição suscitou alguns questionamentos e reflexões sobre esse tempo e, além disso, pôde-se conhecer mais a respeito da sensibilidade desse mestre entalhador. O que é possível notar na maquete da
Igreja de São Francisco de Assis (em Ouro Preto) ou com os Sete Passos da Paixão e os 12 Profetas, do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, suas mais famosas criações. Destaque ainda para a sala especial montada com obras originais de Aleijadinho e outras das quais não se tem certeza serem de sua lavra. Para falar da religiosidade mineira, pôde-se ver os oratórios e um conjunto expressivo de fotografias de Marc Ferrez e do Gotero. Fábio Magalhães diz que é possível traçar um paralelo das obras do mestre e dos seus contemporâneos, como Xavier de Brito, Francisco Servas e Mestre Piranga. “É interessante perceber que o Aleijadinho não é um fenômeno isolado. Ele viveu numa época excepcional, na qual Ouro Preto, São João del-Rei, Mariana e Sabará foram núcleos urbanos que cresceram numa velocidade extraordinária. Havia mais orquestras em Ouro Preto do que em Lisboa/Portugal.”
O curador da mostra lembra que a descoberta de diamante na zona de Diamantina, Cerro Conceição do Mato Dentro, tornou o Estado o maior produtor também dessa pedra preciosa. “Somando diamante e ouro, imagina-se como era intensa a vida cultural e social da época. Toda produção ia para Ouro Preto e pelo caminho real para Paraty, mais tarde para o Rio de Janeiro, de lá para Lisboa. Isso enriqueceu Dom João V, que reconstruiu Lisboa e transformou Portugal em uma nação influente.” O próprio Karl Marx afirma no livro O Capital que o ouro brasileiro ajudou a financiar a Revolução Industrial Inglesa. O museólogo diz que o Barroco brasileiro é a matriz de todos os outros movimentos que surgiram em seqüência, como Maneirismo, Renascimento e Barroco. No período do Descobrimento do Brasil, o Barroco era a linguagem da época na Europa, expandindo-se para o norte da Espanha, para a Alemanha, para a Áustria e para o sul, Espanha e Portugal. No Brasil há exemplos magníficos nos Estados de Pernambuco, Bahia, Rio
de Janeiro e São Paulo (apesar de mais pobre). Minas traz um Barroco tardio, porque foi ocupada no fim do século 17, e este é o diferencial entre o Barroco nordestino, que é muito português, e o mineiro, que recebe influências da Índia, da África e do Rococó. Nos trabalhos de Aleijadinho nota-se o chamado Barroco da Baviera, da Áustria, além do português. A Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, onde o artista foi o arquiteto e responsável por todo o projeto, bem como de grande parte da decoração interna, é considerada pelo ex-diretor do Museu do Louvre, em Paris, Jean Roger Galard, a mais importante obra arquitetônica já realizada fora da Europa nesse estilo. Fábio Magalhães é modesto ao falar do êxito da exposição “Aleijadinho e seu tempo – fé, engenho e arte”, dando crédito a toda a equipe pelo sucesso e ressaltando o nome de Ana Helena Curtis, produtora e responsável pela montagem da mostra.
Melhor Idade Dignidade e zelo para com a Terceira Idade
Respeitem os idosos!
Mario de Moraes
Arquivo pessoal
especial para a BOA VONTADE
Mario de Moraes
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ara aqueles que, como este que vos escreve, já atingiram idade de serem chamados idosos, custa aceitar os novos tempos quando, constantemente, os mais velhos são desrespeitados. Vai longe a época em que o chefe de família era o primeiro a sentar-se à mesa e o primeiro a ser servido; quando os jovens, nas conduções, cediam o lugar a uma pessoa com mais idade; ou numa reunião caseira, ninguém interrompia a fala dos mais velhos. Tudo isso é coisa do passado e, se um idoso relembrar algum fato desses, por certo será tachado de ultrapassado pela quase maioria dos jovens, que não lhe dará a menor importância. Se isso já ocorre em relação aos pais, a situação torna-se ainda mais preocupante quanto ao relacionamento com os avós, quase sempre tidos como chatos e fora da realidade. Triste de um deles se indagar
Diferentes formas de violência
Em excelente trabalho realizado pela dra. Maria Cecília de Souza Minayo, do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves), da Fundação Oswaldo Cruz (RJ), fica-se sabendo que acidentes e violências são a sexta causa de morte no Brasil de pessoas com idade superior a 60 anos. Deixando de lado aqueles que sofrem algum tipo de acidente, como queda, atropelamento, as violências contra os idosos são bem abrangentes e disseminadas no País, com abusos físicos, psicológicos, sexuais e financeiros, além da negligência no atendimento. De acordo com esse trabalho, a faixa de 60 a 69 anos, que constitui cerca de 10% da nossa população, é a mais atingida. Numa pesquisa de 1945, feita pelo antropólogo Leo
Simone Barreto
Jorge Alexandre Davi Alves
ao neto, que sairá à noite, aonde ele vai e a que horas voltará. São outros tempos. É preciso aceitar. E ficar feliz quando envelhece e é tratado como um membro querido da família. Isso porque, em muitos casos, o idoso é visto como um problema, principalmente se é vítima de enfermidade. Nas camadas mais pobres, em geral ele é levado para um asilo, onde passa a viver longe do amor dos seus. Se a família do idoso tem posses e falta paciência com as esquisitices do pai ou do avô, facilmente o envia para uma moderna casa de repouso, em que as diárias são caríssimas. E acha que, assim, cumpriu seu dever.
Melhor idade Esta é a denominação carinhosa que os idosos recebem na Legião da Boa Vontade. Em todo o Brasil, programas e lares para vovôs e vovós resgatam a auto-estima, oferecendo-lhes atendimento médico, lazer e cultura.
Simmons, sobre como a maioria dos idosos vê seu futuro, ele chegou à conclusão de que as pessoas mais velhas desejam viver o máximo possível; terminar a vida de forma digna e sem sofrimento; encontrar ajuda e proteção para a progressiva diminuição de capacidades; continuar a participar das decisões da comunidade; prolongar ao máximo conquistas e prerrogativas sociais, como propriedades, autoridade e respeito. Infelizmente, temos de concordar, são poucos os que realizam esses desejos. No caso brasileiro, as violências contra essa faixa etária se expressam em tradicionais formas de discriminação, como os atributos que comumente lhe são impingidos: “descartáveis” e “peso social”. Por parte do Estado, o idoso é responsabilizado pelo custo insustentável da Previdência Social e, ao mesmo tempo, sofre enorme omissão
quanto a políticas e programas de proteção específicos. É bem verdade que, em 1994, foi promulgada a Lei Federal 8.842 buscando ordenar a proteção aos idosos. No entanto, como no caso de muitas leis no Brasil, a implementação é ainda precária. Mas nada se iguala ao que ocorre, muitas vezes, no interior dos próprios lares, onde o choque de gerações, problemas de espaço físico e dificuldades financeiras costumam se somar a um imaginário social que considera a velhice como “decadência”. Em outro trecho do trabalho, a dra. Maria Cecília retrata, de modo real, a situação dos idosos. Em levantamento realizado no período de 1980 a 1998, por especialistas do Claves, onde a pesquisadora trabalha, verificou-se que em 1998 morreram 13.184 idosos vítimas de acidentes e violências no Brasil, o que significou cerca de 37 óbitos
Melhor Idade
internações por violências de todo tipo. Estudos de especialistas no assunto concluíram que a maneira mais freqüente de violência contra os mais velhos ocorre no âmbito familiar. Cerca de 90% dos casos de maus-tratos e negligência contra eles acontecem em seu próprio lar, e 2/3 dos agressores são filhos ou cônjuges das vítimas. O estudo também revela que, em primeiro lugar, aparecem como agressores os filhos homens, mais que as filhas. A seguir, vêm noras e genros ou um dos cônjuges. O idoso é agredido mesmo quando é ele quem, por meio da aposentadoria ou economias, sustenta a casa. Como livrá-lo da violência? A dra. Maria Cecília informa: “Devem ser objeto de atenção: políticas públicas que redefinam de forma positiva o lugar do idoso na sociedade e privilegiem o cuidado, a proteção e sua subjetividade, tanto em suas famílias como nas instituições, tanto nos espaços públicos como nos âmbitos privados (...). No caso dos serviços de saúde, é preciso que os profissionais, tanto PhotoDisc
por dia. Felizmente, observa-se que esses índices estão caindo, a cada ano, suplantados por óbitos por doenças infecciosas e parasitárias. Os números obtidos são surpreendentes. Embora a principal causa de falecimentos entre os idosos de 60 anos ou mais, no período estudado, tenha sido por acidentes de trânsito e transporte, ela vem diminuindo de intensidade, ao contrário das quedas e homicídios, que aumentaram. Outro dado preocupante é que o suicídio entre os idosos, naquele período, teve aumento de 6,7% para 7,8% do total de mortes. Na pesquisa realizada pela dra. Minayo, ela destaca seis unidades da Federação como as mais violentas para essa faixa etária: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e Rio de Janeiro. E informa que o número de óbitos na Terceira Idade por causa da violência em nosso País não é conclusivo. O sistema de informação hospitalar do SUS esclarece que, em 1999, registraram-se 69.637
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os dedicados à atenção primária como os do setor de emergência, se preparem, cada vez melhor, para a leitura da violência nos sinais deixados pelas lesões e traumas que chegam aos serviços ou levam a óbito. Em vários estudos demonstra-se o pouco envolvimento das equipes para ir além dos problemas físicos, mesmo quando em seu diagnóstico fica evidente a existência de violências como causa básica das ocorrências. A lógica que define seu não-envolvimento costuma ser a consideração do problema de maus-tratos como de âmbito privado, portanto, fora da competência da medicina (...)”. E conclui com eloqüência a pesquisadora: “Em todas as formas de aumentar o respeito à população mais velha, em todas as políticas públicas voltadas para sua proteção, cuidado e qualidade de vida, precisa-se considerar a participação dos idosos, grupo social que desponta como ator fundamental na trama das organizações sociais do século 21. Ricos ou pobres, ativos ou com algum tipo de dependência, muitos sustentam famílias, dirigem instituições e movimentam um grande mercado de serviços que vão de turismo, lazer, estética e cosmética a produtos e assistência médica e social”. Seria ótimo se os mais jovens, que não respeitam ou agridem os idosos, compreendessem que, se chegarem a envelhecer, terão os mesmos problemas de seus pais ou avós. Quem sabe, assim, agissem de forma mais justa e correta. Vale a pena refletir no assunto! [M. M.]
Selma Correa
Andréa Araújo (E), Cláudia Lage e dr. Alberto Pontes Garcia Júnior, juiz da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, em visita ao Núcleo e Lar para Idosos da LBV.
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ensando na valorização e no bem-estar dos vovôs e vovós em situação de vulnerabilidade social, a Legião da Boa Vontade de Volta Redonda/RJ se empenha com seriedade para satisfazer às necessidades deles, proporcionandolhes qualidade de vida e respeito. Para cumprir esse compromisso, a LBV utiliza a estrutura ampla e moderna do Núcleo e Lar Ássima e Elias Zarur para Idosos, que é amplamente reconhecido por autoridades e personalidades do município. Em recente visita ao local, o juiz da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso dr. Alberto Pontes Garcia Júnior, a promotora de Justiça Andréa Araújo e a secretária de Gabinete da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, Cláudia Lage, registraram as seguintes impressões sobre o atendi-
mento oferecido pela Instituição: “É a minha primeira visita a este lar da LBV. Quero deixar consignado que fiquei muito bem impressionado com o trabalho de excelência aqui desenvolvido. Parabenizo toda a equipe pela dedicação aos idosos”. (Alberto Pontes Garcia Júnior, juiz de Direito do Idoso) “Acompanhei o dr. Alberto e mais uma vez percebi o zelo e a dedicação que são dados aos idosos. Gostaria de parabenizar todos os funcionários e dirigentes pelo trabalho que desenvolvem e que, sem dúvida, atende o idoso não só materialmente, mas emocional e
espiritualmente”. (Andréa Araújo, promotora de Justiça) “Em visita à Instituição, fiquei maravilhada com o trabalho desenvolvido e animada por ter tido a oportunidade de observar que, havendo boa disposição e vontade de acertar, é possível alcançar excelentes resultados. Desejo que Deus continue a abençoar esta bela atividade e que o município de Volta Redonda possa contar, por vários e vários anos, com o maravilhoso trabalho da LBV”. (Cláudia Lage, secretária de Gabinete)
V I S I T E , A PA I X O N E - S E E A J U D E A L B V ! Núcleo e Lar Ássima e Elias Zarur para Idosos, da LBV — Av. Nossa Senhora do Amparo, 5.079, Santa Rita do Zarur, Volta Redonda/RJ, Brasil — Tel.: (24) 3346-7150 BOA VONTADE |
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“Trabalho de excelência”
uivo BV
L A R D A L B V PA R A I D O S O S E M V O L TA R E D O N D A / R J
Melhor Idade
F ebre
amarela
Não vacile,
vacine-se
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A febre amarela nos últimos cinco anos Número de casos confirmados e mortes registradas desde 2002. 64 Casos Mortes
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Fonte: Agência Brasil
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esde dezembro do ano passado — quando foi confirmada a primeira morte por febre amarela silvestre no Brasil — o Ministério da Saúde tem alertado a população sobre a prevenção e transmissão da doença. A advertência é dirigida principalmente aos que vivem em regiões rurais (Leia o item “Áreas de risco”). Segundo dados do órgão público, foram aplicados, até meados de fevereiro, cerca de 7,3 milhões de doses da vacina. Na forma silvestre da doença, a transmissão do vírus ocorre quando pessoas saudáveis, que não tenham tomado a vacina, ao fazer trilhas, procurar cachoeiras ou mesmo estar em ambiente rural, são picadas pelos mosquitos haemagogus e sabethes. No meio urbano, onde não era registrado caso de febre amarela desde 1942, a transmissão é feita pelo aedes aegypti, o mesmo mosquito
Fonte: www.saude.gov.br
áreas consideradas de risco. Vale destacar, também, que a vacina só passa a fazer efeito 10 dias após sua aplicação. Pode ser tomada a partir dos 9 meses e sua validade é de 10 anos. É contra-indicada a gestantes, pessoas com o sistema imunológico debilitado e a quem é alérgico a gema de ovo*. Áreas de risco — Fique atento à zona rural das Regiões Norte e Centro-Oeste, Estado do Maranhão e parte dos Estados do Piauí, da Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde há casos confirmados em humanos ou circulação do vírus entre animais (macacos).
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Walter Periotto
responsável por espalhar a dengue. Para se prevenir da doença, é preciso estar bem informado e ficar atento também a estes fatores: Sintomas — Febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina). Transmissão — A febre amarela é transmitida por meio da picada de mosquitos transmissores infectados. A transmissão direta de pessoa para pessoa não existe. Tratamento — Não há um específico. O tratamento é apenas sintomático e requer cuidados na assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em uma Unidade de Terapia Intensiva. Se o paciente não receber assistência médica, poderá morrer. Prevenção — A única forma de evitar a febre amarela silvestre consiste na vacinação contra a doença. A vacina é gratuita e está disponível nos postos de saúde em qualquer época do ano. Devem receber a dose pessoas que residem ou viajam para
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Daniel Trevisan
Walter Periotto
Cidadania Redescobrimento cultural do Brasil
Programa Cultura Viva Fonte: www.cultura.gov.br
Colaboração: Marilisa Bertolin
“A alma da Humanidade é a cultura”, frase do dr. Célio Turino. T Catalão
multimídias, seja na contratação de profissionais para cursos e oficinas, produção de espetáculos e eventos culturais, entre outros. O Ponto de Cultura é exatamente esta parceria entre Estado e sociedade civil, que recebe a quantia de R$ 185 mil reais para executar seu projeto. “A rede cresceu. Eram 450 pontos em 2006, agora são 680. (...) É um plano de investimento que prevê, até 2010, 20 mil Pontos de Cultura em atividade no Brasil, em diversos formatos”, anuncia o dr. Célio Turino, da Secretaria de Programas e Projetos Culturais, vinculado ao MinC, responsável por essas ações. Parte da verba recebida é usada para aquisição de software livre, composto por microcomputador, miniestúdio para gravar CD, câmera digital, ilha de edição e o que mais for necessário. Neste caso, o papel do Ministério da Cultura é o de agregar recursos e novas capacidades a projetos e instalações já existentes. Também oferece equipamentos que amplificam as possibilidades do fazer artístico e recursos para uma ação contínua nas comunidades.
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o Brasil, onde historicamente o Estado aparece como um fator fundamental para o estabelecimento do que se entende por identidade nacional, em termos culturais, uma iniciativa recente lançada pelo Ministério da Cultura (MinC) promete desesconder o País e reconhecer os ritos vivos de seu povo. É o que se espera com os Pontos de Cultura, ação prioritária do Programa Cultura Viva, que começou a ser implantado em 2004. Esse aspecto dá esperanças quanto ao acesso universal aos bens culturais, não só na condição de consumidores, mas também de produtores de cultura. Além disso, permite inclusão de novas tecnologias que podem propiciar uma verdadeira explosão transformadora na sociedade brasileira. O resgate da produção cultural será buscado a partir de iniciativas que envolvem a comunidade em atividades de arte, música, cidadania e economia solidária. Essas organizações são selecionadas por meio de edital público e passam a receber recursos do Governo Federal para potencializar seus trabalhos, seja na compra de instrumentos, figurinos, equipamentos
Música e teatro são duas amostras das manifestações culturais registradas pelo programa. BOA VONTADE |
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Fórum Mundial Espírito e Ciência, da LBV Entrevista exclusiva
O renomado físico Amit Goswami explica como as teorias da Física Quântica têm aproximado a Ciência da Espiritualidade
Revolução A
em curso
afirmação de que Ciência e Espiritualidade podem, sim, caminhar juntas tem mexido com os meios acadêmicos nos últimos anos. Entre os que defendem essa posição está um dos mais destacados físicos da atualidade, o indiano Amit Goswami, destacado palestrante do I Fórum Mundial Espírito e Ciência, que a Legião da Boa Vontade (LBV) promoveu no ano de 2000, em seu ParlaMundi, em Brasília/DF, Brasil. Para ele, o entendimento da verdadeira natu90
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reza da criatividade mostra que é falha também a crença segundo a qual cientistas só trabalham com idéias racionais, matemáticas. Na visão do físico, eles precisam da intuição, de visões criativas para desenvolver a Ciência. E ele não está só nesse pensamento, basta relembrar as palavras do célebre físico judeu-alemão Albert Eins tein (1879-1955): “Não descobri a Teoria da Relatividade apenas com o pensamento racional”. Amit, que reside nos Estados Unidos, é Ph.D. em Física Quân-
tica e foi pesquisador e professor titular de física teórica da Universidade do Oregon (EUA), por mais de três décadas. Ele costuma dizer que fez o caminho contrário, isto é, partiu do aspecto científico para o espiritual, pela ótica da Física. Dos 14 aos 45 anos manteve-se em uma filosofia materialista, na qual cresceu e obteve sucesso profissional. Apenas quando começou a trabalhar com a questão da medição quântica, é que vislumbrou o paradoxo que lhe era apresentado: “Se a consciência é um fenômeno
cerebral, obedece à Física Quântica, como a observação consciente de um evento pode causar o colapso da onda de possibilidades levando ao evento real que estamos vendo? A consciência em si é uma possibilidade. Possibilidade não pode causar um colapso na possibilidade”. Desde então, vem dedicandose ao assunto, tratado por ele em palestras pelo mundo e em livros de sucesso, a exemplo de Física da Alma e O Universo Autoconsciente. Em nosso País já esteve por diversas vezes e dele guardou as melhores referências: “Sintome ótimo. A cultura brasileira sempre tem parecido aberta a mim quando se refere a assuntos espirituais, vida após a morte e técnicas de tratamento alternativo, temas sobre os quais escrevo”. Amit relembra, com carinho, a participação no Fórum Mundial
João Preda
“Deus é o agente causal por detrás da nossa criatividade e Espiritualidade.”
Espírito e Ciência, da LBV, considerado um dos maiores eventos do gênero no mundo: “Agradeço à Legião da Boa Vontade esse apoio. Estou feliz de estarmos juntos nessa monumental mudança de paradigma”. Em entrevista no ano de 2001, Amit afirmou que “(...) se esses estudos se desenvolverem, no início do terceiro milênio, Deus logo será finalidade da Ciência, e não só da Religião”. Falando com exclusividade à revista BOA VONTADE, Goswami comenta essa mudança de paradigma e as principais evidências sobre a existência do que chama consciência cósmica. Para o físico indiano, a Física Quântica revolucionou ao trazer com ela uma mudança de conceitos da Física Clássica, mostrando que o tempo é variável, o movimento descontínuo, que existe interconectividade não localizada e que a consciência pode influenciar nos acontecimentos. “Potenciais cerebrais têm sido transferidos de um sujeito para outro enquanto meditam juntos, e isso ocorre sem nenhum sinal eletromagnético, sugerindo conexão sem sinal ou não local entre eles. A cura espontânea, para a qual existem dados extensos, mostra-se possível por causa dos saltos quânticos criativos das pessoas. Dados científicos explicariam a reencarnação, as experiências de quase-morte e canalizações, a eficácia da homeopatia e da acupuntura.” Nesse raciocínio, o físico questiona a teoria evolucionista de Charles Darwin (1809-1882)
Amit Goswami participou do Fórum Mundial Espírito e Ciência, da LBV, em outubro de 2000, no Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, em Brasília/DF, considerado um dos maiores eventos do gênero no mundo. Sobre a iniciativa, destacou: “Agradeço à LBV esse apoio. Estou feliz de estarmos juntos nessa monumental mudança de paradigma”.
que, segundo ele, esclareceria alguns estágios homeostáticos da evolução, como o fato de as espécies adaptarem-se às mudanças ambientais, mas não elucida como uma espécie torna-se outra. Amit Goswami acredita que essas “lacunas fósseis”, estágios muito rápidos da evolução, sugeririam um salto quântico, que uma consciência interveio de forma objetiva nesse mecanismo. E conclui: “O Deus que a Física Quântica possibilita redescobrir é objetivo”. Sob esse fundamento mudam-se importantes conceitos da medicina e da filosofia, que podem ser muito úteis ao Ser Humano. “Ele é o agente causal por detrás da nossa criatividade e Espiritualidade, que, na verdade, é criatividade interior. A dança da criação é entre nosso interior e Deus.” [L. S. M.] BOA VONTADE |
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Ação Jovem LBV Opinião dos Militantes de Boa Vontade
Quando a
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Alma se fundamenta no Amor Juliano Carvalho Bento, Bacharel em Física pela Unicamp
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urante a vida, não é raro submetermos nossos pensamentos a idéias opostas àquilo que temos como valores honrosos, como Família, Solidariedade e Amor. Desta maneira, chegamos a um ponto no qual o risco de perder a fé na Humanidade, portanto, em nós mesmos, encontra-se muito elevado. Podemos observar isso quando, no campo da vivência humana, somos compelidos, muitas vezes, a nos iludir e admitir, primeiro, um quadro de horrores propiciado por uma cultura do medo de tudo e de todos, seguido de uma satisfação de nossas carências no culto ao materialismo. Contudo, observar esse show de inversão de valores e esperar que o planeta se torne melhor, por si só, é como imaginar a existência de uma
Juliano Bento
árvore sem que ao menos se plante uma semente. Do mesmo modo, se ampliamos nossa analogia ao saber acadêmico e também religioso, torna-se uma alternativa por vezes acomodada de querer fazer conhecimento para nossos próprios interesses, ambicionando que, com tais idéias circunscritas, ganhemos o mundo e o modifiquemos. Essa semente não poderá estar nas mãos do saber e do sentir humanos, se as pessoas não pensarem em plantá-la e adubá-la de maneira que gere frutos para alimentar toda a Humanidade, compreendida por indivíduos dotados de emoção e razão. É indispensável o entendimento da necessidade de aplicar o saber de modo que se compreenda, em plenitude, sua real função para, com isso, torná-lo ainda mais sublime. “(...) É
imperioso que se junte ao esforço mental o das mãos; à filosofia, o cabo da enxada (...). Não basta conceber, tem de realizar. Os novos tempos exigem maior presteza, posto que, agora, o problema implacavelmente alcança bilhões de pessoas, cuja paciência não é inesgotável. Mesmo que atingisse um único Ser vivente, já seria um escândalo”, conceitua o jornalista e escritor Paiva Netto em seu livro Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade (1987), trecho reproduzido no artigo “Oito Objetivos do Milênio”, constante da revista Globalização do Amor Fraterno, inicialmente editada em quatro idiomas, entregue a chefes de Estado e demais representações presentes à Reunião do Alto Segmento da ONU, em Genebra (Suíça), em julho de 2007. Por isso mesmo se faz necessário pensar para agir, ou seja, raciocinar para saber o melhor modo de atuar. Por isso, quando nos fundamentamos em um Saber Divino, que podemos compreender como Amor, surge uma Ciência que busca a grandeza da Verdade, demonstrando humildade perante a Natureza, que é seu objeto de estudo e pesquisa; uma Filosofia que busca trazer o indivíduo para as discussões, colocando-o como a causa do pensar; uma Política que não pensa no imediatismo para proveito de quem a faz, mas, sim, no cultivo das relações humanas, trazendo benefícios para todos; e, por fim, uma Religião que mostra o caminho necessário para que visualizemos e possamos pôr em prática os ideais venturosos do Ser. A respeito disso, tão bem definiu
pioneiramente o saudoso fundador da Legião da Boa Vontade (LBV), o radialista, poeta e ativista social Alziro Zarur (1914-1979) ao afirmar: “Religião, Ciência, Filosofia e Política são quatro aspectos da mesma Verdade, que é Deus”. Globalizar o Amor Fraterno é também globalizar o conhecimento eterno em prol do próprio conhecimento e dos que o buscam, conforme explica Paiva Netto em sua mensagem às Nações Unidas. Fazer religião, ciência, filosofia e política para fortalecer a acomodação perante as contradições que se formam diante de nós significa rumar para nosso fim, portanto, dessas frentes de ação do conhecer humano. Não é necessária uma lógica matemática para demonstrar que para todo efeito há uma causa. Logo, sem novas causas em favor dos bons efeitos, idéias falhas emergem, acarretando um abismo moral e intelectual cada vez maior, afastando-nos do brado “viver em um mundo melhor”. A estratégia mais aceita, portanto, para a Alma alçar vôos maiores, sem atrofiar as asas e cair, não é pensar pelo prisma do ego, mas, sim, pelo do Amor de Jesus, o Cristo Ecumênico, por trazer a personificação maior do amar, manifestada no Seu Mandamento Novo (quadro ao lado), visto que é superior ao próprio “eu”. Isso porque nos abrange e nos modifica para a real necessidade de existirmos no Universo e de o Cosmos existir. Somente assim entenderemos que, da mesma forma que não se limpa sujeira com lodo, não se ama e vislumbra a Verdade permanecendo na indiferença e na omissão.
Tratado do Novo Mandamento de Jesus (Reunido por Paiva Netto, consoante o Evangelho do Cristo de Deus, segundo João, 13:34 e 35; 15:12 a 17 e 9) Ensinou o Cristo Ecumênico: “Novo Mandamento vos dou: Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros. (...) O meu Mandamento é este: que vos ameis como Eu vos tenho amado. Não há maior Amor do que doar a sua própria Vida pelos seus amigos. E vós sereis meus amigos se fizerdes o que Eu vos mando. E Eu vos mando isto: amaivos como Eu vos amei. Já não mais vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto aprendi com meu Pai vos tenho dado a conhecer. Não fostes vós que me escolhestes; pelo contrário, fui Eu que vos escolhi e vos designei para que vades e deis bons frutos, de modo que o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vos conceda. E isto Eu vos mando: que vos ameis como Eu vos tenho amado. (...) Porquanto, da mesma forma como o Pai me ama, Eu também vos amo. Permanecei no meu Amor”.
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Pedagogia do Cidadão Ecumênico LBV da Europa
Espiritualidade Novo paradigma da Educação
Noys Rocha
de Portugal
Ricardo Ribeiro
Fotos: Arquivo LBV de Portugal
Noys Rocha, representante da LBV de Portugal.
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sociedade mundial está doente. Para chegar a esse diagnóstico, basta ver que a exclusão social grassa, a dependência tóxica assola gerações e a violência que atinge o lar, a escola, as ruas, está em toda parte. O debate sobre tais questões nos leva a refletir na profundidade da educação. É importante termos a consciência de que não se pode desenvolver o organismo social sem mudar a cultura vigente; o Ser HuCrianças portuguesas atendidas no programa Semente da Boa Vontade
mano carece do alimento espiritual para que não falte o material. “Mais do que educar, é preciso reeducar”, como propõe a LBV. É fundamental que haja novo paradigma, afinal tudo é gerado pelo Espírito do Ser Humano, portanto, necessário se faz atuar nele. É nesse panorama que se insere a Pedagogia do Cidadão Ecumênico (PCE), Pedagogia do Afeto, linha educacional preconizada pelo diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, que alia intelecto, sentimento e Espiritualidade. Essa linha educacional vai muito além dos períodos letivos, porque não se restringe ao ensino formal, estende-se ao não formal, ao nosso cotidiano, na trilogia escola-famíliacomunidade. Paiva Netto, em Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade, nos adverte que “a escola não substitui o lar”. A presença dos pais, acompanhando os filhos nos estabelecimentos de ensino, é essencial para um bom desempenho escolar, pois fortalece a auto-estima dos educandos e contribui para que os valores de conduta aprendidos no colégio te-
nham ressonância no ambiente familiar. Assim, a bagagem de experiência dos pais ou responsáveis pode ser partilhada com o corpo docente, o que beneficia a formação do caráter do estudante. A qualidade da educação, portanto, depende de nós — como pais, responsáveis ou professores. Diversos programas socioeducativos são desenvolvidos, aqui em Portugal, com a missão principal de criar uma cultura de Solidariedade, por meio da melhoria da qualidade de vida, de forma ampla e abrangente, em todos os segmentos sociais, com a Caridade Completa (material e Espiritual). Um desses exemplos é o programa Sorriso Feliz, que, além de desmistificar a aversão à cadeira do dentista, promove a cultura da higiene bucal correta, como medida mais eficaz para a prevenção da saúde oral. A unidade móvel da LBV, denominada Autocarro da Saúde Oral, um ônibus equipado com gabinete dentário e minibrinquedoteca, percorre a área metropolitana de Lisboa, de estabelecimentos de ensino a entidades comunitárias, realizando procedimentos de profilaxia, como
Ecumênica o tratamento de tártaro e aplicações de flúor, de selantes, entre outros. Integrado nesse mesmo propósito, temos o programa de Agentes Comunitários de Saúde Oral (Proaso) que, no Porto, em Lisboa, em Coimbra e em várias cidades portuguesas, vem formando agentes multiplicadores dessa cultura, por meio de palestras, simpósios e sessões educativas com entidades parceiras da LBV. “Há muitos problemas cardíacos e outros decorrentes da saúde bucal comprometida”, informa o dr. Cassiano Scapini, dentista voluntário, supervisor técnico de saúde da Instituição. Voltado a crianças e adolescentes até os 13 anos de idade, em situação de risco social, há o programa Semente da Boa Vontade que ocupa o tempo livre desses pequenos com oficinas temáticas e sessões de formação, além do apoio alimentar e afetivo. “É preciso unir a experiência dos mais velhos à energia dadivosa dos mais jovens.” Sob a inspiração desse pensamento de Paiva Netto, outra importante iniciativa é desenvolvida: o programa Viva Mais!, que contribui para a vida ativa na Terceira Idade e incentiva o voluntariado sênior. Os participantes são recebidos não como simples usuários dependentes de amparo, mas colaboradores com uma rica bagagem a ser dividida com as novas gerações.
Na Ronda da Caridade rea- não tratares do espírito e da alma, lizamos um serviço itinerante de não dás nada a ninguém (...). Todos socorro aos sem-teto, percorrendo os dias acordo com um sorriso no diversas localidades nas noites frias rosto. Posso dizer que sou feliz”, das cidades do Porto e de Lisboa, no destaca Olga. Para levar avante essas e outras apoio aos sem-abrigo (moradores de rua). O trabalho estende-se por toda iniciativas, a LBV de Portugal cona semana nas instalações do Centro ta com a parceria da ESE (Escola Superior de Educação do Social da LBV, onde os Porto) e das Universidaatendidos recebem também des Lusófona (de Lisboa), orientação tendo em vista Fernando Pessoa e Escola a reinserção na sociedade. Superior de Educação PauUma das voluntárias nessa la Frassinetti (do Porto), atividade, a artista plástica entre outros respeitáveis e atriz em Portugal, Olga Olga Sotto estabelecimentos de ensino Sotto, começou a colaborar como uma forma de fazer laborató- e entidades a quem agradecemos. Na minha ótica, o pensamento rio para um personagem morador de rua que ia interpretar. Desde então, basilar da Pedagogia do Cidadão não deixou mais de ajudar. “Faço Ecumênico, de autoria do dirigente a Ronda da LBV toda semana, não da LBV, é: “Cuida do Espírito, consigo viver sem ela. (...) Há uma reforma o Ser Humano, e tudo se empatia que não consigo explicar. Se transformará”.
A LBV de Portugal, nos meses de janeiro e fevereiro, recebeu a visita de estudantes lusos interessados em ajudar os menos favorecidos. Alunos da Escola Carolina Michaelis conheceram o trabalho voluntário e, ao final, ofereceram-se para “doar Amor” em cooperação à Obra. Os estudantes da Escola Secundária de Moimenta da Beira, região centro-sul do país, também sensibilizaram-se e aproveitaram a oportunidade da visita para participar do Programa Ronda da Caridade, na cidade do Porto. BOA VONTADE |
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De Newark, Estados Unidos, escreve o Soldadinho de Deus Jhordan Gabriel, 12 anos, de Goiânia/GO, escreveu-nos Amanda Cecília Vieira, 11 anos: para contar um ensinamento que aprendeu no livro A “GOD IS PRESENT! (Deus está cura do servo de um centurião, da Editora Elevação: presente!) “Adoro ser um Soldadinho de Deus! “O centurião, sabendo da doença de seu servo e E adoro toda a Legião da Boa Vontade da chegada de Jesus, pediu que seus soldados (LBV). O encontrassem (o Cristo), pois acreditava não Sempre escuto a Super ser digno de falar com Ele. E Jesus Rede Boa Vontade de pôde curar o servo do centurião, Rádio pela internet. E tão grande era sua fé. E isso o programa que gosto é um exemplo para todos nós, bastante é o Bolo com pois não há tempo e nem espaço Pudim, que passa que impeçam as realizações no aos sábaBem, desde que acreditemos em dos, às 11 Jesus e façamos por merecer horas”. recebermos a Sua proteção”. Você pode ter este e outros belíssimos ensinamentos do Divino Mestre com os livros da Coleção Ecumênica Os Milagres de Jesus. Adquira pelo Clube Cultura de Paz: 0800 77 07 940.
Ajude Pedro
a atravessar o labirinto
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Soldadinhos de Deus da Baixada Santista
Crianças da cidade de Santos/SP escreveram um livro a respeito do que aprendem nas Aulas de Moral Ecumênica, da Religião de Deus, o qual dedicaram ao Irmão Paiva. Destacamos um trecho especial para demonstrar o belo trabalho escrito por Gabrielle Cristina, 7 anos:
(1) Lailla Pereira Jorge, 3 anos, São Paulo/SP (2) Anna Clara (4 meses) e Guilherme de Figueiredo Caetano (8 anos), Glorinha/RS (3) Os irmãos Eduarda, 9 anos, e Enzo Coutinho de Carvalho, 6 meses, de São Paulo/SP (4) Beatriz Alonso Von Gal Furtado, 2 anos, Campinas/SP (5) As gêmeas Ingrid Clara e Valeska Maria Matos de Souza, 2 meses, de Brasília/DF, (6) Evelyn de Souza Barreto, 9 meses, de Niterói/RJ, (7) Soldadinhos de Deus da cidade de Arceburgo/MG, (8) Luana Santos da Cruz, 9 anos, e Murilo Santos da Cruz, 2 meses, São Paulo/SP. (9) Laura Bittencourt Rodrigues, 1 ano, Glorinha/RS.
Deus está presente em tudo. Deus está presente na flor. Deus está presente na abelha. Deus está presente na borboleta. Deus está presente na casa. Deus está presente nas pessoas!
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Esporte
Momento Esportivo, do RJ, é eleito o melhor programa do gênero prêmio de melhor programa local do rádio esportivo do Rio de Janeiro em 2007, representado pelo coordenador da equipe, Marcelo Figueiredo.“É um reconhecimento ao trabalho que a gente faz já há nove anos, contando com grande repercussão, credibilidade e apoio da Super Rede Boa Vontade de Rádio. A pauta é livre e esse bom trabalho é refletido neste segundo ano consecutivo em que ganhamos este prêmio”, afirmou. O técnico do Vasco, que entregou o troféu à equipe, destacou: “Eu tive o maior prazer em entregar este prêmio porque são profissionais que eu respeito muito, e a Super Rede Boa Vontade também”.
O técnico Alfredo Sampaio, o treinador Mário Jorge Lobo Zagallo e Marcelo Figueiredo, da LBV. Fotos: Vivian Ribeiro
A
premiação dos melhores desportistas de 2007, avaliados pelo Sindicato dos Treinadores de Futebol Profissional do Estado do Rio de Janeiro, ocorreu, no dia 20 de dezembro, na Galeria Gourmet, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio). O encontro reuniu personalidades do Esporte, a exemplo dos treinadores Zagallo, Joel Santana (Flamengo), Alfredo Sampaio (então técnico do Vasco), Fábio Azevedo (TV Bandeirantes), Amaro José da Silva (presidente do Sindicato dos Treinadores/RJ). Entre os vencedores, o Momento Esportivo, da Super Rádio Brasil (AM 940), emissora da Super Rede Boa Vontade de Rádio, recebeu o
Time de craques da SUPER RBV Da esquerda para a direita, em pé, Wilson Pimentel, Marcelo Figueiredo, Antonio Jorge e Eduardo Freitas. Sentados, André Gonçalves, Maurício Moreira e Gustavo Adolfo.
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