Boa Vontade - Salve o Planeta

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EDITORIAL O jornalista Paiva Netto escreve In memoriam — dra. Ruth Cardoso

Homenagem Melhores concessionárias de energia elétrica recebem Prêmio Abradee 2008

Maria Cândida Talento e versatilidade

Salve

o Planeta! Rede Sociedade Solidária

LBV promove II Fórum-Feira de Inovações com suporte da ONU Educação ambiental

Ações de sucesso em prol do desenvolvimento sustentável foram apresentadas em série de eventos na América Latina ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA 100 anos de luta pela Liberdade

JOÃO CARLOS MARTINS Milagre das mãos

Ricardo Kotscho Reflexões do jornalista Luiz Melodia Melodias do Morro Juca Chaves Menestrel do sorriso Carlos Vereza Meio século na dramaturgia Jonas Rezende Um pastor ecumênico




Sumário

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6 Editorial In memoriam — dra. Ruth Cardoso

38 Educação — Acontece no Brasil 42 Imprensa

8 Cartas, e-mails, livros e registros Ricardo Kotscho — Dono do próprio 7 Opinião Esportiva 1 tempo 18 Perfil 46 Opinião política Juca Chaves — Menestrel do sorriso

22 Acontece 24 Entrevista na Record

Maria Cândida — Alçando novos vôos

28 Abrindo o Coração

João Carlos Martins — Milagre das mãos

33 Notícias de Brasília 34 Arte

Carlos Vereza — Meio século de história na dramaturgia 4

| BOA VONTADE

Reforma Urbana e projeto nacional

48 Cultura

Diversidade religiosa em telas

51 Homenagem 52 Comunicação Social

Associação Brasileira de Imprensa — 100 Anos de luta pela Liberdade

60 Religião

Jonas Rezende — Um pastor ecumênico

64 Capa — Meio ambiente Aquecimento global

70 Especial É hora de salvar o Planeta

82 Nações Unidas/Nova York 88 Samba & História Luiz Melodia — Melodias do Morro

91 Melhor Idade 92 Responsabilidade Social 95 Mulher na ONU/EUA 98 Opinião — Mídia Alternativa 101 Acontece no Rio 102 Fotojornalismo Gervásio Baptista — Lentes da História

106 Soldadinhos de Deus 108 Ação Jovem LBV

Qual o futuro do Planeta?


Ao leitor

Reflexão de BOA VONTADE “Nenhum planejamento, por mais bem-elaborado que seja, terá êxito se lhe faltar intensa harmonia e sentido de unidade na diversidade para que a adversidade seja vencida. Getúlio Vargas (18831954), que teve uma longa, polêmica e dramática vida pública no Brasil, deixou este testemunho: ‘Só há uma força capaz de construir por toda a eternidade: o Amor.’” Mensagem extraída do livro Reflexões da Alma, de autoria do escritor Paiva Netto. O autor, com mais de 3,2 milhões de livros vendidos, lançou, em junho de 2008, este best-seller em Portugal, pela Editora Pergaminho.

BOA VONTADE ANO 52 • No 222 • abr/mai/jun/2008

Edição fechada em 20/07/08 BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo. Diretor e Editor-responsável: Francisco de Assis Periotto - MTE/DRTE/RJ

19.916 JP

Coordenador Geral: Gerdeilson Botelho Jornalistas Colaboradores Especiais: Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan,

José Carlos Araújo e Mario de Moraes.

Equipe Elevação: Adriane Schirmer, Carla Luz, Cida Linares, Daiane Emerick, Danielly

Arruda, Débora Verdan, Felipe Tonin, Gizelle de Almeida, Jefferson Rodrigues, João Miguel Neto, Joílson Nogueira, Jully Anne, Larissa Tonin, Leila Marco, Leilla Tonin, Maria Aparecida da Silva, Mário Augusto Brandão, Natália Lombardi, Natanael Rodrigues, Neuza Alves, Raquel Bertolin, Rodrigo de Oliveira, Rosana Bertolin, Sarah Jane, Simone Barreto, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz. Projeto Gráfico: Helen Winkler créditos das Fotos de Capa: Globo terrestre: Photos.com; Maria Cândida: Beto Haider; Ricardo Kotscho: Domingos TP; Luiz Melodia: Divulgação; Carlos Vereza: Divulgação TV Globo; Juca Chaves: Elias Paulo; João Carlos Martins: Clayton Ferreira; Pastor Jonas Rezende: Estúdio Aszmann. Impressão: Editora Parma Endereço para correspondência: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050

• São Paulo/SP • Tel.: (11) 3358-6868 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com

A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados.

Alguns especialistas afirmam que é quase impossível evitar o desastre ambiental que ronda o nosso Planeta; mas ainda há tempo, sim, para reverter esse grave cenário mundial. Afinal, a Terra é a morada da Humanidade. Daí o assunto terse tornado permanente na BOA VONTADE, sempre abordado pelos mais variados ângulos. Para falar desse importante tema, entrevistamos os jornalistas Washington Novaes e Beatriz Fagundes e trazemos reportagem sobre o II FórumFeira de Inovações Rede Sociedade Solidária, da LBV, cujos resultados foram apresentados, com sucesso, na reunião do Conselho Econômico e Social (Ecosoc) das Nações Unidas: o High-Level Segment 2008, noticiada também nesta edição. A Cultura está bem representada com João Carlos Martins, um dos grandes pianistas e maestros do século 20, e no talento do humorista Juca Chaves, do cantor Luiz Melodia e do ator Carlos Vereza. No Editorial, realce para a homenagem do dirigente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, à saudosa antropóloga e professora da USP dra. Ruth Cardoso, esposa do ex-presidente dr. Fernando Henrique Cardoso. Confira, ainda, a entrevista com o pastor Jonas Rezende, na qual relembra a formação familiar, essencial para o despertar do sacerdócio. Em evidência, igualmente, a comunicação e sua função social presentes nos comentários de consagrados jornalistas, a exemplo de Ricardo Kotscho, Maria Cândida, Maurício Azêdo e Hélio Fernandes, estes dois últimos entrevistados pela BOA VONTADE durante o lançamento do Jornal da ABI, edição especial do centenário da Associação Brasileira de Imprensa, cujas festividades se estendem até 2009. Aliás, as principais delas são pauta desta revista. Boa leitura! BOA VONTADE |

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Editorial

In memoriam

dra. Ruth João Preda

Cardoso Dra. Ruth Cardoso no ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF, em 1998.

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antropóloga e professora da USP dra. Ruth Cardoso, esposa do ex-presidente da República dr. Fernando Henrique Cardoso, deixou-nos no último 24 de junho. Intelectual das mais destacadas, sempre teve como tema de seus estudos o combate à exclusão social. Recordo com carinho as palavras que escrevi no Correio Braziliense quando, em 1995,

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Gilberto Bertolin

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. É diretorpresidente da LBV.

criou e assumiu o “Comunidade Solidária”: A escolha de dona Ruth Cardoso para a missão de presidi-lo reforça a expectativa de sucesso. Esses são os meus votos e os dos Legionários da Boa Vontade. Por sinal, dona Ruth é muito simpática e fotogênica. Em 1998, durante evento ocorrido no ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF, a dra. Ruth expôs seu pensamento sobre as ações em prol

dos mais necessitados, e disse ainda: “Todas as iniciativas que são realizadas com essa finalidade, da solidariedade, do apoio à população carente, são importantíssimas. A Legião da Boa Vontade é um excelente exemplo, inclusive de continuidade dessa filantropia”. Ao seu Espírito eterno, pois os mortos não morrem, as nossas vibrações de paz, extensivas aos familiares e amigos.


Estou comemorando 52 anos de trabalho na LBV. Amanhecia 29 de junho de 1956 — Dia de São Pedro e São Paulo. Nasci no Rio de Janeiro. Com 15 anos, num gesto intuitivo, liguei o rádio. Estava no ar a Tamoio. Vivíamos os festejos juninos. Surpreso, ouvi os acordes de “Noite Feliz!” e disse: “— Mamãe, que curioso! Música de Natal em junho!” E logo soou a palavra de Alziro Zarur (1914-1979). Esse fato converteu a minha vida, tal qual a de tantos outros que aguardavam algo que lhes falasse o que precisavam ouvir a respeito de Quem, no dizer de João Batista, nem somos merecedores “de limpar-Lhe o pó das sandálias”: Jesus! Zarur entoava o “Glória a Deus nas alturas, paz na Terra aos homens de Boa Vontade!” (Evangelho, segundo Lucas, 2:14). Naquela hora, como que um raio desceu sobre mim, mas não me fulminou. Pelo contrário: percebi que não sou apenas um produto da carne, posto que certa mentalidade por aí faz alguns pensarem que este mundo

(...) A partir daquele momento, o que foi despertado em mim não poderia surgir de um pedaço de matéria que um dia se transformará na rebelião famélica dos vermes. Ah! Somos alguma coisa bem superior, que sintoniza as estrelas!

seja um açougue. Tenho espírito. Não em resultado de combinações químicas cerebrais, porquanto a inteligência situa-se além do corpo, como que havendo um cérebro psíquico fora do somático. (...) A partir daquele momento, o que foi despertado em mim não poderia surgir de um pedaço de matéria que um dia se transformará na rebelião famélica dos vermes. Ah! Somos alguma coisa bem superior, que sintoniza as estrelas! É essencial ter, portanto, em nós um diapasão que ressoe na grandeza de sua melodia. (...) No mesmo instante,

tornei à minha saudosa mãe, Idalina Cecília de Paiva (1913-1994) e, decidido, sentenciei: “É com esse que eu vou!”

Grato pelo apoio

Aprendi nestes 67 anos de vida que ninguém faz nada sozinho. Ao completar 52 de trabalho nessa Obra que luta ininterruptamente por um Brasil melhor e uma Humanidade mais feliz — compartilho também essa marca com todos os que, com suas preces e apoio às nossas iniciativas, formam a grande família da Boa Vontade de Deus. Arquivo BV

Parece que foi ontem...

Paiva Netto sempre esteve presente nos momentos de grandes desafios atravessados pelo fundador da LBV, Alziro Zarur. BOA VONTADE |

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Cartas, e-mails, livros e registros

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Histórias de uma Repórter Brasileira na China Derli Francisco

Os aspectos culturais e a adaptação à vida cotidiana de um país milenar pelo olhar jornalístico da repórter Sônia Bridi. Eis, em suma, o assunto central do livro Laowai — Histórias de uma Repórter Brasileira na China, assinado por ela. Em 384 páginas, Sônia compartilha um pouco da vivência diária nos dois anos que atuou como correspondente da TV Globo no outro lado do Planeta. As imagens da obra foram captadas pelo marido, o cinegrafista Paulo Zero. Ao lançar o título em Florianópolis/SC, a jornalista autografou um exemplar para o dirigente da LBV com a mensagem: “Ao Paiva Netto, um grande abraço da Sônia Bridi”.

Livro conta vida e obra de Arnaldo Niskier

Newton Bastos

Há 25 anos membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e famoso pela luta incansável por uma educação de qualidade no Brasil, o professor Arnaldo Niskier foi biografado pelo jornalista e escritor José Louzeiro, no livro Luzes da Consagração. O lançamento ocorreu em 5 de maio, no Petit Trianon da ABL, na capital fluminense. Na ocasião, os escritores fizeram questão de expressar a admiração pelo dirigente da LBV: “Paiva Netto é um amigo muito querido”, afirmou Arnaldo Niskier. “Admiro muito o que ele faz”, destacou José Louzeiro. Por fim, ambos também dedicaram um exemplar ao colega de profissão: “Ao amigo José de Paiva Netto, grande líder da O jornalista e escritor José LBV, com o abraço de Arnaldo Niskier e do Louzeiro (E) e o membro da ABL Arnaldo Niskier. José Louzeiro”.

Alma de editor

Caminhos que o jornalista Mylton Severiano percorreu como um dos para consolidar-se comunicação grandes nomes da brasileira

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gênese de repórte 28

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Arquivo pessoal

Venho há algum tempo publicando na seção Check It Out, com muito prazer e alegria, artigos do grande amigo Paiva Netto. Para minha satisfação,

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e Juos pais, Bernardo 1- Myltainho entre no colo da mãe. lieta, e a irmã Iracema,(E), Myltainho e Ha2- Moisés Baumstein (D), na redação da Filho milton Almeida e Brasileira. revista Extra-Realidad em 1969. Sentado, 3- Revista Realidade, Paulo centro da mesa, No em destaque, no diretor da revista. da Mendonça, então os novos jornalistas sentido horário, Mercadante, Fernando Luís Realidade, Luís Mylton Severiano, José Carlos Marão, David Zingg e Jaime Fontes, Jean Solari, Figuerola.

Produções. de esse No entanto, apesar favor do a repertório conspirar com a projornalismo, o contato necessidade de fissão surgiu da Logo quando cheauto-sustento. vindo de gou à capital paulista, de 1960, o ilustre Woile janeiro Marília/SP, em Ao ceder esta imagem, dedicatória de Direito, singela Guimarães mandou ingressou na faculdadeno terceiro relembra: “Em curso ao amigo em que com Monteiro mas largou o Marília, encontrei Nesta entretrabalhar. do Myltainho. para ano Lobato, na coleção as e de outros desenvolvi, com vista, ele fala desses dos planos. Lá, seguramente, pelas letras, pelo como assuntos, bem leituras, meu pendor de o Myltainho sabe sua admiração português, que Não Também destacou e da frente pra trás. Boa Vontade trás pra frente e pela pela Legião da gramática, mas idente, José a ortografia, a só com diretor-pres faz com as letras, e pelo seu mágica que ele política com quem teve de Paiva Netto, sua cultura e sensibilidade social”. realizar uma de oportunidade de . suas reportagens

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Arquivo pessoal

“Tive a sorte veterano jorelas contas do Severiano, de ter pais nalista Mylton da revista maravilhosos. editor-executivo sua trajetória Caros Amigos, Meu pai, Bernardo literalmenna profissão começou, de setemem 10 Severiano da Silva, te, a ser redigida data dedicada é o meu herói.” bro de 1940, então próprio Myltainho à Imprensa. O o nascimento isso diz que desde a este Aliado “estava escrito”. a boas leituras, fator, o incentivo alagoano Bernarvindo do pai, o aos da Silva, foi do Severiano na mente do poucos burilando consciênuma jovem Myltainho Tanto que cia crítica e intelectual. é aguçado o faro pela reportagem — seu primeiro desde tenra idade antes mesmo texto fora publicado década de vida. de completar uma um poema sobre Aos 12 anos, fez para o Correio o Dia das Mães o colégio, tocava de Marília. No ao lado do amigo jornal do grêmio, s, Guimarãe de infância Woile dono da GW também jornalista,

Perfil Myltainho

Site tem acesso triplicado

Arquivo pessoal

Prezados amigos, não me escaparam a sensibilidade e o talento com que a BOA VONTADE me flagrou no texto “Alma de editor, gênese de repórter”, na edição no 221. Emocionaram-me às lágrimas. Eu me senti P rebobinando o Alma de editor filme da vida. Obrigado, e

parabéns. (Mylton Severiano, editor executivo da revista Caros Amigos, São Paulo/SP)

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

André Fernandes

A trajetória profissional de Villas-Bôas Corrêa, um dos ícones do jornalismo político do Brasil, teve destaque na edição de o n 221 da BOA VONTADE. O entrevistado, ao ler a matéria em questão e outros textos da revista, ressaltou: “Ela está linda! Altíssima qualidade. Estou muito satisfeito com a reprodução fiel de tudo que falei, até os nomes dos meus pais. Gostei mesmo, até fiquei bonito nas Villas-Bôas Corrêa fotos (risos). As matérias da revista são bem escritas, com clareza, apreciei bastante. A reportagem do Moreno [Jorge Moreno] ficou ótima, ele é muito bem quisto no meio; o Gervásio Baptista, conheço também. O [Marcos] Caruso é ótimo”. O jornalista, enquanto folheava a publicação, completou: “Vocês têm um pessoal bem profissional trabalhando, pois a revista é excelente! Parabéns a toda equipe e ao Paiva Netto!” Na ocasião, Villas-Bôas estava acompanhado da esposa, Regina de Sá Corrêa, que aproveitou a oportunidade para falar do seu carinho pela Legião da Boa Vontade, a qual conhece de longa data: “Aprecio muito a obra da LBV, minha mãe conhecia Alziro Zarur; sempre gostei dele, e acompanho o trabalho de Paiva Netto, somos colaboradores da Instituição. Quando estivemos em BraRegina de Sá Corrêa sília, eu e minha cunhada, a irmã do Villas, visitamos o Templo da Boa Vontade. Que lugar lindo! A espiral, o ambiente todo era de Paz. Temos vontade de retornar lá”.

Izilda França

Revista de qualidade

BOA VONTADE

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ABL completa 111 anos AAcademia Brasileira de Letras (ABL) comemorou, em 17 de julho, seus 111 anos de fundação, com a entrega dos Prêmios Literários 2008. Os condecorados nas cinco categorias foram: Autran Dourado (Machado de Assis); Izacyl Guimarães Ferreira (Poesia); José Alcides Pinto (Ficção, romance, teatro e conto); Daniel Munduruku (Literatura infanto-juvenil); Agenor Santos e Leonardo Fróes (Tradução); Paulo Nathanael Pereira de Souza e Carlos Eduardo Falcão Uchôa (Francisco Alves). À ilustre Casa de Machado de Assis a saudação da LBV e de seu diretor-presidente.

Educação de qualidade

O Centro Educacional, Cultural e Comunitário da Legião da Boa Vontade, na capital fluminense, recebeu no dia 1º de julho a visita do presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, Ernesto Vianna. Depois de ser recepcionado pelo Coral Ecumênico Infantil LBV, o jornalista afirmou: “Fiquei emocionado com o coro infantil. As instalações são totalmente apropriadas para uma educação de qualidade. O trabalho desenvolvido pelo diretorpresidente da LBV, Paiva Netto, é realmente importante para o Brasil; é bem-elaborado e organizado”. O dirigente sindical comentou outros aspectos que lhe chamaram a atenção: “Fiquei bastante impressionado com a estrutura desse prédio da LBV, e de todo o atendimento às crianças. A gente repara que as atividades daqui preparam a criança para um futuro com a Educação Ecumênica. (...) A Espiritualidade é fundamental. A pessoa tem de ter uma direção, uma referência, e isso vocês fazem muito bem. (...) Esse trabalho, com certeza, trará resultados, melhorando a nossa qualidade de vida”.

Vivian Ribeiro

João Preda

no site das Embaixadas (www.centraldodiplomata. com.br) triplicou o número de acessos com essas excelentes matérias! Elas são tão bem escritas e profundas, Fátima Kreimer que realmente tocam os leitores. Para mim, é importante publicar textos que incentivem a elevação Espiritual do Ser Humano. O meu muito obrigada. (Jornalista Fátima Kreimer, diretora do site Central do Diplomata, Brasília/DF)

O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, Ernesto Vianna, com algumas das crianças atendidas pela LBV na zona norte do Rio de Janeiro/RJ.

Recentemente, Vianna enalteceu o artigo “Sejamos sempre como namorados”, de autoria do jornalista Paiva Netto, e escreveu ao autor a fim de, também em nome de sua esposa, Silvia Regina, agradecer-lhe o texto. Entusiasmado com os artigos do colega de profissão, ele tem publicado as mensagens semanalmente, no site do sindicato (www.sindicatodosjornalistas.com.br). “A página na qual são inseridos os artigos do Paiva Netto é a mais visitada durante os fins de semana. Os artigos dele são interessantes, despertam a atenção dos usuários”, afirmou.

Sindicato dos Jornalistas do Estado do RJ promove I Congresso

Será realizado, nos dias 8 e 9 de agosto, o I Congresso de Jornalistas do Estado do Rio de Janeiro. O tema escolhido para o evento é “200 anos de Imprensa e Democratização Social”, com destaque para as questões que envolvem as atividades profissionais da área. A solenidade de abertura ocorre na sexta-feira (8), às 19 horas, no auditório da OAB/Niterói (Av. Amaral Peixoto, 507, 10o andar, Centro). No sábado

(9), os congressistas participarão de workshops, das 8h30 às 18 horas, no Hotel Solar do Amanhecer, localizado na Av. Prefeito Sílvio Picanço, 839, Ensea­ da de São Francisco. Para mais informações, acesse www.sindicatodosjornalistas.com.br ou ligue: (21) 2610-5221/ 2719-8470. A Super Rede Boa Vontade de Comunicação (TV, rádio, internet e revista) fará a cobertura completa do encontro. BOA VONTADE |

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Cartas, e-mails, livros e registros

Vivian Ribeiro

Um concorrido almoço reuniu, na Associação Brasileira A Hebraica de São Paulo/SP, cerca de 300 empresários. O evento, promovido pela Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, no fim de março, contou com a participação especial do expresidente do Banco Central dr. Gustavo Franco, que palestrou sobre o tema “Perspectivas Econômicas para o Brasil”. Na oportunidade, o economista apresentou um panorama do cenário político-econômico na atualidade. Entre os convidados, a Fundação José de Paiva Netto (FJPN) e a Legião da Boa Vontade. As duas organizações foram representadas pelo jovem Legionário Alziro de Paiva e pelo diretor-administrativo da FJPN, Renato Viana, que entregaram a revista BOA VONTADE, edição de no 221, ao economista Gustavo Franco. Destaque ainda para a presença

Fotos: Clayton Ferreira

Evento analisa perspectivas para a economia brasileira

Rona Kotler

Edmundo Safdié

de Dora Silvia Cunha Bueno, presidente da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria e da Associação Paulista de Fundações (APF);

Da esq. à dir.: Renato Viana, diretor-administrativo da FJPN; dr. Gustavo Franco, economista; Dora Silvia Cunha Bueno, presidente da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria; e o jovem Legionário Alziro de Paiva, representando o diretor-presidente da LBV no evento.

de Rona Kotler, chefe do escritório Econômico do Estado de Israel no Brasil; e de Edmundo Safdié, presidente do Safdié Private Banking.

Livro fala sobre a poesia do viver

Vivian Ribeiro

O chanceler honorário e fundador do Centro Universitário Augusto da Motta (UniSuam), Arapuan Medeiros da Motta, entregou ao público da capital fluminense o livro Poética do Viver, uma coletânea de textos, crônicas e cartas que falam da vida, da família, do amor, em diferentes formas. Ao saudar os representantes da Legião da Boa Vontade, o chanceler afirmou: “Um abraço ao diretor-presidente da LBV, Paiva Netto. Minha família já acompanhava, pelo rádio, esse trabalho lindo que a Instituição realiza”. Ele dedicou um exemplar do título ao dirigente da Organização, com os seguintes dizeres: “Presidente da LBV, escritor Paiva Netto. A sabedoria é a felicidade da alma. Arapuan Medeiros da Motta”. Durante a tarde de autógrafos, a professora Ana Cristina Monteiro da Motta Cruz aproveitou a oportunidade para dar os parabéns à LBV, dizendo que assiste ao programa Boa Vontade, Ana Cristina Cruz O professor Arapuan Medeiros da Motta com Paiva Netto, veiculado diariamente pela TV Bandeirantes logo após o programa A Noite é uma criança, apresentado por Otávio Mesquita. Netto com alguns dos alunos da LBV 10

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Fotos: Vivian Ribeiro

“Pai do Oscar Niemeyer”

Daniel Trevisan

Em 4 de julho, dia em que aniversariou, o veterano jornalista Moacir Japiassu recebeu uma homenagem da Legião da Boa Vontade em comemoração à data: um cartão, simbolizando o carinho das crianças atendidas pela LBV. O autor da coluna Jornal da ImprenÇa (no portal www. comunique-se.com.br) retribuiu o gesto com o tradicional bom humor: “Muito obrigado, amigos da LBV. Estou com 66 anos, mas, como costumo dizer, aparento 82 e me sinto como o pai do Oscar Niemeyer... Contudo, prometo a mim mesmo que resistirei sempre. Daqui do meio do mato envio grande abraço a todos vocês e ao nosso líder, o Irmão Paiva, na esperança/certeza de que tenham todos sempre muita saúde para continuar a bela obra de solidariedade humana. Do Japiassu; Marcia despacha abraços e beijos gerais”.

Marcos Caruso

Denise Del Vecchio e Tuna Dwek

Memórias do teatro

Homenagem ao monsenhor Antônio Trivinho

Rosevalte dos Santos

O chanceler da Cúria Metropolitana de São Paulo, monsenhor Antônio Trivinho, comemorou no dia 10 de março 97 anos de idade. Os alunos do Instituto de Educação da LBV, na capital paulista, foram pessoalmente dar-lhe os parabéns pela trajetória de vida do religioso. Feliz com a surpresa, ressaltou: “A LBV é maravilhosa. Fico feliz ao ver todo o incentivo que esses jovens recebem para construir um mundo melhor. (...) Todos os dias, quando acordo, agradeço a Deus o dom da vida até quando Ele me permitir [viver]. Que Deus abençoe esse trabalho lindo da Legião da Boa Vontade!”. O monsenhor Trivinho completará, em 6 de dezembro, 72 anos de sacerdócio.

Os atores Marcos Caruso e Denise Del Vecchio lançaram, no dia 9 de maio, suas biografias pela Coleção Aplausos, em evento na Livraria Argumento, no Rio de Janeiro/RJ. Os dois tiveram suas histórias de vida contadas em: Marcos Caruso — Um obstinado, da escritora Eliana Rocha, e Memórias da Lua, de Tuna Dwek. Caruso, que se destaca ainda como produtor teatral, autor e roteirista de cinema, foi incentivado para o teatro já criança, quando sua tia-avó o levava para assistir a espetáculos. Estreou profissionalmente, em 1973, na peça O carrasco do sol e, três anos depois, despontou como diretor em Uma noite encantada, grande sucesso do teatro infantil. Na ocasião, o ator deixou uma carinhosa mensagem ao dirigente da Legião da Boa Vontade: “José de Paiva Netto, aqui vai um pouco de mim para você! Marcos Caruso”. No livro sobre Denise Del Vecchio, o leitor pode conhecer mais dessa atriz que começou a carreira profissional aos 18 anos no antigo Teatro de Arena, na década de 1970, despertada pela peça Esperando Godot (1969), encenada pela inesquecível Cacilda Becker. Na oportunidade, Denise e Tuna também deixaram seu recado ao líder da LBV: “Para José de Paiva Netto com carinho, Denise Del Vecchio”. “José, todo o meu carinho. Tuna Dwek”.

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Cartas, e-mails, livros e registros

Histórias do tradicional CPOR/SP O Centro de Preparação de Oficiais Paulo. Cordialmente, Tratz”; o major da Reserva (CPOR), da capital paulis- Gomes escreveu: “Ao prezado sr. Paiva ta, promoveu um coquetel de recepção Netto, os sinceros agradecimentos pela ao novo comandante do órgão mili- oportunidade que a Editora nos deu em tar, o coronel da Artilharia tornar nossas idéias em um Marcelo Antonio Neves. trabalho concreto. Ofereço Autoridades, personalidades uma lembrança da história do e a classe empresarial presti‘Centro Solar dos Andradas’, giaram o evento, que também tradicional escola militar da marcou a reabertura da “Sala zona norte de São Paulo. Um de Memória do Centro Solar abraço. Major Gomes”. Marcelo Antonio Neves dos Andradas” e o lançamenApós o autógrafo, o teto do livro CPOR/São Paulo — Escola nente-coronel Tratz destacou, em de Líderes, cujos organizadores são o entrevista, um dístico criado pelo tenente-coronel de Infantaria Sergio líder da LBV, que chama a atenção Luiz Tratz (agora no comando da 5a dele: “Há um slogan do dr. Paiva Região Militar, em Curitiba/PR) e o Netto que é muito forte — ele sempre instrutor-chefe do curso de Comuni- com as palavras muito fortes — que cação da unidade, o major Marcelo afirma: ‘Força Armada e Civil, tudo Gomes da Silva. é Brasil!’ Obrigado, LBV, por ter Na noite de autógrafos, os autores participado desse resgate da memória encaminharam dedicatórias ao líder das do CPOR”. Instituições da Boa Vontade (IBVs), destacando a parceria feita entre o CPOR e a Editora Elevação, responsável pelo projeto gráfico e diagramação: “Prezado dr. Paiva Netto, nossos agradecimentos pela oportunidade de convergirmos em nossa sensacional parceria. Sem ela, esta obra não conseguiria ser rea­lizada. Juntos, registramos um pouco da memória do CPOR/SP, do Exército Brasileiro e da cidade de São Tenente-coronel Tratz e Major Silva

Lutas, desafios e muita autoconfiança para vencer. Essas palavras resumem a história da atriz Neuza Amaral registrada na autobiografia Deixa comigo, lançada na capital fluminense, em 19 de maio. Além de destacar o período em que foi vereadora na Cidade Maravilhosa, a autora apresenta uma obra ilustrada com muitas imagens: fotos de antigas produções, novelas, peças de teatro e filmes. A atriz dedicou um exemplar da obra para o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, com a mensagem: “Ao jornalista José de Paiva Netto, antes de mais nada, parabéns por sua luta e meu agradecimento por receber-me. Carinho, Neuza Amaral”. Vivian Ribeiro

O Deus de cada um

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Daniel Trevisan

Daniel Trevisan

Vivian Ribeiro

Histórico de autoconfiança

Diversas histórias reunidas com diferentes pontos de vista, mas falando da mesma essência. Este é o mote do livro O Deus de cada um, do escritor e astrólogo Waldemar Falcão. Na obra, o autor traz depoimentos reais de pessoas que, na busca do autoconhecimento, passaram por diversas religiões e crenças até chegarem à tradição em que se encontraram com a Espiritualidade, transformando, assim, suas vidas. Falcão, que acompanha a Legião da Boa Vontade (LBV), dedicou um dos exemplares do livro ao dirigente da Instituição: “Para meu Irmão Paiva Netto, com o abraço fraterno e eterno do seu irmão Waldemar Falcão”.

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E S T A T U T O

D A

C RI A N Ç A

E

D O

A D O L E S C E N T E

Vitórias e desafios nos 18 anos Fotos: Vivian Ribeiro

LBV e Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente do RJ lançam edição comemorativa do Estatuto

O Estatuto da Criança e do Adoles- formam o Coral Ecumênico Infantil cente (ECA) chega à maioridade. Em LBV se apresentaram na seqüência, 13 de julho de 1990, a Lei Federal 8.069 comovendo a todos. Depois disso, o instituía o ECA para garantir a proteção dr. Siro agradeceu: “Muito obrigado! integral e o desenvolvimento de crianças É nosso dever cuidar dessas crianças e jovens no Brasil. Dois dias antes do como faz a LBV; a Instituição realiza aniversário de 18 anos do ECA, o Con- um trabalho bonito com elas. As crianselho Estadual de Defesa da Criança e ças nos emocionaram tanto! Vamos do Adolescente (Cedca-RJ), presidido guardar essa imagem linda”. pelo desembargador Siro Darlan, A professora Vânia Faria, presipromoveu uma solenidade dente do Conselho Municipal em comemoração da data, e dos Direitos da Criança e do o local escolhido foi o Salão Adolescente, empossou os Nobre da Câmara Municipal novos conselheiros tutelares do Rio de Janeiro/RJ. do Rio de Janeiro. Em enAli foi lançada oficialtrevista à BOA VONTADE, Vânia Faria mente a publicação especial disse: “Agradeço à LBV, do ECA, feita pela Legião da Boa mais uma vez, todo o trabalho que Vontade (LBV) com o apoio da Rio desenvolve não somente com os peTókio. Nessa edição comemorativa, os quenos, mas com todos os atores que leitores podem conferir a apresentação desenvolvem o sistema de garantia do dr. Siro Darlan e o artigo do diretor- desses direitos”. presidente da LBV intitulado Juntos Entre as autoridades presentes no contra o terror. Na ocasião, a pedagoga evento, estavam o juiz Március FerreiSuelí Periotto representou a Legião da ra, da Vara da Infância e da Juventude Boa Vontade. do RJ; a promotora Luciana Caiado; A cerimônia foi conduzida pelo dr. a sra. Marília Andrade Rocha, reSiro Darlan. Os meninos e meninas que presentando o secretário municipal de

O desembargador Siro Darlan esteve no Centro Educacional da LBV, no Rio de Janeiro/RJ, em 13 de julho, data de aniversário do ECA, e ressaltou: “Fiquei muito feliz em comemorar os 18 anos em um local onde o Estatuto é uma realidade; não é apenas um desejo a ser conquistado. A LBV torna realidade o sonho do Estatuto da Criança e do Adolescente. (...) O melhor combate à violência se faz com programas como esse, de educação e de proteção integrais”.

Assistência Social, Marcelo Garcia; a sra. Merina Camargo, da Associação Estadual dos Conselheiros Tutelares; a sra. Liliane Gomes da Cunha, presidente da Associação Municipal dos Conselheiros Tutelares; Juarez Marsall da Silva Filho, conselheiro tutelar do CT (região do centro da cidade do Rio de Janeiro); o sr. Genilson Teixeira, representando a presidente da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), a sra. Maria Olinda Sousa; a juíza Cristiane Cordeiro (da região de Santa Cruz); a dra. Simone Moreira, responsável pela Defensoria Pública do RJ; a jovem Aline Travassos, da Associação Beneficente AMAR, em nome de todos os adolescentes e jovens do RJ. Na próxima edição da BOA VONTADE, a cobertura completa do evento. BOA VONTADE |

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Cartas, e-mails, livros e registros

Responsabilidade social e ambiental

DE

UNDAÇÕES

TEMA CENTRAL Transparência e Sucesso das Fundações “As Fundações em São Paulo, no Brasil e no Mundo”

Clayton Ferreira

ENCONTRO PAULISTA

Clayton Ferreira

4º F

O Instituto Brasileiro de Educação e Responsabilidade Sanitária (Ibrasi), organização voltada a temas ligados à legislação sanitária e às ciências ambientais, realizou, em 27 de maio, o cerimonial das outorgas e homenagens do prêmio “Dr. Oswaldo Cruz — Educação e Responsabilidade Social/Ambiental” a pessoas e instituições que promovem ações positivas em prol da qualidade de vida dos cidadãos. Neste ano, a Legião da Boa Vontade (LBV) foi homenageada pelos trabalhos prestados à população em situação de risco social ao longo de seus quase 60 anos de existência. Em entrevista à BOA VONTADE, o presidente do Ibrasi, José Carlos Colomo do Couto, destacou: “É sempre um prazer a participação da LBV. Conheço e admiro o nosso querido Paiva Netto, hoje representado pelo maes- Carlos Colomo do Couto tro José Eduardo Paulote de Paiva. Ninguém mais poderia receber o prêmio Oswaldo Cruz de Responsabilidade Social, que é o patrono do Ibrasi, do que a LBV, nossa parceira”. A respeito da importância do prêmio, o diretor pedagógico do Ibrasi, Freitas Martins, comentou: “Buscamos perpetuar o trabalho dignificante dessas pessoas, e não podíamos deixar de destacar o nosso querido jornalista José de Paiva Netto. A caminhada dele é de muitos anos dentro de sua vocação do bem; e nunca se afastou desse objetivo. (...) Somos gratificados, porque partindo do Paiva Netto, tudo nos emociona. Muito obrigado”. Freitas Martins

Um século de imigração japonesa no Brasil

13/9/2008 das 8h às 17h30

Local:

Colégio Rio Branco São Paulo - SP Mais informações:

www.apf.org.br Tel.: (11) 3237-3193

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| BOA VONTADE

Este é o nome da publicação lançada pela Legião da Boa Vontade em homenagem ao centenário da imigração japonesa no Brasil (1908-2008). Vertida para o japonês e o esperanto, o material foi recebido com alegria e gratidão pela comunidade nipônica. Os monges budistas Yvonete Silva Gonçalves e o professor Ricardo Mário Gonçalves relatam a profunda emoção que sentiram ao ler a matéria e rever as fotos que registram as homenagens feitas ao diretor-presidente da LBV: “Prezados Irmãos, recebemos os esplêndidos livretos em japonês alusivos ao centenário da imigração nipônica no Brasil. Estão ótimos! Agradecemos de coração mais essa comovente prova de amizade e espírito ecumênico. Encaminharemos a publicação a nossos amigos japoneses. Fraternalmente, Yvonete e Ricardo Gonçalves”. nto

Espera

ês

Portugu

s

Japonê


Templo da Boa Vontade é aclamado pelo Povo como uma das Sete Maravilhas de Brasília/DF - Brasil

Aclamado pelo Povo como uma das Sete Maravilhas de Brasília/DF, Brasil, o Templo da Boa Vontade (TBV), desde que foi inaugurado por Paiva Netto, em 21/10/1989, já recebeu mais de 18 milhões de peregrinos e turistas. Segundo dados oficiais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Distrito Federal (SDET), é o monumento mais visitado da capital do País. Ao lado do ParlaMundi e de sua sede administrativa, o Templo da Paz forma o Conjunto Ecumênico da Legião da Boa Vontade.

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É um espaço dedicado à valorização do pequeno, médio e grande produtor rural. Com notícias, reportagens, dicas e entrevistas com especialistas do setor, tem o objetivo de informar o homem do campo, apresentando a ele alternativas de produção e comercialização no agronegócio. O programa traz também semanalmente as principais cotações do mercado agropecuário.

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Opinião Esportiva Coluna do Garotinho

E o torcedor?

José Carlos Araújo

Arquivo pessoal

especial para a BOA VONTADE

José Carlos Araújo, comunicador da Rádio Globo do Rio de Janeiro

T

odo ano é a mesma história. Vários clubes começam a temporada envolvidos em duas disputas ao mesmo tempo. Em geral, são os que participam do Campeonato Brasileiro e também da Copa do Brasil ou da Taça Libertadores da América, competições que se desenvolvem simultaneamente. E, nessa situação, virou moda priorizar um campeonato em detrimento de outro. Na maioria das vezes, os clubes dão mais importância à Copa do Brasil, porque é um caminho mais curto para garantir vaga na Libertadores do ano seguinte. Os que disputam a Libertadores, então, nem se fala. A prioridade pela competição é total, deixando totalmente de lado outra importante, como é o Campeonato Brasileiro. E vão

acumu­­lando, na disputa nacional, derrota em cima de derrota. Seguindo uma lógica única, todos os times passam a preservar os titulares para os compromissos pela Copa do Brasil ou Libertadores da América. Quanto ao Campeonato Brasileiro, fica em segundo plano e passa a ser disputado, em suas rodadas iniciais, com times reservas. Até poderíamos falar em estratégia, se a situação fosse outra. Se os clubes tivessem dois times do mesmo nível ou com forças equivalentes, isso seria admissível. Mas o que temos visto são equipes que deixam a desejar e acabam decepcionando suas torcidas. Não me parece ser uma opção interessante. Escalar os reservas em jogos do Campeonato Brasileiro não passa de uma forma de manifestar desinteresse, de tornar a competição sem importância e,

assim, afastar os torcedores dos estádios. É claro que o torcedor quer ver seu clube conquistando os títulos mais importantes do continente e do mundo. Mas, ao mesmo tempo, ele não se dispõe a pagar ingresso caro para ver em ação equipes improvisadas, inteiramente sem compromisso com a vitória. Ou os clubes abrem os cofres e formam times titulares e reservas de alto nível, capazes de disputar qualquer campeonato, ou que repensem essa prática. No fundo, é até um desrespeito ao torcedor, que quer ver em campo o que o clube tem de melhor. Não bastasse esse aspecto, ainda há outro, mais forte: os pontos perdidos no Campeo­nato Brasileiro, nas rodadas disputadas com times mistos ou reservas, certamente vão fazer falta mais adiante, quando a competição chegar à fase decisiva. Muitos clubes acabam eliminados na Copa do Brasil ou na Libertadores e, quando se dão conta, estão também em situação difícil no Campeonato Brasileiro. Perdem o objetivo maior e acabam não ganhando nada no Brasileiro. BOA VONTADE |

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Arquivo pessoal

Perfil Juca Chaves

Menestrel do sorriso

A

O bom humor e a irreverência de Juca Chaves

s pessoas deveriam dar mais atenção ao poder do sorriso. Quem diz isso é o cantor e compositor Juca Chaves, o Menestrel do Brasil, para quem o ato de sorrir seria um agente importante de sucesso. E foi também pela marca

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da alegria, da empatia, que Juca e a esposa, Yara, receberam as filhas do coração, Maria Clara e Maria Morena: “Adote sem preconceito o primeiro sorriso que te tocar. Eu adotei as minhas duas filhas assim”. O músico afirma que a ma-

turidade o ensinou a entender melhor a vida. Para ele, ser bemsucedido, hoje, não significa apenas ter dinheiro, mas principalmente sentir-se feliz e fazer o que gosta. Aliás, por instinto colocou isso em prática bem cedo, ao aproximar-se da música e da


Fotos: Arquivo pessoal

poesia. Gosta de lembrar a formação clássica que teve nessa área: aprendeu violão, canto orfeônico, piano e regência com excelentes professores. Ao longo da carreira ficou conhecido por sua crítica simples e inteligente. Bons exemplos são as sátiras políticas Caixinha, obrigado; O Brasil já vai à guerra e Presidente Bossa Nova, esta última composta para homenagear Juscelino Kubitschek. Na bagagem profissional, além de músicas e bordões que o imortalizaram, há a experiência no jornalismo. Em 1962 morou em Portugal, onde trabalhou no Diário de Notícias, de Lisboa. Lá, a exemplo do que acontecera em nosso País, Juca enfrentou censura e foi obrigado a mudarse para a Itália, onde residiu por cinco anos. Retornou ao Brasil no ano de 1969. Recentemente, o músico visitou a sede da Boa Vontade TV, em São Paulo/SP, onde foi recebido com o canto do Coral Ecumênico Infantil LBV. “Continuem na música que é o melhor que vocês podem fazer. Ela deixa vocês sempre sorrindo”, disse o humorista à criançada. Amigo da Instituição de longa data, recordou-se de ter participado de uma das iniciativas da Obra: “Esta homenagem da LBV é linda. Eu já conhecia alguns trabalhos do próprio Coral, como vi uma vez durante um vernissage do Roberto Camasmie*, grande artista, e lá já me emocionei com o pessoal cantando. Fico contente

Juca Chaves (D) em evento com a presença do presidente Artur da Costa e Silva e sua esposa Yolanda, ambos ao centro na imagem.

de ser recebido com música”. De um dos alunos assistidos pela LBV, recebeu um cartão confeccionado pelos meninos e meninas, no qual estava escrito: “Nós, crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade, agradecemos a sua visita e desejamos muitas vitórias em sua vida. ‘Criança faz bem aos olhos, criança faz bem ao coração’”. Ao ler a gentil mensagem, o músico afirmou: “Essa última frase é do Paiva Netto, nosso amigo, nosso querido amigo. Muito obrigado! Que ele continue dando alegria a todas essas crianças. Que eu possa sempre ser útil a vocês naquilo que puder”. Em seguida, em entrevista à BOA VONTADE, falou da família e apresentou um panorama daquilo que tirou de melhor ao longo dos 69 anos de vida e da experiência de cinco décadas de carreira, completadas no ano passado.

Nas duas imagens acima, da década de 1960, Juca Chaves aparece durante o tempo em que viveu em Roma/Itália, onde se auto-exilou, fugindo da censura no Brasil. No destaque, o recorte do jornal Tra Le Note, que o chama lá também de il Menestrello (o Menestrel).

BOA VONTADE — Como surgiu o apelido Menestrel do Brasil? Juca Chaves — Quando fui a Porto Alegre no início da carreira, isso em 1957, 1958, disse: Sou um trovador. Flávio Alcatraz, que talvez seja o maior repórter que o

* O artista refere-se ao vernissage da exposição “Crianças a Lápis de Cor”, que o conceituado artista plástico Roberto Camasmie realizou, em dezembro de 2005, em benefício das crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade. BOA VONTADE |

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Ferna nd o

Elias Paulo

Fra nc o

Perfil

“Não sou religioso, mas penso que a vida com Boa Vontade abre caminhos para o mundo. Não existe Paz se não houver Boa Vontade.”

Brasil já teve, afirmou: “Engano, tchê! Tu és o Menestrel!” E aí ficou Juca Chaves, o Menestrel. Na época em que morei em Portugal, por exemplo, chamavam-me de o Menestrel da liberdade; eles achavam que eu ia libertar Portugal. Também não era assim. Os estudantes de Coimbra jogaram as capas negras no chão para que eu passasse por cima, e isso irritou a polícia portuguesa, que me tocou para fora do país. Fiquei um ano lá. Quando parti para o auto-exílio, sabendo que haveria uma revolução no Brasil, saí de uma para entrar em outra revolução. Depois, fui morar na Itália. Lá me chamavam de Menestrello, il Trovatore. Uma coisa que ficou, porque ajo como tal. Pego o meu alaudezinho, não dependo de ninguém, não tenho patrão, sou muito sozinho, tudo que canto é meu, é uma vida de menestrel. Satirizando os reis e os cortesãos. BV — O que mais vale na carreira? Juca Chaves — O artista gosta de ter reconhecimento, que é mais 20

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Juca, acompanhado da esposa, Yara, e com as crianças do Coral Ecumênico Infantil LBV, que o recebeu durante visita à Boa Vontade TV, na capital paulista.

do que prestígio. Quando se chega a certa idade, vou fazer 70 anos em outubro, mas falta muito, estou com 69 (risos), a gente começa a pensar que perdeu muito tempo com aquilo que serve para coisa nenhuma. Ser velho é relativo, postura de vida. Sou seminovo. Criei esse termo para pessoas com mais de 70 anos, mas existem jovens de 60 e velhos de 30 anos, isso depende muito do pensamento de cada um. Gosto de viver bem, viajar, aprender com a vida, falar com todo mundo. Fui jornalista, mas era diferente, todos se viam na redação. Hoje, ficam em um cubículo falando com o computador, o que não leva a coisa nenhuma. BV — Quando descobriu que com o bom humor teria sucesso? Juca Chaves — Em tudo o que os autores atuais escrevem sobre auto-ajuda, eles se esquecem de falar uma coisa só: você pode conseguir sucesso com um sorriso. Foi com ele que consegui conquistar, mesmo sendo feio, meninas bonitas, carreira, amizades, coisas impossíveis de acontecer, que só ocorreram

por causa de um sorriso que dei, mas como não se vive somente sorrindo, perdi muito também com momentos nervosos e, por isso, operei o coração. Você pode ver que todos aqueles que contam piada são mais felizes, porque divertem os outros; são pessoas raras, especiais. BV — No Brasil de hoje ainda há espaço para a sátira, para o humor contestador? Juca Chaves — O espaço está diminuindo. O bom humor é relativo ao público que encontra. Sempre procurei fazer um humor sofisticado, mais inteligente, que não precisasse de explicação. Hoje caiu muito o nível do público. (...) Os programas de TV estão tecnicamente bons e culturalmente péssimos. O Brasil tem mais ou menos 1.600 emissoras, entre rádio e televisão, mas não existe nenhuma que tenha uma orquestra, e já o tivemos. Eu mesmo comecei carreira cantando na orquestra da Rádio Nacional de São Paulo, com o maestro GuerraPeixe, então o principal regente, a mais importante orquestra paulista ajudando um artista que estava


BV — A propósito, há um pensamento do diretor-presidente da LBV que diz: “Querer fazer, fazer, mas fazer certo”. Juca Chaves — Tem gente no Brasil que faz a coisa certa, faz bem. Estava dizendo: Gosto do Paiva Netto, porque ele faz muito por muitas crianças. (...) Não sou religioso, mas penso que a vida com Boa Vontade abre caminhos para o mundo. Não existe Paz se não houver Boa Vontade. BV — Você é casado há 33 anos... Juca Chaves — Fui vira-lata até os 36 anos. Passaram mil namoradas, mil aventuras e viagens, um dia encontrei a minha cúmplice, a Yara, nos acertamos. Completamos 33 anos de casamento em 2 de fevereiro. O Dorival Caymmi cantou para a gente: “Dia dois de fevereiro, dia de festa no mar, quero ser o primeiro a saudar Iemanjá”. Foi um grande momento meu e tive outros muito bonitos na minha vida.

Fotos: Divulgação

“Adote sem medo, sem preconceito, não queira acompanhar modismos. (...) Adote o primeiro sorriso que te tocar.”

Álbum de família: Juca, Yara e as filhas do coração, Maria Clara e Maria Morena.

lhas, e tivemos. São duas negrinhas maravilhosas que amo, e elas nos amam. Yara é uma boa mãe, “briga”, segura, eu só peço a elas que estudem. Falo: minhas filhas, vocês já são mulheres e negras em um País onde nem a mulher nem a negra são muito prestigiadas, então vamos nos esforçar. Tanto que estão estudando mandarim, que é chinês, por quê? Um país com um bilhão e quatrocentos milhões de habitantes, com a mesma religião, idéias e um PIB (Produto Interno Bruto) altíssimo, crescendo, é o povo do futuro. Vão aprender também inglês, francês, a língua que elas quiserem, serão idiomas secundários. Aprender primeiro o português, pois é a nossa língua mãe, que pouca gente sabe falar.

BV — Como se deu a decisão de adotar duas meninas? Juca Chaves — Foi uma complementação de tudo. Queria ter duas fi- Dorival Caymmi

Arquivo BV

Arquivo BV

começando. O que existe hoje para ajudar o cara a vencer na vida? Até o jornalismo é trágico no Brasil... será que só acontecem coisas ruins? Não! Outro dia assisti na televisão à história de uma menina que não tem braços e toca violão com os pés. Guerra-Peixe Quem quer faz.

BV — Que recado deixa às pessoas que querem adotar uma criança?

Juca Chaves — Adote sem medo, sem preconceito, não queira acompanhar modismos. Minha mãe queria um menino loirinho, de olhinhos azuis, e olha a porcaria que nasceu (risos). Adote o primeiro sorriso que te tocar. Adotei as minhas filhas assim. Yara e eu estávamos andando em uma creche com centenas de crianças, todas bonitinhas, lindinhas, uma abriu o bracinho, você não precisa saber se é bonita, feia. No fundo, são elas que nos adotam. A menina perguntou à minha esposa: “Eu nasci da sua barriga?”, e ela respondeu: “Não, nasceu no meu coração”. E a menina falou: “Quer dizer que não nasci da barriga de ninguém?” Ao que a Yara disse: “Nasceu. Você teve sorte na vida; tem duas mães: uma deixou de ser sua mãe porque morreu ou teve problemas, mas sou a verdadeira, porque mãe é a que cria”. BOA VONTADE |

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Acontece

S Ã O

LBV é ação!

L U Í S / M A

Cidadania e geração de renda As mães dos meninos e meninas atendidos pelo programa Criança: Futuro no Presente!, promovido pela Legião da Boa Vontade (LBV) em seu Centro Comunitário e Educacional de São Luís/MA, são agora beneficiadas pelo projeto Grupos de Mulheres. A iniciativa desenvolve diversas ações que contribuem para a renda familiar e para a elevação da auto-estima. Entre as atividades, destaque para o curso de confecção de bolsas de tecido, no qual as alunas mostram criatividade no manuseio de retalho de panos coloridos, linha, agulha e fitas (conforme foto abaixo). O resultado do trabalho dessas mamães pode ser conferido nas oficinas realizadas no próprio Centro Comunitário, localizado na Avenida Ribamar Pinheiro, 9, Madre Deus, tel.: (98) 3214-1428.

Arivaldo de Oliveira

Jully Anne

N A T A L / R N

Consciência ambiental no Rio Potenji Arivaldo Oliveira

O Potenji é o principal rio do Estado potiguar. Ele também marca a divisão entre as zonas norte e sul da cidade de Natal. Pesquisadores que analisam a história, geografia e biologia desse rio ressaltam a importância e os aspectos dele na economia e na cultura do Rio Grande do Norte, principalmente no setor de turismo, que se tornou atividade fundamental na cidade. Preocupado com a diversidade de espécies existentes no Potenji,

o Programa de Preservação e Conservação da Natureza do Rio Grande do Norte (Proeco), já em sua 5a edição, promoveu um mutirão de limpeza, em parceria com o Instituto de Defesa do Meio Ambiente (Idema) e a Militância Jovem da LBV. A ação contou com a presença de voluntários dos mais variados segmentos da sociedade civil organizada. No total, foram recolhidas mais de quatro toneladas de lixo acumu­ ladas nas águas do rio.

V I S I T E , A P A I X O N E - S E E A JU D E A L B V ! Em Natal/RN, o Centro Comunitário e Educacional da LBV está localizado na Rua dos Caicós, 2.148, Dix-Sexpt Rosado, tel.: (84) 3613-1655

Joílson Nogueira

Colabore com as obras socioeducacionais da LBV

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| BOA VONTADE

Banco do Brasil Agência: 3339-1 c/c: 5.010-5

Banco Bradesco Agência: 0292-5 c/c: 99090-6

Banco Itaú Agência: 0237 c/c: 73700-2

Outras informações (11) 3225-4500 www.lbv.org.br


S Ã O

P A U L O / S P

LBV representa o País na Jornada Mundial de Poesia Infantil O Instituto de Educação da Legião da Boa Vontade (LBV), na capital paulista, foi palco da realização do projeto Poesia e Tambores pela Paz, que representou o Brasil na Jornada Mundial de Poesia Infantil — World Poetry Childhood Day. Presidida pela baronesa Moussia Haulot, a jornada visa desenvolver a sensibilidade poética em crianças e jovens de 7 a 14 anos, nos 33 países que integram a atividade. No evento, os participantes apresentaram jograis, teatro e um “telejornal”, cheio de imagens que simbolizam a Paz. Para a entrega dos prêmios, foram convidados Ana Prudente, delegada estadual da Liga da Defesa Nacional; Elizabeth Farina, consultora e palestrante; Marco Rossi, artista plástico; e Márcia Fernandes Freire, embaixadora de Diplomacia Participativa do Brasil na Bélgica, de quem partiu o convite para a LBV integrar essa iniciativa internacional. Ainda prestigiaram o evento Moisés Gallucci, do Tribunal de Justiça de São Paulo, e Nelson Dejane, cantor e compositor. Em entrevista, a senhora Márcia Freire destacou as impressões em

Fotos: Elias Paulo

Regina do Nascimento

A embaixadora de Diplomacia Participativa do Brasil na Bélgica, Márcia Fernandes Freire (no destaque), anunciou os participantes do concurso que ganharão certificados reconhecidos pela União Européia.

conhecer a unidade educacional da LBV:“Visitar a Legião da Boa Vontade foi uma surpresa positiva, porque vi que vocês já estão como mensageiros da Paz, já fazem parte desse trabalho, não só com as crianças, mas também com adolescentes e adultos. Isso é muito bom. A gente percebe o resultado olhando para os olhinhos das crianças e vendo que não existe aquele olhar agressivo, tão competitivo que, muitas vezes, encontramos no diaa-dia”, destacou Márcia Freire.

Na ocasião, saudou o dirigente da LBV, José de Paiva Netto. “Gostaria de parabenizar o seu diretor-presidente em nome dos meus colegas da Comunidade Européia, por esse trabalho tão bonito, por essa imagem, carinho e respeito com que tratam as pessoas. Toda essa mudança social não visa simplesmente ao lado da necessidade material do Ser Humano, mas, principalmente, ao lado espiritual e cultural”, disse. Compuseram a mesa de jurados do projeto Poesia e Tambores pela Paz: da esq. à dir., Elizabeth Farina, consultora e palestrante; Márcia Fernandes Freire, embaixadora de Diplomacia Participativa do Brasil na Bélgica; Marco Rossi, artista plástico; e Ana Prudente, delegada estadual da Liga da Defesa Nacional. BOA VONTADE |

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Entrevista na Record Maria Cândida

Alçando

novos vôos Com a carreira consolidada no jornalismo, Maria Cândida investe no lado artístico

Leila Marco

G

uerreira e batalhadora, é assim que a apresentadora Maria Cândida se define. “Quando coloco uma meta na cabeça, saio em busca do que quero.” Afirma que tudo em sua vida — na profissão, principalmente — foi conquistado com grande esforço. Depois de ter trabalhado nas principais áreas do jornalismo, ela percebeu que o entretenimento, o lado artístico, poderia oferecer um novo desafio na carreira de apresentadora de televisão. Atuando há 15 anos, a jornalista está empolgada com o Programa da Tarde, na TV Record, que tem alcançado bons 24

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Fotos: Gustavo Oliveira

índices de audiência, e festeja também o fato de ter ganhado, recentemente, o comando de mais uma atração no grupo, o Entrevista Record Música, na Record News. O sucesso não a assusta, tampouco a afasta do público: “Sobre ser famosa... Para mim sou normal; vou aos lugares, falo com todo mundo... Não tenho essa coisa de não fazer algo porque apareço na TV. Isso vai contra o que acredito e sou. Só evito lugares de muita aglomeração, muito populares, porque acaba criando tumulto. Mas recebo meus fãs na Record e tenho o maior carinho com as pessoas em geral”.

A experiência de ser mãe

Maria Cândida encanta os fãs não apenas pelo lado profissional, mas também por ser uma mulher que sabe se multiplicar nos vários papéis da vida. Casada com o empresário Oscar Ungarelli e mãe da pequena Lara, de 2 anos, organiza-se de maneira que possa viver tudo intensamente. “Antigamente eu era full time para o trabalho, mas aprendi a dividir, ter um tempo dedicado para a minha família, e continuo gostando demais do que faço.” O segredo, segundo ela, é estar em cada momento desses de corpo e alma, 100% ligada ao que realiza. E conclui: “Não é bom ter apenas


Beto Haider

uma coisa que o faça feliz, porque depois isso pode acabar (...) e como você fica?” Sobre essa fase mais família, ressalta a maternidade: “Ser mãe é algo mágico, deixa a gente mais segura, foi uma experiência enriquecedora. (...) Aprendemos a dividir, nos tornamos menos egoístas. O amor que se sente por esse ser que é gerado dentro de nós, ou quando uma pessoa adota, é diferente de tudo, mais forte até do que se sente pelos pais”. Já durante a gestação, Maria Cândida sentiu as mudanças e o amadurecimento com a chegada da filha: “Eu pratiquei ioga durante toda a gravidez, e aprendi com a minha professora a fazer meditação, na qual pedia para os anjos da guarda a protegerem”. O hábito simples de orar, sem estar ligado exatamente a uma corrente religiosa, acompanha

“Gostaria de ser lembrada pelo meu otimismo, minha alegria, a forma positiva com que vejo as coisas e acabo passando para o meu público.”

BOA VONTADE |

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Entrevista na Record

a jornalista até hoje. “Eu faço uma oração em casa, uma vez por semana, pedindo por minha família”, conta, emocionada. Maria Cândida diz ainda que planeja ter uma família grande, e que só pede muita proteção. “Saúde é a única coisa que o Ser Humano precisa, o resto, corremos atrás. Quero que minha filha seja uma cidadã consciente e responsável, exerça seu papel com dignidade no mundo que ela vai enfrentar, o que não será nada fácil.”

A escolha da profissão

A forma ousada de enfrentar os desafios vem de longa data e, até por isso, é que ela escolheu atuar no jornalismo. “Foi a primeira faculdade que fiz. Sabe aquela vontade de mudar

o mundo que todo estudante tem? De ser parte da história?” Ainda como estagiária, em 1991, colaborou com a coluna Informe JB, na época áurea do Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro/RJ. “Estudante não tem dinheiro para nada, morei em uma pensão de freiras. Elas fechavam as portas à meia-noite, e eu precisava voltar correndo, senão não entrava.” Maria diz lembrar-se com alegria daquele período, pois, diferente de outros colegas de faculdade, pouco saía, dedicava-se quase exclusivamente ao trabalho e aos estudos. Em seguida, foi radioescuta no JB, na capital paulista, e realizou reportagens para o Jornal da Tarde e para a Veja São Paulo. Na televisão, a oportunidade

A jornalista e parte da equipe que coloca no ar o Programa da Tarde, na TV Record.

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| BOA VONTADE

surgiu por acaso: “Participei do primeiro curso da Alice-Maria (hoje diretora-geral da Globo News)”. Logo depois veio o convite para ingressar na TV Tribuna, em Santos/SP, e no ano seguinte tornou-se repórter do Jornal da Record. Acostumada à mídia impressa, com textos mais longos, demorou um pouco a adaptar-se ao novo meio. “Sofri no início, era muito prolixa (...), mas não tenho medo de errar, não tenho medo de aprender.” Em meados da década de 1990, trabalhou na Globo São Paulo, onde fez reportagens para os telejornais e o Fantástico. Na mesma emissora, apresentou o Globo Rural e o SPTV.

CNN e Bloomberg

No entanto, a grande oportunidade no exterior aguardaria alguns anos, exatamente em 1997, na CNN, o maior canal de notícias dos Estados Unidos. Isso graças ao programa World Report, que abre espaço para estudantes do mundo inteiro, para apresentação de notícias pela ótica local de cada país. Apesar de forte concorrência, Maria Cândida conseguiu uma vaga para estagiar por cinco meses na sede da emissora, em Atlanta, nos EUA, onde pôde conhecer pessoal­mente o fundador da empresa, o empresário Ted Turner, e o funcionamento dessa grande rede de televisão. “Eu estagiei na CNN e àquela altura eles já tinham uma estrutura incrível, havia até uma banda na emissora que fazia a trilha sonora das cha-


Clayton Ferreira

Rubens Ewald Filho

madas.” Para a apresentadora, o fato de os americanos estarem há mais tempo na área e o forte investimento em produção que recebe a TV americana, “com uma incrível indústria por trás, inclusive cinematográfica”, explicam por que são melhores. Dois anos depois, atuou como âncora do canal Bloomberg, especializado em economia, em Nova York. A volta ao Brasil ocorreu apesar de a jornalista considerá-la, a princípio, improvável, haja vista a enorme possibilidade de trabalho nos Estados Unidos. Porém, o lado familiar, as raízes, tudo isso falou mais alto. Já em nosso País trabalhou por seis anos no SBT, onde apresentou o SBT Repórter e eventos internacionais, além de produzir diversos documentários.

Reportagens e Hollywood

A vontade de conhecer novas culturas e histórias reais fez a apresentadora viajar inúmeras vezes, por muitos países. “Meu marido costuma dizer: ‘Quer dar um pre-

sente para Maria Cândida? Dá alguma coisa ligada a viagem’”, sorri a jornalista ao falar de uma de suas paixões. Algumas delas renderam reportagens memoráveis, a exemplo da vez que pilotou uma motocicleta Harley Davidson, por 13 dias, na Rota 66 (EUA), ou quando dormiu em um hotel de gelo, no Canadá, sob uma temperatura de 4 graus negativos. Desse perío­do, destaca: “A mais interessante foi a que fiz no Vietnã. Meus pais tinham me falado da guerra, que na época as pessoas pediam muito pela paz; por isso foi muito especial. (...) Andei naquele túnel [Cu Chi], no qual os vietcongues se escondiam durante o conflito. (...) Eles só venceram a guerra contra os EUA porque estavam na casa deles”. Outra especialidade da apresentadora é o cinema. A jornalista dividiu por quatro anos a bancada com o crítico de cinema Rubens Ewald Filho, ao apresentar o Oscar. Já cobriu muitos lançamentos e pré-estréias e entrevistou grandes nomes de Hollywood, como

Denzel Washington, Brad Pitt, Nicole Kidman, John Travolta, Uma Thurman, Sharon Stone, Keanu Reeves e Will Smith. De todos guarda boas lembranças, mas rememora com especial carinho entrevista com Christopher Reeve*, que interpretou o SuperHomem em quatro filmes. Em maio de 1995, Reeve havia sofrido grave acidente ao cair de um cavalo, fraturando duas vértebras, que o deixou tetraplégico. “Foi minha melhor entrevista; a luta dele e de sua mulher pela pesquisa de células-tronco. (...) Um cara fantástico, que passou por tudo que passou e era forte. (...) O lado humano não tem igual, e mesmo sem poder se mover, ele foi um gigante.” Para finalizar, Maria Cândida revela um desejo aos fãs: “Gostaria de ser lembrada pelo meu otimismo, minha alegria, a forma positiva com que vejo as coisas e acabo passando para o meu público”. * Pouco tempo depois de conceder a entrevista à repórter brasileira, o ator faleceu, aos 52 anos de idade, em 10 de outubro de 2004. BOA VONTADE |

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Abrindo o Coração Entrevista com o maestro João Carlos Martins

Milagre Os caminhos de João Carlos Martins para tornar-se um dos grandes pianistas e maestros do século 20.

das mãos Rodrigo de Oliveira

A

licerçada na persistência pelo viver e na crença em Deus, a história de vida do maestro João Carlos Martins fala por si só. Os desafios por que teve de passar se iniciaram ainda quando estava no ventre materno. A gestação oferecia riscos tanto para o bebê quanto para a mãe; os médicos, então, aconselharam dona Alay a interromper a gravidez. “A minha mãe disse que jamais faria o aborto e que ela iria até o fim. Moral da história: acabei nascendo com 5 quilos e 600 gramas, com muita saúde! Sempre a pessoa tem de lutar é pela vida, e não por alternativas.”

O maestro e sua simpática esposa, Carmen.

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Fotos: Clayton Ferreira


Divulgação

1 Eleanor Roosevelt foi a madrinha para a estréia de João Carlos Martins no Carnegie Hall, uma das casas de espetáculos mais concorridas de Nova York.

Seu José, patriarca da família Martins, foi um dos responsáveis por imprimir essa veia cultural e por despertar a consciência humanitária nos quatro filhos: Ives Gandra (um dos mais renomados advogados do País), João Paulo (empresário) e José Eduardo (também pianista e professor da Universidade de São Paulo). João Carlos guarda com carinho na memória esses momentos da convivência no lar: “Meu pai manteve uma unidade fantástica. Os quatro irmãos, desde a mais tenra infância, tinham de ouvir música clássica e escrever resumos de livros. Ele acabou dando uma formação cultural creio que bastante intensa a jovens daquela época. Quando cada um de nós chegava aos 16 anos, já tinha uma noção de literatura, artes plásticas, música, teatro, artes cênicas, e isso contribuiu muito para que tivéssemos um compromisso social antes de tudo”. Além da família, outra inspiração para a carreira foi o compositor alemão Johann Sebastian

Martins em três momentos marcantes (1) Ao lado do maestro Heitor VillaLobos. (2) Aos 16 anos, tocando para uma enorme platéia, no Teatro Municipal de São Paulo, a obra O Cravo Bem Temperado, de Bach. (3) Comemorando os 99 anos de seu pai, José; grande incentivador da sua carreira musical.

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Bach — João Carlos Martins é considerado um dos maiores intérpretes da atualidade desse artista barroco. Desde os 8 anos, dominava a obra O Cravo Bem Temperado, uma das mais complexas de autoria de Bach. A paixão pela música também impulsionou João Carlos Martins a empreender uma ação social: a Orquestra Bachiana Jovem, projeto que

beneficia adolescentes que vivem em bolsões de pobreza da capital paulista, possibilitando-lhes acesso à cultura. Simpaticamente, o maestro e sua esposa, Carmen, receberam a reportagem da BOA VONTADE, numa manhã fria da capital paulista, para um bate-papo em que João Carlos Martins conta de tudo um pouco sobre a carreira. A entreBOA VONTADE |

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Abrindo o Coração

Martins: “A música faz a união e a LBV tem feito a união dos brasileiros”. Recentemente, o maestro João Carlos Martins ganhou mais um troféu para compor a galeria de condecorações: o prêmio Mérito Cultural Carlos Gomes. Na ocasião, ao encontrar-se com o maes­tro Legionário José Eduardo Paulote de Paiva (foto acima), lembrou-se do programa que gravou para a Boa Vontade TV: “Outro dia fiz uma entrevista que foi muito bem-elaborada para a LBV. Tive a oportunidade de ouvir algumas obras do Paiva e fiquei muito impressionado com o talento dele. O Paiva Netto é uma pessoa profundamente respeitada em todo o País, de norte a sul. Ele tem feito um trabalho que chega a emocionar a todos aqueles que têm a oportunidade de acompanhar; sou um admirador dele. Foi um prazer estar novamente aqui com vocês, sou um fã da família Paiva Netto. A música faz a união e a LBV tem feito a união dos brasileiros”. 30

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Em programa gravado também para a Boa Vontade TV (canal 27 da SKY), os telespectadores tiveram o privilégio de ver o pianista interpretar cinco composições, entre elas, o Hino Nacional Brasileiro.

vista teve a participação especial e comentários do maestro Legionário Vanderlei Alves Pereira. Logo que ligamos os microfones e demos-lhe as boas-vindas da Boa Vontade TV, o maestro exclamou: “Sou admirador da LBV pelo trabalho e por tudo que vocês têm feito em nosso País!” BOA VONTADE — Quando começa sua história com a música? João Carlos — Aos 8 anos de idade, comecei a tocar. Aos poucos meu irmão José Eduardo e eu nos direcionamos para o piano e os outros também tiveram a noção, mas acabaram tendo outra direção na vida, um no campo tributário e o outro, mais no das artes plásticas. Maestro Vanderlei Pereira — O senhor consegue sintetizar, em uma fotografia, como era essa convivência familiar? João Carlos — É fácil: imagine que José Eduardo e eu acabamos ficando com um repertório enorme, porque toda a noite, depois do jantar,

cada um de nós tocava meia hora para o pai e a mãe; às vezes eles chamavam vizinhos. Fomos ganhando o hábito de apresentar inclusive peças novas, e isso fez com que a gente tivesse um repertório grande ainda jovem. Era um lar-escola. BV — Desde criança, renunciava aos hábitos da idade para se dedicar à música. Era um prenúncio da carreira que despontaria a seguir? João Carlos — Há três tipos de pessoas com acesso à música: aqueles cuja ligação com a música vem desde criança, e acabam ficando em uma posição até de platéia, mas ganharam a maquiagem necessária para entendê-la; aqueles que estudam música e acabam fazendo parte de uma plêiade enorme de pessoas, músicos ótimos de orquestras que divulgam a música clássica em todos os cantos; e aqueles que a gente considera diamantes a serem lapidados. Estes necessitam de um acompanhamento muito bem realizado não só por parte da


O maestro à frente de sua Orquestra Bachiana Jovem

família, mas também por parte do professor, de psicólogos, para que eles consigam atingir uma meta e cumprir sua missão. Temos de diferenciar os três casos. Não adianta forçar uma pessoa que não tem aquela chama divina a querer se tornar um grande músico violinista, porque nunca vai acontecer. (...) Eu não sei se fui diamante ou não, mas fui lapidado na marra (risos). BV — Qual lembrança mais marcante de seu primeiro concerto, o desafio de se apresentar para uma platéia tão qualificada? João Carlos — No meu primeiro concerto todos os músicos brasileiros estavam presentes. Foi um concerto bárbaro. Primeiro, fiz algumas apresentações aos 9 anos de idade, mas, oficialmente, a estréia foi aos 13. Daí até os 18 eu desenvolvi uma carreira nacional e dos 18 em diante, uma carreira internacional; aos 26 anos começaram as primeiras adversidades. Naquele tempo é como o que estou passando agora. Eu era uma espécie de leão nos palcos: entrava com a certeza de

que tudo daria certo porque eu me preparava muito bem. A música é feita com 98% de transpiração e 2% de inspiração. Os 98% tomei conta e os 2% restantes, de inspiração, é algo que vem lá de cima. Se Deus lhe der aquele raio que desce para inspirar o seu cérebro e o coração, aí você consegue atingir os 100%. BV — Tempos depois, você se mudou para Nova York, onde ocorreu o primeiro acidente que comprometeria os movimentos dos dedos... João Carlos — Sim, eu estava jogando futebol e levei um tombo, uma pedra entrou e provocou uma lesão enorme no nervo ulnal e aí começou a minha via-crúcis dos 26 até os 62 anos, com idas e voltas, mas com força de vontade e poder de determinação, uma procura por superação e sempre conseguindo voltar para a missão à qual fui destinado: levar a música a todos que eu pudesse. Vanderlei Pereira — Percebemos que a grande maioria dos

jovens que se envereda pela trilha da música clássica obtém resultados positivos em outras áreas do conhecimento. Qual sua opinião a respeito disso? João Carlos — A música clássica aproxima muito a pessoa de forças superiores. Quando você vê o talento que Deus deu a Bach, Bee­thoven, Mozart, Brahms, chega à conclusão de que é realmente uma inspiração divina. Uma pessoa normal não consegue imaginar a inspiração dada a essas pessoas. E aí é um dom de Deus. E quando existe esse dom que é transmitido para jovens de todas as nações, as pessoas no subconsciente já têm uma idéia de que aquilo é algo acima da média, automaticamente parece que o subconsciente vai afastando pessoas das drogas, de maus sentimentos e de outras coisas más. BV — E a experiência com a Orquestra Bachiana Jovem? João Carlos — Temos corrido a periferia de São Paulo e vamos ainda para oito Estados. Nessas apresentações mostro o que um

“Devemos acredita r em uma Força Superior e te r uma força interior. A com binação dos dois faz com qu e você tenha oportunidade de levar sua mensagem com a dose necessária da inspir ação porque o lado da tr anspiração, é aquele dever de ca sa que você quer realizar.”


Abrindo o Coração

“Bach, computador com Alma” João Carlos Martins confraterniza-se com o maestro Legionário Vanderlei Pereira; no destaque, com dois dos milhares de meninos e meninas atendidos pela Legião da Boa Vontade.

Divulgação

A referência como “pai da música universal” não é exagero, quando se analisa o legado do compositor alemão Johann Sebastian Bach, um dos símbolos da música barroca. “Bach é a única pessoa na Humanidade que o Bill Gates jamais vai conseguir reproduzir: ele foi o primeiro e único computador com Alma.” Martins chegou a essa conclusão observando as obras deixadas por ele: “Se você examinar as partituras de Bach verá que, dentro da concepção, é pura matemática, no mais alto grau. Ao mesmo tempo, a Alma estava lá dentro. Perceberá nelas pura matemática, mas com o coração batendo; imagina que isso nunca um computador vá conseguir fazer na história”. Ao destacar a influência do compositor alemão, expressou: “Quando você chega ao jazz americano, a inspiração vem de Bach; quando você percebe que Villa-Lobos tinha condições de fazer as Bachianas brasileiras — embora Beethoven, Mozart e Brahms tenham sido gênios incríveis na história da música, mas nem daria oportunidade para Villa-Lobos escrever as Mozartianas brasileiras. Bach chega a todos os continentes, foi a inspiração de tudo que veio acontecer na música em todos os países e, por isso, ele cria a grande catedral da história da música. (...) Beethoven dizia que Bach, em alemão, significa riacho, mas que deveria ser um nome para oceano, e não para riacho”.

Bach

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assalto pode ocasionar na vida de uma pessoa, e que procurei me dedicar à música, mesmo com as condições adversas das minhas mãos. Digo para os jovens: no momento em que vocês estão ligados a uma atividade na qual têm o prazer de ouvir algo que chega ao coração, dentro do seu cérebro, você tem que perceber que isso afasta qualquer pessoa, criança, jovem, adolescente dos caminhos errados da vida. Tenho exemplos fantásticos de reações de jovens com relação a esse tipo de diálogo. É bárbaro, parece que se está tendo uma bênção naquele momento. Vanderlei Pereira — O senhor teve a oportunidade de gravar todas as músicas para teclado de Bach. Inclusive uma série delas foi gravada na Bulgária, a mesma sala em que o compositor Paiva Netto gravou o Oratório O Mistério de Deus Revelado... João Carlos — O Paiva Netto é uma pessoa iluminada. Milhões e milhões de brasileiros, certamente, encontraram o caminho da ver-

dade, do bom senso, do Amor, da Paz, pelo trabalho do Paiva Netto, e certamente vocês devem ter deixado uns bons fluidos lá para mim porque as minhas gravações saíram bem bonitinhas. BV — Qual momento da vida o senhor colocaria em um quadro? João Carlos — Colocaria um museu inteiro de fatos. Eu guardo todas as coisas que aconteceram na minha vida: as boas e as ruins. Guardo todas dentro do meu coração e do meu cérebro, pois fizeram parte da minha realidade. Mas, realmente, o momento que eu colocaria em um quadro seria o dia em que minha mãe morreu e meu pai, junto ao túmulo dela, depois de 67 anos de casado, falou que seria bendita a hora que ele a pudesse encontrar lá no céu de novo. Agradecimentos: Carlos Eduar­do (filho) e Geiza Zanela (assessora). Imagens históricas: extraídas da autobiografia A Saga das Mãos, escrita em co-autoria com o professor Luciano Nassar.


Notícias de Brasília

Teto para a

Humanidade Sheik islâmico Hajja Ramza Abdullah exalta a Paz do Templo da Boa Vontade

João Preda

V

“Quero registrar, em nome de Deus, Senhor dos Mundos, a alegria e a satisfação de estar no Templo da Boa Vontade. Confesso que estou plenamente à vontade aqui. Estou devidamente como estou dentro da minha Mesquita. Sinto que o Templo da LBV é um lugar sagrado, tanto que tirei o meu sapato para entrar, por recomendação bíblica. Quando Moisés chegou ao monte Horebe, Deus falou para ele: ‘Moisés, tira suas sandálias que você está pisando em um lugar sagrado’.”

árias são as manifestações daqueles que comprovam o ideal ecumênico e de respeito que reveste as faces do Templo da Boa Vontade (TBV), uma das Sete Maravilhas de Brasília/DF. Desde sua inauguração — em 21 de outubro de 1989 —, o monumento acolhe representantes das mais diversas tradições e crenças religiosas. Recentemente, quem esteve no Templo da Paz foi o sheik Hajja Ramza Abdullah, do Centro Islâmico do Brasil. Ao ser saudado por Enaildo Viana, da Legião da Boa Vontade, durante encontro ecumênico na Nave do TBV, no dia 19 de julho, o sheik declarou: “Louvado seja Alá, Senhor dos Mundos, a quem rendemos todas as graças e todas as oferendas. Louvados sejam todos os Profetas e mensageiros de Deus. Que a Paz reine com eles, com seus seguidores e seus familiares, até o dia do Juízo Final”. Na seqüência, destacou a Paz que sentiu na Pirâmide da LBV: “Recomendo que toda vez que entrarem nesse lugar, se for possível, tirem os seus sapatos, porque este é um lugar sagrado, dedicado a Deus, Todo-Poderoso, e merece essa reverência”. Após proferir oração islâmica, constante do Alcorão, o sheik exal-

tou a importância de estabelecer o diálogo inter-religioso para se alcançar a harmonia entre os Povos. “Que nossos filhos possam habitar um mundo melhor do que este em que estamos hoje. Isso é responsabilidade de todas as religiões: deixar o mundo melhor, mais bonito e ecologicamente equilibrado para as sociedades vindouras. Em nome de Deus, o Clemente e Misericordioso! Fiquem na Paz Dele”, bradou. Muito a propósito, recordamos a homenagem da comunidade islâmica ao Templo da Boa Vontade, feita na época da inauguração. Marrocos foi a primeira nação a agraciar o famoso monumento da LBV, em louvor ao relevante papel que ele desempenha na sociedade. Sua Embaixada no Brasil doou, em nome do governo e da população marroquinos, notável obra de arte: um mosaico de pedras característico da crença islâmica. A Embaixada do Irã também manifestou seu apreço ao presentear o TBV com uma belíssima pintura tradicional de sua arte, feita em pele de cabra. BOA VONTADE |

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Divulgação TV Globo

Arte Ator fala de carreira, planos e Espiritualidade

Carlos Vereza meio século de história na dramaturgia

O

carioca Carlos Vereza é um dos nomes da dramaturgia atual que mais enobrecem a história da televisão brasileira. Aos

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Leilla Tonin e Natália Lombardi

69 anos, pode dizer que conhece como poucos a arte de encenar. Quando começou a interpretar na TV, não havia o videoteipe (fita magnética sobre a qual se gravam

eletronicamente imagens, com ou sem som), tudo era feito ao vivo. “O diretor não dizia ‘gravando’, era ‘ação!’, e tínhamos de entrar em cena. Quando acontecia


que começou a crescer e, um dia, disse para a minha mãe que trabalharia na TV Tupi. Ela perguntou como faria isso, e eu não soube responder, mas tive a intuição de que ia ser assim. Sempre sigo a minha intuição. Quando não faço isso, dá tudo errado! BV — Na TV Tupi aconteceu algo semelhante ao jogo de futebol? Vereza — Ocorreu a mesma coisa. Fiquei encostado em uma pilastra e passou um produtor. O Nelson Camargo, do Sítio do Pica-Pau Amarelo, entrou dizen-

TV Globo/Léo Lemos

algum erro, o programa parava, entrava um logo e recomeçava tudo”, rememora Vereza. Sua carreira teve início nos idos de 1970 e, de lá para cá, construiu uma carreira invejável. Participou de mais de 27 novelas, 5 seriados, 15 especiais, 9 filmes e 6 peças de teatro. “Tenho dado sorte, o Plano Espiritual tem me protegido. Em geral faço personagens com quais eu concordo. E mesmo quando faço os chamados vilões, busco alguma qualidade neles, que dê uma dialética e não seja só aquele vilão estereotipado.” Sobre esse e outros importantes assuntos, o ator abre o coração e conta como surgiu a sólida carreira de quase 50 anos, fala de suas paixões, idéias e de tudo que o caracteriza como um dos grandes artistas brasileiros. BOA VONTADE — É verdade que o gosto pela profissão de ator surgiu no meio de um jogo de futebol? Carlos Vereza — Sim. Era garoto. Estava jogando futebol em uma quadra lá em Cavalcante (zona norte do Rio de Janeiro), onde eu morava, e nunca pensei em atuar. No meio da partida, o diretor do teatro amador do clube me chamou para substituir um ator que não tinha chegado ainda. Era para fazer um velhinho... Eu lembro ter pensado: “Que coisa chata!”, mas fui. Colocaram a roupa em mim, fiz o papel e acabaram gostando. Naquele dia voltei para casa dizendo: “Engraçado, gostei disso”. E gostei mesmo. Aí ficou aquela semente

“(...) Um dia, disse para a minha mãe que trabalharia na TV Tupi. Ela perguntou como faria isso, e eu não soube responder, mas tive a intuição de que ia ser assim. Eu sempre sigo a minha intuição. Quando eu não sigo, dá tudo errado!”

do que alguém havia faltado e, mesmo sem saber o que era, me candidatei para o papel. Ele me mandou ir até o camarim colocar um smoking e entrar no estúdio A. Só depois soube do personagem. Era um anfitrião que receberia um convidado muito importante: um aparelho de televisão. Assim começou a minha carreira. BV — Você fez parte do time de atores que encaravam o ao vivo na TV? Vereza — Sim, fiz TV ao vivo. Eu acho que era mais corajosa. O diretor não dizia “gravando”, era “ação!”, e tínhamos de entrar em cena. Quando acontecia algum erro, o programa parava, entrava um logo e recomeçava tudo. Já aconteceu de o cenário cair no meio de uma luta de espada e a gente ter de segurá-lo para não estragar a cena. Era uma experiência maravilhosa! Acho que as temáticas também eram mais corajosas. Hoje a TV ganhou em tecnologia: você faz uma pessoa voar no estúdio, faz o que quiser. BV — Um acidente de trabalho já o tirou de cena. Como aconteceu? Vereza — Foi durante um efeito especial com pólvora. Na cena, eu levaria um tiro no ombro, mas houve um erro e a explosão atingiu meu ouvido interno. Tinha de cair no chão e terminei a série assim mesmo. Quando caí, senti como se a minha cabeça estivesse rodando. Fiquei com labirintite e tive depressão por causa desse acidente. BOA VONTADE |

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TV Globo/Léo Lemos

Arte

por uma instituição kardecista aqui no Rio chamada Frei Luiz, onde sou voluntário hoje. BV — Além da reencarnação, você já declarou acreditar em vida em outros planetas tendo, até mesmo, avistado óvnis (objetos voadores não identificados). Vereza — Foi bom tocar nesse assunto. Não foi só uma vez que eu vi óvnis; é uma coisa indescritível. Acho muita tolice imaginar que Deus criou todo o Universo e só o Planeta Terra ser habitado, como se o restante das galáxias servissem apenas para a gente apreciar como paisagem.

“O trabalho da LBV é muito bonito! Dá uma visão cívica, moral, ética e espiritual para a criança e forma o cidadão. Eu acredito que a Educação é a única coisa que pode salvar qualquer país. Ela é fundamental.” BV — Foi aí que teve contato com a Espiritualidade? Vereza — Exatamente. Foram dois anos e meio internado em várias clínicas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Só sei que fui salvo 36

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BV — Acompanhamos na mídia a crescente violência no mundo. O que se pode fazer para a Humanidade melhorar? Vereza — Eu fiz um filme em São Paulo chamado Um Homem Qualquer. O diretor deixou que escrevesse o roteiro inicial para o meu personagem, e eu o fiz perdendo a inocência. O dia que a Humanidade acreditar na Lei de Causa e Efeito, toda essa violência vai mudar, porque a pessoa saberá que se prejudicar alguém, em algum tempo, haverá retorno. BV — Com um pai ator, suas duas filhas facilmente seguiram a mesma carreira. A paixão pela dramaturgia parece ser hereditária na sua casa. Vereza — É impressionante! A Larissa é uma atriz magnífica, mas não é porque é minha filha, senão mudaria de assunto, diria

que ela fosse ser veterinária, bancária, o que quisesse! Ela também tem uma veia musical muito acentuada. A Diana escreve histórias, é uma atrás da outra. Impressionante também. Fiz um projeto que reuniu a família no teatro. Um recital intitulado Meu Fatal Lado Esquerdo, no qual meu genro Emiliano fez a luz. A Larissa cantou a música do maes­ tro Villa-Lobos (1887-1959), e a Diana inventou uma música em minha homenagem. A família toda participou. BV — Algum dia já pensou em parar? Vereza — Eu não pretendo parar nunca. A não ser quando passar para o Outro Lado. Aí não tem jeito (risos), mas já me disseram que no Plano Espiritual tem teatro. BV — Quem você admira como um ídolo na sua profissão? Vereza — Eu tive a oportunidade de ver um grande ator trabalhando, o Jayme Costa (1897-1967). Ele já desencarnou. No âmbito internacional, acredito, sem dúvida, o maior ator do século foi o Marlon Brando (1924-2004). BV — No Brasil, da nova safra de atores, em quem você apostaria? Vereza — No Selton Mello, é um belo ator. Esse garoto vai longe. Se ele mantiver a humildade, será um grande ator. Aliás, já é, mas na nossa profissão não basta estudar, é necessário ler e


viver muito. Ele está num bom caminho. Ele é muito humilde, isso é importante nesta profissão. Quando a perdemos, é porque já chegamos ao pináculo da carreira e ela começa a decair. BV — Você se sente realizado? Vereza — Não me sinto realizado. Acabei de fazer o papel do doutor Bezerra de Menezes (1831-1900) no cinema (leia boxe “Projetos para 2008”). Eu tenho roteiros de filmes e peças escri-

tas que pretendo encenar. Tenho muitos planos ainda. BV — Qual a mensagem aos leitores da revista BOA VONTADE? Vereza — Eu tenho muita admiração e respeito pela Legião da Boa Vontade. O trabalho da LBV é muito bonito! Dá uma visão cívica, moral, ética e espiritual para a criança e forma o cidadão. Eu acredito que a Educação é a única coisa que pode salvar qualquer país. Ela é fundamental.

Boa Vontade TV

no mundo

Projetos para 2008

Divulgaçã

o

Dois dos projetos mais recentes do ator Carlos Vereza estão nas telonas. A comédia Meu Vício... Meu Hospício! (direção: Bruno Azevedo) estréia em julho de 2008 com um elenco de primeira: Lima Duarte, Stepan Nercessian, Antonio Fagundes, sua filha Larissa Vereza, e participações dos cantores Alcione, Beth Carvalho, Martinho da Villa, a Velha Guarda da Mangueira e outros. O ator encena também o papel principal de médico humanista nascido no lugarejo de Riacho do Sangue, interior do Ceará, para o filme Bezerra de Menezes — O Médico dos Pobres (direção: Glauber Filho e Joe Pimentel), um longa-metragem com passagens ficcionais e documentais. O lançamento está previsto para 29 de agosto, data natalícia do Dr. Bezerra.  Todas as locações escolhidas remetem ao século 19, desde o nascimento do médico. Foi realizada uma fiel reconstituição da época no figurino, maquiagem e cenário. Os estudiosos Jorge Damas, Gilberto Peres, Cel. Frei Luiz, deputado federal Luiz Bassuma, Nazareno Feitosa, Nestor Masotti (presidente da Federação Espírita Brasileira), Luis Carlos Lopes e o biógrafo Luciano Klein fizeram os relatos. O filme contou com a participação dos atores Lúcio Mauro, Paulo Goulart Filho, Nanda Costa e Caio Blat.

Cena do filme Bezerra de Menezes — O Médico dos Pobres. Acima, imagem dele em vida.

A parceria entre a Fundação José de Paiva Netto e a Rede Brasileira de Televisão Internacional – RBTI – segue firme, transmitindo o conteúdo educativo e de Espiritualidade Ecumênica da BOA VONTADE TV para os Estados Unidos, México, Canadá e Portugal.

Saiba como sintonizar www.rbtinetwork.com www.dishnetwork.com www.tvtel.pt

Informações

(11) 3358-6800


Fotos: Leontina Maciel

Educação — Acontece no Brasil Lazer e inclusão social

Teresina/PI

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(1) A Associação Cultural Ginga do Piauí faz apresentação de capoeira durante a inauguração da quadra poliesportiva na LBV, em Teresina. (2) O deputado federal Ciro Nogueira dá o pontapé inicial para o programa Segundo Tempo.

Esporte

educacional D

iariamente, milhares de crianças e adolescentes no Brasil ocupam apenas um período do dia em atividades escolares; no outro, ficam, em geral, nas ruas, expostos à violência, ao trabalho infantil, ao tráfico de drogas, à dependência química, até mesmo à exploração sexual; enfim, privados do direito à educação integral, ou seja, à formação como Seres Humanos completos, o que implica mais do que saber ler, escrever e contar. Para promover ações no contra38

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turno escolar em prol desse público, várias iniciativas vêm sendo criadas. Torna-se cada vez mais necessário contribuir para a educação dada pelos estabelecimentos de ensino e proporcionar esporte, cultura e lazer a crianças e adolescentes, e isso têm mobilizado diversos esforços intersetoriais. Um exemplo de política específica para atender a essa demanda é o programa Segundo Tempo, do governo federal, que permite envolver outros setores da sociedade. Fomentado há cinco

Programa beneficia milhares de crianças e adolescentes no País

Regina do Nascimento

anos em dezenas de municípios brasileiros, visa democratizar o acesso ao esporte educacional de qualidade como forma de inclusão social. Ao oferecer, no período inverso ao da escola, várias atividades a meninos e meninas na faixa etária dos 7 aos 17 anos, possibilita que eles preencham seu tempo ocioso e, ainda, sejam estimulados a manter uma interação social efetiva, de modo que se colabore para seu desenvolvimento global. Em uma parceria selada com a


Major Olímpio

Jorge Faria Maluly

Jorge Maluly Netto

LBV com a saúde do corpo, da mente e do Espírito. Há décadas, a Instituição realiza o programa Esporte é Vida! — inspirado na assertiva de seu diretor-presidente, José de Paiva Netto, “Esporte é Vida, não violência!” —, que tem como objetivo estimular aqueles que participam de suas ações socioeducacionais à prática salutar do desporto.

Programa é destaque também em Araçatuba/SP

No dia 20 de junho, a LBV inaugurou, em seu Centro Comunitário e Educacional na cidade, a primeira etapa de um ginásio poliesportivo, para implantação de dois núcleos do programa Segundo Tempo, em prol de 400 crianças e adolescentes. O acontecimento foi prestigiado pela população de Araçatuba e por dezenas de personalidades, entre elas o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, que enalteceu a iniciativa: “Em nome do

“Em nome do Legislativo, quero cumprimentar a LBV, os professores, os voluntários, que darão a sua dedicação, o seu tempo, a sua inteligência para que essas crianças tenham a melhor formação, saúde, Paz e tranqüilidade para a sua vida e para a sua família.” Arlindo Chinaglia

Presidente da Câmara dos Deputados, durante lançamento do programa Segundo Tempo, em Araçatuba/SP.

Legislativo, quero cumprimentar a LBV, os professores, os voluntários, que darão a sua dedicação, o seu tempo, a sua inteligência para que essas crianças tenham a melhor formação, saúde, Paz e tranqüilidade para a sua vida e para a sua família”. E acrescentou: “O trabalho consciente, organizado e de qualidade com as crianças diminuirá os gastos com a saúde,

Sérgio Serrano

Arquivo BV

Associação Educacional Boa Vontade (AEBV) e o governo brasileiro, por intermédio do Ministério do Dalva Magnabosco Esporte, a Legião da Boa Vontade implementou o programa em seus espaços. Foram implantados, em todo o País, 70 núcleos, distribuí­dos em 15 Estados e no Distrito Federal. Esses espaços beneficiarão 14 mil crianças e adolescentes. Uma dessas unidades está na capital paulista, na qual o conjunto educacional da LBV, formado pela Supercreche Jesus e pelo Instituto de Educação José de Paiva Netto, conta com seis núcleos, atendendo 1.200 crianças e adolescentes. O mesmo ocorre em Curitiba/PR, onde mais de 400 crianças e jovens já freqüentam as aulas no Centro de Educação Infantil José de Paiva Netto. Não é recente a preocupação da

Therezinha Maluly

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Araçatuba/SP

(1) Crianças atendidas pela LBV, em Araçatuba/SP, em atividade no programa Segundo Tempo. (2) Na inauguração, elas interpretaram o Hino Nacional. BOA VONTADE |

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Educação — Acontece no Brasil

Fotos: Leontina Maciel

Arquivo BV

Fabrício Soares

Bauru/SP os gastos decorrentes da violência e, agora de forma mais alegre, levará tranqüilidade para os pais e para as famílias, levará alegria para a vida de milhões de jovens brasileiros”. Representando o governo municipal, o prefeito Jorge Maluly Netto afirmou que esta “não era a primeira vez nem será a última que Araçatuba se põe ao lado da LBV para exercer ações bastante benéficas para a sociedade”. E completou: “Estamos sempre à disposição da LBV, porque é uma entidade altamente beneficente, de amor ao próximo”. A primeira-dama e secretária de Ação Social de Araçatuba,

Segundo Tempo no Piauí

Major Baltazar

Therezinha de Faria Maluly, confirmou também a antiga amizade do casal com a Instituição: “Temos um carinho muito especial pela Legião da Boa Vontade, que não é de hoje”. A secretária de Educação, Dalva Maria Magnabosco, e o Deputado Federal Jorge Faria Maluly também estiveram presentes ao evento. Na ocasião, o parlamentar saudou: “Eu quero agradecer esse presente da LBV a Araçatuba no seu centenário”. Por fim, o deputado estadual Major Olímpio disse sentir-se muito bem ao ver a materialização daquele programa. E explica: “A LBV, na verdade, está educando os poderes constituídos a como investir, de fato, na cidadania, no futuro das crianças. Isso é motivo de orgulho para todos os brasileiros”.

Na cidade de Teresina, o programa Segundo Tempo também principiou com uma grande festa e a inauguração de um ginásio poliesportivo no Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade. Quatrocentas crianças e adolescentes receberão os benefícios da iniciativa, que desenvolverá, entre suas atividades, futsal, handebol, vôlei, capoeira e dança. Ainda serão realizadas oficinas de literatura e aulas de Cultura Ecumênica, estas promovendo o diálogo, o debate e a reflexão e incentivando os atendidos à vivência do respeito mútuo, da Solidariedade e da cidadania ecumênica. A família dos meninos e meninas e os moradores das comunidades de Marquês, Matinha, Pirajá, Primavera, Morro da Esperança, Santa Maria e Nova Teresina terão igualmente acesso ao novo espaço. Compareceram à cerimônia o deputado federal Ciro Nogueira; o secretário de Esporte e Lazer do município, Fabrício Aurélio

Goiânia/GO

Fotos: Joilson Nogueira

Acima, as obras da quadra poliesportiva da LBV, já na etapa final. Ao lado, algumas das crianças beneficiadas em atividade recreativa. A previsão é a de que até o fim do ano sejam entregues os vestiários.

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Ferramenta de inclusão também em Goiânia/GO

Francisco Camargo

Joílson Nogueira

Kássia Bernarde

No Centro Comunitário e Educacional que mantém na capital goiana, a LBV iniciou a construção de um ginásio poliesportivo. O empreendimento ocupa uma área de 14 m x 28 m e conta com a parceria do governo de Goiás, que auxiliou na primeira parte das obras, isto é, a

Marçal Filho

Clayton Ferreira

Pimentel Soares; e o major Baltazar Rodrigues Nogueira, da Polícia Militar do Estado. Eles acompanharam a execução do Hino Nacional pela banda da PM e as apresentações artístico-culturais do Coral Ecumênico Infantil LBV, que entoou a prece Pai-Nosso e a canção Tema Olímpico, e da Associação Cultural Ginga do Piauí, a qual estreou o ginásio com uma roda de capoeira. Convidado a dar o pontapé inicial da primeira partida da garotada no local, Ciro Nogueira ressaltou: “Só tenho a agradecer essa oportunidade que Deus me concede de fazer parte de um trabalho tão bonito, que renderá tantos frutos para o futuro do meu Estado, porque investir nas crianças, como a LBV faz aqui no Piauí, terá uma repercussão muito grande no futuro delas. (...) Estaremos sempre presentes, no dia-a-dia, para ajudar a LBV nessa ação fundamental”.

edificação da quadra coberta e de arquibancadas. Esta foi inaugurada em 12 de maio, quando a Instituição também São Paulo/SP deu início, no local, ao programa Segundo Tempo. Com a ação, os 400 meninos e meninas atendidos pela LBV têm acesso a modalidades esportivas como futsal, vôlei, basquete, handebol Conheça o programa e xadrez, com acompanhamento das equipes técnicas de assistência Segundo Tempo social e pedagógica da Instituição, Escolas e Centros Educacionais além de ganhar uniformes, transe Comunitários da LBV porte e lanches. • São Paulo/SP: Av. Rudge, 638 e O espaço igualmente beneficia 700, Bom Retiro, tel.: (11) 3225-4500. os habitantes locais, pois é dispo• Curitiba/PR: Rua Padre Estanislau nibilizado para ações de estabeleciTrzebiatowski, 180, Boqueirão, tel.: mentos de ensino das imediações, (41) 3286-9193. os quais promovem jogos escolares • Teresina/PI: Rua Anísio de Abreu, interclasses, torneios, gincanas e 2.470, Marquês, tel.: (86) 3213-3099. encontros diversos. Uma das comu• Goiânia/Go: Rua Jamil Abraão, 645, nidades que integram o programa Setor Rodoviário, tel.: (62) 3531-5000. é a do Parque Eldorado Oeste, • Araçatuba/SP: Rua Alziro Zarur, 30, situada na periferia de Goiânia, Guanabara, tel.: (18) 3631-0797. que, com o empreendimento, pode apresentar atividades saudáveis a seus jovens. Francisco Camargo, pai dos canA solenidade de inauguração tores Zezé di Camargo e Luciano da quadra teve a participação da e colaborador da LBV, e Marçal banda da Polícia Militar do Estado, Filho, jornalista, apresentador de que executou o Hino Nacional, e TV e presidente do Sindicato dos do Coral Ecumênico Infantil LBV. Atletas Profissionais de Goiás. Depois de serem descerradas a Este, por sinal, destacou, emoplaca e a fita inaugural, a garotada cionado: “É uma grande alegria jogou a primeira partida de futsal, estar em um evento que reúne presenciada por moradores das boas ações, principalmente para comunidades nas quais a LBV a melhoria de vida das pessoas. presta atendimento e por alunos e Tenho certeza de que a garotada professores das escolas municipais participará das aulas que estão Geralda de Aquino, Profa. Maria sendo oferecidas pela LBV”. Ernestina e Arcebispo Dom Emanuel. Personalidades, autoridades Colaboração: Eduardo Siqueira, e amigos também prestigiaram João Miguel, Joílson Nogueira e o acontecimento, entre eles o sr. Nino Santos. BOA VONTADE |

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Imprensa Ricardo Kotscho

Dono

Ricardo Kotscho descobre outro País sem sair do Brasil

do próprio tempo Leilla Tonin e Leila Marco

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uma manhã de sol na cidade de São Paulo, e a equipe da BOA VONTADE chega ao endereço combinado. Quem aguarda a reportagem é um dos grandes nomes da comunicação de nosso tempo: o jornalista Ricardo Kotscho. Ainda sem se acostumar à nova posição de entrevistado, tenta esclarecer o que para ele não é muito comum: “É engraçado isso, passei a vida inteira entrevistando, falando da vida dos outros. E aí fiz dois livros [Do golpe ao Planalto — Uma vida de repórter e Uma vida nova e feliz], em que conto histórias de minha vida e, em função deles, acabo dando muitas entrevistas, o que é uma sensação estranha”. O papel de entrevistado é somente mais um aspecto dessa segunda vida que ele se deu ao direito de ter desde que retornou à capital paulista, no fim de 2004, depois de deixar a Secretaria de Imprensa do governo federal. Logo que completou 40 anos na grande mídia, achou por bem fazer um balanço, refletir no que, necessariamente, era importante.


Fotos: Arquivo pessoal

“Nunca vou parar de trabalhar, porque gosto, mas queria ficar mais em casa e curtir os netos. Por incrível que pareça, cada vez aparecem mais serviços, e quem trabalha por conta própria não pode recusar, porque não sabe se amanhã terá, e é preciso pagar as contas.” Uma conquista, no entanto, já tem como certa: “Hoje, dono do tempo, evito fazer o que não quero. Se não simpatizo com uma pessoa, nem vou atrás. Posso escolher os assuntos, não tenho o que reclamar da vida”. Com a mudança veio o contato com outra realidade, longe dos gabinetes, das fontes habituais do noticiário, e a constatação de que os jornalistas estão escrevendo cada vez com maior distanciamento dos leitores. Para Kotscho, a comprovação maior do que afirma está na simples observação do próprio material que produz, pois sempre que escreve sobre assuntos considerados prosaicos, do cotidiano, o número de correspondência supera e muito os temas chamados sérios que freqüentam as manchetes dos jornais. Nesse caminho, na busca de histórias mais humanas, encontrou “outro País sem sair do Brasil”, isto é, fora do eixo Brasília–Rio–São Paulo. Um dos motivos de tal afastamento, segundo ele, é que o jornalismo está indo na contramão de seus princípios. “Pela manhã os editores, repórteres, chefes, decidem qual é a pauta que vai acontecer, o que é importante naquele dia, e

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Em mais de 40 anos de profissão, Ricardo Kotscho fez as mais diferentes reportagens. Cobriu política, como se pode ver em entrevista com o governador de São Paulo, Franco Montoro. Na mesma foto (1), ao centro, o fotógrafo Gil Passarelli. No destaque (2), em Serra Pelada/Pará, o maior garimpo a céu aberto do mundo, em seu auge na década de 1980, quando atraiu milhares de garimpeiros para a região. Por último (3), Kotscho (de camiseta branca) em suas andanças pelo interior do País.

muita vez cabe ao repórter só ir para confirmar, é o jornalismo de tese; ou nem vai para a rua, pelo telefone ouve três ou quatro pessoas que confirmam aquilo, e quem não concorda sai da matéria.” Entretanto, isso não é regra geral, garante Kotscho: em todas as redações há aqueles que vão à luta, que “não aceitam o prato feito”. Esses percebem que no jornalismo impresso, principalmente, é preciso ser diferente, apresentar coisas que não estão nas outras mídias (TV, internet e rádio). “Esta diferença está

na história bem contada, e alguns jornais voltaram a fazer isso.” Nessa nova fase de trabalho, Ricardo Kotscho observa que o povo não se encontra no noticiário. “O Brasil mudou muito nos últimos anos e os jornalistas não estão dando conta disso; continuam cobrindo o noticiário oficial de Brasília, dos grandes centros, da disputa política, e se esquecem de que 180 milhões de pessoas, independentemente do que se decide, estão vivendo, fazendo coisas, mudando o País.” BOA VONTADE |

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Imprensa

O fator internet

Outra conseqüência dessa falta de contato com o público se reflete na queda da circulação dos jornais, na baixa audiência dos telejornais. Tendo ainda como agravante a chegada da internet, um verdadeiro divisor de águas. “Hoje quase todo mundo é emissor e receptor de informação, o jornalista deixou de ser o ‘dono da verdade’, esse negócio de formador de opinião pública, em que muitos colegas meus se achavam os reis da cocada preta, isso acabou. Qualquer pessoa que tem um blog ajuda a

“Hoje quase todo mundo é emissor e receptor de informação, o jornalista deixou de ser o ‘dono da verdade’ (...). Qualquer pessoa que tem um blog ajuda a formar opinião. Estamos vivendo a maior revolução das comunicações humanas desde Gutenberg.”

formar opinião. Estamos vivendo a maior revolução das comunicações humanas desde Gutenberg.” Kotscho lembra que, como tudo na vida, há um segundo lado a ponderar. A facilidade do anonimato, na web, causa um festival de baixarias e, o mais grave, livra o indivíduo da responsabilidade perante a lei, que em qualquer outro veículo de comunicação é obrigado a ter. Além disso, em muitos casos, ficam prejudicadas a isenção e a precisão dos fatos tratados nesses sites da rede. Apesar de tudo isso, ninguém pode negar que uma transformação jamais vista está em curso. O próprio Ricardo Kotscho conta que demorou a perceber o alcance dessa mudança, até que, em 2005, foi encontrado por uma meia-irmã do seu pai, tia Mirijana Kocho (com essa grafia mesmo), que vive nos Estados Unidos e, havia muitos anos, procurava por familiares, a exemplo de milhões de outras pessoas que durante a Segunda Grande Guerra (1939-1945) foram forçadas a se separar dos entes queridos. Depois de 60 anos do fim do conflito, ela descobriu a parte brasileira da Arquivo pessoal

Em Brasília, Kotscho com a equipe da Secretaria de Imprensa do governo federal.

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família, pesquisando em sites de busca o sobrenome de família, mas com diferenças na grafia. Ao encontrar o nome do jornalista, notou que a biografia dele tinha pontos em comum com sua história. Por exemplo, o fato de ter emigrado da Europa e de, até os 6 anos de idade, só falar alemão. O escritor Ricardo Kotscho relembra:“Meus pais vieram para o Brasil depois da Segunda Guerra. E a família demorou anos para se reencontrar. Eles vieram de navio (de Marselha, França), com a minha mãe grávida de oito meses; quase nasci no navio. E se tivesse acontecido isso, hoje seria francês, porque a embarcação era de bandeira francesa. Graças a Deus deu tempo de ela chegar. Tenho muito orgulho de ser brasileiro”.

Carreira e Diretas Já

Segundo ele, a vocação para o jornalismo surgiu por uma contingência da vida; por ser tímido comunicava-se com as pessoas por escrito. “Aí comecei a escrever no jornal do ginásio, depois fui trabalhar em jornais de bairro de Santo Amaro, São Paulo, onde morava”, diz. Aos 18 anos, foi contratado como repórter de O Estado de S.Paulo, jornal em que se tornou mais tarde chefe de reportagem e editor. A partir daí, passou por grandes veículos de comunicação, a exemplo da revista IstoÉ, além de ter trabalhado na televisão: Bandeirantes, CNT/Gazeta, SBT, Record e Cultura. Em meio ao vasto material que produziu, gosta de destacar a série de reportagens sobre a campanha das Diretas Já (1983-1984), pelo


Cida Linares

Divulgação

Divulgação

fato de o evento ter sido “o divisor São duas as maneiras de mudar a de águas entre a ditadura e a demo- realidade: uma é denunciar o que está errado e a outra é cracia”. À época ele trabamostrar o que há de bom, lhava no jornal Folha de os exemplos que dão cerS.Paulo, quando percebeu to, para servir de incentivo que o movimento estava para as pessoas”. surgindo. “Fiz uma pauta Kotscho ressalta que para o jornal do seu Frias, Octavio Frias de Oliveira o Brasil está cheio dessas hoje falecido, de quem era coisas boas acontecendo, muito amigo; ele encampou aquilo e disse: ‘Vamos cobrir, vamos e isso é pouco mostrado. “Parece abrir espaço’. E de fato a Folha que tem de haver sempre uma desgraça, a vida não é isso, está tornou-se o jornal das Diretas”. faltando esse equilíbrio, e Kotscho esteve em praa LBV mostra muito isso ticamente todos os comíem suas publicações, nas cios da campanha pelo País suas ações, o outro lado, e, de modo diferente do que que também procuro levar comumente ocorre, o povo no meu trabalho. (...) Um indo às ruas levou a mídia a fazer a cobertura do aconte- Ulysses Guimarães abraço para o Paiva Netto e para todos da LBV.” cimento. “Onde o Ulysses Guimarães ia, lá estava eu. Mais que um movimento político e parti- Liberdade de imprensa e dário, foi um momento de afirmação ética do povo brasileiro”, destaca. Ao término da entrevista, ele O escritor confidenciou o que falou da necessidade de os jorpara ele significa o maior prêmio: nalistas alargarem os espaços de saber que suas reportagens ajudam liberdade dentro das empresas de a melhorar a vida do próximo. Nes- comunicação. Salienta que essa se sentido, rememora a Campanha não é uma profissão comum: “O LBV — SOS Nordeste, que promo- jornalismo mexe com a vida das veu uma das maiores mobilizações pessoas. É um serviço público; se solidárias já vistas no País em favor não houver idealismo, se não gosdos flagelados da seca. Só em 1998, tar primeiro do que faz, depois do foram distribuídos mais de 4,1 País, do povo, não tem graça. Se é milhões de quilos de alimentos: para ganhar um salário no fim do “Quando estava na TV Bandeiran- mês, há outras profissões que dão tes, conheci o Paiva Netto, fizemos mais dinheiro”. campanhas juntos; Bandeirantes e Ainda acerca da ética na proLBV tinham uma parceria. Isso se fissão, ponderou Kotscho: “Não insere em uma coisa mais ampla, somos impunes, temos de respeitar de que jornalismo não é só notícia os outros. Quantos casos conheço, ruim, ou só denúncia, corrupção, ao longo de mais de 40 anos de violência, aquelas desgraças todas profissão, de jornalistas que acaque estamos cansados de saber. baram com carreiras, empresas,

O escritor Ricardo Kotscho em visita à Boa Vontade TV, na capital paulista, é recebido por alunos do Instituto de Educação da LBV.

“São duas as maneiras de mudar a realidade: uma é denunciar o que está errado e a outra é mostrar o que há de bom. (...) E a LBV mostra muito isso em suas publicações, nas suas ações, o outro lado.” entidades; fazem a denúncia, são os promotores, a acusação e os juízes ao mesmo tempo, e não é isso”. É necessário saber utilizar os meios de comunicação para servir à comunidade, segundo o jornalista, que completa: “A imprensa possui um poder limitado, que é contar o que está ocorrendo, e aí quero contar tudo, esse é o meu limite”. BOA VONTADE |

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Opinião Política Urbanização em pauta

Reforma Urbana e projeto nacional

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Senador Inácio Arruda*

Inácio Arruda, senador da República e membro titular do Parlamento do Mercosul

“No período compreendido entre o Brasil colonial e o País de hoje, intensamente urbanizado, a estruturação do espaço urbano foi fortemente influenciada pelas contradições provenientes do confronto entre os interesses privados e o interesse coletivo em torno da questão da terra.”

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A

s cidades brasileiras se agigantaram e formam hoje imensos espaços de socialização, com um formidável potencial de crescimento econômico e de desenvolvimento ajustado a um projeto nacional que requer, além de um comando central, forte mobilização da sociedade. Esse ambiente favorece a reforma urbana, indispensável à construção de uma nova perspectiva para dezenas de milhões de brasileiros excluídos da economia formal. A superação das dificuldades que se interpõem entre as cidades e seus habitantes conta, no Brasil, com o maior conjunto de leis relacionadas ao tema de que se tem conhecimento no mundo. Inclui, entre vários dos seus dispositivos, o Estatuto da Cidade, idealizado pelo saudoso senador Pompeu de Souza e que oferece aos gestores públicos amplos instrumentos voltados para o reordenamento e planejamento de cidades mais humanas, desde o momento da implementação de seus planos diretores, em sintonia com o direito à cidade, tratando o direito à moradia como efetivo preceito constitucional.

No entanto, o conhecimento da dinâmica das cidades brasileiras e de seus problemas atuais pressupõe uma percepção da nossa formação econômica e social. No período compreendido entre o Brasil colonial e o País de hoje, intensamente urbanizado, a estruturação do espaço urbano foi fortemente influenciada pelas contradições provenientes do confronto entre os interesses privados e o interesse coletivo em torno da questão da terra. A urbanização brasileira se intensificou na segunda metade do século 20: em 1940, a população que residia nas cidades se estimava em 18,8 milhões de habitantes; em 2000, saltou para aproximadamente 138 milhões. Apenas na última década do século 20, as cidades brasileiras aumentaram em 22.718.968 pessoas — mais da metade da população do Canadá ou um terço da população da França. Tão grandioso crescimento urbano passou a requerer uma estrutura adequada para o assentamento residencial dessa população, satisfazendo suas necessidades indispensáveis (abas-


tecimento, transporte, saúde, energia, água, entre outras numerosas demandas) e exigindo uma monumental ação do Estado. As reformas urbanas realizadas em diversas cidades brasileiras como Recife, São Paulo e, em especial, o Rio de Janeiro, entre o fim do século19 e início do século 20, preocuparam-se com obras de saneamento básico e embelezamento paisagístico, expressando as necessidades de um mercado imobiliário em expansão. Ao mesmo tempo, destinavam à população excluída apenas os morros e franjas dos maiores aglomerados urbanos. Esse processo contribuiu imensamente para a origem do que se costuma qualificar de tragédia urbana brasileira, freqüentadora assídua dos noticiários: enchentes, desmoronamentos, poluição dos recursos hídricos e do ar, desgaste da superfície do solo, desmatamento, congestionamentos, epidemias, violência e, principalmente, a favelização. Na tentativa de romper com esse paradigma e em um cenário onde as cidades apresentam um elevado ritmo de crescimento, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) representa mais que uma relevante mudança na agenda econômica, antes focada no controle da inflação e do déficit fiscal. Agora, o Estado passa a assumir como eixo estratégico de sua atuação o aumento dos

investimentos públicos em infraestrutura, geração de empregos e na melhoria das condições de vida da população. Nessa “correção de rota” do modelo vigente, o Governo Federal vem percebendo gradual­ mente, entre outros aspectos de política macroeconômica, a importância da redução das taxas de juros como vetor favorável a um novo ciclo de crescimento econômico e desenvolvimento social para o País, além de medidas complementares, como a desoneração de toda a cadeia produtiva voltada para a construção civil. O elenco de medidas propostas tem seu impacto sobre as cidades e a política de desenvolvimento urbano, atuando de forma decisiva nos setores de habitação, saneamento ambiental e transportes. Há, enfim, muito a fazer nas cidades brasileiras, desde as capitais e regiões metropolitanas até os menores municípios — que poderão ganhar no futuro status de pólos de desenvolvimento — pela via de uma intensa mobilização popular capaz de envolver todas as entidades e organizações estruturadas no País, e não apenas aquelas diretamente envolvidas com o processo de reforma urbana. Seu êxito consiste em uma verdadeira homenagem às cidades dos homens e das mulheres que lutam por um futuro promissor para a América e para o nosso País.

* Inácio Arruda é senador da República e membro titular do Parlamento do Mercosul. Foi presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano e Interior da Câmara dos Deputados e autor do substitutivo ao Estatuto da Cidade.


Cultura ABL recebe exposição internacional

Diversidade

religiosa em telas Exposição fotográfica da Embaixada de Israel percorre cinco cidades em quatro Estados do País

P

or volta de 1800 a.C., Canaã tornava-se, com Abraão, o berço das religiões monoteístas. Centenas de anos depois, Moisés, conduzindo os hebreus à Terra Santa, trazia os Dez Mandamentos de Deus para o povo. Em pouco mais de um milênio, nascia Jesus na cidade de Belém, legando à Humanidade as bases do Cristianismo. Seis séculos depois, Maomé recebia sua primeira profecia no Monte Hira e fundava o Islã. Hoje, em lugar de Canaã, o nome é Israel. Não à toa, o lugar onde foi praticado pela primeira vez o monoteísmo demonstra como convivem diferentes religiões que guardam o mesmo ponto fundamental: o Deus único, Criador do Universo. Esse cenário é o foco da exposi-

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Regina do Nascimento e Simone Barreto Fotos: Vivian Ribeiro

ção fotográfica itinerante “A Fonte: Diversidade Religiosa em Israel”. Em parceria com a Legião da Boa Vontade (LBV), a Embaixada de Israel no Brasil apresenta a mostra até setembro deste ano, período em que percorrerá cinco municípios, em quatro Estados. Para retratar as várias crenças nascidas na região, a exposição “A Fonte” reúne, em telas de 80x100 cm, 30 marcos de uma rota histórica e religiosa, como templos, igrejas, sinagogas, mesquitas e outros lugares santos em Israel. Em 2007, integrou a mostra “Natal no Mundo”, realizada no Centro de Convenções de Brasília e organizada pela LBV, em conjunto com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Distrito Federal (SDET).

No Rio de Janeiro, ABL recebe a exposição

Depois de passar pelo Instituto de Educação da LBV, em São Paulo/ SP, a capital fluminense tornou-se a segunda cidade a sediar a exposição em 2008, na Galeria Manuel Bandeira, da Academia Brasileira de Letras (ABL), centro histórico carioca, em que permaneceu até 30 de maio. A iniciativa foi possível graças ao apoio da Casa de Machado de Assis, na figura de seu presidente, o acadêmico Cícero Sandroni, que, em carta ao dirigente da Legião da Boa Vontade, agradece: “Congratulome com V. Exa. por esse evento da LBV, que permite o acesso do público da cidade do Rio de Janeiro à exposição tão valiosa”. O vernissage da mostra, em 9 de


maio, foi bastante concorrido e contou, na abertura, com as palavras do curador e diretor da Galeria Manuel Bandeira, Alexei Bueno. “É uma grande satisfação para a Academia Brasileira de Letras, muito bem representada pelo escritor e crítico Antonio Olinto, receber essa exposição, graças à Embaixada de Israel no Brasil e à Legião da Boa Vontade. A Academia, como todos sabem, é uma Casa de Cultura, e não há religião sem cultura. É muito bom receber na ABL estas 30 lindíssimas imagens desse território sagrado para a história de todos nós, que é atualmente Israel”, destacou o curador. Para o primeiro-secretário da em­baixada e representante da missão diplomática israelense, Raphael Singer, este é um ano especial para o país: “Celebramos 60 anos da criação do Estado de Israel, um Estado novo, que nesse período enfrentou muitos desafios políticos, de segurança, mas tivemos sorte e apoio de muitos países, inclusive do Brasil. Nunca nos esquecemos de que estamos em um Estado moderno, mas vivemos em

Registro

Encontro cordial O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (E), o jornalista Gilberto Amaral, colunista do Jornal de Brasília, e o senador José Sarney (D), acadêmico da ABL.

uma terra antiga, onde nasceram o judaísmo, o cristianismo, o islã e, para nós, proteger e manter esse patrimônio é muito importante”. E completou Singer: “Somos agradecidos à Legião da Boa Vontade, que fez essa parceria conosco, mostrando a exposição em todo o Brasil. Estamos muito felizes, pois, com certeza, vamos atingir um grande público”.

Opinião

Vários acadêmicos estiveram presentes, seja no vernissage, seja nos demais dias da mostra, entre os

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quais o professor, escritor e acadêmico Antonio Olinto. “Parabéns a Israel, à Academia e, principalmente, àquelas crianças maravilhosas da LBV, que vi cantando. A simples expressão Boa Vontade diz tudo. Você, com Boa Vontade, chega ao paraíso”. Aproveitou, ainda, para destacar a revista BOA VONTADE. “É maravilhosa. De vez em quando sou entrevistado, com todo prazer. Sei que estou num terreno perfeito, que é o terreno do Paiva Netto”, concluiu o acadêmico. O filólogo, escritor e tesoureiro da ABL, Evanildo Bechara, falou

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Na foto 1, da esquerda para a direita, o jornalista Paulo Parisi; a educadora Suelí Periotto (da LBV); o primeiro-secretário da Embaixada de Israel, Raphael Singer; o professor e membro da ABL Antonio Olinto; e o diretor da galeria da ABL, Alexei Bueno. Na foto 2, o presidente da ABL, Cícero Sandroni.

Crianças do Coral Ecumênico Infantil LBV com Suelí Periotto, Raphael Singer e o astrônomo e cientista Ronaldo Mourão. BOA VONTADE |

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Cultura

Clayton Ferreira

Vivian Ribeiro

Por sua vez, com igual entuda satisfação de ver os quadros: “Precisamos voltar a refletir essa siasmo, o veterano jornalista Paulo atmosfera religiosa que está nos Parisi comentou: “Inegavelmente, faltando para enfrentarmos os a Legião da Boa Vontade e a Emgrandes problemas do mundo baixada israelense estão de parabéns. Está de parabéns, atual”. em especial, Paiva Netto Para o acadêmico, edupela personalidade e pela cador e escritor Arnalgrandeza do trabalho na do Niskier, nos dez anos LBV. Sou testemunha disso de existência da Galeria há mais de 42 anos. Que Manuel Bandeira, “talvez Evanildo Bechara Deus o acompanhe! Viva a nenhuma outra mostra tenha tido tanta luz quanto esta que LBV e o governo de Israel!” O astrônomo Ronaldo Mouse realiza agora, focalizando Jerusalém, que é a capital espiritual das rão, cientista e conselheiro do três maiores reli­giões do mundo”. Fórum Mundial Permanente EspíNiskier ressaltou que a iniciativa rito e Ciência, da LBV, enfatizou: da Embaixada de Israel e da LBV “Esta exposição é uma grande “deve ser apoiada integralmente”, iniciativa da LBV, porque é um pois o Estado de Israel é rico em momento em que se comemoram os 60 anos da criação do recordações. “(...) Esta exEstado de Israel, e isso posição é o começo de uma é bom para as crianças, operação que deve, cerpara os jovens, pois mostamente, envolver outras. tra a grande integração Devemos respeitar a diverétnica no Brasil”, considade religiosa, unificada Arnaldo Niskier cluiu o astrônomo. na existência de um Deus Do Rio de janeiro/RJ, a mostra Único e Todo-Poderoso, (...) que é o Deus tanto dos israelitas quanto seguiu para Ribeirão Preto/SP, no dos cristãos e dos muçulmanos. Que interior paulista. a LBV seja feliz nessa circulada pelo Brasil”, finalizou. Solidariedade sem fronteiras A pedagoga Suelí Periotto, assessora de Cultura Ecumênica da Rede Educacional da Legião da Boa Vontade, agradeceu a presença de todos na solenidade e falou da importância da exposição. Além disso, destacou a primeira etapa da mostra, iniciada 25 dias antes, em 16 de abril: “Tivemos a satisfação de recebê-la no Instituto de Educação da LBV, em São Paulo/SP, e Dois dos alunos do Instituto da LBV, Suelí foi muito coerente o local escolhido Periotto e Raphael Singer descerram a faixa para o início desta caminhada. Um inaugural da exposição na capital paulista. 50

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templo da Educação, iniciativa que leva o educando à vivência do Ecume­nismo que, na definição do líder da LBV, é Educação aberta à Paz. Com essa pedagogia (do Cidadão Ecumênico), o educador Paiva Netto, seu propositor, vislumbra a Educação com Espiritualidade Ecumênica, que ilumina o cérebro com o toque do sentimento, do coração, que compreende o respeito à criatura humana em todos os campos do saber, em especial na diversidade religiosa, que é o foco desta exposição”. Personalidades de diferentes segmentos religiosos participaram do evento no Espaço Cultural da biblioteca Bruno Simões de Paiva, entre eles Ricardo Berkiensztat, vice-presidente executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo, acompanhado do assessor executivo, Jairo Roizen; Rubens Álvaro Ascher, diretor-presidente da Congregação Israelita do Alto Tietê; Marcos Smaletz, presidente da Sinagoga Itzchako Elchonon e diretor da empresa Sharontur; Tamir Gross, representante da comunidade judaica; Marcelo Militão, jornalista do site Notícias Judaicas; a sacerdotisa Iya Sandra Epega, da Tradição de Orixá; Egbonmi Conceição Reis de Ogum, coordenadora do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira em São Paulo (Intecab-SP); e Émerson Damásio, ministro ecumênico da Religião de Deus. A mostra poderá ser visitada em Uberlândia/MG, de 6 a 20 de agosto; e Goiânia/GO, de 3 a 17 de setembro. Informações: www.boavontade.com


Homenagem

Sucesso na entrega do

Prêmio Abradee 2008 Pedro Paulo Torres

Fotos: Divulgação

Iracy Guerra

A

s melhores concessionárias de energia elétrica foram prestigiadas com a entrega do Prêmio Abradee 2008, no Rio de Janeiro, dia 17 de julho. A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), que anualmente distribui a láurea às mais eficientes empresas do setor, escolheu a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) como a melhor do País. A CPFL assegurou outros quatro troféus — nas categorias Responsabilidade Social, Qualidade de Gestão, Gestão Econômico-Financeira, Gestão Operacional (dividido com a Elektro) — na disputa entre as distribuidoras com mais de 500 mil clientes.

Os vencedores • Acima de 500 mil consumidores

Responsabilidade Social: CPFL (SP)/ Qualidade da Gestão: CPFL (SP)/ Avaliação pelo Cliente: Celesc (SC)/ Gestão Operacional: CPFL (SP) e Elektro (SP)/ Gestão Econômico-Financeira: CPFL (SP)/ Evolução do Desempenho:

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3 Pedro Paulo Torres

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(1) Senador José Jorge, presidente do Conselho Diretor da Abradee. (2) Sr. Luiz Carlos Guimarães (E), presidente da Abradee, com Eliel Brum, da Regional da LBV do RJ. (3) Sr. Jerson Kelman, diretor-geral da ANEEL. (4) Sr. Altino Ventura Filho, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia. (5) Sr. Arlindo Napolitano, vice-presidente de Operações da CEMAT. (6) Sr. Wilson Ferreira, diretor-presidente da CPFL. (7) Engenheiro Otto Knorr, diretor-presidente da Hidroelétrica Panambi S.A. (8) Os vencedores do Prêmio Abradee 2008.

8

Cemat (MT)/ Região Nordeste: Coelce (CE)/ Norte/Centro-Oeste: Cemat (CE)/ Sudeste: CPFL (SP)/ Sul: Copel (PR)/ Prêmio Nacional: CPFL (SP).

• Até 500 mil consumidores

Categoria Responsabilidade

Social: Borborema (PB)/ Qualidade da Gestão: Borborema (PB)/ Avaliação pelo Cliente: Panambi (RS)/ Evolução do Desempenho: Bragantina (SP)/ Prêmio Nacional: Nacional e CFLO (PR). BOA VONTADE |

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Fotos: André Fernandes

Comunicação Social Associação Brasileira de Imprensa

Fachada do Theatro Municipal do Rio na noite de gala que comemorou os 100 anos da ABI; no destaque, o presidente da Casa do Jornalista, Maurício Azêdo.

Associação Brasileira de Imprensa

100 anos de luta pela Liberdade

Mario de Moraes

especial para a BOA VONTADE

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| BOA VONTADE


“... Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda...”

O saudoso Prudente de Moraes, neto, em frente ao prédio da ABI.

Cecília Meireles (1902-1964)

(Romanceiro da Inconfidência)

Arquivo pessoal

Fotos: Acervo ABI

Herbert Moses lança a pedra fundamental do edifício da ABI, em 30 de setembro de 1935. Acompanharam a solenidade centenas de jornalistas.

Mario de Moraes

A

história da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) tem origem na perseverança de seu idealizador, o jornalista Gustavo de Lacerda. Ele desejava criar um local onde a classe jornalística pudesse se encontrar

e discutir abertamente seus problemas, procurando solucioná-los da melhor forma possível. Daí pensou-se em uma associação. Segundo afirmara o próprio fundador da Casa do Jornalista, como também é chamada a ABI, ela deveria ser um campo neutro com a missão de abrigar a todos os trabalhadores da imprensa. O primeiro problema enfrentado foi encontrar um lugar para a entidade. De início, funcionou no prédio da Caixa Beneficente dos Empregados do jornal O Paiz, no Rio de Janeiro/RJ. Para tanto, Gustavo de Lacerda juntou-se a outros

jornalistas que tinham o mesmo ideal, como Mário Galvão e Amorim Júnior, e passaram a elaborar o projeto de estatuto da Associação Brasileira de Imprensa. O fundador da Casa do Jornalista não concordava com a idéia de que os jornais fossem transformados em empresas, visando ao lucro dos acionistas. Para ele, a imprensa devia ter uma missão social e funcionar como cooperativa envolvendo seus diretores e colaboradores, todos participando dos mesmos interesses. De qualquer modo, a ABI foi criada em 7 de abril de 1908, mas as reivindicações de Lacerda, no discurso de BOA VONTADE |

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inauguração, só se concretizariam na Revolução de 1930. O início da luta pela implantação da ABI foi amargo. Isso porque, naquela época, o meio jornalístico estava disperso e não concordava com a união da classe. Lacerda, porém, não desistia e, graças a muito empenho e divulgação das atividades da entidade, aos poucos foi aumentando o número de membros. Nos primeiros 20 anos, a Associação instalou-se em imóveis alugados. Nos anos de 1930, sob a direção de Herbert Moses, a ABI conseguiu construir a sede própria em três anos, de 1936 a 1939, um marco da moderna arquitetura brasileira. No início, a construção do prédio foi avaliada em 12 mil contos de réis. Quem levantou a quantia foi o próprio Moses em pedido pessoal ao presidente Getúlio Vargas, por intermédio do ministro de Relações

Acervo ABI

Comunicação Social

Gustavo de Lacerda, o fundador da ABI (1908).

Exteriores, Oswaldo Aranha. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a construção é assinada por Milton e Marcelo Roberto, que adotaram técnicas pioneiras apresentadas pelo famoso arquiteto Le Corbusier. Outro nome da presidência da

Associação que deve ser lembrado é o do jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras Barbosa Lima Sobrinho. Homem combativo, lutou tenazmente para que a profissão de jornalista fosse um meio de levar ao povo brasileiro a conscientização política e social. Teve quatro mandatos como presidente da ABI, a primeira vez em 1926, aos 29 anos de idade. Voltou à Casa em 1960, tendo ocupado vários cargos, e aí permaneceu até o seu falecimento, em 2000, aos 103 anos. Atualmente quem ocupa a presidência da ABI é o jornalista Maurício Azêdo, eleito pela segunda vez ao cargo, em 2007, com quase 60% dos votos. Com ele, a Casa tem ganhado novo impulso, fazendo deste centenário da Associação Brasileira de Imprensa um marco de nossa história.

Primeiros passos da LBV foram na ABI Não é de hoje que a Legião da Boa Vontade (LBV) se preocupa em se comunicar com o Povo. Desde 4 de março de 1949, o saudoso fundador da LBV, o radialista, jornalista, poeta e ativista social Alziro Zarur (1914-1979), com o programa Hora da Boa Vontade, transmitido pela Rádio Globo (Rio de Janeiro), reunia milhares de ouvintes para ouvir palavras de Fé, Esperança e Solidariedade. Criado no perío­do áureo do rádio brasileiro, o programa surpreendeu os meios radiofônicos da época e logo alcançou grande repercussão nacional, consolidando uma das tarefas que o fundador do rádio no Brasil, Roque54

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A partir da esquerda, o fundador da LBV, jornalista Alziro Zarur, ao lado de duas outras históricas figuras da imprensa nacional: Herbert Moses e João Mello.

te Pinto (1884-1954), idea­lizava para o meio: a sua função social. A enorme repercussão fez Zarur fundar a Legião da Boa Vontade a

1o de janeiro de 1950, como forma de atender a grande quantidade dos que procuraram o conforto para os males do corpo e da Alma.


Em 7 de janeiro de 1950, Alziro Zarur comanda a primeira reunião ecumênica da Legião da Boa Vontade, a Cruzada de Religiões Irmanadas, pela qual pioneiramente preconizava o inter-relacionamento religioso. Realizada no Salão do Conselho da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro/ RJ, ela teve Leopoldo Machado como um dos oradores. Na foto superior, ao lado direito de Zarur, que aparece em pé, Teles da Cruz (Catolicismo); à esquerda, Murilo Botelho (Esoterismo); e Ascânio Farias (Positivismo).

Por ocasião do seu centenário de vida (1997), o dr. Barbosa Lima Sobrinho recebe o cumprimento do escritor Paiva Netto. Barbosa foi o segundo presidente do Conselho de Honra do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, assumindo o cargo honorífico após o falecimento do saudoso presidente da Academia Brasileira de Letras Austregésilo de Athayde. Em carta, dr. Barbosa agradeceu a distinção: “(...) Não posso deixar de aprovar qualquer movimento de Caridade, sobretudo quando tem a presença do jornalista Paiva Netto (...)”.

Sem jamais esquecer a raiz de jornalista, Zarur escolheu a Associação Brasileira de Imprensa para os primeiros passos da LBV. Afinal, foi na sala da diretoria da ABI, em outubro, novembro e dezembro de 1949, que o fundador da LBV realizou as reuniões preparatórias para o surgimento da Instituição que, logo após ter sido oficializada, em 1o de janeiro do ano seguinte, Dia da Confraternização Universal, deu os primeiros passos plenos de liberdade e universalismo, ideais que inspiram a Casa do Jornalista. A primeira reunião pública da Legião da Boa Vontade, comandada por Zarur, em 7 de janeiro de 1950, ocorreu justamente no Salão do Conselho da ABI, com o apoio de sócios,

diretores e do então presidente da Casa, o ilustre jornalista Herbert Moses (1884-1972). Ali a LBV viu as suas idéias de Solidariedade, altruísmo e Ecumenismo sem fronteiras conquistarem corações e harmoniosamente congregarem pensamentos de religiosos, filósofos, cientistas e ateus. Crescia a cada reunião no Salão da ABI o número de pessoas presentes, o que levou Zarur a

transferi-las para o auditório da Casa, bem mais espaçoso. Herbert Moses, surpreso com o sucesso daqueles encontros, declarou: “Zarur fez um verdadeiro milagre juntando tantos inimigos cordiais na LBV”. Essa estreita ligação da LBV com os meios de comunicação foi decisiva para que sua identificação com o Povo se consolidasse rapidamente em todo o País.

Parceria

A Legião da Boa Vontade e a ABI têm mantido desde sempre um relacionamento cordial, firmando parcerias ao longo do tempo, como, no fim de 2004, quando foi assinado um convênio entre as duas instituições, sem quaisquer ônus para a Associação Brasileira de Imprensa, no qual é dado atendimento odontológico aos jornalistas aposentados, ou de renda modesta. Os associados são encaminhados ao Centro Odontológico que a LBV mantém em sua unidade de atendimento em Del Castilho/RJ, na zona norte do Rio. Todo mês, também são entregues a esses profissionais dezenas de cestas de alimentos. Por tudo isso é que a Legião da Boa Vontade e seu dirigente, o jornalista José de Paiva Netto, registram aqui votos para que o novo século da heróica ABI possa ser tão ou mais profícuo que o anterior, de forma que continue a fazer da mídia instrumento de liberdade de expressão para, a cada dia, construir “um Brasil melhor e uma Humanidade mais feliz.” BOA VONTADE |

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Comunicação Social

Theatro Municipal

do Rio é palco da grande festa

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nem inútil a caminhada empreendida pelas gerações de jornalistas que edificaram a densa lista da ABI (...)”. E Maurício

Azêdo completou o pensamento, citando palavras do acadêmico Cícero Sandroni: “Foi com perseverança e altruísmo que Fotos: André Fernandes

A noite de 7 de abril foi marcada pelos acontecimentos principais da série de festividades programadas para ocorrer até março de 2009: a sessão de gala e o show do centenário da ABI, ambos realizados no Theatro Municipal, um dos mais nobres espaços artísticos e culturais da Cidade Maravilhosa. O evento contou com a presença de autoridades e representantes de diversos segmentos da sociedade. O presidente da ABI e anfitrião da festa, em seu discurso diante da representativa platéia, destacou: “(...) Não foi em vão

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No Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a ABI festeja, em noite de gala, os seus 100 anos de existência. Entre as personalidades presentes, na foto 1, o anfitrião da festa, o jornalista Maurício Azêdo (centro), que recebeu no palco o vice-presidente da República, José Alencar (à direita), e o governador do Rio, Sérgio Cabral. Ao lado, os artistas Lázaro Ramos e Christiane Torloni (2), mestres-de-cerimônia do evento. Abaixo, a apresentação da Orquestra Petrobras Sinfônica (4), sob a regência do maestro Isaac Karabtchevsky (no destaque) e o show de Paulinho da Viola e sua banda (5).

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Fotos: André Fernandes

Confraternização O casal Legionário Renata e Alziro de Paiva, representando o dirigente da LBV, cumprimenta Maurício Azêdo (1). Renata e Alziro ainda se encontraram com os jornalistas Zuenir Ventura (2), Leonor Guedes (3) e Domingos Meirelles (4).

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ela se devotou às idéias, forças que marcam sua trajetória e nos valores que a inspiram, no culto à liberdade, à ética e à busca do progresso material e espiritual do País”. Convidado de honra do evento, o vice-presidente da República, José Alencar, representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao iniciar seu pronunciamento, disse que “os jornalistas não gostam de virar notícia, todavia, muitos acabam como legítimos protagonistas da História”. Além dos 100 anos da associação, Alencar saudou o bicentenário da imprensa no Brasil, entre outros grandes acontecimentos deste ano de 2008. Ao fim do discurso, transmitiu esta mensagem do pre-

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sidente da República: “O Estado democrático só existe, se consolida e fortalece com uma imprensa livre. A ABI, ao longo de um sé­ culo, tem se portado como a guardiã de princípios mais elevados da democracia, da liberdade, do jornalismo independente, crítico e apartidário”. Outro que salientou em discurso a causa da liberdade e da democracia foi o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que homenageou a Casa, lembrando que o pai dele o ensinou a amar tais ideais. Entre as atrações culturais, o show do cantor e compositor Paulinho da Viola e de sua banda. Na seqüência, o público assistiu à apresentação da Or-

questra Petrobras Sinfônica, sob a regência do renomado maestro Isaac Karabtchevsky, que brindou o público com um repertório tipicamente brasileiro. O diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV), jornalista e membro efetivo da ABI José de Paiva Netto, foi representado na ocasião pelo casal Renata e Alziro de Paiva, que levou os parabéns da Obra e de seu dirigente ao presidente Maurício Azêdo. “Transmita ao dr. Paiva Netto, nosso eminente sócio, nossos agradecimentos pelo relevo que a LBV e ele, pessoalmente, têm concedido a todas as iniciativas da ABI”, retribuiu Azêdo, com a simpatia de costume. BOA VONTADE |

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Comunicação Social

Jornal da ABI lança edição histórica Noite de autógrafos reúne intelectuais na zona sul do Rio de Janeiro A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em comemoração ao seu centenário, lançou no dia 27 de junho o primeiro volume da edição especial do Jornal da ABI. Na ocasião, o ilustre presidente da Casa do Jornalista, Maurício Azêdo, autografou exemplares da publicação e saudou amigos e personalidades. Em entrevista, o presidente da ABI trouxe os destaques da nova edição: “Nós estamos muito orgulhosos pelo trabalho que fizemos, uma equipe que se dedicou muito a esta edição e ficamos orgulhosos porque procuramos corresponder aos que, ao longo de 100 anos, se dedicaram a esta causa”. Na seqüência, agradeceu o apoio que recebeu da LBV:

“Devo dizer que, para o êxito desta edição, foi fundamental o apoio e a colaboração da LBV

“A Legião da Boa Vontade tem uma parte muito grande na luta comunitária, da mesma forma que a ABI tem. A LBV luta de uma forma; e, nós, de outra; mas sempre nos encontramos na defesa do interesse coletivo.” Hélio Fernandes

Veterano jornalista, presidente do jornal Tribuna da Imprensa, ao ser cumprimentado pelos representantes da Instituição no evento.

através do nosso eminente sócio, dr. José de Paiva Netto. Então, dividimos as galas do êxito com Paiva Netto”. No exemplar autografado para o dirigente da Instituição, o dr. Maurício Azêdo escreveu: “Para o amigo Dr. Paiva Netto, com a admiração e o carinho do Maurício.” O coordenador de marketing da ABI, Francisco de Paula Freitas, igualmente exaltou a publicação: “O responsável pelo sucesso desse jornal é o Maurício Azêdo. Nós demos a nossa colaboração no sentido de viabilizar o projeto do ponto de vista gráfico, impres- Francisco Freitas

Nova edição: baú de boas recordações A edição histórica do jornal traz na capa a imagem de quatro ex-presidentes da ABI: Gustavo de Lacerda, Herbert Moses, Prudente de Moraes, neto, e Barbosa Lima Sobrinho, demonstrando que, desde a fundação da Associação até os dias atuais, o sonho continua, como fica claro na chamada principal: “100 anos de luta pela Liberdade”. Realce também para o editorial do presidente

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da ABI, o jornalista Maurício Azêdo, intitulado “Nossa vocação: a Liberdade”, em que sintetiza a trajetória da Casa do Jornalista nestes 100 anos de existência, sempre na defesa da imprensa livre. Nessa página, o periódico reproduz o selo especial com a logomarca da Instituição e os dizeres: “A LBV apóia o centenário da ABI”. Mais adiante, em duas páginas, a Legião da Boa Vontade (LBV) e seu diretorpresidente, membro efetivo da ABI, fazem


Fotos: Clayton Ferreira e Lucian Fagundes

Representantes da LBV cumprimentam o veterano jornalista Villas-BĂ´as CorrĂŞa. “Eu gosto muito da LBV. VocĂŞs sĂŁo uma Entidade sĂŠria, respeitĂĄvelâ€?, afirmou o colunista do Jornal do Brasil.

e, principalmente, o presidente a antiga ligação entre as duas da LBV, o professor JosĂŠ de instituiçþes: “A LBV ĂŠ de fundaPaiva Netto, que ĂŠ um homem mental importância para a ABI, honradĂ­ssimo. O trabalho que principalmente, na minha diretoria, de assistĂŞncia ao ele faz ĂŠ belĂ­ssimoâ€?. jornalista carente. Ela Nesta mesma linha, nos dĂĄ um apoio muito o diretor de assistĂŞncia grande, inclusive colasocial da Associação borando na edição desse Brasileira de ImprenJornal, que comemora sa, Paulo JerĂ´nimo de Sousa (PajĂŞ), ressaltou Paulo J. de Sousa nossos 100 anosâ€?.

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cordial encontro entre o sempre lembrado dr. Barbosa Lima Sobrinho e seu velho amigo Paiva Netto. E, ainda, a ampla divulgação da programação educativa da Boa Vontade TV, que começou sua transmissão pelo canal 27 da SKY, em 7 de abril, mesmo agora dia em que se completaram os na SK Y 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa. Flåvio

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BV

uma homenagem Ă antiga amizade, de mais de 58 anos, entre as duas organizaçþes (leia o histĂłrico no subtĂ­tulo “Primeiros passos da LBV foram na ABIâ€?). Neste espaço, aparecem tambĂŠm duas fotografias, uma com os saudosos Alziro Zarur e os amigos Herbert Moses e o veterano JoĂŁo Mello. E outra registra o

ABI e LBV: 58 anos de amizade O jornalista Maurício Azêdo comemora com o colega Paiva Netto e sua esposa, dona Lucimara Augusta, a edição histórica do Jornal da ABI.

Arquivo

são, publicitårio e comercial. Mas nós não poderíamos chegar nem a metade se não fosse a ajuda da Legião da Boa Vontade, que foi definitiva para o surgimento desse exemplar que estå circulan­do aí. A LBV teve muita Boa Vontade conosco; com o espírito de colaboração, daqueles que eu, sinceramente, não estou acostumado a perceber. Estamos muito satisfeitos. O resultado foi belíssimo. (...) Estenda, aos dirigentes da LBV, o nosso maior agradecimento e pode dizer que, sem eles, esta festa não seria tão bonita quanto estå sendo. Parabenize os nossos colaboradores

ABI E LBV: (1914-1979 58 ANOS DE veterano ), com os coleg AMIZADE – presidenteJoĂŁo Mello. Na as e amigos Na primeira foto, a Herbert segunda, da herĂłi partir Mose ca ABI, o e seu velhocordial encon s (1884-1972 da esquerda, o funda tro entre ), amigo, dor da o semp na ocasiĂŁo o jorna LBV, o lista Paiva re lembrado presidente saudo Netto. dr. Barbo da Associação so jornalista sa Lima Alziro Zarur Sobrinho Brasileira de (1897-2000 Imprensa, eo ), tamb ĂŠm ex-

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Religião Jonas Rezende

Um pastor

ecumênico Jonas Rezende fala do despertar para o sacerdócio e do Amor sem fronteiras que encontrou na LBV Isabela Ribeiro e Simone Barreto

A

família, a morte e o Apocalipse na visão de um dos mais queridos e respeitados religiosos do Brasil: o pastor Jonas Rezende. Esses e outros temas estão na entrevista concedida à equipe da BOA VONTADE, que logo ao chegar à residência do religioso foi saudada com entusiasmo, já pelo fato de o grupo ali representar a Legião da Boa Vontade (LBV). Para ele, tratava-se de visita especial: “Muito obrigado por terem vindo à minha casa. A Bíblia diz que muitos, sem saber, hospedaram anjos, mas eu estou hospedando anjos, sabendo que são. Aqueles que cantam a Boa Vontade, como no Natal”. Com 73 anos, nascido na capital paulista, Jonas formou-se em Teologia, em Campinas/SP, e foi 60

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ordenado pastor na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Está no Rio de Janeiro/RJ desde 1969. A formação acadêmica dele também inclui Direito e Filosofia. Leciona há vários anos na Faculdade Brasileira de Ciência Política (Suesc), onde é diretor do curso de Direito. Atua há quase meio século como sacerdote, sendo hoje pastor emérito da Igreja Cristã de Ipanema, no Rio. Publicou 16 livros, entre ensaios, romances e poesias, com destaque para Salmos para o Coração, Salmos para o Espírito, Deus fora do espelho, O Apocalipse de Simão Cirineu, Parafábulas (em co-autoria com Amaury Costa), A Família Maldita, E Lysâneas disse basta!, A Bíblia no coração, Dores que nos transformam (em co-autoria com Edson

Fernando) e, mais recentemente, Barcarola — a morte sem charme e sem disfarces. Neste bate-papo à revista, ele contou sobre sua trajetória e missão na religião, a vocação para o sacerdócio e o despertar para a Causa Divina, além de expor opiniões a respeito de temas da atualidade. BOA VONTADE — Como foi a infância na cidade paulista de Casa Branca? Jonas Rezende — Eu nasci na capital do Estado; mas, com 6 anos, meu pai, que era militar, se aposentou e foi para uma cidade pequena, Casa Branca; o município tinha feição de interior, com escolas de nível médio, bastante satisfatórias. Éramos uma família grande, de sete irmãos, e minha


Estúdio Aszmann Arquivo pessoal

mãe depois criou mais um. Vivemos muitos anos na localidade. Saímos de lá só depois que terminamos o curso colegial. Foi uma infância livre, de interior. A gente podia ir para a rua, rodar pião, jogar bolinha de gude, empinar pipa ou papagaio, enfim, passear pelas redondezas. BV — Como surgiu a vocação para o sacerdócio? Jonas Rezende — Desde sempre, minha família era bastante religiosa; todos achavam que eu tinha algum talento para o trabalho de comunicação com as pessoas. Por isso, muito cedo, resolvi que seria pastor. Brincava com meus irmãos, a gente simulava uma pequena igreja. É claro que não se recebe isso do nada. Deus utilizou-se de minha mãe para me incentivar, encorajar. BV — E as lembranças do período de seminarista? Jonas Rezende — Era bem jovem, tinha uns 18 anos. O seminário ficava em Campinas, e lá os professores do curso

“A LBV, no meu coração, sempre correspondeu a uma Igreja sem fronteiras, sem um catecismo estreito, sem dogmas que trouxessem diferenças e isolamento das pessoas, mas uma aceitação absoluta.” BOA VONTADE |

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diziam: “Se vocês quiserem ler a Bíblia com correção, com impacto, até dispensando qualquer comentário, assistam ao programa de Alziro Zarur, da Legião da Boa Vontade, porque ele dá a entonação certa”. E nós ouvíamos mesmo. Ele era um grande comunicador e falava convincentemente. A palavra dele, o discurso, a maneira como se dirigia aos ouvintes, ou seja, passava também credibilidade. Depois, fui compreendendo uma postura de Fé, de confiança naquela semente que Zarur lançava. Afinal, a LBV, no meu coração, sempre correspondeu a uma Igreja sem fronteiras, sem um catecismo estreito, sem dogmas que trouxessem diferenças e isolamento das pessoas, mas uma aceitação absoluta. Sempre tive essa gratidão ao velho professor, pelo seu sonho, ideal, que deve ter sido muito difícil no início, mas ele conseguiu cumprir o que Deus designou. Quando chegavam as férias, ia para Casa Branca; lá meu irmão (Rômulo Rezende Filho) freqüentava um dos Núcleos da LBV. Eu ia com ele. Era um pessoal muito simples. Foi o meu primeiro contato, digamos assim, com pessoas santas, boas, sem pose, sem máscaras; eram, justamente, os Legionários. Vindo para o Rio, renovei o contato, assisti ao “entardecer” do grande apóstolo Alziro Zarur. Acompanhei os passos principais desse mestre, assim como o surgimento do seu sucessor, Paiva Netto, que levou a Legião da Boa Vontade para 62

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Arquivo pessoal

Religião

Jonas Rezende, com 1 ano, na pacata Casa Branca, interior de São Paulo, cidade na qual morou até a juventude.

“Minha mãe queria era me dar um beijo de boa-noite, mas nunca era o final, porque abria a Bíblia ou falava de cor um salmo. Tenho certeza de que acabei herdando isso dela, não por DNA, mas por DNA espiritual. (...) Então, me dava o beijo e o afago, desejava boa-noite, e o mundo estava em paz.” caminhos mais consolidados. E a mesma história de Moisés, Josué e o povo hebreu, de certa forma, aconteceu na experiência dessa Instituição, na qual vocês

trabalham com tanto empenho, com tanto senso missionário. BV — Na visão teológica, qual o conceito de família no contexto social? Jonas Rezende — A sociedade é um contingente grande de pessoas que estabelece regras, pontos de vista, leis para que esse contrato social, na linguagem do filósofo Rousseau, possa funcionar bem. Não é bom que o Ser Humano viva só, também visto na Palavra de Deus. A família é uma microssociedade. Ela desempenha as funções de desenvolver em nós aquilo que a psicologia chama de self, isto é, a pessoa ver a si mesma com os olhos do outro. Conhecer as expectativas do próximo e ter uma vida de equilíbrio. A família ensina o caminho do Amor, quando é bem estruturada. BV — E este foi o seu caso... Jonas Rezende — Minha mãe tinha o costume de não dormir enquanto não verificasse se todos os filhos estavam acomodados, se todos estavam cobertos, caso fizesse frio. Eu me lembro, com muita saudade, que ela entrava no quarto, ia caminhando entre as camas, de repente a cama adernava um pouquinho para um dos lados, e eu, de olhos fechados, sabia que ela estava sentada na cama, e ela sabia que estava acordado também (risos). Minha mãe queria era me dar um beijo de boa-noite, mas nunca era o final, porque abria a Bíblia ou falava de cor um salmo. Tenho certeza de que acabei herdando isso dela, não por DNA,


BV — Como estudioso do Apocalipse, o senhor escreveu O Apocalipse de Simão Cirineu. Os problemas ambientais estariam também no contexto apocalíptico? Jonas Rezende — Acredito que sim. Escrevi isso imaginando alguma coisa parecida com o que chamamos de “fim do mundo”, com motivos ecológicos, por agressão do Homem à Terra, provocando a chuva ácida, a desertificação, a destruição de plantas e animais de várias espécies, de forma irreversível. Acabei tomando esses tópicos — que estão nos jornais, e que hoje as pessoas lêem atemorizadas — e os apresentei não como uma vingança de Deus contra o Homem. Eu não creio em fim, ele é sempre o começo de outra possibilidade. Apocalipse é revelação! BV — Como definir o fenômeno da morte? Jonas Rezende — Você fala em morte, e eu já estou chegando perto dela (risos). Nesses anos todos de leitura, casos de pessoas queridas... em quatro meses perdi quatro irmãos, por isso, acabei escrevendo um livro sobre a morte (refere-se à Barcarola). Ao invés de dar a minha pobre opinião, subscrevi algumas das respostas mais notáveis. Hermann Hesse, no seu livro Demian, diz: “A morte é nascimento, é angústia e medo diante de uma renovação aterradora”. Repare

“Entender o próprio Deus que é Amor (...), uma revelação de que a vida é mais do que este plano horizontal.” que se trata de outra perspectiva. Fernando Pessoa, o poeta português, afirmava: “A morte é a curva da estrada”. Acabou o temor dela. Vejo a morte, nessas declarações e em outras tantas incontáveis, como tendo o seu espectro de fantasma muito diminuído. BV — Como avalia o ensino religioso nas escolas? Jonas Rezende — Se é obrigatório, eu não gosto. Agora, sempre que houver pessoas preparadas para isso, que possam dar uma visão ética da sociedade, tomar aquilo que é comum em todas as religiões, especialmente a realidade do Amor, ajuda-nos a entender o próprio Deus: Deus é Amor! Nesse

caso, a religião é insubstituível, é mesmo o religamento do homem ao Pai Celestial, uma revelação de que a vida é mais do que este plano horizontal. Temos uma verticalidade, um olhar que ensina, como dizia Erick von Däniken: “De volta às estrelas, o caminho de volta ao Pai”. É o filho pródigo que retorna para participar da festa, e não da punição do inferno. BV — Nossos agradecimentos pela entrevista... Jonas Rezende — Sou eu quem agradece. Vocês da LBV trouxeram esse fogo sagrado para o velho pastor. Entusiasmo, alegria, sorrisos. Ampliaram o calor desta sala e marcaram, positivamente, o meu coração. Obrigado, Paiva Netto, por essa oportunidade. Obrigado a vocês, jovens que estão aqui, cada um na sua função. Voltem sempre, pois estarão fazendo um grande bem para mim. (...) Vamos em frente. O espírito bondoso de Zarur está sempre nessa marcha!

O pastor Jonas Rezende (ao centro) com a equipe da LBV. Da esquerda para a direita, Adriano Schulze, Isabela Ribeiro, Waldomiro Manoel, Simone Barreto e Humberto Moraes.

Rick de Abreu

mas por DNA espiritual. Ela lia o salmo e, então, me dava o beijo e o afago, desejava boa-noite, e o mundo estava em paz.

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PhotoDisc

Photos.com

Capa — Meio ambiente Jornalistas em favor do Planeta

Aquecimento Para a jornalista Beatriz Fagundes, está ligado o sinal vermelho

P

ersonalidade forte e decidida, a jornalista, radialista e escritora Beatriz Fagundes usa com sabedoria essas características na vida profissional. Seja em suas colunas no jornal O Sul ou no programa que leva o nome dela na Rádio Pampa AM, essa gaúcha de São Leopoldo 64

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global

Vera Quednau

empresta a voz para discutir com o público problemas políticos e sociais que, às vezes, passam despercebidos, mas que afetam nosso dia-a-dia. “O pior da vida, penso eu, é passar por aqui como gado, sem saber o que está fazendo, sem entender o que acontece ao seu redor”, afirma.

Mesmo tratando dos temas mais polêmicos, conseguiu arrebanhar um público fiel, em mais de vinte anos de comunicação, que a acompanha. O segredo, afirmam muitos, está na sinceridade com que se propõe a trabalhar. Beatriz, a exemplo do crescente número de cidadãos de bom senso, tem pensado seriamente


Lucian Fagundes

mente apreciada em sua coluna no jornal O Sul, com o título: “O sinal vermelho está ligado”, em que ela divulgou a entrevista do cientista A semente Segundo ela, essa preocupa- James Lovelock, publicada na reção teve início quando deixou vista Rolling Stone, em reportagem de olhar apenas para o cotidiano. assinada por Jeff Goodell. A colunista lembra que, ali, Lo“Eu comecei a ver que a Terra passa por um momento especial velock faz um drástico diagnóstico: e que essa política humana não “O aquecimento global é irreversível e mais de 6 bilhões está nos levando para lude pessoas morrerão neste gar algum.” A jornalista século”. Vítimas de seenfatiza que o cuidado cas, enchentes, vendavais, dela com o Planeta teve extremos climáticos que também como inspiração trariam no bojo pestes e a mensagem pioneira da invalidariam qualquer tipo Legião da Boa Vontade, James Lovelock de plantação, provocando levada ao ar já há algumas décadas: “Morei um tempo um quadro de fome geral e guerras no Rio de Janeiro e, não poucas pelos poucos recursos restantes. De vezes, escutei o Alziro Zarur acordo com o raciocínio do cientista, (1914-1979), então pela Rádio esses eventos ocorrerão até 2100 e Mundial, que falava da nossa a população mundial encolherá para responsabilidade com as coisas cerca de 500 milhões, dos quais a do Planeta, responsabilidade es- maior parte habitará altas latitudes piritual de futuro, porque a vida — Canadá, Islândia, Escandinávia, não se resume a isso aqui. Aquilo Bacia Ártica. Beatriz Fagundes considera que me chamava muito a atenção e, provavelmente, eu tenha essa primeiro é preciso situar para os sementinha porque lá no passado leitores quem é o autor dessas previsões para se entender por que suas ele plantou”. Nos dias de hoje, quase ninguém palavras merecem especial atenção. duvida da relevância do tema. Basta Trata-se de um dos cientistas mais ver os esforços das Nações Unidas respeitados e influentes do século em assinalar ante os governos do 20. James Lovelock, inventor do mundo inteiro a presente situação aparelho que detecta o crescente do aquecimento global, discutido buraco da camada de ozônio, deu nos quatro relatórios do Painel início ao movimento ambientalista Intergovernamental de Mudanças na década de 1970. Lançou a teoria Climáticas (em inglês, IPCC), órgão de Gaia, que apresenta a Terra como da ONU responsável por produzir um superorganismo, que de alguma informações científicas. “O que se forma está vivo, conceito que serve espera é que não seja um pouco tar- de base a praticamente toda a ciência climática. de demais”, comenta a radialista. No texto de Jeff Goodell, é Por sinal, a questão foi recenteDivulgação

no que faremos para evitar a contínua agressão ao meio ambiente.

Beatriz Fagundes destaca o prognóstico do cientista James Lovelock: “O aquecimento global é irreversível e mais de 6 bilhões de pessoas morrerão neste século”.

possível pinçar um resumo do que pode significar a loucura humana para o Planeta e seus habitantes: “Na visão de Lovelock, até 2020, secas e outros extremos climáticos serão lugar-comum. Até 2040, o Saara vai invadir a Europa, e Berlim será tão quente quanto Bagdá. Atlanta acabará se transformando em uma selva de trepadeiras kudzu. Phoenix se tornará um lugar inabitável, assim como partes de Pequim (deserto), Miami (elevação do nível do mar) e Londres (enchentes). A falta de alimentos fará com que milhões de pessoas se dirijam para o norte, elevando as tensões políticas”. As predições de Lovelock são bem mais sombrias do que as de muitos de seus pares. Ele acredita que zonas de clima temperado como a América do Norte e a Europa se BOA VONTADE |

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REGISTRO A jornalista Beatriz Fagundes entrevista, no início da década de 1990, o dirigente da LBV, José de Paiva Netto, no estúdio da Rádio Pampa, em Porto Alegre/RS. Atualmente, ambos são colunistas do jornal O Sul.

aqueçam quase 8 graus, o dobro previsto, por exemplo, pelos estudos do IPCC, da ONU. “O Planeta, desde 1800, exatamente quando começou o período da industrialização, vem sendo agredido sistematicamente pela poluição. Nas últimas quatro, cinco décadas, a tragédia aconteceu. A raça humana está chegando a um limite e, um dia, ela terá de tomar algumas decisões”, destaca Beatriz. Para a jornalista, o que assusta mais é ver que essas mudanças são muito rápidas e os “governos agem como se estivessem cegos, surdos e loucos”. A radialista lembra ainda que muitos anos atrás o físico judeu-alemão Albert Einstein

“O Planeta, desde 1800, exatamente quando começou o período da industrialização, vem sendo agredido sistematicamente pela poluição. Nas últimas quatro, cinco décadas, a tragédia aconteceu. A raça humana está chegando a um limite e, um dia, ela terá de tomar algumas decisões.” 66

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(1879-1955) já alertava: “Olhem as abelhas, se elas sumirem, a Humanidade terá um máximo de quatro anos de sobrevida”. E esse é mais um sinal que se soma a outros, porque a abelha é responsável por 90% da polinização (direta e indireta) e, portanto, por 65% dos alimentos consumidos pelo Ser Humano. “E o que está acontecendo? Um fenômeno que começou nos Estados Unidos*, também na Europa, as abelhas estão abandonando suas colméias; de repente, simplesmente desaparecem (...). No Rio Grande do Sul, os produtores registram perdas na produção, o preço do mel subiu, porque está ficando escasso”, diz Beatriz.

Por fim, ela ressalta a necessidade de parar, fazer um balanço, e ver que depende de cada um cruzar os braços ou agir imediatamente em favor da nossa casa global. Como adverte o diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, que em seu artigo “Oito Objetivos do Milênio”, na revista Globalização do Amor Fraterno (disponível em alemão, espanhol, esperanto, francês, inglês, italiano e português), levou sua contribuição ao High-Level Segment 2007, ocorrido na sede da ONU, em Genebra (Suíça): “(...) O assunto é dramático, e suas perspectivas, trágicas. Pelos mesmos motivos, urge o fortalecimento de um ecumenismo que supere barreiras, aplaque ódios, promova a troca de experiências que instiguem a criatividade global, corroborando o valor da cooperação social e humana das parcerias (...)”. Isso enquanto há tempo... * Nos Estados Unidos, o fenômeno recebeu o nome de Colony Collapse Disorder (Desordem e Colapso da Colônia). PhotoDisc

Fotos: Arquivo pessoal da jornalista

Capa — Meio ambiente


Capa — Meio ambiente

Washington Novaes

Questionamentos de um veterano ambientalista

Divino Ferreira

Joílson Nogueira

Washington Novaes recebe a equipe da revista e crianças atendidas pela LBV, em sua chácara, nos arredores de Goiânia/GO.

L

onge da agitação da cidade, em uma chácara nos arredores de Goiânia/GO, a equipe da revista BOA VONTADE foi entrevistar Washington

Novaes, uma lenda do jornalismo ambiental. São mais de cinco décadas na área de comunicação, como repórter, revisor, colunista, chefe de redação e editor. Estrada

esta percorrida nas mais diferentes mídias: jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, Última Hora, Jornal do Brasil; revistas Veja, Visão e Imprensa; e também as TVs Globo, Bandeirantes e Manchete. Ele recebeu nossa reportagem para falar de temas que têm sido objeto de preocupação em todo o Planeta, relacionados ao meio ambiente, os quais, há muito tempo, abraçou como causa. Graças a esse engajamento, Washington assumiu importante papel no Terceiro Setor, foi consultor do Primeiro Relatório Nacional sobre Biodiversidade e participou das discussões para a Agenda 21 brasileira. Supervisor-geral do quadro “Biodiversidade”, do programa Repórter Eco (TV Cultura), desde 1999, entre outras atividades, Novaes já dirigiu importantes documentários, a exemplo de Primeiro Mundo é Aqui, sobre a importância dos corredores ecológicos no Brasil, além das duas famosas séries sobre o Xingu. Buscando o olhar crítico desse profundo conhecedor das questões ambientais, a BOA VONTADE traz a entrevista a seguir. BOA VONTADE — O aproveitamento das áreas desmatadas para realizar ali ações de desenvolvimento sustentável seria uma solução? Washington Novaes — Há muitos anos a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciên­cia (SBPC) vem propondo que se adote para a Amazônia uma proposta BOA VONTADE |

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Capa — Meio ambiente

de política com desmatamento zero, exatamente aproveitando as áreas desmatadas e sem nenhuma utilização econômica, que são mais de 200 mil quilômetros quadrados, para o plantio de soja, ampliar a pecuária... Mas isso a SBPC tem falado sozinha e, até aqui, o desmatamento prossegue. Existem estudos publicados, de cientistas do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazom), mostrando que é muito mais barato fazer desmatamento ilegal na Amazônia do que trabalhar legalmente em uma área desmatada. Portanto, eles preferem continuar nesse caminho da ilegalidade. É preciso que as questões ambientais perpassem pelas políticas de todas as áreas. BV — O cerrado brasileiro é dono também de rica biodiversidade. Como tem sido tratado esse bioma? Novaes — Não pode ser tratado pior. O cerrado brasileiro está desaparecendo antes mesmo de a biodiversidade dele ser conhecida. Originariamente, ele possuía mais de 2 milhões de quilômetros quadrados. Levantamentos da Conservação Internacional (CI-Brasil) e outros estudos afirmam que há 30% ou 40% de remanescentes do cerrado, ou seja, pelo menos mais da metade dele já se foi. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que faz monitoramento 68

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Arquivo pessoal de Washington Novaes

Ao voltar ao Xingu, depois de 22 anos de sua 1a série sobre os povos indígenas da região, Novaes se diz preocupado com o futuro desses índios, cada vez mais fascinados pela cultura “branca”.

por satélite, um acompanhamento diário do desmatamento, informa o seguinte: existem hoje menos de 5% de fragmentos com mais de 2 mil hectares contínuos com possibilidades de sobrevivência, porque em espaços menores as cadeias genéticas e reprodutivas não têm condição de sobreviver, precisa haver fragmentos relativamente grandes. É uma situação extremamente grave. Goiás já perdeu, no mínimo, 60% da sua vegetação de cerrado, e a maior parte do que resta está no nordeste e no norte do Estado, para onde se prevê forte expansão da cultura de cana-de-açúcar, o que é muito preocupante. BV — A falta de cuidado com o cerrado pode provocar, sobretudo, sérios problemas para algumas bacias fluviais. Como têm sido afetadas? Novaes — O cerrado responde

por 14% das vazões para as três grandes bacias brasileiras, que são a Amazônica, a do São Francisco e a do Paraná/Paraguai. A bacia do Rio São Francisco depende de mais de 90% das águas que nascem no cerrado; a do Paraná/Paraguai, uns 70%; enquanto o Araguaia-Tocantins precisa de 70% delas. Com os processos de desmatamento, a retenção de água tem diminuído muito, o solo retém muito menos e manda para o lençol freático menos água. Os últimos estudos afirmam que hoje o cerrado possui água para alimentar essas bacias apenas por mais três anos. É preciso recuperar as matas ciliares que protegem os rios e, depois, não pode haver desperdício de água. BV — O que pode acontecer com o Brasil? Novaes — O nosso país está sofrendo secas extemporâneas.


Fotos: Arquivo pessoal de Washington Novaes

Segundo Washington, os jovens do Xingu não querem mais seguir as tradições, o que pode significar o fim de uma cultura que soube cuidar do meio ambiente.

Em 2005, o Rio Grande do Sul perdeu 74% da safra de soja, porque houve uma seca muito forte fora de época. Perdemos de 25% a 30% da safrinha de milho pelo mesmo motivo. O Brasil é a 11ª nação do mundo em desastres relacionados a essas questões: são mais de 10 milhões de pessoas que sofrem com isso, com deslizamentos de terra e dificuldades progressivas no abastecimento de água nas grandes cidades brasileiras. BV — Na série X ingu, a Terra Amea­çada, o senhor teve a oportunidade de voltar ao local 22 anos depois e realizou documentário pioneiro na região (Xingu, a Terra Mágica). Qual o futuro dessa região? Novaes — Não sei qual é o futuro, mas a situação se mostra preocupante. O Xingu hoje é uma

ilha de vegetação e de recursos naturais, cercada de desmatamento por causa da soja, da pecuária e de outras ameaças. Há hidrelétricas previstas para a bacia do Xingu, região de Belo Monte. Também se intensificaram muito as relações com a cultura de fora. Com isso, os jovens índios se fascinam pelas tecnologias “brancas”, pela televisão, pelo DVD, pelos óculos escuros, jogar futebol, camisa, bermuda, tênis, essas coisas. Os jovens não querem mais seguir as tradições. Um dos pontos centrais desses conflitos é que os mais moços não querem ser pajé. O mundo do Xingu é regido pelos espíritos, cada árvore, animal. É o pajé quem faz a ligação, quem sabe

ir ao mundo dos espíritos ver o que está acontecendo, quais são os problemas. Mas para ser pajé há um longo e difícil caminho, sacrificado e cheio de perigos. As aldeias já estão ameaçadas de ficar sem eles (...); só há um com mais de 70 anos. Se seguirem no rumo atual, essas culturas do Xingu se modificarão profundamente. Alguém pode perguntar: “Mas qual a importância de essa cultura se modificar?” Acho que deveríamos olhar para elas e ver algumas coisas que apontam em direção às utopias humanas. Vivemos hoje em uma crise de padrão civilizatório, nossos modos de viver são insustentáveis com o clima, com o consumo excessivo.

Vista da Bacia do Xingu: uma ilha de vegetação e de recursos naturais, cercada de desmatamentos.


Especial II Fórum-Feira de Inovações Rede Sociedade Solidária, da LBV

Fórum promovido pela LBV leva à ONU boas práticas de mais de 1.600 organizações da América Latina

É hora de salvar o Planeta Apoio:

LBV 70

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Márcio Ferreira

Marco Sudário

Dra. Michele Fedoroff, representando o Ecosoc, das Nações Unidas/EUA, é recebida por algumas das crianças atendidas pela LBV, em Manaus.

Como preparação para essa nômicos e Sociais da Organização grande assembléia, o Ecosoc rea­ das Nações Unidas (UN/DESA) liza uma criteriosa análise, em e o apoio e a chancela do Centro diversos níveis, dos avanços e de Informação das Nações Unidas retrocessos na área. Um desses no Brasil (UNIC-Rio). Represenmecanismos é o Exame Ministerial tações oficiais da Organização (AMR), em que a sociedade civil estiveram presentes ao Fórum, a organizada pode emitir recomen- exemplo da chefe adjunta da Seção dações sobre o assunto. Este ano, de ONGs do UN/DESA, dra. Mimais de 1.600 organizachele Billant-Fedoroff, e ções e autoridades tiveram do diretor do UNIC-Rio, o oportuni­dade de oferecer jornalista Giancarlo Sumessa colaboração, graças ma; além de palestrantes ao II Fórum-Feira de Inode renome internacional, vações Rede Sociedade a exemplo do dr. Richard Solidária, promovido pela Richard Jordan Jordan, que presidiu a 60a Legião da Boa Vontade, Conferência Anual de Orentre 4 e 19 de março, em diversas ganizações Não-Governamentais cidades do Brasil e na Argentina, do Departamento de Informação que serviu de subsídio ao relatório Pública (DPI). que a LBV elaborou e apresentou A escolha do foco que pautou durante a Reunião do Alto Segmen- a discussão de idéias em cada to do Ecosoc. evento seguiu as características da A série de encontros buscou fo- localidade que o sediou, conforme mentar a troca de boas práticas e de as orientações do tema principal ações capazes de gerar progresso do Fórum. (Veja as reportagens a socioeconômico em bases susten- seguir.) Os encontros levaram em táveis. A iniciativa teve o suporte consideração este pensamento do do Departamento de Assuntos Eco- diretor-presidente da LBV, José Márcio Ferreira

B

uscar o equilíbrio entre proteção ambiental e progresso socioeconômico é uma idéia que ganha cada vez mais força em todo o Planeta. A explicação para isso não reside apenas em uma maior sensibilidade dos povos e de seus governantes em relação à ecologia, mas também na consciência do desafio de atender às necessidades desta e das próximas gerações, ameaçadas, entre outros fatores, pela falta de alimentos, pelas graves mudanças climáticas, pelo aquecimento global. O assunto é de tamanha relevância e influi de forma tão decisiva para a eqüidade e justiça social no mundo, que o “desenvolvimento sustentável” foi eleito por chefes de Estado, ministros e embaixadores de vários países, que compõem o Conselho Econômico e Social (Ecosoc) das Nações Unidas, como tema da mais importante reunião do Órgão: o High-Level Segment 2008, que ocorreu de 30 junho a 3 de julho, na sede da ONU, em Nova York (EUA).

Dr. Giancarlo Summa, diretor do UNICRio, ONU/Brasil.

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Especial

de Paiva Netto: “Preconizamos a harmonia de todos para o bem de todos, enquanto há tempo, pois compartilhamos uma única

morada, o Planeta Terra, e os abusos de seus habitantes vêm exigindo providência imperativa: ou integra ou desintegra (...), razão

por que devemos trabalhar estrategicamente em parcerias que promovam prosperidade efetiva para as massas populares”.

Participantes prestigiam Feira de Inovações, que destacou o uso de material ecológico.

Marco

Adalberto Luís Val

Ao término do encontro, a Secretaria de Meio Ambiente homenageou Paiva Netto e a dra. Michele Fedoroff com o plantio de duas mudas de árvore de andiroba em local de destaque na entrada do Jardim Botânico Adolpho Ducke, como marco do

João Preda

em que compartilhou “todos os avanços e políticas que o governo do Estado tem implementado nesse foco”. Quem igualmente resNádia Cristina Ferreira saltou a iniciativa foi a secretária municipal de Meio Ambiente, Luciana Montenegro Valente: “É uma honra para a prefeitura receber o evento da LBV e da ONU no Parque do Mindu. Estamos à disposição da LBV no que for necessário”. Para o diretor do Luciana Valente Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônica (INPA), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), e também colaborador na realização do evento em Manaus, Adalberto Luís Val, o assunto “não é uma ação única, envolve todos os segmentos sociais”.

João Preda

João Preda

Na capital amazonense, o II são tão graves que precisam ser Fórum-Feira de Inovações Rede evitados a todo custo. “Nossa Sociedade Solidária realizou-se, região, no seu conjunto, absorve em 10 de março, no Parque do o CO2 emitido por outros países; Mindu, considerado o maior frag- daí a importância essencial que mento florestal urbano do mundo. tem para a Humanidade. ParaUma área de 33 hectares de biodi- doxalmente, é extremamente vulversidade no coração de Manaus, nerável às mudanças climáticas. criada para proteger o hábitat do (...) A nossa floresta pode virar sauim-de-coleira, pequeno pri- um deserto se não tivermos a mata que hoje é mascote da cida- capacidade de tomar as atitudes de. O evento teve a participação todas necessárias”, alertou. A Prefeitura de Manaus homede 20 projetos expositores; um fórum intersetorial sobre o foco nageou o senador, a dra. Michele e específico do município, “Con- o dirigente da LBV com a entrega servação e manejo florestal”; de uma representação artística do workshop “A Sociedade Civil nas sauim. Esta segunda edição do Nações Unidas”, ministrado pela Fórum contou com o apoio das três esferas de governo. dra. Michele BillantA secretária estadual do Fedoroff, além de várias Meio Ambiente e Desenapresentações culturais volvimento Sustentável, relativas ao tema. Nádia Cristina D’Ávila Na ocasião, o senador Ferreira, parabenizou a Arthur Virgílio frisou Arthur Virgílio Instituição pelo encontro, que os desmatamentos

João Preda

Manaus debate manejo florestal


Jefferson Praia

primeira-ministra da Noruega e principal articuladora da Rio-92, plantou uma samaúma na entrada do Parque do Mindu. Participaram ainda do evento o senador Jefferson Praia Bezerra; o gerente da área ambien-

Dahlson Abreu

Antônio dos Santos

Reprodução BVTV

João Preda

João Preda

Diogo Duarte

II Fórum-Feira. O gesto remete a 1992: após a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, maior conferência da ONU já realizada, quando a sra. Gro Harlem Brundtland, então

Antônio Loureiro

tal do Grupo Simões, Dahlson Abreu; o coordenador do Centro de Estudos Amazônicos e representante da Rede Amazônica de Comunicação, Antônio dos Santos; o grão-mestre da Maçonaria Antônio Loureiro; o juiz da Vara da Infância e Juventude Rafael Romano; e o diretor de Ensino da Fundação Bradesco, Carlos Zacarias de Carlos de Paula Neto Paula Neto.

desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas no rio de janeiro Com a divulgação dos relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (em inglês, IPCC), das Nações Unidas, em

Rio-92

Reeducação ambiental Desde pequeninas, com a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, as crianças aprendem que proteger o Planeta é a grande lição a ser aprendida na vida.

2007, o desafio de gerar energia sem intensificar o aquecimento global tornou-se o cerne das discussões sobre desenvolvimento sustentável. Consciente do imperativo de substituir as atuais fontes energéticas por outras limpas e renováveis, o Brasil tem apostado na produção de biocombustíveis. Nesse tema o Estado do Rio de Janeiro tem importância estratégica, pois é responsável por 84% da produção do petróleo consumido no País, de acordo com o Balanço Energético Nacional de 2007, publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (estatal ligada ao Ministério de Minas e Energia). Apesar da grande participação desse mercado na economia, está entre os maiores financiadores do estudo de alternativas viáveis, em larga escala, aos derivados do petróleo. O fato de a cidade ter abrigado

a Eco-92 insere o Estado no roteiro principal das discussões sobre o conceito de desenvolvimento sustentável, que passou a estar presen-

Histórico A Legião da Boa Vontade, desde 2004, realiza anualmente, em parceria com a ONU, fóruns da sociedade civil latino-americana, chegando neste 2008 à sua quinta edição. No ano passado, a Instituição promoveu o primeiro fórum no formato de feira de inovações. A iniciativa teve grande repercussão no Brasil e nas Nações Unidas, e a LBV foi escolhida para representar a sociedade civil da América Latina e do Caribe na Reunião do Alto Segmento (High-Level Segment) do Ecosoc, ocorrida em julho de 2007, em Genebra, na Suíça. BOA VONTADE |

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te na agenda política internacional desde a realização do evento. Passados mais de 15 anos desse marco mundial na luta pelo meio ambiente, a capital fluminense volta a ser palco de discussões globais. A Legião da Boa Vontade, que participou como expositora na Eco92, por desenvolver um trabalho de conscientização ambiental em comunidades que habitam bolsões de pobreza da cidade, escolheu a metrópole para iniciar o II FórumFeira de Inovações Rede Sociedade Solidária (em 4 de março). Primeiro a se pronunciar, o diretor do Centro de Informações da ONU (UNIC-Rio), dr. Giancarlo Summa, exaltou a necessidade de definir estratégias: “Modificar o modelo de desenvolvimento econômico em todos os países não é algo fácil, simples ou barato, contraria interesses econômicos, políticos. Mas se há resistência, existem os que trabalham para isso: governos, cientistas e uma sociedade

civil que, no mundo inteiro, tomam consciência dessa realidade, pressionando as autoridades para que os passos certos sejam dados”. Na opinião do dr. Summa, há dois tópicos principais: “O primeiro é o da conscientização individual, que vai desde a mudança no consumo do cidadão até o tratamento do lixo em casa ― ação esta para a qual contribui a sociedade civil, e é onde entra a atuação fundamental da Legião da Boa Vontade. Em segundo lugar, há de se pressionar por uma mudança das políticas públicas, a fim de promover a preservação do meio ambiente. (...) Os cidadãos de amanhã são as crianças de hoje. É por aí que se deve começar, e nisso é inegável o trabalho realizado pela LBV”. O diretor do UNIC-Rio, ao tratar dos Direitos Humanos, enfatizou a necessidade de se estabelecer a Paz. “O diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto, tem repetido que chegou a hora de o

Brasília: capital do desenvolvimento sustentável Sob o foco “Desafios nacionais à promoção do desenvolvimento sustentável”, a capital federal foi sede, em 12 de março, de mais um evento do II Fórum74

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Feira Sociedade Solidária, realizado no Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica (ParlaMundi da LBV). Nele buscou-se, mais do que identificar boas prá-

ticas, fomentar a reflexão sobre a atual situação socioeconômica do País e sobre o modo pelo qual tais inovações podem influenciar políticas públicas, tornando

Márcio Ferreira

Vista parcial do público que acompanhou o evento no Rio de Janeiro, no Centro Educacional e Comunitário da LBV.

mundo se contrapor a um antigo ditado latino — ‘Se queres a Paz, prepara-te para a guerra’, dizendo ‘Se queres a Paz, prepara-te para a Paz’. Paiva Netto tem toda a razão! Temos de nos preparar para a Paz; o diálogo deve prevalecer sobre o terror e a voz das armas no Iraque, na Palestina, em Darfur, no Rio de Janeiro”, pontuou. Na seqüência, o dr. Richard Jordan, presidente da 60a Conferência Anual do DPI da ONU, alertou para o fato de que falar em mudança climática significa também discutir fatores ambientais, sociais e econômicos. “O que implica segurança internacional, extremos acontecimentos meteorológicos, migração humana e de outras espécies, escassez de alimentos e falta de água potável, gerando crises humanitárias”, disse. Em meio às diversas autoridades que prestigiaram o evento estão: Carlos André Carlos Carneiro Osório Carneiro, do Conselho Nacional, Municipal e Regional Sudeste de Meio Ambiente, e a Câmara Municipal do Rio de Janeiro que prestou homenagem à LBV pela iniciativa do encontro.


João Preda

Altino Ventura Filho

Laerte Bessa

João Preda

Ângela Oliveira

Geraldo Magela

Dóris Santos Faria Alan Moreira

João Preda

Patrícia Gonçalves

João Preda

João Preda

Alan Moreira

Fátima de Souza

Alan Moreira

Daniela Duarte

Alan Moreira

Além da geração de energia, diversos desafios têm de ser enfrentados pelo País. O secretário de Extrativismo e DesenvolviEgon Krakhecke mento Rural Sustentável, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), engenheiro Egon Krakhecke, elencou os principais aspectos desse debate e frisou a necessidade de o Brasil aproveitar esta fase positiva de crescimento da economia de forma sustentável. O deputado federal Beto Albuquerque apresentou novo Beto Albuquerque modelo de gestão das

matas públicas brasileiras, ainda graram o fórum na capital brasileira desconhecido da maior parte da Fátima Valéria Ferreira de Soupopulação. Para ele, o falso discur- za, do Ministério do Desenvolviso de que a floresta seria intocável mento Social e Combate à Fome permitiu que ela fosse devastada: (MDS); Patrícia Gonçalves, do “A presença organizada das co- Banco do Brasil; Ângela Maria munidades locais dentro da Ama- Oliveira, coordenadora da Funzônia, ou mesmo de investimentos dação Procurador Pedro Jorge de organizados, povoa a floresta e faz Melo e Silva; e Dóris Santos Faria, do Centro de Estudos com que passemos a ver do Futuro da Universidade que ela pode dar renda, de Brasília (UnB). trabalho e empregos sem Igualmente, partiser derrubada”. Proposta ciparam do evento em esta, de respeito à NatuBrasília o secretário de reza, já vivenciada pelos Planejamento e Desenpovos indígenas, como Marcos Terena volvimento Energético, destacou Marcos Terena, articulador dos Direitos dos Povos do Ministério de Minas e Energia Indígenas na ONU e conselheiro (MME), Altino Ventura Filho, representando o ministro Edison do ParlaMundi da LBV. Fórum intersetorial — Inte- Lobão; os deputados federais João Preda

Rumo à sustentabilidade

Vista parcial do público durante cerimônia de abertura do Fórum-Feira de Inovações Rede Sociedade Solidária, da LBV, em Brasília/DF.

Alan Moreira

João Preda

essas alternativas consistentes e viáveis. Antes do início do encontro, a chefe adjunta da Seção de ONGs do UN/DESA, a dra. Michele Billant-Fedoroff, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, puderam conversar. “Acredito que Brasil e Noruega são os dois países que mais utilizam energia renovável”, afirmou a dra. Michele. Por sua vez, Arlindo Chinaglia Chinaglia disse que Brasil e Estados Unidos geram, juntos, 70% do etanol do mundo e explicou: “A diferença é que o etanol produzido no Brasil, a partir da cana-de-açúcar, protege várias vezes mais o meio ambiente, comparado ao produzido a partir do milho”.

Charles de Lima BOA VONTADE |

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Especial

Laerte Bessa e Geraldo Magela; e o deputado distrital dr. Charles de Lima.

das discussões ao exporem, nos estandes e workshops, experiências de sucesso. Da programação constaram ainda atividades artísticas e culturais, entre elas a do grupo indígena Zubec Ua Kariri Xocó, que apresentou uma dança

Arte e sustentabilidade

Mais de 20 organizações colaboraram para o enriquecimento

tradicional; e a do Coral Ecumênico Infantil LBV. A Sociedade dos Artistas Plásticos marcou presença com a intervenção “Pintando o desenvolvimento sustentável”, em que vários artistas criaram obras relacionadas ao tema.

São paulo discute conservação de recursos hídricos A importância da água como representou a Companhia de recurso natural imprescindível foi Saneamento Básico do Estado de o enfoque do encontro realizado São Paulo (Sabesp). Além disso, na capital paulista, em 14 há forte pressão especula­ de março, no Instituto de tiva sobre os mananciais Educação da LBV. Mais locais, as represas Billinde 50% do consumo de gs e Guarapiranga, onde água da Grande São Pauloteamentos irregulares lo vem hoje do Sistema despejam esgoto domésCantareira, que importa Marcelo Morgado tico e promovem o desparte de seu volume da Bacia do matamento das áreas verdes, o Piracicaba (Minas Gerais) para a que prejudica, cada vez mais, o Bacia do Alto Tietê. “Só isso já abastecimento. demonstra que essa megalópole A abertura do precisa de muita água, e Fórum foi abriela tem de vir de longe”, lhantada com destaca Marcelo Mora apresentagado, que no evento ção do Co-

Público acompanha atento a exposição das boas práticas, em São Paulo/SP.

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Fotos: Gustavo de Oliveira

LBV e ONU A LBV foi a primeira organização brasileira do Terceiro Setor a associar-se, em 1994, ao Departamento de Informação Pública (DPI), órgão da ONU, e a conquistar, em 1999, o status consultivo geral no Ecosoc, reconhecimento que lhe possibilita participar das reuniões desse órgão.

ral Ecumênico Infantil LBV, composto por alunos da escola da Instituição. Na seqüência, destaque para a introdução do foco temático feita pela representante da ONU. Nela, a dra. Michele Fedoroff falou das iniciativas de despoluição de rios da capital bandeirante e da conservação dos recursos hídricos brasileiros. Depois de ter participado de três dos oito encontros, disse estar “impressionada com a jornada que a LBV estava fazendo no II Fórum-Feira de Inovações Rede Sociedade Solidária”, pois com essa ação mobilizava as cinco regiões do Brasil e a América


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Gustavo Oliveira

Gustavo Oliveira

Clayton Ferreira

Latina, abrindo espaço democrático para o diálogo. E completou: “Gostaria de dar os parabéns a Paiva Netto por sua organização, dinamismo e liderança”. Estudos mostram ainda que o aumento da demanda de água supera em duas vezes o índice de crescimento da população planetária. Uma em cada cinco pessoas residentes em países em desenvolvimento não tem acesso à água potável (o que representa 1,1 bilhão de habitantes). O diretor de Integraram a mesa de abertura da solenidade, da esquerda para a direita: dr. José CaMeio Ambiente da Confederação ricatti, dr. Pedro Salomão, dr. Marcelo Monello, dra. Michele Fedoroff, pedagoga Suelí das Indústrias do Estado de São Periotto (ao microfone), dr. Airton Grazzioli, sra. Dora Silvia Cunha Bueno e Cido Sério. Paulo (Ciesp), Romildo Campelo, além de saudar o Fórum por atuante participação comunitária, “Parabenizo a LBV, que tem levar a sociedade civil a partici- gente que faz, e faz bem-feito”, concluiu Dora. par da gerência desses recursos, uma significativa e expressiva Da mesma forma, ressaltou garantiu que há uma grande rede social de relacionamento, o curador de funda­ções preocupação do setor em da cidade de São Paulo, mudar a imagem de vilão envolvendo essa Airton Grazzioli: “Pa­ que teve no passado: “A rede em um tema de rabenizo a LBV, que indústria hoje faz o reúso superlativa relevância: tem uma significativa e da água de maneira sisteexpressiva rede social de mática e tem trabalhado a melhoria da Romildo Campelo relacionamento, envolna questão das emissões qualidade de vida.” vendo essa rede em um tema de [CO2] na atmosfera”. Airton Grazzioli Trabalho em rede — Outro superlativa relevância: a melhoCurador de fundações da cidade ponto alto do Fórum foi a presença ria da qualidade de vida”. de São Paulo O diretor financeiro da Fundas fundações brasileiras em favor da preservação do meio ambiente. dação Conrado Wessel, José A presidente da Associação Pau- Caricatti, enfatizou o incentivo Águas e do Ar (Abeppolar), Ranlista de Fundações (APF) e da à pesquisa científica, afirmando dolf Lobato. A apresentação das Câmara Brasil-Israel de Comércio que ela é um elemento de “cons- boas práticas reuniu uma diversidae Indústria, Dora Silvia Cunha cientização do cidadão em torno de de soluções para a problemática levantada, como o uso de energia Bueno, pediu o apoio da iniciativa do meio ambiente”. solar a baixo custo, programas de Ainda participaram do encontro privada para que esse processo seja cada vez maior. “A LBV está de o presidente do Conselho Estadual geração de renda, educação amparabéns, pois ela reúne e aglutina de Educação de São Paulo, Pedro biental, oficinas de promoção da entidades para discutirem temas Salomão José Kassab; o deputado cidadania, a reutilização de resíduos importantes como a preservação estadual Cido Sério; e o presidente sólidos, economia doméstica e o ardo meio ambiente. (...) Espelhem- da Associação Brasileira de Ecolo- mazenamento e emprego da água da se no exemplo da LBV, na sua gia e de Prevenção à Poluição das chuva para fins determinados.


Gustavo Oliveira

Especial

O II Fórum-Feira contou com a presença de uma das maiores autoridades em recursos hídricos da atualidade, o dr. José Galizia Tundisi (à direita, ao lado do dr. José Caricatti), presidente da Associação Instituto Internacional de Ecologia e Gerenciamento Ambiental. Tundisi visitou a Escola da LBV, antes do encontro, e ficou impressionado com o trabalho desenvolvido: “Ainda bem que eu vim a este evento; gostei muito de tudo o que vi na Supercreche da LBV”. O professor autografou ainda um exemplar do livro Águas Doces no Brasil, de sua autoria.

Salvador debate a questão dos resíduos sólidos

Arquivo BV

Nino Nunes

Adenílson Nunes

Em nome da Secretaria Esrealizou uma série de ações para conscientizar a população e exigir tadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur), discursou dos gestores municipais o Maria Valéria Ferreira, enfrentamento do grave superintendente de Saproblema. neamento. Ela ressaltou Com o objetivo de as parcerias e um novo contribuir na solução desinstrumento de gestão sa questão, a LBV promoMaria Valéria Ferreira associada, reunindo os veu, no Forte de Nossa consórcios públicos enSenhora de Monte Serrat, na capital baiana, o II Fórum-Feira tre municípios, Estado e União. de Inovações Rede Sociedade A iniciativa já está em andamenSolidária, em 17 de março, sobre to nas regiões de Irecê, Jacobina, Cipó e Baixo Sul, devendo beneo tema “Resíduos Sólidos”. ficiar, em breve, a Bacia do São Francisco. A grande vantagem O Coral Ecumênico Infantil LBV (à frente) também deu seu recado sobre a é que “um município pequeno, preservação do meio ambiente que são mais de 50% na Bahia, se não tem recurso para contratar, por exemplo, um engenheiro para dar assessoria na coleta de lixo, com o consórcio isso torna possível”, explica Valéria. O professor José Carlos Saja, coorde- José Carlos Saja nador de Promoção do Conhecimento Ambiental do Centro de Recursos Ambientais (CRA), Desde que o IBGE divulgou, em 2000, que a Bahia tinha a maior quantidade de domicílios sem coleta de lixo no Brasil (1,9 milhão), afetando diretamente 5 milhões de pessoas,várias atitudes têm sido tomadas para transformar essa realidade. Numa delas, em 2007, o Ministério Público do Estado formulou um planejamento estratégico para universalizar o gerenciamento correto dos resíduos. Desde então, a Campanha Desafio do Lixo

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palestra da engenheira Elizabeth é buscar a interação com a coCouto, da Cetrel S.A. — Em- munidade, dentro do perfil de presa de Proteção Ambiental, responsabilidade social, e contar responsável pelo tratacom apoio voluntário mento e disposição final deles no sítio ecológico dos efluentes e resíduos do Sauípe, uma reserva industriais de 60 emprede proteção ambiental da sas do Pólo Industrial mata atlântica na Bahia. de Camaçari. Entre as No encerramento do iniciativas, está a doação Elizabeth Couto evento, um desfile, asde alguns resíduos, como sinado por Joel Modas, plásticos, madeira, papéis de es- Levite Bahia e Camapet Biju, critório e papelão à cooperativa apresentou trajes confeccionados de catadores do pólo. O objetivo com material reciclado. Arquivo BV

da Bahia, comentou sobre o excesso de lixo produzido e a necessidade de abandonar essa velha cultura consumista. “Uma reunião como a da LBV é de uma riqueza enorme, pois constrói esta mentalidade diferente. Este é um projeto longo; é a construção da história”, disse. Redução, reciclagem e reúso do lixo foram o mote principal da

Adenílson Nunes

Arquivo pessoal

Jerônimo Bispo dos Santos, da Cooperativa de Materiais Recicláveis de Camaçari (Coopmarc), foi um dos representantes do Terceiro Setor no encontro.

Os figurinos, feitos de material reciclado, foram apresentados pelo ator Luiz Miranda, pelas cantoras Gilmelândia, Nara Costa e Márcia Short e pelos modelos profissionais Márcio Santos e Karisa Souza.

Saúde e meio ambiente na pauta de Porto Alegre No mundo, 2,6 bilhões de pessoas não têm acesso a saneamento básico, o que vitima, a cada ano, quase 2 milhões de crianças — uma a cada 19 segundos — e é responsável por retardar a aprendizagem de outros 150 milhões, afetando assim a Educação. Esses dados fazem parte do Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2006, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud Brasil.

Já outro estudo, conduzido pelo professor titular da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) Aristides Almeida Rocha, aponta: para cada dólar que o governo investe em saneamento, quatro são economizados em internações hospitalares decorrentes da falta de redes de água e esgoto. Ainda segundo o relatório, o Brasil tem taxa de coleta de esgoto de 75%, o que exclui 43

milhões do acesso ao saneamento básico. Nesse cenário, a capital gaúcha se destaca. O Pnud reconheceu o Departamento de Água e Esgotos como exemplo de empresa pública eficiente no setor e, por isso, a cidade foi escolhida para sediar, em 19 de março, o II Fórum-Feira de Inovações Rede Sociedade Solidária sobre “Saúde e meio ambiente”. A prefeitura fez-se presente no encontro porto-alegrense na BOA VONTADE |

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Lucian Fagundes

Derli Francisco

Especial

Salete Cadore

Marisa Abreu

trópolis/RS, Fabíola Lied; e o presidente da Casa dos Sonhos, Flávio Möller. A cidade de Porto Alegre foi a única que realizou o evento em via pública: a Avenida São Paulo. Durante o dia, revezaram-se manifestações culturais alusivas ao tema, atraindo os visitantes e interessados para os estandes. Elisa Rodrigues

Ivande Andrade/Palácio Piratini

Lucian Fagundes

Lucian Fagundes

José Fortunatti

Vilmar da Rosa

ta, Marisa Abreu, ela parabenizou a Instituição “pelo brilhante evento e trabalho que desenvolve em favor da Educação”. Participaram do encontro o secretário adjunto e diretor geral da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do RS, Gilmar Tietböhl; a subsecretária de Assistência Social de Nova Pe-

figura do secretário municipal de Planejamento, José Fortunatti. Integrantes do governo local fizeram parte dos debates, no intuito de dialogar com movimentos sociais. Do mesmo modo, a secretária adjunta de Educação do Estado, Salete Cadore, cumprimentou a LBV. Em nome da titular da pas-

Gilmar Tietböhl

Elisa Rodrigues

Participantes do evento em Porto Alegre/RS aplaudiram iniciativas do Fórum

Na capital gaúcha, ocorreu um desfile de moda sustentável, com peças produzidas a partir do reaproveitamento de materiais — entre elas, um vestido de noiva confeccionado pelo Clube de Reciclagem do Morro da Cruz. As próprias mulheres que fizeram as roupas serviram de modelos, combinando resgate da auto-estima, geração de renda e conservação ambiental.

Fabíola Lied

Flávio Möller

Educação ambiental na capital mineira

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Os exemplos e as práticas de su- tores de Fundações e Entidades cesso observados no evento foram de Interesse Social, dr. Tomaz de Aquino Resende: “Tedestacados por Richard a nho insistido na necessiJordan, presidente da 60 dade de as organizações Conferência de ONGs do do primeiro, segundo e DPI. Nessa mesma linha, terceiro setores uniremexpressou-se o presidente se no que têm em comum: da Associação Nacional de Procuradores e Promo- Tomaz de A. Resende o meio ambiente”. Carla Mônica Mendes

Em 2007, Minas Gerais teve a experiência de construir seu programa de educação ambiental contando com intensa participação da sociedade civil. Por isso, veio a escolha de Belo Horizonte como sede do II Fórum-Feira, promovido pela LBV, em 7 de março.


Geraldo da Silva

Carla Mônica Mendes

Ainda sobre o tema, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, José Honorato Ameno, falou do problema das queimadas: “Orientamos comunidades que se situam nos locais que são preservados, fazendo com que se eduquem e levem essa informação a seus filhos”. Para o defensor José H. Ameno público Gustavo Cargocinho Alves de Meira, “as metas colocadas pela LBV têm grande afinidade com a ação que pretende a Defensoria Pública. A Instituição é impres-

Em todos os locais, as crianças do Coral Ecumênico Infantil LBV também deram seu recado sobre a preservação do meio ambiente. Acima, meninos e meninas, de Minas Gerais, interpretam canções identificadas com a questão ambiental, como Minha Casa é o Planeta Terra e SOS Terra.

cindível ao resgate do direito do cidadão, das pessoas que necessitam de maior inclusão”. Também esteve presente ao

evento Fernando Leite, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas.

Desenvolvimento sustentável na América Latina A Feira de Inovações foi realizada de forma associada ao Foro do Setor Social, da Fundação Saber Como e da Universidade de Morón. A atividade foi iniciada pelo secretário de Governo de Morón, Lucas Hemán Ghi, representando o prefeito da cidade, Martín Sabatella, e o diretor da Faculdade de Direito da Universidade de Morón, Bruno Corvo. O programa incluiu a exposição do diretor da Faculdade de Arquitetura, Desenho, Arte e Urbanismo, Oscar Borrachia; do diretor da Faculdade de Agronomia e Ciências Agroalimentares, Antonio Ramón Angrisani; da professora de pós-graduação em Gestão do Desenvolvimento Humano da Fundação Unida, Eva Cojigas; e de um grupo de técnicos especializados em desenvolvimento do Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (Inti), entre outros destacados palestrantes. Arquivo BV

Buenos Aires também integrou o calendário do II Fórum-Feira de Inovações Rede Sociedade Solidária, da LBV, em evento realizado no dia 18 de março. A partir da capital argentina, a Legião da Boa Vontade levou sua experiência, construída ao longo de décadas, para a Bolívia, Uruguai e Paraguai, nações que enfrentam dificuldades semelhantes às do Brasil. A LBV de todos esses países articula-se com organizações locais e desenvolve uma série de programas socioeducacionais que promovem a consciência ambiental em comunidades em situação de vulnerabilidade social. Por essa razão, Buenos Aires não poderia ficar de fora do calendário deste encontro. Na pauta, temas como a consciência social diante do consumismo, o avanço tecnológico e o desenvolvimento econômico em relação às necessidades humanas.

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Nações Unidas/Nova York Reunião de Alto Segmento 2008

O desafio

da sustentabilidade LBV pronuncia-se a chefes de Estado em Reunião de Alto Segmento da ONU sobre desenvolvimento sustentável. Danilo Parmegiani e Rodrigo de Oliveira

S

e, por um lado, comemoramos a adesão cada vez maior à consciência ambiental, por outro, deparamos com fatos desafiadores: as geleiras estão derretendo mais rápido*, as florestas estão se acinzentando, a água é escassa para bilhões... Por essas e outras questões, ampliar a consciência ecológica dos Seres Humanos, de modo que se mini-

Fotos: Adriana Rocha, Daniela Duarte e Eduardo Lemos

mizem os efeitos do aquecimento global, tem sido árdua tarefa levada a cabo pelos que acreditam que é possível haver desenvolvimento sobre pilares sustentáveis. Com essa consciência, a Organização das Nações Unidas promoveu, de 30 de junho a 3 de julho, a Reunião de Alto Segmento 2008 (High-Level Segment), do Conselho Econômico e Social da ONU (Eco-

soc), na sua sede, em Nova York, EUA. Tendo como tema “Implementando as metas e compromissos acordados internacionalmente rumo ao desenvolvimento sustentável”, o encontro reuniu delegações dos países membros, representantes de organizações do Sistema ONU e da sociedade civil, incluindo empresas, instituições não-governamentais e de pesquisa. Participaram do painel de abertura especialistas de renome internacional, a exemplo do Prêmio Nobel da Paz (2007) Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (em inglês, IPCC), e do ex-economista-chefe do Bird Nicholas Stern, autor de importante estudo sobre o tema.

LBV representa o Brasil e a América Latina

As boas práticas da sociedade latino-americana estiveram representadas, na ocasião, pela Legião da Boa Vontade (LBV), que elaborou e encaminhou um documento com a opinião das 1.600 organizações que integram a Rede Sociedade Solidária. As recomendações da Instituição foram traduzidas para os seis idiomas oficiais da ONU (árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo) e entregues às delegações que participaram do evento, com a chancela das Nações Unidas. O dr. Richard Jordan, presidente da Conferência do Departamento de Informação Pública da ONU (em inglês, DPI) sobre os

* O texto faz referência à geleira Perito Moreno que rompeu no início de julho, na Patagônia argentina; um fenômeno incomum durante o inverno austral. A geleira tem aproximadamente 200 quilômetros quadrados e fica, em média, 70 metros acima do nível do lago em que se encontra.

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“É um excelente documento produzido pela Legião da Boa Vontade, que todas as delegações do Conselho Econômico e Social estão lendo; é um documento visionário. (...) Ele enfatiza a Rede Sociedade Solidária, a visão de José de Paiva Netto.” Dr. Richard Jordan

Presidente da Conferência do Departa­ mento de Informação Pública da ONU impactos das mudanças climáticas, avaliou o material preparado pela LBV: “É um excelente documento produzido pela Legião da Boa Vontade, que todas as delegações do Conselho Econômico e Social estão lendo; é um documento visionário. Digo isso porque, em primeiro lugar, ele enfatiza a Rede Sociedade Solidária, a visão de José de Paiva Netto. Eu vivi essa Sociedade Solidária pessoalmente, com as crianças que são muito conscientes ecologicamente”. Em entrevista à BOA VONTADE, Jordan mencionou dois lemas, criados pelo dirigente da LBV, que lhe chamaram a atenção: “E eu comecei citando Paiva Netto — e vou terminar minha palavra destacando a palavra dele: ‘Promover Educação e Cultura com Espiritualidade para que haja Alimentação, Saúde e Trabalho para todos na formação do Cidadão Ecumênico’. Nas palavras de Paiva Netto: ‘A destruição da Natureza é a extinção da Raça Humana’. Somos uma comunida-

No estande da LBV, da esq. à dir.: Saida Agrebi, vice-presidente de Comunicação e Relações Públicas da Organização Mundial da Família, na Tunísia; dra. Hanifa Mezoui, chefe da seção de ONGs da UN/DESA; Conceição de Albuquerque e Danilo Parmegiani, da LBV; dr. Sha Zukang, subsecretário-geral da ONU; e dra. Michele Fedoroff, chefe adjunta da Seção de ONGs da UN/DESA.

de: Ser Humano e Terra. Esta é a Solidariedade!” Richard relembrou, ainda, as boas práticas que viu nos encontros do II Fórum-Feira de Inovações Rede Sociedade Solidária, da LBV. “Fiquei encantado de ter me reeducado nas idéias de reciclagem que os alunos dividiram comigo em Belo Horizonte. Reciclagem é uma atividade empreendedora, muito inovadora. E isso é verdadeiramente desenvolvimento sustentável. E quando falo isso, digo sincera e honestamente; eu nunca vi programas, em nenhum lugar do mundo, que sejam tão belamente trabalhados como esses da LBV no Brasil.” Quem tomou parte do evento pôde acompanhar o pronunciamento do representante da LBV nas Nações Unidas, Danilo Parmegiani, que discursou para a reservada Câmara do Conselho Econômico e Social. Sua participação foi anunciada pelo vice-presidente do Ecosoc, o Embaixador de Cabo Verde Antônio Pedro Monteiro Lima.

A Câmara destina-se, durante a Reunião de Alto Segmento do Conselho, às intervenções dos altos representantes dos governos e das principais agências das Nações Unidas sobre o tema em questão. A LBV ficou entre as cinco representações internacionais da sociedade civil selecionadas para pronunciarse durante o evento. Depois de acompanharem a fala do representante da LBV, diversas autoridades receberam a revista Globalização do Amor Fraterno, que traz como mensagem principal o artigo “Oito Objetivos do Milênio — Responsabilidade de todos os de bom senso”, de autoria do diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto. A publicação está disponível em alemão, espanhol, esperanto, francês, inglês, italiano e português. Também circularam no evento o folheto “A destruição da Natureza é a extinção da Raça Humana”, artigo de autoria do dirigente da LBV, e o Informativo BOA VONTADE |

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Nações Unidas/Nova York

Representantes da LBV, Danilo Parmegiani (à esquerda) e Paulo Duarte (à direita), com o professor Paulo Kramer, cientista político; o senador Jefferson Praia; o embaixador Graça Lima, cônsul do Brasil nos EUA; e o deputado federal Beto Albuquerque.

Rede Sociedade Solidária, edição especial, nos idiomas português e inglês, que resume as atividades do II Fórum-Feira de Inovações Rede Sociedade Solidária, realizado pela LBV, em oito cidades da América Latina no mês de março.

Feira de Inovações na ONU

Paralelamente à programação do High-Level Segment, a Feira

O simpático sr. Hani Helal, ministro da Educação do Egito com Danilo Parmegiani, da LBV.

de Inovações – Innovation Fair, promovida pelo Ecosoc, atraiu fundações e outras organizações da sociedade civil e do Sistema ONU para compartilhar modelos de projetos, abordagens e práticas inovadoras alinhados ao tema “Desenvolvimento sustentável”. A sociedade civil brasileira esteve representada pela Legião da Boa Vontade. Em seu estande

A dra. Michele Fedoroff e o sr. Marc-Andre Dorel, da ONU, recebem a mensagem da LBV.

multimídia, a Instituição apresentou, por meio de banners, pinturas temáticas, painéis, publicações e vídeos, a mobilização que promoveu na América Latina durante o II Fórum-Feira de Inovações Rede Sociedade Solidária, além do trabalho de educação ambiental que ela desenvolve em diversos meios de comunicação e nas suas unidades educacionais, incentivando os edu-

LBV é convidada pela unesco a palestrar em mesa-redonda ministerial na sede da onu em NY Diversos eventos integraram a programação do High-Level Segment. Entre eles, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) realizou uma mesa-redonda ministerial para discutir Ciência, Tecnologia e Políticas de Inovação: Chaves para o Desenvolvimento Sustentável. Comandada pelo diretor-geral do Órgão, dr. Koichiro Matsuura, o evento reuniu ministros de vários países ligados às áreas de educação, comunicação, ciência e tecnologia. Dentre as três mil organizações com status consultivo no Ecosoc, a LBV foi designada para representar a sociedade civil. Representando a LBV, Conceição de Albuquerque, mestre em Educação, em nome da Legião da Boa Vontade, expôs aspectos da Pedagogia do Cidadão Koichiro Matsuura Ecumênico — a Pedagogia do Afeto —, linha educacional preconizada pelo diretor-presidente da LBV e adotada nas escolas da Instituição. A diretora do escritório da Unesco, Hélène-Marie Gosselin, de Nova York, presente à mesa-redonda ministerial, convidou a Entidade a se tornar parceira nas ações dessa Agência da ONU. 84

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candos na consciência ecológica e na vivência de valores espirituais ecumênicos. O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Socioeconômicos, dr. Sha Zukang, representando o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, depois de receber a revista Globalização do Amor Fraterno, visitou o estande da Instituição, onde deu os parabéns à LBV pelo seu trabalho. Em entrevista exclusiva, concedida à Boa Vontade TV (canal 27 da Sky), ele falou sobre a importância de a sociedade civil fomentar o desenvolvimento sustentável: “Muito obrigado à LBV por participar desta conferência do Ecosoc, com sua excelente exposição. Tenho certeza de que os participantes irão aprender muito com ela”. Entre as autoridades que compareceram ao estande da Instituição, estão Marc-Andre Dorel, diretor do Escritório de Coordenação e Suporte do Ecosoc, e Joseph Owondo, doutor em Direito Internacional e membro da delegação do Gabão, que tomou a iniciativa de distribuir o convite para o painel da LBV em locais estratégicos da ONU. “Quero tirar o chapéu para a LBV. Eu me lembro de ouvir falar da Legião da Boa Vontade quando fiz meu doutorado na USP, no início da década de 1980. Contem sempre comigo!”, declarou Owondo. A dra. Michele Fedoroff, chefe adjunta da Seção de Organizações Joseph Owondo Não-Governamentais

Ministra Maria Teresa Mesquita, da Missão do Brasil na ONU, também participa de painel temático promovido pela LBV Promovido pela LBV, o painel temático integrado à programação da Reunião de Alto Segmento do Ecosoc teve a presença ilustre da ministra Maria Teresa Mesquita Pessoa, representando a Missão do Brasil nas Nações Unidas. Em entrevista à Rádio ONU, a diplomata resumiu a abordagem que direcionou a A ministra Maria Teresa Mesquita Pessoa palestra: “Eu iniciei a minha intervenção (D) no estande da LBV com Adriana no debate citando um artigo recente do Rocha. economista Paulo Nogueira Batista Filho, em que ele narra uma conferência a que assistiu quando era estudante, na qual um general iniciou dizendo que a Amazônia não é do Brasil, a Amazônia é o Brasil. E essa frase sintetiza bem como esses dois aspectos se harmonizam. A responsabilidade primária pela conservação da Amazônia é do Brasil; é um desafio, sem dúvida, como representação popular”. Seguindo esse raciocínio, a sra. Maria Teresa saudou: “É importante, dentro dessa reunião do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, a sociedade civil, representada pela Legião da Boa Vontade, e o Legislativo brasileiro terem falado sobre a Amazônia e o que o governo brasileiro está fazendo para criar as condições de implementação da legislação, através da adoção de medidas de regulamentação, ações de monitoramento e medidas de incentivo à atividade produtiva e sustentável na Amazônia”. (1) Vista parcial do painel temático organizado pela LBV, nas Nações Unidas. Em destaque, o aviso eletrônico, indicando o início do debate. (2) Representante da LBV confraterniza com o embaixador Piragibe Tarragô, vice-representante do Brasil nas Nações Unidas.

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do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, que participou do II FórumFeira no Brasil, visitou o estande da

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Legião da Boa Vontade em Nova York. A representante da ONU, que esteve na edição latino-americana da Innovation Fair, em missão ofiBOA VONTADE |

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Nações Unidas/Nova York

cial pela ONU, declarou: “Acredito que vocês da LBV devam agradecer a vocês mesmos e aos vários membros da sua Instituição por terem realizado um ótimo trabalho com os eventos que organizaram no Brasil em março. Estou muito feliz com o que vocês trouxeram para este encontro importante da ONU sobre a proteção da floresta. Quando estive em Manaus, fiquei impressionada com o número de programas educacionais que o governo e ONGs, em parceria, têm desenvolvido para educar a população e também os povos indígenas para que vivam na floresta protegendo-a. Agradeço ao Paiva Netto o fato de Organizar e construir uma organização maravilhosa, e de ter um exército tão lindo de voluntários ao seu redor que são tão eficientes e tão dedicados”. Funcionários e estagiários brasileiros que trabalham na ONU foram ao estande manifestar seu apoio à atuação da Legião da Boa Vontade nas Nações Unidas. Um desses incentivos veio da estagiá­ ria Lara Vaccari, que tomou a iniciativa de mandar a agenda da LBV para os estagiários da ONU/ Nova York (ao todo 250, de diversas nacionalidades). O mesmo fez o profissional de relações públicas Igor Gomes, que divulgou a notícia para veículos de imprensa de quatro Estados norte-americanos.

Painel “Da consciência à ação”

Preservar a Floresta Amazônica é o principal compromisso brasileiro no combate à intensificação do aquecimento global. Por isso, a Legião da Boa Vontade realizou, no

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Palestrantes do painel organizado pela LBV concedem entrevista para Mônica Villela (de branco), da Rádio ONU, e falam sobre as estratégias brasileiras para proteger o meio ambiente e a Amazônia.

dia 3 de julho, um painel temático nossa porta de entrada. É através integrado à programação da Reu- dela que a gente está vindo mostrar nião de Alto Segmento do Ecosoc, para o resto do mundo todas as intitulado: “Da consciência à ação: coisas boas que estamos fazendo, e as estratégias brasileiras para pro- também as nossas dificuldades”. Após assistir ao paiteger o meio ambiente e a nel, o deputado distriAmazônia”. tal Charles Roberto de Participaram da mesaLima declarou: “Quero redonda Danilo Parmegiasaudar o nosso grande ni, da LBV; deputado fePaiva Netto, que tem feito deral Beto Albuquerque; senador Jefferson Praia; Charles de Lima um trabalho incansável à frente da Legião da e a ministra Maria Teresa Mesquita Pessoa, representando Boa Vontade. Este é um evento a Missão do Brasil nas Nações dentro das Nações Unidas do Unidas. O painel foi noticiado qual o Brasil participa através com destaque pela Rádio ONU, da LBV; é de suma importância transmitida pelo site das Nações que o mundo saiba o que estamos Unidas e por mais 50 redes de rádio fazendo no Brasil. A LBV tem de, parceiras, que alcançam os oito realmente, receber os parabéns de minha parte e de todos os que aqui países lusófonos. Beto Albuquerque festejou as participam. Quando ela propõe vitórias alcançadas no Brasil: “Nes- que atuemos no meio ambiente, se ano e meio de aplicação no e convida autoridades nacionais Brasil da lei que criou a gestão e internacionais a participar de das florestas públicas no País, um debate desta natureza, está nós avançamos de forma muito contribuindo fundamentalmente determinada para enfrentar o des- para a melhoria de vida das pesmatamento. Estamos cadastrando soas neste Planeta. Parabenizo, cada palmo de floresta pública; já novamente, o nosso grande Paiva foram cadastrados 210 milhões de Netto pelo trabalho da LBV no hectares. A LBV, aqui na ONU, é a mundo inteiro e no Brasil, resga-


O embaixador de Madagascar Sina Adrianarivelo e Conceição Albuquerque, no painel Ministerial da Unesco.

Moreira Mariz/Agência Estado

tando as pessoas, as crianças mais humildes, e fazendo um projeto que beneficia a todos”. O cientista político Paulo Kramer, professor da Universidade de Brasília (UnB), também avaliou o debate: “Ouvindo as exposições nesse painel tão habilidosamente organizado pela LBV, aprendi muito e isso vai, daqui para a frente, subsidiar minhas aulas, palestras, conferências e artigos, e me dar mais um ótimo pretexto para Paulo Kramer falar bem da Legião da Boa Vontade aonde quer que eu vá. (...) Paiva Netto é um comunicador de classe mundial! Tive oportunidade de conhecer alguns e acompanhar, por estudos ou leitura, a vida de muitos outros líderes mundiais, e Paiva Netto, para mim, é um grande campeão mundial da comunicação”. De volta ao Brasil, o senador Jefferson Praia leu, durante sessão plenária no Congresso Nacional, em Brasília/DF, o discurso Jefferson Praia que proferiu na sede das Nações Unidas. Aos parlamentares, afirmou: “Quero externar a esta augusta casa o pronunciamento que fiz

Discurso da LBV a chefes de Estado na ONU

Confira, abaixo, trecho do discurso do representante da Legião da Boa Vontade na ONU, Danilo Parmegiani, direcionado a chefes de Estado na reservada Câmara do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, a Ecosoc Chamber: “As recomendações da LBV estão baseadas em três pilares que utilizamos em nossas escolas, Centros Comunitários e Educacionais, programas e projetos em sete países, para promover esta consciência coletiva: “Educação: Desenvolvimento de estratégias para educar e reeducar pessoas e, especialmente, as crianças, ensinando-lhes que ‘Amar a Terra é proteger o futuro’. Oferecer capacitação a jovens e adultos para a utilização responsável dos recursos naturais e geração de renda a partir de produtos recicláveis. “Comunicação: Promoção de Campanhas públicas de conscientização. O lema da LBV: ‘A destruição da Natureza é a extinção da Raça Humana’, criado pelo diretor-presidente Árabe

Chinês

Espanhol

da Instituição, José de Paiva Netto, alcança diariamente milhões de pessoas por meio de TV, rádio, internet e revistas, além de gerar atividades públicas como fóruns temáticos, passeatas e programas culturais e educacionais. “Rede: Mobilização da cooperação intersetorial. Por meio da Rede Sociedade Solidária, a LBV reúne centenas de entidades da sociedade civil, universidades, setor privado, mídia e autoridades locais para compartilhar informações e promover a união de ações em prol dos direitos humanos e da sustentabilidade. “Finalizando, gostaria de recomendar para outras informações a leitura da declaração da LBV com o símbolo E/2008/NGO/16 e, também, da revista Globalização do Amor Fraterno, disponível no estande da LBV, na Feira de Inovações do Ecosoc, 1o andar, da qual cito esta síntese de Paiva Netto, acerca da necessária união dos Povos. Ele diz: ‘Ou integra ou desintegra’”. Francês

Inglês

Russo

Este discurso resumiu o documento da LBV, traduzido pela ONU para seus seis idiomas oficiais. Para ler acesse o site documents.un.org, e busque o símbolo E/2008/NGO/16.

na reunião de que participei em Nova York, sobre desenvolvimento sustentável, promovida pela LBV, como contribuição

ao High-Level Segment 2008. Gostaria de expressar minha gratidão à LBV, presidida por José de Paiva Netto”. BOA VONTADE |

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Samba & História Luiz Melodia

Melodias Divulgação

do morro Hilton Abi-Rihan

Clayton Ferreira

especial para a BOA VONTADE

Hilton Abi-Rihan, radialista, jornalista e apresentador do programa Samba & História.*

* Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar essas entrevistas aos domingos, às 14 e 20 horas. Pela Boa Vontade TV (canal 27 da SKY), o telespectador pode conferi-las aos sábados, às 14 e 22 horas. Outra opção é aos domingos, às 5, 14 e 23 horas. Pela Rede Mundial de Televisão, assista ao bate-papo aos sábados, às 2 e 23 horas; aos domingos, às 23 horas; e quinta-feira às 1 e 22 horas.

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ara um samba ser considerado de raiz, não basta definir os instrumentos que o compõem, é preciso ter alma, sentimento. O mesmo vale para o sambista. Estudiosos alegam que não é suficiente conhecer somente os níveis técnicos e a harmonia; apostam também na veia musical, de berço (a família), e nas influências à sua volta. Na carreira de Luiz Carlos dos Santos, a música vai além de tudo isso, está até no nome artístico: Luiz Melodia. Nascido em 1951, no morro São Carlos, bairro do Estácio (zona norte do Rio de Janeiro/

RJ), o cantor e compositor cresceu no meio de grandes nomes da música brasileira. Foi lá que Ismael Silva fundou a primeira escola de samba da cidade, a Deixa Falar. “Tive fruto de grandes inspirações como Estácio virou Estácio; Estácio, eu e você; Ébano, e outras. Foi onde muitas composições aconteceram, criei muitas obras de sucesso, clássicos que até hoje ouvimos”, conta à BOA VONTADE. A exemplo de Melodia, outros artistas e personalidades estão ligados ao morro: Ângela Maria (atriz e cantora), Grande Otelo (ator), Aldir Blanc (compositor e


autor, com João Bosco, da música O Bêbado e a Equilibrista), André Filho (compositor de Cidade Maravilhosa e do Hino da LBV, com letra de Alziro Zarur, seu fundador) e Dominguinhos do Estácio. Como se não bastasse toda essa influência, o único filho homem do casal Oswaldo e Eurídice descobriu-se encantado pela música ao ver o pai tocar viola de quatro cordas em casa: “Fui tirando uns acordes, observando. Ele não me deixava pegá-la, porque era uma relíquia muito bonita”. Nessa época, Luiz ainda dividia o tempo com seus empregos; já foi tipógrafo, caixeiro e vendedor. “Eu sempre gostei de música, mas tinha de trabalhar. Conciliava os dois. Quando não trabalhava, estava pelos palcos da vida ou fazendo shows em festivais, casamentos e até aniversário de debutantes”. Apesar da afinidade precoce, não foi fácil convencer o pai de que sua paixão valeria a pena; o seu Oswaldo queria vê-lo doutor. “Ele não apoiava, não dava muita força. Mas não adiantou coisíssima alguma, até porque as coisas foram acontecendo. Depois, ele veio a curtir muito. Quando faleceu, perdi um grande fã”, revela.

“Eu sempre gostei de música, mas tinha de trabalhar. Conciliava os dois. Quando não trabalhava, estava pelos palcos da vida ou fazendo shows em festivais, casamentos e até aniversário de debutantes.”

As influências do morro facilmente levariam o artista até o samba. Mas foi só depois de abandonar o ginásio, na adolescência, que Melodia passou a compor e tocar sucessos da Jovem Guarda e da Bossa Nova com o grupo Instantâneos, formado com amigos. A experiência de

Fotos: Divulgação

A virada da MPB

mesclar ritmos rendeu a ele, Fagner e João Bosco um estilo único e inconfundível, considerados pela crítica como ousados. “Não éramos pessoas que obedeciam. Burlávamos, pode-se dizer assim, as ordens da casa, da gravadora; rompíamos com situações que não nos convinham. Sempre acreditei naquilo que fiz e faço”, afirma Luiz. Ele conseguia, porém, manter a mesma irreverência do garoto do morro São Carlos, que tocava iê-iê-iê nos berços do samba carioca. A fama começa a se desenhar neste momento, quando grandes intérpretes escolhem suas canções. Em 1971, Gal Costa canta a antológica Peróla Negra, parte do álbum “Gal a Todo Vapor”, para muitos críticos, o mais importante da carreira da cantora baiana. Tamanho foi o sucesso que, em 1973, Luiz Melodia lançou disco próprio com o título da canção. Maria Bethânia também cantou Luiz Melodia, com Estácio, Holly Estácio. “Fico muito satisfeito por ter sido gravado por essas grandes intérpretes no começo da minha carreira”. A carreira dele se consolidou no álbum seguinte, “Maravilhas Contemporâneas”, em 1976, popularizado pela canção Mico de Circo. Já conhecido do público e tendo alcançado seu espaço no cenário da MPB, lança outros dois CDs no fim dos anos 1990. Nessas obras, mistura Bossa Nova, rock, samba, pop, funk, baião e jazz. É também um dos mais respeitados intérpretes, tendo gravado sambas de Cartola e Zé Kéti, por BOA VONTADE |

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Divulgação

Acervo Centro Cultural Cartola

Samba & História

“Quando resolvi cantar Cartola, escolhi Tive Sim por um motivo especial. Minha irmã se casou ao som dessa música belíssima! (...) Um compositor desse porte é impossível alguém não gostar. Quem não for fã do Cartola é maluco da cabeça ou doente do pé (risos).”

exemplo. “Quando resolvi cantar Cartola, escolhi Tive Sim por um motivo especial. Minha irmã se casou ao som dessa música belíssima! (...) Um compositor desse porte é impossível alguém não gostar. Quem não for fã do Cartola é maluco da cabeça ou doente do pé (risos)”. O artista justifica também a interpretação de uma música que o influenciou: 90

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“Lembro de, nos domingos de carnaval, quando a minha mãe, o meu pai ou minha tia me levava para os clubes nas matinês, o Jamelão era o que mais tocava, porque era um sucesso a canção Eu Agora Sou Feliz”. Também foram experimentadas por Melodia interpretações de artistas como Cazuza (Codinome Beija-flor), Dalva de Oliveira (Bandeira Branca) e Roberto Carlos (Negro Gato). Outras célebres composições suas são Magrelinha e Dores de Amores (sucessos na voz de Zezé Motta), Vale Quanto Pesa, Juventude Transviada, Presente Cotidiano e Farrapo Humano. A partir daí, iniciou um caminho de sucesso, inclusive fora do Brasil. Nas décadas seguintes, lança diversos álbuns e realiza shows internacionais. Em 1987, apresenta-se em Chateauvallon (França) e em Berna (Suíça), além de participar em 1992 do III Festival de Música de Folcalquier, também em solo francês.

Projetos recentes

Nos cinemas, Luiz Melodia estreou como ator em 2004, no longa Quase dois irmãos, de Lúcia Murat, voltando a atuar no ano seguinte, em Casa de areia, de Andrucha Waddington. Atualmente colabora com um documentário sobre sua vida. Na música, lançou o “Acústico — Ao Vivo” em 1999, passeando novamente por sua obra, agora através da espontaneidade de um disco gravado ao longo de sua turnê nacional, considerada sucesso de público e crítica. Para os que achavam que o artista tivesse abandonado com o tempo suas origens do samba, o CD “Luiz Melodia Convida”, de 2003, prova o contrário disso logo na primeira faixa do trabalho: O Sangue não Nega. Em resposta aos que, na mídia, disseram que ele não gostava mais de samba, diz que é “bamba, bamba” e que “em suas veias corre o sangue a batucar”. Colaboração: Natália Lombardi


Melhor Idade Câncer de próstata

Um mal silencioso Especialista alerta para a importância da prevenção do câncer de próstata Walter Periotto Daniel Trevisan

depois dos 50 anos, em homens sigla em inglês: Prostate Especific que não têm um risco aumentado Antigen, que é o Antígeno Especíde câncer de próstata. A partir fico da Próstata, uma substância dos 45 anos, nos indivíduos que que só está presente nos homens. possuem um irmão, pai ou outro Quando elevada, indica que alfamiliar próximo com histórico da guma coisa não está indo bem, não necessariamente a presença doença”, explica. Walter O médico destaca que esse de um câncer”. E completa: “Por Periotto tipo de câncer é o mais comum diversos estudos epidemiológicos, na população do sexo masculino: sabemos também que, em torno de s avanços da medicina, da “Existe uma estimativa de que 20% dos cânceres de próstata, é nutrição e da tecnologia, mais ou menos um em cada seis normal o nível de PSA, e o câncer associados à melhoria das homens desenvolverá o mal ao só é detectado com o toque retal. É condições de saneamen- longo da vida”. A taxa, relativa- necessário sempre associar esses to básico no País, têm ajudado mente alta, exige atenção: “É uma dois instrumentos”. O dr. Cristiano Gomes lembra os brasileiros a viver mais. A doença curável quando detectada questão agora passa pela melhor precocemente, mas que não costu- que nesse tipo de câncer, quando ma dar manifestações clí- ele está localizado, existe grande qualidade de vida da Ternicas nessa fase inicial”. chance de cura. “Com a cirurgia ceira Idade. Por isso, esta Na opinião do urologis- chamada prostatectomia radical, coluna selecionou trechos ta, está aí o motivo prin- em que a próstata inteira é remoimportantes da entreviscipal da necessidade de vida juntamente com as vesículas ta do urologista Crisconsultar um médico para seminais, retira-se assim todo tiano Mendes Gomes, do Núcleo Avançado de Cristiano Gomes fazer a prevenção: “Temos o tumor. Nesses pacientes com dois exames muito simples: câncer localizado somente na Urologia do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo/SP, o físico, que inclui o toque retal, e o próstata, as taxas de sucesso vaconcedida ao programa Vida Ple- exame de sangue para a dosagem riam entre 80% e 90%”, na, da Boa Vontade TV (canal 27 de um antígeno chamado PSA, da conclui. da SKY), sobre educação, diagnóstico e tratamento do câncer Cuide da alimentação — Estudos demonstram que de próstata. uma dieta balanceada pode ajudar a diminuir os casos Segundo o especialista, esse de câncer de próstata. Entre os hábitos saudáveis, deve-se evitar tipo de câncer é praticamente ineos alimentos ricos em gorduras, principalmente as saturadas. Outro fator que xistente na faixa etária até 40 anos, auxilia a proteger o organismo desse mal está no consumo do licopeno, subscontudo, cada vez mais freqüente tância antioxidante presente no tomate, nos molhos e em frutos vermelhos em com o avanço da idade. “O rasgeral, mas é fundamental que você procure um médico urologista. treamento é indicado geralmente Reprodução BVTV

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Responsabilidade Social Direitos às pessoas com deficiência

O direito

à inclusão Mario de Moraes

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IBC

necessários para desenvolver este cada ano, a entidade abre matrítema. Entre os que nos auxilia- culas para todos os segmentos ram, estão a professora Maria da ali oferecidos: estimulação preGlória de Souza Almeida, chefe coce, educação infantil, ensino fundamental, reabilitade gabinete, e o jornalista ção de jovens e adultos, Valente Neto, coordenagrupo da Terceira Idade dor de Comunicação e de surdos-cegos. TrabaMarketing do IBC. lham no IBC cerca de Fundada em 1854 com 200 funcionários, entre o nome de Imperial Instiservidores e pessoal tertuto dos Meninos Cegos, Maria da Glória Almeida ceirizado, contando com foi a primeira entidade da 85 professores. América Latina dedicada Vale dizer que 90% dos que à educação especial. Hoje, o IBC constitui-se num centro de exce- ingressam no IBC concluem o lência e referência nacional na ensino fundamental. “O deficiente visual é um ser como área, com atividades voloutro qualquer. A cetadas para o atendimento gueira ou a baixa visão das necessidades acadênão confere a ninguém micas, reabilitacionais, atitudes, qualidades ou médicas, profissionais, defeitos extraordinários. culturais, esportivas e de Assim, o deficiente visual lazer da pessoa cega ou Valente Neto comporta-se de acordo portadora de visão subcom seu histórico de normal. O Instituto atende atualmente vida, com a educação recebida, 250 cegos ou deficientes visuais, com o potencial intelectual que alguns deles inclusive com pou- tem, com as dificuldades internas cos meses de idade. No fim de que possui, como qualquer outro Eduardo Martins

P

ara que um cidadão seja considerado incluído na sociedade, é preciso que ele participe de todos os aspectos e dimensões da vida: o econômico, o cultural, o político, o religioso e o ambiental. No entanto, trata-se de uma realidade que não alcança a todos. Por isso, a BOA VONTADE faz um recorte no tema para defender a inclusão de pessoas com defi­ ciência, pontuando as dificuldades e os caminhos já encontrados para trazer vitórias e, ao mesmo tempo, ressaltando a figura de entidades que lutam para amenizar a situação, com um trabalho dos mais profícuos em favor da pessoa deficiente. Um desses órgãos é o Instituto Benjamin Constant (IBC), voltado para a educação de cegos e deficientes visuais, reintegrandoos à sociedade. Em setembro, o Instituto completará 154 anos de atua­ção. Graças à atenciosa colaboração da direção do IBC, nossa equipe pôde levantar dados

especial para a BOA VONTADE


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Ádria dos Santos, paraatleta que superou a dificuldade visual, ganhando muitas medalhas de ouro.

indivíduo”, esclarece a professora Maria da Glória. Graças a esse aprendizado, de 80% a 90% deles, depois que deixam o Instituto, conseguem adaptar-se à vida em sociedade. Indagamos se o IBC faz alguma campanha destinada a abolir o preconceito com os cegos, e Maria da Glória respondeu: “A própria presença do IBC na sociedade, mostrando suas ações e trajetória, serve de campanha positiva de esclarecimento do verdadeiro papel social de uma pessoa deficiente visual”.

Sistema braille

O alunato do IBC divide-se em educandos cegos e de baixa visão (visão residual). As crianças cegas alfabetizam-se pelo sistema braille, inventado em 1825, por Louis Braille, um jovem cego. O método foi aperfeiçoado, constituindo-se em importante conquista para a educação e a integração dos deficientes visuais na sociedade. As

Clodoaldo Silva, também conhecido como “Tubarão Paraolímpico”. Superou a paralisia cerebral, que o impedia de andar até os 7 anos, e sagrou-se como fenômeno da natação.

crianças de baixa visão estudam o sistema comum, utilizando-se de tipos ampliados ou de recursos ópticos. Em mais de um século e meio de existência, o IBC reuniu diversas figuras importantes na sua história, como Aires da Mata Machado (filólogo), Francisco Gurgulino de Souza (maestro e organista), Sidney de Souza (pianista e regente de canto coral), além de numerosos professores, juristas, especialistas no sistema braille (como Edison Ribeiro Lemos e Jonir Bechara Cerqueira) e muitos da nova geração, que se inseriram como advogados que militam na Advocacia Geral da União (AGU), Procuradoria da Fazenda, Defensoria Pública etc. No Instituto, o esporte é de alta qualidade. Vários alunos participaram das últimas Paraolimpíadas, e seis deles já estão convocados para os Jogos Olímpicos de Pequim, em agosto. Entre outros títulos, o IBC conquistou

o 1o lugar no Rio de Janeiro na Prova Nacional de Oftalmologia de 2007, exame realizado anualmente que concede o título de especialista aos médicos com graduação. O centro cirúrgico do Instituto Benjamin Constant é um dos mais completos e modernos do País, e nele as cirurgias são gratuitas. O setor possui quatro médicos espeBalé de Cegos Performance dos dançarinos do Grupo da Associação de Ballet e Artes para Cegos Fernanda Bianchini no palco do Fórum Jovem Militante da LBV, em 2007, ocorrido no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo/SP.

Daniel Trevisan

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BOA VONTADE |

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Fotos: IBC Nando Neves

Responsabilidade Social

INCLUSÃO A assistência aos beneficiados do IBC passa também pelo apoio a atividades diferenciadas, como acesso a cinema especial e qualificação profissional (à direita).

cialistas permanentes e inúmeros residentes.

Inserção no mercado de trabalho

Dados do último censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2000, apontam que 24,6 milhões de brasileiros apresentam algum tipo de deficiência (o que representa 14,5% da população). Do total dos que vivem no município de São Paulo, mais de 10% têm debilitações e, deste número, cerca de 6% são cegos. Mesmo com o esforço de entidades e a intenção do Poder Legislativo de reintegrá-los socialmente, a exemplo da Lei no 8.298 de 1993 que obriga as empresas com mais de 100 funcionários a contratar deficientes (conhecida como Lei de Cotas), há ainda muito a ser feito. O presidente da Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais (Avape), Marcos Antônio Gonçalves, põe em evidência a situa­ção dos que sofrem a exclusão: “A questão da sensibilidade não é só a de veículos de transporte. Mas 94

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é a escola. As escolas públicas e privadas, já do ensino fundamental, não são adaptadas”. O dirigente da Avape acrescenta que o preconceito, de um modo geral, existe e, nesse contexto, salienta: “Em relação às pessoas com deficiência é ainda pior, porque há uma analogia direta pela qual são consideradas doentes. Elas não o são. Todas as pessoas têm eficiências. Uma pessoa que não escuta só não escuta, mas faz tudo normal. A que não anda vai trabalhar sentada; grande parte da nossa vida trabalhamos sentados”. A Avape oferece hoje amplo atendimento: vai desde a prevenção, tratamento, reabilitação clínica e capacitação profissional até a colocação efetiva no mercado formal de trabalho, por meio de programas e projetos sociais. “A nossa entidade se preocupa em trabalhar a família também. Quando a pessoa tem três, quatro filhos, e um deles é deficiente, vai investir naqueles que são ‘normais’ e se esquece de valorizar aquele com deficiência, quer dizer, ele começa refém da própria família”, lamenta ele.

Apesar dessa realidade, também há avanço na mentalidade de empresários que, segundo o presidente da Avape, “estão procurando contratar pessoas com deficiência”. E conclui: “Muitas empresas descobriram que elas são extremamente eficientes”. João Preda

Fachada do Instituto Benjamin Constant, na Av. Pasteur, 350/368, Urca, Rio de Janeiro/RJ, tels.: (21) 3478-4400 e 3478-4442.

Tetraplégica desde os 17 anos, a mesatenista Carla Maia é a única paraatleta mulher do Brasil a participar da última edição dos Jogos Parapan-americanos do Rio nessa categoria. A brasiliense competiu na classe 3 (em que os atletas conseguem mover as mãos), embora sua classe seja de número 2 (em que não há movimento).


Mulher na ONU/EUA LBV leva sua mensagem para sessão do status da Mulher

A Mulher na visão da ONU

Adriana Rocha, Danilo Parmegiani e Silvia Fernanda Bovino De Nova York/EUA e São Paulo/SP

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU

L

ogo na abertura da 52ª sessão da Comissão sobre o Status da Mulher (CSW), o secretáriogeral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, deu o tom das discussões que direcionaram o encontro: “Há uma verdade universal, aplicável a todos os países, culturas e comunidades: a violência contra a mulher nunca é aceitável, perdoável ou tolerável”. Com essa idéia, sintetizou o espírito da campanha que acabara de lançar, no intento de pôr fim à violência contra as mulheres, ato este que o sul-coreano qualificou como flagelo. Isso porque uma em cada três mulheres no mundo

é submetida a maus-tratos, sexo forçado ou abusos ao longo de sua vida, conforme dados divulgados pelo secretário. A mobilização se estenderá até 2015 — mesmo ano estipulado para o cumprimento dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs) —, agindo em três frentes: a) promoção de iniciativas em âmbito global; b) priorização de programas a favor das mulheres dentro das Nações Unidas; e c) incentivo de colaborações com governos e entidades nacionais. A campanha visa mobilizar a opinião pública e os órgãos de decisão em plano mundial para assegurar a prevenção e a erradicação do problema. O tema foi realçado com o debate prioritário da sessão, ocorrido em fevereiro e março deste ano, na sede do organismo internacional, em Nova York. Nesse período, representantes dos países membros, de entidades da ONU e de organizações não-governamentais associadas ao Conselho Econômico e Social (Ecosoc) reuniram-se com o propósito de discutir, entre outros assuntos, o financiamento para a

Fotos: Adriana Rocha

igualdade de gêneros e o empoderamento das mulheres. A programação do encontro abrangeu diversos painéis interativos que enfocaram, além do tema central, as perspectivas dos gêneros às mudanças climáticas e a participação igualitária das mulheres na prevenção, gerenciamento e resolução de conflitos e na construção da paz no pós-conflito. Paralelo a essas discussões ocorreu um evento acerca do tema da próxima sessão (A divisão igualitária de responsabilidades entre mulheres e homens, incluindo cuidados no contexto do HIV/aids) com um workshop sobre indicadores da violência contra a Mulher.

Coração de ouro

A norte-americana Sharon Hamilton desenvolve um trabalho de voluntariado e responsabilidade social ao expandir os conceitos da música e da arte para o resgate de mulheres e crianças. Representando no evento o Project Harmony & World Peace (Projeto Harmonia e Paz mundial), ressaltou à BOA VONTADE que sua experiência de viajar pelo mundo a fez ver que elas precisam de voz: “Onde há BOA VONTADE |

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Mulher na ONU/EUA

LBV é reeleita vice-presidente do Comitê de Espiritualidade, Valores e Interesses Globais, das Nações Unidas Na última semana de maio, a Legião da Boa Vontade foi reeleita vice-presidente do Comitê de Espiritualidade, Valores e Interesses Globais, das Nações Unidas, por mais dois anos. A escolha ocorreu durante encontro desse comitê, na sede das Nações Unidas, em Nova York. Na ocasião, a LBV palestrou a autoridades presentes. Foi a primeira vez no comitê que um membro do próprio corpo executivo realizou uma palestra. A participação da LBV durou uma hora e abordou vários tópicos da revista Globalização do Amor Fraterno (disponível em alemão, espanhol, esperanto, francês, inglês, italiano e português). O conselheiro para as Américas do Congresso Mundial Islâmico, Malik Sardar Khan, destacou em seu discurso a mensagem da Instituição. “Esta mensagem da LBV tem de ir para o mundo inteiro! Faço esse trabalho de disseminar abordagens sociais com espiritualidade desse nível para contatos em vários países. Repassarei a mensagem da LBV de modo eletrônico*”, disse com entusiasmo. Outra importante manifestação foi a do rabino Roger Ross, que comentou: “A mensagem da LBV não poderia ser mais perfeita, porque é dita com Amor”. O convite para a palestra surgiu dos resultados alcançados pelo II Fórum– Feira de Inovações Rede Sociedade Solidária, promovido pela LBV, no mês de março (leia reportagem sobre o assunto na página 62). Vale ressaltar ainda que a LBV se associou, em 1994, ao Departamento de Informação Pública (DPI) e foi a primeira organização do Terceiro Setor brasileira a conquistar, em 1999, o status consultivo geral no Ecosoc. No Comitê de Espiritualidade, Valores e Interesses Globais, é vice-presidente desde 2006. * Tenha em mãos seu exemplar da revista Globalização do Amor Fraterno, ligando para o telefone 0800 77 07 940, ou acesse o portal www.boavontade.com.

Reconhecimento das Nações Unidas

No último dia 4 de junho, ao ser analisado o relatório quatrienal da LBV no Conselho Econômico e Social (Ecosoc), as delegações governamentais dos países membros da ONU o aprovaram com distinção.

uma mulher, geralmente há uma criança. A maioria delas está sofrendo porque não estão recebendo o devido cuidado. Se não há boas condições, a família inteira é prejudicada”. Ela enalteceu a participação da LBV na conferência da ONU dizendo que o amor está presente nas 96

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ações desta Instituição. “Eu sei que há um grande coração na Legião da Boa Vontade, um coração de ouro. Como a LBV está focada em Deus, e não restrita a apenas uma crença, ela abraça a todos. (...) Deus é o que cura, o que transforma, o que faz a diferença. E no final, é o que prevalece. Se a mulher sabe que

tem esse tipo de amor, então pode se encontrar e voltar a ser quem realmente é e superar qualquer situação, sentindo-se completa, única e ligada a seu Criador”.

Mensagem de destaque

A LBV, conforme destaca a sra. Hamilton, levou aos presentes a fraterna tese de proteção dos direitos humanos e espirituais por meio da segunda edição da revista Globalização do Amor Fraterno. A publicação tem chamado a atenção de expressões nacionais e internacionais por seu conteúdo, que traz recomendações de boas práticas e Oito Objetivos do Milênio — Responsabilidade de todos os de bom senso, de autoria do jornalista, radialista e escritor Paiva Netto, diretor-presidente da Instituição, com uma abordagem de cidadania ecumênica. Com status consultivo geral no Ecosoc desde 1999, a Legião da Boa Vontade participou desta 52a sessão divulgando, mais uma vez, suas experiências. As ações empreendidas valorizam as mulheres e as meninas, oferecendo-lhes suporte psicológico, jurídico, alimentar e social, e ainda contribuem para a harmonia familiar ao transmitir-lhes valores universais e ao conscientizar os atendidos da importância de vivenciá-los. Durante o painel da dra. Monica Sharma, diretora de Liderança, Capacitação e Desenvolvimento nas Nações Unidas, a LBV pôde Monica Sharma mostrar o que faz principalmente no campo da Espiritualidade Ecu-


mênica. Foi, então, convidada a expor essa atuação a membros das “Eu sei que há um grande coração na Legião delegações árabes, muitos deles da Boa Vontade, um coração de ouro. Como atuantes na luta pela Paz em terrea LBV está focada em Deus, e não restrita a nos hostis e de conflitos religiosos. Esse trabalho também foi destacado apenas uma crença, ela abraça a todos.” pela diretora-executiva da OrgaSharon Hamilton nização de Mulheres pelo Meio Representante do Project Harmony & World Peace. Ambiente e Desenvolvimento, June Zeitlin. Atuando na ocasião como mediadora das discussões por completo, que a sra. Aparna distingue, os valores mais elevados entre as ONGs, ela solicitou à LBV Mehrotra, personalidade de desta- do Amor e da compaixão. Então, que nos assuntos relacio- uma atividade como essa, que se que redigisse um texto com nados ao gênero feminino dedique ao aumento da quantidade recomendações para ser renas Nações Unidas, consi- de amor e compaixão em todos os gistrado como contribuição derou: “Existe uma razão aspectos das nossas vidas e para da sociedade civil. para sermos denominados todas as pessoas, pode melhorar Foi reparando no zelo Seres Humanos, não seres as circunstâncias em que nós e as que a Legião da Boa VonAparna Mehrotra gerentes, seres mães ou se- nossas crianças vivemos nas nossas tade mantém ao cuidar da criatura humana, respeitando-a res pais. É a Humanidade o que nos vidas”.


Opinião — Mídia alternativa As datas dedicadas aos profissionais de comunicação

Dias da Imprensa já foram muitos...

Carlos Arthur Pitombeira

Felipe Freitas

especial para a BOA VONTADE

Carlos Arthur Pitombeira, jornalista e conselheiro da ABI.

O

Dia da Imprensa é 1o de junho desde 1999, por força da Lei 9.831, de 13 de setembro daquele ano, sancionada pelo presidente da República. A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto em homenagem à data do lançamento, em Londres (Inglaterra), do Correio Braziliense, em 1808, publicado pelo jornalista Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça e considerado o primeiro jornal genuinamente brasileiro, embora impresso fora do País. Mas já foram muitas as datas consagradas à imprensa brasileira, datas, aliás, que ainda continuam confundindo muita gente: 1o de junho e 10 de setembro. Na defesa de cada uma delas sempre houve fortes argumentos. 98

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Na verdade, não se limita a esses dois dias a lembrança sobre a Imprensa e as diversas categorias que ajudam a compor o seu quadro de profissionais. O 16 de fevereiro, por exemplo, é reconhecido como Dia do Repórter; em 7 de abril comemora-se o Dia do Jornalista, do Revisor e do Diagramador; o 10 de junho é consagrado ao Dia Internacional da Imprensa; Dia da Mídia é 21 de junho; em 14 de julho comemora-se o Dia da Liberdade de Pensamento. O repórter fotográfico também tem o seu dia: 2 de setembro. Finalmente, em 15 de novembro celebra-se o Dia do Jornalismo. A fixação por decreto presidencial do dia 1o de junho como o Dia da Imprensa (data nacional) é o resultado de uma luta de historiadores que se efetivou em 1997, a partir de quando o deputado Nelson Marchesan tentou aprovar o projeto de sua autoria, apoiado pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI), que consagrou a postulação que a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) já defendia havia muito tempo.

Foi essa co-irmã gaúcha, com o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, que lançou, em 1o de julho de 1996, um manifesto à nação pela mudança da data comemorativa ao Dia da Imprensa. O documento era incisivo: “Hipólito é reconhecido nacionalmente por patrono da imprensa brasileira, por ser o introdutor do jornalismo gráfico para terras onde a tipografia era proibida”.

Confusas também são as organizações jornalísticas

Se tomarmos por base a confusão de datas no que se refere ao Dia da Imprensa, a organização jornalística do Brasil também nada fica a dever à sua complexidade. Além da centenária ABI, a mais antiga, temos a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a Associação Nacional dos Jornais (ANJ), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), a Federação Nacional de Associações de Imprensa, a Federação Nacional dos Radialistas, a Ordem dos Jornalistas do Brasil e a Academia Brasileira de


Jornalismo, todas instituições de caráter nacional. Nos Estados existem ainda os Sindicatos dos Jornalistas e Radialistas e as Associações de Imprensa. Além do Sindicato dos Proprietários de Jornais, temos ainda o Sindicato de Diplomados em Jornalismo, Associações de Repórteres Fotográficos, Associações de Cronistas Esportivos, Associações de Professores de Comunicação e os Diretórios Acadêmicos de Estudantes de Jornalismo. Não se conhece com precisão o universo de pessoas envolvidas com a comunicação social no Brasil, incluindo-se não somente os profissionais que atuam nos jornais, rádios e televisões, mas também no mercado publicitário e no serviço público. Estima-se, entretanto, que esse número ultrapasse 60 mil pessoas. Todas estão sujeitas a uma legislação especial: Lei de Imprensa, a profissão em nível universitário e a obrigatoriedade do registro profissional. A mesma imprecisão quanto às datas e às organizações jornalísticas ocorre toda vez que se pretende levantar um quadro dos veículos de divulgação, entre jornais diários, mensais e semanais, dos órgãos dos executivos, legislativos e judiciários, afora os boletins informativos, revistas, noticiários de emissoras de rádio e televisão e programas cinematográficos. Os últimos dados apontavam o Brasil como o sexto país em número de jornais diários, com cerca de 450 títulos, e registrando circulação média de 7,2 milhões de exemplares/dia, uma posição extre-

Ranking de circulação de jornais diários 1 o

Noruega

2 o

Japão

3

Estados Unidos

4

Índia

5 o

Alemanha

6 o

Brasil

o o

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Opinião — Mídia alternativa

mamente desconfortável diante da circulação de periódicos no mundo. Só no Japão, até 2006, eram 72,7 milhões de exemplares vendidos diariamente, perdendo apenas para a Noruega, que conseguia vender 598 jornais para cada grupo de 1.000 pessoas. Em terceiro lugar vinham os Estados Unidos da América, vendendo por dia cerca de 60 milhões de exemplares, seguidos da Índia e da Alemanha. É claro que muitos fatores econômicos, culturais e educacionais são determinantes para a nossa realidade: somente em cerca de mil de nossos mais de 5.700 municípios são editados jornais. Enquanto isso, no Japão, um único jornal com circulação diária de 10 milhões de exemplares, o Yomiuri Shimbun, é

“Não se conhece com precisão o universo de pessoas envolvidas com a comunicação social no Brasil, incluindo-se não somente os profissionais que atuam nos jornais, rádios e televisões, mas também no mercado publicitário e no serviço público. Estima-se, entretanto, que esse número ultrapasse 60 mil pessoas.” lido por quase 25% das residências do país. Lá, como nos EUA e na Europa, discutem-se muito os rumos da mídia, diferentemente daqui. Lá, observam-se alguns mandamentos

na relação do veículo com seus leitores, como, por exemplo: 1– a primeira obrigação do jornalismo é com a verdade; 2– sua primeira lealdade é para com os cidadãos; 3– a essência do jornalismo está na disciplina da verificação; 4– seus praticantes devem manter independência daqueles a quem cobrem; 5– o jornalismo deve ser um monitor independente do poder; 6– jornalismo deve abrir espaço para a crítica e o compromisso público; 7– deve empenhar-se para apresentar o que é significativo de forma interessante e relevante; 8– o jornalismo deve apresentar as notícias de forma compreensível e proporcional; e 9– os jornalistas devem ser livres para trabalhar de acordo com sua consciência.


Acontece no Rio

RI O

J A N E IR O / RJ

Crianças da LBV encantam dr. Richard Jordan

m dia antes da realização do II Fórum-Feira de Inovações Rede Sociedade Solidária, da LBV, no Rio de Janeiro/RJ (leia reportagem completa na página 62), o dr. Richard Jordan, que presidiu a 60a Conferência Anual de Organizações Não-Governamentais do DPI, da ONU, visitou a escola da Legião da Boa Vontade na cidade. Depois de agradecer a carinhosa recepção dos alunos e de percorrer os diversos ambientes do local, declarou: “A importância da Espiritualidade, com a qual a LBV trabalha seus programas socioeducacionais, reflete-se nesta unidade. A Solidariedade e o Amor com que fui recebido estão no olhar e no sorriso de cada criança. Isso diz tudo, nem preciso conhecer o restante para entender a beleza e a profundidade da obra da LBV. As instalações são muito boas e eu sei quão pesado deve ser mantê-las. Parabéns ao Paiva Netto pela estrutura de tamanha qualidade

Rick Abreu

U

D E

para atender as populações carentes do Rio. Se eu morasse aqui, certamente seria voluntário da Legião da Boa Vontade todos os dias”. O homenageado agradeceu, ainda, os cartões artesanais feitos pela garotada: “Sinto-me muito feliz em receber todos esses desenhos, lembranças das crianças da LBV. Vou levá-las para as Nações Unidas, em Nova York, mostrálas aos meus amigos e publicá-las em um website, para que muitas outras pessoas recebam essa informação”.

“Meu Deus, por mais que se ouça falar da LBV, nada como conhecê-la pessoalmente, estar junto dessas crianças. Todas as coisas que nós, das Nações Unidas, tentamos fazer pelo mundo afora é demonstrado por esta Instituição. As crianças da LBV deveriam ser os diplomatas da ONU.” Dr. Richard Jordan,

que presidiu a 60a Conferência Anual de Organizações Não-Governamentais do DPI, da ONU. BOA VONTADE |

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Fotojornalismo Gervásio Baptista

Lentes da História Gervásio Baptista, decano do fotojornalismo brasileiro, e as imagens que registrou nas últimas cinco décadas Enaildo Viana

A

João

a

Pred

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exposição “Gervásio Baptista: 50 anos de Fotografia”, realizada em abril no Supremo Tribunal Federal (STF), vem selar as comemorações de meio século de trabalho deste decano do fotojornalismo e, merecidamente, reconhecer, com uma mostra de 45 fotos, o farto material produzido por Gervásio Baptista ao longo de décadas. O amor pela fotografia surgiu muito antes da profissionalização. Aos 9 anos de idade, já se interessava pelo assunto e, logo aos 12, foi indicado por um cliente do laboratório fotográfico em que trabalhava para uma vaga no jornal O Estado da Bahia. De lá, passou pelas revistas O Cruzeiro, dos Diários Associados, e Manchete, na qual trabalhou durante boa parte da carreira. Pelas lentes de uma Rolleiflex fez a cobertura da Guerra do Vietnã e das revoluções Cubana e dos Cravos, esta em Portugal, além dos principais fatos da política brasileira e de todos os presidentes brasileiros desde Getúlio Vargas, tendo sido amigo de alguns deles, como João Goulart, Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves. Algumas dessas imagens se tornaram bem conhecidas, por terem sido publicadas diversas vezes, como uma de Tancredo: “A última


Fotos: Arquivo pessoal do Gervásio Baptista

2

1

JK

Em 21 de abril de 1960, dia da inauguração de Brasília, Gervásio conseguiu uma foto única do presidente Juscelino Kubitschek acenando com a cartola na frente do Congresso Nacional. Resultado: outra capa de edição especial da revista Manchete.

foto dele com vida [no Hospital de Base] fui eu que tirei”. Gervásio Baptista, no auge de seus 84 anos, é o que se pode chamar de lenda do fotojornalismo, todavia, ainda na ativa. Hoje, longe de pensar na aposentadoria, manuseia uma moderna teleobjetiva digital e faz plantão no STF e na Agência Brasil, onde atua nas sessões plenárias e visitas oficiais. BOA VONTADE — O senhor nasceu na Bahia, morou na capital fluminense e, depois, mudou-se para Brasília... Gervásio Baptista — Sou soteropolitano, nasci em Salvador, onde nasceu o Brasil. Vim para Brasília

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Brasília hoje (fotos 1, 2 e 3) e na década de 1960 (fotos 4 e 5), clicadas pelas lentes de Gervásio.

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em 1985, mas sempre morei no Rio de Janeiro; foi lá que aprendi a minha profissão. Você já imaginou a minha alegria de ter uma exposição no STF? Estou na história do País, não há melhor presente que esse. BV — Como veio a primeira grande oportunidade profissional? Gervásio — Comecei fazendo uma foto do dr. Assis Chateaubriand na Bahia. Ele tinha ido para Salvador receber a comenda de Vaqueiro do Nordeste, e eu estava ainda engatinhando na profissão, tinha um professor que me ensinava fotografia e adoeceu. O diretor do jornal O Estado da Bahia, Odorico Tavares, que era pernambucano e

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bom amigo, disse: — Gervásio, você terá de ir a Feira de Santana, porque o mestre José Brito, que trabalha com você, está doente e não tenho fotógrafo para acompanhar o presidente da empresa. Você garante? Respondi: — Eu vou e faço. Cheguei a Feira de Santana e, de repente, chega um cidadão com o cavalo selado e pára na porta do hotel. Apareceram quatro cidadãos fortes, e dr. Assis desceu a escada; pegaram-no e o puseram em cima do cavalo e ele perguntou: — Menino, que fotografias são essas? Disse que era do jornal dele. — Você quer me desmoralizar, vou receber a comenda e você tira uma foto com quatro sujeitos me colocando em BOA VONTADE |

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cima do cavalo!? Disse que a foto era aquela mesma e que poderia pegar no jornal, ele achou aquilo um rasgo meu para o futuro. No outro dia, o dr. Assis foi buscar e comentou com o Odorico que eu tinha faro de jornalista e mandaria me buscar para trabalhar em O Cruzeiro. Passou um tempo e chegou a Ellen Gracie, ministra do STF. passagem para o Rio de Janeiro, e fui. Levei meses esperando um re- nageia no STF possui imagens pórter para fazer dupla comigo, na- históricas. quela época se trabalhava Gervásio — Esta é com duplas, e não apareceu minha primeira exposição; ninguém. Um dos colegas ela faz parte dos festejos me chamou para almoçar dos 200 anos do Supremo na Bloch Gráfica; a revista Tribunal Federal, com a Manchete ia ser lançada. benevolência dos minisLá conheci o jornalista Cezar Peluso tros Ellen Gracie (então Hélio Fernandes, hoje Presidente do STF) e Cedono da Tribuna da Imprensa, que zar Peluso [do Tribunal Superior me perguntou quanto ganhava. Fa- Eleitoral]. Fiz quase tudo na vida; lei que era 25 mil-réis por fotografei todos os presemana, ele disse que me sidentes do meu país, de pagava 30 mil e, na hora, Getúlio para cá, inclusive aceitei e fui para a Mano presidente da LBV, Paiva chete, onde acompanhei a Netto, meu velho amigo, vida da revista ao lado do que retratei também sendo Adolfo Bloch Adolfo Bloch. cumprimentado por um ex-presidente da RepúbliBV — A exposição que o home- ca, e continuarei retratando, se Deus

Em São Borja/RS, o veterano fotógrafo registrou o último adeus a Getúlio Vargas, em 26 de agosto de 1954. Na imagem, a ênfase para o discurso de Oswaldo Aranha. Ao centro, João Goulart e, à direita, Tancredo Neves. À época, a aviação comercial era incipiente, e voltar do Rio Grande Sul levaria alguns dias. Para vencer essa barreira, Gervásio escondeu-se no banheiro do avião da Presidência que retornava ao Rio de Janeiro/RJ. Chegando à capital fluminense, foi descoberto pelo então chefe da Casa Militar, coronel Caiado de Castro, que lhe deu voz de prisão. O fotógrafo, no entanto, conseguiu fugir ainda na pista do aeroporto, pegou um táxi e chegou à redação da Manchete, para surpresa de Adolfo Bloch, que a princípio achou até que ele desistira de cobrir o enterro. As fotos de Gervásio Baptista compuseram a edição especial da revista, que se esgotou. 104

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Fotos: Arquivo pessoal do Gervásio Baptista

O adeus a Getúlio

Arquivo BV

Divulgação

Divulgação

Arquivo pessoal

Fotojornalismo

Gervásio Baptista e a artista plástica Tininha, curadora da exposição em homenagem ao fotógrafo no STF.

Pelas lentes de uma Rolleiflex fez a cobertura da Guerra do Vietnã


A jornalista, apresentadora de TV e servidora pública Neuza Orlando faleceu em Brasília/DF, em 18 de maio. Paulistana, mudou-se para o Distrito Federal em 1960, quando a capital do Brasil ainda estava se estruturando. Trabalhou com senadores, inclusive atuando como chefe de gabinete, função na qual se aposentou. Foi apresentadora de televisão, na TV Brasília, canal 6. Por último, com a amiga e também jornalista Consuêlo Badra, lançou a revista Foco, em que exercia o cargo

quiser. Cobri, durante 16 anos, o concurso de Miss Brasil e Miss Universo, fotografei sete Copas do Mundo; fiz várias intervenções políticas nos países vizinhos, retratei a revolução de Cuba, com o Fidel Castro, o Che Guevara, além de fotografar a Rainha Elizabeth, Charles de Gaulle... Fui amigo da esposa do [John] Kennedy, Jacqueline, que me ajudou muito quando retornei do Vietnã. BV — Nesse universo, qual a foto que mais o alegrou? Gervásio — As alegrias renovavam-se anualmente, porque fotografava a coisa mais sublime que o mundo tem: as mulheres. Mas houve um episódio no concurso de Miss Bahia, em que fui chamado para ser jurado e lá apareceram três moças, cada uma mais bonita e apresentável possível. Lembro bem que o prefeito de Salvador era o Antonio Carlos Magalhães e, em um intervalo do

Arquivo pessoal

Homenagem à saudosa jornalista Neuza Orlando

de vice-presidente. Amiga de longa data da LBV e do seu diretor-presidente, era

concurso, ele disse: — Gervásio, como está aí? E respondi: — Há três moças, mas tem uma que, se elegermos, será Miss Brasil e, nos Estados Unidos, será Miss Universo: a Marta Vasconcelos. Ele me deu um beliscão e perguntou se estava louco, falando uma coisa dessas. Disse que sentia que a moça tinha qualidade para tanto. E realmente: no Rio de Janeiro, foi Miss Brasil e, em Miami, nos EUA, chegou em primeiro lugar no Miss Universo. Disseram que eu tinha uma bola de cristal. BV — Agradecemos a entrevista e a boa acolhida à nossa equipe... Gervásio — Acompanho a Legião da Boa Vontade há muitos anos, espero que o nosso Paiva Netto continue sua caminhada, com o Povo brasileiro cooperando para a LBV. Parabéns pelo Templo de Paz*, do Amor e da harmonia. Deus abençoe a todos nós, ao Paiva Netto e a equipe toda.

freqüentadora assídua do Templo da Boa Vontade, no Distrito Federal, tanto que fez questão de publicar a foto do TBV na capa da edição de lançamento da Foco, em 1996: “Consuêlo e eu escolhemos figurar o Templo da LBV na capa para trazer toda sorte e vida longa para a nossa revista nascente”. Onde estiver o Espírito eterno da querida Neuza receba as melhores vibrações de Paz e Amor da LBV e de Paiva Netto, extensivas também aos familiares e amigos.

Do amigo Paiva Netto Durante a exposição “Gervásio Baptista: 50 anos de Fotografia”, figuras destacadas da sociedade se manifestaram acerca de seu trabalho, a exemplo do diretorpresidente da LBV: “Num momento de descontração, há mais de trinta anos, falei ao meu velho amigo Gervásio Baptista: Gervásio, Você é uma figura tão influente neste País e faz tamanha parte de nossa história, que, quando Pedro Álvares Cabral desembarcou por estas bandas, já se encontrava na praia para fotografá-lo. “Saudações, estimado companheiro, pelos seus mais de 50 anos de fotojornalismo!” Ao ler a frase, Gervásio simpaticamente afirmou: “Coloque o texto do Paiva Netto aqui, bem na entrada. Ele merece o melhor lugar desta exposição”.

* Refere-se ao Templo da Boa Vontade, uma das Sete Maravilhas de Brasília/DF, localizado no SGAS 915, Lotes 75/76, tel.: (61) 3245-1070. A Pirâmide da Paz, que recebe a visita de mais de um milhão de peregrinos por ano, é o monumento mais visitado da capital do Brasil, de acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Distrito Federal (SDET). BOA VONTADE |

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Vitor Adriano Pereira Alves Ferreira, 7 anos, São Paulo/SP.

Ariella Augusta Figueiredo Rodrigues, 9 meses, e Gustavo Henrique Figueiredo Rodrigues, 11 anos, Campinhas/SP.

Arthur Felipe Gomes Luz, 3 meses, São Paulo/SP.

Ana Beatriz Eloá Adão Neves, com os pais Adriana dos Santos Adão Neves e Nilson Silva das Neves, Rio de Janeiro/RJ.

Nathália Diniz da Silva, 11 anos, Guarulhos/SP.

Tamires Luíza Júnior Silva, 5 anos, Rio de Janeiro/RJ.

Carolina Teixeira, 3 anos, Buenos Aires/Argentina.

Soldadinhos de Deus da cidade de Itobi/SP , felizes com o livro O Nascimento de Jesus da Coleção Ecumênica — A vida de Jesus. Adqui ra pelo Clube Cultura de Paz: 0800 77 07 940.

Sofia Freitas Brandão, 3 meses, Gravataí/RS.

Áthina Luiza Carvalho Moreira, 5 meses, e Adhara Beatriz Carvalho Moreira, 4 anos, Brasília/DF.

Soldadinhos de Deus de Uberaba/MG.

Desenhos feitos por Joice Vaz de Oliveira, 11 anos, Uberaba/MG.

Preocupação com o meio ambiente

Alguns Soldadinhos de Deus escrevem à nossa redação para dizer o que aprenderam nas Aulas de Moral Ecumênica. Um assunto sempre estudado entre eles é: “Minha casa é o Planeta Terra”, que foi tema do 5° Fórum Internacional dos Soldadinhos de Deus, da LBV, no Terceiro Milênio. É importante cuidarmos da Natureza porque ela é vida. Como diz nosso Irmão Paiva Netto: “A destruição da Natureza é a extinção da Raça Humana”. Para isso é necessário que cada um faça a sua parte, como faço a minha não poluindo e cuidando das plantas para que nunca morram. Vamos cuidar da Natureza. Não matar e sim cuidar! Ela é a nossa mãe e o Planeta Terra, a nossa casa.

Jesus disse que o Ser Humano tem de ser como as crianças: simples, puros e sem ganância. Se fossem assim, não destruiriam o Planeta Terra, que é a nossa casa. Por exemplo: a criança não joga lixo no rio porque ela sabe que, se fizer isto, o mundo vai ficar poluído ainda mais e aí a Humanidade pode morrer.

Letícia de Paula da Silva, 8 anos, Campo Grande/MS.

Luíza de Souza Feu, 9 anos, Brasília/DF.

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(Evangelho do Cristo Ecumênico, segundo Mateus, 5:1 a 12, da magnífica forma com que Alziro Zarur a proferia)

“Jesus, vendo a multidão, subiu ao monte. Sentando-se, aproximaram-se Dele os Seus discípulos e Jesus ensinava, dizendo”: Bem-aventurados os humildes, porque deles é o Reino do Céu. Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados pelo próprio Deus. Bem-aventurados os pacientes, porque eles herdarão a Terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de Justiça, porque eles terão o amparo da Justiça Divina. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão Deus face a face. Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da Verdade, porque deles é o Reino do Céu. Bem-aventurados sois vós, quando vos perseguem, quando vos injuriam e, mentindo, fazem todo mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão no Céu. Porque assim foram perseguidos os Profetas que vieram antes de vós.

BOA VONTADE |

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Ação Jovem LBV Fórum Internacional discute meio ambiente pelo prisma da Espiritualidade Ecumênica

Qual

o futuro do Planeta? O

do ano passado, discute-se com profundidade o tema “Amar a Terra é proteger o futuro!”, levado pela mocidade da LBV aos mais variados segmentos da sociedade brasileira e mundial e cujo ponto alto, em 28/6/2008, foi a realiza-

ção do 33º Fórum Internacional do Jovem Militante da Boa Vontade de Deus, comandado pelo diretorpresidente da Instituição, José de Paiva Netto. De seu gabinete de trabalho, o grande incentivador dessa nova

João Periotto

s jovens militantes da Legião da Boa Vontade mantêm um fórum permanente de debates e ações sempre com assuntos voltados ao progresso do Ser Humano e de seu Espírito eterno. Desde junho

Da Redação

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Leontina Maciel

Rio de janeiro/RJ

Arquivo BV

Rick de Abreu

Argentina

Arquivo BV

Ricardo Ribeiro

Portugal

Bettina Lopez

geração militante dirigiu o encontro, transmitido para todo o Brasil e o mundo pela Boa Vontade TV (canal 27 da SKY), pela NET e outras operadoras de TV a cabo, além das emissoras de rádio que compõem a Super Rede Boa Vontade de Comunicação e pela internet (www.boavontade.com). O evento antecedeu o aniversário de 52 anos de trabalho de Paiva Netto na LBV (comemorado em 29 de junho). A celebração se deu da maneira pela qual o dirigente da Organização caracteriza a própria existência, na seriedade com que procura exercer sua cidadania, ou seja, fomentando a Paz, a Espiritualidade Ecumênica, e realizando obras que melhoram a qualidade de vida das pessoas. Com esse espírito, saudou os participantes do megaevento, apresentando, ao mesmo tempo, novas iniciativas que servem a comunidade.

São Paulo/SP

Arquivo BV

EUA

Paulo Beck

João Periotto

Salvador/BA

uruguai

Arapongas/PR


Ação Jovem LBV

O líder da LBV anunciou o novo aumento de potência dos transmissores da Super Rádio Brasil, emissora da Boa Vontade no Rio de Janeiro, agora com 100 mil watts. Fez especialmente para Portugal, que acompanhava o fórum por videoconferência, o lançamento do livro Reflexões da Alma e entregou aos seus leitores no Brasil e no exterior a revista Em Pauta, coletânea de artigos, de sua autoria, publicados no jornal O Sul, no ano de 2007. Além de inaugurar as novas instalaJovens da Melhor Idade lêem atentas a revista Em Pauta, coletânea de artigos que o escritor Paiva Netto publicou no periódico gaúcho O Sul, no ano de 2007. 110

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Fotos: Vivian Ribeiro

Autor com mais de 3,2 milhões de livros vendidos, Paiva Netto tem seu best-seller Reflexões da Alma lançado em Portugal, pela Editora Pergaminho.

ções da Igreja Ecumênica da Religião de Deus, a Religião do Amor Universal, em Salvador/BA. No discurso, Paiva Netto exortou os jovens e demais militantes a vencer as dificuldades que invariavelmente surgem no caminho das pessoas: “Quando estamos com Deus, mas se verdadeiramente estamos com Deus, até o infortúnio é o melhor momento para criar”. Firmando suas palavras em passagens bíblicas dos Atos dos Apóstolos (capítulo primeiro) e do Evangelho de Jesus, segundo Mateus (cap. 24), fez uma analogia com os tempos atuais. Para ele, é necessário que cresça a consciência de que os povos são parte integrante da grande Família Humanidade, a fim de superar graves problemas como a falta de alimentos, a violência, o aquecimento global e as conseqüências das drásticas mudanças climáticas. Em muitas cidades brasileiras e

no exterior, milhares e milhares de jovens reuniram-se para acompanhar juntos a transmissão da palavra do dirigente da LBV, respondendo de forma entusiástica àquela pregação firme e decidida, da qual se destacam estes trechos:

O valor da Família e a Grande Tribulação

“(...) O texto inicial dos Atos dos Apóstolos de Jesus, segundo Lucas, é uma das passagens mais emocionantes da Bíblia Sagrada. O Sublime Amigo fortalece as famílias em vários versículos. Inclusive, antes de ascender aos Céus, na Santa Ceia, ensina-lhes o roteiro da felicidade e da resistência em Deus. E exemplificou: antes da crucificação, cônscio do que ocorreria com Ele, canta hinos de louvor ao Pai com Seus Apóstolos (Evangelho, segundo Mateus, 26:30). É nesses instantes que Você demonstra a sua fortaleza. Na dor é que o poder de Deus se estabelece em nós como amparo, conforto e incentivo diante do impasse a ser suplantado.


Reprodução da coluna de Gilberto Amaral, na qual o jornalista presta homenagem ao diretor-presidente da LBV, pelos seus 52 anos de trabalho na Instituição.

“Mas não significa que tenhamos de sofrer para que o Criador se aproxime. Os bons pais amam seus filhos. Eles comparecem, dão apoio e, unidos, alcançam, com eles, a vitória. Jesus disse que não veio para os sãos e sim para os enfermos. É nessa hora que o amigo se apresenta. E não há maior Amigo do que o Cristo Ecumênico. Ele fez da dor a libertação da Alma.

Humanidade mais humana

“(...) A Humanidade precisa ser mais humana consigo própria. Deixar de ser predadora. Aliás, o Ser Humano é considerado o maior deles. Geralmente, o animal mata para alimentar-se. Há exceções. Entre os Seres Humanos parece até um esporte. Ora, um dia isso terá de ter fim. É como um tumor que vai enchendo de pus o braço

“Quando estamos com Deus, mas se verdadeiramente estamos com Ele, até o infortúnio se torna o melhor momento para criar. Portanto, não tema qualquer dificuldade. Deus é maior!” Paiva Netto

De Portugal: sucesso é sinónimo de Legião da Boa Vontade

Arquivo pessoal

Sucesso é sinónimo de Legião da Boa Vontade, insti- que nos traz Paz e ilumina diariamente, pois é trabalho de tuição que enfrenta e diminui dificuldades e nunca desiste, Deus e para Deus. Em nome de todos os Legionários de Portugal, encamipois, como o Irmão Paiva afirma: “Para quem está com Deus, nho os nossos parabéns pelas acções implemenobstáculos são estímulos”. Assim tem sido ao lontadas e realizadas diariamente pelo nosso querido go destes 58 anos de existência. Primeiro com a Presidente (...). Não há obstáculos intransponíveis, liderança do nosso Irmão Alziro Zarur (1914-1979), como podemos comprovar pela longa distância seguida pela do Irmão José de Paiva Netto que, que se interpõe entre nós, pelo longo Atlântico que há 52 anos, trabalha e ama esta grande Casa cujo impulsionou os portugueses a aventurarem-se, nome é Legião da Boa Vontade. As vitórias obtidas, sob a liderança dele, têm Eduarda Pereira desde o século 15, rumo ao desconhecido. Na LBV os desafios são para ser vividos semtrazido conforto, alegria e Amor a todos os corações, em especial aos Legionários desta amada Instituição, no pre com confiança em Deus, que nos ilumina e fortifica dia a Brasil e no exterior, onde hoje são desenvolvidas acções de dia, e assim é com o Amor que temos ao Irmão Paiva. Estapromoção humana e espiritual que visam à evolução do nos- mos longe, mas nossos pensamentos, corações e orações estão sempre com ele. Obrigada, Irmão Paiva! so conhecimento e à compreensão da nossa existência. Eduarda Alexandra Pereira Em Portugal tivemos a honra de estar inseridos e Porto/Portugal crescer com a LBV. Aqui, são já 19 anos de trabalho BOA VONTADE |

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Ação Jovem LBV

O diretor-presidente da LBV com a equipe do programa Momento Esportivo, da Super Rede Boa Vontade de Rádio (AM 940 kHz — Super Rádio Brasil): a partir da esquerda, Mauricio Moreira, André Gonçalves, Gerson Júnior, Hugo Lago, Gustavo Adolfo e Eduardo Freitas. No destaque, conversa com Marcelo Figueiredo, coordenador de Esporte da Super RBV.

RIO DE JANEIRO/RJ

PORTO ALEGRE/RS

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Fotos: Arquivo BV

DEBATES E AÇÃO! Desde 2007 os jovens Legionários discutiram sobre como, de forma prática, alcançar o desenvolvimento sustentável. Para isso, firmaram os debates sobre quatro teses defendidas por Paiva Netto: “A destruição da Natureza é a extinção da Raça Humana; Progresso sem destruição; Economia da Solidariedade Espiritual e humana; e Globalização do Amor Fraterno”.

da criatura. Em certo momento, a urgência do bisturi deve ser aplicada, salvando o corpo. De que modo se dará com a Terra? Só Deus sabe. Na Boa Nova de Jesus (João, 14:11), Ele mesmo, o Cristo Ecumênico, afirma que, como cristãos, necessitamos acreditar na Palavra Dele, senão seremos hipócritas: ‘Crede-me que estou no Pai,

REGIÃO centro-norte

e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras’. E o que Jesus lamentava? Ele perdoou à mulher dita adúltera, também porque os que a queriam apedrejar eram tão adúlteros quanto ela. Não suportava a hipocrisia. “(...) O Divino Mestre fala ainda em ‘tribulação como nunca houve desde a criação do mundo e nem jamais se repetirá’. Estamos vendo as estações climáticas alteradas, o Himalaia, os Alpes, perdendo a cobertura milenar de gelo, e isso afetará os rios na Ásia e na Europa. “Adverte o Provedor Celeste: ‘E se não se abreviassem aqueles dias, ninguém seria salvo; mas, por amor dos escolhidos...’ “Quais serão esses escolhidos? Jesus assegura que ‘a cada um será dado de acordo com as suas próprias obras’. “É bom que pensemos nisso, formando a imensa família Humanidade”. MINAS GERAIS


Ação Jovem LBV Opinião dos Militantes da Boa Vontade

“Teoria Arquivo BV

do Tudo”

Juliano Carvalho Bento, Bacharel em Física pela Unicamp

A

finalidade prática da equação no campo das ciências é simples: atribuir novas características a objetos aparentemente distintos, por meio de uma relação que busca verificar sua validade em uma solução que satisfaça a igualdade entre os termos. Essa solução, portanto, é aquilo que a valida e diz se tal intento, objeto de busca da equação, está correto ou não — ou sob que condições isso pode ser verificado. Por isso, afirma-se que esta entidade detém equivalência condicional, ou seja: depende de certos pressupostos para admitir a igualdade questionada. Em Matemática existem diferentes tipos de equações: as algébricas e transcendentes, as racionais e irracionais, as inteiras

e fracionárias, as reais e complexas, entre outras. No domínio da Ciência, sobretudo na Física, elas detêm outro caráter: suas soluções evidenciam como a Natureza se comporta, ajudam a prever o efeito de determinada variação de tempo, como a Lei de Decaimento Radioativo de uma substância. A equação possui, com base nessa análise, característica singular: a da previsão. Sem elas a sistematização da Natureza não seria viável. Contudo, certas equações não evidenciam uma solução simples. Assim, métodos numéricos e aproximativos foram criados de forma a se obter uma solução aproximada ou mesmo exata. As equações de movimento ainda podem levar ao regime caótico, sem possibilidade de solução. Aí temos dois outros atributos muito interessantes: equações são capazes de dizer se entenderemos ou não o que está por trás da Natureza e de tornar evidente a ignorância humana em relação a ela. Nisso reside a dificuldade de se conceber uma “Teoria de

Tudo*¹”, que teria de ser explicada por algumas “igualdades”. E quando se fala em tudo, pode-se pensar em movimento de galáxias, nos buracos negros evaporando-se, Relatividade Geral e Quântica. Daí somos levados a concluir que, por meio de poucas equações, tudo seria sistematizado e o Universo se mostraria de forma relativamente simples, mas não simplória.

Teoria de Tudo

Dentro da perspectiva atual da Ciência, a vontade de criarmos uma hipótese que descreva o Todo pode parecer impossível, a não ser que previsse a probabilidade de o conhecimento ser eterno. O físico alemão Albert Einstein (1879-1955) e cientistas antes dele, embora não utilizando esse termo, tentaram “a grande unificação”. Aliás, buscar uma teoria que descreva tudo, como a Teoria M, a das supercordas etc., sempre foi considerado algo surreal, a exemplo do que pensa Steven Weinberg, Prêmio Nobel de Física (1979), do Departamento de Física da Universidade do Texas/EUA, um dos responsáveis BOA VONTADE |

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Ação Jovem LBV

pela Teoria Eletrofraca: “Eu não gosto do termo ‘Teoria de Tudo’, porque sugere que existe alguma teoria que quando descoberta, resolverá imediatamente todos os problemas científicos. Obviamente, não existe tal coisa”. (Revista Nature, vol. 433) Isso pode ser admitido, pois, se o conhecimento for eterno, obviamente nenhuma teoria contemplaria o Todo. Hoje pensamos em uma teoria final quando se procura reunir elementos diversos em um mesmo equacionamento, ou seja, em poucas igualdades, visto que a meta de uma Teoria de Tudo é a simplicidade. Contudo, vem a questão: e as mecânicas e teorias não idealizadas? O termo “Teoria do Tudo*2”, contempla também aquelas Teorias que existirão e não somente as que hoje se idealiza. Nisto o físico Weinberg demonstra ter razão, visto que seria uma pretensão aceitar o Termo. Portanto, uma interpretação melhor e mais profunda se faz necessária ao discutirmos a questão. Mas qual?

“Teoria do Tudo”

Nesse tema, uma nova conotação pode ser verificada. A equação na qual o resultado é o Amor não seria uma forma de limitar o conhecimento se lhe atribuirmos o fato de o Amor ser também Deus. É uma igualdade que se transmuta. Jesus, o Cristo Ecumênico, disse por intermédio de seu Apóstolo

João que “Deus é Amor” (Primeira Epístola de João, 4:8). Admitindo Jesus como o Ser que detém o conhecimento maior (negligência seria não visualizarmos o Cristo igualmente como Filósofo, Cientista, ou seja, restringi-Lo à Religião*3), partindo da própria idéia aristotélica, em que assimilamos virtudes ao observar pessoas tidas por nós como virtuosas, nosso postulado-mor será: Jesus é o Conhecedor dessa relação, precedendo a ela. Um corolário decorrente seria definir o Amor como o próprio Conhecimento, visto que tudo advém de Deus, que detém

“(...) O Pai Celestial seria, poetizando, uma Sublime Equação cujo resultado é o Amor Fraterno.” Paiva Netto

(Artigo “Deus, Equação e Amor”) o conhecimento. Resolvendo-a, teríamos, portanto, como solução o Amor que é, em essência, infinito, pois infinito é o conhecer. Assim, a Teoria que descreveria Tudo, na forma de poucas equações, ou em uma única, se vislumbra não como o fim do conhecimento humano,

mas início de novas teorias na busca pelo novo. Assim, Amor na igualdade com Deus possui a não-condicionalidade como o estado para a sua existência. O Pai Universal não necessita de uma circunstância para existir, todavia, é Aquele que promove as condições para que as equações existam e a Natureza seja parcialmente notada pelos mais diversos ramos do saber, sob inúmeras maneiras, relativas ou não; daí a forma final do Todo ser o Ecumenismo Divino*4, pois é o caminho para se vislumbrar a Verdade completa, que não relativiza de modo simplista, mas é absoluta perante o Todo. Segundo o naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), um dos meios que se promove a evolução nas espécies é a diversidade. Considerando essa diversidade uma Lei Eterna, podemos admiti-la como também favorecida pelo conhecimento. A Teoria do Tudo defendida pelo pensador Paiva Netto é, portanto, possível, admitindo que ela não explicará tudo, mas evidenciará que, reconhecendo o Amor como fonte de consubstanciação de todas as coisas, numa sublime Equação na qual o conhecimento se verifica, uma nova porta se estabelecerá, pois o ponto de onde tudo se converge será observável. Uma vez junto da Verdade, a era do inimaginável científico se iniciará.

*¹ Teoria de Tudo — Teoria que visa unir as quatro forças fundamentais da física, explicando, por exemplo, a energia e a matéria escura numa teoria simples. *2 Teoria do Tudo — Preconizada por Paiva Netto, admite o Amor como fonte de convergência de todas as Teorias, físicas ou não. *3 Dessectarizar Jesus — Em 1989, o dirigente da LBV, José de Paiva Netto, durante entrevista concedida ao jornalista polonês Roman Dobrzyński, destacou que uma das missões da Legião da Boa Vontade é exatamente dessectarizar Jesus. Leia a íntegra da Proclamação do Cristo Estadista no segundo volume das Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, p. 31, ou pelo site www.boavontade.com. *4 Ecumenismo Divino — De Paiva Netto. Leia mais em “Os quatro pilares do Ecumenismo”, no livro Cidadania do Espírito (Editora Elevação), cuja nova edição especial, revista e ampliada pelo autor, será lançada em breve.

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