Exposição Vatenor 45 anos de arte

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Nasci em Natal em 1953, fui fuzileiro naval de 1970 a 1974 no Rio de Janeiro, porém, resolvi trocar as armas pelos pincéis. Comecei a pintar na doida em 1974 e só depois foi que descobri, artisticamente falando, que eu era autodidata. Participei de várias exposições coletivas e vários salões. Realizei trinta e duas exposições individuais, no Brasil e no exterior, com texto de apresentação de alguns críticos e várias personalidades do Mitíer Artístico. Morei 26 anos no Rio de Janeiro, onde tive o privilégio de conviver com a grande efervescência artística nas décadas de 70 e 80, quando o Rio de Janeiro terminava no Baixo Leblon, o Bar Lamas no Flamengo e a Pizzaria Guanabara eram os points, a partir da meia-noite. Morei em Nova York de 86 a 88, participei de exposições coletivas, três individuais, e tive a oportunidade de conviver com grandes artistas como o escultor americano Mel Eduard, a poeta Negra Jane Cortez, o pintor brasileiro Ricardo Oliveira e um dos pioneiros da contra-cultura americana, Allen Gisberg. Em dezembro de 1988 viajei para Paris para realizar uma exposição na Galeria Debret, na qual, fui bem recepcionado e tive a satisfação de ser hóspede do casal Sebastião e Leila Salgado Em 1996 voltei para Natal acreditando que aqui poderia contribuir para o universo das artes plásticas. A intuição não me traiu, chefiei o Núcleo de artes plásticas e o Departamento de Atividades Culturais da Capitania das Artes (Natal RN) por 9 anos, dirigi a pinacoteca do estado por cinco anos, assim como o departamento de patrimônio cultural da FUNCARTE

Foto: Cesar Marti

VATENOR DE OLIVEIRA

por um ano e meio. E dirigi a fortaleza dos reis magos por um ano. Concebi a galera de artes itinerante do festival gastronômico de Martins-RN no ano de 2005 e coordenei por três anos consecutivos, onde exibirmos vários artistas da arte potiguar. Nomeado como chefe de gabinete da fundação Jose Augusto, dirigi e reabrirmos a cidade da criança em 12/10/2014 que se encontrava fechado a 7 anos. Novembro de 2017 a convite de Habib Chalita, fiz a curadoria e a coordenação da galeria de arte Dorian Gray do Natal Fest Gourmet que foi realizado na Ribeira(Natal-RN). Hoje coordeno a revisão do inventario e as introduções das novas obras conquistadas nos últimos onze anos. Que busca atualizar e valorizar as artes, e os artistas que compõe o acervo do Estado do Rio Grande do Norte. Tudo isso é gratificante e reflete minha expectativa, uma vez que meu trabalho busca transmitir e realizar o que é possível de melhor para todos. Agora é com vocês. Natal, 05/04/2018


A PAISAGEM DENTRO DO FRU- Diga-se de passagem que o caju é anterior à chegada dos colonizadores portugueses, preTO Conheci o trabalho de VATENOR há cerca de 30 anos. Circulava nos meios culturais cariocas, nas exposições de artes plásticas, a cujos artistas, em sua maioria, ele oferecia seus préstimos como bom artesão e moldureiro que era, à partir de sua pequena empresa constituída com seus irmãos, no bairro do Rio Comprido. Logo, no contato com esses pintores, especialmente Abelardo Zaluar – que o incentivou – se deu conta que as paisagens que retinha na sua memória de marinheiro e viajante , latentes no seu Inconsciente repleto de cores da costa brasileira, como o também homem da Marinha José Pancetti, podiam atender ao seu desejo de se expressar. Como um militante involuntário na defesa do litoral onde nasceu, a praia da Redinha, em Natal/Rio Grande do Norte, priorizou o registro da paisagem litorânea, fixando-se, em seguida, como faz uma câmera cinematográfica no objeto que elege pro seu foco, nos cajus e nos cajueiros – o fruto de beleza e cores que representam a nossa característica de povo oriundo das pinturas indígenas ou africanas.

sente na mesa dos brasileiros , especialmente no Nordeste, e faz parte da História da Arte nacional desde o sec. XIX com Debret até o contemporâneo Dim Brinquedim – artista plástico e fazedor de brinquedos criativos no Ceará. Pois Vatenor, nesses 45 anos de pintura, povoou as galerias do mundo, onde expôs, sensibilizando críticos como o saudoso Walmir Ayala, se fez presente em interferências públicas de sua cidade, e permanece nessa espécie de vigília alegórica incessante. Pintar o caju, metaforicamente, é a afirmação da nossa identidade, à despeito da invasão de culturas ditadas pela pressa consumista do mercado das Artes e um grito contra a devastação da nossa paisagem. Tenho orgulho de ser seu amigo e de ter dedicado à sua obra e ao seu percurso como artista , um de meus filmes (Cajú for all) que mais aprecio. VIVA VATENOR! Luiz Carlos Lacerda, cineasta Rio de Janeiro, 2019


“Uma exposição retrospectiva que conta minha trajetória trilhando nas luzes dos cajus” Apoio:

POUSADA - RESTAURANTE - CACHAÇARIA


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