Releitura da obra “Operários” da Tarsila Amaral através da técnica de papel machê Gislane Alves Ribeiro¹; Luciana França²; Bruno Matos Vieira³. 1. Bolsista PIBID do Curso de Licenciatura Belas Artes da UFRRJ, Discente do Curso Licenciatura Belas Artes da UFRRJ; 2. Bolsista PIBID do Curso de Licenciatura Belas Artes da UFRRJ, Discente do Curso Licenciatura Belas Artes da UFRRJ; 3. Orientadora: Colaborador do PIBID Belas Artes, professor do Departamento de Teoria e Planejamento de Ensino da UFRRJ. Palavraschave: Arteeducação, Arte brasileira, Tarsila do Amaral, papel machê.
Introdução O trabalho apresentado originouse da proposta vinculada as atividades do PIBID Belas Artes nas escolas de educação básica de Seropédica contempladas pelo programa. A atividade em questão foi desenvolvida em oficina organizada pelos bolsistas, sendo concretizada com os alunos do 3º ano do ensino fundamental do Centro de Atenção Integral à Criança – CAIC Paulo Darcoso Filho. As propostas didáticas desenvolvidas nessa oficina relacionamse a releitura do quadro “Operários” da pintora Tarsila do Amaral, objetivando a utilização da técnica de baixo relevo através do papel machê.
Materiais e Métodos A proposta de trabalho foi elaborada em duas reuniões do PIBID a partir do tema escolhido pela coordenação da escola. A ideia era trabalhar a Semana de Arte Moderna de 22, mas adaptamos a sugestão inicial escolhendo a obra “Operários”, da artista Tarsila do Amaral. Além dessa pintura selecionamos outras referências, a saber: retratos de Anita Malfati, Di Cavalcanti e Candido Portinari. Com base nessas imagens e respaldados pelas concepções de experiência de Dewey (2010), pedimos que os alunos fizessem retratos com elementos iconográficos que remetessem à temática “Trabalho”. Depois dessa etapa os estudantes moldaram com o papel machê o rosto dos seus respectivos retratos e em seguida pintaram, colocaram o cabelo, roupas, ou seja, toda a estética visual de seus personagens. Com os retratos prontos, nós montamos o cenário com recorte e colagem de papel.
Resultado e Discussão Levar o aluno a produzir um objeto bi ou tridimensional a partir da releitura de imagens – artísticas ou não – em conjunto com a observação do seu próprio rosto, é uma das formas mais significativas de se realizar uma leitura contextualizada de uma obra de arte. Acreditamos que essa vivência ajuda a criar uma relação de proximidade e afetividade com o trabalho observado. Assim sendo, essa metodologia auxilia na ampliação do repertório imagético do estudante, enriquecendo a sua imaginação, cultivando nele um olhar crítico perante a cultura visual que o cerca. Consequentemente, isso culmina numa experiência estética significativa. Com isso, concordamos com o seguinte posicionamento de John Dewey: “A experiência de uma criança pode ser intensa, mas por falta de uma base de experiência anterior, as relações entre o estar sujeito a algo e o fazer são malapreendidas, e a experiência não tem grande profundidade nem largueza.”, deste modo o fazer de uma criança precisa levalos a adquirirem uma vivência, uma experiência, caso contrário acaba por apenas na reprodução automática do que o professor deseja que ele apreenda, sem um entendimento, uma aprendizagem real do fazer” (DEWEY, 2010, p.125).
Conclusão
Em nossas oficinas trabalhamos com uma visão contextualista da arteeducação. Portanto, usamos uma abordagem que diverge das ideias de Loewnfeld (1977) sobre o desenvolvimento do grafismo infantil. Para ele a criança não deveria receber influências de nenhum tipo de imagem para criar o seu desenho. No entanto, para nós isso é fundamental. E, nesse sentido, cabe ressaltar que como nos demais trabalhos do PIBID Belas Artes “todo direcionamento desse procedimento utilizado foi no sentido de que a observação das imagens pudesse ‘aprofundar e ampliar a própria capacidade de expressão e não para desenvolver um modo de representação realista’ [...], num processo em que o diálogo entre a observação e a imaginação se torne princípio condutor deste fazer” (SANTOS e NEVES, 2012).
Referências Bibliográficas BARBOSA, Ana Mae. Jonh Dewey e o ensino de Arte no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002. DEWEY, John. Arte como experiência. São Paulo: Martins Fontes, 2010. LOWENFELD, Viktor. e BRITTAIN,W. Lambert. Desenvolvimento da Capacidade Criadora. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1977. SANTOS, Natasha e NEVES, Luciana Diláscio. Ações interativas entre o perceber e o imaginar: Iconografia Brasileira e composição pictórica. Arte/Educação: corpos em trânsito: anais do XII CONFAEB/ Coord. Rejane Galvão Coutinho. São Paulo: UNESP – Instituto de Artes, 2012.