REVISTA BI-MENSAL DO GRUPO FOTÓGRAFOS AMIGOS
AGOSTO/SETEMBRO de 2021-Nº1 ANOI
ASTROFOTOGRAFIA O Fotógrafo Wander Rocha apresenta dicas básicas para quem deseja fotografar astros e estrelas com sua câmera DSLR de entrada
Your Self Entenda o caminho para se tornar um profissional de alta performance Por Renato Nabuco Fontes
Composição A arte dentro da arte. O que há de importante para se saber Informações do Fotógratafo Fabiano Rebello Cantarino
Estilos de ensaio feminino A Fotógrafa Thiane Nunes que se especializou em ensaios femininos demonstra a importância de conhecer sua cliente
Correspondentes Diretamente de Portugal as nossas correspondentes Margarida Moutinho e Ináh Garritano, informam o movimento realizado pelo núcleo fotográfico do Ateneu Popular de Montijo
Participação dos Colunistas Davy Alexandrisky Fernando Talask Hermínio Fernandes Javier Sollis
2 INFOTO
Prezados Fotógrafos Amigos,
Nos anos de 1970, isto é, há 50 anos atrás, uma equipe de fotógrafos amadores da qual eu fazia parte, criou uma revista sobre fotografia intitulada FOTOGRAFE. Era uma revista impressa, simples, mas audaciosa. Enviávamos para todos os foto clubes do brasil e de países dos diversos Continentes. Queríamos, divulgar o nosso amor pela fotografia, e como dizia o profeta Gentileza!! "Gentileza gera Gentileza", recebíamos convites para exposições que passamos a divulgar na revista. Recebíamos notícias de lançamentos de novos equipamentos, novos filmes, técnicas sobre como fotografar, revelar e ampliar. Divulgávamos tudo na Revista FOTOGRAFE.
ANTONIO ALBERTO MELLO SIMÃO
DIRETOR E EDITOR
Fizemos o Iº Salão Niteroiense de Fotografia da REVISTA FOTOGRAFE, que foi um sucesso. Agora, ao completar 10 anos, o grupo FOTÓGRAFOS AMIGOS realizou o I° CONCURSO DE FOTOGRAFIA DO GRUPO, e está lançando a REVISTA INFOTO. E, na era digital, não há fronteiras. Vamos distribui-la para o mundo. Vamos mostrar, mais uma vez, para todos o nosso amor pela fotografia. Vamos trocar experiências. Vamos aprender e ensinar.
FOTO DA CAPA REVISTA BI-MENSAL DO GRUPO FOTÓGRAFOS AMIGOS
AGOSTO/SETEMBRO de 2021-Nº1 ANOI
ASTROFOTOGRAFIA
Estilos de ensaio feminino
O Fotógrafo Wander Rocha apresenta dicas básicas para quem deseja fotografar astros e estrelas com sua câmera DSLR de entrada
A Fotógrafa Thiane Nunes que se especializou em ensaios femininos demonstra a importância de conhecer sua cliente
Correspondentes
Your Self
Diretamente de Portugal as nossas correspondentes Margarida Moutinho e Ináh Garritano, informam o movimento realizado pelo núcleo fotográfico do Ateneu Popular de Montijo
Entenda o caminho para se tornar um profissional de alta performance Por Renato Nabuco Fontes
E nesse primeiro número contamos com participação dos Fotógrafos do grupo Davy Alexandrisky, Diego Javier Solis Méndez, Fabiano Cantarino, Fernando Talask, Hermínio Fernandes, Margarida Moutinho e Ináh Garritano, Thaiane Nunes, Wander Rocha, e Renato Nabuco Fontes. Espero que gostem.
Participação dos Colunistas
Composição
Davy Alexandrisky
A arte dentro da arte. O que há de importante para se saber
Fernando Talask
Informações do Fotógratafo Fabiano Rebello Cantarino
Hermínio Fernandes Javier Sollis
AUTORA FOTÓGRAFA MARGARIDA MONTINHO VENCEDORA DO CONCURSO FOTO DA CAPA
ATENÇÃO A
REVISTA
PELO
INFOTO
CONTEUDO
CLASSIFICADOS FOTOGRAFIAS NOSSO
NÃO
DOS DE
SE
TERCEIROS,
INCERIDAS
COLUNISTAS
RESPOSABILIZA
ANUNCIOS
NOS
E
Portugal nos enviou por anos, o seu Magnífico Anuário de Fotografia. Recebíamos revistas sobre o tema, dos Estados Unidos, da França, da Argentina, da qual divulgamos e participamos do Salão Latino-Americano de Fotografia para a Juventude.
EXPEDIENTE Revista Bimensal do Grupo Fotógrafos Amigos AGOSTO/SETEMBRO de 2021-Nº1 ANOI
E NEM
POR
ARTIGOS
DE
Equipe de Redação Ibici F. da Silva Michelle Silveira Simão Fontes Departamento Comercial e Relações Publicas Ibici F. da Silva Nosso E-mail contato.fotografosamigos@gmail.com Nossas Redes Sociais facebook.com/fotografosamigos instagram.com/fotografos_amigos whatsapp.com/ 21- 98392-6661
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Sumário
05 GALERIA DOS LEITORES
Nossos leitores compartilham conosco, alguns de seus trabalhos
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ESTILOS DE ENSAIO FEMININO -
EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA -
SAUDOSISMO X SAUDADE -
FOTÓGRAFA THAIANE NUNES
FOTÓGRAFO DIEGO JAVIER
FOTÓGRAFO DAVY ALEXANDRISKY
Como fazer um bom ensaio
SOLIS MÉNDEZ
Nos conta o que vivenciou ao longo
feminino.
Conheça um pouco do trabalho
de mais de meio século como
documental desse grande
fotógrafo.
fotógrafo.
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ASTROFOTOGRAFIA -
FOTOGRAFIA SÓ EXISTE SE FOR
QUEM SOU EU? MINHA
FOTÓGRAFO WANDER ROCHA
IMPRESSA - FOTÓGRAFO
EXPERIÊNCIA NA FOTOGRAFIA -
15 dicas básicas para
FERNANDO TALASK
FOTÓGRAFO HERMÍNIO
fotografar astros e estrelas com
Entenda o valor de imprimir suas
FERNANDES
sua câmera DSLR de entrada.
memórias.
Conheça um pouco da história desse eterno amante da fotografia.
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YOUR SELF - FOTÓGRAFO RENATO
O ATENEU POPULAR DE MONTIJO E
EM
NABUCO FONTES
O SEU NÚCLEO DE FOTOGRAFIA -
PORQUÊS
A incessante busca pela
FOTÓGRAFAS INÁH GARRITANO &
COMPOSIÇÃO
excelência. Como se tornar um
MARGARIDA MOUTINHO
FOTÓGRAFO
profissional de alta performance?
Sua contribuição para a cultura e o
FABIANO REBELLO CANTARINO
progresso - Diretamente de Portugal.
Quais os mistérios e segredos por
BUSCA
DOS DA -
trás dessa “arte dentro da arte”.
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O LEITOR ESCREVE
COLABORADORES
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Galeria dos Leitores
PONTE RAUL VEIGA FOTÓGRAFA
-
MICHELE
CARALINE
SUPERAÇÃO FOTÓGRAFA
-
DANIELE
NUNES
RED HOT FOTÓGRAFO
-
FERNANDO
RAINE
ALTINHA AO POR DO SOL FOTÓGRAFO
JURUJUBA FOTÓGRAFO
-
EDSON
-
IBICI
SILVA
ROSA DA NOITE MOTTA
FOTÓGRAFO
-
THEO
ERTHAL
Enviei a sua fotografia para ser publicada no próximo número da nossa revista. E-mail - contato.fotografosamigos@gmail.com
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Estilos de Ensaio Feminino FOTÓGRAFA THAIANE NUNES
Você precisa conhecer sua cliente e entender o que ela espera do grande dia. Sim, grande dia! Eu costumo dizer que o nicho de ensaio feminino não é considerado um tipo de serviço essencial, mas não deixa de ser um serviço que irá melhorar a auto estima de uma mulher, e é um dia muito esperado por ela, pois se preparou e reservou aquele dinheiro dela, que poderia ser usado em alguma outra coisa considerada muito mais importante do que para apenas ‘‘umas fotinhas’’, como dizem. Será um dia totalmente dela, quando irá fazer uma maquiagem, pôr uma roupa bonita, e se sentir livre diante de uma câmera que registrará toda a sua essência. Então você precisa entender que é criada uma expectativa muito grande em cima do dia do ensaio fotográfico. Por isso é essencial uma pré-produção. Antes de qualquer ensaio eu envio um formulário para a minha cliente. Neste formulário eu coloco perguntas para conhecê-la melhor, entender os gostos dela e ter referências de como ela imagina que essas fotos ficarão. Com essas respostas eu consigo montar um guia que auxiliará tanto a ela quanto a mim. Depois que comecei a fazer isso percebi que a composição das minhas fotos melhoraram muito. Você precisa ter em mente que, na maioria das vezes, sua cliente não entende de fotografia, não entende de cores, não entende de composição. Então ela vai com uma roupa laranja com vermelho para fotografar em um ambiente com muito verde. Ela vai com um look gótico para fotografar em um bosque. Concordamos que não ficará legal? Então faz parte também do seu trabalho orientá-la para o melhor caminho. De acordo com as respostas dela eu dou dicas de peças chaves para compor a produção. Dentre as perguntas que eu faço está qual é o estilo de ensaio que ela mais curte? Existem vários estilos de ensaio e eu dividi em 5 estilos. São eles:
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INTIMISTA - Pode ser feito na própria casa ou apartamento da cliente ou até de algum amigo. Outra opção é o aluguel pelo Airbnb ou booking. Este estilo como o nome já diz é mais intimista, mostra toda sua sensualidade com naturalidade. Looks compostos por lingerie , jeans e blusões são peças que combinam com este estilo.
CONFORT - Um ensaio bem aconchegante que pode ser realizado em cafeterias, restaurantes, livrarias... Para compor este estilo nada melhor que uma boa xícara de café ou chocolate. No look pode se jogar no tricô que vai super combinar.
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iN NATURE - Um ensaio em meio a natureza, podendo ter como locação um bosque, trilha, montanha, praia, parque ecológico, cachoeira, fazenda, sítio, etc. Sobre o look podemos fazer combinações mais sensuais com roupas decotadas ou, dependendo, até lingerie ou biquíni, ou com uma pegada mais aconchegante, com casaquinho de tricô ou vestidinho de verão.
URBANO - Neste estilo usamos as vias e arquiteturas como locação. Pode ser feito em parque de diversões, pontes, prédios, metrô, lugares abandonados e/ou grafitados. Os looks terão uma pegada mais despojada: muito jeans, tênis e óculos.
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CORPORATIVO - Pode ser feito tanto em externo (cafeteria ou livraria) como em interno (escritório ou clínica) dependendo do ramo com o qual sua cliente trabalha. Os looks serão mais sérios como terninho ou roupas mais sociais, ou roupas de acordo com a profissão como jaleco, avental, etc.
Dependendo da locação dá até pra fazer mais de um estilo no mesmo ensaio. Basta usar sua criatividade e escolher locais que dê para explorar bastante. Assim o ensaio fica bem diversificado e ainda aumentam suas chances de vender fotos extras. Thaiane Nunes. Comecei na fotografia em 2012, aos 19 anos. Em 2017 iniciei minha especialização em fotografia feminina. Sou apaixonada pelo que faço! Até os meus 17 anos eu sempre estive na frente das câmeras e nunca pensei na fotografia como uma profissão. Foi só no ano de 2010, quando eu estava terminando o Ensino Médio que eu parei para pensar no que eu queria ser.
Em 2012 me matriculei em um curso básico de fotografia na Sociedade Fluminense de Fotografia (SFF) (eu não sabia absolutamente NADA) e aí eu dei o pontapé inicial na minha carreira como fotógrafa. Entrei na faculdade de jornalismo em 2013. Aprendi muita coisa que hoje me ajuda como fotógrafa, já que fotografia não é apenas apertar um botão! Em 2016 eu me formei com nota máxima no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Hoje ainda não estou onde eu gostaria de estar, mas caminho todos os dias para alcançar meus objetivos. Nesses anos me mantive sempre estudando, fazendo cursos e workshops. Dentre eles, cursos como: Eventos Sociais, Sensual, Uso Criativo da Luz, Flash, Estúdio, Edição, entre outros. Acredito que a fotografia está em constante mudança, por isso é muito importante estar sempre pesquisando e estudando.
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EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA FOTÓGRAFO DIEGO JAVIER SOLIS MÉNDEZ
Eu nasci em Ipiales (Nariño Colômbia), uma pequena cidade situada na fronteira com os Andes, entre a Colômbia e o Equador. Oitavo de dez irmãos, tive uma infância de austeridade, mas perfeita em termos do que toda criança desejaria. É talvez aquela afeição desproporcional para minhas primeiras impressões do mundo, que no futuro vão despertar meu interesse por fotografia. "Não há nada tão doce ou tão estranho quanto meditar sobre aquelas primeiras emoções ... elas têm em nossa memória uma forma naturalmente plástica que nos permite graválas quase sem esforço ... ”(Memory Speaks - Vladimir Nabokov). As fotos que me lembro de ver na minha infância são de retratos 6 x 6 presas em cantoneiras eroladas em folhas com os cantos embutidos em folhas de papelão preto, que constituíam o álbum de meus avós, e um baú cheio de negativos do mesmo tamanho, que analisava em segredo.
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Após meus estudos secundários em minha cidade, viajei para a capital Bogotá, para estudar Engenharia de Sistemas na Faculdade Francisco José de Caldas onde também fiz o meu Mestrado em Teleinformática. Para minha sorte, consegui uma universidade pública e em espaços acadêmicos extras Eu fiz um curso de fotografia de 3 semestres. Começamos com 40 alunos e apenas terminamos 2. Meu treinamento subsequente no campo da fotografia em preto e branco é por auto-aprendizagem; Em 2001 dei um workshop na Maison Européenne de la Photographie em Paris, momento em que visitei dezenas de coleções de fotografias dos clássicos. Em 2011 assisti uma formatura em Fotografia Contemporâneo, na Sociedade Fluminense de Fotografia, em Niterói - Estado do Rio de Janeiro Brasil.
Tive a oportunidade de visitar outros países da América Latina, Europa e América do Norte, com o que aprendi a valorizar a autenticidade de cada cultura, sentindo me comprometido com a divulgação das nossas tradições locais, que é o meu ser e que carrego dentro de mim como expressão viva e endêmica. A fotografia foi um encontro com a consciência reflexiva, de onde desejo contribuir para o banimento e indiferença social, espalhando consciência do essencial. Meu interesse principal está orientado para a Fotografia Documental.
EXPOSIÇÕES E PUBLICAÇÕES
• Encontros COLETIVOS FOTOGRÁFICOS PATEPERRO, onde promovemos espaços para explorar técnicas de fotografia analógica, experimentamos a hibridização com o mundo digital, e suas possibilidades de difusão em massa. Bogotá 2014. • Exposição individual. "FLOR. Um mundo para ver ”. Sociedade Fluminense de fotografia. Rua Dr. Celestino 115, Centro Niterói - Rio de Janeiro. 2014. • Selecionado para publicação do livro “Revela Colômbia 2011”. Página 111. Ministério do Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia. Bogotá, janeiro de 2012. • Selecionado III Concurso Distrital de Fotografia "Patrimônio de Bogotá Presente". Exposição coletiva Museo de Bogotá, dezembro de 2011. • Exposição individual “Retratos de Carnaval”. Conheço Niterói América do Sul 2011. Sociedade Fluminense de Fotografia, Niterói - Rio de Janeiro, Brasil Novembro 2011 / janeiro de 2012. • Selecionado no concurso de Recuperação de Espaço Público em Bogotá. Dia de exposição coletiva no espaço público. Parque dos Jornalistas, Bogotá Julho de 2011. • Oficinas “Man Ray sem Mistérios”. Cursos de fotografia pinhole e solarização por ocasião da visita à Colômbia da obra de Emmanuelle Rudzitsky. Generarte Ltda. Clle 26 a No. 4-22 Barrio La Macarena, Bogotá 2011. • Projeto de Criação Salão Engativá 2010. “Literatura e Fotografia para o memória ”com o tema“ Mecânica Popular ”. Oficina e exposição de fotografia Química e conto, financiado com o apoio do Salón Engativá 2010. Bogotá, abril de 2010. • "Estética apócrifa" Projeto fotográfico em construção sobre estética visual na briga de galos. Tabio, Cundinamarca 2010-2011. • “Plantio”. Projeto fotográfico em construção sobre o processo de semeadura de batata no Vale de Atriz. Ipiales, Nariño 2010. • Livro: “Percepções na Colômbia Preto e Branco”. Edições Adéer Lynad 2009. Livro com mais de 300 fotografias em preto e branco mostrando a Diversidade cultural colombiana. Bogotá, julho de 2009. • Rota Inca 2004. Projeto “Literatura e Fotografia para a Memória” Projeto Universidade Itinerante desenvolvida no Peru. Bogotá, Colômbia abril 2005. • “O encanto da Colômbia urbana”. Fotografias selecionadas para a exposição para publicação do livro "O encanto da Colômbia urbana" pela Editorial Planeta. Fototeca Salmantina, Universidade de Salamanca. Centro Cultural da Universidade de Salamanca em Bogotá, Colômbia, abril de 2004. • “Market day” - Exposição individual no âmbito da Conferência fotografia e sociedade, Faculdade de Ciências Sociais, Universidade de Buenos Aires. Buenos Aires, Argentina, novembro de 2004. • “América Latina em fotos”. Exposição coletiva itinerante na Espanha e América latina. Prodocumentales 2004. Albacete, Espanha, maio de 2004. • "Teste de semáforo". Série fotográfica sobre trabalho informal em semáforos de Bogotá apresentado no fundo de compensação COMFANDI. Cali, Colômbia, outubro de 2002. • Exposição Coletiva Itinerante do grupo de discussões fotográficas Fotored. Photo Club Argentino. Buenos Aires, Argentina. Agosto de 2002.
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Barbero de Mi Padre
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C - Street Chess Master_7312635e
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G - Street Chess Master_A234429
H - Street Chess Master_DSC0039LRBNLR-2
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Z - Street Chess Master_DSC993 Manos
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SAUDOSISMO x SAUDADE FOTÓGRAFO DAVY ALEXANDRISKY
Faço questão de iniciar essas mal traçadas linhas com um sincero agradecimento pelo generoso convite para participar dessa publicação escrevendo sobre umas das coisas que me dá mais prazer de fazer na vida! A partir de agora firmamos um compromisso de nos encontrarmos de dois em dois meses nessa página para tratarmos de um assunto que faz parte das minhas conversas nos últimos 53 anos da minha vida: fotografia. Aliás e a propósito, desde já, devo dizer que estou aberto à sugestões de temas que vocês considerem oportunos que sejam abordados aqui.
Para inaugurar essa nova e despudorada experiência de “colunista” escolhi tratar de amenidades sobre as transformações que vivenciei ao longo de mais de meio século de atividades como fotógrafo. E saibam que não foram poucas. Ainda que se considere o Daguerreótipo com marco fundante da fotografia em 1839, 53 anos é mais do que a quarta parte desse tempo histórico, ou seja, um tempo bastante significativo. E quando comento sobre considerar o Daguerreótipo como o “marco fundante” da fotografia não estou propondo um revisionismo da história da fotografia, mas, tão somente, lembrando que a fotografia sobre película só foi oferecida pela Kodak em 1888 e a primeira câmera de 35mm só foi comercializada pela Leica em 1925. O filme fotográfico, que popularizou a fotografia, muito em breve será matéria de estudo dos pesquisadores.
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E os telefones celulares praticamente aposentaram as câmeras fotográficas dos amadores. São esses fatos/dados que me levam a acreditar que os últimos 53 anos de vivência fotográfica ganham uma dimensão histórica significativa. Afinal é quase a metade do tempo histórico do que entendemos como fotografia nos dias de hoje. Ou, pelo menos, mais assemelhados à fotografia dos tempos atuais. Lembro ainda da graça que achávamos quando os que na época chamávamos dos “coroas” da Sociedade Fluminense de Fotografia tratavam as nossas Pentax, Minolta e Nikon (as marcas mais comuns naqueles tempos de 1968) de “miniaturas”. Eles usavam Rolleiflex. Mais engraçado ainda é pensar que os que considerávamos “coroas”, naquela época, eram muito mais novos do que eu e os atuais dirigentes da SFF.
Um tempo em que sofisticado era explorar todo o espectro entre o preto e o branco, em busca do máximo de gamas possíveis de cinzas, para reproduzir com o máximo de fidelidade as cores das imagens fotografadas. Fotografia colorida naquele momento, nem pensar! No máximo slides em cores para “monóculos”.
Mesmo porque, além de caro e demorado, filme e processo fotográfico colorido, em cópia de papel, tinha pouca qualidade e perdia as cores com o tempo, desbotando e ganhando uma coloração roxa.
Inclusive, ao contrário das expectativas atuais sobre lançamento de novos modelos de equipamentos – celulares e/ou câmeras – naqueles tempos esperávamos ansiosos pelo lançamento de novos filmes, papeis, reveladores de negativos e positivos, para aumentarmos o domínio sobre o resultado final pretendido. Podíamos usar um mesmo equipamento por anos a fio, com a mesma segurança e qualidade. Não que não existisse o fetiche em relação aos equipamentos de ponta ou uma câmera nova.
Mas essa oferta era infinitamente menos frenética do que acontece com os equipamentos digitais. Eu me lembro bem de derreter os fotografados, crianças e adultos, com iluminação contínua das lâmpadas photoflood, até ter acesso aos flashs de estúdio caros. Era tudo mais lento. Principalmente no Brasil, com as severas restrições às importações, pior nos anos 70 e 80, mas ainda hoje muito prejudicadas pelo câmbio e pelas inexplicáveis e absurdas tarifas alfandegárias de produtos sem equivalentes nacionais, dificultando muito ou até impedindo que comprássemos algum novo lançamento de câmera e acessórios, logo que eram lançados nos seus países de origem. Outro ponto marcante na evolução da fotografia nesses últimos 53 anos em que me dedico à profissão de fotógrafo, era a questão da expectativa do resultado do trabalho. Por mais experiente que fôssemos, havia sempre uma certa ansiedade que só cessava depois do filme revelado. Enquanto hoje, fotografamos e conferimos na hora se ficou bom. Se não ficou é só deletar e fotografar de novo, sem nenhum custo extra de material.
A foto da ilustração faz parte da Série: “Geométrico” – fotos de detalhes de portas e janelas de Paraty– que já foi apresentada em Feiras de Artes Visuais na Bélgica, Itália, Estados Unidos, São Paulo e Rio de Janeiro
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Bem diferente dos dias atuais, tirando obviamente as raras e honrosas exceções, o fotógrafo cumpria um processo quase marcial de etapas: começava fotografando em preto e branco, para depois começar a fotografar em negativo colorido (mandando revelar e copiar o material nos grandes laboratórios), e depois em slides (diapositivo).
Só quem passou anos seguidos respirando os gases das químicas dos processos de revelação de filmes e papéis fotográficos dentro de um laboratório insalubre pode avaliar a alegria de “revelar” suas fotos num computador, em ambiente arejado. Sem contar com a infinidade de recursos que a fotografia digital oferece em termos de pós-finalização.
Além dessa cronologia técnica, no século passado, ainda cumpríamos as etapas usuais na hierarquia de demanda do mercado: começávamos com os contratos das chamadas reportagens sociais – casamento, batizado, formatura... – para “evoluir” para os chamados “trabalhos comerciais”, que podia ser uma “evolução” para a condição de repórter fotográfico de imprensa (jornais de bairro ou grande imprensa) ou para o atendimento de encomenda de fotografia “comercial” para empresas.
... mas... nem sei o porquê de tanto blá blá blá, fugindo do tema título dessa matéria, para tratar do Saudosismo X Saudade! Vamos, então, direto ao ponto: O saudosismo carcome. A saudade alimenta. O que significa dizer que é um desperdício de tempo e energia seguir cultuando uma tecnologia que foi suplantada na prática, ou tentar adequar à nova tecnologia os seus conhecimentos fotoquímicos. Porque como nos ensinou Julio Ribeiro, por mais que você desenvolva uma vela, fazendo com que a parafina derreta dez vezes mais devagar e que o seu pavio tenha uma composição química que produza muito mais claridade, a vela nunca será uma lâmpada. Afinal, por mais que você alimente um tigre com ração de gato, um dia ele vai te comer, porque a natureza dele é diferente da natureza do gato.
Quem se destacasse excepcionalmente poderia disputar um lugar no exigente mercado da fotografia publicitária ou editorial. Mas nada se compara ao choque tecnológico da virada da fotografia fotoquímica para fotografia digital, que implodiu uma das maiores empresas do mundo, que chegou a valer mais de 31 bilhões de dólares, a Kodak, e virou a fotografia de ponta cabeça num curtíssimo espaço de tempo. Uma virada em todos os sentidos e que não dá a menor pista de onde pode chegar, apesar de todas as previsões, das mais “científicas” às especulativas, abrindo um horizonte infinito de possibilidades, que apavora aos velhos fotógrafos/fotógrafos velhos, como eu, e estimula a imaginação do conjunto da humanidade, que produz e publica quase 350 milhões de imagens por dia em todo mundo, em especial a sua parcela mais jovem. Quando penso nesse salto quântico da atividade fotográfica fotoquímica para a digital, me divirto muito com uma frase do meu velho companheiro de profissão, Livio Campos, comemorando esse salto: “me livrei das drogas!”.
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Por outro lado, a saudade das experiências pretéritas não vai deixar o “tigre te comer”. Muito pelo contrário ela é fundamental para alimentar a segurança na hora de correr riscos para superar os desafios das novas tecnologias, irreversíveis e progressivas num ritmo alucinante. Não se deixe carcomer por saudosismos. Alimente-se de saudades! Davy Alexandrisky, Virou fotógrafo Depois Daquele Beijo e se profissionalizou em 1968. Fotografou, revelou, copiou em PB, cor, negativo e positivo, de 3x4 cm até 3 x4 m. Deu aula, expos, publicou livros, fez residências artísticas com os Povos Tradicionais, fotografando e ministrando oficinas de foto e vídeo. Hoje segue arriscando projetos fotográficos autorais com tecnologia digital, com o mesmo entusiasmo provocado Depois Daquele Beijo.
Matéria da Capa
Astrofotografia FOTÓGRAFO WANDER ROCHA Muito honrado com o convite do professor e mestre da fotografia fluminense, Antônio Simão, para ser um dos colunistas eventuais da Revista INFOTO, sou Wander Rocha, fotógrafo, professor e palestrante niteroiense e hoje, em meu primeiro artigo para esse veículo, que tenho certeza será um grande sucesso, trarei informações e dicas, importantes e diretas, sobre um tema extremamente apaixonante para quase todos os fotógrafos e amantes da arte: a Astrofotografia.
15 DICAS BÁSICAS PARA FOTOGRAFAR ASTROS E ESTRELAS COM SUA CÂMERA DSLR DE ENTRADA. Quem de nós, um dia, não parou estupefato, olhando para um céu noturno e escuro, apreciando o grande número de estrelas ou mesmo viajando nas belas histórias de Carl Segan na série Cosmos? Capturar essas belezas naturais pode ser mais simples e acessível do que a maioria dos fotógrafos imagina. Minha intenção com este artigo, sem muito rodeio, é trazer 15 dicas básicas para que você, fotógrafo amador ou não, possa dar os primeiros passos na arte de capturar astros e corpos celestes, utilizando sua câmera DSLR de entrada. Conceituando, astrofotografia é um tipo avançado de longa exposição, que tem como finalidade gravar imagens de corpos celestes e grandes áreas de céu noturno como a lua, as estrelas, o sol, os planetas e até mesmo objetos astronômicos invisíveis ao olho humano, como nebulosas e galáxias distantes.
Para tanto usaremos e abusaremos da grande capacidade que os sensores digitais têm para acumular partículas (fótons) de luz em longos períodos de exposição. Curiosamente e até acerto ponto previsível, a primeira astrofotografia que temos conhecimento, foi feita em 1840, pelo químico e astrônomo amador inglês, John William Draper, que capturou a imagem da nossa lua. Ele é considerado oficialmente o primeiro astrofotógrafo. Antes dele em 1839, a primeira tentativa de fotografia astronômica foi feita pelo fotógrafo francês Louis Daguerre, pai do daguerreótipo, que também tentou fotografar esse mesmo astro, porém, devido a alguns erros, a exposição final foi nada menos que um simples borrão.
LUA DE JOHN WILLIAN DRAPER DE ACORDO COM A AGÊNCIA EUROPA PRESS, QUE RECORDA O FEITO, A CONQUISTA SÓ FOI POSSÍVEL COM UMA IMAGEM DE DAGUERREÓTIPO DE 20 MINUTOS DE DURAÇÃO, COM RECURSO A UM TELESCÓPIO REFLETOR DE 13 POLEGADAS.
20 INFOTO
LUAS DE WANDER ROCHA. MONTAGEM FEITA ATRAVÉS DO PHOTOSHOP DAS VÁRIAS FASES DO ECLIPSE LUNAR DE JULHO DE 2018. PARQUE DA CIDADE, NITERÓI, RJ. NIKON D700, LENTE SIGMA 150-500MM.
Existem vários tipos de astrofotografia, mas a que vamos estudar neste artigo é a de Campo Amplo, utilizando câmeras DSLR e lentes grandes angulares. Se liguem nas dicas!! Dica 1. Equipamentos básicos: câmera DSLR (de entrada ou fullframe), lente grande angular (usar sempre a menor distância focal), tripé robusto (desejável ballhead e fibra de carbono) e lanterna (de cabeça ou de mão). Controle remoto facultativo. Dica 2. Aplicativos mobile para observar o céu noturno: StarChart (free) e PhotoPills (pago, 35 reais aproximadamente). Dica 3. Ambiente ideal: pouca ou nenhuma poluição luminosa e pouca umidade do ar. Ajudam e muito na nitidez. O Deserto do Atacama, no Chile, é considerado o melhor local para esse tipo de fotografia por reunir em abundância essas qualidades. Dica 4. Se integrar com a natureza antes de começar os cliques. 30 minutos já é suficiente para vista humana se acostumar com a luminosidade do local. Dica 5. Imprescindível, observar a quantidade de luz no ambiente. Dica 6. Velocidade: Regra dos 500. Câmeras Fullframe: dividir 500 pela distância focal que está usando. Exemplo. 500/10= 50s. APSC ou Cropada: levar em consideração o fator de corte de cada fornecedor, ou seja, 1.5 para Nikon e 1.6 para Canon, antes da divisão. Exemplo: Nikon: 10x1.5=15 / 500÷15=33s de exposição. Canon: 10x1.6=16 / 500÷16=31s de exposição. Dica 7. Abertura: para ambientes com pouca ou nenhuma poluição luminosa utilizar sempre a maior abertura de sua lente (f/stops). Observar a quantidade de luz sempre. Caso haja poluição luminosa, ir fechando o diafragma aos poucos (não ultrapassar f/5.6 para não perder muita captação de luz).
21 INFOTO
Dica 8. Foco: manual no infinito. Duas formas: Para lentes que possuem o desenho do símbolo do infinito, colocar o foco no manual e girar o anel da lente de forma que o símbolo fique na posição do marcador ou focar no automático algo muito distante, como parte da lua, uma estrela brilhante ou algo, com auxílio de uma lanterna, a aproximadamente 6 metros (hiperfocal). Após o aviso sonoro do foco, chavear de auto para manual. Dica: ao fazer o foco, deixar o dedo da mão que está segurando a câmera na direção do botão. Requer treino e prática. Feito isso, seu foco fica preso no infinito. Dica 9. SEMPRE, SEMPRE MESMO, ao fazer o primeiro disparo após colocar o foco no infinito, dê um zoom na imagem produzida através do LCD da câmera e verifique se as estrelas estão bem focadas. Caso não, refaça o processo existente na dica 8. Uma vez o foco estando no infinito, assim ele ficará até você desligar a câmera.
Dica 10. ISO: auxilia muito na captura dos astros, mas você tem que conhecer o limite de sua câmera (principalmente se ela for de entrada) para evitar fotos com muitos ruídos. Dica: começar com ISO1000 e ir aumentando aos poucos. Dica 11. White Balance ou Balanço de Branco: cor da Via Láctea na escala Kelvin vai de 3200 a 5000. Mas aconselho também a brincar com a temperatura de cor: mais quente ou mais fria. Dica 12. Desligar o estabilizador de imagens que se encontra na lente: VR Nikon e IS Canon. Fechar o visor ótico para evitar entrada de luzes indevidas. Uma câmera estabilizada em um tripé não precisa desse recurso mecânico que pode atrapalhar na nitidez da imagem. Dica 13. Para uma excelência na pós-produção, fotografe SEMPRE no formato RAW. Dica 14. Abuse do direito de editar a imagem. Dica 15. Façam muitos testes e pratiquem bastante! Só assim a técnica poderá ser aprimorada.
22 INFOTO
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Wander Rocha natural do Rio de Janeiro, residente na cidade de Niterói, é empreendedor, fotógrafo, palestrante, professor e ativista cultural.
Fotógrafo independente há mais de 20 anos, há 8, ministra cursos e palestras na área. Especialista em fotos de natureza, street e documental. Possui titulação AFB (Artista Fotógrafo Brasileiro) concedido pela CONFOTO e aproximadamente 200 fotos premiadas em 82 concursos fotográficos oficiais, 84 exposições coletivas, 4 individuais e 4 curadorias, com trabalhos publicados em sites, livros, jornais e revistas especializadas, com destaque para as revistas National Geographic Brasil, Fotografe Melhor e Veja Rio, site do IPHAN e da Prefeitura de Niterói, jornais O Globo, Extra, O Fluminense, Gazeta e O São Gonçalo, dentre outros. Como palestrante, já participou de Grandes festivais como Mirar Fest em SP, BC Foto Festival em SC, Amparo em Foco em SP, Festival de Fotografia Olhares da Mantiqueira em MG, Semana de Fotografia de São Caetano do Sul em SP e Brasília Photo Show no DF; e em empresas e entidades como a Coppe UFRJ, Fiocruz, RPPN e Secretaria Municipal de Educação no RJ e Niterói. Instrutor da Escola Portfólio de Fotografia. Segundo maior vencedor do Concurso internacional Brasília Photo Show com 10 premiações em 6 edições do concurso (ranking 2020). Diretor de Eventos do Fotoclube Luz na Lente do DF e Conselheiro do Coletivo Niterói Fotográfico.
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FOTOGRAFIA SÓ EXISTE SE FOR IMPRESSA... FOTÓGRAFO FERNANDO TALASK Antes de iniciar nossa conversa, gostaria de agradecer ao amigo Simão pela generosidade do convite para ocupar esse valioso espaço, meus parabéns pela inciativa tão importante para nossa comunidade fotográfica. Um rebuliço tomou conta de um evento promovido em um encontro mundial de fotógrafos e lojistas que aconteceu nos E.U.A em 2000, normalmente mais de 50.000 profissionais compareciam a P.M.A - PHOTO MARKETING ASSOCIATION. Esse encontro só perdia em tamanho para a PHOTOKINA. em Colônia na Alemanha, onde o público em média era de 150.000 pessoas por edição. Todos os gigantes do mercado marcavam presença em uma época quando a fotografia digital já se mostrava uma ameaça real e a indústria bem característica da era industrial sem a menor familiaridade com o mundo digital e se sustentava no filme fotográfico. Me recordo que foi criado um consenso, que uma foto só seria real, ou seja fotografia, se fosse impressa ou revelada nos termos da epoca, afinal na verdade cópia é a materialização da imagem latente e com a captura digital não poderia ser diferente , achei muita graça da colocação, pois parecia que por decreto os consumidores passariam a obedecer a decisão dos fotógrafos. Bem mais tarde, o maior ícone da fotografia brasileira Sebastiao Salgado, defendeu que com a advento do digital a fotografia tinha chegado ao fim. Entendi que essas colocações eram mais fruto de pessoas acostumadas ao seu mundo previsível, sendo ameaçadas pela revolução digital, um mundo completamente distinto do analógico. Entendi que essas colocações eram mais fruto de pessoas acostumadas ao seu mundo previsível, sendo ameaçadas pela revolução digital, um mundo completamente distinto do analógico.
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Entendi que essas colocações eram mais fruto de pessoas acostumadas ao seu mundo previsível, sendo ameaçadas pela revolução digital, um mundo completamente distinto do analógico. Os consumidores da fotografia, esse sim, senhores do mercado, passaram a não ver sentido em revelar suas fotos, afinal bastava comprar a câmera digital e o resto seria grátis por toda vida, lembra da TEKPIX..., assim de fato decretando o fim da indústria fotográfica centenária como conhecíamos. Há mais de 20 anos acompanho a entrada no mundo fotográfico do não tão novo mundo dos pixels e acredito que a origem da palavra fotografia neologismo originário do grego, que tradução bem literal quer dizer, escrever com a luz , não mudou em nada no seu espirito, afinal de contas, continua sendo a luz que atinge uma superfície sensível. Criando uma imagem, apenas ao meu ver substituímos as películas sensíveis a luz por sensores que realizam exatamente a mesma função da prata de maneira muito mais eficiente, o resto que fez a grande diferença foi a forma de compartilhar, mas questão que fica...... remete novamente ao título do nosso artigo, será que tirando o exagero impactante da chamada , a fotografia impressa é a materialização de algo que habita as nuvens que não sabemos exatamente onde ficam?......ohhh duvida cruel!
Parece que a nova geração que nasceu enquanto a gente perdia tempo discutindo, o que é fotografia, e onde vamos chegar, chegou rapidamente a uma conclusão óbvia, e o melhor sem a nossa ajuda!
A fotografia está mais viva do que nunca fato que contraria as previsões do nosso amado Salgado. Hoje ele reconsiderou essa afirmação.
Talvez motivada por ter sido a primeira leva de crianças que cresceram sem clássicos albinhos do bebezinho, mas virtuais imagens instantaneamente compartilhas e esquecidas, tenham descoberto desde cedo o valor de se imprimir, pelo menos imagens dos momentos marcantes ou as imagens mais incríveis, sejam domesticas ou artísticas, sob a pena de um dia, simplesmente, desaparecerem.
Para a fotografia artística então os novos tempos são a realização dos sonhos, a possibilidade que a impressão jato de tinta trouxe e elevou a categoria a verdadeiras obras de arte, já que com a enorme variedade de papeis e texturas aliados a qualidade de impressão, que já há muito tempo superou com folga, o centenário papel fotossensível ou fotográfico, ampliou as possiblidades de exibição a um patamar jamais imaginado, sem contar com a quase ilimitada possiblidade de tamanhos. Sem falar em molduras.
Um famoso fabricante de computadores ainda naquele evento do ano 2000, quando questionado sobre a segurança das fotos arquivadas em HDs ou cartões de memória apresentou como solução mágica, para preservar para sempre, guardar tudo em um cofre a prova de fogo. No começo, eu ri da resposta, mas depois entendi que era, na verdade, um choque de mundos e diferentes visões do que era realmente valioso, para o jovem executivo de uma empresa de informática, informações são sempre atualizadas e deletadas, para nós que amamos essa arte os milhões de pixels que compõe as nossas fotos são muito mais que os códigos binários, são parte valiosas da nossa própria História e forma de expressão e arte. Em pleno 2021, passamos a redescobrir o valor e a satisfação em voltar a imprimir cada vez mais, talvez em parte motivado pelo recolhimento forçado causado pelo COVID, que pelo enorme tempo recluso em casa, nos motivou a tirar das gavetas projetos por longos anos postergados de álbuns e scrapbooks ou de uma nova decoração usando porta-retratos ou azulejos, percebemos que o digital não limitou a revelação de fotos, mas criou um mundo de opções quase ilimitadas de superfícies diferentes, que passaram a ser opções de impressão ,sejam em camisetas, canecas, garrafas, enfim tudo que a sua imaginação criar.
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Concluindo, incrível como tem gente com saudade do passado, quando o clímax era uma foto ampliada no tamanho 30x40, em papel fosco, pregada em uma chapa de Eucatex - os mais velhos vão me entender. UAU, amigos nunca na história em quase 2 séculos da fotografia tivemos tantas razões para imprimir nossas fotos e parece que esse movimento, de imprimir fotos, ganhou adeptos a cada dia, e lojas vem surgindo oferecendo opções novas, todos os dias, e soluções cada vez mais personalizadas para cada fotografo. Estamos vivendo o oposto do passado quando chamávamos o processo fotográfico das nossas fotos, de fotoacabamento, e quando recebíamos o filme revelado e copiado, era como se a missão estivesse cumprida. Hoje, podemos chamar esse processo de foto-início. Afinal, depois do clique que a diversão começa e fica garantida.
O valor de imprimir suas memórias, ops, digo, fotos. Conversando com o querido amigo Simão sobre o valor da nossa própria história, veio a questão da geração de memórias líquidas, pegando o conceito emprestado do Bauman que tão bem definiu o momento em que vivemos.
Essa imagem tem 55 anos, e a criança assustada no colo da mãe sou eu, talvez tomando conhecimento de que havia nascido no Brasil, e que muitas emoções vinham pela frente. Enfim, para resumir, uma imagem impressa realmente é a materialização de um momento único de nossas vidas. O resto, é nuvem passageira que com um vento se vai!!
Fernando Talask
Nascido em Niterói -1965 Fotografo Vice-presidente Territorial da PMA 2001-2003 Membro do conselho da Kodak Brasileira 2002-2003 Empresário do ramo da fotografia desde 1986 Historiador e professor de história formado pela UNILASALLE - Niterói
27 INFOTO
Quem sou eu? Minha experiência na fotografia FOTÓGRAFO HERMÍNIO FERNANDES Eu sou um amante da fotografia. Adoro fotografar a natureza e seus elementos, água, fogo, terra e ar fazendo trilhas e em locais públicos. Também faço algumas criações em estúdio caseiro além de ensaios, festas infantis, eventos de rua e retratos.
Iniciei na fotografia muito cedo, lá pelos meus 17 anos, fotografando com as câmeras populares, geralmente da Kodak. Minha primeira câmera foi uma Instamátic 110, fotografei muito em viagens a trabalho no Brasil e no exterior,
logicamente as chamadas fotos de viagem, mas somente a partir de 2011 comecei a sério meus trabalhos fotográficos quando comprei uma DSLR Canon T4i e passei a me dedicar mais a fotografia e a fazer minhas fotos com mais cuidado e com atenção a composição, luz e foco, e com os tres pilares da fotografia, abertura, velocidade e ISO. Com o advento da internet e das câmeras digitais, cada vez mais poderosas, a fotografia avançou muito em rapidez de processo e reprodução. Sou do tempo do saudoso filme e da revelação, mas como não me fecho ao novo, hoje adoro, quando chego em casa voltando de uma saída fotográfica, me sentar no sofá e ver ainda no display da câmera as fotos que fiz e já escolher as que me interessam. Gosto muito de fotografar flores no meu quintal, principalmente pela manhã quando aproveito o sol para criar fundos escuros para destacá-las.
Quando faço fotos em meu estúdio caseiro (minha varanda) também procuro aproveitar a luz natural. Esta foto foi executada em uma manhã de domingo e depois editada no Lightroom. Foi um trabalho que demandou cerca de duas horas e meia para montar o cenário e a luz que eu queria. Tivemos que usar cortinas escuras para conseguir a iluminação adequada. Tive a ajuda do meu filho nessa produção.
28 INFOTO
Como gosto muito de fotografar a natureza em sua plenitude, faço caminhadas e trilhas nas montanhas da minha região onde fotografo paisagens, pássaros, insetos e flores, e o que mais houver. Adoro pores do sol. As fotos a seguir são fruto dessas saídas fotográficas que fiz com amigos e com minha esposa, que também fotografa amadoristicamente.
RIO SÃO JOÃO EM SÃO JOÃO DA BARRA - RJ
29 INFOTO
PRAIA DA BARRA DE MARICÁ EM MARICÁ - RJ
PONTE DOS SUSPIROS - SÍTIO DO RIACHO EM MARICÁ - RJ
CHEGANDO A ILHA DE PAQUETÁ - RJ
30 INFOTO
FOTOGRAFANDO EM MEU QUINTAL
SABIÁ LARANJEIRA
A FLOR DO MARACUJÁ E A POLINIZAÇÃO PELA ABELHA MAMANGAVA
31 INFOTO
POR DO SOL EM MARICÁ
Sou um amante da fotografia. Adoro fotografar a natureza e seus elementos, água, fogo, terra e ar fazendo trilhas e em locais públicos. Eterno aprendiz da arte de procurar registrar o melhor que meus olhos veem para eternizá-los na fotografia. HERMINIO FERNANDO RIBEIRO LOPES Cidade natal: Porto - Portugal Cidade atual: Maricá - RJ
32 INFOTO
Your Self FOTÓGRAFO RENATO NABUCO FONTES
A INCESSANTE BUSCA PELA EXCELÊNCIA. COMO SE TORNAR UM PROFISSIONAL DE ALTA PERFORMANCE? Antes de começarmos a falar sobre esse tema que está em voga, gostaria de me apresentar e em paralelo, agradecer imensamente ao Simão pelo convite para fazer parte desse projeto especial.
transformações de conceitos, valores e sobretudo,
Me chamo Renato Nabuco Fontes, minha enfrentando uma cobrança exacerbada pelo sucesso a qualquer preço. formação foi na Educação Física, pois o meu o objetivo na época era de transformar vidas através do esporte,
Diante disso, essa pressão imposta pelas mídias
promovendo bem estar físico e mental,
sociais, através dos influencers digitais,
entretanto com o passar dos anos e as
desencadeou numa corrida desenfreada, repleta
experiências vividas, entendi que era
de atalhos e dicas mágicas por resultados rápidos.
necessário expandir, ultrapassar
Confesso que num determinado momento eu
barreiras e escolhi um caminho
também fui influenciado e entrei nessa corrida
desafiador que é sobre o
“maluca”, no entanto tudo mudou quando entendi
desenvolvimento humano.
e passei a ter clareza que não existe fórmula mágica para alcançar a ALTA performance, existe
Por isso, cabe ressaltar que batizamos a
na verdade um processo, um caminho,
coluna com esse nome, pois o objetivo é
descobertas que começa pela AUTO performance!
abordarmos de forma mais ampla sobre
Já dizia Sócrates, que uma vida sem
comportamento humano, competências
autoconhecimento não tem sentido. É impossível
comportamentais, autoconhecimento e
ser um homem sem questionar-se a si mesmo.
todos os aspectos que compõem a auto e a alta performance.
Dito isso, convido você, que deseja alcançar essa ALTA performance a embarcar nessa empreitada
Atualmente, alcançar a tão desejada alta
junto comigo para conhecer as técnicas, entender
performance virou obsessão, “moda”, se
os caminhos, os processos, ter a clareza das ações
tornou “obrigação”, entretanto grande
que devem ser feitas, das mudanças que precisam
parte disso é reflexo de uma sociedade
acontecer para que os seus resultados comecem a
que está vivendo no limite, passando
ser diferentes e alcancem as suas expectativas.
por constantes mudanças, por profundas Vamos em frente, vamos juntos!
33 INFOTO
O ATENEU POPULAR DE MONTIJO e o seu NÚCLEO DE FOTOGRAFIA FOTÓGRAFAS INÁH GARRITANO & MARGARIDA MOUTINHO Olá!
O Ateneu Popular de Montijo foi fundado em
Somos Margarida e Ináh e temos imensa honra
1939 por jovens esperantistas com o objetivo
em participarmos da revista INFOTO!
de divulgar o Esperanto, língua criada pelo
Ex-alunas da Sociedade Fluminense de
médico polonês LudwiK Zamenhof em finais do
Fotografia (SFF), escolhemos viver em Portugal.
século XIX, para que pudesse ser utilizada
Nossa participação na revista será uma troca
como língua falada por todos.
entre Niterói e Montijo e, de maneira mais
A história do Ateneu, ao longo destes oitenta e
ambiciosa, entre Brasil e Portugal.
um anos, é rica e difícil de resumir. As suas
Montijo, com pouco mais de 50 mil habitantes,
principais atividades sempre visaram contribuir
é uma cidade do distrito de Setúbal e pertence
para que a cultura e o progresso, inscritos na
à zona metropolitana de Lisboa. É uma cidade
sua insígnia, abrangessem o maior número de
de Portas Abertas a quem chega com a
pessoas possível, principalmente aquelas que,
intenção de a adotar.
por falta de meios, dificilmente os poderiam
Pouco tempo depois de instaladas,
alcançar.
descobrimos a vocação da cidade para a
No desporto, o Ateneu foi sempre divulgador
fotografia ao conhecermos o "Núcleo de
das modalidades menos midiáticas na época,
Fotografia do Ateneu Popular de Montijo
como o basquetebol, handebol, atletismo e
(f/0lha)".
xadrez. Este ainda brilha bastante.
34 INFOTO
Na cultura, destacam-se a realização de
Em 2018 ressurge o que poderíamos
palestras, colóquios e exposições.
chamar de "motivo" do nosso interesse
Também a existência de Núcleos de
em particular: o Núcleo de Fotografia do
Fotografia e de Cinema animaram os
Ateneu Popular de Montijo (f/0lha). Este é
anos oitenta com mostras e concursos de
o núcleo ao qual pertencemos e que se
fotografia e exibição de filmes tipo
destaca pela qualidade de seus
cineclube. Chegou-se mesmo a realizar
fotógrafos e pela dinâmica de eventos,
um filme em 1986, no formato Super 8,
que aos poucos, vamos retomando
que pode ser visto aqui:
devido à covid-19.
https://www.youtube.com/watch? v=apbt7c8MBuk&t=238s.
"RIO TEJO - À ESPERA DA MARÉ" - FOTO MARGARIDA MOUTINHO
35 INFOTO
§ Workshops dedicados à captura ou edição de imagens e ações de formação para iniciados; §Exposições de fotografia no Ateneu Popular de Montijo (APM) subordinadas a desafios temáticos lançados aos sócios; §Criação de uma página web para textos de reflexão sobre a fotografia ou informações sobre concursos e conteúdos técnicos; §Promoção de itinerários fotográficos pelo Montijo e região alusivos à captura de imagens sobre o mundo urbano, rural ou aspetos patrimoniais e sob o desenvolvimento dos desafios temáticos; §Realização de tertúlias fotográficas a propósito das exposições, eventualmente integrando a distribuição de textos da autoria dos proponentes ou leitura pública de excertos literários ou reflexões sobre fotografia; § Circulação de livros sobre fotografia entre os sócios e revisitação de autores clássicos, e partilha de referências fotográficas.
Uma das atividades mais constantes, e que
Para quem quiser conhecer um pouco do
já retornou com as precauções exigidas
trabalho dos participantes do Núcleo de
pelo momento pandêmico, são os Safaris
Fotografia, que hoje conta com 373
Fotográficos. Nestes Safaris, fazemos
membros, deixamos o endereço da página
passeios por lugares previamente
do Facebook,
escolhidos.
https://www.facebook.com/groups/551068 378679580
Não nos limitamos apenas em fotografar,
Para quem quiser conhecer um pouco do
mas em conhecer a história e a cultura
trabalho dos participantes do Núcleo de
desses locais e de suas gentes. Depois
Fotografia, que hoje conta com 373
compartilhamos essas imagens na web e
membros, deixamos o endereço da página
que, mais tarde, poderão se tornar uma
do Facebook,
exposição.
https://www.facebook.com/groups/551068 378679580
A primeira exposição, denominada I Mostra, aconteceu em fevereiro de 2019 e
O Ateneu é, acima de tudo, um espaço
contou com a participação de quinze
democrático e de inclusão, onde nós,
fotógrafos (entre eles, nós).
novos moradores, começamos uma nova história. Ou seria apenas, continuar a nossa história?
36 INFOTO
"RIO TEJO - À ESPERA DA MARÉ" FOTO MARGARIDA MOUTINHO
Margarida Moutinho, nascida em Niterói ,
Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense em 1991, tenho os primeiros contatos com a fotografia durante a graduação; Trabalhei com Criação de Propaganda em agências de publicidade em Vitória (ES); Depois de vários anos dedicados a outros projetos, em setembro de 2017 voltei a dedicar-me à fotografia através do Curso Fundamental de Fotografia e do workshop de Nu Artístico da SFF; Em 2018 me mudei para Portugal e ingressei no Núcleo de Fotografia do Ateneu Popular de Montijo (f/0lha); Em 2019 participei da I Mostra Coletiva promovida pelo Núcleo de Fotografia do Ateneu Popular de Montijo (f/0lha); Em janeiro de 2020 fui selecionada com a foto "A Felicidade Mora ao Lado" e ganhei o prêmio de 1 º lugar no II Concurso de Fotografia "Novos Olhares" de Palmela, promovido pela Junta de Freguesia de Palmela; Em abril de 2021, participei do I Concurso de Fotografia do Grupo Fotógrafos Amigos recebendo o prêmio de Menção Honrosa, na categoria cor, com a fotografia "Nina".
37 INFOTO
Ináh Garritano, nascida no Rio de Janeiro ,
Formada em Análise de Sistemas em 2004; Em setembro de 2017 tive o primeiro contato com a fotografia na Sociedade Fluminense de Fotografia através do Curso Fundamental de Fotografia e do workshop de Nu Artístico; Em 2018 me mudei para Portugal e ingressei no Núcleo de Fotografia do Ateneu Popular de Montijo (f/0lha); Em 2019 participei da I Mostra Coletiva promovida pelo Núcleo de Fotografia do Ateneu Popular de Montijo (f/0lha); Em janeiro de 2020 fui selecionada com a foto "Acolhimento" e ganhei o prêmio de Menção Honrosa no II Concurso de Fotografia "Novos Olhares" de Palmela, promovido pela Junta de Freguesia de Palmela; Em abril de 2021, participei do I Concurso de Fotografia do Grupo Fotógrafos Amigos
38 INFOTO
Em busca dos porquês da composição FOTÓGRAFO FABIANO REBELLO CANTARINO
Sempre fui intrigado pela “arte” da composição
Nós podemos apender os elementos dessa
em fotografia. Por que algumas fotos
montagem visual na realização de nossa arte.
“funcionam” e outras “não funcionam”? Quais
Mas ainda persiste uma dúvida: Sintaxe? Por
os mistérios e segredos por trás dessa “arte
que “sintaxe”?
dentro da arte”. Busquei em várias fontes.
Na trajetória de alfabetismo verbal, depois de
Acabei encontrando alguns porquês bem
aprender a “arte” da palavra, somos desafiados
consistentes no livro “Sintaxe da Linguagem
a compor frases. Frases são elementos
Visual” de D.A Dondis. Nesse artigo, apresento
primários capazes de transmitir enunciados. E
as bases para a composição extraídas desta
nós, comunicadores visuais precisamos
obra.
entender como se dá essa sintaxe. Algumas
Publicado em 1973 e originalmente intitulado
fontes definem o termo sintaxe como “o
“A Primer of Visual Literacy”, o livro é um alívio
conjunto das regras que determinam as
para os comunicadores visuais que buscam
diferentes possibilidades de associação das
aprender a arte da composição. O título do
palavras da língua para a formação de
trabalho vem da tese da autora escrita logo no
enunciados”. Dessa breve definição extraímos:
início do prefácio: “Se a invenção do tipo móvel
a) há regras que podem ser empregadas (e
criou o imperativo de um alfabetismo verbal
aprendidas!); b) os elementos são “associados”,
universal, sem dúvida a invenção da câmera e
ou seja eles coexistem dentro de uma
de todas as suas formas paralelas (...) criou, por
composição e são mutuamente influenciados;
sua vez, o imperativo do alfabetismo visual
c) enunciados são significados que expressam:
universal”. Que bela e reconfortante tese:
objetivo (a intenção) da manifestação visual”.
composição visual pode ser ensinada e
Esses três elementos atravessam todo o
aprendida! Não são apenas os afortunados
aprendizado da linguagem visual e nós vamos
gênios que podem praticar uma boa
atrás de alguns dos “porquês” mais
composição.
elementares: os fundamentos sintáticos do alfabetismo visual.
39 INFOTO
1 EQUILÍBRIO E A BUSCA PELO EIXO SENTIDO Equilíbrio é a mais básica influência sobre a percepção visual. De forma consciente ou não, o equilíbrio é um critério poderoso para a percepção visual: “O constructo vertical horizontal constitui a relação básica do homem com o seu ambiente”. Neste ponto ainda temos algumas possibilidades: equilíbrio estático (fig. 1) e equilíbrio dinâmico (fig. 2) e por conseguinte, o arranjo dos eixos vertical e horizontal que delimitam o equilíbrio, e que recebe a denominação “eixo sentido”:
FIGURA 1
FIGURA 2
Outro ponto interessante é que a necessidade de ajustamento a cada variação de peso faz surgir o contrapeso, que vamos abordar mais adiante com o termo “peso visual”.
2 TENSÃO A falta de equilíbrio é um fator “desorientador” ou desestabilizador. Isso não significa que a imagem está errada. A percepção humana tem um impulso natural no estabelecimento imaginário para o “eixo sentido”. No caso das figuras regulares (fig. 3), é fácil imaginá-los. Mas, para figuras irregulares (fig. 4), há um esforço maior, gerando uma tensão. Essa tensão será maior ainda se o eixo vertical se afasta do centro do enquadramento (fig. 4). A tensão, ou a sua ausência, é o primeiro fator compositivo a ser considerado. O que se sabe é que, ainda que a forma seja irregular, o olho busca o “eixo sentido” de qualquer fato visual e a colocação de um objeto sob este eixo sentido atrairá o olho do espectador: o eixo vertical é sempre o alvo de nosso primeiro olhar, e seguindo para baixo, ele busca o eixo horizontal com o propósito de estabelecer o equilíbrio. Quanto mais o eixo sentido se afastar do centro, mais dinâmica e provocativa será a composição.
40 INFOTO
FIGURA 3
FIGURA 4
3 NIVELAMENTO E AGUÇAMENTO A estabilidade e a harmonia são opostas do inesperado, do inusitado. Esses dois polos, em psicologia, chamam-se “nivelamento” e “aguçamento”. A harmonia da figura 5 contrasta com a surpresa da figura 6. Daí que temos duas intenções opostas. Mas ainda há uma terceira possibilidade: a ambiguidade (fig. 7), que gera um desconforto relativo, dificultando o estabelecimento do eixo-sentido. Esse posicionamento na situação de ambiguidade demanda energia e tempo extras, pois não se configura o equilíbrio nem a tensão de forma rápida.
FIGURA 5
FIGURA 6
FIGURA 7 41 INFOTO
4 PREFERÊNCIA PELO ÂNGULO INFERIOR ESQUERDO O olho favorece a zona inferior esquerda de qualquer campo visual. O que explica isso são os dois padrões de busca mostrados nas figuras 8 e 9: primário e secundário.
FIGURA 8
FIGURA 9
Esses padrões acarretam que o material visual do canto inferior esquerdo gera menos tensão visual e, por conseguinte, o material no canto superior direto gera mais tensão (e atração). Assim, as posições que contrariam o movimento instintivo do olhar e as preferências naturais geram mais tensão (ou seja, dinamismo) e os elementos nessas áreas têm maior peso visual (fig. 10). Neste texto, entendemos que peso visual é a capacidade de atração que um determinado elemento exerce dentro a composição:
FIGURA 10
42 INFOTO
5 PESO VISUAL Este conceito advém da necessidade intrínseca de buscar equilíbrio ou demonstrar a sua falta na composição. Para ilustrar isso, recorre-se à mecânica gravitacional (daí o termo “peso”) para ilustrar como desequilíbrios indesejados podem ser corrigidos pela distribuição de elementos “opostos” que compensem o desconforto inicial. Dispor elementos que geram peso visual em condições de equilíbrio, desequilíbrio ou em ambiguidade depende da intenção do autor. O peso visual pode ser obtido por forma, expressão facial, cor, tom, textura e outros recursos. As composições com equilíbrio axial são fáceis de entender e de fazer, como a figura 11 abaixo:
FIGURA 11 Mas além da simetria perfeita, há outras maneiras dinâmicas de se chegar ao equilíbrio, usando elementos de pesos distintos e em posições distintas em relação ao “eixo sentido”.
FIGURA 12
43 INFOTO
6 POSITIVO E NEGATIVO A relação estrutural da mensagem visual tem forte correlação com a sequência de ver e absorver os elementos dispostos. Ainda tomando termos da terminologia verbal, temos os termos substantivo e adjetivo: a informação principal e o modificador principal. Na figura 13, a introdução de um ponto preto (desprovido de complexidade) no quadrado branco gera uma tensão visual – criando uma tensão positivo / negativo. O mesmo ocorre com a inversão dos tons. O ponto é a tensão positiva, a tensão ativa; e o retângulo é a forma negativa.
FIGURA 13
A composição pode explorar uma clara definição do positivo e do negativo gerando assim contraste (contraste é um dos elementos mais poderosos de linguagem visual, sendo considerado ainda um dos princípios do “design”). Quanto maior o contraste de tons ou de cores (como o uso de cores complementares saturadas), maior a tensão ou vibração da imagem. A falta de oposição positivo-negativo pode ainda criar uma sensação de equilíbrio ou ainda ambígua (semelhante às técnicas de ilusão de ótica) nas quais o observador não consegue distinguir o positivo no negativo, conforme a figura 14.
FIGURA 14
44 INFOTO
Outro aspecto que merece atenção é que objetos maiores no campo visual induzem uma sensação de proximidade, sensação mais intensa ainda quando há uma sobreposição. Por fim, elementos claros sobre fundo escuro parecem expandir-se e elementos escuros sobre fundos claros parecem contrair-se (figura 15).
FIGURA 15 7 O USO DESSES ELEMENTOS Estes fundamentos sintáticos são, ao longo dos outros capítulos do livro, discutidos e empregados nas diversas estratégias de comunicação. Por trás de tudo isso, está a intenção do autor, do fotógrafo ou do editor. A intenção é o primeiro elemento de composição. Composições com ênfase em harmonia se ajustam a um tipo de mensagem. Composições com equilíbrios dinâmicos (arranjo de diferentes pesos visuais) e as composições “tensas” se ajustam a mensagens dinâmicas, cheias de energia, que evocam alegria, agitação ou drama. Observe como a fotografia é usada na publicidade de automóveis: os automóveis clássicos aparecem em uma composição harmônica, com poucos pesos visuais dispersos, com forte ênfase no plano horizontal, trazendo a sensação de estabilidade e confiabilidade (fig. 16). No caso dos carros esportivos, a composição provoca tensão e dinamismo: diversos pesos visuais e elementos de aguçamento, como saturação, cor, contraste, “panning”, solo, elementos inclinados, água no piso etc. (fig. 17).
FIGURA 16
45 INFOTO
FIGURA 17
As mesmas ferramentas acima descritas podem ser usadas para comunicar dois momentos de um mesmo personagem. Veja como Jesus Cristo, um personagem bastante significativo é retratado em duas condições: na última ceia de Da Vinci, a imagem de Cristo aparece ao centro, em um espaço bem iluminado, mostrando estabilidade, equilíbrio e solidez (fig. 18). No quadro de Caravaggio “A flagelação de Cristo” (fig. 19), ele aparece no canto esquerdo, olhando para um sentido contrário ao sentido “natural”, evocando tensão e angústia, em um cenário obscuro e imerso um uma “luz dura”, proporcionando contraste acentuado.
FIGURA 18
FIGURA 19
Um mesmo evento social pode trazer possibilidades para o arranjo dos pesos visuais. Compare as fotos abaixo (fig. 20 e fig. 21) de uma mesma ocasião e perceba como os pesos visuais foram usados para provocar a sensação desejada pelo fotógrafo.
FIGURA 20
FIGURA 21
Há uma série de técnicas e estratégicas para o bom uso desses elementos. Agora, cada vez que virmos uma foto “que funciona”, teremos como reconhecer os indícios de alguns de seus porquês.
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O leitor escreve Esta página esta a disposição dos nossos leitores para que se comuniquem conosco ou deem suas sugestões de matérias para as próximas edições.
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