ESPORTES | 8
CULTURA | 06
ACALMAR
Projetos de yoga ao ar livre dão aulas on-line durante isolamento
Bahia
RENOVAÇÃO
Coral Regina Sacratissimi Rosarii
Páscoa é tempo de refletir, dar as mãos e não desistir de lutar
Salvador, abril de 2020 ano 3 edição 21 distribuição gratuita
Série especial Diálogos SOBRe SAÚDE
Combater Covid 19 passa por ações coletivas
NIAID
Brasil de Fato BA
Salvador, abril de 2020
OPINIÃO | 2 EDITORIAL
A batalha contra o COVID-19
PANDEMIA. O que vemos é só a ponta do iceberg “Não há fronteiras nesta luta de morte, nem vamos permanecer indiferentes perante o que aconteça em qualquer parte do mundo. A vitória nossa ou a derrota de qualquer nação do mundo, é a derrota de todos.” (Che Guevara)
A
pandemia global da Covid-19 acendeu o alerta: a humanidade está doente. Mas, a pandemia que afeta a saúde das pessoas e que já atinge mais de 160 países é somente a ponta do Iceberg e o prenúncio da maior crise sanitária dos últimos tempos, resultante das contradições inconciliáveis na relação sociedade, natureza e saúde humana própria deste sistema econômico vigente. A questão de fundo desta crise é a insustentabilidade social, econômica, ambiental e política do modo de produção capitalista. Há bastante tempo, am-
bientalistas e organismos de vigilância sanitária e saúde pública, cientistas políticos do mundo, denunciam os desequilíbrios ambientais e sanitários, resultados do extrativismo econômico, do uso de agrotóxicos na produção dos alimentos, e/ou proveniente da manipulação genética, ou na manipulação biológica de organismos vivos a serem utilizados intencionalmente como armas de guerra. As contradições na relação sociedade, natureza e saúde humana se agudizaram tragicamente. Não podemos criar ilusões de que se trata apenas de uma “ gripezinha”. O mundo inteiro está lutando contra esse inimigo invisível e perigoso, que ainda não há vacina e nem medicação para combatê-lo. As economias no mundo estão paradas, o que trará um longo período de recessão. As maiores economias mostram-se vulneráveis nessa batalha. Tedros Adhanom Ghebreye-
podemos crer que a humanidade pode se curar. Por isso seguiremos em resistência e na luta e defesa de um projeto de Brasil sustentável sus diretor da OMS observa a dimensão dessa batalha que “(...) testará a confiança na ciência e coloca em xeque a relação entre lideranças política e
seus cidadãos justamente quando essa relação estar corroída”. (Jornal El País 20 de março de 2020). O combate à pandemia requer mais do que medidas sanitárias, exigirá principalmente transformações nos padrões de produção, distribuição e consumo de bens, bem como na relação entre sociedade, natureza, trabalho e o meio ambiente, pois, nem tudo pode ser transformado em mercadoria e negócio. No Brasil, o risco de proliferação intensa da Covid-19 é real. Falta diagnóstico da doença, equipamentos de proteção para os profissionais da saúde, além de Unidades Intensivas de Tratamento em muitas regiões do país, o que torna urgente que o poder público adote medidas para fortalecer o serviço de saúde, orientar a população, prestar ajuda humanitária aos mais vulneráveis e controlar a proliferação do vírus. No entanto, o presiden-
te Bolsonaro atua na direção oposta: desconsidera os riscos reais da doença, descumpri as recomendações da Organização Mundial de Saúde, e manifesta que sua preocupação é com “os negócios” e não com a saúde e a vida das pessoas. Venceremos a batalha contra o Covid 19 e os desmandos do governo, cultivando a solidariedade entre os trabalhadores empregados e desempregados do campo e cidade, e prestando a solidariedade e apoio aos que de nós necessitam, e ao mesmo tempo cobrando a ação responsável do Estado no combate a proliferação da corona vírus. Ainda podemos crer que a humanidade pode se curar. Por isso seguiremos em resistência e na luta e defesa de um projeto de Brasil sustentável, justo e ecologicamente correto, onde a economia e a ciência estarão voltadas para cuidar e preservar a vida das pessoas. Charge
Expediente Brasil de Fato BA O jornal Brasil de Fato circula periodicamente com edições regionais na Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Mensalmente visibilizamos as vozes, as lutas e o cotidiano do povo baiano. Contra o monopólio da comunicação, na disputa das idéias e na construção de uma comunicação popular. Conselho Editorial: Áttila Barbosa, Ivo Saraiva, Edmilson Barbosa, Gabriel Oliveira, Allan Lusttosa, José Carlos Zanetti, João Carlos Salles, Vitor Alcantara, Emiliano José, Luciene Fernandes, Elen Rebeca, Moisés Borges, Leomarcio Silva, Leila Santana, Sebastião Lopes, Beniezio Eduardo, Allan Yukio, Amanda Cunha, Lucivaldina Brito, Marival Guedes. Redação: Danielle da Gama, Elen Rebeca e Jamile Araújo. Edição: Elen Carvalho (0005818/BA) Diagramação: Diva Braga Escreva para nós: redacaobahia@brasildefato.com.br Rede Social: facebook.com/brasildefatobahia Contato/Publicidade: redacaobahia@brasildefato.com.br
Série Especial
Salvador, março de 2020
Série especial Diálogos SOBRe SAÚDE
Diálogos sobre SaÚDE |3
Combater COVID-19 passa por ações coletivas e organizadas
Governo da Bahia
SAÚDE. Isolamento físico é medida eficaz nesse enfrentamento Por Gabriele Nascimento e Jamile Araújo
último mês trouxe O um grande desafio para a população brasi-
leira: o novo coronavírus, que transformou a vida de toda a população, e fez
parar desde aeroportos, escolas, faculdades, igrejas, gravações de novelas, e jogos de futebol. Todas as atividades que aglomerem pessoas foram suspensas, e somente atividades essenciais se mantiveram. A Rodoviária de Salvador está fechada, e a priori ficará até a metade do mês de abril. Se instalou em todo o país um clima de medo e a insegurança em torno da pandemia do novo Corona vírus. O que já se sabe é que foi iniciado em outubro de 2019, com o
primeiro caso na China, mas não foram tomadas medidas eficazes que impedissem que o vírus se alastrasse por outros continentes, favorecendo a contaminação e levando à morte milhares de pessoas em todo o mundo. Além de pôr em risco a vida de bilhões de pessoas, o Covid-19 vem se espalhando de forma acelerada por todo mundo, comandando todos os veículos de notícias nacional e internacional e gerando consequên-
cias ainda desconhecidas e outras perceptíveis, como a economia mundial, a vulnerabilidade da população, e mal sabemos como será revertido, ou quando será.
O que é o corona vírus e quais são as complicações que pode causar? Segundo Flavia Silva, médica da família e co-
munidade, atuando no município de Camaçari, não se conhece ainda o mecanismo total do vírus. “Estamos vivendo um grande ensaio clínico a todo momento. A partir dos casos que vão surgindo, é que vamos desenhando até onde vai o alcance do vírus. O que sabemos é que é uma ação parecida com os outros vírus que causam síndromes gripais com sintomas semelhantes. É um vírus novo, ninguém está imune por isso toda essa crise epidemiológica”, afirma.
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Como pode ser transmitido? A médica explica que a transmissão é feita através de gotículas de pessoas que estão com vírus. “A primeira grande questão são as pessoas assintomáticas que entraram em contato com vírus, mas a maior parte dos estudos confirma que transmitem, mesmo sem apresentar sintomas ele é transmissor sendo enquadrados crianças e mais jovens que não tem doenças crônicas, por isso o isolamento geral horizontal em quarentena”. Flávia diz que é a partir do contato com o vírus, que a pessoa apresenta sintomas parecidos com outras gripes, o que diferencia é a febre, dor no corpo e falta de ar, tendo alguns casos com ausência dessas características, mas a maioria apresenta.
Salvador, fevereiro 2020
Por que idosos, pessoas em tratamento de doenças auto imunes, entre outras, são grupos de risco? Silva ressalta que estas são pessoas que, em maior grau, tem outras doenças ou série de fragilidades que faz com que esses grupos tenham uma tendência maior a desenvolver o quadro grave que cursa com insuficiência respiratória aguda. “Quando a gente fala que o grupo de risco precisa se cuidar mais é porque quando a gente vai olhar os pacientes que fizeram quadro grave, a maioria pessoas idosas com mais de sessenta anos, pessoas hipertensas, diabéticas, com algum tipo de doença pulmonar, transplantadas, em tratamento de câncer,
Todas as atividades que aglomerem pessoas foram suspensas, e somente atividades essenciais se mantiveram imunosuprimidos [HIV positivo], pacientes em tratamento de doenças auto imunes, então de uma forma ou de outra, essas pessoas possuem
Série Especial fragilidades no sistema casa que a gente toca mais imunológico”, pontua. sempre colocar água sanitária na água e com esse lifazer higienização”. Ações mais efica- quido Ela fala ainda sobre a nezes para preve- cessidade de manter distancia de um metro das nir? pessoas; não dividir talheFlavia fala que os estu- res e copos. “Quando for ao dos mostram que as me- banheiro que fizer cocô, jodidas mais eficazes são o gar água sanitária; quanisolamento horizontal e do for recolher lixo, ter um o cuidado com a higien- pouco mais de cuidado, te. Ou seja, todo mun- proteger as mãos com outro do em casa, não somente saco para recolher o lixo; se os grupos de risco. “Sair o não tiver como usar álcool mínimo de casa, prestar em gel, lavar as mãos com atenção na higiene, lavar água e sabão, xampu, saboas mãos com água e sa- nete, eles tem a mesma efibão mais vezes durante cácia do álcool em gel. No o dia; evitar tocar nariz, menor dos sintomas, proolhos, boca, esses lugares curar uma unidade de saúque produzem secreção; de, a gente faz o acompasempre que tossir, espir- nhamento na unidade, exarar, que melar a mão, que mina; Se tiver telefone, memelar o braço, lavar tam- lhor ainda, a telemedicina bém com água e sabão; está sendo regulamentada as superfícies da nesse momento para fazer o acompanhamen-
NIAID
Série Especial
Diálogos sobre SaÚDE |5
Salvador, março de 2020 Michael_Schwenk
Uma orientação do Ministério da Saúde é o uso das máscaras cirúrgicas pra os profissionais de saúde, e as artesanais, de tecido, TNT, para a população
to e monitoramento dessas pessoas de 48 horas em 48 horas via telefone; Se tiver dúvidas procurar telefone da unidade de saúde, tem disk corona vírus do Ministério da Saúde. Uma orientação do Ministério da Saú-
de é o uso das máscaras de cirúrgicas pra os profissionais de saúde, e as artesanais, de tecido, TNT, para a população”, conclui. Por último, a profissional da saúde problematiza que embo-
Geraldo_Bubniak-AEN
ra atinja pessoas de todas as classes, as condições para prevenção são diferentes para pessoas com condições econômicas distintas. “E o isolamento vai ter uma série de questões sociais impli-
cadas, as famílias que vivem em condições precárias de habitação. Como eu vou falar de isolamento se eu vou ter sete membros em um, dois ou três cômodos?”, reflete.
COMO ESTAMOS NO ISOLAMENTO SOCIAL?
isolamento, que transformou totalmente a vida dos brasileiros, não faltou memes, lives, mensagens nos aplicativos, ações de solidaO riedade. É preciso muito ‘jogo de cintura’, inovação, e esperança para lidar com essa situação. Conversamos com algumas leitoras para saber como estão lidando com o momento:
stou ótima nesta quarentena. PoE der estar em casa tem me despertado cada vez mais para análises interiores nunca vistas.
Não vejo problema em adaptar minha rotina para o home office, uma vez que já estava familiarizada com esta estratégia de trabalho e desenvolvimento das atividades. Tenho sido mais procurada ultimamente por conta disto, inclusive. As pessoas não entendem como conseguem e aqui fica o meu conselho: o segredo está no planejamento. Minha semana, meu dia, minha rotina, vida inteira é planejada. Anoto tudo que tenho pendente e distribuo no meu dia. O grande desafio tem sido o home school. Pôr crianças à frente de um computador para se concentrar em aulas de 50min e depois desenvolver com elas as atividades propostas não é tarefa fácil, sobretudo porque didática não é minha habilidade e a casa não é o ambiente em que a criança associa a aprendizagem escolar. Temos tido dificuldades e desenvolvendo estratégias que não os faça me ter como vilã, já que racionalmente eu não posso deixar ele parar as atividades, mas não me culpo por pegar leve. Me preocupo em conscientizá-los dos motivos pelos quais precisamos mudar a nossa rotina, do que está acontecendo no mundo, no Brasil especificamente, os efeitos das nossas decisões, implementar hábitos de higiene que perdurem e conscientizá-los sobre moral, cidadania e ética para que não se tornem seguidores ou líderes despreparados como o que vemos ocupando a cadeira da presidência”. Nina, 30 anos, mãe e bolsista PIBIC
a minha rotina proN fissional estou um pouco tranquila porque
as instituições em que trabalho não é referência do Covid-19. Mas ainda assim, estamos com cuidados redobrados com os EPIs. Porém, em compensação, o psicológico está abalado e com muito medo porque não temos pacientes contaminados, mas sim colegas de profissão dentro da instituição. Estou amedrontada principalmente porque estamos na linha de frente e nosso familiares se tornam vulneráveis, e eu como profissional de saúde espero que depois que isso tudo passar sejamos mais reconhecidos, precisamos de um salário digno vide ao risco que nos expomos. Mônica Pereira, 41 anos Técnica em enfermagem
tempo é o ativo mais valioso, O e por assim entender, decidimos dar vida a Nilo, que como proje-
to pessoal tem a premissa de oferecer a mulheres incríveis a possibilidade de realizar um trabalho espetacular no conforto de suas casas. Cuidando de si e de seus filhos, economizando o tempo que se perde no trânsito e desfrutando de uma gestão horizontal onde todas são ouvidas e estimuladas a crescer. E nesse ponto, em tese, o isolamento não nos trás prejuízo, porque a produção e as reuniões podem acontecer virtualmente. Por outro lado, toda essa tensão nos afeta e nos desestabiliza emocionalmente, compromete nosso rendimento e interfere nos prazos. O clima na agência se assemelha ao de uma tarde nublada, o riso tímido tomou o lugar da gargalhada farta, mas alimentamos a esperança de dias melhores. Temos enfrentado a situação com acolhimento e afeto; nos reunimos virtualmente, rimos, compartilhamos memes, verbalizamos as dores, por entender que sentir-se amado, querido e pertencente, ajuda a compensar as limitações no processo criativo. E nesses momentos os ideias humanistas se mostram ainda mais pertinentes. ‘Não se válida vida com capital’. Que nossa existência seja cada vez mais humana, que despendamos o tempo fazendo o que nos desperta paixão e sobretudo que estejamos ao lado de quem nos ama. Lorraine Sampaio, 24 anos, microempreendedora & CEO da Agência Nilo!
6| CULTURA
Salvador, abril de 2020
Brasil de Fato BA
Páscoa é tempo de refletir, dar as mãos e não desistir de lutar FÉ. Cristãos falam sobre a semana santa e seus significados
divulgação - Coral Regina Sacratissimi Rosarii
Jamile Araújo
chegada a semaÉ na santa. Não tem como não lembrar ou não
da sua consequente morte e a experiência da ressurreição sejam colocados na semana da Páscoa. Por isso essa festa teve e ainda tem tanta importância no calendário litúrgico”, ressalta. Luan Sacramento, da Irmandade do Rosário, no bairro da Ribeira, diz que a Páscoa é um dos momentos mais importantes para a Igreja e que a sexta-feira santa não é um feriado para os católicos, é um dia santo, de jejum, não é dia de ceias fartas, como se costuma ver em muitas casas. “É um dia de profundo silêncio, meditação. No sábado a noite já tem a
A páscoa evoca esse sentido de passar de um lugar de aflição para um momento de vitória e de superação
alegria, porque à noite, os sinos voltam a badalar, e no domingo, que é a ressurreição. A gente crê na ressurreição de Jesus, que venceu a morte e está vivo no meio de todos”, pontua. Luan nos conta também, sobre como sua comunidade trabalha o tema através do Coral Regina Sacratissimi Rosarii, fundado em 1981 pela professora Teresinha Pierre Bandeira, na Ribeira. “Em 1983, com a ajuda da musicista baiana Odete Vilas Boas, a professora Teresinha compôs essa peça musi-
divulgação - Coral Regina Sacratissimi Rosarii
se envolver nas memórias afetivas que esse período traz mesmo para quem não é cristão. Extrapola o calendário litúrgico e está no imaginário da população baiana nas reuniões para o almoço sem carne na sexta-feira, na via crucis ou via sacra, e até no costume dos ovos de chocolate, que mesmo sem relação direta com o significado da Páscoa, movimentam a economia. Mas, qual é o significado da Páscoa para os cristãos? E como, nesse momento difícil que atravessamos, resgatar esse significado pode nos ajudar? Segundo Joel Zeferino, pastor da Igreja Batista Nazareth, em Salvador, a Páscoa para os cristãos significa passagem, é uma festa de origem judaica que fazia memória da passagem do povo da escravidão do Egito até chegar à terra prometida e a passagem pelo deserto. “A páscoa evoca esse sentido de passar de um lugar de aflição para um momento de vitória e de superação. Os cristãos entenderam isso a partir da vivência de Jesus na sua última páscoa. A tradição cristã faz com que os eventos centrais da vida de jesus, os mais importantes para a fé cristã, todo o drama relativo a sua prisão, a sua tortura,
coa. “É sempre uma lembrança, para os cristãos, contra a deturpação dos sentidos da Páscoa. Nós vivemos em Que não nos sistema capitaamesquinhemos, um lista onde tudo vira mercadoria, enmas que tão todos os sentipossamos deixar mentos, sejam eles afetivos, patriótique o amor cos ou religiosos, são transformados prevaleça em mercadoria. A ideia é transformar em um objeto que possa cal e teatral que é o Oraser vendido. É importante tório da Paixão, que narresgatar o significado das ra a história da humanicoisas para que a gente dade, do povo de Deus, desde o cativeiro do Egito, não deixe se esvaziar, não em que Moisés leva todo confunda com esses valoo povo até a terra prome- res mais materialistas, sutida, e o novo testamento perficiais. Muitas vezes, a começa com a entrada de gente passa a ser incentiJesus em Jerusalém, que é vados ao consumo e a sucelebrado no domingo de perficialidade, esquecenRamos. Depois narra toda do o sentido mais profuna paixão de Jesus, a mor- do das coisas reais”, ponte e encerra com a ressur- tua. “Esperamos que seja reição. Infelizmente, este este sentido, a vitória da ano não pudemos aprevida sobre a morte o maior sentar, por conta da panhorizonte de esperança demia que está assolando para nós, que a gente não o mundo”, finaliza. desista dos nossos valoPastor Joel fala ainda, res, dos ideais, do amor, sobre a importância de res- gatar o significado da misericórdia, mesmo da Pás- sob a ameaça da morte. Que não nos amesquinhemos, mas que possamos deixar que o amor prevaleça. Isso obviamente faz com que a gente dê a mão a todas as pessoas, independente de credo, de fé ou não fé, ou qualquer outra diferença que as estruturas sociais possam nos colocar. Que nos faça lembrar do nosso sentido último como humanidade. Espero que esse seja o sentido para todas as pessoas nesses dias da semana santa e da Páscoa cristã”, conclui Joel.
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VARIEDADES | 7
Salvador, abril de 2020
CIÊNCIA, COISA BOA!
Dicas astrológicas
Reprodução
COVID-19: OH! E AGORA, QUEM PODERÁ NOS DEFENDER? Renan Santos
mundo parou em guerra contra um O inimigo invisível. Bilhões de pessoas se refugiam em suas casas. Instituições e empresas suspendem as atividades. O número
de casos e mortes cresce exponencialmente. Governos batem cabeça sobre como agir. Ninguém é capaz de prever até quando a pandemia durará. Nossa única certeza é que apenas ele poderá deter o inimigo. Apenas ele poderá por fim à guerra. Enquanto nosso herói não entrar em ação em escala global, o inimigo seguirá a ganhar terreno. Ele, que está dentro de cada um de nós: o incrível Sistema Imunológico! A evolução nos legou um complexo e eficiente sistema de células e moléculas que percorre todo o organismo com a tarefa de manter a casa em ordem. E, como elas precisam estar em constante ronda, os vasos sanguíneos são o melhor local para encontrá-las. Mas, se queremos achar o sistema imune, além do sangue, devemos olhar para os vasos linfáticos e para pequenos órgãos como o baço, o timo e os linfonodos. Essas células, os leucócitos (ou glóbulos brancos), têm como principal função reconhecer e eliminar estruturas estranhas do organismo. O que pode ser uma substância química, como um veneno, ou um vírus, uma bactéria e até algo maior, como uma farpa ou um verme. Para isso, elas usam um intricado mecanismo de reconhecimento, comunicação, ataque e memória. Toda vez que você, por exemplo, se corta ou gripa, é o sistema imunológico que atua para restabelecer a ordem. Inchaço, formação de pus e febre são sinais de sua ação. Quando vírus invadem o organismo, vários tipos de leucócitos trabalham juntos para detê-los. Os da linha de frente reconhecem que há ali algo estranho. Então soam o alarme químico que atrairá outros tipos de leucócitos para o local. A partir daí, alguns se responsabilizarão por destruir os invasores, outros produzirão substâncias que ajudarão nesse processo, os anticorpos. E no fim, com a batalha vencida, alguns ficarão responsáveis por manter uma memória química daquele invasor. Assim, caso ele volte um dia, haverá um arsenal preparado para impedir que isso se torne um problema. É daí que vem a imunidade que adquirimos quando saramos de uma doença ou quando nos vacinamos. Por isso, é ele o herói que está neste exato momento trabalhando arduamente para controlar a pandemia do covid-19. O que a medicina faz aqui do lado de fora é ajudá-lo nesta guerra, principalmente, ao manter os doentes vivos nos casos em que nosso lado está perdendo. Somente quando um bom número de pessoas na população construir essa memória imunológica contra o covid-19 é que ele deixará de ser uma grande ameaça. Até lá, cabe a todos contribuir com nosso herói e com os trabalhadores da saúde que o apoiam, dando-lhes tempo para trabalhar. Com menos pessoas doentes simultaneamente tudo correrá melhor e evitaremos mais perdas do que as que já tivemos. Por isso, não ouça o presidente e fique em casa! Um abraço e até a próxima! *Professor de biologia. Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais
Elen Rebeca
ano astrológico iniciou no dia 21 de março será regido pelo asO tro Rei - Sol. A conexão entres os Céus e a Terra, neste ciclo, se reflete trazendo a regência de um astro que cumpre papel de traba-
lhar a nossa consciência individual, e junto com outros trânsitos, sobretudo dos Planetas lentos, apontam desafios grandes para humanidade. Neste conjunto adiciona-se 6 eclipses, que reforçam a projeção de transformações de caráter radical. Logo, se por um lado cuidar de si será importante para nos preparar para lidar com os desafios, entende-los fará toda a diferença para não se perder. Conjunção entre Saturno, Plutão e Jupiter em capricórnio no inicio do ano trouxe mensagens preciosas sobre responsabilidade coletiva, auto-responsabilização e indica o fim de normas e estruturas que estão ruindo por não funcionarem ou não refletirem a realidade atual. Com a recente entrada de Saturno em aquário é reforçada a necessidade de renovar a forma de viver, de enxergar o mundo, e o que fizermos agora vai impactar no nosso futuro. Urano em touro nos atenta para o rompimento com o que nos impede de avançar para nos libertar. Netuno em peixes revela o quanto estamos perdidos com relação aos cuidados ligados ao desenvolvimento de uma ciência que atenda necessidades mais coletivas, ele é o planeta que vai falar sobre as contaminações. E ao mesmo tempo, estando junto ao signo que ele rege reforça a necessidade de uma conectividade espiritual mais universal, que deve nos ensinar a ter compaixão. É um ano revelador, muitas coisas vão emergir, e será a nível mundial. Portanto, foco, perseverança, potência criadora para renovar e não para destruir. Aprendiz de Astrologia.
Nossa cozinha FAROFA DE SEMENTE DE ABÓBORA Ingredientes • • • • • • •
Sementes de 1 abóbora média 4 colheres de sopa de manteiga 2 cebolas 3 ovos cozidos 1 xícara de chá de farinha de mandioca Sal a gosto Salsinha a gosto
Reprodução
Modo de preparo 1. Lave bem as sementes da abóbora, para tirar os fiapos, e seque bem. Depois leve ao forno, a 180 graus, até ficarem levemente torradas. Mexa bem, para que elas tostem igualmente. Reserve; 2. Em uma panela, derreta a manteiga e refogue a cebola; 3. Adicione as sementes, o sal e misture bem; 4. Acrescente a farinha de mandioca aos poucos e os ovos picados. 5. Finalize com a salsinha.
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ESPORTES | 8
Salvador, abril de 2020
Projetos de yoga ao ar livre dão aulas on-line durante isolamento Reprodução/Instagram @yogapaulareis
A pessoa muda da preocupação para alegria e isso faz com que ela veja a situação por um ângulo um pouco mais otimista
Decisões técnicas tomadas por profissionais sobre que caminhos seguir ficam sempre à mercê do jogo político entre conselheiros.
A prática de yoga é milenar e não precisa de muito espaço para fazer.
Bem-estar. A atividade pode trazer equilíbrio em tempos de crise Danielle da Gama
movem aulas gratuitas estão realizando sessões on-line para você fazer de casa. Um exemplo é o projeto Yogalah, que acontece na orla do Jardim de Alah, com a professora Paula Reis. Ela explica que o yoga contribui trazendo relaxamento e flexibilidade, entre inúmeros benefícios. O objetivo, segundo Paula, não é conseguir fa-
ivemos períodos V de imprevisão e expectativa em meio à
pandemia da Covid-19. Estar em casa, em isolamento, pode complicar a vida de quem já é ansioso e mesmo de quem nunca foi. Mas algumas atividades podem ajudar a passar melhor por isso – o yoga é uma delas. Prática milenar, ele traz calma e bem-estar, através de práticas de posturas, respiração e meditação. E o melhor: em Salvador, projetos que pro-
Quando a gente se auto-observa nas práticas, desenvolve atenção pelas nossas emoções
zer todas as posturas: “Ele é muito mais interno”. A prática pode aliviar a ansiedade porque traz “presença”, orienta: “Enquanto está aqui, presente, a gente consegue relaxar e viver o que está acontecendo agora, independente de qualquer coisa”. Ao exercitar-se, analisa, “eu começo a trazer a atenção para o meu corpo, para meus movimentos, para a minha respiração”. O que pode ajudar quando focamos muito no que ainda está por vir. Carla Dantas, que conduz as aulas do projeto Amanhecer com Yoga, no Palacete das Artes (na Graça), afirma que a atividade desenvolve equilíbrio emocional: “quando a gente se auto-observa nas práticas, desenvolve atenção pelas nossas emoções”. Ressaltando a integração entre corpo e mente, ela explica que os exercícios contribuem também para aliviar dores corporais.
Em tempos de recolhimento, Carla vê no yoga um caminho. E lembra: “A gente está falando de um vírus que acomete o sistema respiratório”, e respirar é “nossa conexão com a vida, com o planeta”. Para ela, o yoga é essencialmente “relação” – consigo, com o outro e com o entor-
no. Assim, embora viver em certo confinamento não seja fácil e gere várias tensões, diz, é preciso olhar para outros aspectos: “Porque se a gente percebe que estar em casa significa que muitas pessoas podem estar sendo cuidadas, isso é muito importante”.
Rir é o melhor remédio e um jeito diferente, o yoga do riso une risada e D exercícios de respiração. Foi desenvolvido pelo médico indiano Madan Kataria e sua esposa Madhuri, professora de yoga. Ele observou que pacientes que sorriam mais conseguiam recuperar-se mais rápido ou tinham uma leveza maior para passar pela doença, conta Helena Matos, líder do riso em Salvador. “É o exercício do riso sem motivo”, explica. O riso exercitado, segundo Helena, tem os mesmos benefícios para a saúde que o riso genuíno: o cérebro não os diferencia. Ele faz o corpo liberar hormônios do bem-estar e diminuir hormônios do stress, o que fortalece o sistema imunológico. Um benefício que cai bem nesse momento, diz Helena, é a resiliência. “Quando a gente faz uma sessão, o efeito é prolongado. A pessoa muda da preocupação para alegria e isso faz com que ela veja a situação por um ângulo um pouco mais otimista”. E conclui: “Quando a gente sorri sem motivo aparente, traz um trabalho interno de ‘eu posso rir mesmo na dificuldade, eu posso estar feliz e enfrentar este problema’. Como muda o humor da pessoa, muda também a forma como ela enxerga seus problemas e a realidade a seu redor”. O Clube do Riso acontece na Casa AmarEla (Itapuã) e na UFBA (no PAF1). Durante o isolamento, as aulas têm sido pelo Instagram, consulte horários no @yogadorisosalvador. Os dois outros projetos também estão na rede: o Amanhecer com Yoga tem lives no endereço @carladantas_yoga. Já o Yogalah virou Yogacá e as aulas seguem ao vivo aos sábados pelo @paulareis.