Brasil de Fato PR - Edição 219

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Brasil de Fato PR

Paraná, 8 a 14 de julho de 2021

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Milhares de pessoas ocuparam as ruas em Curitiba por “Fora, Bolsonaro”

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Giorgia Prates

Sábado, 3 de julho, teve atos contra o presidente em todos os estados do Brasil Redação

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m todo o Brasil foram realizados atos pedindo o impeachment do presidente Bolsonaro pelos crimes cometidos contra a vida e a omissão na gestão da pandemia. Os manifestantes em todos os cantos do país também pediram vacinação em massa, auGiorgia Prates

xílio emergencial de 600 reais, entre outras reivindicações. Esse foi o primeiro ato após o pedido unificado de impeachment, protocolado na Câmara dos Deputados, na quarta, 30. No Paraná, um dos estados em o atual presidente mais teve votos nas eleições de 2018, em várias cidades aconteceram manifestações por “Fora Bolsonaro”. Em Curitiba, cerca de 15 mil pessoas foram às ruas protestar contra os governos federal e estadual. Após o ato público, manifestantes percorreram as ruas do centro da capital do Paraná. A manifestação foi organizada pelas Frentes Brasil Popular, Povo sem Medo, várias entidades, movimentos sociais e partidos políticos. No ato público, várias falas se revezaram de representantes da juventude, dos professores, sindicatos, indígenas, artistas, da luta por moradia, entre outros.

Giorgia Prates

Indígenas preparam “luta até a morte” contra o projeto que “acaba” com suas terras PL 490, aprovado na CCJC, muda demarcação e legaliza mineração em reservas Frédi Vasconcelos

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os últimos dias houve diversas manifestações de indígenas contra a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, CCJC, do projeto de lei 490, que praticamente acaba com a demarcação de terras indígenas. Para novas titulações, seria necessário aprovar lei num Congresso dominado por ruralistas, latifundiários, madeireiros e mineradoras. Mais que isso, passa por cima de leis de proteção existentes e procura legalizar a mineração nos territórios indígenas,

com previsíveis danos à preservação ambiental e ao modo de vidas dos povos originários. Eloy Jacintho, professor e militante do movimento indígena e da etnia Guarani Nhandewa, esteve no acampamento em Brasília e nas manifestações contra o projeto e relata que a palavra de ordem entre os indígenas era: “Lutar contra esse projeto até a morte. A gente luta ou o ‘tratoraço’ vai passar, acabando com todos os direitos indígenas”, afirma Como lembra Paulo Porto, que lida com a questão indígena há mais de 30 anos, esse é um ataque

ao que é central, a territorialidade. “Se o projeto passar é uma tragédia que não dá para descrever. Nunca vi um ataque tão organizado, tão feroz, tão criminoso aos direitos desses povos. Nós temos um inimigo de morte instalado no Planalto”, afirma. Paulo também considera que o governo Bolsonaro está em seus “estertores”, mas ainda paga contas a ruralistas e outros grupos reacionários que o elegeram. Já Maira Moreira, advogada popular e coordenadora do Programa Cerrado da Terra de Direitos, destaca que o projeto é inconstitucional e um ataque da bancada ruralista

aos direitos indígenas. O projeto já tramita há vários anos, mas na versão atual também permite a possibilidade de ampliação de práticas extrativas nesses territórios, como a mineração. “O PL anda no Congresso sem nenhuma consulta pública, sem consulta aos povos indígenas, o que passa por cima da Convenção 169 da OIT”, destaca. Saiba mais sobre o PL 490, assista ao debate no Brasil de Fato Entrevista no Facebook do BDF-PR


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