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330 anos de Curitiba: campanha denuncia a capital que não aparece nos cartões postais

opinião

Campanha Despejo Zero PR reúne movimentos sociais da cidade e do campo pela defesa da moradia, um direito que está na Constituição do Brasil, além de ser uma necessidade humana básica. Desde 2022, diversas marchas foram realizadas em Curitiba com trabalhadores(as) urbanos, povos indígenas e camponeses(as)

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Nos cartões postais, Curitiba é conhecida como a cidade modelo, sustentável, capital europeia, mas não escapa de problemas sociais como qualquer outra. Famosa pelo planejamento urba- no de vanguarda, a capital se esforça para esconder mais de 413 ocupações irregulares de moradia e mais de 84 mil pessoas vivendo em extrema pobreza - ou seja, com menos de R$ 89 por mês.

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia (2020) e revelam a Curitiba fora do que é mostrado em publicidade. No aniversário de 330 anos da cidade, a campanha

“Curitiba além do cartão postal” quer denunciar a invisibilidade das comunidades da periferia, dos problemas na saúde, saneamento básico, energia e alto preço da passagem de ônibus. A iniciativa vai mostrar as famílias que vivem encobertas por prédios e parques.

O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição 294 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

Vila União, Ocupação Tiradentes, Dona Cida, Formosa, Primavera, Caximba, 29 de março, 1º de maio, Britanite, Moradias Iguaçu, Parolin, Guaporé 2, entre tantas outras ocupações de moradia, compõem a articulação Despejo Zero.

A campanha luta pela suspensão de qualquer atividade ou violação de direitos, sejam elas fruto da iniciativa priva-

Expediente

da ou pública, respaldada em decisão judicial ou administrativa, que tenha como finalidade desabrigar famílias e comunidades.

De acordo com a Cohab (Companhia de Habitação Popular de Curitiba), o déficit habitacional de Curitiba é de 50 mil moradias, e mais de 22 mil moradias em condições impróprias, sem saneamento básico e energia, em locais isolados sem acesso à cidade.

Mesmo com todas essas dificuldades, nas ocupações de moradia, os moradores conseguem fazer melhorias nos locais - na maioria das vezes, espaços abandonados por anos e sem manutenção. São os próprios moradores que abrem ruas, fazem fossas sépticas, compram postes, fazem terraplenagem, lutam para melhoria do bairro e cuidam dos territórios.

A articulação Despejo Zero tem um desejo para o aniversário de Curitiba: o fim dos despejos e regularização das moradias em Curitiba.

Leia o artigo completo www.brasildefatopr. com.br

EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Gabriel Carriconde e Lia Bianchini COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Campanha Despejo Zero Paraná e Leticia Minto Faria ARTICULISTAS Cesar Caldas, Douglas Gasparin Arruda, Fernanda Haag, Marcio Mittelbach e Manoel Ramires REVISÃO Lea Okseanberg ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira e Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Juliana Santos DIAGRAMAÇÃO

Centrais vão apresentar projeto de negociação coletiva

FRASE DA

SEMANA

O objetivo é dar autonomia organizativa e de nanciamento, além de inovar com a proposta de autorregulação. Entre os pontos principais estão “autonomia sindical para a organização, o nanciamento e regular e operar o sistema de relações do trabalho.”

A busca é de um novo marco que observe a “diversidade sindical de visões e propostas, diretrizes de um projeto de mudança que una em torno de propostas que atualizem o movimento sindical brasileiro para enfrentar as profundas mudanças no mundo do trabalho”, diz a minuta. A ideia é formatar o movimento sindical com ampla base de representação, alta representatividade e combatendo a fragmentação, que enfraquece a classe trabalhadora.

Divulgação

Bolsonaro na PF

Com volta ao Brasil prevista para a quinta (30/3), o ex-presidente Bolsonaro já tem compromisso na agenda. Foi intimado pela Polícia Federal a prestar depoimento na quarta-feira, 5 de abril. A PF quer saber sobre as joias que entraram irregularmente no

Terá companhia

Para o depoimento, foram intimados também seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, e Marcelo Câmara, que faz a segurança de Bolsonaro. As investigações prometem esquentar ainda mais o clima político, colocan- do Bolsonaro nas cordas ao ter que explicar por que os sauditas enviaram tantos “presentes”. Entre seus seguidores havia até o medo de ele ser preso em sua chegada ao Brasil, o que parece descartado por enquanto.

Devolver milhões

bunal de Contas da União mandou que esse conjunto também seja devolvido.

Ainda haverá investigação de outros presentes que possam ter sido recebidos de forma irregular.

daramâC so D e p u tados

Tempos quentes na Câmara

Na terça, 28, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados ouviu por mais de 4 horas o ministro da Justiça, Flávio Dino, com deputados bolsonaristas tentando desqualificá-lo com insinuações de que responde processos e querendo que explicasse por que foi a uma favela no Rio de Janeiro. Dino respondeu com ironia e humor, o que irritou mais ainda a extrema direita. Ainda houve embate entre os deputados André Janones (Avante-MG) e Nikolas Ferreira (PL-MG), que não gostou de ser chamado pelo apelido de “chupetinha”.

Estão abertas as inscrições para o 14º Estágio Interdisciplinar de Vivências (EIV), de 21 de Abril e 1º de maio, em Francisco Beltrão (PR), na Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural, Assessoar. O evento é organizado pelo Levante Popular da Juventude, MST-PR, Assessoar, MAB, Fetraf e Universidade Federal da Fronteira Sul e integra a Jornada Universitária pela Reforma Agrária (Jura).

O EIV surgiu da necessidade de estudantes de Agronomia entenderem a realidade econômica, social e política do campo. Desde sua primeira edição, se tornou um projeto interdisciplinar, ocorrendo em diversas partes do Brasil. Em sua 14ª edição, o objetivo é integrar a juventude das universidades à vida da população do campo em espaços de luta pela reforma agrária e agricultura familiar, com formação política, teórica e prática de forma dialética.

Com o mote “Reforma Agrária Popular: em defesa da natureza e de alimentos saudáveis”, o EIV é uma ferramenta pedagógica para a formação política e crítica dos estudantes, permitindo que compreendam o chão em que pisam e as relações de classe e trabalho por meio da interdependência entre teoria e prática.

São 60 vagas. Inscrições pelo link: https://forms. gle/Hg1B8jSjgJCDMhkG8

Leticia Minto Faria, militante do Levante Popular da Juventude

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